Buscar

artigo hanseniase

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOI: 10.51161/editoraime/9786588884133
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
1
 
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE EM UM 
MUNICÍPIO DO ESTADO DO MARANHÃO NO PERÍODO DE 2018 A 2020 
 
Karen Gisele da Costa Ferreira, Arlene da Costa Silva, Geovana Barros da Silva, Letícia Maria Paiva 
Cruz, Caroline Araújo Souza 
________________________________ CAPULO 13 _______________________________ 
 
 
RESUMO 
Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar a epidemiologia dos casos de 
hanseníase no município de Caxias-MA, no período de 2018 a 2020. Metodologia: É um 
estudo descritivo e documental de abordagem quantitativa, onde foi analisado 320 casos 
de hanseníase. O estudo foi realizado utilizando dados do Sistema de Informações e 
Agravos de Notificação (SINAN) disponíveis no site do Departamento de Informática 
do Sistema Único de Saúde (DATASUS) analisando as variáveis: sexo, faixa etária, 
número de lesões, forma clínica, modo de entrada, controle operacional e esquema 
terapêutico. Resultados e Discussões: O coeficiente mais elevado foi registrado no ano 
de 2019 com 8,30/10000 habitantes, havendo prevalência do sexo masculino e da faixa 
etária de 50 a 59 anos nos números de casos. Em relação às demais variáveis, a 
classificação operacional mostra que a forma multibacilar apresentou coeficientes mais 
elevados com a forma dimorfa da doença sendo estes incidentes, ou seja, casos novos. 
Quanto ao número de lesões cutâneas os registros apresentam um maior índice em mais 
de cinco lesões e em 72,50% dos casos receberam o tratamento poliquimioterápico 
multibacilar (PTQ/ MB) de 12 doses. Conclusão: Este estudo possibilitou a análise dos 
aspectos epidemiológicos da hanseníase no município de Caxias- MA, no período de 
2018 a 2020, na qual se constatou que o ano de 2019 teve a maior prevalência de casos 
de hanseníase no período avaliado. 
Palavras-chave: Hanseníase; Aplicações da epidemiologia; Coeficiente de prevalência; 
Mycobacterium leprae; Prevenção de doenças. 
 
INTRODUÇÃO 
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução lenta, causada pelo 
Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, transmitida por via respiratória por meio de 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
2
 
gotículas eliminadas no ar, pela tosse, fala ou espirro que se manifesta através de sinais 
e sintomas dermatológicos como lesões de pele e dos nervos periféricos, principalmente 
nos olhos, mãos e pés (PINHEIRO, 2014). 
O contágio se dá por meio de uma pessoa doente portadora do bacilo de Hansen 
sem tratamento que o elimina para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis. 
A hanseníase não é de transmissão hereditária e também não existem evidencias de 
transmissão em relações sexuais. Possui um período de incubação em média de 2 a 7 
anos podendo ir de meses a mais de 10 anos de acordo com a intensidade da exposição e 
da resistência individual (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que, em 2018, 
208.619 novos casos da doença foram detectados globalmente, distribuídos em 161 
países, com taxa de detecção de 2,74 casos por 100 mil habitantes e prevalência de 0,29 
casos por 10 mil habitantes. Em comparação ao ano anterior, a taxa global de prevalência 
teve decréscimo de 4%, mas países das Américas, do Mediterrâneo e do Pacífico 
Ocidental apresentaram aumentos nas taxas, chegando a 0,58 caso por 10 mil habitantes 
(LOPES et al, 2021). 
De acordo com o último boletim epidemiológico sobre hanseníase, o Brasil 
diagnosticou 311.384 novos casos de hanseníase na última década. A taxa de prevalência 
caiu 26%, de 1,99/10 000 habitantes no ano de 2009 para 1,48/10 000 habitantes em 2018, 
mantendo o parâmetro “médio” nesse período. A taxa geral de detecção de novos casos 
caiu 30%, de 19,64 em 2009 para 13,70/100.000 (SILVA et al, 2021). 
Segundo Lopes et al (2021), em se tratando das unidades federativas endêmicas, 
destaca-se o Maranhão (MA), na Região Nordeste do Brasil, que apresentou, entre 2014 
e 2018, taxa média de detecção de casos novos de 79,7 por 100 mil habitantes e 
prevalência média de 4,33 casos por 10 mil habitantes. 
Ferreira et al (2020), afirma que a Hanseníase é uma doença de notificação 
compulsória em todo Território Nacional e de investigação epidemiológica obrigatória. 
Após a sua confirmação o tratamento deve ser de imediato, incluindo a realização de 
procedimentos de prevenção e redução dos danos físicos. 
A hanseníase por ser uma doença endêmica que ainda representa um sério 
problema de saúde pública que possui relação com a condição socioeconômica de uma 
população, em que populações em situações de precariedade habitacional e baixos níveis 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
3
 
educacionais são as mais suscetíveis, surgiu necessidade desta investigação. 
Principalmente para subsidiar profissionais de saúde acerca dos aspectos 
epidemiológicos da doença para que estratégias de enfrentamento sejam planejadas. É 
importante ressaltar que essas ações estejam pautadas no nível educacional e na 
capacidade cognitiva da população. E as estratégias devem fortalecer a detecção precoce 
e exame de contatos para favorecer a quebra da cadeia de transmissão (SILVA et al, 
2021). 
As ações de eliminação da hanseníase devem ser fortalecidas. Sabe-se que a 
melhor forma de controlar a doença é o diagnóstico precoce, que por sua vez requer um 
trabalho sistemático para orientar os sinais e sintomas da população. Estratégias de 
educação em saúde na sala de espera são importantes, pois podem promover a 
participação dos usuários no processo de discussão, diminuir a barreira de conhecimento 
da doença e facilitar a prevenção e o diagnóstico precoce (MOREIRA et al., 2014). 
Diante do exposto, percebe-se a necessidade de compreender e analisar os 
aspectos epidemiológicos dos casos notificados de hanseníase, para contribuir com ações 
de prevenção e controle da doença no município. 
Sendo assim este estudo tem o objetivo de analisar a epidemiologia dos casos 
de hanseníase no município de Caxias-MA, no período de 2018 a 2020. 
 
METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo descritivo e documental de abordagem quantitativa onde 
foi analisado o aspecto epidemiológico da hanseníase notificado no município de Caxias- 
MA, incluindo todos os casos de hanseníase entre o período de 2018 a 2020, ao todo 
foram analisados 320 casos, segundo informações do DATASUS. Os critérios de inclusão 
foram todos os casos de hanseníase notificados no município, que constam no SINAN. 
Nos critérios de exclusão constam casos notificados fora do município e os que não se 
encontram no recorte temporal. 
O estudo foi realizado utilizando dados do Sistema de Informações e Agravos 
de Notificação (SINAN) que estão disponíveis no site do Departamento de Informática 
do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram coletados dados referentes aos casos de 
Hanseníase no Estado do Maranhão, limitando as informações ao município de Caxias- 
MA, o período de coleta ocorreu em julho de 2021. 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
4
 
Os dados foram obtidos segundo as variáveis: sexo, faixa etária, número de 
lesões, forma clínica e modo de entrada, controle operacional e esquema terapêutico. Em 
seguida os dados foram organizados e tabulados utilizando o Microsoft Excel versão 
2010 para Windows, os resultados foram obtidos por meio de frequência absoluta e 
relativa e apresentados em tabelas e gráficos. 
O presente estudo não envolve seres humanos, sendo utilizado somente dado de 
domínio público, portanto não se aplica as normas preconizadas pela Resolução 
Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/2012 e suas complementares. 
 
 
RESULTADOS 
O presente estudo avaliou 320 casos de hanseníase no período de 2018 a 2020 
no município de Caxias- Maranhão. A prevalência de casos de hanseníase do último anoavaliado foi de 3,98/10.000 habitantes. Durante o período analisado, o coeficiente mais 
elevado foi registrado no ano de 2019 com 8,30/ 10.000 habitantes, conforme 
demonstrado na figura 1. 
 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
5
 
Com relação ao perfil dos pacientes foi identificado que há prevalência do sexo 
masculino onde apresenta 52%, um total de 185 casos. Houve também o predomínio de 
casos em pessoas da faixa etária dos 50 a 59 anos (17,82%), seguida por 16,88% da faixa 
etária de 30 a 39 anos. A menor taxa foi em crianças de 1 a 4 anos, seguida por crianças 
de 5 a 9 anos conforme mostra a tabela 1. 
Tabela 1. Distribuição dos casos de hanseníase segundo sexo e faixa etária no período de 
2018 a 2020 no município de Caxias-MA. 
Variáveis 2018 2019 
2020 TOTAL 
 Sexo N % N % N % N % 
Masculino 65 20,31% 82 25,63% 38 11,88% 185 57,82% 
 Feminino 52 16,25% 55 17,19% 28 8,75% 135 42,19% 
 TOTAL 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100,00% 
Faixa etária 
1 a 4 anos - - 1 0,31% - - 1 0,31% 
5 a 9 anos 2 0,63% 1 0,31% 1 0,31% 4 1,25% 
10 a 14 anos 2 0,63% 5 1,56% 3 0,94% 10 3,13% 
15 a 19 anos 9 2,81% 6 1,88% 1 0,31% 16 5% 
20 a 29 anos 18 5,63% 15 4,69% 5 1,56% 38 11,58% 
30 a 39 anos 17 5,31% 22 6,88% 15 4,69% 54 16,88% 
40 a 49 anos 9 2,81% 20 6,25% 8 2,50% 37 11,56% 
50 a 59 anos 20 6,25% 27 8,44% 10 3,13% 57 17,82% 
60 a 69 anos 17 5,31% 21 6,56% 11 3,44% 49 15,31% 
70 a 79 anos 15 4,69% 13 4,06% 8 2,50% 36 11,25% 
80 ou > 8 2,50% 6 1,88% 4 1,25% 18 5,63% 
TOTAL 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100% 
Legenda: N = número; % = percentual. 
Fonte: Ministério da Saúde; Sistema de Informação de Notificação de Agravos, 2021. 
Na tabela 2 a avaliação da classificação operacional mostra que a forma 
multibacilar com 192 (72,50%) casos, apresentou coeficientes mais elevados do que a 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
6
 
forma paucibacilar (25,5%) no período analisado, sendo a forma clínica da Hanseníase 
entre os pacientes do município, em maior percentual a forma dimorfa da doença com 
140 casos (43,75%), seguida pela forma indeterminada que apresenta 18,13%, o menor 
percentual entre as formas clínicas foram as não classificadas, com 17 casos (5,31%), 
destes casos quase toda a totalidade (89,69%) são incidentes, ou seja, casos novos; e 
apenas 5 (1,56%) foram casos recidivos. 
Tabela 2. Prevalência de casos de hanseníase segundo a forma clínica e o modo de 
entrada no período de 2018 a 
2020 no município de Caxias-MA. 
Variáveis 2018 2019 
2020 Total 
Forma Clínica N % N % N % N % 
 Indeterminada 20 6,25% 28 8,75% 10 3,13% 58 18,13% 
 Tuberculóide 20 6,25% 22 6,88% 6 1,88% 48 15,00% 
 Dimorfa 54 16,88% 54 16,88% 32 10,00% 140 43,75% 
 Virchowiana 19 5,94% 26 8,13% 12 3,75% 57 17,81% 
Não classificada 4 1,25% 7 2,19% 6 1,88% 17 5,31% 
 Total 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100% 
Modo de Entrada 
 Caso novo 107 33,44% 124 38,75% 56 17,50% 287 89,69% 
Transferência do 
mesmo município 3 0,94% 1 0,31% 1 0,31% 5 1,56% 
Transferência 
de outro 
município 2 0,63% 2 0,63% - 0,00% 4 1,25% 
Transferência 
de outro estado - - 2 0,63% 1 0,31% 3 0,94% 
 Recidiva 2 0,63% 2 0,63% 1 0,31% 5 1,56% 
Outros ingressos 3 0,94% 6 1,88% 7 2,19% 16 5,00% 
 Total 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100,00% 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
7
 
Classe operacional 
 do diagnostico 
 Paucibacilar 37 11,56% 38 11,88% 13 4,06% 75 27,50% 
 Multibacilar 80 25,00% 99 30,94% 53 16,56% 192 72,50% 
 Total 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100,00% 
Legenda: N = número; % = percentual. 
 Fonte: Ministério da Saúde; Sistema de Informação de Notificação de Agravos, 2021. 
 
Com relação ao número de lesões cutâneas em decorrência da hanseníase, os 
registros que apresentam um maior índice são os de mais de cinco lesões com 137 que 
corresponde a 42,81% dos casos. Com relação ao esquema terapêutico, 232 (72,50%) 
receberam tratamento poliquimioterápico multibacilar (PTQ/ MB) de 12 doses, como 
mostra a tabela 3. 
Tabela 3. Prevalência de casos de hanseníase segundo o número de lesões e o esquema 
terapêutico de tratamento no período de 2018 a 2020 no município de Caxias-MA. 
 
 Variáveis 2018 2019 
2020 Total 
Nº lesões N % N % N % N % 
Nenhuma 2 0,63% 12 3,75% 5 1,56% 19 5,94% 
Lesão única 31 9,69% 36 11,25% 10 3,13% 77 24,06% 
2-5 lesões 32 10,00% 38 11,88% 17 5,31% 87 27,19% 
> 5 lesões 52 16,25% 51 15,94% 34 10,63% 137 42,81% 
Total 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100,00% 
Esquema 
Terapêutico 
 
 
 
 
Ign/branco - - - - 1 0,31% 1 0,31% 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
8
 
PQT/PB/6DOSE 36 11,25% 38 11,88% 13 4,06% 87 27,19% 
PQT/MB/12DOSE 81 25,31% 99 30,94% 52 16,25% 232 72,50% 
Total 117 36,56% 137 42,81% 66 20,63% 320 100,00% 
Legenda: N = número; % = percentual; > = maior que; PQT = Poliquimioterapia; PB = 
Paucibacilar; MB = Multibacilar. 
Fonte: Ministério da Saúde; Sistema de Informação de Notificação de Agravos, 2021. 
DISCUSSÃO 
 Os resultados apontaram que o sexo masculino é o mais acometido pela doença, 
devido ao fato dos homens terem menos cuidado com o corpo, e por não dispor de tempo 
para procurar uma unidade de saúde, em comparação com o sexo feminino e também por 
terem um maior contato social com a sociedade (MELÃO, 2011). Sobre isso, Monteiro 
et al. (2017) discorre que o maior contato inter-humano entre homens, principalmente no 
ambiente de trabalho, e a maior exposição a locais de risco contribuem para a ascendência 
no surgimento de casos entre esse grupo. 
No que se refere a predominância da faixa etária de 50 a 59 anos, seguido pela 
de 30 a 39 anos, de acordo com Oliveira et al. (2014), devido ao fato de a hanseníase 
possuir um longo período de incubação, que geralmente varia de 2 a 7 anos, a doença é 
identificada mais comumente em indivíduos adultos, os quais acabam tendo sua 
capacidade de execução das atividades diárias prejudicada, por estarem dentro da 
população considerada economicamente ativa. 
Segundo Basso e Silva (2017), doenças que possuem um longo período de 
incubação, como a hanseníase, além da demora no diagnóstico e tratamento, são 
identificadas de acordo com o avanço da idade, por isso os indivíduos adultos são 
responsáveis pela maior prevalência. 
No Brasil as quatro formas de manifestação da hanseníase são: indeterminada, 
tuberculóide, dimorfa e virchowiana. Os resultados encontrados corroboram com o 
estudo sobre a as características epidemiológicas da hanseníase no estado do Maranhão, 
entre 2001 a 2012, realizado por Barbosa, Almeida e Santos (2014), que também 
encontraram no estado a forma clínica predominante a dimorfa. 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
3
9
 
Os dados obtidos sobre o modo de entrada corroboram com os resultados dos 
estudos de Barbosa et al (2014), onde o maior número de pacientes foi classificado pelo 
modo de entrada como casos novos e que quando submetidos ao tratamento adequado 
evoluem para cura. 
Ainda sobre o modo de entrada, é possível destacar que o elevado número de 
casos novos detectados permite inferir um aumento da incidência da hanseníase na regiãodurante o período avaliado, evidenciando falhas nas ações de controle da doença por 
parte dos serviços de saúde e órgãos que atuam na vigilância da hanseníase. Por outro 
lado, pode se destacar, uma baixa ocorrência de casos de recidiva da doença, o que 
significa que a maior parte dos pacientes conseguiu responder bem à terapia instituída, 
eliminando o bacilo totalmente do organismo, tendo em vista que, de acordo com Bona 
et al. (2015), dentre os principais fatores relacionados à ocorrência de recidiva estão a 
persistência bacilar, a resistência medicamentosa e erros na classificação operacional. 
No que diz respeito à classificação operacional do diagnóstico é possível 
perceber que a forma dominante é a multibacilar, de acordo com Carvalho et al. (2013) 
os casos de multibacilar são mais frequentes do que a paucibacilar por ser considerada a 
principal fonte de transmissão da doença, por apresentar uma carga bacilar elevada 
presente na derme e mucosas, que podem ser eliminados os bacilos para o meio externo. 
Sendo assim é possível perceber que uma taxa tão alta de multibacilares pode ser 
indicativo para uma endemia da doença ou pode indicar que os diagnósticos têm sido 
feitos de forma tardia. 
Quanto ao número de lesões, Melo et al (2017) afirmam que no sexo masculino, 
há uma prevalência da classificação operacional em multibacilar, que é a classificação 
clínica onde o indivíduo apresenta mais de cinco lesões. Mesmo assim, as lesões 
multibacilares tiveram maior prevalência no período investigado. 
Peneluppi et al. (2015) afirmam em seu estudo que, durante a realização do 
exame físico, a maior parte dos pacientes apresentavam múltiplas lesões cutâneas. Porém, 
deve-se atentar para o fato de que, muitas vezes, informações sobre a quantidade de 
lesões cutâneas são ignoradas e não registradas em prontuários, gerando viés durante 
pesquisas. 
Quanto ao tratamento, o farmacológico é a forma mais eficaz de reduzir o risco 
de incapacidades resultantes da hanseníase, o tratamento poliquimioterápico deve ser 
associado a outros, como o acompanhamento psicológico (BUNA et al., 2015). Foi 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
4
0
 
observado ainda que, há predomínio dos casos na forma multibacilar da doença, o que 
deve ser levado em consideração durante a escolha dos meses de tratamento e esquema 
de medicações (LIMA; AGUILAR, 2015). 
Esses achados mostram que a cura e o tratamento da pessoa são demorados, 
através da administração dos esquemas de tratamento PQT com obediência aos prazos 
estabelecidos: de 6 a 9 meses para os casos PB e de 12 a 18 meses para os casos MB 
(BRASIL, 2002). 
 
CONCLUSÃO 
Este estudo possibilitou a análise dos aspectos epidemiológicos da hanseníase 
no município de Caxias- MA, no período de 2018 a 2020, na qual se constatou que os 
anos de 2018 a 2019 tiveram a maior prevalência de casos de hanseníase no período 
avaliado, o alto coeficiente de casos de hanseníase notificados no município, coloca em 
evidência o status de área prioritária no controle da doença. 
Além disso, o domínio da forma multibacilar, facilita a manutenção da doença 
e sua propagação de forma endêmica. Foi possível observar também que a hanseníase 
tem uma prevalência maior em indivíduos adultos e do sexo masculino, esta situação 
reforça que é necessário fortalecer o controle da hanseníase no município, assim como 
também se faz necessário investir no diagnóstico e no tratamento precoce da doença. 
A enfermagem desempenha um importante papel na prevenção, diagnóstico, 
tratamento e controle da hanseníase, além de conscientizar e acolher, também pode 
estabelecer uma conexão entre os serviços de saúde e os pacientes com hanseníase. 
Ademais, ela assume o objetivo de fornecer uma linguagem de fácil compreensão para 
melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hanseníase. 
 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, Débora Regina Marques et al. Características epidemiológicas e espaciais 
da hanseníase no Estado do Maranhão, Brasil, 2001-2012. Medicina (Ribeirão Preto), 
[S. l.], v. 47, n. 4, p. 347-356, 2014. DOI: 10.11606/issn.2176-7262.v47i4p347-356. 
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/89579. Acesso em: 24 jul. 
2021. 
BARBOSA, Débora Regina Marques et al. Perfil epidemiológico da hanseníase em 
cidade hiperendêmica do Maranhão, 2005-2012. Rev de Cuidados em Saúde. 2014 . 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
4
1
 
Disponível em: 
http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/rcs/article/view/1983/1090. Acesso em: 
25 jul. 2021. 
BASSO, Maria Eduarda Macêdo ; SILVA, Rodrigo Luis Ferreira Perfil clínico-
epidemiológico de pacientes acometidos pela hanseníase atendidos em uma unidade de 
referência. Rev Soc Bras Clin Med., [S.I.], v. 15, n. 1, p. 27-32, jan./mar. 2017. 
Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-833138>. Acesso 
em: 23. jul 2021. 
BONA, Sebastião Honório et al. Recidivas de hanseníase em Centros de Referência de 
Teresina, Piauí, 2001-2008. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2015, v. 24, n. 4, pp. 
731-738. ISSN 2237-9622. Disponível em: <https://doi.org/10.5123/S1679-
49742015000400015>. Acesso em: 20 jul. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Distribuição da Hanseníase no Brasil. Brasília 
Secretaria de Vigilância em Saúde; 2002. 
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília. Secretaria de 
Vigilância em Saúde; 2014. 
BUNA, Arisson Tyson Machado et al. Incapacidades físicas nos pacientes com 
hanseníase cadastrados em uma unidade de saúde de São Luís – MA. Revista 
Interdisciplinar do Centro Universitário UNINOVAFAPI. V. 8, n. 1, mar 2015. 
Disponível em: 
<https://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/579>. 
Acesso em: 19 jul. 2021. 
CARVALHO, Líndia Kalliana da Costa Araújo Alves et al. Perfil epidemiológico de la 
lepra en São Luís - Ma 2006-2010. Rev de Pesquisa Cuidado é Fundamental online. 
2013 ;5(6). Disponível em: <https://doi.org/10.9789/2175-5361.2013.v5i6.306-314>. 
Acesso em: 15 jul. 2021. 
 
FERREIRA, Thays Rayane Souza et al. Epidemiological and clinical profile of patients 
with hanseníase in Codó Maranhão. Revista Ciências&Saberes; v.5, n.1 2020. 
Disponível 
em:<https://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/627>. Acesso 
em: 28 jul. 2021. 
LIMA, Mônica Maia; AGUILAR, Antônio Marcos Moreira. Perfil epidemiológico da 
hanseníase em um município de Minas Gerais: Uma análise retrospectiva. Revista 
Prevenção de Infecção e Saúde. [S.l.], v. 1, n.3. Disponível em: 
<https://revistas.ufpi.br/index.php/nupcis/article/view/4218/2574>. Acesso em: 25 jul. 
2021. 
LOPES, Fernanda de Castro et al. Hanseníase no contexto da Estratégia Saúde da Família 
em cenário endêmico do Maranhão: prevalência e fatores associados. Ciência & Saúde 
Coletiva [online]. v. 26, n. 5, pp. 1805-1816. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/1413-81232021265.04032021>. Acesso em: 28 jul. 2021. 
MELÃO, Suelen et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase no extremo 
sul de Santa Catarina, no período de 2001 a 2007. Revista da Sociedade Brasileira de 
ISBN: 978-65-88884-13-3
 
 
 
 
 
P
ág
in
a1
4
2
 
Medicina Tropical [online]. 2011, v. 44, n. 1, pp. 79-84. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0037-86822011000100018>. Acesso em: 24 jul. 
2021. 
MELO, Joyce Pereira et al. Perfil epidemiológico dos casos de hanseníase de uma 
unidade de saúde. Rev de Saúde Coletiva da UEFS;7(1):29-34.Disponível em: 
<http://periodicos.uefs.br/index.php/saudecoletiva/article/view/1176/1279>. Acesso 
em:24 jul. 2021. 
MONTEIRO, Mísia Joyner de Sousa Dias et al. Perfil epidemiológico de casos de 
hanseníase em um estado do nordeste brasileiro. Rev. Aten. Saúde, São Caetano do Sul, 
v. 15, n. 54, p. 21-28, out./ dez. 2017. Disponível em: 
<https://doi.org/10.13037/ras.vol15n54.4766>. Acessoem: 24 jul 2021. 
 
MOREIRA, A. J. et al. Ação educativa sobre hanseníase na população usuária das 
unidades básicas de saúde de Uberaba-MG. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 38, n. 101, 
p. 234-243. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042014000200234&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 jul. 2021. 
 
OLIVEIRA,Ilanna Vanessa Pristo de Medeiros et al. Armadillos and leprosy: from 
infection to biological model. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, São Paulo, v. 61, e44, 2019. 
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1678-9946201961044>. acesso em: 24 jul. 
2021. 
 
PENELUPPI, Lívia Santiago et al. Perfil Epidemiológico da Hanseníase em uma Cidade 
do Sul de Minas Gerais no Período de Nove Anos: Estudo Retrospectivo. Revista 
ciências em saúde, v. 5, n. 4, p. 28-34, 11. Disponível em: 
<https://doi.org/10.21876/rcsfmit.v5i4.406>. Acesso em 24 jul. 2021. 
 
PINHEIRO, Mônica Gisele Costa et al. Leprosy: an educational approach with high 
school. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 776–
784, 2014. DOI: 10.9789/2175-5361.2014.v6i2.776-784. Disponível em: 
<http://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/3096>. Acesso em: 28 jul. 2021. 
 
SILVA, Wenderson Costa da et al. Aspectos epidemiológicos da Hanseníase no 
Município de Caxias, do Estado do Maranhão. Research, Society and Development, v. 
10, n.2, e2210212022, 2021. 
Disponívelem:<https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12022>. Acesso em: 28 
jul. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISBN: 978-65-88884-13-3

Outros materiais