Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Prefeitura de Uberlândia-MG Compreensão e interpretação de textos .............................................................................. 1 Gêneros e tipos de texto .................................................................................................... 12 Figuras de Sintaxe ............................................................................................................. 20 Figuras de Linguagem ....................................................................................................... 24 Articulação textual, coesão e coerência textual .................................................................. 35 Morfossintaxe .................................................................................................................... 59 Verbos: flexão, conjugação, vozes, correlação entre tempos e modos verbais .................. 94 Concordância verbal e nominal ........................................................................................ 114 Regência verbal e nominal ............................................................................................... 130 Crase ............................................................................................................................... 141 Colocação pronominal ..................................................................................................... 149 Estrutura da oração e do período: aspectos sintáticos e semânticos ............................... 156 Acentuação gráfica .......................................................................................................... 176 Ortografia ......................................................................................................................... 182 Pontuação ....................................................................................................................... 198 Variação linguística .......................................................................................................... 206 Olá Concurseiro, tudo bem? Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 01. Apostila (concurso e cargo); 02. Disciplina (matéria); 03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 04. Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até cinco dias úteis para respondê-lo (a). Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! Bons estudos e conte sempre conosco! 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 1 COMPREENSÃO DO TEXTO Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa operação de compreensão. E assim teremos: Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. Coesão É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e semanticamente resultam num texto coeso. Coerência A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em conta o tipo de texto. Compreensão e interpretação de textos 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 2 Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações e motivações. Tipos de Composição Descrição É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. Narração É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é apresença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. Dissertação É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. Sentidos dos Textos Sentidos Próprio e Figurado Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que comumente ocorre. O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. Sentido Imediato É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que restringem a decodificação, tais como: - as frases seguem modelos completos de oração da língua; - discurso lógico; - se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; - significados encontrados no dicionário; - existe concordância entre termos sintáticos; - abstrai-se a conotação; - supõe-se que não há anomalias linguísticas; - abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; - supõe-se pertinência ao contexto; - abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de contiguidade); - abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; - não se concebe a existência de locuções e frases feitas; - supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 3 - abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um oxímoro. Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os recursos de retórica são anteriores a ele. Sentido Preferencial Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo sem higiene”. Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido “figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor sobre o menos usado. Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? Questões 01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: (A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para exibi-los na estante. (B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não chegou a impressionar os críticos dos jornais. (C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a maior parte dos críticos também o teriam apreciado. (D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o quanto poderão nos valer num futuro próximo. (E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem predileção. 02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) Comunicação Política na Suíça Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. (Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 4 O texto abaixo que carece de coerência é: (A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) (B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) (C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) (D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. (Mencken) (E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma (A) coesão referencial. (B) coerência argumentativa. (C) coesão sequencial. (D) coerência narrativa. (E) contiguidade. 04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - do mundo. Foramanalisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? (Veja, 02.12.2009) Há emprego do sentido figurado das palavras em: (A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. (B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. (C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 5 (D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. (E) não se pode confiar no serviço público? 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) Sua excelência, o leitor Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, "Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? (A) “gritam para ser lidas” (B) “capa contra capa” (C) “logo viram a página” (D) “enquanto bebem café” Gabarito 01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A Comentários 01. Resposta: C É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 02. Resposta. E Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 03. Resposta: C A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus sentidos, ligando-as. 04. Resposta: D A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 05. Resposta: A A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. INTERPRETAÇÃO Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de entender um texto? Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 6 “Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo frases que se constrói um texto”.1 Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda a interpretação. Veja a diferença: Qual opção abaixo não pertence ao grupo? Qual opção abaixo pertence ao grupo? Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: Título do Texto Paráfrases “O Homem Unido” A integração do mundo. A integração da humanidade. A união do homem. Homem + Homem = Mundo. A macacada se uniu. (sátira) Condições Básicas para Interpretar Faz-se necessário: - Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 1586886 E-bookgerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 7 - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese. - Capacidade de raciocínio. Interpretar X Compreender Interpretar significa Compreender significa Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Tipos de enunciados: - através do texto, infere-se que... - é possível deduzir que... - o autor permite concluir que... - qual é a intenção do autor ao afirmar que... Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito. Tipos de enunciados: - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma... Erros de Interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Vícios de Linguagem Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: - “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. - “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. - “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). Algumas dicas para Interpretar um Texto - Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. Leia textos de bom nível. - Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que estamos prestando atenção na leitura. - Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num ponto que estávamos prestando atenção, e reler. - Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos ajuda a compreender melhor o assunto do texto. - Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar hipóteses e saber sobre o que se fala. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 8 - Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo se no meio da leitura identificar uma possível resposta. - Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. - Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas também um aprendizado. Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. Organização do Texto e Ideia Central Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Exemplos: Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer- se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: (A) os portugueses. (B) os negros. (C) os índios. (D) tanto os índios quanto aos negros. (E) a miscigenação de portugueses e índios. (Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: (1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. (2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. (3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. (4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. (5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. (6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. Explicações: (1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. (2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. (3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. (4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. (5) Marcão é chamado para cantar. (6) Marcão pratica a ação de cantar. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 9 Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” Frase para análise. Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno. - Não é mencionado que a escola seja da rede privada. - O desafio não é apenas do professor atual, massempre fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. - Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). - A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: - Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. - Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. - Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. - Determinados alunos pediram ajuda aos professores. Explicações: - Certos alunos = qualquer aluno. - Alunos certos = aluno correto. - Alunos determinados = alunos decididos. - Determinados alunos = qualquer aluno. Questões 01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da humanidade. No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. Depreende-se da argumentação do texto que (A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática consumista. (B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à humanidade. (C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os monopólios de interpretação. (D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento da religião, do Estado, da família e dos partidos. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 10 02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. (A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. (B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. (C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo apenas assustá-lo. (D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. (E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria uma boa notícia ao marido. 03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) A arte de ser feliz Cecília Meireles Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: (A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua plenitude. (B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do cotidiano para alcançar a felicidade. (C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só visão sobre o mundo. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 11 (D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. (E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de qualidade inédita. Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco meses. A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas de terra ou gelo - poderia provocar danos. Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: (A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. (B) uma notícia sobre um avanço científico. (C) uma reportagem política sobre a Nasa. (D) um artigo científico sobre velocidade. (E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: (A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. (B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. (C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. (D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado, sentimentoque tem seu ápice nos dois últimos quadrinhos. (E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. Gabarito 01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 12 Comentários 01. Resposta: B O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não permitindo outras formas de interpretação. 02. Resposta: E Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensa que sua fala será impactante e alegre para o seu marido. 03. Resposta: A O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida e leve. 04. Resposta: B O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em órbita enviando informações para a terra. 05. Resposta: D Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai. Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). Distinguindo É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: Gênero Literário - é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. Tipo Textual - este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos Romance É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais aceitável. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex.: Tristão e Isolda. Gêneros e tipos de texto 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 13 Conto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Novela É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Crônica É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV. Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos Diário É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo: “Domingo, 14 de junho de 1942 Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos são: relatos de viagens; folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; classificados; etc. Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos Resumos e Resenhas O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cinematográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este trabalho de forma resumida. Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os resenhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto devido a suas críticas ou elogios. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos são: jornais; enciclopédias; resumos escolares; verbetes de dicionário; etc. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 14 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos Artigo de Opinião É comum3 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Discurso Político O discurso político4 é um texto argumentativo, fortemente persuasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos e outros. Frequentemente, apresenta- se como uma fala coletiva que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade e constituir norma de futuro. Está inserido numadinâmica social que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma resposta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos sociais da resolução das necessidades elementares dos outros. Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o discurso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem. Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos e sentimentos. O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o cidadão da "pólis" (cidade, vida em sociedade), que, responsável pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na "agora" (praça onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante palavras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo. O discurso político implica um espaço de visibilidade para o cidadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos, recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo de sedução, através de recursos estéticos como certas construções, metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prometendo o que pode ser feito. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc. Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos são: receitas culinárias; manuais de instruções; bula de remédio; etc. Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos; etc. Outros Exemplos Carta Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para finalizar a despedida. 3 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-SIMPATICO 4 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 15 Propaganda Este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. Notícia Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é informar algo que aconteceu. A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em geral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas. Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma vez que se trata de uma informação. Editorial O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos. Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”. Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de destaque. Reportagem Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo acontecimento. A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando- o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinião. A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.5 Gêneros Textuais e Gêneros Literários Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se referem apenas aos textos literários. Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. - Gênero lírico; - Gênero épico ou narrativo; - Gênero dramático. 5 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 16 Gênero Lírico É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. Epitalâmia Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino) É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical. Idílio (ou écloga) Poema lírico em queo emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara). Sátira É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assuntos políticos, ou pessoas de relevância social. Acalanto Canção de ninar. Acróstico Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase. Ex.: Amigos são Muitas vezes os Irmãos que escolhemos. Zelosos, eles nos Ajudam e Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e Eterna https://www.todamateria.com.br/acrostico/ Balada Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança. Canção (ou Cantiga, Trova) Poema oral com acompanhamento musical. Gazal (ou Gazel) Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. Soneto É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos. Vilancete São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 17 Gênero Épico ou Narrativo Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Épico (ou Epopeia) Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Ensaio É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. Gênero Dramático Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Farsa A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano. Comédia É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. Tragicomédia Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Poesia de cordel Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. Questões 01. (TRT 1ª Região - Técnico Judiciário - INST.AOCP/2018) A indústria do espírito JORDI SOLER O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”. Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 18 do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...] A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...] Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo ?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...] A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade. Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...] Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...] Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão. (Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018) Sobre tipologia e gêneros textuais, assinale a alternativa correta. (A) O texto “A indústria do espírito” apresenta, majoritariamente, a tipologia narrativa, a qual tipicamente emprega verbos no pretérito, como é possível notar neste excerto: “A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmentenos últimos anos [...]”. (B) Não há um número definido de tipologias textuais, uma vez que elas surgem e desaparecem conforme as necessidades sociodiscursivas de determinada comunidade. (C) O segundo parágrafo do texto “A indústria do espírito” é composto por períodos simples, típicos da tipologia injuntiva. (D) A maneira com que o texto “A indústria do espírito” se inicia, utilizando uma citação, é comum no gênero textual carta aberta. (E) O texto “A indústria do espírito” é um exemplar do gênero textual artigo de opinião. 02. (IF/SC - Professor de Língua Portuguesa - 2017) De acordo com Bakhtin, os usos da língua são tão variados quanto as possibilidades de interação humana. Assim, enunciados específicos para determinadas situações sociais, constituídos historicamente, configuram aquilo que esse autor chama de______. Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna do texto acima. (A) Textos (B) Tipos textuais (C) Gêneros (D) Discursos (E) Contextos 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 19 03. (Pref. Teresina/PI - Professor de Língua Portuguesa - NUCEPE/2016) Ainda sobre gênero, é correto afirmar que uma característica predominante nos gêneros textuais é a: (A) forma linguística. (B) clareza das ideias. (C) função sociocomunicativa. (D) assunto temático. (E) correção gramatical. 04. (SEE/PE - Professor - FGV/2016) Os diversos gêneros textuais destacam uma qualificação predominante para cada enunciador; em um texto informativo, por exemplo, o enunciador tem como marca específica (A) o interesse de convencimento. (B) o domínio de um conhecimento. (C) a necessidade de expressão de uma emoção. (D) a condição de prever conhecimentos futuros. (E) o objetivo de ensinar procedimentos. 05. (MPE/GO - Secretário Auxiliar - 2018) A Outra Noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. – Mas, que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. – Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (Rubem Braga, Ai, Copacabana, disponível em http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-rubembraga.html. Acesso em 14/01/2018) Quanto ao gênero, o texto sob análise apresenta características de: (A) Uma crônica. (B) Uma fábula. (C) Um artigo. (D) Um ensaio. (E) Nenhuma das alternativas. Gabarito 01.E / 02.C / 03.C / 04.B / 05.A Comentários 01. Resposta: E Artigo de opinião é um texto onde o autor apresenta uma opinião ou ponto de vista, neste texto, o autor começa propondo ou afirmando uma fórmula mágica para encontrar a felicidade. A frase inicial “Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”, deixa claro uma opinião ou afirmação onde as pessoas podem encontrar a felicidade. 2. Resposta: C De acordo com Bakhtin, os usos da língua tão variados dá-se o nome de gêneros. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 20 3. Resposta: C Todos os gêneros textuais têm a característica sociocomunicativa, por mais que divergem quanto ao conteúdo e forma, todos têm a finalidade da comunicação. Ou seja, a função sociocomunicativa. 04. Resposta: B A característica principal de um texto informativo é a informação clara e objetiva, e determinado domínio e conhecimento do assunto falado, uma vez que tem a necessidade de transmitir algo preciso, claro e correto. 05. Resposta: A A crônica é um tipo de texto em que o autor desenvolve suas ideias baseando-se em fatos ocorridos no dia a dia, ou sobre qualquer outro assunto considerado comum em nosso meio, ligados à política, ao mundo artístico, esporte e à sociedade de uma forma geral. As figuras de sintaxe também são chamadas de figuras de construção. Têm a função de enfatizar a aspecto sintático da linguagem, o que provoca mudanças na estrutura natural da oração, como, por exemplo, repetição, inversão, omissão de termos ou repetição. As figuras de sintaxe são: Pleonasmo Pleonasmo, ou redundância. É caracterizado pelo uso excessivo de palavras ao se passar uma mensagem, ocorrendo, por consequência, a repetição de ideias. Exemplos de pleonasmo: -Morrer de morte morrida. -Arregaçou as mangas e encarou de frente a situação. (“Encarar de frente” é uma redundância). Anáfora O uso da anáfora é muito comum na poesia. É caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras no início de orações, períodos ou versos. Exemplo de anáfora: -“Era uma estrela tão alta!/ Era uma estrela tão fria!/ Era uma estrela sozinha/ Luzindo no fim do dia”. - Manuel Bandeira. (Era uma estrela tão alta, fria, sozinha luzindo no fim do dia). Anacoluto O anacoluto é comumente utilizado na linguagem falada. Seu uso provoca uma interrupção na frase, que antecipa e enfatiza um termo que se desliga do resto da oração. Exemplo de anacoluto: -Boletos, como dinheiro para os pagar? Elipse A elipse é muito utilizada na linguagem falada. Tem como característica a omissão de um termo da oração, que acaba ficando subentendido, mas sem prejudicar a compreensão do conteúdo da oração. Exemplo de elipse do sujeito: -São bagunceiros, mas acredito que meus alunos serão aprovados. Zeugma O que caracteriza o zeugma é a omissão de termos da oração já mencionados anteriormente, sem prejudicar o entendimento da mensagem. Exemplo de zeugma: -Meu filho cursou matemática; minha filha, filosofia. Assíndeto As características do assíndeto são a ausência de conectores e conjunções que ligam orações e palavras, sendo a omissão da conjunção coordenativa e a mais notória. Figuras de Sintaxe 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 21 Exemplo de assíndeto: -Eu queria conhecer o mundo, viajar por todos os países, Áustria, França, Japão, Angola, Nova Zelândia, expandir os meus horizontes. Polissíndeto O que caracteriza o polissíndeto é a repetição de conectores e conjunções que ligam palavras e orações. A repetição da conjunção coordenativa e é a mais notória. Exemplo de polissíndeto: -Eu queria conhecer o mundo e viajar por todos os países: Áustria e França e Japão e Angola e Nova Zelândia e expandir os meus horizontes. Anástrofe A anástrofe também é conhecida como inversão. Seu uso provoca uma leve inversão da ordem normal das palavras numa frase, ocorrendo maioritariamente a antecipação de um termo. Exemplo de anástrofe: -Para todos meus netos comprei guloseimas. Hipérbato Provoca uma inversão brusca da ordem normal das palavras em uma frase, ocorrendo intercalação de elementos de outro sintagma. Exemplo de hipérbato: -Estudavam português meus sobrinhos na sala. Sínquise Seu uso causa uma inversão total e violenta da ordem normal das palavras numa frase, causando o comprometimento da compreensão da mensagem, que se torna desconstruída. Exemplo de sínquise: -A prova ela estudar para tentou ontem. Hipálage Está referida à atribuição de uma característica de um ser ou objetoque está relacionado ou próximo. Exemplo de hipálage: - “Uma alvura de saia moveu-se no escuro.” (Eça de Queirós) Silepse No uso da silepse há uma concordância ideológica e não uma concordância gramatical. A concordância é estabelecida com a ideia que se pretende transmitir ou com termos subentendidos, não com as palavras que compõem a frase. Exemplo de silepse: - "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis) Questões 01. (IF/MG – Bibliotecário – IF/MG) O Guardador de Rebanhos O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que veem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 22 Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia. Pelo Tejo vai-se para o Mundo. Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia. O rio da minha aldeia não faz pensar em nada Quem está ao pé dele está só ao pé dele. (CAEIRO, Alberto. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1972. p. 215) “E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio de minha aldeia.” Na estrofe transcrita aparece uma figura de construção reconhecida como: (A) pleonasmo (B) elipse (C) anacoluto (D) polissíndeto (E) Inversão 02. (SIMAE/SC – Advogado – Aprender/SC) Poucos se lembram, mas a letra do Hino da Independência tem letra de Evaristo da Veiga e música do Imperador D.Pedro I. A música foi composta por D. Pedro em 1821, mas apenas em 1922 Evaristo da Veiga escreveu a letra que conhecemos hoje. Já podeis, da Pátria filhos, Ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade No horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá...temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. Os grilhões que nos forjava Da perfídia astuto ardil... Houve mão mais poderosa: Zombou deles o Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá ...temor servil: 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 23 Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. Não temais ímpias falanges, Que apresentam face hostil; Vossos peitos, vossos braços São muralhas do Brasil. - Brava gente brasileira! Longe vá...temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. Parabéns, ó brasileiro, Já, com garbo varonil, Do universo entre as nações Resplandece a do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá...temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil. (http://www.bravagentebrasileira.art.br/inicio/brava-gente-brasileira-ohino/para-entender-o-hino-a-independencia.html) De acordo com o parecer oficial do Hino da Independência, conforme consta na fonte citada no texto (http://www.bravagentebrasileira.art.br/inicio/brava-gente-brasileira-ohino/para-entender-o-hino-a- independencia.html), a figura de linguagem que prevalece é : (A) Sinédoque (B) Zeugma (C) Hipérbato (D) Anacoluto Gabarito 01. D / 02. C Comentários 01. Resposta: D Polissíndeto é uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. O Tejo desce de Espanha/ E o Tejo entra no mar em Portugal./ Toda a gente sabe isso./ Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia/ E para onde ele vai/ E donde ele vem./ E por isso, porque pertence a menos gente,/ É mais livre e maior o rio da minha aldeia. 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 24 02. Resposta: C Há inversão da estrutura sintática. Ex.: Ver contente a mãe gentil (Ver a mãe gentil contente). Já raiou a liberdade (A liberdade já raiou). Em textos literários6, as figuras de linguagem são usadas para emprestar mais brilho, nobreza, energia, encanto, tornando a linguagem mais expressiva, buscando seu autor alcançar estilo próprio. Embora características desses tipos de texto, vêm sendo utilizadas em questões de textos de vários concursos. Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza. Podemos classificá-las em quatro tipos: - Figuras de Palavras (ou tropos); - Figuras de Harmonia; - Figuras de Construção (ou de sintaxe); - Figuras de Pensamento. Figuras de Palavra São as que dependem do uso de determinada palavra com sentido novo, incomum. São elas: Metáfora: É um tipo de comparação (mental) sem uso de conectivos comparativos, com utilização de verbo de ligação explícito na frase. Exemplo: “Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves) Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. Exemplos: Batata da perna Azulejo vermelho Pé da mesa Cabeça de alho Menina dos olhos Céu da boca Braço da cadeira Folha de papel Comparação ou Símile: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que nem. Exemplo: “Como um anjo caído Fiz questão de esquecer...” (Legião Urbana) Sinestesia: É a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos físicos. Exemplos: “De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato E forte e cego e tenso fez saber - Visão Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana) Antonomásia: quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o distingue. Exemplo: O Águia de Haia (= Rui Barbosa) O Cantor das Multidões (= Orlando Silva) O Pai da Aviação (= Santos Dumont) 6SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói: Impetus, 2007. Figuras de Linguagem 1586886 E-book gerado especialmente para WYSLEY ALVES DOS SANTOS 25 Metonímia: Troca-se uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a metonímia quando empregamos: - O autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor está sendo usado no lugar de suas obras). - O efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). - O continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (= doces). - O abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (= pessoas velhas). - O instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (= piloto ou motorista). - O lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (= a cidade do Porto). - O símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (= império, o poder). - A parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (= a casa). - O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (= espécie dos homens traidores). - O singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo usado no lugar do plural homens). - O gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos.
Compartilhar