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Língua Portuguesa

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Uberlândia-MG 
 
 
Compreensão e interpretação de textos .............................................................................. 1 
Gêneros e tipos de texto .................................................................................................... 12 
Figuras de Sintaxe ............................................................................................................. 20 
Figuras de Linguagem ....................................................................................................... 24 
Articulação textual, coesão e coerência textual .................................................................. 35 
Morfossintaxe .................................................................................................................... 59 
Verbos: flexão, conjugação, vozes, correlação entre tempos e modos verbais .................. 94 
Concordância verbal e nominal ........................................................................................ 114 
Regência verbal e nominal ............................................................................................... 130 
Crase ............................................................................................................................... 141 
Colocação pronominal ..................................................................................................... 149 
Estrutura da oração e do período: aspectos sintáticos e semânticos ............................... 156 
Acentuação gráfica .......................................................................................................... 176 
Ortografia ......................................................................................................................... 182 
Pontuação ....................................................................................................................... 198 
Variação linguística .......................................................................................................... 206 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
1 
 
 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a 
captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é 
suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos 
discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo 
discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. 
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se 
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, 
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras 
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia 
do sentido global proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos 
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira 
clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à 
compreensão do texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito 
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de 
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma 
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, 
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve 
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases 
e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o 
período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e 
semanticamente resultam num texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, 
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em 
conta o tipo de texto. 
Compreensão e interpretação de textos 
 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
2 
 
Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los 
de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de 
construir personagens e de relacionar ações e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição 
É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que 
vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma 
impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração 
É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da 
descrição é apresença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. 
 
Dissertação 
É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar 
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação 
argumentativa, mais brilhante será o desempenho. 
 
Sentidos dos Textos 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que 
“flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. 
O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. 
O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” 
O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido 
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que 
comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à 
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. 
 
Sentido Imediato 
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua 
ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que 
restringem a decodificação, tais como: 
- as frases seguem modelos completos de oração da língua; 
- discurso lógico; 
- se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, 
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; 
- significados encontrados no dicionário; 
- existe concordância entre termos sintáticos; 
- abstrai-se a conotação; 
- supõe-se que não há anomalias linguísticas; 
- abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; 
- supõe-se pertinência ao contexto; 
- abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do 
significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de 
contiguidade); 
- abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; 
- não se concebe a existência de locuções e frases feitas; 
- supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
3 
 
- abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o 
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. 
O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando 
alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um 
oxímoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como 
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os 
recursos de retórica são anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em 
contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto 
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. 
Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, 
o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição 
tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea 
consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido 
preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo 
sem higiene”. 
Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem 
em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. 
Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido 
“figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor 
sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial 
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: 
(A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para 
exibi-los na estante. 
(B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não 
chegou a impressionar os críticos dos jornais. 
(C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a 
maior parte dos críticos também o teriam apreciado. 
(D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o 
quanto poderão nos valer num futuro próximo. 
(E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem 
predileção. 
 
02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) 
 
Comunicação Política na Suíça 
 
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano 
aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 
votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) 
sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais 
dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que 
permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no 
caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. 
(Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
4 
 
O texto abaixo que carece de coerência é: 
(A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) 
(B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) 
(C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) 
(D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. 
(Mencken) 
(E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 
 
03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) 
 
SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho 
De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. 
 
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. 
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma 
(A) coesão referencial. 
(B) coerência argumentativa. 
(C) coesão sequencial. 
(D) coerência narrativa. 
(E) contiguidade. 
 
04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado 
pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes 
cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão 
foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - 
do mundo. Foramanalisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no 
centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros 
pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking 
são ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos 
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, 
em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera 
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. 
Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a 
infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 02.12.2009) 
 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 
 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
5 
 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. 
(E) não se pode confiar no serviço público? 
 
 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) 
 
Sua excelência, o leitor 
 
Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é 
preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao 
mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho 
em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante 
e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes 
indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura 
alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, 
"Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com 
um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente 
dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre 
textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a 
página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. 
TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). 
 
Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? 
(A) “gritam para ser lidas” 
(B) “capa contra capa” 
(C) “logo viram a página” 
(D) “enquanto bebem café” 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de 
conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 
 
02. Resposta. E 
Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 
 
03. Resposta: C 
A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus 
sentidos, ligando-as. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para 
sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada 
devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica 
da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 
 
INTERPRETAÇÃO 
 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: 
1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
6 
 
 “Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo 
frases que se constrói um texto”.1 
 
Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a 
transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. 
Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E 
como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se 
imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda 
a interpretação. Veja a diferença: 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. 
Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os 
erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso 
que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a 
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases 
é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá 
ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior 
onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 
 
Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. 
 
Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. 
 
Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações 
ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 
Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: 
 
Título do Texto Paráfrases 
 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
 
1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 
2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 
1586886 E-bookgerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS
 
7 
 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar significa Compreender significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, 
deduzir. 
Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está 
escrito. 
Tipos de enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto 
é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. 
Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões 
equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão 
É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), 
ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. 
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode 
esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a 
necessidade de adequação ao antecedente. 
 
Vícios de Linguagem 
Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem 
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). 
 
Algumas dicas para Interpretar um Texto 
 
- Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. 
Leia textos de bom nível. 
- Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que 
estamos prestando atenção na leitura. 
- Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem 
lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num 
ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
- Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos 
ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
- Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
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- Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo 
se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
- Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao 
seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
- Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um 
tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. 
 
Organização do Texto e Ideia Central 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da 
margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central 
extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Exemplos: 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
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Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” 
 
Frase para análise. 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, massempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Questões 
 
01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo 
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi 
uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um 
conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da 
humanidade. 
No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, 
o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os 
monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que 
a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no 
utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. 
 
Depreende-se da argumentação do texto que 
(A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática 
consumista. 
(B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à 
humanidade. 
 
(C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os 
monopólios de interpretação. 
(D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento 
da religião, do Estado, da família e dos partidos. 
 
 
 
 
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02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) 
 
 
 
Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. 
(A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. 
(B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. 
(C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo 
apenas assustá-lo. 
(D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. 
(E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria 
uma boa notícia ao marido. 
 
03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) 
 
A arte de ser feliz 
Cecília Meireles 
 
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. 
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. 
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas 
gotas de água sobre as plantas. 
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. 
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros 
e meu coração ficava completamente feliz. 
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. 
Outras vezes encontro nuvens espessas. 
Avisto crianças que vão para a escola. 
Pardais que pulam pelo muro. 
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. 
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. 
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. 
Às vezes, um galo canta. 
Às vezes, um avião passa. 
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. 
E eu me sinto completamente feliz. 
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que 
essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é 
preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 
Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio 
 
A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: 
(A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de 
que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua 
plenitude. 
(B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia 
visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do 
cotidiano para alcançar a felicidade. 
(C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só 
visão sobre o mundo. 
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(D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer 
explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. 
(E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma 
cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 
 
04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) 
 
Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de 
qualidade inédita. 
 
Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter 
feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco 
meses. 
A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e 
restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se 
movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas 
de terra ou gelo - poderia provocar danos. 
Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por 
gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os 
cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa 
entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. 
Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. 
 
Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: 
(A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. 
(B) uma notícia sobre um avanço científico. 
(C) uma reportagem política sobre a Nasa. 
(D) um artigo científico sobre velocidade. 
(E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 
 
05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) 
 
 
 
 
A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: 
(A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. 
(B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. 
(C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. 
 
(D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado, sentimentoque tem seu ápice nos dois últimos quadrinhos. 
(E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições 
alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D 
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Comentários 
 
01. Resposta: B 
O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas 
estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não 
permitindo outras formas de interpretação. 
 
02. Resposta: E 
Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e 
na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensa que sua fala será 
impactante e alegre para o seu marido. 
 
03. Resposta: A 
O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem 
que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida 
e leve. 
 
04. Resposta: B 
O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em 
órbita enviando informações para a terra. 
 
05. Resposta: D 
Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega 
à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo 
namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. 
 
 
 
O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de 
comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um 
texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai. 
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, 
possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o 
texto se encaixa. 
Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, para quem está 
falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). 
 
Distinguindo 
 
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas 
classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado 
totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: 
Gênero Literário - é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, 
épico, narrativo e etc. 
Tipo Textual - este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, 
argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de 
acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. 
Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos 
 
Romance 
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter 
mais aceitável. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida 
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. 
Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa 
e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex.: Tristão e 
Isolda. 
Gêneros e tipos de texto 
 
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Conto 
É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas 
e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma 
escrita com a publicação de Decamerão. 
Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que 
envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um 
contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, 
que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, 
que envolvem o suspense e a solução de um mistério. 
 
Fábula 
É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não 
humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. 
 
Novela 
É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. 
Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A 
Metamorfose, de Kafka. 
 
Crônica 
É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom 
humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, 
revistas e programas da TV. 
 
Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos 
 
Diário 
É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, 
geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O 
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo: 
 
“Domingo, 14 de junho de 1942 
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros 
presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) 
 
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. 
Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para 
as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as 
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” 
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. 
 
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos são: relatos de viagens; 
folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; classificados; etc. 
 
Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos 
 
Resumos e Resenhas 
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cinematográfica, musical, teatral ou literária) 
a fim de divulgar este trabalho de forma resumida. 
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, com uma linguagem mais ou menos 
formal, geralmente os resenhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são estudiosos 
do assunto, e podem influenciar a venda do produto devido a suas críticas ou elogios. 
 
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos são: jornais; enciclopédias; 
resumos escolares; verbetes de dicionário; etc. 
 
 
 
 
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Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos 
 
Artigo de Opinião 
É comum3 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem 
uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu 
ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. 
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, 
para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. 
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis 
de contestar. 
 
Discurso Político 
O discurso político4 é um texto argumentativo, fortemente persuasivo, em nome do bem comum, 
alicerçado por pontos de vista do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações 
compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos e outros. Frequentemente, apresenta-
se como uma fala coletiva que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade e constituir 
norma de futuro. Está inserido numadinâmica social que constantemente o altera e ajusta a novas 
circunstâncias. Em períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma resposta que oscila entre 
a satisfação individual e os grandes objetivos sociais da resolução das necessidades elementares dos 
outros. 
Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o discurso político tem por finalidade a 
persuasão do outro, quer para que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem. Para 
isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e da eloquência da oratória, que procura 
seduzir recorrendo a afetos e sentimentos. 
O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida do ser humano em sociedade. Na Grécia 
antiga, o político era o cidadão da "pólis" (cidade, vida em sociedade), que, responsável pelos negócios 
públicos, decidia tudo em diálogo na "agora" (praça onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), 
mediante palavras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado na retórica e na 
oratória, orientado para convencer o povo. 
O discurso político implica um espaço de visibilidade para o cidadão, que procura impor as suas ideias, 
os seus valores e projetos, recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo de 
sedução, através de recursos estéticos como certas construções, metáforas, imagens e jogos linguísticos. 
Valendo-se da persuasão e da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prometendo o que 
pode ser feito. 
 
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; 
manifestos; sermões; etc. 
 
Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos 
 
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos são: receitas culinárias; manuais de 
instruções; bula de remédio; etc. 
 
Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos 
 
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos são: leis; cláusulas contratuais; 
edital de concursos públicos; etc. 
 
Outros Exemplos 
 
Carta 
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa 
com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha 
intimidade. 
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser dissertativa, 
narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e 
para finalizar a despedida. 
 
3 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-SIMPATICO 
4 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico 
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Propaganda 
Este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas 
principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é 
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de 
descrição e sempre é claro e objetivo. 
 
Notícia 
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o 
objetivo desse texto é informar algo que aconteceu. 
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes e tem como intenção nos informar 
acerca de determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em geral, seja na 
televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas. 
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato 
de fatos que interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma vez que se 
trata de uma informação. 
 
Editorial 
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos 
outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos. 
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os 
editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, 
Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. 
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não 
recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, 
jornal, rádio, etc.). 
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” 
ou “Carta do Editor”. 
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano 
social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se 
tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego 
da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de destaque. 
 
Reportagem 
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa. A 
reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no 
questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, somando as diferentes versões de um 
mesmo acontecimento. 
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o 
fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, 
ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, 
pequenos resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. 
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-
o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinião. 
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico 
divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a 
todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. 
Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua 
interpretação.5 
 
Gêneros Textuais e Gêneros Literários 
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de texto, enquanto os 
gêneros literários se referem apenas aos textos literários. 
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, 
agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. 
- Gênero lírico; 
- Gênero épico ou narrativo; 
- Gênero dramático. 
 
5 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000 
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Gênero Lírico 
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à 
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os 
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. 
 
Elegia 
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do 
texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema 
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. 
 
Epitalâmia 
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um 
bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. 
 
Ode (ou hino) 
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, 
à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento 
musical. 
 
Idílio (ou écloga) 
Poema lírico em queo emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que 
ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e 
riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. 
A écloga é um idílio com diálogos (muito rara). 
 
Sátira 
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem 
um forte sarcasmo, pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assuntos políticos, 
ou pessoas de relevância social. 
 
Acalanto 
Canção de ninar. 
 
Acróstico 
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase. Ex.: 
 
Amigos são 
Muitas vezes os 
Irmãos que escolhemos. 
Zelosos, eles nos 
Ajudam e 
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e 
Eterna 
https://www.todamateria.com.br/acrostico/ 
Balada 
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo 
característico e refrão vocal que se destinam à dança. 
 
Canção (ou Cantiga, Trova) 
Poema oral com acompanhamento musical. 
 
Gazal (ou Gazel) 
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. 
 
Soneto 
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos. 
 
Vilancete 
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. 
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Gênero Épico ou Narrativo 
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o 
dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do 
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: 
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. 
 
Épico (ou Epopeia) 
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem 
aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, 
de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, 
e Odisseia, de Homero. 
 
Ensaio 
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões 
morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. 
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, 
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como 
documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, 
de John Locke. 
 
Gênero Dramático 
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador 
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis 
das personagens nas cenas. 
 
Tragédia 
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava 
que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem 
figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. 
 
Farsa 
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as 
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o 
engano. 
 
Comédia 
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega 
está ligada às festas populares. 
 
Tragicomédia 
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura 
do real com o imaginário. 
 
Poesia de cordel 
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos 
diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. 
 
Questões 
 
01. (TRT 1ª Região - Técnico Judiciário - INST.AOCP/2018) 
A indústria do espírito 
JORDI SOLER 
 
O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante 
que você e dedique sua vida a isso”. 
Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz 
que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso 
de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum 
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18 
 
do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar 
e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...] 
A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu 
exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de 
ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não 
precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de 
rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...] 
Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por 
que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo ?, proporia que, mais exatamente, a burguesia 
ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com 
o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...] 
A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito 
bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada 
no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de 
um grupo que lhe procure outra necessidade. 
Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu 
instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, 
pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o 
descaradamente para o corpo. [...] 
Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de 
cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade 
o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse 
era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar 
robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. 
[...] 
Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que 
nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena 
consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é 
tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de 
subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, 
em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o 
espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão. 
(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018) 
 
Sobre tipologia e gêneros textuais, assinale a alternativa correta. 
(A) O texto “A indústria do espírito” apresenta, majoritariamente, a tipologia narrativa, a qual 
tipicamente emprega verbos no pretérito, como é possível notar neste excerto: “A indústria do espírito, 
uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmentenos 
últimos anos [...]”. 
(B) Não há um número definido de tipologias textuais, uma vez que elas surgem e desaparecem 
conforme as necessidades sociodiscursivas de determinada comunidade. 
(C) O segundo parágrafo do texto “A indústria do espírito” é composto por períodos simples, típicos da 
tipologia injuntiva. 
 
(D) A maneira com que o texto “A indústria do espírito” se inicia, utilizando uma citação, é comum no 
gênero textual carta aberta. 
(E) O texto “A indústria do espírito” é um exemplar do gênero textual artigo de opinião. 
 
02. (IF/SC - Professor de Língua Portuguesa - 2017) De acordo com Bakhtin, os usos da língua são 
tão variados quanto as possibilidades de interação humana. Assim, enunciados específicos para 
determinadas situações sociais, constituídos historicamente, configuram aquilo que esse autor chama 
de______. 
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna do texto acima. 
(A) Textos 
(B) Tipos textuais 
(C) Gêneros 
(D) Discursos 
(E) Contextos 
 
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19 
 
03. (Pref. Teresina/PI - Professor de Língua Portuguesa - NUCEPE/2016) Ainda sobre gênero, é 
correto afirmar que uma característica predominante nos gêneros textuais é a: 
(A) forma linguística. 
(B) clareza das ideias. 
(C) função sociocomunicativa. 
(D) assunto temático. 
(E) correção gramatical. 
 
04. (SEE/PE - Professor - FGV/2016) Os diversos gêneros textuais destacam uma qualificação 
predominante para cada enunciador; em um texto informativo, por exemplo, o enunciador tem como 
marca específica 
(A) o interesse de convencimento. 
(B) o domínio de um conhecimento. 
(C) a necessidade de expressão de uma emoção. 
(D) a condição de prever conhecimentos futuros. 
(E) o objetivo de ensinar procedimentos. 
 
05. (MPE/GO - Secretário Auxiliar - 2018) 
 
A Outra Noite 
 
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. 
Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá 
em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a 
cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. 
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para 
mim: 
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? 
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e 
linda. 
– Mas, que coisa... 
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando 
mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. 
– Ora, sim senhor... 
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão 
sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. 
(Rubem Braga, Ai, Copacabana, disponível em http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-rubembraga.html. Acesso em 
14/01/2018) 
 
Quanto ao gênero, o texto sob análise apresenta características de: 
(A) Uma crônica. 
(B) Uma fábula. 
(C) Um artigo. 
(D) Um ensaio. 
(E) Nenhuma das alternativas. 
Gabarito 
 
01.E / 02.C / 03.C / 04.B / 05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Artigo de opinião é um texto onde o autor apresenta uma opinião ou ponto de vista, neste texto, o autor 
começa propondo ou afirmando uma fórmula mágica para encontrar a felicidade. A frase inicial “Dennett 
propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: Procure algo mais importante que você e dedique sua 
vida a isso”, deixa claro uma opinião ou afirmação onde as pessoas podem encontrar a felicidade. 
 
2. Resposta: C 
De acordo com Bakhtin, os usos da língua tão variados dá-se o nome de gêneros. 
 
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3. Resposta: C 
Todos os gêneros textuais têm a característica sociocomunicativa, por mais que divergem quanto ao 
conteúdo e forma, todos têm a finalidade da comunicação. Ou seja, a função sociocomunicativa. 
 
04. Resposta: B 
A característica principal de um texto informativo é a informação clara e objetiva, e determinado 
domínio e conhecimento do assunto falado, uma vez que tem a necessidade de transmitir algo preciso, 
claro e correto. 
 
05. Resposta: A 
A crônica é um tipo de texto em que o autor desenvolve suas ideias baseando-se em fatos ocorridos 
no dia a dia, ou sobre qualquer outro assunto considerado comum em nosso meio, ligados à política, ao 
mundo artístico, esporte e à sociedade de uma forma geral. 
 
 
 
As figuras de sintaxe também são chamadas de figuras de construção. Têm a função de enfatizar a 
aspecto sintático da linguagem, o que provoca mudanças na estrutura natural da oração, como, por 
exemplo, repetição, inversão, omissão de termos ou repetição. 
As figuras de sintaxe são: 
 
Pleonasmo 
Pleonasmo, ou redundância. É caracterizado pelo uso excessivo de palavras ao se passar uma 
mensagem, ocorrendo, por consequência, a repetição de ideias. 
Exemplos de pleonasmo: 
-Morrer de morte morrida. 
-Arregaçou as mangas e encarou de frente a situação. (“Encarar de frente” é uma redundância). 
 
Anáfora 
O uso da anáfora é muito comum na poesia. É caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras 
no início de orações, períodos ou versos. 
Exemplo de anáfora: 
-“Era uma estrela tão alta!/ Era uma estrela tão fria!/ Era uma estrela sozinha/ Luzindo no fim do dia”. 
- Manuel Bandeira. (Era uma estrela tão alta, fria, sozinha luzindo no fim do dia). 
 
Anacoluto 
O anacoluto é comumente utilizado na linguagem falada. Seu uso provoca uma interrupção na frase, 
que antecipa e enfatiza um termo que se desliga do resto da oração. 
Exemplo de anacoluto: 
-Boletos, como dinheiro para os pagar? 
 
Elipse 
A elipse é muito utilizada na linguagem falada. Tem como característica a omissão de um termo da 
oração, que acaba ficando subentendido, mas sem prejudicar a compreensão do conteúdo da oração. 
Exemplo de elipse do sujeito: 
-São bagunceiros, mas acredito que meus alunos serão aprovados. 
 
Zeugma 
O que caracteriza o zeugma é a omissão de termos da oração já mencionados anteriormente, sem 
prejudicar o entendimento da mensagem. 
Exemplo de zeugma: 
-Meu filho cursou matemática; minha filha, filosofia. 
 
Assíndeto 
As características do assíndeto são a ausência de conectores e conjunções que ligam orações e 
palavras, sendo a omissão da conjunção coordenativa e a mais notória. 
Figuras de Sintaxe 
 
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21 
 
Exemplo de assíndeto: 
-Eu queria conhecer o mundo, viajar por todos os países, Áustria, França, Japão, Angola, Nova 
Zelândia, expandir os meus horizontes. 
 
Polissíndeto 
O que caracteriza o polissíndeto é a repetição de conectores e conjunções que ligam palavras e 
orações. A repetição da conjunção coordenativa e é a mais notória. 
Exemplo de polissíndeto: 
-Eu queria conhecer o mundo e viajar por todos os países: Áustria e França e Japão e Angola e Nova 
Zelândia e expandir os meus horizontes. 
 
Anástrofe 
A anástrofe também é conhecida como inversão. Seu uso provoca uma leve inversão da ordem normal 
das palavras numa frase, ocorrendo maioritariamente a antecipação de um termo. 
Exemplo de anástrofe: 
-Para todos meus netos comprei guloseimas. 
 
Hipérbato 
Provoca uma inversão brusca da ordem normal das palavras em uma frase, ocorrendo intercalação de 
elementos de outro sintagma. 
Exemplo de hipérbato: 
-Estudavam português meus sobrinhos na sala. 
 
Sínquise 
Seu uso causa uma inversão total e violenta da ordem normal das palavras numa frase, causando o 
comprometimento da compreensão da mensagem, que se torna desconstruída. 
Exemplo de sínquise: 
-A prova ela estudar para tentou ontem. 
 
Hipálage 
Está referida à atribuição de uma característica de um ser ou objetoque está relacionado ou próximo. 
Exemplo de hipálage: 
- “Uma alvura de saia moveu-se no escuro.” (Eça de Queirós) 
 
Silepse 
No uso da silepse há uma concordância ideológica e não uma concordância gramatical. A 
concordância é estabelecida com a ideia que se pretende transmitir ou com termos subentendidos, não 
com as palavras que compõem a frase. 
Exemplo de silepse: 
- "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis) 
 
Questões 
 
01. (IF/MG – Bibliotecário – IF/MG) 
 
O Guardador de Rebanhos 
 
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia 
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. 
 
O Tejo tem grandes navios 
E navega nele ainda, 
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está, 
A memória das naus. 
 
O Tejo desce de Espanha 
E o Tejo entra no mar em Portugal. 
Toda a gente sabe isso. 
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22 
 
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia 
E para onde ele vai 
E donde ele vem. 
E por isso, porque pertence a menos gente, 
É mais livre e maior o rio da minha aldeia. 
 
Pelo Tejo vai-se para o Mundo. 
Para além do Tejo há a América 
E a fortuna daqueles que a encontram. 
Ninguém nunca pensou no que há para além 
Do rio da minha aldeia. 
 
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada 
Quem está ao pé dele está só ao pé dele. 
 
(CAEIRO, Alberto. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1972. p. 215) 
 
“E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, É mais livre e 
maior o rio de minha aldeia.” 
 
Na estrofe transcrita aparece uma figura de construção reconhecida como: 
(A) pleonasmo 
(B) elipse 
(C) anacoluto 
(D) polissíndeto 
(E) Inversão 
 
02. (SIMAE/SC – Advogado – Aprender/SC) 
 
Poucos se lembram, mas a letra do Hino da Independência tem letra de Evaristo da Veiga e música 
do Imperador D.Pedro I. A música foi composta por D. Pedro em 1821, mas apenas em 1922 Evaristo da 
Veiga escreveu a letra que conhecemos hoje. 
 
Já podeis, da Pátria filhos, 
 
Ver contente a mãe gentil; 
 
Já raiou a liberdade 
 
No horizonte do Brasil. 
 
Brava gente brasileira! 
 
Longe vá...temor servil: 
 
Ou ficar a pátria livre 
 
Ou morrer pelo Brasil. 
 
Os grilhões que nos forjava 
 
Da perfídia astuto ardil... 
 
Houve mão mais poderosa: 
 
Zombou deles o Brasil. 
Brava gente brasileira! 
 
Longe vá ...temor servil: 
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Ou ficar a pátria livre 
 
Ou morrer pelo Brasil. 
 
Não temais ímpias falanges, 
 
Que apresentam face hostil; 
 
Vossos peitos, vossos braços 
 
São muralhas do Brasil. 
- 
Brava gente brasileira! 
 
Longe vá...temor servil: 
 
Ou ficar a pátria livre 
 
Ou morrer pelo Brasil. 
 
Parabéns, ó brasileiro, 
 
Já, com garbo varonil, 
 
Do universo entre as nações 
 
Resplandece a do Brasil. 
 
Brava gente brasileira! 
 
Longe vá...temor servil: 
 
Ou ficar a pátria livre 
 
Ou morrer pelo Brasil. 
 
(http://www.bravagentebrasileira.art.br/inicio/brava-gente-brasileira-ohino/para-entender-o-hino-a-independencia.html) 
 
De acordo com o parecer oficial do Hino da Independência, conforme consta na fonte citada no texto 
(http://www.bravagentebrasileira.art.br/inicio/brava-gente-brasileira-ohino/para-entender-o-hino-a-
independencia.html), a figura de linguagem que prevalece é : 
(A) Sinédoque 
(B) Zeugma 
(C) Hipérbato 
(D) Anacoluto 
 
Gabarito 
 
01. D / 02. C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
Polissíndeto é uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. 
O Tejo desce de Espanha/ E o Tejo entra no mar em Portugal./ Toda a gente sabe isso./ Mas poucos 
sabem qual é o rio da minha aldeia/ E para onde ele vai/ E donde ele vem./ E por isso, porque pertence 
a menos gente,/ É mais livre e maior o rio da minha aldeia. 
 
 
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02. Resposta: C 
Há inversão da estrutura sintática. 
Ex.: Ver contente a mãe gentil (Ver a mãe gentil contente). 
Já raiou a liberdade (A liberdade já raiou). 
 
 
 
Em textos literários6, as figuras de linguagem são usadas para emprestar mais brilho, nobreza, 
energia, encanto, tornando a linguagem mais expressiva, buscando seu autor alcançar estilo próprio. 
Embora características desses tipos de texto, vêm sendo utilizadas em questões de textos de vários 
concursos. 
Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, 
para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza. 
 
Podemos classificá-las em quatro tipos: 
- Figuras de Palavras (ou tropos); 
- Figuras de Harmonia; 
- Figuras de Construção (ou de sintaxe); 
- Figuras de Pensamento. 
 
Figuras de Palavra 
 
São as que dependem do uso de determinada palavra com sentido novo, incomum. São elas: 
 
Metáfora: É um tipo de comparação (mental) sem uso de conectivos comparativos, com utilização de 
verbo de ligação explícito na frase. 
Exemplo: 
“Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves) 
 
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já 
incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias, 
o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. 
 
Exemplos: 
Batata da perna Azulejo vermelho 
Pé da mesa Cabeça de alho 
Menina dos olhos Céu da boca 
Braço da cadeira Folha de papel 
 
Comparação ou Símile: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente 
se emprega uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que nem. 
Exemplo: “Como um anjo caído 
 Fiz questão de esquecer...” (Legião Urbana) 
 
Sinestesia: É a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos físicos. 
Exemplos: “De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar 
 Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato 
Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato 
E forte e cego e tenso fez saber - Visão 
Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana) 
 
Antonomásia: quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o distingue. 
Exemplo: O Águia de Haia (= Rui Barbosa) 
 O Cantor das Multidões (= Orlando Silva) 
 O Pai da Aviação (= Santos Dumont) 
 
6SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói: Impetus, 2007. 
Figuras de Linguagem 
 
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25 
 
Metonímia: Troca-se uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a metonímia quando 
empregamos: 
- O autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor 
está sendo usado no lugar de suas obras). 
- O efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o 
efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). 
- O continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (= doces). 
- O abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (= pessoas 
velhas). 
- O instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (= piloto ou motorista). 
- O lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (= a cidade do Porto). 
- O símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (= império, 
o poder). 
- A parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (= a casa). 
- O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (= espécie dos homens 
traidores). 
- O singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo 
usado no lugar do plural homens). 
- O gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos.

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