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A NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

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0 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CAMPUS CLÓVIS MOURA 
COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA 
CURSO LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
IVO DA SILVA COSTA 
 
 
 
 
 
A NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2012 
 
1 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 
CAMPUS CLÓVIS MOURA 
COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA 
CURSO LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
IVO DA SILVA COSTA 
 
 
 
 
 
A NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DO 
CONHECIMENTO GEOGRÁFICO DO ALUNO DE ENSINO FUNDAMENTAL DO 6º 
AO 9º ANO 
 
Trabalho de conclusão de curso exigido para 
aprovação e conclusão do curso de 
Licenciatura Plena em Geografia da 
Universidade Estadual do Piauí, sob a 
orientação do Profº Esp. Werton Francisco Rios 
da Costa Sobrinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2012 
 
 
2 
 
IVO DA SILVA COSTA 
 
 
A NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DO 
CONHECIMENTO GEOGRÁFICO DO ALUNO DE ENSINO FUNDAMENTAL DO 6º 
AO 9º ANO 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso exigido para 
aprovação e conclusão do curso de 
Licenciatura Plena em Geografia da 
Universidade Estadual do Piauí, sob a 
orientação do Profº Esp. Werton Francisco Rios 
da Costa Sobrinho. 
 
 
Aprovado em __/__/___ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Profº Esp Werton Francisco Rios da Costa Sobrinho 
Orientador 
Presidente 
 
 
Prof ª MsC. Teresinha de Jesus dos Santos Sousa 
Mestre em Educação 
 
 
Profº MsC. Francisco Ribeiro Gomes Filho 
 
 
 
 
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Durante esses anos de alegrias e desafios, o bom foi ter a certeza que o 
caminho não foi trilhado sozinho. Por isso, esses são os meus sinceros e valorosos 
agradecimentos. 
 Agradeço a Deus primeiramente, que me deu a sabedoria e a paciência para 
trabalhar todos os dias com a intenção de fazer o melhor a cada dia. 
 A Jesus Cristo, pelos exemplos de força e determinação que me faziam 
refletir que poderia me superar todos os dias. 
 Aos meus pais e ao meu irmão, que me apoiaram desde o início nessa luta 
constante para aprimoramento profissional no meu ramo profissional. 
 A todos meus amigos que estiveram sempre presentes nas minhas 
dificuldades e alegrias que foram marcados durante esses quatro anos de 
graduação de muitas coisas boas, momentos inesquecíveis. 
 Ao meu filho, Caio Emanuel, recém nascido, que me deu a última força pra 
lutar e superar todos os desafios impostos daqui pra frente com a finalidade de 
superar cada um deles para poder oferecer tudo de melhor a educação dele que 
constituirá daqui em diante. 
 Aos meus mestres, que ofereceram um melhor aprendizado durante esse 
tempo de graduação, fornecendo a todos nós subsídio necessário para que 
possamos daqui pra frente trilhar o caminho do sucesso, abraçando com toda a 
força a profissão maravilhosa da docência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Geografia da Saudade está para além da 
mera distância. Ela comporta a fatídica 
distribuição dos momentos em espaços que 
parecem não estar sujeitos ao tempo 
André de Moraes 
 
 
5 
 
RESUMO 
 
A noção de Espaço no ensino de geografia constitui uma das mais fascinantes 
buscas pela compreensão do espaço geográfico. Este é um tema que ajuda na 
construção do conhecimento, a partir do momento que o senso crítico do aluno 
começa a se fortalecer pela forma como o mesmo, enquanto cidadão, constrói e 
distingui dentro do seu cotidiano as relações sócio-espaciais e as transformações 
delas resultantes ao longo do tempo. Desta forma, a importância da formação sobre 
determinado tema se torna ainda mais relevante a partir do momento que se explora 
tal conteúdo desde a infância, levando em conta que tais aspectos cognitivos se 
tornam bem mais fáceis de serem compreendidos e aceitos a partir do instante que 
a criança distingue bem essa relação de espaço dentro da escola, da casa e no seu 
próprio cotidiano. Considerando a noção de espaço no ensino de geografia, o 
objetivo desse trabalho é compreender a importância da noção de espaço para a 
construção do conhecimento dos alunos de ensino fundamental da Unidade Escolar 
Júlia Nunes Alves, analisando a construção desta noção no ensino de geografia e 
verificando a aplicabilidade deste conceito de espaço no cotidiano dos alunos. A 
metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo através da 
aplicação de questionário. O resultado encontrado indicou que há certa necessidade 
de trabalhar este conceito com mais veemência nas séries iniciais, a partir do 
instante que este tema é subjetivo, levando em conta a construção de vários 
aspectos desde a infância até a maturidade, auxiliando de maneira significativa a 
construção do senso crítico do cidadão em formação. As transformações 
decorrentes do dia a dia vão ajudar ao alunado a diferenciar como as mudanças no 
espaço se processam ao longo do tempo, tendo em vista que a construção deste 
conceito favorece a compreensão do mundo ou espaço geográfico o qual estes 
cidadãos estão inseridos. 
 
Palavras-chave: Noção de Espaço. Construção do Conhecimento. Ensino de 
Geografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
ABSTRACT 
 
The notion of space in geography teaching is one of the most fascinating search for 
understanding of geographical space. This is a theme that helps build the knowledge, 
from the moment that the critical sense of the student begins to strengthen the way 
the same as a citizen within the building and distinguish their daily socio-spatial 
relations and transformations resulting over time. Thus, the importance of training on 
a particular issue becomes even more relevant from the moment that explores such 
content since childhood, taking into account that such cognitive aspects become 
much easier to be understood and accepted from the moment that distinguishes the 
child and the relationship of space within the school, home and in your own daily life. 
Considering the notion of space in geography education, the aim of this study is to 
understand the importance of the notion of space to build the knowledge of primary 
school students of School Unit Julia Nunes Alves, analyzing the construction of this 
concept in the teaching of geography and checking the applicability of this concept of 
space in the daily lives of students. The methodology used was literature research 
and field research through a questionnaire. The results found indicated that there is 
some need to work this concept more strongly in the early grades, from the moment 
that this issue is subjective, taking into account the construction of several aspects 
from childhood to maturity, significantly helping to build critical sense of the citizen in 
training. The changes arising from day to day will help the pupils to differentiate how 
changes take place in space over time, given that the construction of this concept 
leads to understanding the world or geographical area to which these citizens are 
inserted. 
 
Keywords: Concept of Area. Construction of Knowledge. Teaching Geography. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01: Professores, segundo o sexo ............................................................ 32 
Gráfico 02: Formação Acadêmica – Professores ................................................ 32 
Gráfico 03: Tempo de Atuação ............................................................................. 33 
Gráfico 04: Instituição de Origem ......................................................................... 34 
Gráfico 05: Séries Trabalhadas ............................................................................ 34 
Gráfico 07: Recursos Utilizados ........................................................................... 35 
Gráfico 08: Metodologia Adotada .........................................................................36 
Gráfico 09: Faixa Etária – Alunos ......................................................................... 37 
Gráfico 10: Identidade pela Disciplina .................................................................. 38 
Gráfico 11: Definição de Espaço Geográfico........................................................ 39 
Gráfico 12: Aborda conteúdo sobre Espaço ......................................................... 40 
Gráfico 13: O que representa a Geografia em sua vida ....................................... 41 
Gráfico 14: Considera o ensino de geografia importante em sua vida ................. 42 
Gráfico 15: Observação do espaço geográfico em que está inserido .................. 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 09 
1 O CONCEITO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA ............................ 12 
1.1 Histórico da noção de espaço ........................................................................ 12 
1.2 O conceito de espaço: enfoques pedagógicos ............................................... 15 
1.3 A noção de espaço no ensino ........................................................................ 18 
1.4 A construção da ideia de espaço: aspectos cartográficos .............................. 21 
1.5 Espaço: concepções teóricas. ........................................................................ 23 
2 UNIDADE ESCOLAR JÚLIA NUNES ALVES: DIAGNÓSTICO ACERCA DA 
NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA ........................................ 30 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 44 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 46 
APÊNDICES ........................................................................................................ 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
O debate a respeito da noção de espaço surge desde o período dos grandes 
pensadores tais como Aristóteles, Descartes, Newton, Kant, levando em 
consideração que o próprio tema abordava várias concepções no sentido de que o 
espaço estava interligado ao tempo, no intuito de que grande parte dos estudos 
relacionados a este tema retratava aspectos de sua própria natureza levando muito 
em conta a questão da filosofia natural. 
O espaço geográfico é um tema que pode levar a várias concepções, pois 
muitos autores procuram abordá-lo no intuito de explorar as devidas transformações 
existentes neste espaço que pode ser perceptível aos olhos de quem realmente 
retrata de maneira simples e eficaz este tema, no entanto, coloca-se esta 
abordagem como algo muito complexo. Definir de maneira direta o próprio objeto de 
estudo – o espaço geográfico – é algo até então que se torna complexo, mas os 
autores procuram trabalhar no intuito de tornar este debate inacabável. 
O ensino do espaço geográfico contribui para que o aluno neste processo de 
ensino – aprendizagem possa, de maneira positiva, distinguir e conciliar os pontos e 
transformações ao seu redor a partir do momento que a noção de espaço é 
vinculada ao seu estudo desde sua infância, pois os aspectos observados na sua 
vivência tanto em sala de aula como no cotidiano vão se tornar fundamentais para 
que este mesmo aluno possa construir um senso crítico, levando em conta o seu 
ponto de vista sobre estas transformações. 
A Unidade Escolar Júlia Nunes Alves, localizada na Avenida Gilbraltar S/N no 
bairro Dirceu Arcoverde I, atende alunos do próprio bairro e de região vizinhas. São 
alunos que se enquadram na classe baixa até a classe média baixa. A escola 
oferece o Ensino Fundamental, nos turnos manhã e tarde e Ensino médio que 
somente foi implantado no ano de 2004 nos turnos tarde e noite. 
A área a qual pertence à escola em questão pode ser caracterizada como um 
pólo de ensino no qual oferece a comunidade do Dirceu Arcoverde I os Ensinos 
Fundamental, Médio e Superior. O que nos permite tal afirmação é o fato da 
Unidade Escolar Júlia Nunes Alves estar localizada no mesmo quarteirão onde se 
encontram mais duas escolas de Ensino Fundamental e Médio que são elas a 
Unidade Escolar Odylo de Brito Ramos e Unidade Escolar Maria do Carmo 
Reverdosa e a Universidade Estadual do Piauí (UESPI). 
10 
 
Na unidade escolar Júlia Nunes Alves, onde foi realizada esta pesquisa, 
pode-se constatar que a respeito do ensino do espaço geográfico ou da noção de 
espaço no ensino de geografia os alunos em estudo puderam assimilar bem este 
conceito, pois a partir do momento que a abordagem em questão é colocada no seu 
cotidiano a aceitação é bem representativa no intuito de estas mesmas 
transformações passarem a serem observados, por exemplo, no trajeto de casa para 
a escola. 
Este estudo foi norteado pelas seguintes problemáticas: qual a importância da 
noção de espaço para a construção do conhecimento geográfico dos alunos? Como 
a compreensão desse conceito colabora para a construção do conhecimento dos 
alunos de ensino fundamental? Como tal conceito interfere no cotidiano destes 
alunos? 
Para responder à problemática levantada foi determinado como objetivo geral 
discutir a importância da noção de espaço para a construção do conhecimento dos 
alunos de ensino fundamental; e como objetivos específicos, reconhecer a 
importância da noção de espaço para a construção do conhecimento; retratar a 
construção da noção de espaço no ensino de geografia; verificar a aplicabilidade do 
conceito de espaço no cotidiano dos alunos. 
As escolas estaduais de Teresina constitui o universo desta pesquisa, que 
teve como área de estudo a unidade escolar Júlia Nunes Alves. A amostra aleatória 
foi de 349 de alunos e 10 professores. O procedimento metodológico empregado no 
decorrer da pesquisa constou de pesquisa bibliográfica, coleta e tabulação de dados 
representados em gráficos. Os métodos utilizados no decorrer da pesquisa foram o 
método empírico dedutivo, dialético e de análise. Para a coleta de dados, adotou-se 
como técnica a documentação direta, por meio de pesquisa de campo, com a 
aplicação de questionários. 
Na revisão da literatura, os teóricos consultados foram Antônio Carlos 
Castrogiovanni (2000), Rosangela Doin de Almeida (2001), Lana de Souza 
Cavalcanti (1998), Antônio Carlos Robert Moraes (1999), Ruy Moreira (2005), os 
quais defendem a total importância da construção da noção de espaço pelo aluno, 
tendo em vista que essa nova percepção pelo aspecto geográfico procura fortalecer 
o fato de este mesmo aluno construir um ponto de vista mais crítico da sociedade 
que o cerca. 
11 
 
O instrumental de pesquisa aplicado constou de questionário com 22 
questões, 14 para os professores e 8 para as alunos no qual foram questões 
aplicadas junto ao corpo discente e docente da Unidade Escolar Júlia Nunes Alves. 
Um dos problemas verificados na pesquisa foi a de que professores sentem 
muita dificuldade ao transmitir este conteúdo pelo livro didático, pois muitos deles 
em questão colocam como um conteúdo muito subjetivo o que em alguns casos 
dificulta a percepção por parte destes alunos que ainda sentem grande dificuldade 
até por conta de sua base sobre espaço na infância ainda ser muito deficiente. 
Esta pesquisa aponta para uma nova maneira de se pensar em espaço 
geográfico, procurando de maneira sucinta trabalhar o cotidiano deste aluno, para 
que o mesmo possa de maneira positiva distinguir e coletar o máximo de 
informações a respeito das mudanças do espaço geográfico no qual está inserido. 
Este estudo está estruturado em dois capítulos: o primeiro constando toda 
fundamentação teórica, levando em conta os aspectos de grandes teóricos a 
respeito do tema abordado. Já o segundo capítulo apresenta osprincipais dados da 
pesquisa feita em campo para de forma simples demonstrar como tal pesquisa 
apresenta aspectos relevantes para o cotidiano destes alunos. 
Em seguida apresenta-se a conclusão diante do estudo realizado e 
sugestões, que podem contribuir para ampliar, de modo positivo a construir esta 
noção de espaço desde a infância para que este aluno consiga mais a frente com a 
formação psicológica bem mais avançada diferenciar alguns aspectos do meio 
geográfico em questão, colocando sempre seu senso crítico sobre o que pode ser 
retratado deste tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1 O CONCEITO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
1.1 Histórico da noção de espaço 
 
O retrato do breve histórico da noção de espaço requer uma interferência 
multidisciplinar, haja vista ser abordado por várias ciências, além da Geografia, que 
a utilizam em suas diferentes abordagens e aceitações. Filósofos respeitados, 
estudiosos em pauta de outras ciências marcarão presença em momentos deste 
trabalho, mas nessa busca constante podemos perceber que este conceito está 
ligado diretamente à noção de tempo utilizando sempre tempo – espaço, pois são 
dois termos fortemente evidenciados pelos grandes filósofos como Aristóteles, 
Descartes, Newton entre outros. 
Essa primeira parte transcende a Geografia, portanto, outras ciências 
abordarão este conceito logo de início. Vale ressaltar que não estamos à busca de 
uma definição fixa sobre espaço, mas a procura das várias visões/ concepções que 
levaram a abordagem deste trabalho. Para descrevermos com algum grau de 
precisão o conceito cartesiano de espaço, é necessário analisarmos sob que 
circunstâncias surgiram sua filosofia natural. Podemos perceber que esta filosofia 
surgiu em Aristóteles, naqueles que eram opositores ao pensamento de Aristóteles, 
mas a tese que mais se destaca é a tese aristotélica de que tudo que tem tamanho é 
corpo, ou algo semelhante a um corpo, de tal forma que não pode existir em um 
mesmo lugar mais que um corpo ao mesmo tempo. 
Levando-se em consideração a visão que Descartes teve sobre esta 
afirmação ele considera: 
 
Indissociável a idéia de um espaço separado dos corpos, e, ao mesmo 
tempo, refutou a tese dos críticos de Aristóteles que separaram a “extensão 
corpórea” da “extensão espacial”. Em suma: o filósofo queria defender que 
a extensão corpórea e a extensão espacial eram a mesma coisa. Nesse 
sentido, para Descartes, a extensão constituía a própria substância 
corpórea cujo atributo principal era a própria extensão (A noção de espaço 
em Descartes e Newton) 
 
Em virtude do que está sendo apresentado, vale ressaltar que para existir 
espaço tem imediatamente que existir um corpo seja ele indissociável ou não, pois 
será este corpo a ocupar um determinado espaço por mínimo que seja. Ainda 
seguindo a linha de raciocínio de Descartes ele afirma que: 
13 
 
Do mesmo modo que os corpos são concebidos como extensão, o espaço 
supostamente vazio também teria que sê-lo, uma vez que não haveria 
diferença entre a extensão de um corpo e a extensão do espaço; ora só 
pode ter extensão àquilo que contém alguma coisa, isto é, alguma coisa, 
isto é, alguma substância, e, portanto, o espaço vazio também teria que 
conter a substância extensa. (A noção de espaço em Descartes e Newton) 
 
Podemos dizer que a filosofia natural de Descartes e seu conceito de espaço 
começariam com a explicação do que seria a substância extensa, o corpo extenso. 
No entanto Descartes acreditava: 
 
Que a substância era a primeira categoria de “ser” existente no mundo e 
existiriam dois tipos de substâncias: a pensante e a extensa. A substância 
pensante se revelaria nos modos do pensamento, que são as idéias, a 
vontade, a imaginação, o entendimento, por exemplo. Por sua vez, a 
substância extensa se revelaria através da largura, altura e profundidade 
que pertenceriam ao corpo, isto é, a substância extensa era o próprio corpo 
e este era uma parte do espaço (A noção de espaço em Descartes e 
Newton) 
 
Alguns aspectos sobre o pensamento de Descartes levam a conclusão que o 
estudo sobre espaço sempre estar interligado com alguns outros termos. Autores 
como Newton se utilizam de concepções relevantes para o estudo da geografia 
como o conceito de lugar, mas não estamos à procura dessas definições, pois 
concentraremos nosso foco sobre as aceitações de espaço. Newton observa 
relações importantes, principalmente entre movimento e espaço, mas para 
compreendermos melhor estas definições e relações entre espaço e movimento na 
filosofia natural de Newton, acreditamos ser de suma importância resumir algumas 
bases da mesma. Como já havia mencionado, a concepção de espaço sempre vai 
estar relacionada à concepção de tempo e na visão de Newton, isso não seria 
diferente. Este autor retrata de maneira relevante os termos Espaço Absoluto e 
Tempo Absoluto, mas como colocamos em pauta retratará a visão deste autor sobre 
a noção de Espaço Absoluto sobre o qual Newton coloca: 
 
Espaço Absoluto: é o espaço que não teria relação com as coisas externas, 
isto é, o espaço que não dependeria dos corpos ou de outra coisa qualquer 
para existir. Este espaço se caracteriza pela sua imutabilidade eterna. O 
espaço absoluto é diferente do espaço relativo, cuja existência se dá por 
contraste com os corpos ou com outra coisa qualquer nele colocada (A 
noção de espaço em Descartes e Newton) 
 
As duas doutrinas, cartesiana newtoniana, faziam uma distinção entre corpos 
e espaço, porém, a diferença estava relacionada ao movimento, pois Newton 
14 
 
determinaria o movimento em relação ao espaço absoluto e não em relação à 
contigüidade dos corpos, como ditava Descartes. Lembramos que Newton 
claramente concebia a existência do espaço vazio, que seria incompatível com a 
possibilidade do espaço ser uma substância ou um acidente. Newton defendia a 
coerência da idéia de existência de um espaço totalmente vazio, visto que no 
espaço absoluto, deveriam existir lugares vazios e lugares ocupados. A existência 
destes lugares vazios era o que permitia o movimento dos corpos, visto que fazia 
com que o espaço fosse maleável. 
Deste modo, percebemos que a questão do espaço para Newton não era tão 
simples assim. Como já dissemos anteriormente, a extensão newtoniana confundia-
se aparentemente, com o próprio conceito de espaço e justificava seu controverso 
atributo de absoluto: para Newton, a extensão enquanto espaço não requereria um 
sujeito ao qual ela pertenceria, isto é, ela não requereria uma substância extensa. 
Na visão de Newton o espaço era absoluto, isto é, os acontecimentos físicos que 
nele ocorriam não o influenciavam em nada. O espaço absoluto existiria 
independentemente dos corpos que o ocupavam. Portanto, se retirados os corpos, o 
espaço permaneceria existindo. Para Descartes, ao contrário, o espaço era relativo, 
o que significaria que os acontecimentos físicos que nele ocorreriam o 
influenciavam, causando-lhe mudanças. 
Segundo Newton, o espaço ou extensão, o vazio ou qualquer outra coisa teria 
que necessariamente estar em algum lugar. Quando o “ser” fosse postulado, o 
espaço seria postulado. Então, o espaço, de alguma forma, seria o resultado da 
existência de qualquer ser, mas também teria uma existência independente deste 
mesmo ser. O espaço ou extensão poderia, então, ser em parte vazio, mas não 
seria só vazio. 
Outro tópico relevante é que este conceito de espaço sempre vai destacar um 
próximo, mas depende muito do ponto de vista como tais estudiosos vão colocar 
esta concepção teórica, pois podemos perceber que espaço vai interligar-se a 
tempo, movimento, corpos, lugares. Mas a nossa busca é a de como essa noção se 
consolidou durante anos para fortalecer o estudo do espaço geográfico. 
 
 
 
 
15 
 
1.2 O conceito de espaço: enfoques pedagógicos. 
 
Nesta seção busca - se de forma simplificada como a idéia de espaço surgenos enfoques pedagógicos, levando em consideração que esta abordagem se define 
de maneira clara desde o nascimento e formação da criança nas primeiras fases de 
sua vida. Como relata – se neste trabalho, esta concepção de espaço transcende o 
foco geográfico, explorando de alguma maneira algumas outras ciências que 
recorrem a este estudo. Neste caso, aborda – se alguns autores do campo da 
Pedagogia, e um dos exemplos mais claros e trabalhados sobre este assunto são as 
obras de Jean Piaget que retratam de forma relevante como essas noções de 
espaço se definem desde a formação do intelecto da criança, sempre considerando 
como essa construção é formada ao longo dos anos, principalmente auxiliando-se 
com o trabalho de professores na educação infantil. 
Este é um dos setores mais complexos, se levarmos em conta que os 
enfoques sobre o espaço levam a várias diferenciações e divisões para que se 
possa chegar de maneira positiva a uma conclusão. Desta maneira, vamos observar 
que o espaço visto por autores da Pedagogia possui um foco diferenciado dos 
autores da Geografia, pois a formação desse espaço que se constitui desde a 
criança passa por várias fases, até chegar à constituição na fase mais adulta. Fases 
essas que consideraremos de espaço sensório-motor, espaço representativo, 
espaço operatório isso sem contar com as relações espaciais do tipo: topológicas, 
projetivas e euclidianas. 
O problema do espaço é muito complexo e pode ser estudado sobre vários 
pontos de vista. A respeito da construção do espaço pela criança, incluindo como ela 
percebe e representa o espaço. Como já havia sido colocado, um dos grandes 
autores a retratarem sobre o tema sobre essa noção de espaço desde a infância, 
Jean Piaget procura trabalhar em grandes obras sempre a busca de simplificar o 
entendimento nessa construção conceitual. A respeito das abordagens feitas por 
este autor, Lívia de Oliveira afirma: 
 
Entre todos os trabalhos sobre psicologia infantil, Piaget incluiu desde o 
inicio da década de vinte do século passado, estudos acerca do espaço: 
investiga a representação do espaço, assim como a do mundo, e a gênese 
da geometria espontânea nas crianças. Investiga também como a criança 
constrói a realidade, mediante o relacionamento do objeto com o espaço, e 
como desenvolve a formação do símbolo mediante a imitação e o jogo. A 
16 
 
preocupação de Piaget se estende aos mecanismos perceptivos e a 
imagem mental, atribuindo um papel importante, mas não decisivo a esses 
aspectos, no desenvolvimento da mente (2005, p.106) 
 
Mediante esta abordagem de Oliveira podemos reforçar que grande parte dos 
trabalhos propostos por Piaget confirmam que a construção da idéia de espaço vai 
muito mais além do que o enfoque geográfico e que esta concepção não tem inicio, 
nem muito menos um final e que esta noção se constrói na mente humana desde as 
suas primeiras fases. 
Seguindo a linha de raciocínio que Oliveira aborda podemos esclarecer que: 
 
Ao estudar as relações entre a percepção e a inteligência no que se refere 
ao espaço, Piaget afirma que inicialmente se observa na criança o 
aparecimento de uma percepção do espaço, para em seguida o espaço 
aparecer como noções pré-operatórias, e somente depois como noções 
operatórias. Acontece que o sujeito, no decorrer de seu desenvolvimento 
mental, vai estruturando os mesmos conteúdos. O problema que se coloca, 
portanto, é o de determinar se a noção de espaço deriva ou não da 
percepção correspondente (2005, p. 110) 
 
De maneira sucinta o que se pretende relacionar é a forma como a criança 
considera o espaço e a percepção como ela vê o que está ao seu redor, 
principalmente os brinquedos utilizados para reforçar a idéia de espaço. Outro autor 
que aborda o espaço na concepção da criança é Castrogiovanni, que afirma: 
 
A construção da noção de espaço requer longa preparação e está 
associada à liberação progressiva e gradual do egocentrismo. O espaço 
apresenta-se para a criança, do nascer aos dois anos, mais ou menos, 
como sendo o espaço da ação. É o espaço vivido, construído pelos 
deslocamentos, através do rastejar, engatinhar, andar, procurar, etc, e pelos 
sentidos, que estruturam as relações de próximo, dentro, fora, acima, 
embaixo, ao lado de, contém, está contido, etc. O espaço vivido é prático, 
organizado e equilibrado em nível da ação e do comportamento social 
(2009, p. 15 e 16) 
 
Um dos aspectos mais relacionados é o espaço sensório-motor. Este se 
constitui nos dois primeiros anos e é uma das conquistas mais importantes da 
inteligência sensório-motora. Este espaço é estruturado progressivamente, através 
de uma coordenação de ações cada vez mais complexas e dos deslocamentos da 
criança, e implica tanto funções perceptivas como motoras. É um espaço prático e 
vivenciado, no qual o equilíbrio se dá ao nível da ação, apesar de ser a criança, por 
não possuir ainda a função simbólica, incapaz de representá-lo e reconstruí-lo. O 
17 
 
espaço sensório-motor emerge do aspecto operativo do conhecimento e transcende 
os limites da pura percepção, da qual a criança extrai a orientação espacial. 
É ao redor dos dois anos de idade, com o aparecimento da função simbólica, 
que se diferencia o espaço sensório-motor do espaço representativo. Este tipo de 
espaço é reforçado pela utilização de desenhos que ajudam as crianças a se 
localizarem dentro de um determinado espaço conhecido também como “espaço 
gráfico” e não há dúvida de que o desenho constitui certo tipo de representação 
espacial, e assim o “espaço gráfico” é uma das formas do espaço representativo. 
Ainda de acordo com Castrogiovanni: 
 
O espaço representativo é formado por dois momentos: o intuitivo, 
manifestado por representações estáticas e irreversíveis e o operatório, que 
operacionaliza os elementos espaciais, possibilitando a ordenação e a 
reversibilidade das relações (2009, p. 16) 
 
É preciso fazer a distinção entre o espaço da ação ou perceptivo e o espaço 
representativo: o primeiro se constrói em contato direto com o objeto, ou seja, 
através dos sentidos. Já o espaço representativo é construído na ausência do 
objeto, portanto é reflexivo. Inicialmente a construção do espaço se prende a um 
espaço sensório-motor ligado a percepção e a motricidade. Este espaço sensório-
motor emerge dos diversos espaços orgânicos anteriores, como o postural, o bucal, 
o tátil, o locomotor, etc. O espaço sensório-motor não é constituído por simples 
reflexos, mas por uma interação entre o organismo e o meio ambiente, durante a 
qual o sujeito se organiza e se adapta continuamente em relação ao objeto. Em 
seguida, a construção do espaço passa a ser representativa, coincidindo com o 
aparecimento da imagem e do pensamento simbólico, que são contemporâneos ao 
desenvolvimento da linguagem. Seguindo a projeção deste trabalho não podemos 
desconsiderar os tipos de relações espaciais. Segundo Oliveira: 
 
As primeiras operações espaciais engendradas pela criança são 
topológicas, a partir delas é que são estabelecidas simultaneamente as 
relações projetivas e euclidianas. O espaço operatório, coerente com todo o 
desenvolvimento mental, também se apresenta de início baseado em 
estruturas operatórias concretas e depois em estruturas operatórias formais 
(2005, p. 115) 
 
A criança concebe topologicamente o espaço. Este espaço é para a mesma 
uma reunião de espaços fragmentários e distintos. Ela ainda não é capaz de situar 
os objetos uns em relação aos outros segundo um plano de conjunto. As fronteiras 
18 
 
deste espaço são fixadas, assim, pelo campo de experiência particular da própria 
criança. Para que ela disponha de estruturas espaciais acabadas, é preciso que 
considere as distâncias objetivas e os pontos de vista possíveis, coordenando esses 
espaços parcelados em espaço total. O processo de construção do espaço, como se 
deduz do exposto, é um longo caminho que procede da ação para aoperação. 
 
1.3 A noção de espaço no ensino 
 
Ao tratarmos da noção de espaço no próprio ensino de geografia não 
podemos deixar de levarmos em consideração a temática elaborada para a 
construção do conhecimento em cima das bases do ensino de geografia 
principalmente no Brasil. De início, segundo alguns levantamentos, visualizamos 
algumas dificuldades na introdução do estudo da Geografia, pois percebemos que 
esta disciplina era ministrada juntamente com a História. Ambas formavam uma 
disciplina em comum chamada de Estudos Sociais. Novamente percebemos que a 
Geografia está atrelada a outras ciências partindo do fato que o ensino de Estudos 
Sociais era feito por professoras da Pedagogia, reforçando que durante algum 
tempo o ensino de Geografia foi prejudicado, pois estas professoras não tinham a 
formação necessária para a transmissão de algumas concepções geográficas. 
Só a partir do final dos anos de 1970 é que podemos perceber a mudança 
nessa grade curricular, isso levando em consideração a extinção gradativa da 
disciplina Estudos Sociais fazendo, no entanto com que Geografia e História fossem 
estudadas separadamente. Nessa mesma época intensificam-se os movimentos 
sociais para que se restabeleça a democracia no país, levando em conta que houve 
um aumento significativo das discussões relacionadas à educação de forma geral e 
especificamente com relação à Geografia. 
Neste período as teorias críticas ficaram em maior evidência. O movimento de 
renovação geográfica, que já vinha sendo gestado lentamente, toma corpo e as 
teorias críticas ganham impulso tanto na Geografia como na Pedagogia. Assim, 
nesse processo de redemocratização os conhecimentos escolares passaram a ser 
questionados e as lutas de profissionais dentro da sala de aula de todos os níveis 
educacionais ganham maior expressão. 
Diante do contexto apresentado sobre o ensino de Geografia durante as 
últimas décadas do século passado no Brasil, não podemos esquecer nosso foco 
19 
 
sobre a construção da noção de espaço que a abordagem principal. Como já havia 
sido elucidada anteriormente a noção de espaço passa pelo aspecto cognitivo da 
criança desde seu nascimento até a formação básica deste conceito em um mundo 
que o circunda. Em alguns aspectos, para melhor compreensão do ensino de 
Geografia não podemos deixar de lado a questão da percepção do espaço. Esta 
mesma percepção eleva de forma significativa a maneira como o aluno estuda seu 
espaço geográfico e da mesma forma procura formar-se enquanto cidadão crítico. A 
formação de um cidadão crítico também se eleva pela forma como o mesmo 
visualiza seu espaço, levando em conta que este espaço se torna o espaço vivido 
onde é transformado segundo as leis vigentes do capitalismo. O educando procura 
ver de forma clara como seu espaço vivido é transformado ao longo dos anos dentro 
do aspecto geográfico. 
Desta forma, além de desenvolver a capacidade de análise pelo educando, o 
de se compreender como sujeito histórico na organização do espaço geográfico e de 
forma ativa, contribuir significativamente para torná-lo protagonista do processo de 
ensino-aprendizagem. A partir do momento que o conhecimento geográfico a ser 
desenvolvido vem de sua vivência, da sua percepção como sujeito histórico e social 
em relação à sociedade ou sua comunidade. O conhecimento não é imposto ao 
educando, mas desenvolvido a partir de sua realidade, de sua vivência. Ensinar 
Geografia pressupõe desenvolver e ampliar a capacidade de “leitura do mundo”, do 
espaço geográfico, para que o educando possa compreender através de sua 
vivência as múltiplas relações sociais e naturais que se estabelecem no espaço 
geográfico. 
Alflen e Borsato priorizam bem esta visão sobre a percepção do educando 
sobre espaço. Segundo os autores: 
 
A análise de como o educando compreende o seu espaço de vivência 
pressupõe uma metodologia que possa, de forma mais afetiva, dar conta de 
vários fatores que se interpõe no espaço geográfico (sociais, econômicos e 
políticos) e principalmente na forma como conhecimento subjetivo do aluno, 
e a percepção deles pode estar permeada pelo aprendizado cultural e pelo 
imaginário pessoal e coletivo. Neste sentido, uma proposta de geografia que 
analisa o espaço de vivência do educando contribui de forma mais eficaz 
para o ensino desta ciência (ALFLEN e BORSATO, p. 5 e 6) 
 
A compreensão que os educandos possuem do seu espaço de vivência não é 
estruturada, pois percebem este espaço de maneira particular e subjetiva, não 
20 
 
constituindo uma noção correta desta organização espacial, historicamente 
construído sob a perspectiva da classe dominante. 
Para se buscar uma ampla compreensão geográfica do espaço, o ensino da 
geografia tendo como referência o espaço de vivência é necessário que se tenha a 
compreensão de como o educando percebe o seu espaço de vivência. Essa 
compreensão não é tarefa fácil, uma vez que a percepção do espaço e dos objetos 
espaciais é sempre individual e subjetiva, embora a percepção dos mesmos seja, 
provavelmente, comum a todos os indivíduos. 
Seguindo essa linha de raciocínio, Cavalcanti (1998) aborda de maneira clara 
a temática do ensino de geografia no âmbito da constituição do espaço geográfico. 
Segundo a renomada pesquisadora: 
 
Há um certo consenso entre os estudiosos da prática de ensino de que esse 
papel é o de prover bases e meios de desenvolvimento e ampliação da 
capacidade dos alunos de apreensão da realidade sob o ponto de vista da 
espacialidade, ou seja, de compreensão do papel do espaço nas práticas 
sociais e destas na configuração do espaço (1998, p. 11) 
 
O pensar geográfico contribui para a contextualização do próprio aluno como 
cidadão do mundo, ao contextualizar espacialmente os fenômenos, ao conhecer o 
mundo em que vive desde a escala local a regional, nacional e mundial. O 
conhecimento geográfico é, pois, indispensável à formação de indivíduos 
participantes da vida social à medida que propicia o entendimento do espaço 
geográfico e da importância deste espaço nas práticas sociais, pois a construção e 
reconstrução do conhecimento geográfico pelo aluno ocorrem tanto na escola como 
fora dela também, ou seja, onde consideramos “espaço de vivência”. 
A Geografia defronta-se assim, com a tarefa de entender o espaço geográfico 
num contexto bastante complexo. Com o avanço das técnicas, a maior e mais 
acelerada circulação de mercadorias, homens e idéias distanciam os homens do 
tempo da natureza e provocam certo encolhimento do espaço de relação entre eles. 
Cavalcanti (1998) defende a idéia do ensino de geografia ser de fundamental 
importância para a construção do conhecimento. Isso porque a geografia, assim 
como as demais ciências ajuda a fortalecer e construir um cidadão cada vez mais 
crítico. A autora infere que: 
 
21 
 
As propostas de reformulação do ensino de Geografia também têm em 
comum o fato de explicitarem as possibilidades da Geografia e da prática de 
ensino de cumprirem papeis politicamente voltados aos interesses das 
classes populares. Nessa perspectiva, os estudiosos alertam para a 
necessidade de se considerar o saber e a realidade do aluno como 
referência para o estudo do espaço geográfico. O ensino de geografia, 
assim, não se deve pautar pela descrição e enumeração de dados, 
priorizando apenas aqueles vivíveis e observáveis na sua aparência (na 
maioria das vezes impostos à memória dos alunos, sem real interesse por 
parte destes). Ao contrário, o ensino deve propiciar ao aluno a compreensão 
do espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições (1998, p. 
20) 
 
O ensino de geografia, assim como das demais ciências, fortalece o saber 
crítico do cidadão, mas ensinar geografia não é uma tarefa tão fácil, pois levamos 
em consideração como esse espaço geográfico é percebido pelo aluno diante das 
várias mudanças ocorridas durante o tempo pela sociedade moderna. Nesta direçãoCavalcanti considera que: 
 
A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser 
justamente a de ajudá-los a formar raciocínios e concepções mais 
articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar 
aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto 
constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e 
acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação 
desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação 
de crianças e jovens na vida adulta seja no trabalho, no bairro em que 
moram, no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será 
de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de 
forma mais abrangente e crítica (1998, p. 24) 
 
Saber pensar o espaço é prerrogativa para o desenvolvimento do 
pensamento crítico e este raciocínio nos coloca diante das possibilidades de atuar 
de forma consciente. De pensar a realidade a partir de outra lógica, que não seja 
apenas a da produção capitalista do espaço, mas da construção de um espaço 
humano e solidário para o desenvolvimento das potencialidades humanas e cidadãs. 
 
1.4 A construção da idéia de espaço: aspectos cartográficos 
 
A alfabetização cartográfica consiste no processo de construção de 
conhecimentos no que se refere ao entendimento do uso de mapas e plantas, ou 
seja, compreende uma série de aprendizagens para que os alunos prossigam sua 
formação nos elementos de representação gráfica, para posteriormente, trabalhar 
com a representação cartográfica. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o 
22 
 
objetivo maior é orientar e preparar o aluno para que possa interpretar o mapa, 
produzir interpretações do mundo através da escrita, como também de imagem, 
desenhos, plantas, entre outros. O ensino de Geografia é imprescindível na vida do 
ser humano, pois é de fundamental importância para compreender as 
transformações que acontecem no mundo levando em consideração a relevância de 
outras disciplinas. 
A percepção dos componentes da paisagem local e de outras paisagens pode 
se ampliar na medida em que o aluno aprende a observar de forma intencional e 
orientada. Observa-se desta maneira que o estudo cartográfico deveria ser 
trabalhado desde o início da escolaridade, contribuindo para que os alunos não só 
compreendam, mas que utilizem os materiais como mapas, bússolas e que também 
desenvolvam a capacidade de representar o espaço. Assim, a atividade cartográfica 
nasceu como manifestação de uma utilidade imediata e sobre a pressão de 
necessidades, tais como a de saber onde está e que relações espaciais pode-se 
estabelecer. Neste sentido, Almeida e Passini alegam que: 
 
O professor deve estar consciente de que o espaço próximo para ser 
analisado precisa ser abordado em sua relação com outras instâncias 
espacialmente distantes. Nesse processo, a realidade é o ponto de partida e 
de chegada. De sua observação o aluno deve extrair elementos sobre os 
quais deve refletir e a partir disso ser levado à construção de conceitos 
(2001, p. 12 e 13) 
 
Desta maneira, a cartografia se fundamenta na leitura e representação 
espacial permitindo, pois a visualização maior do espaço, onde ao aluno entenderá 
como está inserido nele podendo ser local, regional e global. O professor constitui, 
assim, um ponto fundamental no que diz respeito à construção desse conhecimento, 
pois se leva em consideração a percepção do aluno sobre o seu meio geográfico. A 
partir desses levantamentos cartográficos feito por esses alunos percebe-se que um 
ponto relevante seria o estudo e compreensão de mapas que pode ser feito de 
maneira gradativa ao longo do processo ensino – aprendizagem. A cartografia 
representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa de geografia, pois, 
possibilita a representação dos diferentes recortes do espaço e na escala que 
convém para o ensino. Através de mapas e outros recursos saberá distinguir os 
mais diferentes e distantes locais, possibilitando uma visão mais crítica da realidade 
a qual pertence. A respeito dessa percepção e estudo de mapas na cartografia 
Almeida e Passini alertam: 
23 
 
 
Ora, a compreensão do mapa por si mesma já traz uma mudança 
qualitativamente superior na capacidade do aluno pensar o espaço. O mapa 
funciona como um sistema de signos que lhe permite usar um recurso 
externo à sua memória, com alto poder de representação e sintetização 
(2001, p. 13) 
 
Sob este referencial, a representação do espaço através de mapas permite ao 
aluno atingir uma nova organização estrutural de sua atividade prática e da 
concepção do espaço, mas isso só ocorrerá se o aluno participar ativamente do 
processo de (re) construção do conhecimento de forma que esse processo seja 
acompanhado pelo profissional competente, neste caso o professor. 
Conhecer como a criança percebe o espaço e como ela se concebe dentro 
deste espaço, que é onde se dão as relações sociais, é importante nas intervenções 
em sala, pois possibilitam intervenções significativas no processo de 
desenvolvimento dessas habilidades espaciais, leitura e construção de mapas, 
legendas e também outros ramos neste campo do conhecimento. Sendo assim, os 
conhecimentos cartográficos, a localização e a orientação quando bem direcionada 
pelo educador, permitirá ao aluno atingir, ou seja, alcançar uma nova organização e 
configuração do espaço, desde que identifique as diferenças entre os espaços 
representados através dos mapas, plantas entre outros. 
O estudo de diferentes imagens, representações e linguagens são formas de 
provocar hipóteses que levam a manifestações, análises e interpretações da 
formação do espaço e, portanto, da construção de conceitos geográficos. A 
cartografia, ferramenta indispensável nos estudos e compreensões geográficas, 
emprega uma linguagem que possibilita sintetizar informações sempre associada à 
idéia da produção, organização e distribuição dos elementos que compõem o 
espaço. A percepção espacial de cada sujeito ou sociedade é resultado também de 
relações de afetividade e interação sócio – cultural. 
 
1.5 Espaço: concepções teóricas 
 
A abordagem deste trabalho levará em conta a concepção que o conceito de 
espaço poderá contribuir de forma significativa para a construção do conhecimento 
geográfico do aluno de ensino fundamental. Levando em consideração a visão que 
alguns autores possuem sobre esta concepção teórica, até a forma como a 
24 
 
abordagem deste tema é considerado na prática pedagógica no próprio ensino de 
geografia. De início procuraremos discorrer sobre o objeto da Geografia e um dos 
principais obstáculos em definir seu próprio objeto de estudo, mas de fato coloca-se 
– o que é Geografia? Um termo simples, mas que vêm carregado de enorme 
polêmica, e isto se manifesta na indefinição do objeto desta ciência. Segundo 
Moraes: 
 
alguns autores definem a geografia como o estudo da superfície terrestre. 
Esta concepção é a mais usual, e ao mesmo tempo a de maior vaguidade. 
Pois a superfície da Terra é a teatro privilegiado de toda reflexão científica, 
o que desautoriza a colocação de seu estudo como especificidade de uma 
só disciplina. Esta indefinição do objeto apóia-se no próprio significado 
etimológico do termo Geografia – descrição da Terra (1999, p. 13). 
 
Seguindo esta indefinição do objeto, outros autores tais como Antônio Carlos 
Robert Moraes (1999), Ruy Moreira (2005), Michel Foucher (1989) que aqui será 
citado por José William Vesentini, vão trazer outras definições ou indefinições sobre 
seu objeto de estudo. Alguns autores abordam a geografia como o estudo da 
paisagem, a análise geográfica para estes autores estaria restrita aos aspectos 
visíveis do real. Já outra proposta encontrada é a daqueles autores que propõem a 
Geografia como estudo da individualidade dos lugares. Existem ainda autores que 
buscam definir a Geografia como estudodo espaço e nesse estudo que o trabalho 
aqui apresentado abordará de forma mais ampla. De acordo com Moraes: 
 
[...] Para estes, o espaço seria passível de uma abordagem específica, a 
qual qualificaria a análise geográfica. Tal concepção na verdade minoritária 
e pouco desenvolvida pelos geógrafos, é bastante vaga e encerra aspectos 
problemáticos. O principal deles incide na necessidade de explicitar o que 
se entende por espaço – questão polêmica, ao nível da própria filosofia 
(1999, p. 17) 
 
 
Por fim, procura-se definir o objeto da geografia como o estudo das relações 
entre o homem e o meio, ou, posto de outra forma, entre a sociedade e a natureza. 
Outros procurarão definir o objeto como a ação do homem na transformação deste 
meio, invertendo totalmente a concepção anterior, dando o peso da explicação aos 
fenômenos humanos. 
 No que diz respeito, às várias indefinições do objeto de estudo da geografia, 
podemos ressaltar que o surgimento desse rótulo é bastante antigo, sua origem 
remonta à Antiguidade Clássica, mais precisamente ao pensamento grego. Moraes 
25 
 
afirma que já se delineavam algumas perspectivas distintas de geografia ao nível do 
pensamento grego como, por exemplo: 
 
com Tales e Anaximandro, privilegia a medição do espaço e a discussão da 
forma da Terra, englobando um conteúdo hoje definido como da Geodésia; 
outra com Heródoto se preocupa com a descrição dos lugares, numa 
perspectiva regional. Isto para não falar daquelas discussões, hoje tidas 
como geográficas, mas que não apareciam sob esta designação, como a 
relação entre o homem e o meio, presente em Hipócrates, cuja principal 
obra se intitula Dos ares, dos mares e dos lugares (MORAES, 1999, p. 32). 
 
Até o final do século XVIII, não era possível falar de conhecimento geográfico, 
como algo padronizado, com um mínimo que seja de unidade temática, e de 
continuidade nas formulações. Segundo Moraes: 
 
[...] designam-se como Geografia: relatos de viagem, escritos em tom 
literário; compêndios de curiosidades, sobre lugares exóticos; áridos 
relatórios estatísticos de órgãos de administração; obras sintéticas, 
agrupando os conhecimentos existentes a respeito dos fenômenos naturais; 
catálogos sistemáticos, sobre os continentes e os países do Globo (1999, p. 
34) 
 
A geografia científica, tal como hoje é conhecida e popularizada a partir da 
escola, nasceu no período de 150 anos que se estende a partir de 1750. Mas é filha, 
sobretudo do século XIX. Nasceu entre os alemães Kant, Humboldt, Ritter e Ratzel, 
entre os mais proeminentes. No contexto geral, a geografia segundo Moreira: 
 
apresenta-se como ‘ciência de síntese’, participando de seu discurso os 
processos produtivos como a administração da natureza e dos homens, 
costurando a unidade da produção e do poder com os fios fornecidos 
precisamente pelas teorias que os geógrafos consideram estranhas ao seu 
saber (2005, p. 18). 
 
Com Humboldt e Ritter nasce a geografia científica, sendo por isto 
denominados os precursores da geografia moderna. Nasce a geografia acadêmica, 
isto é, a geografia produzida a partir dos centros universitários e ensinada nas 
escolas. A geografia que temos hoje em nossas escolas e universidades é a 
geografia por eles sistematizada, sob a versão que lhe dará a “escola francesa” nos 
fins do século XIX e início do século XX. O ensino da geografia é de fundamental 
importância para a colocação dos conceitos-chave da geografia, principalmente o 
conceito de espaço, segundo o qual será abordado neste trabalho, mas assim como 
26 
 
outras ciências, o ensino de geografia apresenta algumas dificuldades, segundo 
Foucher: 
 
Antes da criação desse bloco ‘ciências humanas’, podíamos facilmente 
explicar que a crise da geografia se devia a sua dificuldade de se dar conta 
da organização e da evolução do mundo contemporâneo. A história do 
século XX, a economia e até mesmo a sociologia eram consideradas mais 
eficazes pela maioria dos docentes (1989, p. 14). 
 
Com os novos programas, o risco de escamotear (furtar/ roubar) a 
aprendizagem em sala de aula dos raciocínios geográficos é ainda maior. Mesmo 
que o ajustamento de uma nova tentativa esbarre em dificuldades epistemológicas 
reais, afirmar posições progressistas e recusar estudar geografia é ignorar que ela é 
fundamentalmente um saber estratégico, parte importante do exercício dos poderes. 
Os alunos, futuros cidadãos, encontram-se desprovidos de instrumentos de 
raciocínio sobre o espaço, isto é, sobre os lugares de vida: os seus, os nossos, os 
dos outros. Do lado dos alunos existe, incontestavelmente, uma “necessidade” de 
geografia. Freqüentemente o professor é solicitado a explicar tal ou tal 
acontecimento da atualidade, que tem como contexto tanto o planeta, quanto a 
nação, os Estados ou as regiões. 
Como toda ciência a geografia possui alguns conceitos-chave, capazes de 
sintetizarem a sua objetivação, isto é, o ângulo específico com que a sociedade é 
analisada, ângulo que confere à geografia a sua identidade e a sua autonomia 
relativa no âmbito das ciências sociais. Como ciência social a geografia tem como 
objeto de estudo a sociedade que, no entanto, é objetivada via cinco conceitos-
chave que guardam entre si forte grau de parentesco, pois todos se referem à ação 
humana modelando a superfície terrestre: paisagem, região, espaço, lugar e 
território. 
Um dos conceitos trabalhados e o primordial a respeito da geografia é a 
discussão sobre o espaço. De acordo com Corrêa: 
 
a palavra espaço é de uso corrente, sendo utilizada tanto no dia-a-dia como 
nas diversas ciências, adicionalmente tem o seu uso associado 
indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da 
cidade, do bairro, da sua casa e de um cômodo no seu interior (2009, p. 
15). 
 
27 
 
Entre as duas correntes da geografia, a geografia tradicional e a geografia 
crítica, destaca-se que a geografia tradicional em suas diversas versões privilegiou 
os conceitos de paisagem e região, em torno deles estabelecendo-se a discussão 
sobre o objeto da geografia e a sua identidade no âmbito das demais ciências. De 
acordo com Moraes (1990) apud Corrêa (2009, p. 18), “o espaço em Ratzel é visto 
como base indispensável para a vida do homem, encerrando as condições de 
trabalho, quer natural, quer aqueles socialmente produzidos”. Como tal, o domínio 
do espaço transforma-se em elemento crucial na história do homem. Ratzel 
desenvolve assim dois conceitos fundamentais em sua antropogeografia, o conceito 
de território e de espaço vital. O primeiro vincula-se à apropriação de uma porção do 
espaço por um determinado grupo, enquanto o segundo expressa às necessidades 
territoriais de uma sociedade em função de seu desenvolvimento tecnológico, do 
total de população e dos recursos naturais. O espaço transforma-se, assim, através 
da política, em território, em conceito-chave da geografia. 
“Hartshorne (1939) apud Corrêa (2009, p. 18)”, por sua vez, admite que 
conceitos espaciais sejam de fundamental importância para a geografia, sendo a 
tarefa dos geógrafos descrever e analisar a interação e integração de fenômenos em 
termos de espaço. O espaço na visão hartshorniana é o espaço absoluto, isto é, um 
conjunto de pontos que tem existência em si, sendo independente de qualquer 
coisa. 
Já no âmbito dos debates da geografia crítica o espaço reaparece como o 
conceito-chave. Debate-se, de um lado, se na obra de Marx o espaço está presente 
ou ausente e, de outro, qual a natureza e o significado do espaço. A identificação 
das categorias de análise do espaço é outra preocupação dos geógrafos críticos. O 
espaço aparece efetivamente na análise marxista a partir da obra de Henri Lefébvre. 
Em seu Espacio y Política argumenta que o espaço “desempenha um papel ou uma 
função decisiva na estruturação de uma totalidade, de uma lógica, de um sistema”. 
“(LEFÉBVRE, 1976 apud CORRÊA, 2009, p. 25)”.O espaço entendido como espaço social, vivido, em estreita correlação com a 
prática social não deve ser visto como espaço absoluto, “vazio e puro, lugar por 
excelência dos números e das proporções” (LEFÉBVRE, 1976 apud CORRÊA, 
2009, p. 25), nem como um produto da sociedade, “ponto de reunião dos objetos 
produzidos, o conjunto das coisas que ocupam e de seus subconjuntos, efetuado, 
objetivado, portanto funcional” (LEFÉBVRE, 1976 apud CORRÊA, 2009, p. 25). 
28 
 
O espaço também não é um instrumento político, um campo de ações de um 
indivíduo ou grupo, ligado ao processo de reprodução da força de trabalho através 
do consumo. Segundo Lefébvre, o espaço é mais do que isto, engloba esta 
concepção e a ultrapassa. O espaço é lócus da reprodução das relações sociais de 
produção. 
 A noção de espaço no que diz respeito à visão de alguns autores leva a um 
debate sem final exato, pois tal tema se torna relevante para a construção das 
noções do nosso dia a dia, e um desses autores que procuram abordar de maneira 
ampla a questão do espaço é Milton Santos. Para o autor: 
 
Objeto da preocupação dos filósofos desde Platão e Aristóteles, a noção de 
espaço, todavia, cobre uma variedade tão ampla de objetos e significações 
– os utensílios comuns à vida doméstica, como um cinzeiro, um bule, são 
espaço; uma estátua ou uma escultura, qualquer que seja a sua dimensão, 
são espaço; uma casa é espaço, como uma cidade também o é. Há o 
espaço de uma nação – sinônimo de território, de crosta do nosso planeta; e 
há igualmente, o espaço extraterrestre, recentemente conquistado pelo 
homem, e, até mesmo o espaço sideral, parcialmente um mistério. (2008, p. 
150) 
 
Levando em consideração as várias vertentes utilizadas por esses autores a 
respeito da noção de espaço, isso nos leva a crer que este conceito está sempre em 
constante mudança e que, no entanto, envolve toda uma questão conjuntural que vai 
desde o mais simples das funções até a sua totalidade. Santos afirma: 
 
O espaço deve ser considerado como um conjunto de relações realizadas 
através de funções e de formas que se apresentam como testemunho de 
uma história escrita por processos do passado e do presente. Isto é, o 
espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações 
sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por 
relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se 
manifestam através de processos e funções. O espaço é, então, um 
verdadeiro campo de forças cuja aceleração é desigual. Daí porque a 
evolução espacial não se faz de forma idêntica em todos os lugares. (2008, 
p.153) 
 
Este conceito constitui a base para a construção deste trabalho. Será 
considerado na sua dimensão de intervenção no nosso cotidiano. Assim, espera-se 
mostrar de forma sucinta como a geografia é importante no nosso dia-a-dia, e trazer 
sempre a reflexão a respeito deste tema. De acordo com Moreira (2005, p. 58) “a 
geografia é um saber vivido apreendido pela própria vivência. Um saber que nos põe 
29 
 
em contato direto com nosso mundo exterior, com o seu todo e com cada um de 
seus elementos, a um só tempo”. 
Esta pesquisa tem a finalidade de mostrar como a compreensão da noção de 
espaço se torna importante para a construção do conhecimento geográfico. O 
objetivo não é trabalhar conceito pronto já definido, mas abordar tal concepção 
teórica em vários autores e ciências, demonstrando que cada ramo que aborda este 
tema retrata de maneira complexa a visão sobre espaço. Nesse caso a ciência 
geográfica contribui de forma significativa para a construção, compreensão e 
formação do conhecimento geográfico desses alunos, pois de maneira positiva ajuda 
a fortalecer o aspecto crítico que tais estudantes podem formar como cidadãos, a 
partir do momento que compreendem de maneira mais fácil como as transformações 
no seu espaço geográfico acontecem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
2 UNIDADE ESCOLAR JÚLIA NUNES ALVES: DIAGNÓSTICO ACERCA DA 
NOÇÃO DE ESPAÇO NO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
O presente trabalho procurará retratar alguns aspectos referentes às escolas 
de ensino público da rede estadual de ensino, enfocando de que maneira o tema 
sugerido em questão será trabalhado em sala de aula. As escolas da rede estadual 
de ensino de Teresina serão o nosso principal foco, trabalhando de maneira mais 
incisiva com a Unidade Escolar Júlia Nunes Alves. 
A Unidade Escolar Júlia Nunes Alves, localizada na Avenida Gilbraltar S/N no 
bairro Dirceu Arcoverde I, atende alunos do próprio bairro e de regiões vizinhas. São 
alunos que se enquadram na classe baixa até a classe média baixa. A escola 
oferece o Ensino Fundamental, nos turnos manhã e tarde e Ensino médio que 
somente foi implantado no ano de 2004 nos turnos tarde e noite. 
A área a qual pertence à escola em questão pode ser caracterizada como um 
pólo de ensino o qual oferece a comunidade do Dirceu Arcoverde I os Ensinos 
Fundamental, Médio e Superior. O que nos permite tal afirmação é o fato da 
Unidade Escolar Júlia Nunes Alves estar localizado próximo de mais duas escolas 
de Ensino Fundamental e Médio que são elas a Unidade Escolar Odylo de Brito 
Ramos e Unidade Escolar Maria do Carmo Reverdosa e a Universidade Estadual do 
Piauí (UESPI). 
A escola foi inaugurada em 28 de março de 1978 no governo de Dirceu 
Mendes de Arcoverde e na gestão do então Secretário de Educação Luis Gonzaga 
Pires sendo neste período o Secretário de Obra senhor Carlos Burlamaqui da Silva. 
Sua fundação ocorreu um ano após a inauguração do conjunto Dirceu Arcoverde I, 
justamente para atender aos anseios da nova comunidade que se formava. 
A direção da Unidade Escolar Júlia Nunes Alves é composta pelo diretor 
Tarcízio Pires Soares, Vice-Diretora, Francineth Medeiros S. Melo e a Coordenadora 
Marlene Lima da Chagas, todos escolhidos de forma democrática por meio de 
eleições diretas. Essa instituição de ensino também atende nos turnos manhã e 
tarde alunos que fazem parte do Programa MAIS EDUCAÇÃO do Governo Federal. 
Em relação a sua infra-estrutura apresenta-se bem definida em 05 blocos de 
salas, sendo 04 deles utilizados inteiramente como salas de aula e o primeiro bloco 
se constitui em: sala dos professores, biblioteca, sala do Programa Mais Educação e 
a sala de informática. Em uma visão geral podemos perceber que a escola possui 
31 
 
uma razoável estrutura. Como exemplo podemos citar o fato de que apesar da 
escola ter condições de acessibilidade elas ainda não chegaram em todas as 
dependências. 
A escola em questão possui um grande atrativo para que graduandos possam 
elaborar pesquisas nesta unidade de ensino, pois a organização demonstrada pela 
escola eleva ainda mais a procura destes pelo ensino. 
 Dessa forma, buscou-se analisar essa noção de espaço através da solução 
de alguns questionamentos. De que maneira a compreensão da noção de espaço 
colabora para a construção do conhecimento destes alunos de ensino fundamental; 
Analisando a construção deste conceito sobre o ensino de geografia; Verificando a 
aplicabilidade deste conceito no cotidiano destes alunos. 
Para diagnosticar a situação atual referente à noção de espaço no ensino de 
geografia empregou-se a técnica da documentação direta, por meio da pesquisa de 
campo, utilizando-se como instrumental de pesquisa o questionário aplicado para 
docentes e discentes da escola da rede estadual de ensino para a coleta de dados. 
O universo deste estudo é constituído de 349 alunos e 10 professores, tendo como 
amostra somente 160 alunos. 
A elaboração dos dados foi realizada com base na tabulação e levantamento 
percentual destes, adotando-se o método matemático-estatístico. Este procedimento 
permitiu a disposição dos dados coletados em gráficos, aos quais se farão 
referências no decorrer da análise que se segue (ver apêndice A e B). 
 Com base na pergunta nº01 (ver apêndice A), 80% dos professores é do 
sexo masculino e 20% do sexo feminino, como mostrado no gráfico abaixo. Este fato 
reflete que o nível de escolaridade do ensino fundamental II ainda apresenta 
superioridade masculina, levando em conta que o mercado de trabalho para o sexo 
feminino ainda é restrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 Gráfico 1 - Professores, segundo o sexo 
80%
20%
Masculino
Feminino
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai /2012 
 
Com base na pergunta nº 02 (ver apêndice A), constata-se que 20% dos 
professores entrevistados ainda estão concluindo o curso ou no caso (graduandos), 
40% já concluíram (graduados) e 40% já apresentam pós-graduação. Portanto, 
aprimorar o conhecimento tem sido a busca constante de alguns professores, 
evidenciando claramente a necessidade de se pensar geografia com o aspecto 
multidisciplinar, tendo em vista que grande parte dos entrevistados opta por 
ramificações da própria Pedagogia (Psicopedagogia). 
 
 Gráfico 2 - Formação Acadêmica – Professores 
20%
40%
40%
Graduando
Graduado
Pós - Graduação
 
 Fonte: Pesquisa Direta,mai/ 2012 
 
33 
 
Com relação ao tempo de atuação percebe-se no gráfico nº 03 que os 
professores apresentam muita experiência no que diz respeito do tempo de sala de 
aula, pois 40% dos entrevistados estão no magistério de 1 a 3 anos, 20% de 5 a 10 
anos e 40% de 10 anos ou mais. Constata-se, no entanto uma bagagem 
educacional relevante para se transmitir este conceito de espaço. 
 
 Gráfico 03 - Tempo de Atuação 
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
Conforme a pergunta nº 04 (ver apêndice A), 40% dos professores 
entrevistados possuem formação acadêmica da Universidade Federal do Piauí 
(UFPI), 60% se formaram pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Diante 
disso, é possível afirmar a credibilidade das instituições públicas frente ao ensino em 
nosso Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 Gráfico 04 - Instituição de Origem 
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 
 A respeito das séries trabalhadas, percebe-se que 100% dos professores 
entrevistados ministram aulas para alunos de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental 
II, 80% para alunos de 1ª a 3ª séries do Ensino Médio e 40% ministram aulas para 
graduandos do Ensino Superior como demonstrado no gráfico nº 05. Ressalta-se 
desta forma a necessidade de ministrar aulas em várias turmas, pois percebe-se 
que a remuneração é insuficiente para a satisfação dos professores entrevistados 
neste trabalho. 
 
 Gráfico 05 - Séries Trabalhadas 
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
35 
 
 Ainda seguindo o questionário foi perguntado aos professores se abordam o 
conceito de espaço em suas aulas, 100% dos entrevistados responderam que sim. 
Demonstrando desta forma que este conceito é relevante principalmente para a 
construção deste conhecimento, pois alguns dos entrevistados colocaram a noção 
de espaço como algo muito “subjetivo”. 
 Quando perguntados aos professores quais recursos utilizavam para abordar 
o conceito de espaço, ficou bem claro que os entrevistados se reportavam de mais 
de um recurso. 60% dos entrevistados responderam que utilizam Data Show, 20% 
se restringem a Globos e Mapas, 80% preferem o Quadro Acrílico e 60% destes 
abordam de maneira diferenciada, repassando vídeos, músicas, por exemplo, como 
pode ser observado no gráfico nº07. 
 
 Gráfico 07 - Recursos Utilizados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 
 De acordo com as informações obtidas com a pergunta de nº 08 (ver 
apêndice A), pode-se observar como mostrado no gráfico nº 08, que os professores 
utilizaram mais de uma metodologia; 100% dos entrevistados optam por adotar o 
conceito de espaço com aulas expositivas; 40% utilizam alguma dinâmica; 40% 
fazem leitura com seus alunos e 60% propõem algum tipo de atividade. Confirma 
desta maneira que existem vários meios para se abordar de forma simples e 
compreensível a noção de espaço. 
 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Data Show Globo e Mapas Quadro Acrílico Outros
36 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Aula Expositiva Dinâmicas Leitura Atividades
 Gráfico 08 - Metodologia Adotada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Levando em conta o questionário aplicado, os professores entrevistados 
concordam plenamente que os alunos conseguem assimilar muito bem as 
explicações sobre o conceito de espaço, pois segundo o que alguns relataram esta 
abordagem se torna significativa, procurando ver o lado subjetivo do aluno. No que 
tange ao livro didático adotado na escola foi unânime a aceitação do livro de José 
William Vesentini – Geografia Crítica – apesar de alguns não concordarem com a 
escolha, colocando que o autor em questão retrata de forma bem superficial e 
subjetiva este tema aqui adotado. 
A abordagem deste conceito ainda deixa a desejar, pois segundo o que 
alguns professores relataram falta a aproximação do conteúdo adotado pelo livro 
didático com a realidade do aluno, no entanto a importância da noção/ estruturação 
do conceito de espaço se torna muito relevante para estes alunos. A maior 
dificuldade sentida pelos professores ao repassar este conteúdo se restringe a 
própria subjetividade do tema, pois pode-se levar em consideração todos os 
aspectos relevantes do seu meio geográfico o que vai reforçar ainda mais a 
construção deste conceito no cotidiano do próprio aluno. 
 Neste segundo trecho da análise a seguir, levamos em consideração o 
questionário aplicado a alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II (ver 
apêndice B), no qual iremos retratar os dados levantados utilizando alguns termos 
para evitarmos repetições no decorrer do trabalho. Definiremos de amostra A (6º 
37 
 
ano), amostra B (7º ano), amostra C (8º ano) e amostra D (9º ano). Tendo em vista 
que no gráfico nº 09, relacionado à faixa etária, demonstra-se que na amostra A 10% 
destes alunos se inserem na faixa de 7 a 10 anos, 90% de 10 a 12 anos. Já na 
amostra B 40% destes alunos se inserem na faixa de 10 a 12 anos e 60% de 12 a 
14 anos. Na amostra C 95% estão inclusos na faixa de 12 a 14 anos e somente 5% 
se encontram acima dos 14 anos. Já na amostra D 90% se encaixam na faixa de 12 
a 14 anos e 10% com 14 anos ou mais. Como pode ser observado no gráfico nº 09. 
 
 Gráfico 09 - Faixa Etária – Alunos 
 Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
Na pergunta de nº 02 (ver apêndice B) relacionado a estes alunos da 
pesquisa, procurou-se por em questão se existe ou não gosto pela disciplina, já que 
para muitos a Ciência Geográfica ainda é uma disciplina decorativa. Nos dados 
retratados em seguida pode-se perceber que na amostra A 50% gostam da 
disciplina, 45% responderam que às vezes não e somente 5% optaram por não 
gostar da disciplina, por alguma dificuldade ou outra. Já na amostra B 45% dizem 
que gostam da disciplina, 45% responderam que às vezes, e somente 10% não 
suportam a disciplina. Na amostra C e D 55% gostam da disciplina e 45% 
responderam que às vezes gostam. Conclui-se que a disciplina ainda gera certa 
curiosidade nestes alunos, mas falta situá-los no seu próprio contexto geográfico, 
como pode ser observado no gráfico nº 10. 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
7 a 10 anos
10 a 12 anos
12 a 14 anos
14 anos ou mais
38 
 
 Gráfico 10 - Identidade pela Disciplina 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
sim
não
as vezes
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Com relação à própria definição do espaço geográfico na visão destes alunos, 
constata-se que na amostraA 45% conseguem definir, 30% responderam que não 
sabem distinguir o espaço geográfico e 25% colocaram que talvez saibam 
diferenciar. Já na amostra B, 50% responderam que não conseguem definir o 
espaço geográfico, 25% já sabem e os outros 25% talvez consigam. Na amostra C, 
40% definem bem o espaço em questão, 45% talvez consigam esta definição e 
somente 15% não conseguem. No entanto, na amostra D 50% sabem definir espaço 
geográfico, 45% talvez e apenas 5% não sabem distinguir. 
A queda mais acentuada se restringe a amostra B, pois é uma série onde o 
trabalho procura ficar restrito aos estudos sobre alguns aspectos da Geografia do 
Brasil, como se observa no gráfico abaixo nº 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Gráfico 11- Definição de Espaço Geográfico 
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Conforme a pergunta de nº 04 (ver apêndice B) direcionado aos alunos em 
questão, procurou-se observar se o professor aborda ou já abordou algum conteúdo 
sobre o espaço. Desta forma podemos chegar às seguintes conclusões mediante o 
gráfico nº 12 apresentado abaixo. Na amostra A 80% concordam que o professor já 
abordou este conceito, 15% não se lembram deste conteúdo e 5% relataram que às 
vezes é abordado. Já na amostra B 55% não se lembram do professor abordar o 
conteúdo, 40% assinalaram que já foi abordado e somente 5% relatam que o 
professor nunca abordou. Com relação à amostra C 45% não se lembram do 
professor trabalhar este conteúdo, 40% retratam que já foi abordado, 10% dizem 
que às vezes e somente 5% trazem que faz muito tempo que este conteúdo não é 
trabalhado. E por último na amostra D, 85% concordam que já foi retratado este 
assunto e 15% dizem que faz tempo que já se abordou este assunto. Conclui-se 
desta forma que o professor em algum momento trabalhou este conteúdo, mas que 
pelo fato da subjetividade do termo – Espaço – acaba se tornando algo muito 
distante do aluno, pelo fato de ainda não saber distinguir essas transformações que 
podem ou não ser observados no seu cotidiano. 
 
 
 
40 
 
Gráfico 12 - Aborda conteúdo sobre Espaço 
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Nas informações obtidas com a pergunta de nº 05 (ver apêndice B) procura-
se de certa forma analisar de que maneira o estudo da geografia pode representar 
ou não em sua vida, seu cotidiano. Desta forma, com a análise do gráfico nº 13 
observa-se de que maneira esses dados serão refletidos segundo as amostras que 
se seguem. Com relação à amostra A 95% relatam que o estudo da geografia 
representa muito em sua vida e apenas 5% dizem representar pouco. Na amostra B, 
75% concordam que o estudo da geografia representa muito e somente 25% 
assinalaram que representa pouco. Já na amostra C pode-se perceber um meio 
termo a partir do momento que 50% assinalaram que este estudo representa muito e 
os outros 50% responderam que representa pouco. Por último na amostra D, 
percebe-se a total influência do estudo desta disciplina na construção do senso 
crítico do aluno, fortalecendo ainda mais a construção do conhecimento a partir do 
momento que 90% assinalaram que o estudo dessa ciência representa muito em 
sua vida e somente 10% correspondeu que este estudo representa pouco na sua 
vida. 
 
 
 
 
41 
 
Gráfico 13 - O que representa a Geografia em sua vida 
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 A respeito da pergunta de nº 06 (ver apêndice B), se o aluno considera que o 
ensino de Geografia colabora ou não no seu cotidiano, podem-se chegar às 
seguintes conclusões conforme serão representados no gráfico nº 14. Na amostra A 
95% consideram o ensino de geografia fundamental no seu cotidiano, enquanto os 
outros 5% acham muito pouco significativo. Já na amostra B 65% concordam que o 
ensino desta disciplina colabora no seu dia-a-dia e 35% acham pouco relevante para 
o seu cotidiano. Com relação à amostra C 55% aceitam que o ensino de Geografia 
colabora no dia a dia, 40% acham que ajuda muito pouco e 5% não consideram a 
relevância desta ciência. Na amostra D, 95% estão de acordo que o ensino de 
geografia colabore no seu cotidiano, enquanto somente 5% assinalaram que não 
colabora de modo algum no seu dia a dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Gráfico 14 - Considera o ensino de geografia importante em sua vida 
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Por fim quando questionados se conseguem observar transformações no 
espaço geográfico em que está inserido podemos chegar aos seguintes resultados 
apresentados no gráfico nº 15. Na amostra A 35% disseram que sabem observar 
essas transformações, 45% responderam que não e 20% talvez saibam identificar 
alguma transformação. Na amostra B 55% não identificam essas transformações, 
25% responderam que sabem e 20% disseram que talvez. Já na amostra C 55% 
responderam com muita convicção que identificam bem essas transformações, 20% 
assinalaram que não sabem e 25% responderam que talvez saibam distinguir tais 
transformações. E por último na amostra D 80% sabem diferenciar muito bem essas 
transformações no qual estão inserido, 15% responderam que não sabem e 
somente 5% disseram que talvez saibam entender essas modificações no espaço 
geográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Gráfico 15 - Observação do espaço geográfico em que está inserido 
 
Fonte: Pesquisa Direta, mai/ 2012 
 
 Com esses resultados, conseguiu-se identificar muito bem a relevância deste 
termo para o fortalecimento da construção do conhecimento desses alunos de 
ensino fundamental, pois a partir de tal abordagem observou-se que o senso crítico 
de cada cidadão passa pela importância de saber definir seu próprio espaço, para 
logo após aprender de maneira significativa a enxergar tais transformações no 
espaço geográfico no qual está inserido, seja ele local ou global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A noção de Espaço no ensino de Geografia remete a uma das temáticas mais 
desenvolvidas no que diz respeito à subjetividade da discussão do tema, no entanto, 
ressalta-se que toda evolução deste conceito é retratado por autores de renomado 
conhecimento a respeito desta questão epistemológica. No intuito de não encerrar 
este conceito de não torná-lo algo fechado, ao longo do trabalho foram mencionados 
vários autores com suas respectivas abordagens acerca da noção de espaço no 
ensino, com o intuito de ressaltar a verdadeira importância da trajetória deste tema, 
pois o mesmo se torna uma construção que se processa, progressivamente, desde a 
infância até chegar a fase de maturidade. 
Na Unidade Escolar Júlia Nunes Alves, percebe-se uma grande deficiência na 
abordagem deste tema, não somente pelo cumprimento da carga horária reduzida, 
mas pelo fato de que toda essa construção conceitual não se suceder ao longo de 
sua formação colegial, levando em conta desde a infância a fase adulta. 
Um dos grandes questionamentos feito durante o trabalho era a de qual seria 
a importância da noção de espaço para a construção do conhecimento geográfico 
dos alunos de ensino fundamental, partindo do pressuposto que grande parte dessa 
construção conceitual partiria do próprio entendimento como tais transformações se 
tornem ou não significativas no transcorrer de sua vida. 
A compreensão deste conceito se torna em grande parte de difícil 
entendimento para estes alunos, pelo simples fato de este mesmo tema trazer uma 
abordagem muito subjetiva, o que pode trazer em alguns casos resquícios do que 
não foi trabalhado na infância, principalmente em relação ao aspecto cognitivo da 
criança em sua formação motora. 
Outra abordagem relevante para esta pesquisa era como esse conceito ou 
noção de Espaço poderia interferir no cotidiano destes alunos, não com o intuito de 
formá-los dentro de uma concepção abrangente, complexa acerca da temática em 
questão. Também não se buscou contemplar a inserção de metodologias e 
estratégias facilitadoras

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