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1 Gabrielle Nunes SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA: MEMBROS SUPERIORES OMBRO ANAMNESE DOR A QUEIXA MAIS COMUM É A DOR: Nesse sentido, para melhor avaliação do paciente deve-se investigar: Início da dor: (01) Início e insidioso, lento e de evolução arrastada, como nas doenças inflamatórias e degenerativas; (02) Início repentino, em ombro anteriormente indolor, como nas lesões traumáticas, doenças inflamatórias aguda; (03) Agravamento de quadro doloroso crônico preexistente, como nas tendinites calcárias. Tipo da dor: pode ser “surda”, contínua ou não, com exacerbação noturna, como na lesão crônica do manguito rotador, ou aguda/latejante ou em “agulhada”, como nas tendinites agudas, calcária ou não, e na capsulite adesiva. Localização: localizada ou difusa, por alteração de estruturas locais do próprio ombro, irradiada de lesão distante na coluna cervical, no coração e nos grandes vasos, na cúpula frênica, no fígado ou na vesícula biliar. ▪ A dor que se origina no ombro quase sempre se irradia para a face lateral do braço, ao nível da inserção do músculo deltoide, e também pode irradiar-se para o cotovelo e coluna cervical. ▪ Quando o paciente refere que a dor se irradia até a mão, devemos considerar envolvimento da coluna cervical; Fatores associados: relação da dor com movimentos, com sono e com a posição do MMSS nas atividades diárias habituais; microtraumatismos de repetição e esforços intensos; ▪ Fatores de melhora e piora: Dores noturnas (lesões crônicas no manguito rotador); com movimentos articulares específicos, como ocorre na síndrome do impacto; e com a temperatura, as aplicações de gelo local aliviam a dor nos processos inflamatórios agudos, enquanto as aplicações quentes pioram as dores nas inflamações agudas e as aliviam nas crônicas. INSTABILIDADES: SUBLUXAÇÕES E LUXAÇÕES ANTERIORES, POSTERIORES, INFERIORES E MULTIDIRECIONAIS Investigar: idade em que ocorreu o primeiro episódio; frequência; movimentos e outros fatores causadores das recidivas, além de sua interferência na vida do paciente; se as luxações são involuntárias e transientes, ou se são fugazes; Mecanismo causador: Violento, como na instabilidade traumática em articulação anatomicamente intacta, se houve microtraumas, nos excessos de uso, comuns nos esportistas ou em movimento banal por instabilidade não traumática, na qual estão presentes fatores anatômicos predisponentes como anomalias ligamentares, frouxidão capsuloligamentar somente do ombro ou generalizada); LESÕES Deve-se procurar relacioná-las com a dor, comum nas doenças inflamatórias, infecciosas e traumáticas, com a diminuição da força muscular, presente não só nas doenças neuromusculares, mas também nas hipotrofias musculares por desuso. Também associá-las com bloqueios do movimento de causa mecânica, como ocorre na capsulite adesiva, na luxação posterior inveterada, nas deformidades adquiridas e congênitas, ou como evolução de doença degenerativa, traumática ou infecciosa. Investigar: idade (pode orientar quanto aos diagnósticos prováveis); sexo (deve-se salientar a predominância de lesões traumáticas em indivíduos do sexo masculino com idade inferior a 50 anos e a maior incidência de tendinite calcária e capsulite adesiva nas mulheres após os 40 anos de idade); antecedentes (doenças reumáticas, hereditárias, infecciosas, metabólicas e neurológicas); EXAME FÍSICO INSPEÇÃO ESTÁTICA O PACIENTE DEVE SER EXAMINADO DESNUDO DA CINTURA PARA CIMA. DEVEM-SE OBSERVAR: - Avaliar a topografia dos músculos trapézio, deltoide, peitoral, bíceps; supraespinhal, infraespinal, rendodos: cicatrizes e atrofias; - Vestígios de lesão traumática: Edema e equimose; deformidades características como ombro em “cabide” ou em “dragona”, presentes na luxação anterior; o sinal da “tecla”, típico de luxação acromioclavicular; cicatrizes que podem indicar processo cirúrgico anterior; - Deformidades das colunas cervical e torácica com repercussão no formato, posição, simetria e mobilidade da escápula; - Alterações do relevo muscular: atrofias musculares (supra e infraespinal do deltoide ou redondo menor); hipotrofias musculares de desuso, comuns nas lesões maciças de longa evolução do manguito rotador. - Escápula alada que aparece nas lesões primárias do músculo serrátil anterior devido a lesões traumáticas ou inflamatórias do nervo torácico longo. 2 Gabrielle Nunes -Miopatias com comprometimento de toda a cintura escapular, como na distrofia fascioescapuloumeral. - Posição anormal do membro superior livre em relação à escápula, como na paralisia obstétrica, em que há rotação interna e adução do braço. - Deformidade do ventre muscular do bíceps, o conhecido sinal de “Popeye”, sugestivo de ruptura da sua cabeça longa. LUXAÇÃO ANTERIOR ESCAPULA ALADA SINAL DE POPEYE INSPEÇÃO DINÂMICA Avaliação da mobilidade do ombro através da amplitude dos movimentos. ABDUÇÃO ELEVAÇÃO ADUÇÃO Feita no plano coronal, que é determinado pelo eixo biacromial que divide o corpo, em sentido frontal, em uma metade ventral e outra dorsal e vai de 0º a 90º Feita no plano da escápula que está angulada anteriormente 45º em relação ao plano coronal e vai de 0º a 180º Oposta à abdução, em direção à linha mediana do corpo, é realizada com o braço em flexão de 30º, para que ele possa passar anteriormente ao tórax, e vai de 0ª a 75ª FLEXÃO EXTENSÃO ROTAÇÃO EXTERNA Realizada anteriormente ao plano coronal, paralela ao plano sagital que divide o corpo em metades direita e esquerda e vai de 0ª a 180º Feita no plano da sagital, posteriormente ao plano coronal, e vai de 0ª a 60ª. Com o cotovelo em 90ª de flexão e vai de 0ª até 75-90ª, dependendo da elasticidade capsuloligamentar do paciente. ROTAÇÃO INTERNA / MEDIAL ROTAÇÃO INTERNA E EXTERNA COM O COTOVELO EM 90ª DE FLEXÃO FLEXÃO E EXTENSÃO HORIZONTAL Avaliada pela capacidade de apoiar o dorso da mão às costas, cuja amplitude é classificada desde a possibilidade de somente conseguir apontar com o polegar o grande trocanter ipsilateral ou, progressivamente, a nádega ipsilateral, a região sacral e os vários níveis da coluna dorsolombar, de L5 a T7 INTERNA: Rodando o antebraço para baixo, a partir do plano transversal, vai de 0º a 90º. EXTERNA: Rodando o antebraço para cima, a partir do plano transversal, vai de 0º a 90º Flexão: feita para a frente, com o cotovelo em extensão, em direção à linha média do corpo, e vai de 0º a 135º. Extensão: na mesma posição anterior, feita para trás, e vai de 0º a 40º 3 Gabrielle Nunes Em todos os movimentos, o lado afetado deve ser comparado com o lado oposto, pois, sendo a flexibilidade capsuloligamentar normal variável de pessoa para pessoa, as amplitudes de movimento máximas normais terão valores angulares também variáveis. PALPAÇÃO Deve incluir o relevo osteoarticular, proeminências osseas, os ventres musculares e os tendões e suas inserções: ▪ Escápulas: palpação das suas bordas. ▪ Articulação esternoclavicular – verifica-se se há dor, edema e mobilidade anormal. ▪ Clavícula – verifica-se se há deformidade palpável, dor, edema e crepitação, sinais de traumatismo recente. ▪ Articulação acromioclavicular: verifica-se se há dor, edema, crepitação e mobilidade anormal, esta última pelo “sinal da tecla [Quando a extremidade lateral da clavícula, luxada, após ter sido reduzida por compressão digital, retorna à posição anterior de luxação, como se fosse tecla de piano]. ▪ Região supraespinhal, infraespinhal e deltoidea: Avaliar se mantém a consistência elástica ou apresenta espessamentos endurecidos; sob a camada muscular procura-se palpar a bolsa serosa subdeltóidea que pode estar aumentada de volume e dolorosa (bursites traumáticas e não traumáticas) O tubérculo maior do úmero e os tendões dos músculos supra e infraespinhal e redondo menor nele inseridos, estão dolorosos nas tendinitescalcárias ou não, e nas rupturas do manguito rotador, O tubérculo menor onde se insere o subescapular e o sulco intertubercular do úmero, onde se aloja o tendão da cabeça longa do músculo bíceps que está doloroso nas tendinites agudas e crônicas. FORÇA MUSCULAR E EXAME FÍSICO FUNCIONAL Os objetivos da aplicação dos testes de força para os ombros são o diagnóstico de lesões do manguito rotador, alterações neurológicas, retorno aos esportes após lesão, avaliar risco de lesão e reabilitação pós-operatória. O paciente deve ser posicionado adequadamente para a avaliação da força, conforme o movimento pesquisado (sentado ou em decúbito lateral). Para avaliação da força de rotação lateral ou medial, uma das maneiras é com o paciente em decúbito dorsal, ombro abduzido em 45º no plano escapular, cotovelo em 90º e rotação neutra, se faz apoio na articulação radioulnar, na face volar ou dorsal, dependendo qual irá avaliar. Para avaliar a elevação, o paciente fica sentado, com o ombro também a 45ª de abdução no plano escapular, fazendo o apoio na face dorsal do punho. 4 Gabrielle Nunes TESTES ESPECIAIS TESTES RELACIONADOS COM SÍNDROME DO IMPACTO E AVALIAÇÃO DO MANGUITO ROTADOR: TESTE DO IMPACTO DE NEER O MMSS, em extensão e rotação neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula, pelo examinador; nessa situação, o tubérculo maior do úmero (TM) projeta-se contra a face anteroinferior do acrômio e reproduz o impacto, com a dor característica provocada pela compressão da bursa e do tendão supraespinhal. Teste positivo: o paciente refere dor ao movimento. TESTE DO IMPACTO DE HAWKINS- KENNEDY O MS é colocado em 90º de elevação, em rotação neutra e com o cotovelo fletido em 90º, e passivamente rodado rapidamente para dentro, pelo examinador; nessa posição, o TM é projetado contra o ligamento coracoacromial e o tubérculo menor se aproxima da ponta do processo coracoide, podendo também reproduzir o discutido “impacto coracoide” (impacto anterointerno de Gerber). Teste positivo: o paciente refere dor ao movimento. TESTE DE IMPACTO DE YOKUM O paciente coloca a mão sobre o ombro oposto, como no teste funcional “mão no ombro oposto”, e procura fletir o braço elevando ativamente o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular; nesse movimento, o TM se desloca não só sob o ligamento coracoacromial, mas também sob a articulação acromioclavicular que, se for saliente pela possível presença de osteófitos, agravará a queixa dolorosa. Esse teste poderá, à semelhança do teste de flexão horizontal (cross-arm test), acusar lesão da articulação acromioclavicular. TESTES MUSCULARES TESTE DO SUPRA ESPINHAL Descrição do teste: elevação ativa do MS no plano da escápula, em extensão e rotação neutra, contra a resistência oposta pelo examinador. Achados: A resposta poderá ser apenas dor na face anterolateral do ombro acompanhada ou não de diminuição da força ou mesmo da incapacidade de elevar ativamente (pseudoparalisia) o MS, que indica desde tendinites, até rupturas parciais ou completas do tendão. TESTE DE JOBE É semelhante ao teste do SE, mas é feito com o MS em rotação interna, posição que sensibiliza a tensão exercida no tendão do SE; as respostas são semelhantes às do teste anterior. Sensibilidade: 44,1%; especificidade: 89,5% TESTE DO INFRAESPINHAL É feito com o MS ao lado do tórax e o cotovelo em 90º de flexão, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a rotação externa do braço contra a resistência oposta pelo examinador e as respostas são avaliadas como nos testes anteriores 5 Gabrielle Nunes TESTE DE GERBER TESTE DO SUBESCAPULAR Descrição do teste: O examinador instrui ao paciente que realiza uma adução e rotação interna do membro superior a ser avaliado e pede ao paciente que coloque o dorso da mão na altura da região lombar. E pede para que o paciente afaste o dorso da mão da lombar. Achados: O paciente apresentará dificuldade para rodar internamente o braço e não conseguirá afastar o dorso da mão da região lombar caso esteja com inflamação ou ruptura do músculo subescapular. TESTE DE SPEED PALM UP TESTE Teste para ativação do cabo longo do bíceps Realizar a flexão ativa do MS, em extensão e em rotação externa, contra a resistência oposta pelo examinador; o paciente acusa dor ao nível do sulco intertubercular com ou sem impotência funcional associada. Sensibilidade: 14%; especificidade: 90%. TESTE DE PATTE Avalia o tendão infraespinhal Posição do paciente: feito com o membro superior posicionado em abdução de 90 graus e com o cotovelo em 90 graus de flexão, o paciente deve forçar a rotação externa contra a resistência oposta pelo examina. Teste positivo: dor ou paresia ao movimento; LINK: https://youtu.be/u1ByKGEmbXY PATOLOGIAS FREQUENTES SÍNDROME DO IMPACTO Ela surge de alterações no osso chamado acrômio, considerado o "teto" do ombro, que fica logo acima dos tendões e da bursa (tecido que reveste os tendões). Alguns indivíduos podem desenvolver um "esporão" no acrômio ou possuir esse osso em forma curva ou em gancho e, durante alguns movimentos, pode ocorrer um atrito nos tendões e na bursa. A síndrome do impacto pode se manifestar através de: ▪ BURSITE: é a inflamação da bursa, que é uma bolsa serosa que tem a função de facilitar o deslizamento dos tendões do ombro; ▪ TENDINITE OU TENDINOPATIA: é a inflamação do tendão. No ombro, os tendões mais comumente inflamados são os tendões do manguito rotador (supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor) e o tendão da cabeça longa do bíceps. https://youtu.be/u1ByKGEmbXY 6 Gabrielle Nunes COTOVELO ANAMNESE DOR As características da dor relacionadas ao cotovelo variam de acordo com sua causa: ▪ Alterações no compartimento lateral: dor na face lateral do coto velo que pode irradiar para o braço e o antebraço; essa dor pode ser superficial ou profunda; ▪ Dor difusa ou periarticular é frequentemente causada por doença articular, tal como artrite reumatoide; ▪ Dor lancinante acompanhada de parestesia na borda ulnar da mão e dedos: neuropatia do ulnar. PRINCIPAIS PATOLOGIAS EPICONDILITE LATERAL ou TENDINITE DO TENISTA Principal causa de dor na região do cotovelo e caracteriza-se por ser uma dor localizada na região do epicôndilo lateral (face lateral do cotovelo), onde se localizam 6 tendões, os quais exercem ações de supinação do antebraço e extensão do punho e dedos, principalmente. A FLEXÃO E A EXTENSÃO FORÇADAS REPETIDAS DO PUNHO SOBRECARREGAM A INSERÇÃO DO TENDÃO COMUM DOS MÚSCULOS EXTENSORES, CAUSANDO INFLAMAÇÃO DO PERIÓSTEO DO EPICÔNDILO LATERA. Causas: movimentos vigorosos que necessitam de impulso, vigorosas extensões do cotovelo ou supinações do antebraço; algumas ocupações, como trabalhar em carpintaria, laborar com máquinas e exercer excesso de digitação; Quando há lesão, a mesma provavelmente resulta da aplicação de tração contínua por repetição, resultando em micro-rupturas dessas estruturas anatômicas, seguidas de fibrose e formação de tecido de granulação e falha no processo de reparo, traduzindo, portanto, mais degeneração do que inflamação. Sintomas: dor ou sensibilidade sobre o epicôndilo lateral, que se irradiam ao longo dos músculos extensores, podendo ser insidiosa ou repentina, na dependência do estímulo causal; dor que se agrava por pequenos movimentos do cotovelo, podendo incomodar e prejudicar a realização de atividades comuns, tais como escovar os dentes, abrir uma porta, escrever ou levantar um copo cheio. EPICONDILITE MEDIAL BURSITE OLECRANEANA A articulação do cotovelo consiste no osso do braço (úmero) e um dos ossos do antebraço (ulna). As saliências ósseas encontradas na parte inferior do úmero são chamadas de epicôndilos. A borda do lado de fora do cotovelo échamada de epicôndilo lateral e a interna de epicôndilo medial. 7 Gabrielle Nunes EXAME FÍSICO DO COTOVELO INSPEÇÃO O examinador poderá obter informações valiosas por meio da inspeção do coto velo. Sendo uma articulação subcutânea, as alterações esqueléticas, o aumento de volume, a atrofia muscular e as cicatrizes são facilmente observados. LATERAL ACHADO POSSÍVEL DIAGNÓSTICO Aumento de volume da articulação e atrofia muscular Artrite séptica ou reumatoide Preenchimento do recesso infracondilar, localizado logo abaixo do côndilo lateral do úmero Derrame articular, proliferação sinovial ou doença na cabeça do rádio ANTERIOR Avaliação do ângulo de carregamento (comparação entre os dois braços): antebraço em supinação e o cotovelo em extensão. O ângulo formado entre o úmero e o antebraço é então determinado. É um ângulo variável, sendo em média 10º nos homens e nas mulheres de 13º. ACHADO POSSÍVEL DIAGNÓSTICO Alteração do ângulo de carregamento: - Diminuição do ângulo de carregamento determina o “cúbito varo”, deformidade mais frequente. - Aumento no ângulo de carregamento determina o “cúbito valgo” (Figura Sequela de traumatismo ou alteração da placa de crescimento POSTERIOR ACHADO POSSÍVEL DIAGNÓSTICO Proeminência da ponta do olécrano Luxação do cotovelo, perda de massa óssea na articulação umeroulnar ou, ainda, Artropatia de Charcot. (Imagem A, acima) Nódulos reumatoides na borda subcutânea da ulna Quadros reumatológicos (imagem B, acima) MEDIAL A inspeção do lado medial em geral oferece poucas informações. O epicôndilo medial é visível, a não ser em pacientes obesos. O nervo ulnar somente pode ser visto quando estiver muito espessado (hanseníase) ou quando se desloca para a frente (subluxação) durante a flexoextensão. PALPAÇÃO A palpação do cotovelo inicia-se pela localização dos epicôndilos lateral e medial, assim como pela ponta do olécrano. PALPAÇÃO LATERAL: Palpam-se o epicôndilo lateral, a origem da musculatura extensora do punho, o complexo ligamentar lateral e a cabeça do rádio. 8 Gabrielle Nunes • Dor localizada no epicôndilo lateral e na origem da musculatura extensora do punho está relacionada, mais frequentemente, à epicondilite lateral ou à síndrome do túnel radial; Palpação da cabeça do rádio: é palpável em uma depressão logo abaixo da musculatura extensora do punho. Deve ser feita durante a pronossupinação em graus variáveis de flexoextensão, avaliando-se sua integridade e contorno. • Dor à palpação da cabeça do rádio pode significar sinovite ou osteoartrite. Sua proeminência pode ser consequente à luxação de origem traumática ou congênita. Derrame articular: é identificável por meio da palpação do recesso posterior, localizado entre a cabeça do rádio e a borda lateral do olécrano PALPAÇÃO ANTERIOR: Palpação da fossa cubital: Na fossa cubital, limitada pelos músculos braquial e pronador redondo, existem quatro estruturas, que de lateral para medial são: nervo cutâneo lateral do ante braço, tendão do bíceps, artéria braquial e nervo mediano. • Nervo cutâneo lateral: não é palpável e confere sensibilidade à porção lateral do antebraço. • Tendão do bíceps: facilmente palpável pedindo-se ao paciente que realize a flexão do cotovelo contra a resistência, com o antebraço em supinação. • Pulso braquial: é palpável medialmente ao tendão do bíceps. O nervo mediano localiza-se medialmente à artéria braquial, sendo esse local um dos pontos de sua compressão PALPAÇÃO POSTERIOR A bursa olecraneana encontra-se sobre a aponeurose do músculo tríceps e estará espessa e dolorosa à palpação quando houver processo inflamatório local. Achados: esporão ósseo; contornos do olécrano; articulação umeroulnar; Palpação do olécrano: flexão do cotovelo permite palpar o olécrano com seu contorno cônico e de ápice relativa mente agudo. 9 Gabrielle Nunes PALPAÇÃO MEDIAL Palpação do nervo ulnar: situa-se em um sulco formado entre o epicôndilo medial e o processo olecraneano. O nervo é suave, flexível e cilíndrico à palpação. Durante a palpação, devemos observar se é possível deslocar o nervo de seu sulco. O sulco do nervo ulnar é útil na identificação de compressão, que pode ocorrer em consequência de proliferação de tecido cicatricial decorrente de traumatismo, artrose ou proliferação sinovial como na artrite reumatoide. • Clínica da compressão do nervo ulnar: alteração da sensibilidade nos dedos mínimo e anular, seguida da hipotrofia dos músculos intrínsecos da mão. • Nervo ulnar espessado faz pensar na possibilidade de hanseníase Palpação dos músculos flexores do antebraço: quatro músculos que são de lateral para medial, o pronador redondo, o flexor radial do carpo, o palmar longo e o flexor ulnar do carpo. Devem ser palpados para a verificação de sua continuidade e presença de dor. A dor existirá quando houver processo inflamatório local, que pode ocorrer nos jogadores de golfe, em tenistas, digitadores e em outras atividades que exijam esforço em flexão. AMPLITUDE DE MOVIMENTO O cotovelo apresenta quatro tipos de movimentos, que são: flexão, extensão, pronação e supinação. A flexoextensão ocorre nas articulações umeroulnar e umerorradial, e a pronossupinação, nas articulações radioulnar proximal e distal. FLEXÃO: Partindo-se da posição de máxima extensão, o paciente é instruído a realizar a flexão máxima. O movimento deverá ser acompanhado por um dos braços do goniômetro determinando-se o grau do movimento. A amplitude normal da flexão é em média de 140º (com variação normal de ± 5º). EXTENSÃO: O paciente deverá ser orientado a realizar o máximo de extensão possível, partindo da flexão máxima possível, acompanhando- se o antebraço com um dos braços do goniômetro. A amplitude normal da extensão é em média de 0º (com variação normal de ± 5º). • É o movimento mais comumente acometido e último a ser recuperado; PRONAÇÃO: O cotovelo deverá ser colocado em 90º de flexão, junto ao tórax, com o antebraço em rotação neutra e o polegar apontado para cima. O goniômetro é colocado no plano coronal. O paciente será orientado a realizar a rotação medial do polegar e o braço do goniômetro deverá acompanhar seu movimento. A amplitude normal da pronação é em média 75º. SUPINAÇÃO: cotovelo deverá ser colocado em 90º de flexão, junto ao tórax, com o antebraço em rotação neutra e o polegar apontado para cima. O goniômetro é colocado no plano coronal. O paciente será orientado a realizar a rotação lateral do polegar e o braço do goniômetro deverá acompanhar seu movi mento. A amplitude normal da supinação é em média de 80º. 10 Gabrielle Nunes TESTES ESPECÍFICOS TESTE DE COZEN Teste específico para avaliação da epicondilite lateral. Posição do paciente: com o cotovelo em 90º de flexão e o antebraço em pronação, pede-se ao paciente que faça extensão ativa do punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. O teste será positivo quando o paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da musculatura extensora do punho e dos dedos. TESTE DE MILL Posição do paciente: Realizado com o cotovelo em 90º de flexão e o antebraço em pronação com a mão fechada, o punho em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador então forçará o punho em flexão e o paciente é orientado para resistir ao movimento. A presença de dor no epicôndilo lateral será sugestiva de epicondilite lateral TESTE PARA EPICONDILITE MEDIAL O cotovelo é fletido, o antebraço mantido em supinação e o punho em extensão. Em seguida, o cotovelo será estendido vagarosamente e se o paciente apresentar dor no epicôndilo medial será sugestivo de epicondilite medial ou, ainda, ocorrer dor ao realizar a flexão do punho contra a resistência11 Gabrielle Nunes MÃO ANATOMIA A mão pode ser dividida em duas partes principais: o punho (visto no capítulo anterior) e os cinco dedos, que podem ser divididos em três grupos: 1. Os dedos indicador e médio representam uma coluna central estável; 2. Os dedos anular e mínimo são mediais e móveis; 3. O polegar é lateral e extremamente móvel. A articulação da base do polegar é a de maior mobilidade da mão. Em formato de uma sela, a articulação trapézio-metacárpica permite flexão e extensão em dois planos. O formato em sela é bastante instável, e talvez seja a principal razão para a maior propensão de essa articulação desenvolver osteoartrose (rizartrose). O movimento do punho e dos dedos é executado pelos tendões flexores e extensores, que passam de suas origens no antebraço através das áreas palmar e dorsal do punho. Esses tendões, junto com as principais estruturas neurovasculares da mão, passam através de túneis ou compartimentos bem definidos. ANAMNESE PATOLOGIAS MAIS FREQUENTES TENDINITE DE QUERVAIN DUPUYTREN DEDO EM GATILHO ARTRITE REUMATOIDE OSTEOARTRITE EXAME FÍSICO DA MÃO AMPLITUDE DOS MOVIMENTOS TESTES ESPECIAIS TESTE DE TINEL TESTE DE PHALEN 12 Gabrielle Nunes TESTE DE ALLEN TESTE DE FINKELSTEIN
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