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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos, ou seja, aqueles responsáveis por elaborar a urina e armazená-la temporariamente até a sua eliminação. Este aparelho pode ser dividido em: • Órgãos secretores – que produzem a urina • Órgãos excretores – que são encarregados de processar a drenagem da urina para fora do corpo. Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem a urina, os ureteres (2) ou ductos, que transportam a urina para a bexiga (1), onde fica retida por algum tempo, e a uretra (1), através da qual é expelida do corpo. Além dos rins, as estruturas restantes do sistema urinário funcionam como um encanamento constituindo as vias do trato urinário. Essas estruturas – ureteres, bexiga e uretra – não modificam a urina ao longo do caminho, ao contrário, elas armazenam e conduzem a urina do rim para o meio externo. RINS São órgãos pares, com formato de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Sua coloração é vermelho escuro. Os rins estão situados de cada lado da coluna vertebral. O direito normalmente situa-se um pouco abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado São descritos como órgãos retroperitoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade abdominal. Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de gordura e de tecido frouxo. Cada rim tem cerca de 11,25 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 cm de espessura. O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170 g; na mulher adulta, entre 115 a 155 g. Na margem medial côncava de cada rim encontra-se uma fenda vertical: o hilo renal, onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim. O seio renal, que é ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sanguíneos e linfáticos e uma variável quantidade de gordura. CONFIGURAÇÃO EXTERNA DOS RINS: Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas extremidades. • FACES (2) – Anterior e Posterior. As duas são lisas, porém a anterior é mais abaulada e a posterior mais plana. • BORDAS (2) – Medial (côncava) e Lateral (convexa). • EXTREMIDADES (2) – Superior (Glândula Supra- Renal) e Inferior (a nível de L3). CONFIGURAÇÃO INTERNA DOS RINS: Em um corte frontal através do rim, são expostas duas regiões distintas: uma área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma área marrom- avermelhada profunda, a medula renal. A medula consiste em 8-18 estruturas cuneiformes, as Pirâmides Renais. A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamada papila renal, aponta para o hilo do Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV rim. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais. Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos rins – cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas néfrons. A urina, formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides. Os ductos drenam para estruturas chamadas Cálices Renais Menor e Maior. Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices maiores. O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada Pelve Renal e depois para fora, pelo Ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal. RIM – ANATOMIA INTERNA NÉFRON É a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim contém cerca de 1 milhão de néfrons. Já em relação à sua estrutura, os néfrons são compostos pelas seguintes partes: Corpúsculo renal • Com um formato de uma taça, o corpúsculo renal é dividido em duas partes: a cápsula renal (ou cápsula de Bowman, que é uma rede de células epiteliais ao redor do glomérulo) e o glomérulo (ou glomérulo de Malpighi), uma rede de capilares sanguíneos enrolados dentro da cápsula glomerular; Túbulo néfrico Ligado à cápsula renal, o túbulo néfrico é dividido em três regiões: • Túbulo contorcido proximal; • Túbulo contorcido distal; • Alça néfrica (de henle) Ducto coletor • Parte do néfron que tem a função de conduzir o fluido processado (urina) até a pelve renal. • Túbulo coletor. FUNÇÕES DOS RINS Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, em associação com as outras partes do sistema que atuam, principalmente, como vias de passagem e áreas de armazenamento. Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras. AS FUNÇÕES DOS RINS INCLUEM: • Regulação da composição iônica do sangue; • Manutenção da osmolaridade do sangue; • Regulação do volume sanguíneo; • Regulação da pressão arterial • Regulação do pH do sangue; • Liberação de hormônios; • Regulação do nível de glicose no sangue; Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV • Excreção de resíduos e substâncias estranhas. GLÂNDULAS SUPRARRENAIS As glândulas suprarrenais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-mediais dos rins e o diafragma. Cada glândula suprarrenal, envolvida por uma cápsula fibrosa e um coxim de gordura, possui duas partes: o córtex e a medula suprarrenal, ambas produzindo diferentes hormônios. O córtex secreta hormônios essenciais à vida, de forma que: • A parte externa secreta vários hormônios, como corticosteroides (hormônios semelhantes à cortisona, como cortisol) e os mineralocorticoides (sobretudo a aldosterona, que controla a pressão arterial e os níveis de sal e de potássio no organismo). • O córtex adrenal também estimula a produção de uma pequena quantidade de hormônios esteroides sexuais masculinos (testosterona e hormônios similares). Os hormônios medulares não são essenciais para a vida. A medula da suprarrenal pode ser removida, sem causar efeitos que comprometem a vida. Sua parte interna secreta hormônios, como adrenalina (epinefrina), que ajudam a controlar a pressão arterial, a frequência cardíaca, a produção de suor e outras atividades que também são reguladas pelo sistema nervoso simpático. URETERES: • São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. • São Órgãos pouco calibrosos. Os ureteres têm menos de 6 mm de diâmetro e 25 a 30 cm de comprimento. • Pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada no interior do rim. O ureter percorre por diante da parede posterior do abdome, penetrando em seguida na cavidade pélvica, abrindo-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária. Por conta desse seu trajeto, o ureter é dividido em duas partes: abdominal e pélvica. Os ureteres são capazes de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo. A urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo. BEXIGA Funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina. Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica. Quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico que, nos homens situa-se diretamente anteriorao reto. Nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: https://www.auladeanatomia.com/novosite/wp-content/uploads/2015/11/Nova-Imagemhomi.bmp Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área. A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, está o esfíncter externo, que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. Obs. A capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800 ml; é menor nas mulheres porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga. URETRA É um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra. As uretras masculinas e a femininas se diferem em seu trajeto. • Na mulher, a uretra é curta (3,8 cm) e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Seu óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os lábios menores. • Já no homem, a uretra faz parte dos sistemas urinário e reprodutor. Medindo cerca de 20 cm, é muito mais longa que a uretra feminina. Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis. Assim, a uretra masculina atua com duas finalidades: conduz a urina e o esperma. URETRA MASCULINA A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até o orifício uretral externa na extremidade do pênis. Apresenta dupla curvatura no estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três porções: Prostática, Membranosa e a Esponjosa, cujas estruturas e relações são essencialmente diferentes. Na uretra masculina existe uma abertura pequena, em forma de fenda, um ducto ejaculatório. URETRA FEMININA É um canal membranoso estreito estendendo-se da bexiga ao orifício externa no vestíbulo. Está localizada atrás da sínfise púbica, na parede anterior da vagina. É levemente curva, com a concavidade dirigida para frente. Seu diâmetro, quando não dilatada, é de cerca de 6 mm. Seu orifício externo fica imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV RINS • São órgãos fundamentais do sistema urinário. • Têm formato de feijão e possuem cor avermelhada. • Estão localizados na parte de trás do abdome • Desempenham a maior parte das funções do sistema urinário. A margem côncava do rim apresenta uma região, denominada de hilo renal, por onde transitam os vasos sanguíneos e o ureter, em cada rim. O hilo renal expande no interior do rim no seio renal, onde localizam os vasos renais e a pelve renal. Em um corte longitudinal ou transverso do rim observamos três regiões: a externa o córtex, a intermediária, que é a medula e a interna é o seio renal. • O córtex apresenta as unidades funcionais chamada de néfrons, responsáveis pela filtragem do sangue. • Na medula observamos as pirâmides renais, contendo os túbulos coletores, cuja extremidade se exteriorizam nas papilas renais. • No seio renal, para onde as papilas estão voltadas, encontram-se os cálices menores e os cálices maiores, locais de trânsito de urina até a pelve renal. A pelve renal é continua com o ureter, e ramifica-se em direção à medula, formando cálices maiores e cálices menores. Os cálices maiores são estruturas em forma de tubo, localizadas no interior do seio renal, formadas pela união das extremidades dos cálices menores. Cada rim possui cerca de 2 a 3 cálices maiores, que se unem através de suas extremidades para forma a pelve renal. PARTES DO RIM DISTÚRBIOS URINÁRIOS CISTITE A cistite é uma inflamação na bexiga urinária, normalmente causada por bactérias como a Escherichia coli e Staphylococcus saprophyticus. Essas bactérias são encontradas na flora intestinal, ao redor da uretra, do vestíbulo vaginal e em torno ao ânus. As mulheres são mais suscetíveis que os homens, uma vez que a uretra apresenta mais curta, e a bexiga próxima 1. Cápsula renal 2. Córtex renal 3. Coluna de Bertin 4. Medula renal 5. Pirâmide renal 6. Papila renal 7. Pelve renal 8. Cálice maior 9. Cálice menor 10. Ureter 11. Corpúsculo renal 12. Veia interlobular e Artéria interlobular 13. Veia arqueada e Artéria arqueada 14. Veia interlobar e Artéria interlobar 15. Artéria renal 16. Veia renal 17. Hilo renal 18. Seio renal 19. Veia segmentar e Artéria segmentar 20. Arteríola aferente 21. Arteríola eferente 22. Artéria radial perfurante 23. Veia estrelada Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV da exteriorização, que é próxima da área perianal. Outros tipos de cistite são causados por medicamentos, produtos químicos e tumores. A doença determina aumento da frequência de micção, dor na bexiga, ardência e dificuldade para urinar. Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da cistite como: diabetes; certos antibióticos, que destroem temporariamente a microbiota bacteriana protetora; anormalidades do trato urinário como tumores, cálculos e divertículo da uretra; gravidez; menopausa; imunodepressão, como nos portadores de AIDS. O diagnóstico é feito por exame quantitativo da urina, que determina os números de hemácias e leucócitos presentes na urina, e por urocultura com antibiograma, que distingue a cistite infecciosa da não infecciosa. O tratamento depende do tipo de cistite, e dos fatores que causam a mesma. PIELONEFRITE A pielonefrite é uma inflamação renal provocada pela ação de bactérias nos rins e nos ureteres, os ductos pelos quais a urina chega até a bexiga. A condição pode se manifestar de repente, de forma aguda, ou se tornar crônica após um episódio repentino. As manifestações da pielonefrite se parecem com as de uma infecção do trato urinário (cistite), incluindo dor nas costas, logo abaixo da última costela, vontade de urinar frequente, dor e ardência ao fim da micção e presença de urina escura e com odor desagradável. Esses sintomas específicos se acompanham de sinais característicos de quaisquer infecções, tais como febre, calafrios, vômitos, náuseas, fadiga e mal-estar generalizado. A principal diferença entre elas está na região atingida pela infecção: a cistite é ocasionada por bactérias na bexiga, a uretrite, como o nome indica, por problemas na uretra e a pielonefrite nos rins. URETRITE • É uma infecção da uretra, o canal que transporta a urina da bexiga até o exterior do corpo. • Pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus (por exemplo, vírus do herpes simples). Doenças sexualmente transmissíveis são causas comuns de uretrite. Organismos – como Neisseria gonorrhoeae, que causa gonorreia – podem espalhar- se pela uretra durante a relação sexual com um parceiro infectado. Clamídia e o vírus do herpes simples também são comumente transmitidos sexualmente e podem causar uretrite. Quando os homens desenvolvem uretrite, o micro-organismo da gonorreia é a causa mais comum. Apesar de esse micro-organismo poder infectar a uretra das mulheres, a vagina, o cérvix, o útero, os ovários e as trompas de Falópio têm maior probabilidade de serem infectados. Tricomonas sãoparasitas microscópicos que provocam igualmente uretrite nos homens. A uretrite também pode ser causada por bactérias que comumente causam outras infecções do trato urinário, como Escherichia coli. Os sintomas envolvem dor ao urinar (disúria) e uma necessidade frequente e urgente de urinar (poliúria). Algumas pessoas não apresentam sintomas. Nos homens, quando a causa for gonorreia ou clamídia, normalmente se vê uma secreção da uretra. UROLITÍASE É conhecida como “pedra nos rins” ou cálculo renal. Ocorre quando substâncias minerais que estão na urina formam cristais, eles juntam-se uns aos outros crescendo em tamanho e formando uma “pedra” de minerais. Esses cristais geralmente são removidos do corpo pela urina naturalmente, mas em certas situações eles se acoplam ao rim ou ficam em áreas onde não são removidos facilmente. Os principais sintomas clínicos são: cólica renal, hematúria e sintomas urinários irritativos. A dor decorrente de cálculo urinário é típica e geralmente decorre da migração do cálculo com obstrução parcial ou completa do ureter. É sentida nas costas e pode irradiar para o abdome. Às vezes, vem acompanhada de náuseas e vômitos. Os tratamentos variam de acordo com o caso dos pacientes. Dependendo do motivo pelo qual se formam as pedras, o médico pode indicar Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV medicamentos para tratar a urolitíase. Outro procedimento possível é a litotripsia. Nesse caso, ondas de choque quebram as pedras em um tamanho que pode ser eliminado pela urina. A cirurgia percutânea ou endoscópica retira o cálculo após sua fragmentação. A ureteroscopia é recomendada para a retirada das pedras que se encontram na ureter.
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