Buscar

Criminologia: Conceitos e Escolas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRIMINOLOGIA
	Edital PCPR
1. Nascimento da criminologia e Iluminismo.
2. Conceito.
3. Objeto: 
A. Delito
B. Delinquente
C. Vítima; e 
D. controle social. Método da Criminologia.
4. Escolas da criminologia. Escola liberal clássica.
5. Criminologia positivista. 
A. Ideologia da defesa social. 
B. Teorias psicanalíticas da criminalidade e da sociedade punitiva. 
C. Teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia. 
D. Teoria das subculturas criminais. 
E. Escola de Chicago. 
F. Teoria da Associação Diferencial. 
G. Labelling Approach. 
H. Teoria crítica.
6. Temas especiais de criminologia - White-collar crime.
7. Sistema de Justiça Criminal: 
A. Polícia, Ministério Público e 
B. Poder Judiciário. Segurança pública. 
C. Mídia e criminalidade. 
D. Política criminal de drogas.
8. Discursos punitivos. 
A. Tolerância zero. 
B. Direito penal do inimigo. 
C. Política criminal atuarial.
9. Abolicionismo e direito penal mínimo.
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
Criminologia é uma ciência empírica, interdisciplinar que se preocupa com o estudo do crime, infrator, da vítima e do controle social
Outros conceitos: 
- Criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade (conceito cespe)
- A criminologia não traz regras, NÃO é dogmática ou valorativa, não dita o que se deve fazer, apenas estuda o ser, logo ela é o estudo do ser.
- A criminologia não é uma teoria dogmática, mas ao contrário, é ZETÉTICA. O que isso quer dizer? Ela não se preocupa com o mundo do dever ser, mas do ser
OBS: NÃO CONFUNDIR
ETIOLOGIA: ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. Na medicina é estudo das causas das doenças.
ETIMOLOGIA: estudo da origem e da evolução das palavras. Disciplina que trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores, até remontar ao étimo.
	O que faz a Política Criminal? 
Política criminal é um ramo das chamadas “Ciências criminais”, constituindo um conjunto de medidas e critérios, de caráter jurídico, social e econômico adotados pelos poderes públicos, para prevenir e reagir ao delito, visando o controle da criminalidade
Se liga: 
Criminologia: analisa os dados, processa e gera uma informação/estudo acerca dos fatos
Política criminal: analisa as informações/estudos gerados pela criminologia e propõe medidas para auxiliar o direito penal no combate ao crime. 
Direito penal: edita normas de acordo com as propostas da Política criminal
Para a doutrina, a Política Criminal é a ponte entre a criminologia e o direito penal. Lembrar que a política criminal fica no meio
ASSERTIVA CONSIDERADAS CORRETAS: O direito penal estabelece condutas vedadas, sob a cominação abstrata de uma pena; a criminologia, por sua vez, busca observar cada conduta de infração da lei penal como fenômeno humano, biopsicossocial.
(VUNESP - 2018 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil - Adaptada): Uma das finalidades da Criminologia, no seu atual estágio de desenvolvimento, é questionar a própria existência de alguns tipos de crimes.
FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
-Explicar e prevenir o crime
-Avaliar os diferentes modos de resposta ao crime
-Intervir na pessoa do infrator
INTERDISCIPLINARIEDADE DA CRIMINOLOGIA
Criminologia: ciência empírica e interdisciplinar que tem por objetivo o crime, o criminoso, a vítima e o controle social do comportamento delitivo e que provê uma informação válida, contrastada e confiável sobre a gênese.
A criminologia traz conhecimento de outros ramos
DISCIPLINAS RELACIONADAS À REALIDADE CRIMINAL:
1. Fenomelogia criminal – método de análise utilizado pelos psicólogos para entender a vivência do paciente criminoso no mundo em que se encontra, bem como analisar seu modo de perceber os acontecimentos ao seu redor.
2. Etiologia criminal – procura esclarecer as causas do crime e da criminalidade. Ocupa-se da compreensão das causas e fatores que conduzem ao comportar desviante;
3. Biologia criminal – compreende o crime como produto da personalidade de seu autor; remete a ideia de Lombroso, criminoso como ser atávico. Muito tempo depois Lombroso acabou admitindo o meio social como influenciador no comportamento delitivo - a teoria de Lombroso não foi descartada, pois o fator biológico, em certos casos ainda influência na prática criminosa
4. Sociologia criminal – segundo Fernandes e Fernandes (2002) busca explicar e justificar a maneira como os fatores do meio ambiente social atuam sobre a conduta individual, de forma a conduzirem o homem à iniciação delitiva, o crime seria um fenômeno social. Estuda a motivação e a perpetuação do crime na sociedade; pobreza, fome, espaço urbano, educação, meios de Comunicação, política, etc.
5. Geografia criminal – é uma subespecialidade da sociologia criminal e tem como objeto investigar a criminalidade nas diferentes regiões geográficas;
6. Ecologia criminal – estuda a influência criminógeno dos lugares.
7. Psicologia criminal: está ligada as vivencias subconscientes - exemplo dos seriais killers, estupradores, etc – geralmente quando criança passaram por algum trauma psicológico (estuprados, torturados).
8. Criminogênese - é a ciência que tenta explicar as manifestações criminosas humanas através de Teorias
OBS: INTERDISCIPLINARIDADE não se confunde com MULTIDISCIPLINARIDADE. "Esta significa, apenas, a participação de diversas disciplinas, ao passo que aquela traduz uma ideia de coordenação e integração". Entre a Criminologia e o Direito Penal há uma verdadeira integração e coordenação, ou seja, a Criminologia depende do Direito Penal do mesmo modo que o Direito Penal depende da Criminologia. (VIANA, Eduardo, 2016)
NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA E ILUMINISMO.
SURGIMENTO DA CRIMINOLOGIA
FRANCESCO CARRARA (Escola Clássica) - 1859: 
· Prof. de direito criminal e trouxe alguns conceitos, mas ainda assim pertence à escola Clássica
CESARE BECARIA OU MARQUÊS DE BECÁRIA (Escola Clássica)
· Autor da obra: Dos delitos e das penas
CESARE LOMBROSO (Escola Positiva 1876) – antropólogo (Positivismo Antropológico)
· Considerado o pai da criminologia como ciência (positivismo antropológico) – entendimento majoritário. Escreveu livro o homem delinquente. Analisava os aspectos fenológicos do criminoso
· Foi o primeiro a inserir um estudo metodológico, avaliando mais de 25.000 detentos
· Estabeleceu parâmetros e padrões de criminosos
· Voltou seu estudo ao delinquente – classificava-os como seres atávicos
· Tentou estabelecer padrões entre os criminosos através de características biológicas
POUL TOPINARD (Escola Positiva) - 1879: 
· Primeiro a usar o termo criminologia em seu livro. Paul Topinard, antropólogo francês quem, em 1879, teria empregado pela primeira vez a palavra “criminologia”, e há os que defendem a tese de que foi Rafael Garófalo quem, em 1885, usou o termo como nome de um livro científico
ENRRICO FERRI (Escola Positiva – Positivismo Sociológico)
· Professor universitário, advogado célebre, político militante e reputado cientista
· Pai da moderna Sociologia criminal (1914)”. Fundou a revista La Scuola Positiva. Integrante da Escola Antropológica Criminal, deu relevo não só aos fatores biológicos, como também aos mesológicos ou sociológicos, além dos físicos (ADICIONOU CAUSAS SOCIOLÓGICAS PARA EXPLICAR A CONDUTA CRIMINOSA)
· Ferri, merece destaque sua tese sobre a “Teoria da Imputabilidade e a Negação do Livre Arbítrio”
· Lei da Saturação Criminal
· Para Ferri, o delito não é produto exclusivo de nenhuma patologia individual (o que contraria a tese antropológica de Lombroso), senão – como qualquer outro acontecimento natural ou social - resultado da contribuição de diversos fatores: individuais, físicos e sociais
· A pena por si só seria ineficaz, se não acompanhado de uma reforma econômica, social e cultural
· Classificou os delinquentes em cinco tipos, a saber: nato, louco, ocasional, habitual e passional 
· BIZU: NALOOCA HAPA
· Nato: tipo instintivo de criminoso, descrito por Lombroso, com seus estigmasde degeneração. Traço característico essencial e dominante, a completa atrofia do senso moral. 
· Louco: seria não só o alienado mental, como, também, os semiloucos, os matóides e os fronteiriços. 
· Ocasional: eventualmente comete um delito. O indivíduo não procura o delito, mas o delito é que procura o indivíduo (oportunidade)
· Habitual: é o reincidente da ação delituosa. É o indivíduo que praticamente faz do crime, a sua profissão.
· Passional: é levado a configuração típica pelo arrebatamento, pelo ímpeto
RAFFAELE GARÓFALO (Escola Positiva – Positivismo Jurídico) - 1885: 
· Escreveu o livro “a criminologia”. 
· Pela sua orientação naturalista e evolucionista (darwinista), o ponto de partida de sua doutrina é a conceituação do que chamou de delito natural (mal que afeta a sociedade independente das circunstâncias)
· Propugnava pela pena de morte sem nenhuma comiseração e, ou a expulsão/extradição. Considerava que esta deveria se revestir de abandono total do indivíduo
· Enquadra os criminosos em quatro categorias:
· assassinos; 
· violentos ou enérgicos; 
· ladrões ou neurastênicos; 
· cínicos
OBJETO
O estudo da criminologia possui como parâmetro o estudo de quatro objetos:
- Crime
- Criminoso
- Vítima
- Controle Social
1. O CRIME
É um problema social e comunitário. O conceito de crime para a criminologia é diferente daquele trazido pelo direito penal. 
	Para a criminologia, o crime é uma conduta de incidência massiva, aflitiva, a qual possui persistência no espaço temporal, de modo que haja inequívoco consenso social acerca do desejo da punição daquela conduta
INCIDÊNCIA MASSIVA: a conduta criminosa não pode ser um fato isolado, ainda que socialmente reprovável;
INCIDÊNCIA AFLITIVA: o delito deve ser algo ruim, capaz de causar prejuízo/dor à vítima ou à sociedade;
PERSISTÊNCIA ESPAÇO-TEMPORAL: o fato deve ser durável no tempo e no espaço em determinado local;
INEQUÍVOCO CONSENSO: é necessário um inequívoco consenso de que tal ato deva ser considerado como crime.
Ex: o uso do álcool. Há incidência massiva na população? Com certeza! Há incidência aflitiva? Sim, alguns estudos apontam que o álcool é tão prejudicial quanto algumas drogas ilícitas. Há persistência espaço-temporal? Claro. Alguém, neste exato minuto, está consumindo em algum lugar do mundo. Apesar de tudo isso, não há um inequívoco consenso acerca de sua criminalização e da necessidade de punição.
2. O CRIMINOSO
Atualmente, é um ser normal pode cometer crimes, entendido como uma unidade biopsicossocial. Porém cada escola, no passado, tinha uma visão acerca do delinquente.
Escola Clássica: delinquente era um pecador que optou pelo mal, embora pudesse e devesse respeitar a Lei.
Escola Positiva: criminoso é um prisioneiro da sua própria patologia (determinismo biológico – ser atávico) ou processos causais alheios (determinismo social)
Escola Marxista: para esta escola, o crime é consequência natural de certas estruturas econômicas, de maneira que o infrator se torna vítima inocente e fungível daquelas
Escola Correicionista: para esta escola, o criminoso não é um ser forte e embrutecido, mas sim um débil, cujo ato precisa ser compreendido e a vontade precisa ser direcionada
3. A VÍTIMA
A vítima pode ser tanto a sociedade quanto uma pessoa ou um grupo. Vejamos:
O conceito de vítima correspondente ao sujeito passivo que sofre as consequências de um crime é do Direito Penal, enquanto que para a Vitimologia, corresponde a toda pessoa física ou jurídica e ente coletivo prejudicado pela conduta humana que constitua infração penal ou não, desde que o ato seja uma agressão a um direito fundamental.
Periculosidade Vitimal corresponde ao comportamento inadequado da vítima que facilita, instiga ou provoca a ação do criminoso, expondo-se indevidamente a situações desnecessárias de perigo
Fases da vítima na história
A vítima na criminologia passou por três fases históricas:
Período de ouro: lei de talião (vítima determinava a pena) - início da civilização até o fim da alta idade média. Período marcado pela autotutela
Neutralização do poder da vítima: estado assume o papel da vítima na aplicação da pena. O direito penal passa a focar no criminoso e ignora a vítima - da idade média até a idade moderna
Revalorização da vítima: a vítima passa a ter um grande enfoque depois da 2°GM com o tratamento desumano com os judeus. O 1° seminário de vitimologia foi em de Israel
Vitimização
Apesar de Mendelsohn ser considerado pai da Vitimologia, sistematizando os estudos da vítima ao lado de Henting, os primeiros trabalhos sobre a vítima surgiram em 1901 com HANS GROSS.
DIVISÃO: comumente se divide em 03 espécies, porém há doutrinadores que trazem uma quarta hipótese.
Primária: efeitos diretos e indiretos do crime
Secundária ou sobrevitimização: processo traumatizante sofrido pela vítima durante o processo
Terciária: sociedade estigmatiza a vítima, bem como o estado não oferece meios adequados para melhorar a situação da vítima
Quartenária: estigmatização feita pela mídia
OBS: Heterovitimização – corresponde à “auto recriminação da vítima” diante de um crime cometido, por meio da busca pelas razões que a tornaram, de modo provável, responsável pela prática delitiva.
Em outras palavras, a vítima se culpa pela ocorrência do crime
EX: ter deixado a porta de um automóvel sem a trava ou ter assinado uma folha de cheque que estava em branco
Classificação Das Vítimas - Benjamin Mendelsohn:
Benjamin classifica em 05 tipos de vítimas e as separa em 03 grupos principais:
Vítima Inocente:
· Vítima Ideal ou completamente inocente: casos em que a vítima não tem culpa nenhuma e não contribuí de modo algum para que o crime ocorra. 
São os casos de vítimas de terrorismo, bala perdida, vítima atropelada por motorista embriagado
Vítima Provocadora:
· Vítima MENOS culpada que o delinquente ou por ignorância: é a vítima que, ainda que de forma mínima, contribui para que o crime ocorra por meio de um comportamento negligente. 
São exemplos típicos: pessoas que andam com joias em locais ermos e violentos, casos em que mulheres que andam com roupas curtas e provocantes em locais onde há grande violência. São fatores que não justificam a conduta do agressor, mas que de alguma forma teve alguma influência no seu comportamento
· Vítima TÃO culpada quanto o delinquente: são situações em que a participação da vítima é imprescindível para a consumação do crime, são atos bilaterais. Portanto, sem a participação da vítima, o crime chega no máximo a ser tentado. 
O exemplo típico é o caso dos crimes de estelionato
· Vítima MAIS culpada que o delinquente ou vítima provocadora: são situações em que a vítima provoca, fomenta a prática do crime. Tem impacto no direito penal, pois pode atenuar ou minorar o crime. 
São exemplos os casos em que o indivíduo sob o domínio de violenta emoção comete um homicídio ou uma agressão logo após a injusta provocação da vítima. Casos de homicídio privilegiado
Para Benjamin Mendelsohn, a vítima que participa da “roleta-russa” é classificado como vítima tão culpada quanto o criminoso
Vítima Agressora:
· Vítima como ÚNICA culpada, simuladora, agressora, imaginária ou pseudovítima
· Vítima por culpa exclusivamente própria: ocorre em situações de suicídio por exemplo, em que a pessoa se joga na frente de um veículo. Lembrar dos casos dos suicídios by cop
· Vítima de uma justa agressão: ocorre em situações de legítima defesa, quando a pessoa deu causa a agressão, de modo que se torna vítima por sofrer uma reprimenda legal da pessoa que inicialmente era a sua vítima
IMPORTANTE DIFERENCIAR: a vítima MAIS culpada tem influência no comportamento do agressor, de modo que seu comportamento causa certo ímpeto em sua conduta, como nos casos de homicídio privilegiado em que há traição. Diferente da vítima como ÚNICA culpada que gera o comportamento do agressor, em que inicialmente ela era agressora, mas a própria vítima ao se defender faz com que o agressor se torne vítima (são casos de legítima defesa)
Classificação das vítimas - Von Hentig: 
Vítima resistente:caso de legítima defesa em que a vítima reage a uma injusta agressão; 
Vítima coadjuvante e cooperadora: é a vítima que por imprudência ou má fé coopera para a produção do resultado
Moreira Filho apresenta a sua própria classificação de vítima:
1. Vítimas inocentes: são aquelas que não contribuem para o fato delituoso. Em nada colaboram na consumação do crime. Exemplo: vítima de extorsão mediante sequestro.
2. Vítimas natas: também conhecidas como provocadoras, são as que contribuem para a consumação de uma infração penal. Exemplo: vítima que expõe seus objetos de valor.
3. Vítimas omissas: são as que não participam da sociedade em que vivem, não se integram no meio social. Exemplos: são as pessoas que não denunciam à autoridade pública quando agredidas ou subtraídas.
4. Vítima da política social: também chamadas de vítima do Estado, negligência do Poder Público. É o denominado crime branco, é o Poder Público organizado contra o povo.
5. Vítimas inconformadas ou atenuantes: são as que exercitam plenamente a cidadania e buscam, incessantemente, a reparação judicial dos danos sofridos. São exemplos desse tipo de vítima as que fazem parte da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (2006, p.111).
4. CONTROLE SOCIAL
Conjunto de instituições (legais e sociais), que somadas às estratégias e punições que visam submeter os indivíduos às normas (garantir a submissão do indivíduo aos modelos e normas comunitários), podendo ser: 
INFORMAL: não pertencem ao estado. 
Ex: igreja, escola, sociedade, família e opinião pública – mecanismos de controle causais
FORMAL: são os mecanismos de controle oficiais (aparelho político do Estado) - atuam de maneira coercitiva. 
Ex: policia, MP, Judiciário, Exército, etc.
	OBS: já caiu em prova falando que existe controle social primário, secundário, etc... porém não há controle social primário, secundário e terciário, o que há é controle social formal e o informal. A prevenção criminal sim, se divide em primária, secundária e terciária
Controle social: forma e informal
Prevenção criminal: primária, secundária, terciária
Prevenção criminal
PRIMÁRIA: medidas de médio e longo prazo. Investe-se na raiz do conflito como forma de prevenção, a exemplo, a saúde, lazer, educação, bem-estar
SECUNDÁRIA: atua onde o crime se manifesta ou se exterioriza. Investe-se nas chamadas zonas de criminalidade, a exemplo da atuação policial, de medidas de ordenação urbana, de melhoria do aspecto visual das obras arquitetônicas, do controle dos meios de comunicação, etc. Medidas de curto e médio prazo
TERCIÁRIA: destina-se ao preso. Investe-se na ressocialização, a fim evitar a reincidência (prevenção especial negativa e positiva). Medidas de curto prazo
COMPLEMENTANDO...
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: caracteriza-se pela implementação de medidas indiretas de prevenção, consistentes em evitar que fatores exógenos sirvam como estímulo à prática delituosa. Trata-se normalmente de medidas sociais por meio das quais o Estado garante acesso ao emprego e a direitos sociais como segurança e moradia. Diante da complexidade que as caracteriza, dessas ações não decorrem efeitos positivos imediatos.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: trata-se de prevenção situacional do delito (dimensão pluridimensional). Baseia-se na ideia de redução das oportunidades do cometer delitivo. Está fortemente vinculada a teoria ecológica da Escola de Chicago, bem como da teoria multifatorial ou eclética do padrão delitivo (Brantingham e Brantingham).
A mera disposição ou motivação do indivíduo constitui o ponto de partida, mas não é suficiente se o infrator não conta com a oportunidade idônea para delinquir. A prevenção situacional, com isso tente coibir as variadas margens de oportunidades para o ser delinquir
Não incide sobre indivíduos, mas sobre grupos sociais que, segundo os fatores criminógenos, indicam certa propensão ao crime. Segundo Antônio García-Pablos de Molina, “Opera a curto e médio prazos e se orienta seletivamente a concretos (particulares) setores da sociedade: àqueles grupos e subgrupos que ostentam maior risco de padecer ou protagonizar o problema criminal. A prevenção secundária conecta-se com a política legislativa penal, assim como com a ação policial, fortemente polarizada pelos interesses de prevenção geral. Programas de prevenção policial, de controle dos meios de comunicação, de ordenação urbana e utilização do desenho arquitetônico como instrumento de autoproteção, desenvolvidos em bairros de classes menos favorecidas, são exemplos de prevenção ‘secundária’
PREVENÇÃO TERCIÁRIA: destina-se ao preso. Investe-se na ressocialização, a fim evitar a reincidência (prevenção especial negativa e positiva). Segregação do indivíduo e aplicação dos métodos ressocializadores
Medidas de prevenção
Medidas indiretas: em regra visam as causas do crime, sem atingi-lo de imediato. Cessando a causa do crime, cessam os efeitos. Ex: urbanização das cidades, desfavelização, fomento de empregos etc.
Medidas diretas: direcionam-se a infração penal in itinere ou em formação (Iter criminis). Ex: repressão implacável às infrações penais de todas as matrizes (tolerância zero), atuação da polícia ostensiva etc.
Finalidade Da Pena
	RESUMO
1 - Teoria absoluta retributivas ou expiação: busca vingança
2 – Teoria unificadora ou mista: unifica a retribuição, prevenção geral e prevenção especial. Foi a teoria acolhida pelo art. 59, caput, do Código Penal
3 - Teoria relativa ou preventiva: busca prevenir delitos
 3.1 - Teoria relativa geral positiva: busca fazer com que as pessoas acreditem no sistema
 3.2 - Teoria relativa geral negativa: busca intimidar a sociedade
 3.3 – Teoria relativa especial negativa: intimidação e segregação do indivíduo ao cárcere
 3.4 Teoria relativa especial positiva: ressocialização
4 - Teoria agnóstica/negativa: busca neutralizar o indivíduo
Fundamentação da pena segundo alguns autores: na visão de Kant, com tese fundamentada em preceitos éticos, pela qual a pena é o "direito de castigar" pelo simples fato do ser humano ter rompido um imperativo categórico. 
Por outro lado, a visão de Hegel, em tese fundamentada em preceitos jurídicos, pela qual o crime é a negação do próprio ordenamento, de modo que a punição é a "negação da negação", que restabelece o equilíbrio. A pena é um remédio para curar aqueles que podem ser curados ou uma neutralização final para aqueles que não podem ser curador (eugenia). Lembra as ideias de Jakobs (Direito Penal do Inimigo ou Funcionalismo Radical)
Pena como medida de prevenção, retribuição e neutralização
A vertente relativa é centrada na ideia PREVENTIVA da pena, podendo se manifestar de forma geral (positiva ou negativa) ou especial (positiva ou negativa).
Prevenção Geral Negativa: serve para intimidar, causar medo – direcionada a sociedade
Prevenção Geral Positiva: confiança da sociedade no sistema criminal - entendimento que o sistema funciona – credibilidade
Prevenção Especial Negativa: tirar o indivíduo de circulação
Prevenção Especial Positiva: ressocializar o indivíduo
Teoria Absoluta: 
Para a vertente absoluta, a pena desponta como a retribuição estatal justa ao mal injusto provocado pelo condenado, sendo ela um instrumento de VINGANÇA do Estado em face do criminoso.
Teoria Relativa: 
A vertente relativa é centrada na ideia PREVENTIVA da pena, podendo se manifestar de forma geral (positiva ou negativa) ou especial (positiva ou negativa).
Prevenção Geral Negativa: serve para intimidar, causar medo – direcionada a sociedade
Prevenção Geral Positiva: confiança da sociedade no sistema criminal - entendimento que o sistema funciona – credibilidade
Prevenção Especial Negativa: tirar o indivíduo de circulação
Prevenção Especial Positiva: ressocializar o indivíduo
Teoria Unificadora, da união eclética, intermediária, conciliatória, mista ou unitária
Também chamada de teoria da união eclética, intermediária, conciliatória, mista ou unitária, na teoria unificadora a pena deve, simultaneamente, castigar o condenado pelo mal praticado e evitar a práticade novos crimes, tanto em relação ao criminoso como no tocante à sociedade. A pena assume um tríplice aspecto: RETRIBUIÇÃO, PREVENÇÃO GERAL E PREVENÇÃO ESPECIAL. Foi a teoria acolhida pelo art. 59, caput, do Código Penal, quando dispõe que a pena será estabelecida pelo juiz “conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.
Teoria Agnóstica ou negativa
A teoria agnóstica, também chamada de teoria negativa, coloca em destaque a descrença nas finalidades da pena e no poder punitivo do Estado, notadamente na ressocialização (prevenção especial positiva), a qual jamais pode ser efetivamente alcançada em nosso sistema penal. Essa teoria, portanto, sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a NEUTRALIZAÇÃO do condenado, especialmente quando a prisão acarreta em seu afastamento da sociedade. (ZAFFARONI)
Prevenção Especial Negativa: tirar o indivíduo de circulação
Resumo quanto a finalidade da pena de acordo com cada uma das escolas
1. Clássica, de Francesco Carrara, a pena “como forma de prevenção de novos crimes, defesa da sociedade: ‘punitur ne peccetur’. E necessidade ética, reequilíbrio do sistema: “punitur quia peccatum est”; (pena retributiva, de acordo com o mal causado; por prazo determinado)
2. Positiva, de Cesare Lombroso, a pena “na defesa social; objetiva a prevenção de crimes; deve ser indeterminada, adequando-se ao criminoso para corrigi-lo”; (pena de acordo com a periculosidade do indivíduo; por prazo indeterminado)
3. Terza Scuola Italiana, de Emanuele Carnevale, a pena amparada em “conceitos clássicos e positivistas”;
4. Humanista, de Vicenzo Lanza, a pena como “forma de educar o culpado. Pena e educação”;
5. Técnico-jurídica, de Vicenzo Manzini, pena “como meio de defesa contra a perigosidade do agente; tem por objetivo castigar o delinquente”;
6. Moderna Alemã, de Franz Von Lizst, a pena na qualidade “de instrumento de ordem e segurança social; função preventiva geral negativa (coação psicológica)”;
7. Correcionalista, de Karl David August Roeder, a pena para a “correção da vontade do criminoso e não retribuição a um mal, motivo pelo qual pode ser indeterminada”; e
8. Nova Defesa Social, de Filippo Gramatica, a pena em “reação da sociedade com objetivo de proteção do cidadão”.
Modelos de reação ao Crime
Existem várias formas de reagir ao delito e nem todas são necessariamente punitivas. Os estudiosos da criminologia apontam três modelos de resposta ao delito:
A. Dissuasório Clássico: 
Este modelo tem como pressuposto a luta implacável contra a criminalidade, fundamentando-se na pura aplicação da lei penal, isto é, combate-se o crime punindo de forma imediata o delinquente, evitando-se, por consequência, a reincidência. Também é um modelo onde a vítima é deixada de lado.
Nasceu na escola clássica, é baseada na Lei de Talião 
B. Ressocializador: 
Este modelo agrega o fator humanitário ao modelo dissuasório clássico. Assim, a pena deixa de ter um efeito exclusivamente dissuasório e incorpora uma finalidade ressocializadora, isto é, combate-se o crime não para punir o delinquente, mas para ressocializá-lo. Assim como o dissuasório clássico, também é um modelo que deixa a vítima de lado.
A participação coletiva nesse modelo é de suma importância, pois o modelo humanista procura preservar a dignidade do condenado.
C. Integrador ou Restaurador: 
Este modelo não se funda na lógica punitivista, mas sim na conciliação e mediação (justiça restaurativa). É um modelo que vista contemplar todos os interesses envolvidos no conflito para promoção da pacificação social. A solução deve ser encontrada internamente por meio dos próprios atores envolvidos. É um modelo que se preocupa com a vítima, buscando trazer um caráter reparador ao direito penal. Busca reparar, reeducar e reestabelecer
	Se atente nas assertivas abaixo:
ASSERTIVA: O cumprimento dos deveres legais por parte do apenado recluso constitui instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo restaurador: o real impacto do castigo aplicado ao indivíduo no caso concreto é capaz de aferir os diagnósticos e de proporcionar adequadas soluções para prevenir a reincidência
ERRADO: falou em restaurador, lembrar da composição civil, atenção à vítima. Logo, o cumprimento dos deveres por parte do preso, estabelecidos por meio de lei, constitui um instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo RESSOCIALIZADOR, e não restaurador (consensual ou integrador). O modelo restaurador tem a ideia de reparação dos danos entre os próprios envolvidos
ASSERTIVA: O modelo integrador baseia-se na ideia do criminoso racional, que, ao ponderar os malefícios do castigo pelo crime cometido, opta por respeitar a lei, especificamente diante da eficácia da lei e dos métodos de tratamento penitenciário.
ERRADA: o modelo dissuasório clássico, e não o integrador de reação ao delito, estabelece que a existência de leis que recrudescem o sistema penal faz com que previna a reincidência, uma vez que o infrator racional irá sopesar o castigo com o eventual proveito obtido. Por sua vez, o modelo integrador determina primordialmente que os envolvidos resolvam o conflito entre si, ainda que haja necessidade de inobservância das regras técnicas estatais de resolução da criminalidade, flexibilizando-se leis para se chegar ao consenso
ASSERTIVA: CESPE/CEBRASPE: (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil - Adaptada) A criminologia considera que o papel da vítima varia de acordo com o modelo de reação da sociedade ao crime. No modelo restaurativo, o foco é a participação dos envolvidos no conflito em atividades de reconciliação, nas quais a vítima tem um papel central.
CORRETO: a justiça restaurativa tem o fito de reestabelecer a relação entre todas as partes envolvidas nos atos. Desde o infrator até o meio social. Dessa forma, a participação da vítima tem grande relevância nesse modelo.
Ideologia da Defesa Social
Esteve presente na fase Clássica e Positivista: visa proteger a sociedade do criminoso (mais presente na escola positivista)
CONTEXTO: 
· Ideologia caracterizada por uma acepção abstrata e histórica da sociedade 
· Conflitos de classes - estrutura econômico-social 
· Relações de produção
· A pena é baseada muito mais na periculosidade do indivíduo que na gravidade do crime
Princípios da Ideologia da Defesa Social:
Legitimidade: instâncias oficiais do governo são legítimas para reprimir a criminalidade (legislação, polícia, poder judiciário, etc). Reprovam e condenam o comportamento desviante do indivíduo para reafirmar normas e valores sociais
Princípio do bem e do mal: o bem seria a sociedade e o mal seria o desvio criminal, delinquente.
Princípio da culpabilidade: delito é a expressão de uma atitude interior reprovável - escolha livre do indivíduo, logo é culpado.
Princípio da finalidade e da retribuição: a função da pena não é só RETRIBUIR, mas também PREVENIR o crime. Tem a função de criar uma justa e adequada pena contra motivação ao comportamento criminoso e também RESSOCIALIZAR o delinquente 
· Prevenção geral negativa: serve para intimidar, causar medo – direcionada a sociedade
· Prevenção geral positiva: confiança da sociedade no sistema criminal - entendimento que o sistema funciona – credibilidade
· Prevenção especial negativa: tirar o indivíduo de circulação
· Prevenção especial positiva: ressocializar o indivíduo
Princípio da igualdade: a criminalidade é a violação da lei que é igual para todos
Princípio do interesse social: toda a sociedade tem interesse e satisfação na punição do criminoso - interesse comum a todos delitos artificiais que violam certo arranjo econômico
Princípio do delito natural: o núcleo central dos conflitos definidos nas legislações penais das nações civilizadas representa violação de interesses fundamentais, comuns a todos os cidadãos
ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS
ESCOLA CLÁSSICA - LIVRE ARBÍTRIO E PACTO SOCIAL:
AUTORES: Carrara e Becária (livro dos delitos e das penas) – lembrar da sigla BC
Surgiu na Europa com o iluminismo (plano de fundo - liberdade, igualdadee fraternidade) 
CONTEXTO:
· Revolução francesa
· Individualização da pena
· Delito era um ente
· Rompe os ideais da idade média – tinha um viés mais moderado e humanístico
· Delito era uma infração ao pacto social
· Pena tem caráter retributivo - de acordo com a gravidade do delito
· Criminoso era aquele que optava pelo mal - rompia o livre arbítrio – era considerado um pecador
Para a Escola Clássica a responsabilidade criminal leva totalmente em conta a responsabilidade moral que é sustentada pelo livre modo de agir do delinquente. Além disso, a pena teria caráter retributivo e reforça a ideia de que o indivíduo seria julgado conforme a culpa moral com intenção de restabelecer a ordem social.
Na Escola Clássica ou pré-científica, os aspectos filosóficos, teológicos e dogmáticos eram fortemente amparados por “achismos” e a punição do infrator era baseada no livre-arbítrio.
Quais as características da Escola Clássica?
1.1) Crime: é um ente jurídico, ou seja, um comportamento pautado em normas;
1.2) Ciência penal: baseada na moral social e engessada pelo ordenamento jurídico;
1.3) Ius Naturalismo: o livre-arbítrio era amparado pela moral do indivíduo, ou seja, a própria natureza humana saberia diferenciar o certo ou errado, sem preocupações com o externo.
Cesare Beccaria era contra a pena de morte e contra a tortura.
	Escola Clássica: método lógico dedutivo – parte do abstrato para o fato – parte de premissas. 
Bizu: quem deduz supõe
Escola positivista: método indutivo – parte do fato para o abstrato
ESCOLA POSITIVISTA - ATAVISMO
Rompe com a Escola Clássica - Séc. XIX
AUTORES: Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garófalo - Lembre-se do trio LFG
CONTEXTO:
· Trouxe o fundo científico - dados estatísticos sobre a criminalidade
· Delito era fato humano e social
· Delinquente: espécie de doente – atavismo
· Pena era um instrumento de defesa social - não dependia da gravidade do delito e sim da pessoa do criminoso – caráter biológico
· A pena tinha função de prevenção especial negativa (o ser anormal, tinha que ser neutralizado e afastado da sociedade).
· Método: indutivo experimental (empírico)
OBS: enquanto os estudos da Escola Clássica baseavam-se na ação/conduta ou a questão do fato criminoso em si, a Escola Positiva se preocupa com o autor (baseava-se na periculosidade do autor e não na periculosidade do fato), por isso adotava-se a pena como forma de proteção à sociedade (defesa social e isolamento do criminoso)
Resumindo:
Escola Clássica: preocupação com o fato – rompimento do pacto social e livre arbítrio – pena como forma de retribuição
Escola Positiva: preocupação com o autor – sua periculosidade – pena como proteção social
OBS: O MODELO TEÓRICO DA OPÇÃO RACIONAL estuda o delito a partir da perspectiva do delinquente racional, um ser livre para tomar suas decisões e capaz de sopesar os custos e os benefícios que um delito eventualmente poderá lhe proporcionar
IMPORTANTE: 
O estudo criminológico estava alinhado às ideias dos autores Lombroso (biológico), Ferri (sociológico) e Garófalo (jurista). Nesta corrente o racionalismo e o empirismo foram determinantes para se diferenciar do período clássico.
Incialmente o pensamento predominante que trouxe fundo científico à criminologia foi a do determinismo biológico pertence à Lombroso, porém foi fortemente criticado. Em socorro à essa ideia, o autor Enrico Ferri adicionou (não abandonou) outros fenômenos para serem analisados (antropológico, físico e cultural).
Quais as características da Escola Positiva?
2.1) Crime: fato natural e humano que ocorria em toda e qualquer sociedade;
2.2) Ciência Penal: a pena é um instrumento de proteção social;
2.3) Determinismo: o indivíduo nasce com caráter criminoso (biológico) ou o meio o influencia para conduta delituosa.
- Com a obra “O homem delinquente”, Cesare Lombroso desencadeou uma base de estudos acerca do crime mais articulada e inteligível
- Para Lombroso, o crime NÃO é uma entidade jurídica, e sim um fenômeno biológico.
- Ferri defendia que a prevenção geral era mais eficaz que a repressão.
- Garófalo, defendia a ideia de deportação, chegando até aos meios de castração e eliminação (pena de morte). Também influenciado pelo darwinismo e pelo determinismo das teorias de Darwin e Spencer, estabeleceu certos princípios ao estudo criminológico de sua época, dentre eles, o sentido de delito natural, a prevenção especial como finalidade da pena, a periculosidade do agente delinquente e a punição em prol da teoria da Defesa Social, menosprezando possibilidades dos propósitos reabilitadores da pena.
Quais as principais concepções dos autores positivistas?
1) Cesare Lombroso: Adotou uma ideia biológica, onde acreditava na teoria do criminoso nato. Classificou os criminosos em: nato, louco, passional e ocasional.
2) Enrico Ferri: Adotou ideal sociológico e fatores coletivos. Classificou os criminosos em: nato, louco, passional, ocasional e habitual.
3) Rafael Garófalo: Trabalhou a criminologia em aspecto mais abrangente. Trata o crime como entidade jurídica natural, mas apontou que deve ser observado como um déficit moral. Classificou os criminosos em: natos, fortuito e deficitários moralmente.
(UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia - Adaptada). Nos marcos do pensamento criminológico positivista, Enrico Ferri, embora discípulo de Lombroso, abandonou a noção de criminalidade centrada em causas de ordem biológica, passando a considerar como centrais as causas ligadas à etiologia do crime, sendo estas: as individuais, as físicas e as sociais.
ERRADO: Ferri não abandonou toda a ideia lombrosiana, ele ampliou as causas ligadas à etiologia do crime. Dessa forma, o autor incluiu o fator habitual e sociológico ao perfil criminoso.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
A sociologia criminal, nas primeiras décadas do século XX, dividiu-se em MACROSSOCIOLOGIA e MICROSSOCIOLOGIA.
Macrossociologia: Sociologia que tem por objeto o estudo da sociedade globalmente, nas principais estruturas, tais como: econômicas, ideológicas etc.
Microssociologia: Um dos estudos de sociologia com tema de compreender relações entre atores sociais, posições e os papéis sociais que estes ocupam, simplificadamente a natureza das interações sociais humanas cotidianas
RESUMINDO: 
MACROSSOCIOLOGIA: objeto de estudo é sociedade.
MICROSSOCIOLOGIA: interação do indivíduo e da sociedade
As Teorias Sociológicas explicam como os fatores sociais podem influenciar no crime – vieram após a fase positivista – século XX:
Dividem-se em TEORIAS DO CONSENSO OU FUNCIONALISTAS e TEORIAS DO CONFLITO OU ARGUMENTATIVAS
LEMBRAR DO BIZU: “CASA” em consenso não entra “EM” em conflito
ASSERTIVAS CONSIDERADA ERRADAS
ASSERTIVA: As teorias conflituais partem da premissa de que o conflito expressa uma realidade patológica da sociedade sendo nocivo para ela na medida em que afeta o seu desenvolvimento e estabilidade.
ERRADA: na verdade, as teorias conflituais defendem de que o conflito é necessário, não nocivo. A harmonia social decorre da força e da coação, há uma relação entre dominantes e dominados.
ASSERTIVA: As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a orientações ideológicas e políticas progressistas. Essas teorias consideram que os objetivos da sociedade são atingidos quando as instituições funcionam e os indivíduos, que dividem os mesmos valores, concordam com as regras de convívio. 
O erro está só em políticas progressistas, as teorias do consenso NÃO SÃO PROGRESSITAS, elas são baseadas em manter o status quo, as coisas como estão, ou seja, são conservadoras. Progressistas são as teorias do conflito (Labelling ou crítica), uma vez que a principal crítica delas é exatamente o fato de as teorias do consenso rotularem como criminosas condutas que são praticadas necessariamente por pessoas que vivem à margem da sociedade.
1. TEORIAS DO CONSENSO OU FUNCIONALISTAS.
Sociedade tem pensamentos comuns direcionados a um norte, e quando um crime for cometido quebra esse estado, impedindo o perfeito funcionamento de suas instituições
A. Escola de Chicago, Teoria Espacial ouEcológica
Conhecida por Teoria Espacial e Ecológica 1915 - atribui a criminalidade à falta de controles informais. Desorganização social. Antropologia urbana. Várias sociedades dentro de uma sociedade. Superlotação urbana. Êxodo rural. Rompe as ciências biológicas, sendo a criminalidade produto da desordem social.
Nesse cenário, Ernest Burgess formulou a teoria das zonas concêntricas, estabelecendo um modelo de crescimento das cidades norte-americanas estruturado em círculos concêntricos, pelo qual as cidades tendem a se expandir a partir do seu centro, com a formação de zonas concêntricas.
A Escola de Chicago prioriza a ação preventiva à atuação estatal repressiva e originou teorias como Janelas Quebradas e Tolerância Zero, implementadas com base no Direito Penal Máximo e originárias do pensamento de Neorretribucionismo Penal ou Realismo de Direita.
B. Teoria da Associação Diferencial – colarinho branco
A Teoria da Associação Diferencial tem como representante o americano Edwin Sutherland (1883-1950). Para esta teoria, o comportamento criminoso é resultado de um aprendizado por parte do indivíduo sobre aquela conduta criminosa. Qualquer padrão de comportamento pode ser aprendido, seja ele virtuoso ou criminoso, e será assimilado de acordo com o contato que o indivíduo tem com esse comportamento.
Os valores dominantes no grupo com os quais o indivíduo se relaciona é que vão “ensinar” o delito. Assim, o comportamento criminoso é aprendido, não podendo ser definido como produto de uma predisposição biológica ou atribuído somente às pessoas de classes menos favorecidas.
Ao contrário do que sustenta a Escola de Chicago, referida Teoria defende que o crime não é subproduto social, mas sim um processo de aprendizagem ativa (interação social), e traz como fato, os crimes de colarinho branco, quebrando o paradigma que o crime deriva exclusivamente da desorganização social e das classes menos favorecidas.
Contexto da Teoria da Associação Diferencial - após a 1° guerra mundial - crescimento econômico - aumento da corrupção administrativa e escândalos financeiros - Estado censura a pesquisa. Resultado: Crimes de colarinho branco
Crimes de colarinho branco - crítica à escola de Chicago - comportamento desviante aprendido por associação. O comportamento criminoso não é exclusivo dos meios sociais desorganizados e menos desfavorecidos.
Requisitos:
Status do autor
Conexão com a profissão
Conclusão da teoria:
Comportamento não é herdado, mas sim aprendido. Aprendizagem com interação.
Demais críticas às outras teorias:
- Estudos focados somente nas classes sociais inferiores
- Associação diferencial mostrou que ricos cometem crimes tanto quanto os pobres
- Existência de um tratamento criminal distinto entre crime comum e colarinho branco
- Existência do efeito cascata - ex: se uma empresa sonega impostos terá mais vantagens que outras e desbalanceará a concorrência, fazendo com que outras usem do mesmo artifício para equalizar a competitividade novamente.
Tratamentos diferenciados:
Influência política/econômica/jurídica
Mídia: impulsiona a seletividade penal - caráter atécnico - gera insegurança na sociedade com suas notícias.
C. Teoria da Anomia ou Estrutural Funcionalista:
Esta teoria menospreza o componente biopsicopatológico no diagnóstico do problema criminal. Afasta as concepções estritamente clinicas do fenômeno delitivo. Pois para seus autores, o crime é um fenômeno natural e normal dentro de uma estrutura social. Somente quando fora dos limites é que se torna prejudicial 
Existem dois desdobramentos desta teoria para dois diferentes autores
Para Merthon: na sociedade existem metas culturais – tais metas se alcançam pelos meios sociais - neste caso o criminoso não aceita os meios sociais que lhe são impostos ou mesmo que lhe é privado, e para alcançar essas metas começa a delinquir - se contrapões ao crime como patologia
Adaptações dos indivíduos
- Conformista: Adesão aos meios e as metas culturais. Indivíduos ideal
- Inovação*: aceita os fins, mas não os meios - busca alterar os meios para buscar os fins culturais almejados. É o indivíduo desviado, Criminoso
- Renúncia: abre mão das metas e dos meios culturais
- Ritualista: renuncia aos fins culturais por achar incapaz de consegui-los, mas respeita quem consegue
- Rebelião: proposta de novos meios e metas culturais
Para Emile Durkheim -Teoria Estrutural Social:  
- Enfraquecimento das normas (não sua ausência). Estado de anomia (colapso nas estruturas sociais e culturais)
- Crime é natural e faz parte da sociedade, e a sua existência serve para informar que algo na sociedade não está certo
- Crime em certos aspectos evolui a sociedade
OBS: O plano funcionalista é o centro da teoria da anomia decorrem de Robert King Merton, com o apoio da doutrina de E. Durkheim (O suicídio)
	FOI CONSIDERADO CORRETO: criminalidade eclode no colapso entre a estrutura social e a estrutura cultural, ou seja, enquanto os objetivos e as capacidades culturais determinam que as pessoas busquem os mesmos fins por meios legítimos, a conjuntura social divide desigualmente as oportunidades, impossibilitando que o cidadãos se orientem para alcançar os interesses, valores, propósitos ou fins estabelecidos aos membros da sociedade, fomentando a prática de condutas contrárias ao ordenamento jurídico. (Teoria da Anomia, desdobramento de Merthon)
ASSERTIVA: A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi desenvolvida por: 
a) Howard Becker. 
►b) Robert Merton. 
c) Edwin Sutherland. 
d) John Rockefeller. 
e) Albert Cohen.
COMPLEMENTAÇÃO: 
O que trata especificamente a teoria da anomia?
A palavra anomia significa literalmente ausência de lei, ou seja, essa teoria do consenso remete a compreensão de uma sociedade sem normas.
Quais pontos mais importantes a serem observados a partir do conceito de anomia?
1) Metas Culturais: São os objetivos que a maioria das pessoas visam alcançar. (Status social, o poder, a riqueza, etc).
2) Meios Institucionalizados: São os meios legais e legítimos que direcionam o alcance das metas sociais. (Escola, trabalho, investimentos, etc.).
Neste passo, Merton definiu que o comportamento que se desvia dos enlaces culturais e institucionalizados pode ser considerado criminoso. Pois, viola os valores comuns da vida em sociedade.
Crime e pena são discutidos nessa Teoria?
Sim. Crime é qualquer comportamento que seja capaz de violar o consciente coletivo. A pena é o instrumento de defesa do coletivo a fim de preservar a sociedade e reprimir a conduta criminosa
D. Teoria da Subcultura Delinquente:
Teorias da Subcultura Delinquente - Desenvolvida por Wolfgang e Ferracuti (1967), explica que algumas condutas só são consideradas criminosas porque não se amoldam às condutas da sociedade dominante, não são compatíveis entre si, são comportamentos produzidas dentro das subculturas, como a Pichação, por exemplo. Muitas vezes seus integrantes preferem romper as normas da sociedade geral do que comas normas da sua subcultura
- Exemplo clássico das gangues. Buscam seguir os comportamentos dos seus integrantes, pouco importando se estão infringindo a lei
- Caracteriza-se por 3 fatores:
1. Não utilitarismo: ausência de motivador racional
2. Malícia da conduta: prazer em prejudicar o outro
3. Negativismo da conduta: oposição aos padrões da sociedade
ALGUMAS ASSERTIVAS CONSIDERADAS CORRETAS SOBRE O TEMA:
As teorias ecológicas (Chicago ou Ecológica) partem da premissa de que a cidade produz delinquência, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio social inerentes aos modernos núcleos urbanos.
As teorias subculturais (Subcultura Delinquente) sustentam a existência de uma sociedade pluralista com diversos sistemas de valores divergentes em torno dos quais se organizam outros tantos grupos desviados.
As teorias estrutural-funcionalistas (Anomia) consideram a normalidade e a funcionalidade do crime na ordem social, menosprezando o componente biopsicopatológico no diagnóstico do problema criminal.
As teorias de aprendizagem social (Associação Diferencial)sustentam que o comportamento delituoso se aprende do mesmo modo que o indivíduo aprende também outras atividades lícitas em sua interação com pessoas e grupos
2. TEORIAS DO CONFLITO OU ARGUMENTATIVAS
Década de 60 – para essa teoria não há na sociedade um senso comum na sociedade. Os objetivos são impostos pela classe dominante sobre uma classe dominada - início da guerra fria (ideias socialistas). Por isso a ideia de conflito. São duas sociedades com ideais diferentes
Teoria do Etiquetamento, do Labelling Aprouch ou do Interacionismo Simbólico:
Também conhecida como interacionismo simbólico, parte do paradigma da reação social ou controle social. Diferentemente das outras teorias, seu enfoque é MICROSSICIOLÓGICO (estuda a interação do indivíduo com o meio ambiente e com as pessoas próximas a ele) Não está preocupada em explicar o porquê de as pessoas cometerem crimes, mas sim porque ela é considerada criminosa, ou seja, o porquê daquele comportamento ser considerado criminoso. Ignora os fatores que levaram aquela pessoa a delinquir. Entende que essa atribuição de que alguém é criminoso é resultado de um etiquetamento social, ou seja, a sociedade é quem rotula o indivíduo como criminoso e, de acordo com isso ele passa a agir como se assim fosse de fato.
Howard Becker é expoente da Teoria do Etiquetamento ou do Labelling Approach
A Teoria do Labelling Aprouch explica o processo de estigmatização realizado pelo sistema de encarceramento penal. A rotulação advém tanto das instâncias formais de controle, quanto dos sistemas de controle informal, sendo verificada, por exemplo, na definição de “ovelha negra da família” ou “estudante difícil”. Argumenta que os indivíduos rotulados acabam assumindo o papel imposto pela sociedade, aceitando o rótulo de “criminoso” e passando finalmente a se comportar como tal de forma constante.
OBS.: NÃO CONFUNDIR com o termo MICROCRIMONOLOGIA é sinônimo de criminologia clínica: destina-se ao estudo dos casos particulares com o fim de estabelecer diagnósticos e prognósticos de tratamento, numa analogia entre delinquência e doença, ou seja, o aspecto biopsíquico da criminologia que ao lado das outras duas facetas, ou seja, a criminologia ecológico-social (criminologia sociológica ou macrocriminologia) e a jurídica formam a síntese criminológica.
- MACROSSOCIOLOGIA não estuda quem é o criminoso, mas o funcionamento da sociedade por si só.
- MICROSSICIOLÓGICO: estuda a interação do indivíduo com o meio ambiente e com as pessoas próximas a ele
De acordo com Zaffaroni: a diferença entre um homem e um criminoso está no rótulo que lhe é dado: cada um de nós se torna aquilo que os outros veem em nós.
Referida Teoria está atrelada a ideia de Criminalização primária e secundária:
Criminalização primária: criminalização de condutas (cria o crime)
Criminalização Secundária: prática da conduta criminosa por algum indivíduo (cometimento do crime)
A seletividade estigmatizante é a lógica da estrutural do funcionamento do sistema penal e policial
Não confundir CRIMINALIZAÇÃO com DESVIO primário e secundário
ASSERTIVA: De acordo com o interacionismo simbólico, ou simplesmente interacionismo, cuja perspectiva é macrossociológica, deve-se indagar como se define o criminoso, e não quem é o criminoso.
ERRADO:  segundo o argumento da banca, trata-se do enfoque conhecido como microssociológico. No mais, está correta, a Criminologia Interacionista ou Labelling Approach não é voltada ao crime e ao delinquente. Nela não se indaga o porquê de a pessoa tornar-se criminosa, mas sim o porquê a sociedade a rotula como delinquente, e quais são as consequências punitivas a elas
- MACROSSOCIOLOGIA não estuda quem é o criminoso, mas o funcionamento da sociedade por si só.
- MICROSSICIOLÓGICO: estuda a interação do indivíduo com o meio ambiente e com as pessoas próximas a ele
ASSERTIVA: A Teoria do Etiquetamento ou do labelling approach inspirou no Direito Penal Brasileiro a instituição: 
RESPOSTA: da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. O reconhecimento, aportado pela teoria do labelling approach, de que as instâncias de controle social formal são estigmatizantes e criminógenas, levou à criação de modelos de juizados em que os procedimentos são mais céleres e em que se buscam penas alternativas, medidas que foram positivadas com a Lei n. 9.099/1995, Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
ASSERTIVA: Para a Teoria do Etiquetamento os indivíduos rotulados nunca assumem o papel imposto pela sociedade, entrando em conflito constante com o sistema.
ERRADO: A Teoria do Etiquetamento argumenta que os indivíduos rotulados acabam assumindo o papel imposto pela sociedade, aceitando o rótulo de “criminoso” e passando finalmente a se comportar como tal de forma constante.
Teoria Crítica:
Vem do Marxismo. Classe dominante criminaliza condutas da classe dominada - criminalização primária. Quando o crime é praticado estamos diante da criminalização secundária.
Não se preocupa em questionar os motivadores do delito ou porquê da conduta desviante. Se preocupa em questionar a necessidade de tipificar condutas como criminosas. Atribuí que muitos crimes, nada mais são a vontade das classes dominantes
3. OUTRAS TEORIAS
Teoria da identificação diferencial
Constitui variante ou submodelo da teoria da aprendizagem social. Segundo essa construção teórica, a criminalidade, a exemplo de qualquer outro modelo de comportamento humano, é aprendida conforme as convivências específicas às quais o sujeito se expõe em seu ambiente social e profissional. A aprendizagem da conduta delitiva ocorre pela da identificação e não pela via da comunicação ou interação pessoal. Nesse sentido, uma pessoa inicia ou segue uma carreira criminal na medida em que se identifica com figuras/personagens que, em razão de certa empatia, façam-na sentir que sua conduta delitiva parece ser aceitável. Para os teóricos que seguem essa linha em referência, a identificação dos indivíduos – geralmente os mais jovens - com delinquentes, ocorre, possivelmente, por meio de uma exposição daqueles a grupos de referência que podem ser primários – família e amigos – como, também, grupos referenciais mais afastados, com os quais pode se identificar. Um exemplo de grupo referencial mais distante seriam os integrados por delinquentes que habitam de modo constante os mass media, como o rádio e a televisão.
Resumindo: processo de identificação, em que o indivíduo imita uma conduta delitiva, após se identificar com personagens violentos da ficção
DISCURSOS PUNITIVOS
Movimento da Lei e Ordem
Maior atuação policial visando à diminuição da criminalidade, seja de crimes de repercussão, ou de pequenas infrações, todas combatidas com o mesmo rigor
Tolerância Zero:
Implementada nas décadas de 80 e 90, na cidade de NY – George Kelling, um dos percursores da Teoria das Janelas Quebradas exerceu a função de consultor do Dep. de trânsito de NY em 1895. Posteriormente o então comissário de Polícia de NY, Willian Bratton, delineou a Teoria da “Zero Tolerance”
Teoria das Janelas Quebradas: 
A teoria das janelas quebradas está centrada na ideia de que, “quando se quebra a janela de uma casa e nada se faz, implicitamente a autoridades pública estimulam a destruição do imóvel como um todo”. Por isso, a teoria pregava que “as pequenas desordens às quais não se presta atenção seriam o começo de problemas muito mais sérios de convivência”. Por conseguinte, o controle social sobre esses pequenos delitos – que foram por Wilson e Kelling intitulados de “incivilidades” – seria a melhor forma de inibir e prevenir delitos mais grave. A sua essência era de uma política criminal preventiva, que provocaria um intenso controle das atividades que favorecessem a delinquência, propiciando uma política de “TOLERÂNCIA ZERO” com a criminalidade, de sorte que até mesmo os pequenos delitos deveriam ser punidos de forma exemplar, de modo a desestimular o cometimento de ilícitos mais graves.
ASSERTIVA: A política de repressão implementada nos anos 90 pelo então Prefeito de Nova York,Rudolph Giuliani, orientada pelo chamado “movimento da lei e da ordem”, é criticada porque resultou no aumento da violência policial e não obteve redução dos índices de criminalidade.
ERRADO: por um lado, realmente diminuíram os furtos, roubos e pequenos delitos, ou seja, a criminalidade aparente teve uma incrível queda, entretanto a violência policial e a seleção criminalizante aumentaram e os white collar crimes, descritos por Sutherland, continuaram com a sua mesma incidência e baixa punição na sociedade norte americana.
DIREITO PENAL DO INIMIGO OU FUNCIONALISMO RADICAL/SISTÊMICO – GUNTER JAKOBS
Categoria de criminosos:
Status de cidadão: tem direito ao julgamento dentro do ordenamento jurídico estabelecido e a votar a ajustar-se à sociedade
Chamados de inimigos: tratados de maneira diferenciada
Sistema autopoiético, ou seja, aquele que se retroalimenta de suas próprias normas (cria o crime e pune o crime). Sistema fechado. A função do direito penal era validar as normas
Para o funcionalismo radical, o fim do Direito Penal é de garantia de suas normas, não está preocupado na diminuição ou não da criminalidade. 
Pilares básicos
Antecipação da punição do inimigo
· Desproporcionalidade das penas, reativação ou supressão de determinadas garantias
· Criação de leis severas direcionada à indivíduos dessa específica engenharia de controle social
POLÍTICA CRIMINAL ATUARIAL
O termo está relacionado à atuária, à ciência que se dedica à aplicação dos cálculos matemáticos às operações financeiras, especialmente para avaliar seguros. Política Criminal baseada em estudos científicos relacionada, toma por base números
Finalidade da pena:
· 1970 EUA – abandonam a ressocialização – prevenção especial positiva, pois gera muito custo e pouco resultado
Foco na prevenção especial negativa: 
· Neutralização do criminoso – tira-lo do convívio social
· Prender para prender, nada mais
· Deixar de prender muito, para prender menos e melhor
· Prender menos e prender melhor
Incapacitação seletiva: 
De acordo com os estudos, certos criminosos representavam cerca de 20% das causas e 80% dos efeitos, enquanto outros representavam 80% das causas e 20% dos efeitos, ou seja, uma quantidade pequena de determinados criminosos causavam muitos crimes e uma quantidade enorme de determinados criminosos causavam poucos crimes. 
Estudo da época: 
Mais da metade dos atos infracionais são cometidos por cerca de 6% dos adolescentes
Fatores de previsão criminosa de 8-10 anos – tendência criminosa
· Comportamento antissocial
· Hiperatividade e déficit de atenção
· Baixo rendimento escolar 
· Contato próximo com criminosos
· Pobreza 
· Disciplina ineficiente ou autoritária
A partir da existência desses fatores em determinado indivíduo, o sistema passava a dar atenção a ele, pois era um potencial criminoso, o que de fato gerava uma seletividade e estigmatização.
A crítica a esta teoria, reside no fato de que ela na verdade, além de também seletiva e estigmatizante, é uma forma de validação do etiquetamento e ressuscita o direito penal do inimigo, pois ao focar no indivíduo isoladamente, acaba tratando-o como inimigo do estado por aquilo que ele é, e não pelo que ele fez (o sujeito não é punido pelo que ele fez, mas pelo perfil de risco que lhe é assegurado) – lembra o positivismo
ABOLICIONISMO E DIREITO PENAL MÍNIMO
ABOLICIONISMO: 
Defende o fim das prisões e abolir o próprio Direito Penal, que pode ser substituído pelo diálogo, entendimento e solidariedade. Direito penal só serve para destacar as desigualdades sociais
Os abolicionistas têm como força matriz a deslegitimação do sistema penal. Eles não acreditam no sistema como um todo, tendo como resultado prático a busca pela sua abolição. Para eles o sistema penal mais piora, que resolve a situação, não há solução para a crise do sistema penal, já que sequer deve haver sistema penal, visto que o mesmo não possui legitimidade.
OBS: EUGENIO RAÚL ZAFFARONI NÃO é um abolicionista. Ele apenas entende que o direito penal é o mecanismo de controle social mais danoso e, portanto, deve ser utilizado apenas como última ratio. Também defende uma teoria agnóstica da pena, como se esta não tivesse uma função específica, mas sendo uma forma de controle social inevitável. Acredita que o sistema penal poderia ser substituído por outras formas alternativas de controle social, como, por exemplo, a reparação e a conciliação
Para, Michel Foucalt, “O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame" (FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir).
DIREITO PENAL MÍNIMO: 
Nasceu na década de 70 e tem forte relação com o movimento iluminista. Defende a redução (não abolição) drástica do direito penal, pois entende que ele na atual situação que se encontra, apenas legitima interesse das minorias
OBS: GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR (Douglas Fisher). É hiperbólico porque é aplicado de uma forma ampliada, desproporcional e é monocular porque só enxerga os direitos fundamentais do réu (só um lado do processo).
Contrapõe-se ao GARANTISMO PENAL INTEGRAL, que visa resguardar os direitos fundamentais não só dos réus, mas também das vítimas. O garantismo integral NÃO pertence a Ferrajoli. É, na verdade, um desdobramento da sua teoria, que tem como objetivo combater o garantismo hiperbólico monocular.
SISTEMAS DE JUSTIÇA CRIMINAL
Imparcialidade e neutralidade:
· Imparcialidade: não deve ter qualquer interesse em relação às partes, pautando-se, sempre, em atitude omissiva em relação àquelas, preocupando-se, somente, com a efetivação da justiça no caso concreto
· Neutralidade: se fecha a qualquer influência ideológica e subjetiva. É aquele que, ao julgar, se mostra indiferente, insensível.
A seletividade do sistema peal significa que a criminalização é desigualmente distribuída entre os vários grupos e classes sociais, apesar de as condutas legalmente definidas como crime ocorrer em todos eles. Percebe-se que a lei não é igual muito menos tem caráter geral para todos, resultando a desiguale no momento da seleção dos criminosos pela polícia Ministério Público e justiça – ideia de seletividade
Influência das decisões: 
· O clamor público, tão usado para fundamentar a prisão preventiva, acaba confundindo-se com a opinião pública, ou melhor, com a opinião publicada (Aury Lopes Jr.)
Consequências da política encarceradora dos sistemas de controle social
· Aumento da população carcerária
· Aumento do gasto público
· Produção e aperfeiçoamento dos criminosos
ASSERTIVAS CONSIDERADAS CORRETAS
A Política Criminal pode ser conceituada como o conjunto de estratégias para a intervenção na prevenção da criminalidade e aperfeiçoamento das leis penais.
A Criminologia fornece substrato científico à Política Criminal, nas palavras de Eduardo Viana "a política criminal sem a Criminologia é uma ciência cega, e a Criminologia sem a política criminal é uma ciência sem pernas".
TEMAS ESPECIAIS
TEORIA PSICANALÍTICA
Visa acabar com a visão dicotômica entre homem honesto/normal e homem criminoso/anormal. Pois para a teoria, todo e qualquer homem é passível de cometer crimes - quebra a ideia de Lombroso do ser atávico
Os três níveis de personalidade do indivíduo (Freud)
1. Id: personalidade profunda ligada ao prazer - desejo, impulso, presente no inconsciente
2. Superego:  limite do id, faz parte da consciência
3. Ego: personalidade intermediária - equilíbrio (aborda o consciente e o inconsciente) 
PRINCÍPIOS DA TEORIA PSICANALÍTICA
Teorias fundamentais
1. O homem por natureza é antissocial: 
2. O crime é consequência da domesticação sem êxito de um animal selvagem
2. A personalidade é moldada durante a infância, ou seja, essa fase é fundamental para um futuro comportamento conforme ou desviado
Crime por sentimento de culpa
Complexo de édipo - vontade de ser punido - negação ao direito penal e a culpabilidade
Sociedade punitiva:
Necessidade inconsciente da punição da sociedade (sentimento contagiante- tem vontade de fazer justiça por si)
Conclusão da teoria psicanalítica:
- As atividades delituosas não são patologias
- Críticas aos princípios da culpabilidade e da legitimidade
- Criminoso não deve ser punido, mas tratado.
- Teoria sociológica:
A Teoria dos Instintos se baseia na psicanálise Freudiana para explicar o comportamento criminoso como resultado do sentimento de culpa internalizado
A Teoria da neutralização se baseia na ideia de autojustificativa do criminoso, que busca explicar seu comportamento indevido por meio de um procedimento racional de atribuição de culpa ao outro
POLÍTICA CRIMINAL DE DROGAS
Brasil – focado no encarceramento
· Eixo principal normativo é o encarceramento
· Avanços da Lei 11.343 – despenalizou o porte de drogas para uso
· Porém não trouxe critério para diferenciar o traficante do usuário – subjetividade
· Observar os conceitos: liberação (nenhum país fez isso, é o ato de tornar o consumo, compra e venda livre) – legalizar (tornar legal o porte, uso, compra e venda, porém com critérios) e regulamentar (anda junto com a legalização) e despenalizar (extinção da pena privativa de liberdade).
· Atuação seletiva do sistema penal – criminalização da pobreza
· A política repressiva do combate às drogas causa o encarceramento em massa
MÍDIA E CRIMINALIDADE
Sistema Panóptico
Termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados
· Trazido posteriormente por Focault em seu livro
· Vigiar e influenciar toda a população
· Segregava os socialmente indesejados para vigiá-los e discipliná-los (seletividade). Atualmente ocorre o contrário. Vigia-se para posteriormente segregar
Princípios da mídia em relação à Justiça – Nilo Batista
· Verdade originária: difusão de uma matéria em vários canais midiáticos (efeito em massa). Se a informação for inverídica, o dano causado pode ser muito grande
· Progressividade: violência continuada vende mais que a violência episódica/esporádica
· Plus da violência impune: violência punida não tem grande relevância, então sempre buscam enfatizar os casos de violência impune
· Manipulação estatística: ignora-se muitas vezes a tecnicidade e passa-se a utilizar termos abrangente como (maioria, muitos, grande parte), gerando uma ideia caótica de sociedade
· Ineficiência do Estado: criticar é sempre melhor que exaltar
· Culto ao Terror: quanto mais terror, mais espaço ganha na mídia
· Estereótipo Criminal: a criminalidade se concentra em um determinado segmento social e racial – seletividade e estigmatização. A mídia costuma taxar, rotular como criminoso, pessoas de determinado meio social. Tratam de maneira diferente em suas manchetes. Ex: “empresários são investigados”. Doutro lado: “traficante é preso com drogas”
CIFRAS DA CRIMINALIDADE
Cifra negra ou oculta: ausência de registro do crime perante às autoridades ou agências do controle social formal Espécies. Diferença entre a criminalidade real e a revelada
Cifra cinza: crime comunicado pela vítima, mas a persecução penal não prosseguiu por desistência da vítima; ocorrências policiais que são registradas nos órgãos públicos competentes, contudo acabam se “resolvendo” nas próprias delegacias de polícia, não chegando ao poder judiciário e não havendo a efetiva punição do autor do crime.
Cifra dourada: crimes praticados pela elite (colarinho branco), criado por Sutherland, não reportados às instâncias do controle social formal;
Cifra azul: crimes praticados por pessoas com condições sociais inferiores. Pessoas pobres. Oposto da cifra dourada
Cinza amarela: crimes praticados pelo abuso de autoridade e não reportados às instâncias do controle social formal; e
Cinza verde: crimes praticados contra o meio ambiente e não reportados às instâncias do controle social formal
Cifra rosa – são essencialmente os crimes de caráter homofóbico que não chegam ao conhecimento do Estado;
Cifras de rua – crimes praticados pelas classes menos favorecidas da sociedade, em geral crimes contra o patrimônio, como roubos, furtos.

Outros materiais