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RESUMO SÍNDROMES DEPRESSIVAS- DEPRESSAO

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SÍNDROMES DEPRESSIVAS 
 O período Renascentista é 
considerado a idade de ouro da melancolia, 
e, nos séculos XVIII e XIX, esse 
sentimento penetrou o espírito do 
romantismo. A depressão é reconhecida 
desde a antiguidade, mudando suas feições 
de época para época, de cultura para 
cultura, mas sempre acompanhando de 
perto o destino do ser humano. 
 A depressão causa considerável 
impacto na saúde física e mental e na 
qualidade de vida das pessoas acometidas; 
ela é, entre todas as doenças, sejam físicas 
e mentais, uma das principais causas daquilo 
que a Organização Mundial da Saúde(OMS), 
chama de “anos vividos com incapacidades” 
e “perda de anos em termos de morte 
prematura e perda de anos de vida 
produtiva”. Ter a doença aumenta em 20 
vezes o risco de suicídio. 
 Do ponto de vista psicopatológico, as 
síndromes depressivas tem como elementos 
mais salientes o humor triste e, na esfera 
volitiva, o desânimo, mais ou menos 
marcantes. Tal tristeza e desânimo são na 
depressão desproporcionalmente mais 
intensos e duradouros, do que nas 
respostas normais de tristeza que ocorrem 
ao longo da vida. 
 Os quadros depressivos 
caracterizam-se por uma multiplicidade de 
sintomas afetivos, instintivos e 
neurovegetativos, ideativos e cognitivos, 
relativos á autovalorização, á vontade e á 
psicomotricidade. 
 Também podem estar presentes, em 
formas graves de depressão, sintomas 
psicóticos, como delírios e/ou alucinações, 
marcante alteração psicomotora que 
geralmente é lentificação ou estupor, assim 
como fenômenos biológicos que são 
neuronais ou neuroendócrinos que estão 
associados. 
Sintomas das síndromes depressivas nas 
diferentes esferas psicopatológicas 
 Sintomas afetivos e de humor 
• Tristeza, sentimento de 
melancolia, na maior parte do 
dia, todos ou quase todos os 
dias; 
• Choro fácil e/ou frequente 
• Apatia (indiferença afetiva; 
“tanto faz como tanto fez”), 
na maior parte do dia, todos ou 
quase todos os dias; 
• Sentimento de falta de 
sentimento (“É terrível, não 
consigo sentir mais nada”); 
• Sentimento de tédio, de 
aborrecimento crônico 
• Irritabilidade aumentada (a 
ruídos, pessoas, vozes, etc), na 
maior parte do dia, todos ou 
quase todos os dias; 
• Também é frequente: 
angústia, ansiedade, desespero 
e desesperança. 
 
 
 
 
Alterações da volição e da 
psicomotricidade 
• Desânimo, diminuição da 
vontade (hipobulia, “não tenho 
pique para mais nada”); 
• Anedonia (incapacidade de 
sentir prazer em várias 
esferas da vida, como 
alimentação, sexo e amizades, 
por exemplo); 
• Tendência a permanecer 
quieto na cama, por todo o dia 
(com o quarto no escuro, 
recusando visitas); 
• Aumento da latência entre as 
perguntas e respostas; 
• Lentificação psicomotora 
(pode progredir até o 
estupor/catatonia); 
• Estupor/catatonia 
• Diminuição da fala, fala em 
tom baixo, lenta e aumento da 
latência entre perguntas e 
respostas; 
• Mutismo (negativismo verbal 
completo) 
• Negativismo ( recusa a 
alimentação, a interação 
pessoal, etc) 
 Alterações Ideativas 
• Ideação negativa, pessimismo 
em relação a tudo; 
• Idéias de arrependimento e de 
culpa; 
• Ruminações com mágoas atuais 
e antigas; 
• Visão do mundo marcada pelo 
tédio (“A vida é vazia, sem sentido; 
nada vale a pena”) 
 
• Realismo depressivo: 
inferências sobre a vida mais 
realista e pessimistas em relação a 
pessoas sem depressão, sendo que 
estas tenderiam a apresentar um 
viés positivo de avaliação da 
realidade; 
 
• Idéias de morte, desejo de 
desaparecer, dormir para sempre; 
 
• Ideação, planos ou atos 
suicidas. 
 
Alterações da esfera instintiva 
e neurovegetativa 
• Fadiga, cansaço fácil e 
constante (Sente o corpo 
pesado); 
• Insônia ou hipersonia; 
• Diminuição ou aumento do 
apetite; 
• Constipação, palidez, pele 
fria com diminuição do 
turgor; 
• Diminuição da libido, do 
desejo sexual; 
• Diminuição da resposta 
sexual (disfunção erétil, 
orgasmo retardado ou 
anorgasmia) 
Alterações da 
autovalorização 
• Autoestima diminuída; 
• Sentimento de 
insuficiência, de 
incapacidade; 
• Sentimento de 
vergonha; 
• Autodepreciação. 
 Alterações cognitivas 
• Déficit de atenção e 
concentração; 
• Déficit secundário de 
memoria; 
• Dificuldade de tomar 
decisões; 
• Pseudodemência depressiva. 
 Sintomas psicóticos 
• Idéias delirantes de conteúdo 
negativo como, delírio de ruina 
ou miséria, delírio de culpa, 
delírio hipocondríaco e/ou de 
negação de órgãos e partes do 
corpo, delírio de inexistência, 
seja de si ou do mundo; 
• Alucinações, geralmente 
auditivas, com conteúdos 
depressivos; 
• Ilusões auditivas ou visuais; 
• Ideação paranoide e outros 
sintomas psicóticos, humor 
incongruente, delírio de 
perseguição, se for presente, 
pode revelar que de algum 
modo a pessoa “merecia” ser 
perseguida e punida). 
 Alguns aspectos neurobiológicos 
 Da depressão 
• Alterações estruturais do 
cérebro, como redução do 
volume do hipocampo que se 
associa a formas mais graves 
de depressão e redução de 
área cinzenta em: cíngulo 
anterior, striatum, ínsula, 
amígdala e córtex pré-frontal; 
• Alterações funcionais do 
cérebro, como alterações em 
circuitos pré-frontal-límbicos, 
modulados por serotonina e 
circuitos striatum-frontais, 
modulados por dopamina e 
aumento da atividade em 
sistemas neurais de base para 
o procedimento de emoções 
(amígdala e córtex pré-
frontal) e redução em 
sistemas neurais de apoio á 
regulação de emoções (córtex 
pré-frontal dorsolateral) 
Perdas e depressão 
 As síndromes e a reações 
depressivas surgem com muita 
frequência após perdas 
significativas: de pessoa muito 
querida, emprego, moradia, status 
socioeconômico ou algo puramente 
simbólico. 
 Certamente fatores biológicos, 
genéticos e neuroquímicos têm 
importante peso nos diversos 
quadros dessa doença. As síndromes 
depressivas têm uma relação 
fundamental com as experiências de 
perda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existe o luto intenso e a depressão, a seguir, terá algumas diferenças: 
 
Aspectos diferenciais Luto intenso Depressão 
Humor/tristeza 
experimentados e sua 
evolução 
Tristeza muito relacionada á 
experiência da perda, que 
tende a diminuir com o passar 
das semanas e meses 
(duração muito variável, de 
semanas a vários meses, 
eventualmente anos) 
Humor deprimido constante 
que abrange mais que perdas; 
humor que não melhora com o 
passar do tempo (duração 
variável, mas a média dos 
episódios fica em torno de 
quatro meses) 
Padrão temporal Tristeza ocorre “Em ondas” 
(dores do luto), associada a 
lembrança da pessoa perdida 
Tristeza e desânimo oscilam 
menos ao longo dos dias ( com 
exceção da depressão 
atípica) 
Conteúdo de pensamento Tristeza e angústia mais 
centradas em pensamentos 
relacionados á pessoa perdida 
Ruminações autocríticas e 
pessimistas abrangentes, não 
apenas relacionadas a uma 
perda 
Pensamento típico “Por que não disse á pessoa 
que perdi o quanto a amava, 
por que não convivi mais com 
ela?” 
“Nada na vida vale a pena, eu 
não sirvo para nada, sou um 
peso para as pessoas.” 
Fantasias relacionadas a 
pensamentos suicidas 
“Gostaria de morrer para me 
juntar á pessoa perdida, para 
revê-la” 
“Quero morrer para não 
sofrer mais”, ou “quero 
morrer pois não mereço mais 
viver, não darei mais trabalho 
aos meus familiares” 
Subtipos de síndromes e transtornos 
depressivos 
 São eles: 
1. Episódio de depressão e 
transtorno depressivo maior 
recorrente (CID 11 e DSM 5) 
2. Transtorno depressivo 
persistente e transtorno 
distímico (CID 11 e DSM 5) 
3. Depressão atípica (DSM 5) 
4. Depressão tipo melancólica ou 
endógena (CID 11 e DSM 5) 
5. Depressão psicótica (CID 11 e 
DSM 5) 
6. Estupor depressivo ou 
depressão catatônica(DSM 5) 
7. Depressão ansiosa ou com 
sintomas ansiosos 
proeminentes (CID 11 e DSM 
5) e transtorno misto de 
depressão e ansiedade (CID 
11) 
8. Depressão unipolar ou 
depressão bipolar 
9. Depressão como transtorno 
disfórico pré-menstrual (CID 
11 e DSM 5) 
10. Depressão mista (DSM 
5) 
11. Depressão secundária ou 
transtorno depressivo devido 
a condição médica (incluindo 
aqui o transtorno depressivo 
induzido por substância ou 
medicamento) (CID 11 e DSM 
5) 
 
 
 
 
 
 
 
No episódio depressivo, evidentes 
sintomas depressivos, como humor 
deprimido, anedonia, fatigabilidade, 
diminuição da concentração e da 
autoestima, ideias de culpa e de inutilidade, 
distúrbios do sono e do apetite, devem 
estar presentes por pelo menos duas 
semanas e não mais que dois anos de forma 
ininterrupta. 
Cerca de 15 a 26% das pessoas com 
depressão maior apresentam sintoma 
crônico de depressão, com duração de mais 
de dois anos. 
Os critérios para depressão maior 
precisam ser ao menos cinco e durar por 
pelo menos duas semanas. São eles: 
➢ Sintoma obrigatório: humor 
deprimido ou perda de 
interesse ou prazer na maior 
parte do dia, quase todos os 
dias e mais, pelo menos, 4 dos 
sintomas a seguir; 
➢ Desânimo, acentuada perda do 
interesse ou prazer 
(anedonia); 
➢ Redução ou aumento do 
apetite (redução ou ganho de 
peso de 5% em 1 mês); 
➢ Sono: hipersonia ou insônia; 
➢ Fadiga, perda de energia; 
➢ Sentimento de inutilidade e/ou 
culpa, pessimismo; 
➢ Baixa autoestima; 
➢ Concentração prejudicada, 
dificuldade para pensar; 
➢ Pensamentos recorrentes de 
morte ou suicídio; 
Episódio de depressão e transtorno 
depressivo maior recorrente 
 
 
 
➢ Retardo/agitação psicomotora. 
Os subtipos de transtornos 
depressivo (TD), precisam ser observados, 
eles podem ser: 
➢ Transtorno depressivo maior, 
episódio único; 
➢ Transtorno depressivo maior, 
recorrente (> 1 episódio); 
➢ Transtornos depressivo 
persistente e distimia: humor 
cronicamente deprimido por 
pelo menos dois anos. 
A gravidade por ser em três, TD 
leve, moderado ou grave 
 As características também devem 
ser especificadas como: 
➢ TD com sintomas psicóticos 
congruentes com o humor; 
➢ TD com sintomas psicóticos 
incongruentes com o humor; 
➢ TD com catatonia (estupor 
depressivo): imobilidade, 
negativismo, mutismo, ecolalia; 
➢ TD com características melancólicas 
(Depressão endógena): acentuado 
retardo ou agitação psicomotora, 
perda total de prazer, piora pela 
manhã, perda de peso, culpa 
excessiva; 
➢ TD com características atípicas: 
aumento do apetite ou ganho de 
peso, hipersonia, sensação de peso no 
corpo, sensibilidade extrema á 
rejeição interpessoal, humor muito 
reativo de acordo com as situações 
ambientais; 
➢ TD com sintomas ansiosos; 
➢ TD com início no periparto; 
➢ TD com padrão sazonal (somente 
episódios recorrentes), geralmente 
no inverno. 
 
 
 
Um grupo de pacientes desenvolve a 
forma crônica de depressão, muito 
duradoura (pelo menos dois anos 
ininterruptos), que pode ser de intensidade 
leve (distimia) ou de moderada a grave. Ela 
começa geralmente na adolescência ou no 
inicio da vida adulta e persiste por vários 
anos. 
Os sintomas depressivos mais 
importantes são em primeiro lugar, o humor 
deprimido, triste na maior parte do dia, na 
maioria dos dias. Além disso, o paciente 
deve ter pelo menos dois dos seguintes 
sintomas: diminuição da autoestima, 
fatigabilidade aumentada ou falta de 
energia, insônia ou hipersonia, apetite 
diminuído ou aumentado, dificuldade em 
tomar decisões ou em se concentrar e 
sentimentos de desesperança. 
São comuns na distimia o mau humor 
crônico e a irritabilidade. Em adultos, os 
sintomas devem estar presentes de forma 
ininterrupta por pelo menos dois anos e em 
crianças e adolescentes, por pelo menos um 
ano. 
 
 
 
 
 
 
Transtorno depressivo persistente e 
transtorno distímico 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de um subtipo de depressão 
que pode ocorrer em episódios 
depressivos de intensidade leve a grave, 
em transtorno unipolar ou bipolar. Além 
de reatividade de humor aumentada 
(melhora rapidamente com eventos 
positivos e piora rapidamente com 
eventos negativos), o individuo deve 
apresentar dois ou mais dos seguintes 
sintomas: 
• Ganho de peso ou aumento do 
apetite (principalmente para 
doces); 
• Aumento do sono (hipersonia, 
geralmente mais do que 10 
horas por dia ou 2 horas a 
mais que quando não 
deprimido); 
• Sensação do corpo, braços ou 
pernas muito pesadas 
(paralisia “de chumbo”), a 
pessoa se sente de modo geral 
“pesada”, com uma sobrecarga 
sobre os ombros; 
• Sensibilidade exacerbada a 
rejeição interpessoal, ás vezes 
a indicativos mínimos e 
subjetivos de possível 
rejeição, podendo se manter 
mesmo quando a pessoa não 
esteja no episódio depressivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de um subtipo no qual 
predominam os sintomas classicamente 
endógenos. A pessoa deve apresentar: 1) 
perda de prazer ou incapacidade de sentir 
prazer (anedonia) em todas ou quase todas 
as atividades ou 2) falta de reatividade a 
estímulos em geral prazerosos. 
Além de um desses dois sintomas, 
deve apresentar pelo menos três dos 
seguintes sintomas: 
• Humor depressivo 
característico com 
prostração profunda, 
desespero, hiporreatividade 
geral; 
• Lentificação psicomotora, 
demora em responder ás 
perguntas (aumento da 
latência entre perguntas e 
respostas) ou agitação 
psicomotora; 
• Ideias ou sentimento de culpa 
excessivos e/ou inadequados; 
• Perda de apetite e/ou peso 
corporal; 
• Depressão pior pela manhã 
que pode melhorar um pouco 
ao longo do dia. 
Também pode se constatar a 
chamada tristeza vital, que é uma 
tristeza diferente, um peso, uma 
agonia, que é sentida no corpo, 
qualitativamente diferente da 
tristeza normal. Pode ser observado 
também um padrão de sono 
característico em que o individuo 
tende a apresentar a insônia 
Depressão atípica ou depressão com 
características atípicas 
 
 
 
Depressão tipo melancólica ou 
endógena 
 
 
 
terminal, que é quando você acorda 
de madrugada, por volta de 3 ou 4 
horas da manhã e não consegue mais 
dormir. 
A depressão melancólica é 
considerada como de natureza mais 
neurobiológica, mais independente de 
fatores psicológicos em comparação 
com outros tipos de depressão, 
embora toda depressão maior tenha 
um significativo componente 
neurobiológico. 
 
 
 
Trata-se de depressão muito grave, 
na qual ocorrem, associados aos sintomas 
depressivos um ou mais sintomas psicóticos, 
como delírio e/ou alucinação. Os mais 
frequentes são sintomas como delírio de 
ruina ou culpa, delírio hipocondríaco ou 
de negação de órgãos ou alucinações com 
conteúdos depressivos, com vozes que 
dizem que “você não presta”, “você vai 
morrer na miséria” ou “seus filhos vão 
passar fome”. As alucinações também 
podem ter o conteúdo de punição merecida, 
como por exemplo, “vou morrer, vou sofrer, 
porque mereço isso”, 
Se os sintomas psicóticos são de 
conteúdo negativo, depressivo, classificam-
se como sintomas psicóticos de humor 
congruente, que é de culpa, doença, morte, 
negação de órgãos, punição merecida, entre 
outros. Caso contrario, são denominados 
sintomas psicóticos de humor 
incongruentes, que é quando tem delírio de 
perseguição, de inserção de pensamentos, 
autorreferente, entre outros. 
Os delírios ocorrem em cerca de 
25% das pessoas internadas com quadros 
depressivos e em 15% daquelas com 
depressões ambulatoriais. Na maior parte 
das vezes, trata-se de delírio de humor 
congruente. E em cerca de 18% dos casos, o 
delírio é humor incongruente. 
Alucinações auditivas ocorrem em 5 a 
59% dos pacientes com depressão maior e 
alucinações visuais em 1 a 25%. 
De modo geral, indivíduos deprimidos 
encontrados nacomunidade e na atenção 
primária, que é a UBS, tem frequência 
menor de sintomas psicóticos, aqueles em 
ambulatórios especializados, tem 
frequência intermediária e pessoas 
internadas por depressão, tem frequências 
mais altas. 
A depressão psicótica revela mais 
alterações cerebrais do que a não psicótica, 
o que indica maior gravidade fisiopatológica 
dessa forma de doença. 
 
 
 
 Trata-se de estado depressivo muito 
grave, no qual o paciente permanece dias na 
cama ou sentado, em estado de catalepsia, 
que é imóvel e em geral bem rígido, com 
negativismo que se exprime pela ausência 
de respostas a solicitações ambientais, 
geralmente em estado de mutismo (não fala 
com as pessoas, apesar de estar consciente 
e não ter afasia), recusando alimentação, ás 
vezes urinando no leito. O individuo pode 
nesse estado, desidratar-se e vir a falecer 
por complicações clínicas. 
 
Depressão psicótica ou depressão com 
sintomas psicóticos 
 
 
 
Estupor depressivo ou depressão com 
catatonia 
 
 
 
 
 
 
 
 A ansiedade é um componente 
frequente e importante nos quadros 
depressivos. O DSM 5 e o CID 11 propõem 
que se distinga uma forma de depressão, 
geralmente moderada ou grave, com 
marcante componente de ansiedade, tensão 
e inquietação psicomotora, chamada de 
depressão ansiosa ou depressão agitada. 
O paciente se queixa de angustia ou 
ansiedade acentuada associada a sintomas 
depressivos. Sente-se nervoso, tenso, não 
para quieto, fica irritado, andando de um 
lado para o outro, desesperado. 
 Pode ter ainda dificuldades para se 
concentrar devido a muitas preocupações, 
tem medo de que algo horrível aconteça. 
Também pode ter o sentimento de perda do 
controle de si mesmo. Na depressão 
ansiosa, há risco ainda maior de suicídio. A 
depressão grave é muitas vezes difícil de 
diferenciar de um episódio mistos de 
transtorno bipolar. 
 Já o CID 11 propõe o transtorno 
misto de depressão e ansiedade, no qual há 
sintomas geralmente leves de ambas as 
condições na maioria dos dias, por pelo 
menos duas semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao se diagnosticar um quadro 
depressivo que ocorre pela primeira vez na 
vida, os profissionais, os pacientes e seus 
familiares e amigos podem se perguntar se 
esse episodio esta abrindo um possível 
transtorno depressivo recorrente, o que é 
frequente, e a depressão então é 
denominada como unipolar, ou se é o inicio 
de um TB com episódios futuros de mania 
ou hipomania, então a depressão é 
denominada de bipolar. 
O tratamento com antidepressivos 
pode frequentemente desencadear uma 
fase de mania quando é empregado em 
depressões bipolares, a fase de mania 
podendo ter consequências muito graves na 
vida da pessoa. 
 
Critérios para 
o diagnóstico 
Depressão 
Unipolar 
Depressão 
Bipolar 
Idade de inicio Mais velha Mais jovem 
Duração da 
fase 
Mais longa Mais curta 
 
 
 
 
Características 
de 
personalidade 
Mais problemas 
de 
personalidade, 
sobretudo mais 
neuroticismo, 
mais controle 
dos impulsos e 
mais 
introversão 
Menos 
problemas de 
personalidade, 
pior controle 
dos impulsos, 
mais 
temperamento 
hipertímico e 
busca de 
estimulos 
Historia 
familiar de 
mania 
Menos 
frequente 
Mais frequente 
Resposta 
profilática a 
antidepressivos 
Boa Ruim 
Duração do 
sono 
Mais curta Mais longa 
 
 
Depressão ansiosa ou agitada com 
sintomas ansiosos proeminentes e 
transtorno misto de depressão e 
ansiedade 
 
 
 
Depressão unipolar ou depressão 
bipolar 
 
 
 
Ansiedade, 
queixas 
somáticas, 
perda de 
apetite, insônia 
terminal 
Mais frequente Menos 
frequente 
 
Labilidade do 
humor, 
irritabilidade, 
insônia inicial 
Menos 
frequente 
Mais frequente 
Episódio pós-
parto, aspectos 
psicóticos, uso 
de drogas 
Menos 
frequente 
Mais frequente 
Retardo, 
lentificação 
psicomotora 
Menos 
frequente 
Mais frequente 
Agitação 
psicomotora 
Mais frequente Menos 
frequente 
 
 
 
 
 Trata-se de forma grave de 
depressão relacionada á síndrome pré-
menstrual que se caracteriza por ocorrer 
na semana final da menstruação, na maioria 
dos ciclos menstruais. Está presente pelo 
menos um dos seguintes sintomas intensos 
de humor: tristeza marcante, 
nervosismo/ansiedade acentuada, 
sentimentos de estar “no limite para 
explodir”, oscilações do humor ao longo do 
dia ou labilidade afetiva, irritabilidade ou 
raiva acentuada. 
 Também devem estar presentes 
outros sintomas, na maioria dos ciclos 
menstruais, que quando somados aos 
anteriores, irão resultar em pelo menos 
cinco sintomas. Sendo eles: interesse 
diminuído, dificuldade de concentração, 
falta de energia ou fadiga fácil, alteração 
do apetite, hipersonia ou insônia, “sentir-se 
sobrecarregada” ou “fora do controle”, 
sintomas físicos como inchaço e aumento da 
sensibilidade nas mamas, dor articular ou 
muscular e “sensação de inchaço” no corpo. 
 
 
 
 Durante a maioria dos dias da 
depressão, ocorrem também sintomas 
maníacos (devem ocorrer pelo menos três 
deles), como humor elevado ou expansivo, 
grandiosidade e autoestima elevada, 
inflada; o paciente se apresenta loquaz, 
falando muito e com pressão para falar, há 
aceleração do pensamento até fuga de 
ideias, aumento de energia no trabalho, 
vida sexual ou envolvimento em atividades 
excitantes, mas perigosas. Pode haver 
também redução da necessidade de sono. 
 Esses sintomas da série maníaca 
devem ter sido observados por outras 
pessoas e representar uma mudança no 
comportamento rotineiro do paciente 
(apenas o relato pessoal pode não ser 
suficiente para o diagnóstico) 
 
 
 
 
 
 Síndromes depressivas causadas ou 
fortemente associadas a uma doença física, 
a um quadro clínico primariamente 
somático, seja ele localizado no cérebro 
(por exemplo, doença de Parkinson, doença 
de Huntington, acidente vascular cerebral 
(AVC), trauma ou tumor cerebral), seja ele 
Depressão como transtorno disfórico 
pré-menstrual 
 
 
 
Depressão mista ou depressão com 
características mistas 
 
 
 
Depressão secundária ou orgânica 
(transtorno depressivo devido a outra 
condição médica ou induzido por 
substâncias ou medicamento. 
 
 
 
sistêmico, isto é, em outra parte do 
organismo, mas com consequências para 
todos os órgãos, inclusive cérebro. 
 No caso dos AVCs, ocorre depressão 
após o episodio agudo e de modo geral, 
AVCs no hemisfério esquerdo e mais 
próximos do polo frontal tendem a 
desencadear mais frequentemente 
depressões secundárias. 
 Pode ocorrer também o transtorno 
depressivo induzido por substância ou 
medicamento. Nesse caso, há um quadro 
depressivo intimamente associado durante 
ou logo após a intoxicação por substâncias 
ou fármacos. 
 
 
 
 A depressão pode ser fator de risco 
para várias doenças e condições físicas. O 
transtorno se associa a maior risco de 
obesidade, doenças coronarianas, AVC e 
diabetes. Os mecanismos sugeridos para tal 
associação relacionam-se a alterações 
metabólicas, imunoinflamatórias, 
autonômicas, aumento do cortisol sanguíneo 
e desregulação no eixo hipotálamo-hipófise 
-adrenal. 
Depressão em crianças. Adolescentes e 
idosos 
 A depressão também é frequente e 
potencialmente grave na infância e na 
adolescência, em geral mais observada em 
meninas do que em meninos. Nessa fase da 
vida, é comum que os quadros depressivos 
ocorram associados a comportamentos 
disruptivos (irritabilidade, oposição aos 
adultos, agressividade, transgressões) e 
dificuldades escolares. 
 Tem sido proposto que haveria duas 
sub formas de depressão na infância e na 
adolescência: uma “pura”, sem sintomas de 
comportamentos disruptivos, mais 
frequente em garotas, e uma com sintomas 
disruptivos mais comum em garotos e 
rapazes com redução no QI e pior 
desempenho escolar. 
 Idosos frequentementeapresentam 
depressão. Os sintomas mais comuns são, 
além da tristeza (ou dificuldade em sentir-
se alegre), sentimentos de solidão, choro, 
pouco apetite, descuido consigo mesmo, 
falta de esperança, não aproveitar a vida, 
sentir que tudo é um grande esforço e 
dificuldades cognitivas. A depressão em 
idosos se associa a risco maior de quedas, 
incapacidades físicas e mortalidade. 
Depressão e personalidade 
 Uma linha consistente de estudos 
tem associados as síndromes depressivas 
com aspectos da personalidade antes, 
durante e depois dos episódios de 
depressão. 
 De modo geral, pessoas que 
apresentam episódios depressivos 
moderados ou graves tendem a apresentar 
o perfil de personalidade, com base no Big 
Five, aumentado para neuroticismo 
(instabilidade emocional, tensão, tendência 
a ansiedade, preocupação e autopiedade) e 
diminuído para extroversão (propensão á 
atividade, assertividade, energia, 
entusiasmo, busca dos outros, socialização) 
 
Depressão como fator de risco para 
doenças físicas

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