Buscar

MANEJO DO HIV NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MANEJO DO HIV NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
• A reação brasileira À epidemia de HIV/aids teve três ações que se destacaram mundialmente, sendo elas: 
o A oferta universal e gratuita de Terapia Antirretroviral (TARV) a todos os usuários do SUS que 
preencham os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. 
o O licenciamento compulsório, em 2007, das patentes de medicamentos antirretrovirais, fazendo com 
que o Brasil liderasse o mundo. 
o As ações de prevenção desempenhadas ao longo das últimas décadas, com destaque para a 
massificação da testagem na rede de saúde do SUS. 
• Perfil estabilizado na população geral. 
• Descentralização das ações de prevenção para a Atenção Básica, possibilitando maior cobertura e 
acessibilidade dos usuários do SUS à prevenção ao HIV. 
 
HISTÓRIA NATURAL E DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV 
• O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é um vírus da família dos retrovírus, identificado em 1984 por 
pesquisadores do Instituto Pasteur na França. 
• A aids, ou SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida), foi reconhecida inicialmente em 1981, quando 
ocorreram, em cidades dos EUA, os primeiros casos de pneumocistose e sarcoma de Kaposi em homens 
que fazem sexo com homens previamente hígidos. 
• Acredita-se que o HIV teve origem no continente africano, a partir de um vírus semelhante que infecta 
outros primatas. 
• Existem dois tipos de HIV: HIV-1 e HIV-2, que mostram semelhança de 40 a 60% de seus aminoácidos. 
• No Brasil, a maioria dos casos notificados são de infecção por HIV-1, mas já existem relatos de casos 
isolados de infecção por HIV-2 na região sudeste. 
• Ambos infectam células do sistema imunológico, como linfócitos CD4+ e macrófagos, causando sua morte 
e levando o indivíduo a um quadro de imunodeficiência, deixando-o susceptível a infecções oportunistas. 
• Os processos inflamatórios ou infecciosos, como todas as demais ISTs e infecções do trato genital inferior 
levando à formação de microfissuras promovem maior risco de aquisição ou transmissão do HIV. 
• Em relação à transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gestação), sabe-se que pode ocorrer 
durante a gravidez, no parto e na amamentação. 
• Com as medidas atualmente disponíveis, se instituídas no tempo adequado, o risco de transmissão pode se 
aproximar de zero. Por isso é tão importante realizar o teste rápido para HIV já na primeira consulta de 
pré-natal, durante o seguimento da gestante, bem como na maternidade, no momento do parto. 
• O diagnóstico da infecção pelo HIV, quando feito no início da gestação, possibilita os melhores resultados 
relacionados ao controle da infecção materna e, consequentemente, os melhores resultados de profilaxia 
da transmissão vertical desse vírus. Por esse motivo, o teste anti-HIV deve ser oferecido a todas as 
gestantes tão logo se inicie o pré-natal. A adesão à testagem, entretanto, deve ser sempre voluntária e 
confidencial. 
RESULTADO POSITIVO 
• O impacto do resultado positivo costuma ser intenso, tanto para a gestante quanto para o profissional. 
• É fundamental que o profissional esteja preparado para oferecer apoio emocional, respeitando o tempo da 
gestante, bem como a reação ao resultado. Informações sobre o significado do resultado, as possibilidades 
de tratamento para a gestante e a possibilidade de evitar a infecção de seu bebê, encaminhamentos 
necessários e discussão sobre as medidas de prevenção a serem adotadas, devem ser oferecidas e abordadas 
de acordo com a condição emocional das gestantes, assim como seu grau de escolaridade. 
• As Unidades Básicas de Saúde (UBS) com profissionais capacitados e com experiência no seguimento de 
pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) podem monitorar a gestante até que seja necessário iniciar TARV. 
• É importante manter o acompanhamento conjunto entre UBS e a Unidade de Referência para apoio 
psicossocial, acesso a insumos de prevenção, melhora da adesão, reconhecimento precoce de eventos 
adversos à TARV, acesso aos antirretrovirais facilitado e acompanhamento clínico-obstétrico, formando 
uma rede integral de atenção à saúde. 
• A infecção pelo HIV cursa com um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a 
fase avançada da doença. 
• Em indivíduos não tratados, o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da aids pode variar de três 
a dez ano, a depender de fatores como carga viral do HIV e presença de coinfecções, entre outros. 
• Caso a primeira testagem resulte positiva, realiza-se o aconselhamento pós-teste, orientando a gestante 
sobre a importância de usar antirretrovirais para prevenir a transmissão vertical e de evitar a amamentação, 
além de efetuar-se a notificação de caso de gestante com HIV. 
INFECÇÃO AGUDA PELO HIV – SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA (SRA) 
• A Síndrome Retroviral Aguda (SRA) ocorre nas primeiras semanas da infecção, quando o vírus está se 
replicando intensivamente nos tecidos linfoides. Durante essa fase, tem-se uma carga viral do HIV elevada 
e níveis decrescentes de linfócitos, em especial os linfócitos TCD4+, uma vez que estes são recrutados 
para a replicação viral. 
• O indivíduo, nesse período, torna-se altamente infectante. 
• Os principais achados clínicos de SRA incluem febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema e 
mialgia. 
• Podem ocorrer ainda: esplenomegalia, anorexia e depressão. 
• Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem estar presentes. 
• Cefaleia e dor ocular são as manifestações neurológicas mais comuns, mas pode ocorrer raramente quadro 
de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de 
Guillan-Barré. 
• A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro semanas. 
• A positividade da sorologia para HIV pode variar bastante nessa fase, dependendo do ensaio utilizado. Em 
média, a janela diagnóstica dos imunoensaios de quarta geração é de aproximadamente 15 dias. 
• É muito importante que o médico, diante de um quadro viral agudo, considere a infecção aguda pelo HIV 
entre os diagnósticos possíveis e investigue potenciais fontes de exposição ao vírus. 
LATÊNCIA CLÍNICA E FASE SINTOMÁTICA 
• Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela linfadenopatia, que pode 
persistir após a infecção aguda. 
• Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado comum, embora 
sem repercussão clínica na maioria dos casos. Anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves 
podem estar presentes. 
• Enquanto a contagem de LT- CD4+ permanecer acima de 350 céls/mm3, os episódios infecciosos mais 
frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções respiratórios ou mesmo a tuberculose. 
• Diminuição na contagem de LT-CD4+, situada entre 200 e 300 céls/mm3 – sintomas constitucionais (febre 
baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, 
infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a Leucoplasia oral pilosa, 
tornam-se mais frequentes, além do herpes-zoster. 
 
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 
• Neste estágio da infecção pelo HIV, ocorre o surgimento de infecções oportunistas e algumas neoplasias. 
• Entre as infecções oportunistas, as mais importantes são pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose 
pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. As neoplasias 
mais comuns são sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres 
jovens. 
• A contagem de LT-CD4+ situa-se abaixo de 200 céls/mm3. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA INFECÇÃO PELO HIV 
• Oferecer a testagem para o HIV e outras IST durante avaliações de rotina, mesmo na ausência de sintomas, 
em especial à população jovem, permite construir um vínculo maior entre profissional e paciente e 
diagnosticar precocementea infecção, instituindo-se, assim, os benefícios do tratamento e melhorando o 
prognóstico e qualidade de vida do usuário e de suas parcerias. 
ABORDAGEM INICIAL DO PACIENTE INFECTADO PELO HIV E TRATAMENTO 
ANTIRRETROVIRAL 
• Acolhimento e avaliação inicial → anamnese → exame físico geral e específico → exames 
complementares → exames de CD4 e carga viral (a quantificação do vírus HIV na corrente sanguínea, ou 
carga viral (CV), é utilizada para monitoramento da resposta ao tratamento antirretroviral e detecção 
precoce da falha virológica. 
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV) 
• Diminuir a morbidade e a mortalidade das PVHIV, melhorando a qualidade e a expectativa de vida, e não 
erradicar a infecção pelo HIV. Seu foco principal sempre foi a redução de risco de infecções oportunistas, 
evolução para aids e óbito. 
• A TARV poderá ser iniciada desde que a pessoa que vive com HIV seja esclarecida sobre os seus 
benefícios e riscos, além de estar fortemente motivada e preparada para o tratamento, respeitando-se a 
autonomia do indivíduo. Em nenhuma situação deverá haver qualquer tipo de coerção para início da 
TARV. 
• A terapia inicial deve sempre incluir combinações dos três antirretrovirais, sendo dois ITRN (inibidores 
da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos ou nucleotídeos) associados a uma outra classe de 
antirretrovirais, como ITRNN (inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos), IP/r 
(inibidor de protease associado ao ritonavir) ou INI (inibidor da integrasse).

Continue navegando