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RESUMO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº4.029- DISTRITO FEDERAL Alice Maria C. L. Bitencourt1 A Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.029, relatada pelo Min. Luiz Fux, foi proposta pela Associação Nacional dos Servidores do IBAMA (ASIBAMA), em razão da defendida inconstitucionalidade presente na Lei Federal nº 11.516/07, a qual dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A referida ação foi julgada improcedente, contudo, declarou-se, incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 5º, caput, artigo 6º, §§ 1º e 2º, da Resolução nº01/2002 do Congresso Nacional. A Lei Federal posta em questão decorreu de conversão da Medida Provisória nº 366, do ano de 2017, cujo objetivo era conferir maior rapidez aos procedimentos de licenciamento ambiental, segundo coloca o relator. Nessa perspectiva, o requerente alega que a medida não foi apreciada pela comissão mista, fato justificado pelo art.5º, caput, e 6º, §§ 1º e 2º, da Resolução nº01/2002 do Congresso Nacional, e que, por isso, feriu o disposto no art.62, caput, da CF, nos termos de seus requisitos de relevância e urgência. Mediante tais alegações, Fux enfatiza o sentido da doutrina no tema, cujo teor revela: O parecer prévio da Comissão assume condição de instrumento indispensável para regularizar o processo legislativo porque proporciona a discussão da matéria, uniformidade de votação e celeridade na apreciação das medidas provisórias. Por essa importância, defende-se que qualquer ato para afastar ou frustrar os trabalhos da Comissão (ou mesmo para substituí-los pelo pronunciamento de apenas um parlamentar) padece de inconstitucionalidade (CLÈVE, Clèmerson Merlin. Medidas Provisórias. 3ª ed. São Paulo: RT, 2010. p. 178-180. V. tb. CASSEB, Paulo Adib. Processo Legislativo – atuação das comissões permanentes e temporárias. São Paulo: RT, 2008. p. 285. apud FUX, p. 3) Dessa forma, a deliberação apenas do relator, no lugar de uma apreciação da comissão, demonstra, para além de uma centralização do poder nas mãos do representante em questão, uma inconstitucionalidade aparente. Nesse sentido, sustenta-se, por consequência, que todas as medidas provisórias aprovadas a partir deste procedimento 1 Graduanda em direito pela Universidade Federal Fluminense vão contra a carta magna. Diante de tal fato, declarou-se inconstitucional a supracitada Resolução, em face do posto pelo art. 62 da CRFB. Em nome da segurança jurídica e, concomitantemente, reconhecendo a essencialidade do Judiciário à manutenção da democracia e à saúde do Estado Democrático de Direito, foi declarada a inconstitucionalidade do dispositivo com eficácia ex nunc. Fux acrescenta, ainda, que, observando a presente ação, cabe o emprego da técnica pure prospectivity, cuja ideia consiste na aplicação do novo entendimento exclusivamente para as futuras decisões, excluindo também o caso que originou o afastamento da tese anterior. A declaração de inconstitucionalidade com modulação dos efeitos temporais, relevante nesta ação, foi reconhecida pelo legislador, o qual, na Lei 9.868 de 1999, dispôs: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Por fim, cumpre apresentar a atenção para supostos vícios formais, dada pelo relator, nos termos do art. 62 da CRFB, no que diz respeito aos pressupostos de urgência e relevância. Nessa questão, entretanto, o Min. Ayres Britto destaca a subjetividade intrínseca a esse tema, cabendo ao Presidente da República sujeitar-se a objetividade necessária, bem como decidir sobre “criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública” (BRASIL, 1988, art. 61). REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. BRASIL. Lei 9.868, de 10 de nov. de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade: ADI 4.029-DF. Relator: Min. Luiz Fux. DJe: 27 de jun. de 2012. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2595890. Acesso em: 13 de jan. de 2022. https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2595890
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