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UFO 82 - Alienigenas entre Nos-1

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Novembro 20024
NOVO FORMATO
Comprei hoje a lindíssima UFO 81 e
felicito os parceiros Mythos e CBPDV,
desejando-lhes enorme êxito. Antes mes-
mo de a ler já pude notar que foi mantida
a tradicional qualidade informativa e a
beleza das ilustrações. Acho que muitas
agências de publicida-
de e empresas deseja-
rão estar presentes na
publicação. O tema de
capa, atualíssimo, aju-
dará a atrair novos lei-
tores. A emoção foi
tanta que nem deu para
esperar meu exemplar
de assinante... 
Mário Rangel,
mario.rangel@terra.com.br
Fiquei entusiasma-
da quando vi a “nova”
UFO nas bancas. A re-
vista está revigorada,
mais bonita e atrativa. Parabéns pela par-
ceria com a competente Mythos Edito-
ra. E muito obrigada por nunca desisti-
rem de continuar seu trabalho. Durante
estes meses em que a revista não circu-
lou, senti um imenso vazio.
Deborah Carvalho Farias,
Rio de Janeiro (RJ)
Parabéns pela edição de outubro (81).
A Mythos Editora foi uma grande escolha
que vocês fizeram como parceira. Como
acompanho a revista, posso dizer que UFO
deu um grande salto de qualidade. 
Roberto Pintucci,
robertopintucci@uol.com.br
Acompanho a revista desde a época
em que se chamava PSI-UFO. Lembro-
me que, naquela época, a equipe chegou
a inventar uma espécie de cartão de só-
cio, a fim de obter recursos para a produ-
ção e manutenção da publicação. Mas
agora as coisas mudaram e UFO conta
com o apoio da Mythos Editora. Fico ex-
tremamente contente com isso. A publi-
cação melhorou tanto na qualidade im-
pressa quanto editorial. Parabéns.
Leandro da Rocha Tavares,
leantav@hotmail.com
Comprei UFO 81 numa banca perto
de minha casa. Está linda e é muito legal
poder adquirí-la novamente. Também gos-
tei muito do artigo de Philipe Kling David,
Grandes Desafios da Perícia Ufológica no
Século XXI. Parabéns para ele pelo novo
formato da revista. Mas gostaria de alertá-
los de que algumas bancas ainda não sa-
bem que a UFO voltou a circular normal-
mente. Inclusive, depois
que comprei a revista,
levei para meu jornalei-
ro preferido e ele não
acreditou que tinha saí-
do mais uma edição.
Laura Elias,
São Paulo (SP)
A Equipe Ufonewsbr
gostaria de externar sua
enorme satisfação com a
qualidade da “nova” Re-
vista UFO, edição 81.
Ela é certamente uma
conseqüência natural da
longa jornada virtuosa a
que se propõe. O Conselho Editorial da pu-
blicação nunca esteve tão perfeito e com-
pleto como atualmente.
Reinaldo Stabolito,
stabolito@ieg.com.br
Além da ótima qualidade gráfica, a re-
vista manteve sua credibilidade ao tratar
de forma séria a questão ufológica. Para-
béns a todas as pessoas que tornam essa
publicação cada vez melhor. Nunca desis-
tam da luta em prol da Ufologia!
Diego Mubarack de Melo,
ovnisbr@yahoo.com.br
UFO 81
Considero a matéria sobre os círcu-
los ingleses, publicada em UFO 81, uma
das mais completas abordagens do as-
sunto que já li nos últimos tempos. Des-
de o lançamento do filme Sinais, de M.
Night Shyamalan, o assunto foi tratado
em diversos veículos de comunicação
do país, que, ao contrário desta revista,
trataram do importante fenômeno ape-
nas como um espetáculo.
Ana Carolina Ribas,
Bauru (SP)
Extremamente pertinente o artigo Até
que Ponto a Internet Melhora a Pesquisa
Ufológica?, de A. J. Gevaerd publicado
na última edição de UFO. É realmente as-
sustador quando algo sério como a pes-
quisa de campo é trocada pela pesquisa
virtual. Os novos ufólogos deveriam
aprender que o diferencial de um traba-
lho completo e eficiente é a experiência
somada à pesquisa de campo.
Ângela Nascimento,
Belém (PA)
Interessantes as afirmações do editor
A. J. Gevaerd sobre a questão da Ufolo-
gia estar ameaçada pela dominação glo-
balizada dos meios virtuais. A internet é
muito importante para a difusão ufológi-
ca. No entanto, devemos ficar atentos e
não deixar que investigações fiquem sem
respostas. Ao longo de suas edições, UFO
demonstrou seriedade e coragem para
solucionar as dúvidas dos leitores.
Válter Silva,
valter.silva@solvay.com
A idéia defendida por Philipe Kling
David em seu artigo Grandes Desafios da
Perícia Ufológica no Século XXI, de que
nunca houve tanta gente desesperada em
acreditar no Fenômeno UFO, não me pa-
rece compatível com o que acontece nos
meios ufológicos. Como exemplo, cito
alguns casos antes considerados verdadei-
ros e que hoje são revistos, como ocorreu
com o Caso Guarapiranga. Isso indica um
amadurecimento da Comunidade Ufoló-
gica, que está reconstruindo sua própria
história a partir de pesquisas mais con-
cretas e aprofundadas.
Daniel Augusto Silveira,
Sorocaba (SP)
Fico feliz em ver um assunto tão polê-
mico quanto os implantes ser abordado de
forma séria e minuciosa pelo médico Ro-
ger Leir, no livro Implantes Alienígenas
[LV-11] e no artigo publicado por UFO
na última edição, Implantes Alienígenas:
Sólidas Evidências da Manipulação Bio-
lógica de Seres Humanos. Acredito que
esses artefatos retirados de abduzidos se-
jam a mais concreta das provas da existên-
cia de seres extraterrestres.
Helena Barros Medeiros,
Manaus (AM)
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5Novembro 2002
Desejo cumprimentar toda a Equi-
pe UFO e, em especial, Philipe Kling
David, Carlos Alberto Machado, Rogé-
rio Chola e Fabrina Martinez, que con-
tribuíram para a confecção da edição 81.
Com uma capa bem diagramada e pa-
pel de ótima qualidade, a publicação
surpreendeu a todos. Esperamos que os
ufólogos procurem colaborar com esta
nova fase editorial, deixando de lado as
tradicionais disputas, que são o marco
negativo da Ufologia.
Rodolfo Heltai,
grupoandromeda@ieg.com.br
Gostei da atitude da Revista UFO ao
escolher o tema mutilações para a edi-
ção 81 [Onda de Mutilação de Animais
Põe em Alerta Ufólogos Argentinos]. A
casuística em nossos países vizinhos,
como Argentina e Chile, está cada vez
mais intensa e a revista
soube abordar esse fato
esplendidamente.
Enos F. Beolchi,
enosfb@terra.com.br
O artigo de Carlos Al-
berto Machado, Novas
Formas de Encarar a Pre-
sença Alienígena na Ter-
ra, foi extremamente in-
teligente ao propor uma
mudança na visão cientí-
fica das pessoas em rela-
ção ao Universo. Mais que
procurar respostas em outros planetas e
galáxias, está na hora de começarmos a
reformular as questões que permeiam o
tema – e que estão a nossa frente.
Maria Paula Teixeira,
Salvador (BA)
UFO 80
Parabenizo o autor Ataíde Ferreira da
Silva Neto pela matéria Evidências de Ati-
vidades Alienígenas em Mato Grosso, que
está muito interessante. Gostaria de suge-
rir que a revista se torne mensal, como an-
tigamente, haja vista que algumas bancas
não sabem que a mesma voltou a circular,
em razão de alguns atrasos no passado.
Cássia Batista,
Corumbá (MS)
BIBLIOTECA UFO
Comprei o livro Quedas de UFOs
[LV-09], do ufólogo Thiago Ticchetti,
e afirmo que nunca li uma obra tão bem
elaborada. Fiquei surpreso com as re-
velações inéditas da obra e com a quan-
tidade de casos registrados no mundo.
É, com certeza, um dos melhores livros
ufológicos já lançados no Brasil.
Fernando Veras,
comercial@stpeter.com.br
Resolvi ler o livro UFOs no Brasil
[LV-10] depois de ver a entrevista do au-
tor Antonio Faleiro, publicada em UFO
80. O ufólogo é realmente muito corajo-
so ao desmistificar mitos e lendas do fol-
clore popular, afirmando que se tratam
de manifestações do Fenômeno UFO.
A explicação detalhada
dos casos e a argumenta-
ção do autor comprovam
que a Equipe UFO é ex-
tremamente seletiva em
seus lançamentos.
Alice Goez,
Juiz de Fora (MG)
Fiquei surpresa com o
novo lançamento da Bi-
blioteca UFO, O Mistério
dos Círculos Ingleses
[LV-12], de Wallacy Al-
bino. O livro impressiona
ao trazerfiguras de círculos ao lado dos
textos, além das 40 páginas de encarte
com fotos dos círculos mais surpreen-
dentes de 2002. Recomendo a todos os
interessados no assunto.
Luciana Borges,
Passo Fundo (RS)
A Equipe UFO continua se aprimo-
rando. O novo formato do livro O Misté-
rio dos Círculos Ingleses [LV-12], de Wal-
lacy Albino, deixa isso claro. Mais fotos,
textos mais consistentes, os ícones late-
rais das páginas nos formatos dos círcu-
los e um belíssimo encarte. Muito bom
mesmo. Eu o recomendaria a muitos ci-
entistas, que precisam saber o que ocorre
além de seus limitados horizontes.
Juarez Machado Filho,
Natal (RN)
Nossos leitores se surpreende-
ram ao ver a UFO 81, de outubro,
que muitos chamaram de “a nova
UFO”. A edição realmente trouxe
novidades que a fizeram merecer a
menção. Suas características gráfi-
cas mostraram-se
imensamente superi-
ores, sendo a revista
impressa em papel
de alta qualidade e in-
teiramente em cores.
Seus textos também
demonstraram cuida-
do e consistência –
virtudes indispensáveis à imprensa
ufológica. Mas se aquela edição sur-
preendeu, essa agora, de novem-
bro, irá fazê-lo em dose ainda mai-
or. Basta que se folheie o exemplar
e se veja a diversidade de seus arti-
gos, cobrindo áreas importantes da
fenomenologia ufológica. Mas o que
mais chamará a atenção é que a
revista, após quase dois anos de ir-
regularidades em sua circulação,
volta finalmente ao normal. Esta edi-
ção é prova de que UFO será mais
uma vez mensal. Isso só é possí-
vel graças a uma parceria que o
Centro Brasileiro de Pesquisas de
Discos Voadores (CBPDV) acaba de
fazer com a Mythos Editora, dona
de títulos muito bem-sucedidos no
mercado, tais como Sexto Sentido
e Além da Vida.
A Mythos, com sua sólida infra-
estrutura e sensível às exigências
da população por informações ufo-
lógicas de qualidade, abraçou a cau-
sa de UFO por pelo menos três edi-
ções – período de testes da parce-
ria. Nesta fase, será a responsável
pela impressão e circulação da re-
vista, enquanto o CBPDV continua
à frente de seu manejo editorial.
Mas quem ganha com essa parce-
ria não somos apenas nós – CBPDV
ou Mythos –, e sim a Ufologia Bra-
sileira, que volta a ter um veículo
forte de divulgação do assunto.
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Novembro 20026
UFO PRÓXIMO DA ESTAÇÃO MIR
Sempre envolto por um manto de
mistério, o programa espacial russo ago-
ra se agita com a recente informação de
que mais um vôo espacial foi seguido
por UFOs. Gennadij Strekhalov, ainda
a bordo da estação espacial Mir, duran-
te o vôo de 1990, observou da escotilha
da espaçonave um objeto que chamou
de “árvore de natal”. Strekhalov deu
uma entrevista à imprensa mundial em
que afirmou categoricamente que, em
seus dois últimos vôos, viu algo inusi-
tado junto do comandante da Mir, Gen-
nadij Manakov. “Infelizmente – mas
não é comum –, não pensamos em co-
locar um filme em nossa câmera rápi-
do o suficiente para registrar
o objeto”, disse Strekhalov.
“Eu e Manakov olhamos para
aquilo e vimos também que a
atmosfera estava completa-
mente limpa. De repente, um
tipo de esfera apareceu. Pode-
ria compará-la com uma deco-
ração de árvore natalina, bo-
nita, brilhante e reluzente”.
O cosmonauta observou o
fenômeno por 10 segundos. A
esfera surgiu da mesma forma
que desapareceu. “O que era
aquilo? Qual o seu verdadeiro
tamanho? Não sei, mas sei que
não existe nada comparável!”,
completou. Ele garantiu também ter avi-
sado o centro de controle da missão, mas,
receoso, não disse ter visto um UFO, e
sim um fenômeno incomum. “Tinha de
ser cuidadoso com a escolha de pala-
vras, pois não quero que alguém espe-
cule demais ou que me leve à mal”, con-
cluiu o cosmonauta.
PERU BUSCA TECNOLOGIA DE ETS
Na edição de 28 de setembro do jor-
nal The Miami Herald foi noticiado que
a Força Aérea Peruana (FAP) está ten-
tando aproveitar as descobertas sobre
UFOs com vistas a usar tecnologia ex-
traterrestre. O comandante Julio Cha-
morro, diretor do Centro de Investiga-
ção de Fenômenos Aéreos da FAP,
declarou que seu escritório recebe cen-
tenas de chamadas que podem estar re-
lacionadas com o fenômeno ufológico.
“Algumas das quais descrevem situa-
ções que poderiam causar problemas
para a aviação”, alega Chamorro.
Ele afirmou ainda que é importante
provar a existência dos UFOs, “que é um
tema que merece toda a nossa atenção,
tanto em investigação como por questões
de segurança aérea”. Mas o comandan-
te também planeja usar a tecnologia des-
sas naves para proporcionar avanços tec-
nológicos para a FAP. Estas declarações
são evidentemente po-
lêmicas, mas partindo
de um comandante
militar, podem dei-
xar transparecer al-
RÚSSIA ESCONDE INFORMAÇÕES
Em sua edição de 18 de outubro, o
jornal russo Pravda trouxe extensa ma-
téria do investigador Nikolai Subbotin,
em que denuncia a política de sigilo im-
posta à questão ufológica em seu país.
Apesar da modernização por que a Rús-
sia tem passado nos últimos anos, e a ten-
tativa de acompanhar a Europa e EUA
no que se refere à globalização, não se
tinha visto até então denúncias tão pe-
sadas contra o governo de Vladimir Put-
tin quanto ao assunto.
Subbotin expôs as di-
ficuldades por que
passam os investiga-
dores russos para ob-
ter documentos milita-
res e do governo sobre
o Fenômeno UFO.
Ele acusou a agên-
cia remanescente da
KGB de sonegar informações
à população. “Até nos Estados
Unidos, onde o tema é manti-
do a sete chaves, há milhares
de documentos à disposição
dos ufólogos e de qualquer ci-
dadão”, afirmou. Em seu arti-
go, Subbotin se refere a uma
entrevista que fez com o ex-mi-
litar Eugeny Lutsenko, que
participou de operações de per-
seguição a UFOs antes da ex-
tinção da União Soviética. “O tema é
de interesse de todos e tem sido ampla-
mente tratado até mesmo pela Acade-
mia Russa de Ciências, o Comitê Esta-
tal de Hidrometeorologia e o Ministé-
rio da Defesa, mas os resultados são
mantidos em sigilo”.
LUZES EM FEIRA DE AVIAÇÃO NO CHILE
Objetos voadores não identificados
causaram surpresa no Chile. Em duas
gravações em vídeo, realizadas durante
a última Feira Internacional do Ar e Es-
paço (FIDAE), em Santiago, surgiram
estranhos fenômenos luminosos que pa-
reciam interceptar as evoluções de um
avião de caça em exibição. Não é a pri-
meira vez que isso acontece. A FIDAE,
guma nova iniciativa com relação ao
assunto. Militares norte-americanos
tentam, há décadas, usar informações
sobre UFOs como forma de aprimo-
rar seus recursos tecnológicos. Sabe-
se que naves acidentadas ou derruba-
das naquele país, porém com poucos
danos, foram restauradas e testadas
por pilotos de provas. Nos Estados
Unidos, nação de muita tecnologia e
fartos recursos destinados às pesqui-
sas bélicas de todos os tipos, isso pode
ser possível. Mas no Peru, uma nação
quase miserável, não se tem idéia de
como isso seria feito.
A ESTAÇÃO MIR, antes de cair na Terra,
foi palco de observações de inúmeros
UFOs, sempre ocultadas. No detalhe,
Strekhalov (direita) e Manakov
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7Novembro 2002
uma das mais
tradicionais e
d i s p u t a d a s
feiras de avia-
ção do mun-
do, tem sido
palco de ob-
servações de
UFOs há vári-
os anos. Dessa
vez, em abril
passado, não foi diferente. No
dia 06, Cláudia Cabezas e seu
irmão chegaram ao recinto da
exposição, no Aeroporto de
Los Cerrilos, equipados com
câmeras devídeo. Segundos
depois da decolagem do caça,
ambos viram um estranho brilho segui-
los. O jovem, que já estava gravando
tudo, tentou registrar a cena. Chegando
em casa mais tarde, no entanto, Cláudia
passou a fita quadro-a-quadro para ver
se localizava o estranho brilho. Em vári-
as passagens da gravação – que não dura
mais de cinco minutos – pode-se notar
uma série de faíscas luminosas que atra-
vessam o quadro em segundos.
“Gosto muito de Ufologia desde pe-
quena”, disse Cláudia aos repórteres. “In-
clusive, meu primeiro avistamento acon-
teceu há 10 anos. Eu sabia que neste tipo
de feira sempre podemos ver coisas estra-
nhas. Por isso levei minha câmera”. Ela
ainda pediu ao seu irmão para que revisas-
se inteiramente a fita gravada por ele, sen-
do possível encontrar na mesma vários ou-
tros objetos de origem desconhecida. Após
uma análise preliminar no material, ficou
completamente descartada a possibilidade
de fraude. Mas a fita ainda deverá ser exa-
minada em detalhes, para se apurar dados
como o tamanho dos objetos, velocidade
de deslocamento e comporta-
mento. Nesse instante, os in-
vestigadores chilenos procu-
ram saber se a força aérea fez
algum registro da presença de
UFOs naquele dia. No aero-
porto de Cerrilos também
existe uma torre de controle,
de onde os funcionários po-
dem ter observado algo estra-
nho. Como se sabe, no Chile
há uma relativa abertura deste
assunto entre militares, que têm
até uma comissão de pesqui-
sas oficiais sobre o Fenômeno
UFO. Mas ela ainda não se pro-
nunciou a respeito.
ÁREA 51 PODE VIRAR FILME
A Área 51, uma base de provas norte-
americana ultra-secreta, localizada no De-
serto de Nevada, sempre inspirou teorias
conspiracionistas entre os ufólogos. Não é
pequena a quantidade deles que acredita
que a base, que tem apenas uma pequena
parte acima da superfície e muitos andares
subterrâneos, abriga naves extraterrestres
– adquiridas à força ou não pelos norte-
americanos – e seus tripulantes. Essa hi-
pótese tomou corpo principalmente no fim
dos anos 80, começo dos 90, após declara-
ções do físico Robert Lazar, que alega ter
trabalhado com vários modelos de UFOs
na base, junto de outros cientistas. “Havia
um tipo de nave que, por suas característi-
cas, eu a chamava de modelo esportivo”,
diz Lazar, referindo-se a um objeto peque-
no. Muitos ufólogos daquele país acredi-
tam em suas declarações, ao passo que os
mais ortodoxos as consideram pura elucu-
bração. Pois agora os mistérios em torno
da Área 51 poderão ser revelados através
do cinema, e novamente a façanha se de-
verá a Lazar. A história será baseada na
experiência narrada por ele, com detalhes
das atividades que desenvolveu naquele lu-
gar. O físico teria firmado um contrato com
a produtora inglesa Bluebook Films para
tornar públicos os segredos da Área 51
sobre a manipulação de tecnologia extra-
terrestre. O fundador da produtora, Bru-
ce Burgess, afirmou que “depois de Ros-
well, a história de Bob Lazar é o evento
mais significativo deste gênero”.
UFOS NO CHILE são comuns, inclusive
sobre a capital, Santiago, como na
foto acima. No detalhe, uma das lu-
zes filmadas na FIDAE
NOVAS FOTOGRAFIAS REVELAM MAIS MISTÉRIOS NA SUPERFÍCIE DE MARTE
Acabam de ser reveladas novas e intrigantes fotografias de uma área da
superfície de Marte que já vem sendo chamada por estudiosos de “Cidade
Inca”, numa referência às semelhanças entre as estruturas no Planeta Verme-
lho – que se acredita serem artificiais – e Machu Pichu, no Peru. O escritor
científico Robert Roy Britt, em artigo publicado no site Space.com, em 15 de
outubro, informa que as imagens foram captadas pela sonda Mars Global Sur-
veyor. “Elas revelam claramente uma
estrutura circular de mais de 80 km
de extensão, que tem nítidas caracte-
rísticas artificiais”. Britt informa ain-
da que há, inclusive, sinais de água
dentro da inusitada construção. “Nas
fotografias é possível ver paredes
erguidas na região chamada Sirenum
Terra, ainda que, apesar da claridade
das evidências, os cientistas da NASA
resistam em aceitar a possibilidade de
existência de vida inteligente em nos-
so vizinho cósmico”.
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Novembro 20028
UFO — Os círculos são considera-
dos pelos ufólogos uma das mais con-
cretas provas de que o Fenômeno UFO
não é fantasia. Você acredita que eles
representam respostas para questões
relacionadas à Ufologia?
WALLACY — Sim. Acredito que os de-
senhos sejam mensagens enviadas por
seres superiores a nós. Definitivamente,
o Fenômeno UFO não é uma fantasia.
Costumo dizer que quando a existência
de vidas em outros planetas for provada,
a foto de um círculo inglês valerá mais
que a de um disco voador. Enquanto as
naves confirmam essa existência, os de-
senhos mostram que tais seres estiveram
aqui e tentaram se comunicar conosco.
Esses pictogramas simbolizam, sobretu-
do, nosso analfabetismo. Existem evidên-
cias claras dessa relação. Em 2001, a re-
vista britânica UFO Magazine UK
[www.ufomag.co.uk] publicou uma ma-
téria sobre um casal que supostamente
teria presenciado a criação de um círculo.
O depoimento de David Park mostra que
seus pais viram uma nave discóide de cer-
O desafio para os ufólogos vem da Inglaterra
ca de 30 m de diâmetro pairando sobre
o campo. O fato foi noticiado, assim
como avistamentos, luzes e outros in-
dícios da relação entre o Fenômeno
UFO e essas formações.
UFO — Apesar dessa relação clara, o
assunto foi analisado à exaustão por es-
pecialistas, tal como o doutor W. C. Le-
vengood e Colin Andrews, que não se
contentam com soluções simplistas. Es-
sas análises falam sobre alterações ge-
néticas e aceleração do crescimento das
plantas que se encontravam no interior
dos círculos. São indicativos de que algo
muito sério estaria acontecendo?
WALLACY — Não tenha dúvidas. Os
exames laboratoriais indicam mudanças
na estrutura celular das plantas, provavel-
mente causadas pelo excesso de calor so-
bre a vegetação. Isso é mais facilmente
encontrado nos locais onde as sementes
germinaram. Seus invólucros passam a
envolvê-las de uma forma diferente do
normal, que intriga biólogos. Além de
outros fatores que desafiam a Física atu-
al, que podem facilmente
ser encontrados nas for-
mações. Elas têm concen-
tração anormal de energia,
especialmente nas bordas
externas. Os resultados de
Levengood mostraram
que as plantas são dobra-
das horizontalmente e
possuem alterações anatô-
micas improváveis de se-
rem copiadas por frauda-
dores, tal como os talos
próximos ao solo, que for-
mam redemoinhos complexos. Os “cir-
cólogos” dedicam-se tanto a isso que não
há como falar em círculos e não mencio-
nar tais modificações. Andrews, por
exemplo, trabalha em tempo integral com
essa questão e sua pesquisa ufológica tem
apoio total do instituto britânico Circles
Phenomena Research International
(CPRI), que é patrocinado pela Funda-
ção Rockfeller. Além dele, existem fotó-
grafos, jornalistas, químicos e inúmeros
estudiosos que se dedicam ao tema.
UFO — Quais são os principais argu-
mentos que comprovam a teoria de que
os círculos são produtos de inteligências
extraterrestres?
WALLACY — Em primeiro lugar está
o fato de que é impossível para seres hu-
manos realizarem aqueles desenhos. Há
evidências claras de que uma avançada
e desconhecida tecnologia alienígena
está por trás dos fatos. O argumento fa-
vorável a um propósito inteligente é re-
forçado também por diversas outras ca-
racterísticas, como a forte concentração
desses desenhos nas áreas próximas a
sítios arqueológicos construídos por ra-
ças com incomum avanço para suas épo-
cas. A impressão é que, depois de 1980,
a coisa se tornou freqüente, como se hou-
vesse uma contagem regressiva para
algo... Mas, é claro, observações sobre
vida extraterrestre não são bem vistas
entre os cientistas maisortodoxos, que
repelem essa idéia por não estarem de
acordo com suas crenças pessoais.
Wallacy Albino é uma daquelas pessoas que observam mais
do que falam, até o exato momento em que se começa a discutir
Ufologia. Ufólogo desde 1985, se interessou pelo assunto depois
que presenciou dois avistamentos no início da década de 80. Des-
de essa época, manteve intensa atividade ufológica. Chegou a
editar o jornal Hangar 18 e tornou-se apresentador, na cidade do
Guarujá (SP), do programa de rádio e tevê Contato UFO. Wallacy
é consultor da Revista UFO há anos e presidente do Grupo de
Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), fundado em
2000 e um dos mais atuantes no país. Em meio a todas essas
atividades, produziu o documentário Círculos Ingleses: O Enigma
Continua, em parceria com o ufólogo Marco Antonio Petit.
Agora, sua nova produção procurou agrupar as pesquisas
das últimas décadas em torno do fenômeno dos círculos nas
plantações, reunidas na obra O Mistério dos Círculos Ingleses [LV-12], recém-
publicada pela Biblioteca UFO. Embora defenda a teoria de que os círculos
são mensagens de civilizações alienígenas, em seu livro ele apresenta todas
as possíveis explicações para as ocorrências, através de minuciosas investi-
gações e entrevistas com renomados pesquisadores, que, como ele, se dedi-
cam ao assunto há anos. Wallacy garante, nessa entrevista, boas informa-
ções para os entusiastas das incríveis formações da Inglaterra, ao passo
que procura mostrar que a busca de uma resposta para o mistério continua.
“Ainda não há nada garantido”, diz. Vamos à entrevista.
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9Novembro 2002
UFO — Mas a postura dos cientistas
ortodoxos não é contra a autenticidade
dos círculos ingleses?
WALLACY — Sim. Mas pela lógica, a
Ufologia é o meio mais sensato de se ex-
plicar o que está ocorrendo nas plantações
inglesas e pelo mundo afora. Isso não pode
ser ignorado por eles. Há fraudes também,
que sempre existiram, mas seu mecanis-
mo de fabricação é muito simplório e fa-
cilmente detectável. Além disso, as pes-
soas que reivindicaram a autoria das ima-
gens fracassaram ao tentar reproduzi-las.
Os argumentos tornaram a ser menos con-
vincentes com o passar dos anos. Defini-
tivamente, esses desenhos são criados por
uma inteligência superior a nossa.
UFO — Isso foi reforçado pelas for-
mações surgidas em Chilbolton, em
2001, e Crabwood, em 2002, que são tão
significativas que chegaram a ganhar
capítulos próprios no seu livro. O que
elas tentaram nos dizer?
WALLACY — Antes de qualquer coi-
sa, que nós estamos atados. As caracte-
rísticas das figuras e as peculiaridades de
cada uma delas geram desconforto até
mesmo entre os circólogos e um terrível
mal-estar entre os céticos, que agora es-
tão sem condições de explicar o que se
passa. A figura de Chilbolton foi um
grande susto. O desenho era extrema-
mente parecido com a mensagem envia-
da pelo Programa de Busca por Inteli-
gência Extraterrestre (SETI), em 1974,
e estava grafada ao lado de um observa-
tório localizado naquela região. Era
como se a formação fosse uma resposta
a nossa mensagem. Mas ela trazia alte-
rações em seu conteúdo, tal como em
relação aos números atômicos que indi-
cam os elementos necessários à vida na
Terra, além de outros dados que deixa-
vam claro que há uso de inteligência
avançada na imagem. Todas essas infor-
mações estão explicadas no livro. Ade-
mais, fazer desenhos como esses, de
Chilbolton e Crabwood, é uma tarefa que
está além da habilidade humana, ainda
mais numa única noite. Quem quer que
tenha criado a figura estava tentando di-
zer algo realmente sério para nós. O pro-
blema é que não compreendemos, ain-
da, o significado da mensagem. Mas os
circólogos estão trabalhando nisso.
UFO — No caso da formação de Crab-
wood há uma imagem que lembra um CD,
bem ao lado da figura de um extraterres-
tre. Você tem idéia do que isso significa?
WALLACY — Crabwood ainda é uma
dúvida. Ela surgiu justamente quando as
discussões sobre Chilbolton – que dei-
xaram os estudiosos atônitos – pareciam
ter esfriado. O rosto do ET e o círculo
codificado parecem ter sido feitos pelos
mesmos autores da formação de 2001
[Chilbolton]. É como se eles tivessem
se esforçado em deixar o mundo ainda
mais desconcertado. Os eventos anteri-
ores foram um aquecimento para este
desenho, que surgiu para dividir a opi-
nião dos ufólogos. No entanto, indepen-
dente do seu autor, a figura é importante
por dois as-
pectos: se for
provado que
é autêntica,
estamos dian-
te de algo ab-
solutamente
extraordiná-
rio para a Hu-
manidade,
uma mensa-
gem verdadei-
ra de seres de
outros mun-
dos. Só nos
resta saber
quando fare-
mos contato com
as civilizações que
a criaram...
UFO — Walla-
cy, seu livro foi
lançado justamen-
te no momento em
que o país está li-
gado na questão
dos círculos ingle-
ses. Isso vai ajudar
a conscientizar as
pessoas. Você crê
que o tema é um
modismo ou que
será cada vez mais
difundido?
WALLACY —
Quem se interessa e
acompanha a Ufo-
logia de perto já está bastante familiari-
zado com o fenômeno dos círculos nas
plantações. Mas agora parece que a gran-
de mídia se interessou ainda mais pelo
assunto. Parte disso se deu em razão de
Sinais, o filme do diretor M. Night Shya-
malan, estrelado por Mel Gibson. Ape-
sar do filme não ter se aprofundado no
assunto como deveria, mostrou que es-
sas marcas nas plantações existem e sua
origem está cada vez mais confirmada
como tendo ligação com UFOs. Então,
as pessoas acordaram para o fato de que
a coisa é muito séria. Depois que o filme
sair dos cinemas, o assunto ficará um
pouco de lado, mas as novas formações
continuarão a ser acompanhadas, pesqui-
sadas e, principalmente, divulgadas no
meio ufológico. Ao contrário dos
lançamentos de Hollywood, as pes-
quisas nunca param.
No início da década de 80, pu-
blicações do mundo inteiro se jun-
tavam a emissoras de tevê para
estampar incríveis imagens de de-
senhos feitos nas lavouras da In-
glaterra. Eram imagens até então
simples, mas inexplicadas. Ago-
ra, após mais de 20 anos, o fenô-
meno não apenas persiste como assumiu uma complexi-
dade impressionante. As figuras são cada vez maiores e
mais desafiadoras, compostas muitas vezes por centenas
de objetos geometricamente arranjados entre si, que os
estudiosos atribuem a extraterrestres. De fato, muitos UFOs
e sondas já foram observados sobre os círculos.
O mistério dos círculos ingleses inspirou um ufólogo
brasileiro a escrever uma bela e completa obra. Wallacy
Albino estuda o tema há anos e o considera um dos mai-
ores enigmas da atualidade. O resultado de seus estu-
dos está em O Mistério dos Círculos Ingleses, lançado
pela Biblioteca UFO, com o código LV-12. A obra analisa
as manifestações desde 1980 até os dias de hoje, apre-
sentando dados técnicos sobre as ocorrências, fazendo
comparações com sítios arqueológicos e expondo entre-
vistas com pesquisadores, ufólogos e estudiosos. O livro
traz um capítulo especial e um encarte colorido de 40
páginas com os novíssimos casos registrados este ano.
Para adquirir um exemplar, consulte o encarte de Supri-
mentos de Ufologia, desta edição.
Uma busca por
explicações
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Novembro 200210
InvestigaçãoInvestigação
RESGATANDO A HISTÓRIA
Casos Barra da Tijuca e Ilha da Trindade: dois
m 17 de maio de 1952, a extinta
revista O Cruzeiro trazia um en-
carte extra com o título Disco Vo-
ador na Barra da Tijuca. O tex-
to informava em letras garrafais
um fato impressionante:“A revista O Cru-
zeiro apresenta, num furo jornalístico es-
petacular, a mais sensacional documen-
tação jamais conseguida sobre o mistério
dos discos voadores”. A
publicação deixava claro
que se tratava de uma nave
alienígena, quando com-
pletava a descrição sumá-
ria do fato: “O estranho ob-
jeto veio do mar com enor-
me velocidade e foi visto
durante um minuto. Tinha
cor cinza-azulada, era ab-
solutamente si-
lencioso, sem dei-
xar rastros de fu-
maça ou de cha-
mas. Leia o rela-
to completo da
fascinante apari-
ção na Barra da
Tijuca”. A maté-
ria foi assinada
por dois grandes
nomes do Jorna-
lismo da época, o repórter
fotográfico Ed Keffel e o
jornalista João Martins.
Mais abaixo, na capa,
do lado esquerdo das fotos
de Keffel e Martins, ambos
vestidos à caráter, o texto
informava ainda: “Fantás-
tico mas real. O disco voa-
dor sobrevoando a Pedra
da Gávea, vendo-se sua
parte inferior”. Estava as-
sim, oficialmente falando,
aberta de uma forma defi-
nitiva a polêmica sobre
UFOs e extraterrestres em nosso país, 50
anos atrás. Embora a Ufologia já viesse
sendo praticada antes disso, inclusive
com extraordinários acontecimentos, foi
a partir da reportagem sensacionalista de
O Cruzeiro que a população passou a dar
mais atenção ao tema. A revista tinha
enorme circulação, para os padrões da
época, e era lida pela elite brasileira. A
edição a que nos referimos foi lançada
nas bancas em 08 de maio de 1952, em-
bora na capa constasse a data de 17 da-
quele mês. Isso é comum até nos dias de
hoje, lançar publicações nas bancas com
data futura. O que não é comum, atual-
mente, é uma revista dar tanta atenção ao
Fenômeno UFO. Algumas edições da
Manchete e Fatos & Fotos, ambas extin-
tas, assim como O Cruzeiro, anos mais
tarde trariam reportagens de capa sensa-
cionalistas sobre discos voadores.
VOLTA AO MUNDO — Além dessa edição
específica, de maio de 1952, O Cruzeiro
também noticiou o Caso Barra da Tijuca,
como ficou imediatamente conhecido, vá-
rias outras vezes, como em
02 de novembro de 1954,
16 de novembro de 1957,
31 de dezembro de 1959 e
12 de dezembro de 1973.
Jornais e revistas em todo
o mundo obtiveram o ma-
terial de O Cruzeiro e o re-
produziram inúmeras ve-
zes, com fotos e textos.
O Caso Barra da Tiju-
ca correu o planeta, foi tra-
tado em livros, palestras e
também em boletins ufo-
lógicos de todo o planeta,
tais como o APRO Bulle-
tin e o Inforespace, res-
pectivamente os órgãos
de divulgação da entida-
de norte-americana Aerial
Phenomena Research Or-
ganization (APRO) e bel-
ga Société Belge de Étu-
de des Phenómènes Spa-
tiaux (Sobeps). Elas eram
pioneiras em todo o mun-
do e consideradas entre as
mais sérias. Enfim, as fo-
tos de Ed Keffel e João
Martins estão entre as mais
Claudeir Covo, co-editor
e Paola Lucherini Covo
E
A TERCEIRA FOTO da se-
qüência de cinco ima-
gens obtidas por Ed Kef-
fel na Barra da Tijuca, em
1952. 50 anos depois, a
verdade é reveladaFo
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FA
11Novembro 2002
DA UFOLOGIA BRASILEIRA
clássicos nacionais em situações opostas
publicadas em toda a história da Ufolo-
gia. Mas o que aconteceu de fato na Barra
da Tijuca? Vamos conhecer esses dados
lendo o artigo da tal edição extra. Ele in-
forma que, em 07 de maio 1952, entre
16:00 h e 16:30 h, os repórteres Ed Keffel
e João Martins estavam naquele local da
zona sul carioca fotografando casais apai-
xonados, que para lá se dirigiam em bus-
ca de privacidade. Em 12 de dezembro de
1973, o próprio O Cruzeiro, em artigo es-
crito por Júlio Bartolo, informava que os
repórteres estavam na Barra tentando lo-
calizar um estrangeiro que se parecia com
Hitler, para uma
matéria. Outro
artigo posterior
mencionou que
eles estavam
atrás do foragi-
do Luís Carlos
Prestes.
E por aí vão
as versões, num
flagrante de que
já começam as
divergências so-
bre o caso e o
que os repórte-
res estavam fa-
zendo no local.
Isso é crucial,
pois se soubés-
semos o que pretendiam de fato na Barra
da Tijuca, teríamos condições de avaliar
melhor a forma como as fotos foram fei-
tas. De qualquer forma, Keffel e Martins
saíram da redação da revista por volta das
12:00 h e, perto das 13:00 h, atravessa-
ram a pequena laguna que separava o
Grande Rio de Janeiro da Barra da Tiju-
ca no barquinho Piaba.
Keffel e Martins chegaram, então, ao
Bar do Compadre, de propriedade de An-
tônio Teixeira, na Ilha dos Amores, e al-
moçaram camarões. Por diversas vezes,
se levantaram para acompanhar as acro-
bacias de aviões da Força Aérea Brasilei-
ra (FAB), que estavam sobrevoando o lo-
cal. Depois sentaram na areia e ali fica-
Duas coisas caracterizam um bom
ufólogo. Primeiro, a capacidade de des-
prender-se de conceitos universalmen-
te aceitos como inquestionáveis, nos
campos da religião, ciência, sociedade,
história etc. Ou seja, um bom ufólogo,
diante do que representa o Fenômeno
UFO, deve saber quando e como ques-
tionar seus conhecimentos tradicionais
e aqueles que regem
os pilares da socieda-
de – pois à luz da Ufo-
logia muitos deles
precisam ser revistos.
Um bom ufólogo deve
ter a flexibilidade de
refletir sobre suas
próprias opiniões, re
formulando-as quan-
do necessário, e a
humildade de reco-
nhecer seus próprios
erros, em beneficio da Ufologia. Agindo
assim, refazendo análises, reconduzin-
do estudos e revisando o que conhece,
um bom ufólogo estará sendo também
um ufólogo responsável.
Mas essas características não são
simples de serem implementadas. É ne-
cessário muito caráter para isso. E uma
boa dose de bravura. Quando se busca
fazer uma Ufologia de qualidade, o ufó-
logo responsável deve, muitas vezes, ir
contra aquilo que sempre teve como cer-
to, aquilo que seus próprios colegas de-
fendem, aquilo em que todos acreditam.
A publicação dessa matéria é um bom
exemplo disso. Seus autores, os ufólo-
gos Claudeir e Paola Covo, estão tocan-
do numa ferida exposta da Ufologia Bra-
sileira ao revelarem que as tradicionais,
onipresentes e universalmente aceitas
fotos da Barra da Tijuca, feitas por Ed
Keffel e João Martins em 1952, são fal-
sas. Ora, elas são reconhecidas como
pilares da Ufologia mundial e, principal-
mente, da nacional. E são falsas. Clau-
deir e Paola certamente serão critica-
dos por muita gente ao publicarem esse
artigo, como também será o editor de
UFO e a equipe da revista. Há duas dé-
cadas, quando ousou fazer a mesma
exposição das fotos da Barra da Tijuca,
o então ufólogo Carlos A. Reis foi muito
criticado. Talvez por isso tenha escrito,
anos mais tarde, aqui na UFO, um dos
artigos mais contundentes sobre os des-
tinos da Ufologia [Para onde caminha a
Ufologia Brasileira?, edição 70].
UFOLOGIA “MODERNA” — Os autores des-
ta matéria estão repetindo o feito. Mas
fazendo-o agora, em época de uma Ufo-
logia “mais moderna”, talvez sua nobre
motivação seja melhor compreendida.
Eles são da opinião – compartilhada por
expressiva maioria dos membros do Con-
selho Editorial de UFO – que a verdade
deva ser dita, doa a quem doer. É com
um comportamento desses, reconhecen-
do erros cometidos no passado pela pró-
pria Ufologia que ajudaram a construir,
que os autores dessa matéria participam
na pavimentação do caminho ao tão al-
mejado reconhecimento oficial desta dis-
ciplina. Por exemplo, ao mesmo tempo
em que se expõe aqui que as famosas
fotos da Barra da Tijuca são fraude, tam-
bém publicamos outra curta matéria em
que as igualmente famosas fotos de Al-
miro Baraúna na Ilha da Trindade são
exemplos inquebrantáveis de legitimida-
de. No exterior, há vozes que se postam
contra essas últimas fotos, com alguns
roucos ecos aqui em nosso país. Por
isso, essa verdade, como a da Barra da
Tijuca, deve ser defendida. E será.
— A. J. GEVAERD, editor
A NECESSIDADE DE REVER POSIÇÕES
KEFFEL E MARTINS (a
partir da esquerda)
examinam o negati-
vo recém-revelado
das fotos da Barra
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Novembro 200212
ram conversando. Por volta das 16:00 h,
segundo contam na matéria, um disco vo-
ador apareceu vindo do mar. Martins pe-
diu para Keffel bater fotos do objeto. A
primeira que teria obtido foi contrao Sol.
A segunda deu-se com o objeto acima
do morro Dois Irmãos, que fica nas ime-
diações. A terceira foi com o suposto dis-
co voador sobre a Pedra da Gávea e, a
quarta, sobre o morro que desce para o
mar, onde havia uma palmeira. A quinta
e última foto mostrava o objeto retornan-
do para o mar, tendo ao fundo as ilhas
Alfavaca e Pontuda.
ACROBACIA CÓSMICA — Foi uma bela acro-
bacia, a realizada pelo disco voador de
Keffel e Martins. Observando sua trajetó-
ria num mapa, podemos verificar que o
objeto fez um círculo quase perfeito ao
redor dos dois repórteres: veio do mar e
para ele retornou. “Era totalmente silen-
cioso e tudo durou aproximadamente um
minuto”, enfatiza-
vam os repórteres
em sua matéria.
Após o fato, Keffel
e Martins ligaram
imediatamente para
a redação de O Cru-
zeiro e informaram
o que havia aconte-
cido. Ainda procu-
raram por testemu-
nhas na área, mas
não encontraram
nenhuma. O pesca-
dor Claudionor – o
Nonô – nada vira,
assim como o dono
do bar, Antônio Teixeira. Dois casais
que ali estavam comendo camarões tam-
bém disseram nada terem visto. E as-
sim, sem ninguém para lhes corroborar
a história, Keffel e Martins voltaram cor-
rendo para a sede de O Cruzeiro. O últi-
mo declarou posteriormente que dirigiu
seu carro “a mil por hora” e ainda que
ambos “esperaram uma eternidade pela
revelação do filme”.
Os diretores da revista, Leão Gondim
de Oliveira e Accioly Netto, e o pessoal que
trabalhava no laboratório fotográfico da pu-
blicação, José Amádio, Milton D’Ávila e
Ari Vasconcelos, compartilhavam da ansi-
edade dos repórteres. “Quando, por fim, o
filme foi tirado do fixador, e lá na película
surgiram as imagens do disco, o entusias-
mo foi geral”, declarou Keffel. A imediata
ampliação dos negativos veio confirmar seu
relato, sem possibilidade de dúvidas. Até o
adido de Aeronáutica da embaixada norte-
americana no Rio de Janeiro, coronel Hu-
ghes, estava aguardando a revelação.
Finalmente, lá estava o disco voador
devidamente documentado em cinco fo-
tos belíssimas. Os diretores de O Cruzeiro
mandaram parar as máquinas e fizeram ra-
pidamente um encarte extra com a notí-
cia. Infelizmente, no entanto, não houve
tempo para se alterar a capa da edição, que
já estava impressa. A notícia explodiu ra-
pidamente e, no dia seguinte, rádios e te-
vês noticiavam para todo o Brasil o feito
dos repórteres. A redação de O Cruzeiro
foi literalmente
invadida por
todo tipo de cu-
riosos. Veio até
a redação o então ministro da Guerra, ge-
neral Ciro do E. S. Cardoso, o chefe da
Casa Militar da Presidência da República,
general Caiado de Castro, os majores Artur
Peralta e Fernando Hall, o capitão Múcio
Scevola e o técnico em fotografia Raul Al-
fredo da Silva, todos do Estado-Maior da
Aeronáutica à época.
EDIÇÃO ESGOTADA — Assim que a notícia
foi para as bancas, a revista esgotou rapi-
damente. Foi um dos maiores fenômenos
editoriais de todos os tempos em nosso país.
Nos dias seguintes, alguns oficiais da Ae-
ronáutica, chefiados e orientados pelo co-
ronel João Adil de Oliveira, estiveram na
Barra da Tijuca junto de fotógrafos e, com
o auxílio de dois modelos, tentaram re-
produzir a mesma seqüência de fotos.
Queriam che-
car se havia
possibilidade
de fraudes. Eles
estavam certos
em tentar uma
análise daquele
material.
Se as fotos
do Caso Barra
da Tijuca de-
ram a volta ao
mundo, o mes-
mo aconteceu
com sua veracidade. Mui-
to já se questionou sobre
as divergências entre as
sombras causadas pelo
Sol no objeto fotografado
e na paisagem ao redor. O
próprio diretor de O Cru-
zeiro, Leão Gondim de
Oliveira, contratou o pe-
rito Carlos de Melo Ébo-
li, da Polícia Técnica, para
a elaboração de um laudo
técnico. Realmente, as
sombras eram divergen-
tes. Mas o que isso signi-
ficaria? Em janeiro de 1955, a revista Ci-
ência Popular, em sua edição 76, divul-
gou que as imagens de Keffel e Martins
eram falsas. Em outubro de 1957, a mes-
ma publicação, agora em sua edição 109,
veiculou novamente a mesma coisa. Des-
ta vez o texto dizia que O Cruzeiro teria
explorado as fotos com fins comerciais.
No Caso Barra Tijuca, a fraude foi planejada
A HISTÓRIA da
Ufologia Bra-
sileira está em
parte nestas
fotos: o coro-
nel Adil de Oli-
veira, que de-
fendeu a legi-
timidade das imagens. Keffel aparece
ao lado de Martins, no local onde al-
moçaram na Barra, ambos forjando
uma prova. Por fim, Martins mostra ao
jornalista Accioly e ao norte-america-
no Hughes onde as fotos foram feitas.
Tudo não passou de uma farsa para au-
mentar a vendagem de O Cruzeiro
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13Novembro 2002
“Uma das mais esplêndi-
das revistas no gênero, inclu-
sive pelo seu quadro de ex-
celentes jornalistas, durante
várias semanas também ex-
plorou tais fotografias obti-
das na Barra da Tijuca por
dois de seus repórteres”. E
completava: “As fotografias
são completamente falsifica-
das, como afirmamos em nos-
sa edição de janeiro de 1955,
e agora tornamos a decla-
rar”. Já na época as fotos de
Keffel e Martins não foram
engolidas facilmente.
A Ciência Popular foi ain-
da mais longe, publicando que
esperava que O Cruzeiro esti-
vesse apenas tentando desper-
tar a curiosidade de seus leito-
res, para depois mostrar como
conseguira falsificar as fotos,
“e assim pôr um ponto final
nessa mania de discos voado-
res”, segundo transcrição lite-
ral do texto. “Mas aconteceu
o imprevisto, é o que supomos,
com a entrada em cena de al-
guns oficiais da Aeronáutica,
exatos cumpridores de seus de-
veres, magníficos pilotos, mas
inteiramente jejunos em conhe-
cimentos científicos”, conti-
nuou o artigo da Ciência Popular. Segun-
do a revista, para esses oficiais a reporta-
gem de Keffel e Martins viera a calhar, pois
puderam explorar o tema como nunca an-
tes, fazendo conferências, dando entrevis-
tas etc. “Até foram à Campinas recolher
uma amostra de estanho desconhecido na
Terra, segundo parecer de um químico
campineiro, que com as asnices que profe-
riu apenas patenteou nada entender de sua
especialização”. Os repórteres de Ciência
Popular garantiam que uma conjunção de
fatores e muita ignorância científica expli-
caria a manutenção de um embuste tão gros-
seiro, aceito apenas por incultos.
DURO GOLPE NAS FOTOS — “Temos ple-
na convicção do que afirmamos, porque
essas fotografias falsificadas de O Cru-
zeiro foram feitas na presença de amigos
nossos, pessoas de grande valor moral,
que os repórteres consideraram simples
pescadores. Nossos amigos estavam na
Barra da Tijuca naquela ocasião, a pes-
car e satisfazendo um hobby”, finalizou o
artigo de Ciência Popular, num dos mais
duros golpes que Keffel e Martins teriam
em sua reputação. E estava longe de ser o
último. O físico nuclear canadense Stan-
ton Friedman diz que uma alegação ex-
traordinária requer evidências extraordi-
nárias que a garantam. Este é o caso. Um
conjunto de fotos tão extraordinárias e es-
petacularmente obtidas requeria, igual-
mente, um conjunto de evidências sólidas
e inquestionáveis de sua autenticidade. E
desde os meses e anos seguintes à obten-
ção das fotos da Barra da Tijuca, nem
Keffel, nem Martins puderam oferecê-las
a quem quer que seja.
Em dezembro de 1981, em correspon-
dência ao ex-ufólogo paulista Carlos Al-
berto Reis [Veja matéria Para onde cami-
nha a Ufologia Brasileira?, em UFO 70],
William H. Spaulding, diretor da
entidade ufológica norte-ameri-
cana Ground Saucer Watch
(GSW), informou que já tinha
analisado as fotos de O Cruzei-
ro e que as sombras eram com-
pletamente divergentes – prin-
cipalmente na
quarta foto, onde
aparece uma pal-
meira. Nesse caso,
o mais gritante é
que o ambiente
estava iluminado
da direita para a
esquerda, quase
frontalmente, com
o Sol ligeiramen-
te deslocado, mas
o suposto disco voador estava
iluminado da esquerda para a di-
reita. A GSW também descobriu
que a fotografia apresentava dis-
torção atmosférica, ou seja, que
o fundo da foto estava longe e o
objeto fotografado, perto. Conclusão: para
Spaulding, foi usado um modelo de 40 cm
de diâmetro para forjar as imagens. Am-
parado portamanho respaldo, Reis publi-
cou uma matéria na revista Planeta, na edi-
ção 138-C, em março 1984. E novamente
a polêmica voltou ao cenário ufológico, ten-
do de um lado os defensores da autentici-
dade da foto e, do outro, os da fraude.
PREÇO ALTO — Apesar da reputação da
GSW, Reis pagou um preço alto por ter
decidido revelar a verdade. “Mexi numa
casa de marimbondos ao querer informar,
simplesmente, que as fotos da Barra da
Tijuca eram falsas”, desabafou Reis ao
editor de UFO, A. J. Gevaerd. De fato.
Também sobrou para a Ground Saucer
Watch (GSW), que à época era uma das
poucas entidades em todo o mundo que
realizava esse tipo de análises em fotos e
negativos ufológicos. Como se constatou
com muito cuidado e bastante antecedência
A QUARTA FOTO da seqüên-
cia obtida por Ed Keffel, em
companhia de João Mar-
tins, na Barra da Tijuca. Os
repórteres tiraram fotos do
céu e depois produziram
uma fotomontagem com
imagens de um modelo
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posteriormente, na quinta e última foto da
seqüência de Keffel e Martins também a
sombra é completamente divergente no
que diz respeito à posição real em que es-
tava o Sol. O leitor poderá acompanhar
nesta matéria os detalhes, observando na
respectiva foto que a seta mostra claramen-
te que, para gerar a sombra no objeto voa-
dor não identificado, o Sol deveria estar
dentro do Oceano Atlântico...
Mas com um modelo posicionado de
forma correta no ar, não se vê sombras no
objeto. Na tentativa de analisar todos os
ângulos dessa controvérsia, em benefício
da Ufologia, fizemos uma foto semelhan-
te, também publicada nesta matéria, usan-
do um modelo fabricado. Esta fotografia
foi batida no mesmo horário, no mesmo
dia e no mesmo mês em que Keffel fez
sua quinta foto – porém 32 anos depois,
para se ter certeza de que o Sol estaria exa-
tamente na mesma posição em que estava
quando a foto original foi obtida.
JOGO DE SOMBRAS — Essa não foi uma
tarefa simples. Em meio à polêmica insta-
lada com a publicação do artigo de Reis
na Planeta, o autor preparou um modelo
em escala compatível com o suposto UFO
de O Cruzeiro e viajou para a Barra da
Tijuca, em 07 de maio de 1984. O local
estava bem diferente de 1952, mas os re-
ferenciais ainda estavam lá. Trinta e dois
anos depois, no mesmo mês, no mesmo
dia, no mesmo horário, no mesmo local e
na mesma posição, para se aproveitar o
Sol na inclinação certa, fizemos os testes.
E realmente constatamos que as sombras
geradas pela luz solar no ambiente e no
objeto são divergentes.
Para chegar a isso, primeiro foi fotogra-
fado o ambiente, e depois foi sobreposta a
imagem do objeto, ou vice-versa. Concluí-
mos, então, que o disco voador de Keffel e
Martins, pelo menos no que se refere à quar-
ta e a quinta fotos, foi provavelmente ilumi-
nado de forma artificial, com luzes ou refle-
tores para uso fotográfico, já existentes na
época. Com essas conclusões, os autores
iniciaram um longo estudo do Caso Barra
da Tijuca, analisando não só as sombras di-
vergentes, mas também o que deve ter acon-
tecido desde que Martins e Keffel tiveram a
idéia de fabricar aquelas fotos e porquê.
Membros do laboratório fotográfico da re-
vista O Cruzeiro, consultados, informaram
que, antes das fotos, a dupla
passou aproximadamente um
mês inteiro indo e vindo da
Barra da Tijuca, possivelmen-
te para planejar como iria
fabricá-las. E o fez com o co-
nhecimento da diretoria da pu-
blicação, o que é pior.
Segundo fontes, Martins
teria sido o mentor do pla-
no. Na época da revelação
das fotos e logo depois, mui-
tas pessoas
consultadas
afirmaram
que a revista
estava com
sua venda-
gem baixa, e
que, por isso,
seus direto-
res resolve-
ram lançar uma “bomba” no
mercado, para aumentar os
números de venda e dimi-
nuir o encalhe. Outras dis-
seram que O Cruzeiro fez
apenas uma brincadeira para
depois mostrar a realidade
ao público. Mas como al-
guns oficiais da Aeronáutica entraram e
endossaram a autenticidade das fotos, a re-
vista não teve outra opção senão assumir
a publicação na íntegra, da forma que foi
feita. Estariam os diretores de O Cruzeiro
tentando proteger os militares brasileiros
que, precipitada e ingenuamente, reconhe-
ceram a legitimidade das fotos? Essa é uma
das perguntas sem resposta que temos no
Caso Barra da Tijuca. O próprio João
Martins disse a um amigo que tudo foi
brincadeira e nunca imaginou que o caso
teria uma repercussão tão grande. 
É uma triste constatação, mas o fato é
que a Ufologia Brasileira começou com
uma fraude gritante. Para se chegar a essa
conclusão, no entanto, muito trabalho foi
empreendido, muitas análises foram feitas
e refeitas, e muitas testemunhas foram ou-
vidas. Nosso trabalho começou com o es-
tudo das circunstâncias técnicas da fotogra-
fia, do negativo, da câmera e métodos de
obtenção. Ed Keffel tinha em sua máquina
fotográfica, uma Rolleiflex, um filme com
doze poses. O negativo revelado mostra que
Keffel usou as seis primeiras para fotogra-
Há graves imperfeições nas fotos de Keffel,
far dois elementos do hotel onde estava
residindo (duas fotos), uma paisagem
(uma foto), um companheiro da redação
de O Cruzeiro (uma foto), um casal de
namorados (uma foto) e o dono do res-
taurante (uma foto). Na sétima foto, bati-
da pelo dono do bar, no local onde sur-
giu o disco voador dos repórteres, os pró-
prios aparecem almoçando camarões.
Restam então cinco poses, e é justamen-
te nelas que está o suposto objeto voador
não identificado, que hoje sabemos não
ser nada além de um embuste.
FOTOMONTAGEM TÍPICA — Para se come-
çar a entender a trama, foi necessário ana-
lisar as fotos sem cortes, embora elas te-
nham sido publicadas diversas vezes com
cortes. Em quase todas as cinco fotografi-
as, mundialmente veiculadas, temos sem-
pre, da metade para baixo do quadro, algo
conhecido e, da metade para cima, o céu
limpo com o disco voador de Keffel e Mar-
tins. Isso é típico de fotomontagens, e a
grande maioria desses truques, na Ufolo-
gia, é feita usando-se a metade de cima da
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mas nem os militares da Aeronáutica notaram
foto com o céu limpo e sem nuvens. Ób-
vio. Como os repórteres passaram pratica-
mente um mês estudando o local, bem
como fizeram várias experiências com
modelos em laboratório, é muito prová-
vel que tenham antes fotografado o mo-
delo e, depois, tenham ido à Barra da Ti-
juca para fotografar o ambiente. Assim
conseguiriam a fotomontagem. E como
Keffel e Martins foram diversas vezes ao
local, provavelmente estavam aguardan-
do um dia propício para a execução do
truque, sem muitas nuvens no céu. 
Martins, em suas reportagens, sempre
utilizava os veículos da empresa, com mo-
torista próprio. Mas no dia em que Keffel e
ele forjaram as fotos, ambos estavam com
o carro de Martins. Por que? É evidente que
eles queriam o menor número possível de
testemunhas – e o motorista é uma a me-
nos para se preocupar. Isso também é ób-
vio. Em suas análises no local, dias de-
pois, os militares da Aeronáutica utiliza-
ram um modelo e uma tampa de panela, e
foram no mesmo ponto onde Keffel fez
as fotografias. Queriam reproduzir a se-
qüência de cinco fotos em
apenas um minuto, atirando
o modelo para o alto. Mas
não tiveram sucesso. Ora, se
Martins e Keffel tivessem jo-
gado um modelo para o ar,
para assim fotografá-los, as
sombras estariam todas cor-
retas, e isso não aconteceu.
A premissa dos militares es-
tava errada. As fotos foram
obtidas por montagem e não
pelo arremesso de modelos
para o céu. Até porque, se
essa última fosse a técnica
dos repórteres, considerando-se que no lo-
cal, ainda que ermo, haveria testemunhas,
elas certamente iriam denunciar a farsa.
Em seus estudos, os militares falharam
também em identificar as divergências nas
fotos 4 e 5 – já nas fotos 1, 2 e 3, as som-
bras estão praticamente corretas. Também
falharam ao jogar um modelo para o ar e
querer, em apenas um minuto, sem o ob-
jeto atingir o chão, reproduzir as cinco fo-
tos iguais as de Keffel. Isso só seria possí-
vel se o modelo fosse teleguiado...Mas do ponto de vista técnico, o erro
mais gritante dos oficiais da Aeronáutica
brasileira foi tentar calcular a distância do
suposto objeto voador não identificado em
cada uma das fotos de Keffel. Isso é um
tremendo absurdo. Em 31 de outubro de
1959, a revista O Cruzeiro chegou a publi-
car um estudo feito pela Força Aérea Bra-
sileira (FAB) mostrando a distância do dis-
co voador à câmera, a distância zenital do
objeto, o azimute, a declinação, o ângulo
horário e até a altura do disco voador em
relação ao nível do mar. Oras, esse é um
erro grosseiro de análise, mas ainda foi as-
sim foi publicado. Por que? O estudo da
FAB poderia até ser interessante, se não
fosse um pequeno detalhe: não se sabia qual
era o diâmetro do suposto disco voador.
Sem esse dado, todos os detalhes da análi-
se de nada servem. Isso a revista O Cruzei-
ro esqueceu-se de publicar, e a FAB calou
a respeito. Aqui está outra obviedade, pois
nas fotos de Keffel não há elementos técni-
cos de referência para se calcular o diâme-
tro do objeto captado, nem sua distância da
câmera ou sua altura do solo [Veja na ma-
téria um quadro com os dados divulgados
pela FAB através de O Cruzeiro].
ERROS GROSSEIROS — Os militares, no
entanto, calcularam corretamente a incli-
nação do Sol em relação à linha do hori-
zonte (nível do mar), que era de 27 graus
e 30 minutos. Mas na hora de projetarem
esse dado para uma análise perspectiva,
cometeram alguns erros inacreditáveis,
principalmente na quinta foto. A própria
revista O Cruzeiro, talvez para chamar a
atenção dos oficiais que fizeram os cálcu-
los e as perspectivas equivocadas, fez ques-
tão de publicar, somente na quinta foto,
um desenho que representasse sua análi-
se, impresso bem em cima da própria ima-
gem. Parece até uma indução para que a
mesma seja aceita e reforce as análises.
Nas outras fotografias, de 1 a 4, os dese-
nhos representando as análises errôneas da
FAB foram publicados separados.
Para se concluir que há manipulação,
basta comparar as sombras nos desenhos
e as sombras nas imagens do objeto. Qual-
quer leigo pode perceber esse grave erro.
Não é necessário ser especialista em fotos
para se constatar as divergências. Mas con-
tinuando nosso raciocínio, para tentarmos
A PRIMEIRA FOTO da seqüência de Ed Keffel (página anterior) mostra
o objeto quase de frente, num flagrante erro de cálculo. Nessa pá-
gina está a quinta foto, a mais grosseira das falsificações. As som-
bras projetadas pelo que seria a cúpula do UFO estão para cima,
como se o Sol
estivesse abaixo
do oceano. O au-
tor usou um mo-
delo (ao lado)
para simular a
posição do Sol e
confirmar assim
a fraude de Kef-
fel e Martins
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entender o que realmente aconteceu, ou
seja, como a trama foi armada, devemos
voltar novamente às 12 poses do filme de
Ed Keffel. Em nosso entendimento, um fo-
tógrafo profissional que se preze não sai
por aí fotografando coisas particulares com
um filme de propriedade da empresa para
qual trabalha. Esse foi seu primeiro erro, e
foi exatamente o que aconteceu. Por outro
lado, se analisarmos uma vista aérea do lo-
cal onde estavam Keffel e Martins na Bar-
ra da Tijuca [Marcado com um x na ima-
gem publicada nesta matéria], veremos que
esse ponto não está na frente do restauran-
te, como haviam afirmado, mas sim algu-
mas dezenas de metros além dele.
FORÇANDO A BARRA — Ora, por que bate-
riam uma foto do dono do restaurante e
depois pediriam para ele, Antônio Teixei-
ra, bater uma deles? Sem sombras de dú-
vidas, fizeram isso para chamar sua aten-
ção e também para ter uma prova de que
estavam lá. É nesse ponto que se constata
sua má-fé. Ou, em outras palavras, onde
forçaram a barra – e não a da Tijuca... Se
eles estavam naquele local para fotogra-
far casais de namorados, como é que se
explica que fotografaram somente um de-
les, já que havia vários naquela hora e o
objetivo de sua matéria era justamente
esse, segundo alegaram? Igualmente, por
que as fotos anteriores foram feitas com
coisas particulares? Tais fotografias nun-
ca foram publicadas. Mas, de qualquer for-
ma, não são relevantes para a elucidação
deste caso. Aqui nós fazemos questiona-
mentos para que se compreenda como a
trama foi montada, e não como as fotos
foram forjadas tecnicamente. E o que é
muito relevante para nossa análise é que
as cinco fotos do suposto disco voador são
obtidas com a continuação do filme dis-
ponível na câmera de Keffel.
Hoje temos filmadoras de vídeo com
baterias e fitas de longa duração. Mas an-
tigamente não era assim. Quem chegou a
filmar um casamento com um equipamen-
to que usasse película de 8 mm entenderá
melhor o seguinte raciocínio. Imagine que
o leitor tenha que filmar um casamento
que vai durar 30 minutos, mas só tem uma
única película de 3 minutos. O cinegrafis-
ta tem que filmar apenas três minutos pe-
gando as cenas mais importantes que vão
acontecer durante o casamento, que tem
10 vezes mais duração. Para se
conseguir distribuir correta-
mente e gravar as cenas prin-
cipais, o leitor teria que saber
todas as que ocorrerão no ca-
samento com antecedência,
para assim documentar os me-
lhores momentos.
Essa informação, aplicada
ao Caso Barra da Tijuca, faz
muita diferença. Keffel só tinha
cinco negativos disponíveis em
sua máquina, e ele precisaria
saber com precisão e antecedên-
cia o que iria acontecer, para po-
der obter com qualidade as ima-
gens. E sabia. Estava tudo pro-
gramado. Keffel e Martins leva-
ram um mês programando tudo,
para que não houvesse erro.
SANTO DESCONFIADO — Numa
comparação com o exemplo do
casamento, a primeira foto de
Keffel seria da noiva entrando
na igreja, ou seja, o suposto dis-
co voador entrando em cena,
vindo do mar para o continen-
te. Depois, sobre o morro Dois
Irmãos. Após isso, sobrevoan-
do a Pedra da Gávea e, em se-
guida, o terreno onde havia a tal
palmeira. Finalmente, quando a noiva sai
da igreja e joga o buquê, no último negati-
vo, o suposto disco voador aparece sain-
do de cena, retornando para o mar...
Foi tudo calculado meticulosamente
e dividido com perfeição. Em apenas cin-
co fotos, Keffel e Martins conseguiram
registrar seu disco voador de perfil, por
cima, por baixo e inclinado. Há um dita-
do popular que diz que quando a esmola
é muita, o santo desconfia... Peço a per-
missão do leitor para uma piada: para que
a história e as fotos dos repórteres pos-
TRINDADE
Fotos de Almiro
MILITARES SUSPEITOS, mas não muito brilhantes,
tentaram provar que as fotos eram de um mo-
delo arremessado ao céu. Acertaram em supor
que eram falsas, mas não na forma como fo-
ram feitas, por sistema de dupla exposição
fotógrafo profissional flumi-
nense Almiro Baraúna, em
1954, após analisar detalhada-
mente as fotos de um suposto
UFO na Barra da Tijuca, reali-
zadas por Ed Keffel e João Martins, e ter
concluído que se tratavam de dupla expo-
sição, acabou fazendo diversos truques fo-
tográficos na tentativa de repetir o feito.
Os resultados de seus testes foram pu-
blicados junto de um texto de Vinícius
Lima na revista Mundo Ilustrado, com
o título Um Disco Voador Esteve na Mi-
nha Casa. Na época, isso foi muito co-
mentado pela imprensa carioca. Baraú-
na mal sabia que, quatro anos depois,
iria se envolver pessoalmente em uma
oportunidade única de fotografar um dis-
co voador de verdade. Mas pelo fato de
ter dado uma aula de como fraudar fo-
tos do gênero, foi muito criticado e ques-
tionado pela mesma imprensa.
Começava o Ano Geofísico Interna-
cional de 1958, e em 16 de janeiro, a con-
vite da Marinha brasileira, Almiro Baraú-
na juntou-se à tripulação do navio-escola
Almirante Saldanha, para pesquisar a Ilha
da Trindade, no litoral do Espírito Santo.
O navio estava atracado, preparando-se
para retornar ao continente, quando algo
inusitado aconteceu. Baraúna, então com
43 anos, tinha batido algumas fotos do
cenário um pouco antes e estava deitado
no convés, passando mal. Tinha uma for-
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sam ser dadas como um fato real, somos
obrigadosa acreditar que o piloto do su-
posto disco voador tenha telefonado para
Keffel e Martins marcando um encontro
com dia, hora, minuto, local e direção pré-
programada de vôo. 
Em resumo, a desconfiança que tínha-
mos de que tudo não passava de uma farsa
agora está devidamente confirmada. Pode-
se especular que os diretores de O Cruzei-
ro, tendo em vista a baixa vendagem da
revista, e também que estava na moda o
assunto disco voador, resolveram preparar
RESTAURA A CREDIBILIDADE
Baraúna, 6 anos após as de Keffel, são reais
uma estratégia para aumentar as vendas. E
contaram com Keffel e Martins, os mais
destacados repórteres do time da revista,
para executar o plano. Ou seria o contrário:
os repórteres é que sugeriram a estratégia
para seus patrões? Não sabemos. Mas o fato
é que deu certo e a publicação teve um au-
mento vertiginoso de vendas. Talvez seja
verdade o que alguns de seus funcionários
alegaram depois, que os diretores da revis-
ta iriam divulgar como a fraude foi realiza-
da, mostrando assim que é muito fácil fa-
bricar fotos de discos voadores. Mas não o
fizeram. E talvez jamais pudessem imagi-
nar que os militares da época, comandados
pelo coronel João Adil de Oliveira, iriam
se interessar pelas fotos e, pior, dariam a
elas autenticidade. É claro que não se insi-
nua aqui que estes oficiais também tenham
tido participação na trama. De qualquer
forma, seu respaldo ao caso foi decisivo
para que ela tenha sido mantida por tantos
anos. E assim, infelizmente, vemos que a
Ufologia Brasileira iniciou-se com essa
grande fraude. Seria esse também o moti-
vo dela não decolar até hoje?
te dor-de-cabeça e enjôo.
De repente, por volta das
12:15 h, percebeu uma
grande movimentação na
embarcação. Os mari-
nheiros chamavam sua
atenção para algo lumi-
noso no céu. O capitão
Viegas, da Aeronáutica,
abordou Baraúna e pediu
para que fotografasse
aquele misterioso objeto
aéreo. Rapidamente, Ba-
raúna pegou a sua má-
quina Rolleiflex e conse-
guiu fazer seis fotogra-
fias. Perdeu duas fotos,
a quarta e a quinta da se-
qüência, devido à velo-
cidade do objeto e a agi-
tação no convés.
 O objeto registrado,
em forma do planeta Sa-
turno, veio do mar, sobre-
voou a ilha, passou sobre
a ponta da Crista do Galo
e depois sobre o monte Desejo, e escon-
deu-se atrás de um morro. Mas reapare-
ceu novamente do outro lado, retornou
para o mar, parou e em seguida disparou
em altíssima velocidade, como se fosse um
foguete. Era completamente silencioso. O
fato não durou mais que 14 segundos, mas
48 testemunhas observaram tudo o que
aconteceu, perplexas, e entre elas mari-
nheiros, sargentos e oficiais. Como civis,
estavam no navio o advogado e funcioná-
rio do Banco do Brasil Amilar Vieira Fi-
lho, o funcionário do Banco de Londres
Mauro Andrade, José Teobaldo Viegas,
então capitão da reserva da FAB, indus-
trial e diretor de um Aeroclube carioca,
UFO TIPO SATURNO visto por 48 tripu-
lantes do navio-escola da Marinha
Brasileira Almirante Saldanha e fo-
tografado pelo experiente profissi-
onal Almiro Baraúna. O caso resta-
beleceu a credibilidade do tema no
país e fez novamente as autorida-
des militares se pronunciarem
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um cidadão conhecido apenas como Alo-
ísio e o professor de geologia Fernando.
Todos eram da equipe do Clube de Caça
Submarina de Icaraí, em Niterói (RJ).
Após o objeto desaparecer, outras pes-
soas também começaram a passar mal,
como já vinha acontecendo com Baraú-
na. Ele sentia o coração disparado, treme-
deira e sensação de vazio acompanhada
de suor frio. Depois de uma hora, já recu-
perado do susto, foi perguntado pelo co-
mandante do navio se tinha conseguido
fotografar o objeto. Baraúna disse que sim.
Resolveram, então, preparar um revelador
no pequeno laboratório improvisado a bor-
do. Assim, o filme foi revelado na hora.
Todas as 48 testemunhas confirmaram que
as imagens que surgiram nas quatro poses
do negativo eram exatamente iguais ao
objeto que viram sobrevoando a ilha.
Quando o UFO sobrevoou o Almirante
Saldanha, toda a parte elétrica da embar-
cação pifou, as lâmpadas ficaram fracas e
o rádio sem sinal. Após o navio partir, o
comandante chamou Baraúna para con-
versar em particular e disse que as fotos
seriam dele. Disse também que, antes de
divulgá-las, ele teria que ir à Marinha
prestar depoimento. Quando o navio che-
gou a Vitória (ES), tendo que permane-
cer atraca-
do no por-
to por dois dias, Baraúna, que não podia
esperar, acabou retornando para Niterói
de ônibus. Lá chegando, foi direto a um
laboratório, onde ampliou as fotos a partir
do negativo já revelado. Quatro dias de-
pois, um comandante da Marinha o pro-
curou para que comparecesse à sede do
então Serviço Secreto da Armada, no Rio.
SABATINA — Ele levou Baraúna até lá, onde
foi sabatinado por um grupo de oficiais a
respeito de truques fotográficos, fotogra-
fias aéreas e muitas outras coisas. Ficou lá
das 08:00 h às 16:00 h, pois os militares
queriam ter certeza da autenticidade das
fotos. Pediram os negativos emprestados
a Baraúna, que os cedeu, e os levaram até
o laboratório aerofotográfico de empresa
Cruzeiro do Sul. Depois, os enviaram a
Kodak, em Rochester, Estados Unidos,
para maiores análises. Os negativos foram
testados por equipamentos eletrônicos e
processos químicos, não se encontrando
neles qualquer tipo de fraude. Assim, com
autorização do então presidente Juscelino
Kubitschek, as fotos de Baraúna foram li-
beradas para divulgação pelo almirantado
da época, depois
de um mês, em
uma quarta-feira
de cinzas. Todas
as rádios estavam
Ilha da Trindade: documento incontestável
noticiando que o jornal Correio da Ma-
nhã iria publicar um furo fotográfico mun-
dial em sua edição seguinte.
Mas Baraúna entrou em contato com
João Martins, que o convenceu a levar a
matéria para a redação da revista O Cruzei-
ro, para que a notícia das fotos fosse nela
publicada. Em linguagem jornalística, o
Correio da Manhã foi “furado” pelo O Cru-
zeiro. Foram posteriormente feitas 40 có-
pias das imagens e distribuídas para todos
os jornais do Rio de Janeiro, para publica-
ção. Muitos deles, em várias edições, es-
tamparam as fotos, depoimentos, análises,
dados, reportagens etc. Dias depois, Baraú-
na descobriu que o Correio da Manhã aca-
bara conseguindo as fotos diretamente da
Marinha – as cópias que ele mesmo tinha
cedido, carimbadas com “reservado”.
O relatório oficial do almirante-de-es-
quadra Antônio Maria de Carvalho, chefe
do Alto Comando Naval, conhecido como
Documento Confidencial no 0098/M-20,
descreve os seguintes detalhes acerca das
fotos obtidas na Ilha da Trindade. “Enfim,
foi registrado mais outro alarme de
OVNIs, às 12:15 h do dia 16 de janeiro de
1958. Dessa vez, aconteceu a
bordo do Almirante Saldanha,
ancorado ao largo da Ilha da
Trindade. O navio estava pres-
tes a zarpar e a pinaça [Peque-
no barco aberto] usada para a
travessia até a terra estava sen-
do recolhida por membros da
M
on
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19Novembro 2002
da presença alienígena em nosso planeta
tripulação, quando, de popa a proa, soou
o alarme”. O documento continua dizen-
do que um fotógrafo profissional civil, que
se encontrava a bordo registrando o reco-
lhimento da pinaça, teve sua atenção cha-
mada para o disco voador, do qual obteve
as quatro fotos. “Após o aparecimento, o
fotógrafo Almiro Baraúna retirou o filme
da câmera na presença do capitão-de-
corveta Carlos Alberto Bacellar e de ou-
tros oficiais (...), e o mesmo foi revelado
dentro de dez minutos”.
NEGATIVOS MOLHADOS — O almirante
Carvalho também informa, através de seu
relatório, que em seguida os negativos fo-
ram examinados pelo próprio Bacellar.
Este confirmou que os mesmos ainda es-
tavam molhados ao lhes serem entregues
para exame. “Neles reconheceu o OVNI
em apreço”, enfatiza o documento ofici-
al. “Em seguida, os negativos foram mos-
trados a membros da tripulação, testemu-
nhas oculares do aparecimento. Eles con-
firmaram que as imagens nos negativos
eram idênticasao que avistaram no ar”.
Estava chancelada oficialmente a legitimi-
dade das fotos de Baraúna. Assim, com
autorização do Ministério da Marinha, o
depoimento prestado pelo capitão Bacel-
lar foi liberado para publicação pela im-
prensa. Ele conta que, efetivamente, um
UFO foi avistado do convés do Almirante
Saldanha. “Pessoalmente, não
testemunhei aquele aparecimen-
to porque, no
preciso ins-
tante, encon-
trava-me no interior de
minha cabine. Porém,
imediatamente fui cha-
mado para a ponte”.
Mesmo assim, Bacellar
confirmou que Baraúna
estava no convés com a
sua câmera e que, após a
ocorrência, ficou em es-
tado de exaustão nervo-
sa. “Permaneci ao seu
lado o tempo todo, por-
que queria presenciar a
revelação do filme”.
Com um farolete a pi-
lha, Viegas acompanhou
atentamente a revelação
do filme no pequeno la-
boratório improvisado,
enquanto Bacellar, do lado de fora, espe-
rou que terminasse. Ambos concluíram que
o negativo mostrava com precisão a seqüên-
cia de vôo do objeto não identificado sobre
a ilha. Como foi previamente combinado,
Bacellar procurou Baraúna no Rio e, por
duas vezes, o acompanhou até o Ministé-
rio da Marinha. “Chamei à atenção do fo-
tógrafo para o fato de ser estritamente proi-
bida a publicação das fotos sem autoriza-
ção oficial, e informei que ele seria avisa-
do tão logo as autoridades competentes
resolvessem liberá-las para divulgação”.
No calor dos acontecimentos, em 24
de fevereiro de
1958, o então mi-
nistro Alves Câ-
mara comentou
numa entrevista
à agência United Press
que a Marinha brasileira
estava envolvida num im-
portante segredo, que não
poderia ser discutido em
público, visto que, para
tanto, não havia ainda ex-
plicação sobre os discos
voadores. “Mas a prova
fotográfica apresentada
por Almiro Baraúna con-
venceu-me da sua exis-
tência”, garantiu.
Naquele mesmo dia,
o capitão-de-fragata Mo-
reira da Silva declarou
que não queria ver qual-
quer discussão a respeito
do caráter do fotógrafo
que havia feito as fotos do UFO, pois o
objeto também havia sido observado por
uma série de personagens conhecidos e res-
peitáveis. “Posso garantir que as fotos são
autênticas e o filme foi revelado imediata-
mente, a bordo do Almirante Saldanha.
Confirmo ainda que os negativos foram
examinados por diversos oficiais, logo após
a revelação. Assim, fica excluída qualquer
eventualidade de truque fotográfico”. Com
base na análise dos negativos e dos deta-
lhes relatados pelas testemunhas, peritos
conseguiram calcular a velocidade mínima
do UFO como sendo de 1.200 km/h.
ASSOMBRO — Mas essa velocidade au-
mentou consideravelmente quando o ob-
jeto voador acelerou. Seu tamanho foi es-
timado em 40 m de diâmetro e sete me-
tros de altura. Enfim, como se
vê, estamos diante de um caso
absolutamente genuíno, bem
diferente do
Caso Barra da
Tijuca, discuti-
do noutro arti-
go dessa edi-
ção. A própria
posição das
autoridades
brasileiras é
um assombro.
“Pouco importa qual
seja a nossa atitude di-
ante dos OVNIs, pois
persiste o fato de ter
ocorrido um fenômeno
ALMIRO BARAÚNA, pouco an-
tes de falecer. Suas fotos
estão entre as melhores
evidências de UFOs
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Novembro 200220
que, além de documentado por fotos, foi
confirmado pelo depoimento escrito de
48 testemunhas”, declarou oficialmente
o capitão Moreira da Silva. O Ministério
da Marinha, através do Comando de Ope-
rações Navais, fez um relatório secreto
detalhado sobre o incidente na Ilha da
Trindade. Na época, o deputado Sérgio
Magalhães queria ter informações sobre
o documento, mas ele não foi liberado.
O curioso é que tal relatório só veio a
público em outubro de 1971, num arti-
go de Jorge C. Pineda, publicado em
uma revista argentina. Nele, aparecem
correspondências trocadas entre os ofi-
ciais Luiz Felipe da Luz e Antônio Ma-
ria de Carvalho, que novamente endos-
sam o evento. Há no artigo também um
pedido de informações sobre o assunto,
assinado por M. Sunderland, então
agregado naval dos Estados Unidos no
Brasil. Estranhamente, após tudo o que
as autoridades brasileiras garantiram
sobre o fato, o relatório secreto inex-
plicavelmente diminui sua importância.
Suas conclusões, endossadas pelo ca-
pitão-de-corveta José Geraldo Brandão,
do Serviço de Inteligência da Marinha,
são de que as diversas testemunhas con-
firmam a mesma coisa.
TENDÊNCIA — Mas o documento diz que
“a maioria dos informes apresentados
é insuficiente, sobretudo a falta de ido-
neidade técnica de muitos dos observa-
dores e a breve duração do fenômeno
observado, de modo que nenhuma con-
clusão pode se obter sobre terem avis-
Desde a década de 50 os UFOs já rondavam
s fotografias de um UFO sobre
a Ilha da Trindade, em 16 de
janeiro de 1958, são conside-
radas um marco na Ufologia
mundial e forte evidência da existência
de vida extraterrestre. Mas ainda geram
discussões e atraem novas críticas. Em
verdade, as críticas são velhas e foram
lançadas ainda na época do evento, mas
foram renovadas com base em supos-
tos novos estudos. Em debates nacio-
nais e internacionais, duas críticas em
especial foram relançadas contra os prin-
cipais sustentáculos do caso: a ques-
tão do número de testemunhas que te-
riam visto o UFO no navio Almirante Sal-
danha e as fotografias obtidas por Almi-
ro Baraúna. No primeiro caso, os céti-
cos alegam que os ufólogos não têm os
nomes nem os depoimentos de todas
as 48 testemunhas que estariam na em-
barcação, naquela hora.
Na literatura ufológica, o número de
testemunhas mencionadas varia entre
10 e 48, o que tem sido usado por crí-
ticos como uma falha dos ufólogos. As
testemunhas que conhecemos até hoje são
José dos Santos Saldanha da Gama, Carlos
Alberto Bacellar, Paulo Moreira da Silva, José
Teobaldo Viegas, Mauro Andrade, Amilar
Vieira Filho, Homero Ribeiro, Farias de Aze-
vedo, um marujo de quem só sabemos o
primeiro nome, Aloísio, e o próprio fotógra-
fo, Almiro Baraúna. Entre essas pessoas, al-
gumas seriam testemunhas indiretas, ou
seja, estavam no navio no momento da ob-
servação do UFO, mas não o viram. Isso
também é criticado pelos detratores do
caso, mas um esforço atual para se con-
seguir documentos da época que citem os
nomes de todas as testemunhas – 48 ou
quantas forem – e uma tentativa de con-
seguir seus depoimentos seria suficiente
para neutralizar o ceticismo.
ALEGAÇÃO DE FRAUDE — A segunda questão
levantada recentemente sobre o Caso Ilha
da Trindade vai contra a evidência fotográfi-
ca obtida por Baraúna, que é o fator chave
do caso ter ficado mundialmente famoso.
Nos últimos meses houve a publicação de
um polêmico artigo contrário à sua legitimi-
dade. Seu autor, Martin Powell, renova a ale-
gação de que houve fraude nas fotos tira-
das por Baraúna, em que teria sido usado o
recurso da dupla exposição para fabricar o
UFO sobre a ilha. Sua argumentação é de
que Baraúna fotografou um avião no céu,
em algum local, e depois fotografou a Ilha
da Trindade, fazendo assim a dupla exposi-
ção. Prossegue dizendo que o UFO da se-
gunda foto de sua seqüência seria o mes-
mo UFO da primeira foto, só que em posi-
ção invertida. Diz ainda que as fotos restan-
tes estariam degradadas por processo de
cópias sucessivas, que Baraúna teria feito a
partir da primeira fotografia.
Mas mesmo atraindo grandes discus-
sões na internet, o artigo mostrou-se falho,
primeiro porque Powell faz sua análise ba-
seando-se apenas em cópias de baixa qua-
lidade das fotos, não obtidas diretamente
das originais, e principalmente porque ele
nunca analisou os negativos, o que seria
essencial. Uma apreciação deste material é
imprescindível para que se possam levantar
suspeitas sobre todo o caso, uma vez que
nada mais há que se possa falar a seu res-
peito. E sem essa análise, nenhum estudo,
como o de Powell, pode ser considerado
sério. Pelo que se sabe, exames nos negati-
vos foram feitos na época do incidente por
laboratórios independentes, e nunca se
constatou que as fotos estariam degrada-
das e muito menos que teriam sido obtidas
através de uma fraude de dupla exposição.
Ora, degradadas foram as cópias

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