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Super Revisao FUVEST Obras literarias lista 01

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1 
 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 
Vestibular Fuvest 2021 
Professor Henrique Landim 
 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 
1 - O romance Nove Noites, de Bernardo Carvalho, é 
uma obra pós-moderna vista como metaficção 
historiográfica que pode ser compreendia como a 
junção de três elementos: 
 
a) história, ficção e intertextualidade 
b) história, referencialidade e ficção 
c) investigação, história e solipsismo 
d) intertextualidade, investigação e moralismo 
e) maniqueísmo, ficção e investigação 
 
2 - Procure avaliar todos os itens a seguir a respeito do 
livro Nove noites, de Bernardo de Carvalho, e marque 
o único item errado acerca do livro: 
 
a) A leitura de Nove Noites costuma despertar 
nos leitores, como primeira impressão, o 
questionamento acerca do que é ficção e o que 
é realmente “verdade”. 
b) Intercaladas aos relatos desse de Manuel 
Perna, emergem as narrativas de um homem 
que afirma ter pesquisado a vida do 
antropólogo com o intuito de escrever um livro 
sobre a morte desse. 
c) Buell Quain viera com intuito inicial de estudar 
a vida dos índios Karajá, mas ao tomar 
consciência de que os Trumai estavam em vias 
de extinção, decide pesquisá-los. 
d) O jornalista renova suas esperanças 
investigativas ao conhecer um casal de 
antropólogos, que conheciam um dos índios da 
época em que Buell havia cometido o suicídio. 
Por esse motivo, decide ir à aldeia dos Krahô, 
para conversar com esse índio, desta vez há 
importantes revelações sobre o caso. 
e) As contradições serão muitas, na pesquisa do 
jornalista, o narrador-repórter, como já havia 
exposto o “amigo” de Quain, sobre as várias 
versões que a história assumiu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 - Logo a seguir há um trecho do romance Nove noites, 
de Bernardo Carvalho, leia-o para fazer o que se pede: 
 
O importante ele me disse ainda na primeira 
noite em Carolina, sem que eu pudesse 
entender do que realmente falava, ‘é que os 
Trumai vêm na morte uma saída e uma 
libertação dos seus temores e sofrimentos’. 
[...] Agora, quando penso nas suas palavras 
cheias de entusiasmo e tristeza, me parece que 
ele tinha encontrado um povo cuja cultura era 
a representação coletiva do desespero que ele 
próprio vivia como um traço de personalidade 
(CARVALHO, 2008, p.51). 
 
A compreensão do trecho, nos leva a concluir que: 
 
a) Os índios nada podem dizer acerca do perfil 
existencial e psicológico de Quain. 
b) Quain premeditou o suicídio em sua terra 
natal. 
c) A “fragilidade” cultural indígena é a mesma do 
pesquisar americano. 
d) Os Trumai apelidaram Quain de “cãmtwyon” 
e) A melancolia é a marca mais relevante do 
romance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
 
4 - Procure ler com atenção todos os itens abaixo sobre 
o livro Nove Noites, de Bernardo de Carvalho, e faça o 
que é pedido: 
 
I. Em meio a tantas pistas falsas e sem sentido, 
no momento em que o pai do jornalista está no 
hospital, ele acaba presenciando a morte de 
um americano, que lhe diz as últimas palavras 
como se ele, o jornalista, fosse o Buell. 
 
II. Ao chegar aos Estados Unidos, o jornalista 
(narrador-repórter), disfarçado de empregado 
de uma companhia de transportes, consegue 
entrar na casa do filho do fotógrafo e lá 
descobre que aquele homem não era filho 
legítimo; fato descoberto quando o fotógrafo 
estava no Brasil. 
 
III. O jornalista-repórter encontra, ao voltar de 
avião para o Brasil, um rapaz “de cabelos 
cacheados, olhar simpático, embora fosse 
feio”, que vinha ao seu lado, e dizia vir ao Brasil 
estudar os índios. Instigador? Mais um motivo 
de reflexão? Poderia até ser, mas o jornalista já 
está convencido de que a verdade não é fácil 
de ser encontrada, a ficção já é o caminho pelo 
qual se engendrará. 
 
A alternativa CORRETA é: 
 
a) I e III 
b) II e III 
c) Somente III 
d) Nenhum dos itens 
e) Todas 
 
 
5 - No romance Nove Noites, de Bernardo Carvalho, os 
fatos se misturam, se confundem e a explicação que 
fica é a que o jornalista dá quando chega nos Estados 
Unidos: “A ficção começou no dia em que botei os pés 
nos Estados Unidos” (CARVALHO, 2008, p. 142). Esse 
trecho do livro nos permite dizer: 
 
a) O livro é essencialmente feito em fatos reais. 
b) Tudo que lemos pode ser facilmente 
comprovado. 
c) A ficção procura preencher as lacunas do real. 
d) A viagem aos EUA nada ajudou à compreensão 
dos fatos. 
e) O forte teor metapoético do romance. 
 
 
 
 
6 - Nas palavras de Bernardo Carvalho, autor do livro 
Nove Noites: 
 
Esse é um livro de ficção, embora esteja baseado em 
fatos e pessoas reais. É uma combinação de memória e 
imaginação – como todo romance, em maior ou menor 
grau, de forma mais ou menos direta (CARVALHO, 
2008, p.9) 
 
As palavras do escritor no levam a dizer: 
 
a) O livro é inquestionavelmente sobre fatos 
reais. 
b) A ficção é problemática e mentirosa. 
c) Há uma profunda reflexão sobre a construção 
de verdade. 
d) A memória é falsa e enganosa. 
e) A imaginação é soberana na construção da 
memória. 
 
 
7 - Julgue todos os itens a seguir feitos sobre o romance 
Nove Noites, de Bernardo Carvalho, e marque o único 
item errado: 
 
a) O que é mais visível é a forma pela qual várias 
“verdades”, vários discursos se entrecruzam, 
de forma que não é possível desvendar o que é 
real do que é ficção. Tudo isso, permite afirmar 
que estamos frente a uma crônica pós-
moderna. 
b) É interessante observar que o romance, na 
verdade, não narra a história do suicídio de 
Buell Quain, como podemos ser levados a 
pensar inicialmente, mas é um romance que 
fala da busca de fatos para a composição de 
um romance. 
c) Há duas vozes principais, estruturadoras do 
romance – a do jornalista e a do morador que 
se diz amigo de Buell –, e “subvozes”, que 
auxiliam na construção “ labiríntica” da 
narrativa, caracterizando a obra como um 
romance polifônico. 
d) No anseio de reconstruir as peças desse 
quebra-cabeça, o livro propõe a oferecer ao 
leitor uma versão “ficcional” da história (vale 
lembrar que o texto está inscrito no gênero do 
“romance” e não no gênero de “reportagem” 
ou do “romance-testemunha”). 
e) A antropologia, muito presente no romance, 
também opera a partir da visão e do estudo do 
sujeito em relação ao outro – pois o eu existe 
como ser social a partir das relações que 
estabelece com aqueles que o cercam no 
grupo – ao mesmo tempo em que tece vínculos 
com os demais sujeitos desse grupo. 
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3 
 
8 - Leia atentamente todas as afirmações a seguir sobre 
o livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília 
Meireles, e marque a única alternativa ERRADA: 
a) O livro foi escrito na década de 1940 quando sua 
autora, então jornalista, chegou a Ouro Preto, com 
a finalidade de documentar os eventos de uma 
Semana Santa. 
b) Fruto de longa pesquisa histórica o livro é, para 
muitos, a principal obra da autora. Nesse livro, por 
meio de uma hábil síntese entre o dramático, o 
épico e o lírico a fim de descrever objetivamente a 
história do Brasil. 
c) Envolvida pela “voz irreprimível dos fantasmas”, 
conforme dissera, passou a reescrever, de forma 
poética, os episódios marcantes da Inconfidência 
Mineira. 
d) A obra parece seguir uma certa organização, há a 
divisão temática composicional entre os três ciclos: 
Ouro, Diamante e Liberdade ou Inconfidência com 
ascensão e queda. 
e) Romanceiro da Inconfidência caracteriza- se como 
uma obra épica, de reflexão líricas, mas com um 
contexto épico, narrativo, firmemente calcado na 
história. 
 
9 - Avalie cada uma das afirmações abaixo sobre o livro 
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, e assinale 
a única ERRADA: 
a) A obra, de caráter épico-lírico caracteriza-se, ao mesmo 
tempo, pela presença da reflexão e pelo conteúdo 
narrativo firmemente apoiado em fatos históricos. 
b) Por meio da hábil manipulação entre fatos e ficção se 
criam os elos entre o passado e o presente,entre o 
antigo e o moderno, entre o circunstancial histórico e o 
universal. 
c) De volta ao Rio de Janeiro, a autora continuaria sendo 
perseguida pelos fantasmas daquela época, e pelos 
apelos do fantasma do próprio Tiradentes, presentes 
nos últimos lugares pelos quais ele passou em vida. 
d) No Romanceiro da Inconfidência, o registro de fatos 
possui uma cronologia e, assim, uma sequência de causa 
e efeito. 
e) Podemos considerar que cada poema corresponde a 
uma pedra do mosaico, ou seja, são independentes 
entre si, mas possuem, no conjunto, uma unidade válida 
de significação. 
 
 
10 - Logo a seguir há alguns comentários críticos acerca 
do livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília 
Meireles, leia-os e faça o que é pedido: 
O Romanceiro da Inconfidência deixa transparecer as 
múltiplas facetas da autora: a sensível criadora de 
poesia; a pesquisadora séria, profunda conhecedora de 
História e de Literatura; a cidadã consciente, defensora 
de ideais libertários; a educadora lúcida, buscando 
lições do passado para iluminar a compreensão do 
presente (GOLDSTEIN, 1998, p. 13). 
Os comentários analíticos acima nos permitem dizer 
que a obra: 
a) Faz uma fusão entre historiografia e 
ficcionalidade 
b) Possui elementos concretos e objetivos tão 
somente 
c) Tem uma tendência à objetividade positivista 
d) Realiza uma reflexão metapoética 
e) Sobrepõe a ficção sobre a realidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11 - Logo a seguir há um trecho do livro Romanceiro da 
Inconfidência, de Cecília Meireles, leia-o e faça o que é 
pedido: 
Fala Inicial 
Não posso mover meus passos, 
por esse atroz labirinto 
de esquecimento e cegueira 
em que amores e ódios vão: 
- pois sinto bater os sinos, 
percebo o roçar das rezas, 
vejo o arrepio da morte, 
à voz da condenação; 
- avisto a negra masmorra 
e a sombra do carcereiro 
que transita sobre angústias, 
com chaves no coração; 
- descubro as altas madeiras 
do excessivo cadafalso 
e, por muros e janelas, 
o pasmo da multidão. 
[...] 
Ó meio-dia confuso, 
ó vinte-e-um de abril sinistro, 
que intrigas de ouro e de sonho 
houve em tua formação? 
 
Quem ordena, julga e pune? 
Quem é culpado e inocente? 
Na mesma cova do tempo 
cai o castigo e o perdão. 
Morre a tinta das sentenças 
e o sangue dos enforcados... 
- liras, espadas e cruzes 
pura cinza agora são. 
Na mesma cova, as palavras, 
o secreto pensamento, 
as coroas e os machados, 
mentira e verdade estão. 
 
A compreensão do livro e do fragmento acima nos 
permite dizer: 
a) A ação do tempo apaga os fatos históricos que 
ocorreram na antiga Vila Rica. Por isso, a 
persona poética não reflete apenas sobre os 
acontecimentos, mas sim sobre as motivações 
que levaram os inconfidentes a lutarem pelos 
seus ideais, ou seja, ela parte do concreto para 
abordar os sentimentos humanos. 
b) O poema acima é construído em versos na 
medida nova, sem rimas, condição que pode 
sinalizar para uma certa modernidade do 
trecho. 
c) Há uma voz enunciadora, a que chamamos 
persona poética, que nos conduz a uma 
atmosfera de lembranças ressuscitadas na 
memória do tempo, em que história e poesia 
encontram abrigo numa linguagem de tênue 
expressividade. 
d) Essa mesma voz, que se manifesta liricamente, 
também está situada no tempo passado, 
momento contemporâneo à Inconfidência. 
e) Ao se transportar para o passado, o eu faz uma 
série de questionamentos refletindo de forma 
negativista sobre as motivações e o desfecho 
da revolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12- Analise o fragmento abaixo retirado do livro 
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, e 
faça o que se pede: 
Atrás de portas fechadas, 
à luz de velas acesas, 
entre sigilo e espionagem, 
acontece a Inconfidência. 
E diz o Vigário ao Poeta: 
"Escreva-me aquela letra 
do versinho de Vergílio…" 
E dá-lhe o papel e a pena. 
E diz o Poeta ao Vigário, 
com dramática prudência: 
"Tenha meus dedos cortados 
antes que tal verso escrevam…" 
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE, 
ouve-se em redor da mesa. 
E a bandeira já está viva, 
e sobe, na noite imensa. 
E os seus tristes inventores 
já são réus — pois se atreveram 
a falar em Liberdade 
(que ninguém sabe o que seja). 
 
Através de grossas portas, 
sentem-se luzes acesas, 
— e há indagações minuciosas 
dentro das casas fronteiras. 
"Que estão fazendo, tão tarde? 
Que escrevem, conversam, pensam? 
Mostram livros proibidos? 
Leem notícias nas Gazetas? 
Terão recebido cartas 
de potências estrangeiras?" 
(Antiguidades de Nimes 
em Vila Rica suspensas! 
Cavalo de La Fayette1 
saltando vastas fronteiras! 
Ó vitórias, festas, flores 
das lutas da Independência! 
Liberdade – essa palavra, 
que o sonho humano alimenta: 
que não há ninguém que explique, 
e ninguém que não entenda!) 
 
1 Marquês de La Fayette (1757-1834) foi um general e 
estadista francês. Ficou conhecido como o “herói dos dois 
mundos”, por ter participado de duas grandes revoluções do 
 
E a vizinhança não dorme: 
murmura, imagina, inventa. 
Não fica bandeira escrita, 
mas fica escrita a sentença. 
(MEIRELES, 1989, p. 106) 
 
Avalie cada uma das afirmações a seguir: 
 
I. A curiosidade e maledicência das pessoas que 
não tinham acesso às reuniões em que 
confabulavam os rebeldes aparece no trecho. 
As estrofes, com exceção da última, começam 
com versos que remetem ao caráter sigiloso 
das reuniões dos inconfidentes. 
II. Aparecem os assuntos tratados nas reuniões: 
as discussões literárias, a economia, bem como 
as atividades econômicas exercidas na 
capitania, a recém-conquistada independência 
das colônias inglesas, o desejo de liberdade e 
de revolução. 
III. Nos versos “já são réus – pois se atreveram/ a 
falar em Liberdade”, é retratado o fato de que 
os rebeldes, por pensarem em liberdade são 
acusados de traição à Rainha. 
IV. Na última estrofe, os versos “Não fica bandeira 
escrita,/ mas fica escrita a sentença.” 
exprimem uma previsão dos acontecimentos 
negativos vindouros, pois o sonho de 
liberdade, antes de se concretizar, já 
caminhava para o seu fim: os inconfidentes 
foram descobertos antes mesmo de a 
revolução acontecer. 
 
Quais das alternativas são CORRETAS? 
a) Somente I. 
b) Somente III. 
c) I e III. 
d) I e II. 
e) Todas 
 
 
 
 
 
século XVIII – a Guerra da Independência Americana e a 
Revolução Francesa. 
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6 
 
13 - A seguir está um fragmento retirado de uma 
conferência de Cecília Meireles, realizada em Ouro 
Preto, na Casa dos Contos, acerca do livro Romanceiro 
da Inconfidência: 
 
O Romanceiro teria a vantagem de ser 
narrativo e lírico; de entremear a possível 
linguagem da época à dos nossos dias; de, não 
podendo reconstruir inteiramente as cenas, 
também não as deformar inteiramente; de 
preservar aquela autenticidade que ajusta à 
verdade histórica o halo das tradições e da 
lenda (MEIRELES, 2009, p. 25). 
 
O fragmento acima nos permite dizer que: 
 
a) A obra possui a expressividade lírica marcada 
pela perspectiva cênica dos autos medievais. 
b) Em Cecília o apelo lírico se sobrepõe 
pujantemente aos aspectos históricos. 
c) A noção épica pode ser associada à 
expressividade lírica. 
d) A linguagem da época se sobrepõe à linguagem 
contemporânea. 
e) A noção de tradição histórica literária só é 
notada no interior do livro graças à perspectiva 
da forma do romanceiro. 
 
14 - Analise todos os itens a seguir sobre a obra 
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, e 
marque a única alternativa errada: 
 
a) O livro pode ser considerado um monólogo, já 
que a voz narrativa do eu que fala pouco deixa 
transparecer as vozes de outros sujeitos. 
b) Ao ouvir as palavraslançadas pelos 
“fantasmas” e procurando dar voz a eles, 
reproduzindo-lhes a história, Cecília Meireles 
assumiria o papel de erudito que traz à luz as 
narrativas populares, as “epopeias guardadas 
na memória coletiva”. 
c) Cecília no livro, constrói um romanceiro com as 
narrativas evocadas à memória pela presença 
em Ouro Preto e pela pesquisa histórica. 
d) Os romances de I a XI dedicam-se 
especialmente a ressaltar as loucuras, os 
desvarios e os excessos que a exploração e a 
sede pelo ouro causam à alma humana. 
e) Chico-Rei é um símbolo de afirmação dos 
negros: ele é capaz de comprar sua própria 
alforria e de vários de seus companheiros, 
criando uma pequena tribo da qual é o líder. 
Esse episódio representa, assim, a 
perseverança e a luta do negro pela sua 
liberdade. 
 
15 - Analise todos os itens a seguir a respeito do livro 
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, e 
assinale o único item EQUIVOCADO: 
a) “Pois vai ser levado à forca, / para morte 
natural…” (MEIRELES, 2009, p. 64). O referido 
romance situa o nascimento e a morte natural 
do mártir. 
b) A propósito, Chica da Silva é a personagem 
principal do “ciclo” seguinte de romances, que 
contam um pouco da vida na negra alforriada 
e a bancarrota de seu amante João Fernandes. 
c) Os integrantes do “país da Arcádia”, poetas e 
intelectuais que estiveram envolvidos 
(notadamente, Tomás Antônio Gonzaga, 
Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa) 
– já adiantando o funesto fim da empreitada – 
e expressa-se a onipresença das ideias 
iluministas. 
d) Joaquim Silvério é comparado a Judas, 
analogia muito interessante na medida em que 
Tiradentes é, frequentemente, comparado a 
Jesus Cristo em seu sacrifício e nas esperanças 
quase messiânicas que se lhe depositaram. 
e) Com exceção dos tropeiros, todos os locutores 
dos romances destacados são “inventados” 
por Cecília Meireles e inseridos por ela na 
história. Cada uma das falas no livro 
correspondem a testemunhos, ou seja, 
documentos históricos em linguagem escrita 
 
 
 
 
 
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7 
 
16 - Avalie os versos a seguir, retirados do livro 
Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, e 
faça o que se pede: 
Liberdade – essa palavra 
que o sonho humano alimenta 
que não há ninguém que explique, 
e ninguém que não entenda! 
E a vizinhança não dorme: 
murmura, imagina, inventa. 
Não fica bandeira escrita 
mas fica escrita a sentença. 
(MEIRELES, 2009, p. 91) 
 
No fragmento acima, podemos ver um diálogo, às 
indiretas, com a tradição clássica mundial, por meio da 
alusão ao poeta: 
 
a) Cláudio Manuel da Costa 
b) Tomás Antônio Gonzaga 
c) Gregório de Matos Guerra 
d) Públio Virgílio Maro 
e) Alvarenga Peixoto 
 
17 - Um locutor muito singular foi escolhido pela 
autora do Romanceiro da Inconfidência para um 
momento de suma importância na obra: na ocasião do 
enforcamento de Tiradentes, ninguém menos que um 
bêbado está presente para constatar as incoerências 
de se ver tanta alegria em um dia de morte anunciada: 
 
Vi o penitente 
de corda ao pescoço. 
A morte era o menos: 
mais era o alvoroço. 
Se morrer é triste, 
porque tanta gente 
vinha pra rua 
com cara contente?(…)Não era uma festa. 
Não era um enterro. 
Não era verdade 
e não era erro. 
– Então por que se ouvem 
salmo e ladainha, 
se tudo é vontade 
da nossa rainha? 
(MEIRELES, 2009, p. 160-161) 
 
Discuta a sutil ironia de Cecília Meireles a respeito da 
visão do bêbado acerca da morte de Tiradentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 - No romance X, por exemplo, Cecília dedica-se a 
traçar um retrato de uma pobre donzela cujos parentes 
estão longe, na busca pelo ouro: 
Donzelinha, donzelinha 
dos grandes olhos sombrios, 
teus parentes andam longe, 
pelas serras, pelos rios, 
tentando a sorte nas catas, 
em barrancos já vazios! 
(MEIRELES, 2009, p. 61) 
 
Com qual intento Cecília Meireles inseriu a figura da 
senhorita no trecho acima? Disserte sobre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
 
19 - Analise todas as afirmações a seguir sobre a novela 
“Campo Geral”, de Guimarães Rosa, e faça o que se 
pede: 
 
I. O Ritual da crisma/batismo, por um lado, 
confirma e garante a genealogia de Miguilim 
como sendo filho de Nhô Berno; por outro 
lado, Terêz se apresenta como pai, ainda que 
ilegítimo, o que não, porém, confirmado 
explicitamente pelo narrador. O ritual, 
portanto, confirma o tio como pai substituto, 
já que o padrinho, muitas vezes, substitui o pai 
na falta deste. 
II. O cenário entranha-se na perspectiva de 
mundo de Miguilim. O Mutum, onde vive e 
onde expressa toda a passagem ritualística da 
infância, é um lugar, ao mesmo tempo, de 
hostilidades e de abrigo, de refutação e de 
aceitabilidade. 
III. Em “Campo Geral”, a representação da 
infância se faz pela linguagem, ora com estilo 
infantil, ora com maturidade de adulto por 
meio de um narrador onisciente e discurso 
indireto livre. 
IV. Em relação ao Dito, a precocidade do adulto 
nesse personagem leva-o à morte literal e 
simbólica. Dito, menino-adulto, tem resposta 
para tudo, sem necessidade de sofrimento ou 
angústia que o próprio Miguilim absorve 
cotidianamente em sua transição para o 
estágio seguinte da vida. 
 
Está(ão) correta(s) 
 
a) apenas I, II e III 
b) apenas I, II, III, IV 
c) apenas II e IV 
d) apenas II, III e IV 
e) apenas I e IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 - Leia com atenção as afirmativas abaixo feitas sobre 
o livro “Campo Geral”, de Guimarães Rosa, e faça o que 
se pede: 
 
I. Nas duas pontas da narrativa há, na verdade, 
duas referências fortes à beleza do lugar. No 
trecho acima, a ida-e-volta da viagem de 
Miguilim simboliza uma pequena busca, de um 
fulgor intenso, em que o menino descobre que 
“O Mutum é lugar bonito”. 
 
II. A partida de Miguilim, que é simultaneamente 
fechamento de um ciclo e abertura de outro, 
fim de sua infância e abertura de um novo 
destino, dá-se também em meio a uma visão 
repentina da beleza das coisas que o menino 
deixará para trás. 
 
III. Aos poucos, Miguilim começa a cismar que vai 
morrer. Faz uma promessa a Deus: se ele não 
morresse nos próximos dias, não morreria 
mais. Enquanto isso, se compromete a rezar 
uma novena. 
 
IV. Com a chegada de Luisaltino, novo parceiro de 
trabalho de Nhô Bero, vem a notícia de que 
Patori assassinou um rapaz e está foragido. 
Patori acaba morrendo de fome, e Nhô Bero 
larga tudo para prestar solidariedade a Seo 
Deográcias, que se desesperava com a perda 
do filho. Mas o que mais agradou a Miguilim foi 
que Luisaltino traz consigo um papagaio, o 
Papaco-o-Paco. 
 
 
Está(ão) correta(s) 
 
a) apenas I, II e III 
b) apenas I, II, III, IV 
c) apenas II e IV 
d) apenas II, III e IV 
e) apenas I e IV 
 
 
 
 
 
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21 - Analise todos os itens a seguir a respeito do livro 
“Campo Geral”, de Guimarães Rosa, e marque o único 
item ERRADO: 
 
a) O texto narra a história da família e da vida de 
Miguilim no interior do sertão mineiro. O 
menino experimenta diversas situações típicas 
da infância, os medos, as brincadeiras. No 
entanto, uma experiência específica será 
decisiva para o seu amadurecimento: a morte 
do irmão mais novo, Dito. 
b) Pouco tempo depois da morte do irmão, 
Miguilim é levado para trabalhar com o pai e a 
relação entre os dois se torna cada vez pior, 
mas a alma feridade de Miguilim se torna 
equilibrada. 
c) O médico dentro da narrativa desempenha um 
papel fundamental na formação do 
protagonista, pois descobre sua miopia e lhe 
fornece seus primeiros óculos. A novela tem 
fim quando, acompanhado do doutor 
Lourenço, Miguilim deixa a casa em que viveu 
toda a vida e vai estudar na cidade. 
d) “Campo Geral” é uma narrativa bastante lírica, 
não à toa que Guimarães nomeia a narrativa de 
“poema”em umas das primeiras versões da 
obra. Tudo isso é utilizado para recriar o 
mundo do ponto de vista de uma criança. 
e) Narrado em terceira pessoa, narrador 
onisciente. Apesar de ser escrita em terceira 
pessoa, a história é filtrada unicamente pelo 
ponto de vista de Miguilim e, por essa razão, o 
mundo infantil é organizado a partir das 
vivências de um menino sensível, delicado, 
inteligente, empenhado em compreender as 
pessoas e as coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 - Todas as afirmações abaixo foram feitas sobre o 
livro “Campo geral”, de Guimarães Rosa, leia-as e faça 
o que se pede: 
 
I. “Campo Geral” traz grande parte das palavras 
na forma diminutiva, reforçando a ideia de que 
tudo o que vemos passa, antes, pelos olhos de 
uma criança, Miguilim. Tal recurso, capaz de 
criar uma atmosfera mais íntima e afetuosa, 
pode ser facilmente verificado, como se 
percebe nas expressões: biquinho, menorzim, 
viajadinho, figurinha (p.47). 
 
II. Na narrativa de Guimarães Rosa, notamos o 
quanto o pai, Bernardo, de Miguilim conduz os 
filhos e filhas ao caminho do aprendizado 
seguro. A educação paterna é um elemento 
essencial à travessia das crianças. 
 
III. Seo Deográcias, curandeiro e cobrador de 
dívidas das redondezas, classifica o Mutum 
como “más brenhas, donde só se vê falta tudo, 
muita míngua, ninguém não olha p’ra este 
sertão dos pobres...” (p.42). Contudo, o que 
vemos sobre o referido lugar são abundâncias 
em várias ordens. 
 
IV. Vó Izidra, que “enxergava no escuro” e ralhava 
sempre contra vícios e pecados, e o pai Bero 
podem ser identificados como representantes 
da censura na novela. Ambos são temidos 
pelos familiares e têm em comum o gosto pelo 
café “amargoso”, imposto a todos da casa. 
 
Está(ão) correta(s) 
 
a) apenas I, II e III 
b) apenas I, II, III, IV 
c) apenas I e IV 
d) apenas II, III e IV 
e) apenas I, II e IV 
 
 
 
 
 
 
 
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23 - Na novela “Campo Geral”, de Guimarães Rosa, a 
figura do Tio Terêz parece ser mais representativa a 
que a própria imagem do pai do protagonista. Discuta 
a importância da imagem do Tio. Disserte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 - A respeito do livro “Campo Geral”, de Guimarães 
Rosa, não podemos afirmar que: 
 
a) As viagens que abrem e fecham a narrativa 
“servem de moldura simbólica à principal 
trajetória de aprendizagem do protagonista 
em busca de respostas para suas indagações” 
(2007, p.165). De fato, o fundamental no 
universo rosiano é a travessia empreendida. 
b) Aristeu ser um contador de estórias, situa-se 
em posição privilegiada para transmitir a 
Miguilim a resposta pela qual tanto anseia, a 
saber, que “a superação da morte, ou o 
caminho possível de renovação, dá-se pelo 
ingresso no mundo das estórias”. 
c) Superado o luto, os óculos do doutor da cidade 
surgem como metáfora para uma nova forma 
de ver o mundo, ajustada às suas 
necessidades. Com as lentes corretoras, 
Miguilim será capaz de vislumbrar o horizonte 
que o espera e, ainda, de reconhecer por si 
próprio a beleza do Mutum: “O Mutum era 
bonito! Agora ele sabia.” (p.142). 
d) A partida para a cidade grande evidenciaria 
justamente a maturidade a ser atingida, 
aprendida a pequenos “goles” (p.77) de velhice 
e elaboração das perdas. Contudo, essa 
suposta gradação não é vista, pois o 
protagonista acaba por se perder em 
desenganos. 
e) Na última olhada para o Mutum antes de 
partir, Miguilim torna-se capaz, pela primeira 
vez, de tirar suas próprias conclusões sobre a 
beleza do lugar e das pessoas. O "saber", nesse 
caso, toma o lugar da fabulação na 
compensação; metaforicamente, os óculos 
não trazem apenas a visão a Miguilim, mas 
certo conhecimento. 
 
25 - Logo a seguir temos vários personagens do livro 
“Campo Geral”, de Guimarães Rosa, associados ao 
universo místico / espiritual. Contudo, apenas um deles 
não pode ser diretamente vinculado a esse aspecto: 
 
a) Vó Izidra 
b) Mãitina 
c) Dito 
d) Seu Aristeu 
e) Tio Terêz 
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26 - Em “Campo Geral”, de Guimarães Rosa, temos um 
personagem que encarna o poder do sonho vinculado 
à infância, anúncio da morte próxima, elogio velado à 
mulher, decisão equivoca nas escolhas de vida: 
 
a) Gato Sossõe, Julim, Papaco-o-Paco e Patori 
b) Papaco-o-Paco, Julim, Patori e Gato Sossõe 
c) Patori, Gato Sossõe, Papaco-o-Paco e Julim 
d) Seu Deográcias, Julim, Papaco-o-Paco e Patori 
e) Seu Aristeu, Papaco-o-Paco, Gato Sossõe e 
Patori 
 
27 - A respeito das produções literária da nossa lista de 
obras obrigatória, leia todos os itens a seguir e marque 
o único errado: 
a) Teodorico, personagem do romance A 
Relíquia, de Eça de Queirós, se assemelha ao 
processo positivo de formação de Miguilim, da 
obra “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. 
b) O tema da viagem enquanto elemento de 
transformação do sujeito é recorrente nos 
seguintes livros: Angústia, de Graciliano 
Ramos, Nove Noites, de Bernardo Carvalho, 
Quincas Borba, e Machado de Assis. 
c) O livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília 
Meireles, e Mayombe, de Pepetela, se 
comunicam nos que se refere ao processo de 
colonização lusitana. 
d) A metaficção (apropriação de dados históricos 
objetivos pela obra literária) é uma das marcas 
mais recorrentes do romance Nove Noites, de 
Bernardo Carvalho. 
e) A infelicidade conjugal é retratada nos 
seguintes livros: Nove Noites, de Bernardo 
Carvalho, Angústia, de Graciliano Ramos, A 
relíquia, de Eça de Queirós e Mayombe, de 
Pepetela. 
 
 
 
 
 
 
 
28 - O texto a seguir foi retirado do livro Claro Enigma, 
de Carlos Drummond de Andrade, leia-o e faça o que 
se pede: 
OFICINA IRRITADA 
 
Eu quero compor um soneto duro 
como poeta algum ousara escrever. 
Eu quero pintar um soneto escuro, 
seco, abafado, difícil de ler. 
 
Quero que meu soneto, no futuro, 
não desperte em ninguém nenhum prazer. 
E que, no seu maligno ar imaturo, 
ao mesmo tempo saiba ser, não ser. 
 
Esse meu verbo antipático e impuro 
há de pungir, há de fazer sofrer, 
tendão de Vênus sob o pedicuro. 
 
Ninguém o lembrará: tiro no muro, 
cão mijando no caos, enquanto Arcturo, 
claro enigma, se deixa surpreender. 
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Claro enigma, Rio de 
Janeiro, 2010, Record, p. 38). 
 
Os estudiosos compreendem o poema acima por meio 
de uma clave metapoética. Contudo, essa posição 
aparentemente avessa a questões de ordem social, 
pode revelar um posicionamento crítico do escritor. 
Vale lembrar que o texto, embora publicado em 1951, 
foi escrito antes, talvez no Estado Novo. Sendo assim, 
a suposta indiferença social guarde um teor crítico do 
escritor com o mundo, condição também vista em: 
a) Mayombe e A relíquia 
b) Nove noites e o Romanceiro da Inconfidência 
c) Campo Geral e A Relíquia 
d) Angústia e “Campo Geral” 
e) Poemas Escolhidos de Gregório de Matos e 
“Campo Geral” 
 
 
 
 
 
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29 - Sobre as produções abaixo, julgue todos os itens e 
marque o único INCOMPATÍVEL a compreensão do 
referido livro: 
a) A floresta Mayombe, do livro de Pepetela, é o 
símbolo da nação a ser gestada e construída. É 
da floresta que a nova Angola emergirá. 
Curiosamente, cada guerrilheiro entra no 
Mayombe de acordo com as suas crenças 
étnicas e sai dali angolano. 
b) Subitamente enriquecido, Rubião, 
protagonista do livro Quincas Borba, de 
Machado de Assis, se muda para o Rio de 
Janeiro e já na viagem conhece o casal Sofia e 
Cristiano Palha, que se comprometem a 
apresentar-lhe a Corte e cuidar para que ele 
não seja alvo de aproveitadores, aspecto que 
ocorre de fato. Dessa maneira, Sofia e Cristiano 
logo incluem Rubião em seu círculo de 
amizades. 
c) Miguilim, protagonista da novela “Campo 
Geral”,de Guimarães Rosa, mora com sua 
família numa região isolada e primitiva: o 
Mutum. Lá, o pai – Bernardo –, a mãe – 
Nhanina –, os irmãos – Dito, Tomezinho, Chica 
e Drelina –, a avó Izidra, o Tio Terêz e os 
vaqueiros vizinhos vão lhe ensinando, dura 
mas liricamente, a distinguir, a compreender o 
mundo. 
d) O romance Nove Noites, de Bernardo Carvalho, 
é uma biografia dupla, de alguém que não 
pode narrar porque já está morto e do 
narrador-jornalista que se autobiografa nesse 
processo e vai preenchendo os espaços com 
elementos eminentemente inventivos. 
e) Luís da Silva, personagem do Angústia, é 
insatisfeito com seu presente, só consegue 
olhar para o passado, remoendo memórias 
amarguradas de um passado rural, sua base 
ideológica. Surgem lembranças de uma 
infância com afetos problemáticos, frustrações 
profissionais e sexuais, abalando todo o 
encanto de sua existência, seja em relação às 
coisas exteriores ou interiores. 
 
 
 
 
 
30 - Respectivamente, notamos nas abras seguir a 
noção de pátria enquanto território do embate, a 
polifonia de sujeitos diversos e divergentes, a 
transformação significativa do protagonista 
a) Mayombe, Romanceiro da Inconfidência, 
“Campo Geral” 
b) Romanceiro da Inconfidência, Mayombe, Nove 
Noites 
c) Quincas Borba, Mayombe, Nove Noites 
d) Poemas Escolhidos, Nove Noites, Mayombe 
e) “Campo Geral”, Romanceiro da Inconfidência, 
Nove Noites 
 
31 - Leia os itens a seguir sobre diversas produções 
literárias e faça o que se pede: 
I. Em Mayombe, de Pepetela, o uso das línguas 
africanas reflete a necessidade da 
emancipação da pátria por meio da língua, 
condição similar aos neologismos de “Campo 
Geral”, de Guimarães Rosa. 
II. Aristeu é curandeiro de “Campo Geral” 
vinculado a uma espécie de “catarse”, 
respiradouro para aquele que sofre as 
angústias da travessia existencial. 
III. Em Nove noites o índio é evidenciado como um 
órfão da civilização, mas dotado de uma 
possibilidade de alternância da ordem vigente. 
IV. O livro de Cecília Meireles, Romanceiro da 
Inconfidência, é uma epopeia alicerçada em 
valores como simetria, enredo com herói épico 
e versos isométricos. 
São VERDADEIRAS: 
a) Apenas I, II e III. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I, III e IV. 
d) Apenas II e IV. 
e) Apenas II e III. 
 
 
 
 
 
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32 – Leia o trecho a seguir retirado do livro A relíquia, 
de Eça de Queirós, e faça o que se pede: 
E logo uma ideia sulcou-me o espírito, com um brilho 
de visitação celeste... Levar à Titi um desses galhos, o 
mais penugento, o mais espinhoso, como sendo a 
relíquia fecunda em milagres, a que ela poderia 
consagrar seus ardores de devota e confiadamente 
pedir as mercês celestiais! "Se entendes que mereço 
alguma cousa pelo que tenho feito por ti, traze-me 
então desses santos lugares uma santa relíquia..." 
Assim dissera a senhora D. Patrocínio das Neves na 
véspera da minha jornada piedosa, entronada nos seus 
damascos vermelhos, diante da magistratura e da 
igreja, deixando escapar uma baga de pranto sob seus 
óculos austeros. Que lhe podia eu oferecer mais 
sagrado, mais enternecedor, mais eficaz, que um ramo 
da árvore de espinhos, colhido no vale do Jordão, numa 
clara, rosada manhã de missa? (QUEIRÓS, Eça de. A 
relíquia. Porto: Lello e Irmãos, 1976, p. 125). 
Todo o fervor católico representado pela personagem 
Maria do Patrocínio do livro A relíquia pode ser 
vinculado ao (à) personagem: 
a) Vitória, da obra Angústia, de Graciliano Ramos 
b) Maitina, da obra “Campo Geral”, de Guimarães 
Rosa 
c) Manuel Perna, da obra Nove Noites, de 
Bernardo Carvalho 
d) Professor, do romance Mayombe, de Pepetela 
e) D. Tonica, do livro Quincas Borba, de Machado 
de Assis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 – Procure ler com bastante cuidado todos os itens a 
seguir sobre diversas produções literárias e faça o que 
é pedido: 
I. O sincretismo religioso pode ser percebido na 
novela “Campo Geral” por meio de alguns 
personagens alegóricos da narrativa: Maitina 
(catolicismo) e Avô Izidra (crenças afros). 
II. O catolicismo em seu estado primitivo e 
verdadeiro é representado por meio da 
personagem Maria do Patrocínio, do romance 
A relíquia, de Eça de Queirós. 
III. O personagem Comandante, do livro 
Mayombe, de Pepetela, é nomeado Ogum, o 
Prometeu africano, aspecto que sinaliza para 
um sincretismo religioso. 
IV. Em “nascem capelas / no mudo espanto dos 
matos, / onde rudes homens duros” a fé, no 
livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília 
Meireles, nasce como mecanismo de elevação 
do homem. 
 São VERDADEIRAS: 
a) Apenas I, II e III. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I, III e IV. 
d) Apenas II e IV. 
e) Apenas III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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34 – Procure ler o texto a seguir e faça o que se pede: 
Contemplando nas cousas do mundo desde o seu 
retiro, lhe atira com seu ágape, como quem a nado 
escapou da tormenta 
Neste mundo é mais rico o que mais rapa; 
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; 
Com sua língua, ao nobre o vil decepa; 
O velhaco maior sempre tem capa. 
 
Mostra o patife da nobreza o mapa;2 
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; 
Quem menos falar pode, mais increpa: 
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. 
 
A flor baixa se inculca por Tulipa; 
Bengala hoje a mão, ontem garlopa;3 
Mais isento se mostra, o que mais chupa. 
 
Para a tropa do trapo vazo a tripa,4 
e mais não digo, porque a Musa topa 
Em apa, epa, ipa, opa, upa. 
(WINISK, José Miguel. Gregório de Matos. Poemas 
Escolhidos. SP, Cultrix, 1976, p. 38) 
O poema de Gregório de Matos Guerra apresenta um 
mundo em processo de transformação, talvez por isso, 
o eu lança as suas farpas à sociedade. De maneira 
análoga, outras produções de nossa lista podem ter 
uma proposta similar: 
I. O processo de insatisfação com um modelo 
vigente (existência citadina) é apresentado por 
Luís da Silva, protagonista do livro Angústia, de 
Graciliano Ramos. 
II. “Caçador que andas na mata, /bem sei por que 
vais contente, /com grandes olhos felizes:/ vês 
que de reino encantado, / pelo vale, pela 
serra,/ qualquer caminho que pises”. Esse 
fragmento, retirado do Romanceiro da 
Inconfidência, de Cecília Meireles, destoa da 
postura crítica do texto de Gregório de Matos. 
III. O dogmatismo do Comissário, personagem do 
livro Mayombe, de Pepetela, é 
insistentemente relativizado pelo Comandante 
 
2 Mostra o patife da nobreza o mapa: exibe genealogia, pretende-se 
descendente de linhagem nobre. 
3 Bengala hoje na mão, ontem garlopa: metonímias da condição social, 
opostas ironicamente hoje bengala (índice de fidalguia), ontem garlopa 
Sem Medo, personagem dotado de uma 
perspectiva reflexiva e móvel. 
IV. No romance A relíquia, de Eça de Queirós, 
notamos uma insurreição para com os valores 
passadistas que atrasam o efetivo 
desenvolvimento da sociedade lusa. 
São VERDADEIRAS: 
a) Apenas I, II e III. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I, III e IV. 
d) Apenas II e IV. 
e) Apenas III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(ferramenta de marcenaria, para aplainar madeira grossa, índice do 
trabalho braçal). 
4 Vazo a tripa: tem o sentido de defecar; manifestação máxima de desprezo 
pela “tropa do trapo”, isto é, a fidalguia baiana sem tradição. 
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35 – Logo a seguir há um trecho do Romanceiro da 
Inconfidência, de Cecília Meireles, leia-o e faça o que é 
pedido: 
[...] 
Muito longe, em Luanda, 
era bom viver. 
Bate a enxada comigo, povo, 
desce pelas grotas! 
- Lá na banda em que corre o Congo 
eu também fui Rei. 
 
Toda a terra é mina: 
O ouro se abre em flor... 
Já está livre o meu filho, povo, 
- vinde libertar-nos, 
que éreis, meu Príncipe, cativo, 
e ora forro sois! 
(MEIRELES, Cecília. Romanceiroda Inconfidência: edição comemorativa – 60 
anos. Org. André Seffrin. 12. ed. São Paulo: Global, 2013, p. 58). 
Com base na compreensão do fragmento acima e a 
leitura dos referidos livros abaixo julgue os enunciados 
a seguir: 
 
I. No trecho da obra de Cecília Meireles 
encontramos uma alusão ao processo de 
insurreição dos negros encarnada na figura 
histórica de Zumbi. 
II. A difícil relação entre colônia e metrópole 
pode ser notada nos livros Poemas escolhidos 
de Gregório de Matos, Mayombe, de Pepetela, 
e Romanceiro da Inconfidência, de Cecília 
Meireles. 
III. Nas estrofes do Romanceiro o ouro é, ao 
mesmo tempo, a escravidão do negro, mas a 
possibilidade de sua redenção. 
IV. Os avanços imperialistas lusos sobre novos 
espaços podem ser metaforizados na figura de 
Teodorico e Alpedrinha, personagens do livro 
A relíquia, de Eça de Queirós. 
 
São VERDADEIRAS: 
a) Apenas I, II e III. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas I, III e IV. 
d) Apenas II e IV. 
e) Apenas III e IV. 
36 – Analise o trecho seguinte retirado do romance 
Nove Noites, de Bernardo de Carvalho, e faça o que se 
pede: 
 
Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado. 
Alguém terá de preveni-lo. Vai entrar numa terra em 
que a verdade e a mentira não tem mais os sentidos 
que o trouxeram até aqui.(...) A verdade está perdida 
entre todas as contradições e os disparates 
(CARVALHO, B. Nove noites. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2002, p. 07). 
 
A leitura do trecho anterior e das obras literárias 
citadas a seguir nos permite jugar os enunciados: 
 
I. No trecho de Bernardo Carvalho a expressão 
“verdade e mentira” pode ser lida como sendo 
a realidade e ficção, literatura e fatos 
históricos. 
II. A dialética entre o literário e histórico também 
pode ser encontrada no livro Romanceiro da 
Inconfidência, de Cecília Meireles. 
III. Na parte “Selo de Minas”, do livro Claro 
Enigma, Drummond realiza uma idealização do 
mundo negro à maneira do romance 
Mayombe, de Pepetela. 
IV. A loucura do livro Quincas Borba, de Machado 
de Assis, é vista como um rebaixamento do ser 
humano à condição de barbárie, por isso a 
frase “Ao vencedor, as batatas”. 
 
 São VERDADEIRAS: 
a) Apenas I, II e III. 
b) Apenas I e II. 
c) Apenas I, III e IV. 
d) Apenas II e IV. 
e) Apenas III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
 
 
RESPOSTAS 
1 A 
2 D 
3 C 
4 E 
5 C 
6 C 
7 A 
8 B 
9 D 
10 A 
11 A 
12 E 
13 C 
14 A 
15 A 
16 D 
17 DISC. 
18 DISC. 
19 B 
20 B 
21 B 
22 C 
23 DISC. 
24 D 
25 E 
26 A 
27 A 
28 B 
29 B 
30 A 
31 B 
32 B 
33 C 
34 C 
35 B 
36 B 
 
 
QUESTÃO 17 
RESOLUÇÃO 
 
Decerto, a escolha do narrador não é fortuita: em meio 
a uma multidão de pessoas que vinham à praça 
acompanhar o enforcamento do alferes, o bêbado é o 
único a perceber quão incoerente se configura tanta 
festa no momento da morte de um homem; reflete 
também sobre os motivos por que traziam ao 
condenado alimentos e flores, já que era um criminoso 
em hora de sua morte. O ébrio deflagra a tolice de todo 
o povo: apenas estando sob o efeito entorpecente do 
álcool ele é capaz de livrar-se da mentalidade soez que 
congrega tanta gente para assistir ao lúgubre 
espetáculo. Enquanto testemunho histórico válido, um 
bêbado seria preterido sem dúvidas; entretanto, é 
justamente ele que Cecília escolhe para o derradeiro 
momento de Tiradentes. Vale notar que esse é o único 
momento em que se narra a morte do herói: a única 
versão que temos de sua execução, a partir do 
Romanceiro, é a leitura crítica de um bêbado que não 
consegue crer no que está acompanhando. 
 
QUESTÃO 18 
 
RESOLUÇÃO 
 
Trazendo à luz esse relato, a autora ressalta as dores e 
os sofrimentos daqueles que perderam seus parentes 
na corrida pelo ouro. Ao voltar os olhos aos que são 
excluídos das grandes narrativas históricas, a autora 
valoriza-os e demonstra que há algo além dos relatos 
que alguns documentos são capazes de demonstrar. 
 
QUESTÃO 23 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Vânia Resende (1987) comenta a importante posição 
ocupada pelo tio, em relação aos contos "As margens 
da alegria" e "Os Cimos" (ROSA, [1962]1977). O mesmo 
se dá em "Campo Geral", uma vez que a figura o tio 
representa um "guia ou protetor", como um "elemento 
mediador, entre ida e volta da criança e sua função é 
encaminhá-la, mostrando-lhe as faces ambíguas da 
vida: alegria e tristeza, sonho e realidade. É ponto de 
ligação entre Menino e mundo" (idem, p.43). Segundo 
Nogueira, as viagens que abrem e fecham a narrativa 
“servem de moldura simbólica à principal trajetória de 
aprendizagem do protagonista em busca de respostas 
para suas indagações” (2007, p.165). De fato, o 
fundamental no universo rosiano é a travessia 
empreendida – beirando a transcendência, motivo 
reincidente.

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