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PARTE II TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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PARTE II
Teoria Geral dos Contratos e Português Jurídico
Profa. Me Claudete de Souza 
• INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
– Critérios de interpretação
– Integração contratual
– Formas de interpretação: integração
– Regras de interpretação
• INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DE 
CONSUMO
• CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO NO DIREITO 
CIVIL BRASILEIRO
• PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
o I - Quanto aos direitos e deveres das
partes envolvidas ou quanto à presença
de sinalagma
o II - Quanto ao sacrifício patrimonial das
partes
o III - Quanto ao momento do
aperfeiçoamento do contrato
o IV - Quanto aos riscos que envolvem a
prestação
o V - Quanto à previsão legal
o VI - Quanto à negociação do conteúdo
pelas partes. O conceito de contrato de
adesão. Diferenças em relação ao
contrato de consumo
4º sem. 
o VII - Quanto à presença de formalidades
o VIII - Quanto à independência do contrato.
O conceito de contratos coligados
o IX - Quanto ao momento do cumprimento
o X - Quanto à pessoalidade
o XI - Quanto às pessoas envolvidas
o XII - Quanto à definitividade do negócio
• FORMAÇÃO DO CONTRATO NO
CÓDIGO CIVIL: FASES
o a) Manifestação da vontade
o b) Fase de negociações preliminares ou de
puntuação.
o c) Fase de proposta, policitação ou oblação.
o d) Fase de contrato preliminar.
o e) Fase de contrato definitivo ou de
conclusão do contrato.
• FORMAÇÃO DO CONTRATO NO 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
• Da oferta – arts. 30 a 35, CDC
• FORMAÇÃO DO CONTRATO 
ELETRÔNICO (INTERNET)
Interpretação do contrato
• Imprescindível que façamos a interpretação da manifestação da
vontade para se possa alcançar seu significado e alcance, pois
– Nem sempre o contrato expressa a real manifestação da vontade das
partes,
– Redação pode mostrar-se obscura e ambígua,
– Complexidade do negócio e dificuldades próprias do vernáculo.
• Por essa razão não só a lei deve ser interpretada, mas também os
negócios jurídicos em geral.
• A linguagem contratual exterioriza-se por meio de sinais ou
símbolos, dentre os quais as palavras.
• “ Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e
alcance do conteúdo da declaração de vontade.
– Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade
interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas
que nascem da sua declaração”.
Critérios para a interpretação dos contratos
• a) A melhor maneira de apurar a intenção dos contratantes é
verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum
acordo;
• b) Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos
onerosa para o devedor (in dubiis quod minimum est sequimur);
• c) As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas
isoladamente, mas em conjunto com as demais;
• d) Qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação,
pois, podendo ser claro, não o foi (ambiguitas contra stipulatorem
est);
• e) Na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em
atenção ao que pode ser exequível (princípio da conservação ou
aproveitamento do contrato)
Formas de interpretação do contrato
• A interpretação contratual é
– Declaratória
• quando tem como único escopo a descoberta da intenção comum dos
contratantes no momento da celebração do contrato; e
– Construtiva ou integrativa,
• quando objetiva o aproveitamento do contrato, mediante o suprimento das
lacunas e pontos omissos deixados pelas partes.
• Pela integração contratual se preenche as lacunas encontradas
nos contratos,
– complementando-os por meio de normas supletivas especialmente as
que dizem respeito
– à sua função social,
– ao princípio da boa-fé,
– aos usos e costumes do local,
– bem como buscando encontrar a verdadeira intenção das partes,
muitas vezes revelada nas entrelinhas.
Regras de interpretação contidas no 
CC e em Lei Especial 
• No contrato de adesão, existindo cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais
favorável ao aderente (arts. 423 e 424, CC);
•
– CC não estabeleceu regulação própria aos contratos por adesão,
o que foi feito pelo CDC com toda pertinência.
– Enunciado n. 171, III Jornada de Direito Civil, 2004 :
• “O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 e 424 do novo
Código Civil, não se confunde com o contrato de consumo”.
• A transação interpreta-se restritivamente (art. 843);
– As concessões recíprocas das partes podem criar, modificar ou
extinguir relações iguais ou diversas da que tiver dado origem à
pretensão ou contestação. ...
...regras de interpretação
• A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819);
– O caráter benéfico de que se reveste a fiança não permite
lhe seja dada uma interpretação extensiva;
– Súmula 214 do STJ: “O fiador não responde por
obrigações resultantes de aditamento ao qual não
anuiu”.
• A cláusula testamentária é suscetível de
interpretações diferentes, prevalecendo a que melhor
assegure a observância da vontade do testador (art.
1.899).
– No testamento, o aspecto subjetivista prevalece, e o que
se tem de perquirir e revelar é a real vontade do testador.
(vide art. 112, CC)
– Deve-se atentar à linguagem do testador no sentido
pessoal e próprio em que ele a empregara.
Interpretação do contrato de adesão no CC
• “Contrato de adesão é aquele cujo conteúdo será determinado
unilateralmente por um dos contratantes, cabendo ao outro
contratante apenas aderir ou não aos seus termos”.
• Art. 423, CC :
• Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável
ao aderente.
• “É ambígua a cláusula quando da sua interpretação gramatical seja possível a
extração de mais de um sentido.”
• Art. 424, CC:
• Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza
do negócio.
– Ex.: Não reparação pelos danos decorrentes de defeitos da coisa ou
pela má prestação de serviços, não indenizabilidade de vícios
redibitórios, evicção etc.
Interpretação dos contratos no 
Código de Defesa do Consumidor
• Conceito de contrato de adesão: art. 54, CDC:
– “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem
que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo”.
• Art. 47, CDC: 
– “As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor”. 
• Justificativa dessa excepcionalidade :
– previsão específica do rol dos direitos fundamentais, como 
disposto no art. 5º, XXXII, combinado com o art. 170, V, da 
Constituição Federal.
CLASSIFICAÇÕES DO CONTRATO 
NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO 
Principais classificações contratuais
o I - Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas ou quanto
à presença de sinalagma
o II - Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
o III - Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato
o IV - Quanto aos riscos que envolvem a prestação
o V - Quanto à previsão legal
o VI - Quanto à negociação do conteúdo pelas partes. O conceito de
contrato de adesão. Diferenças em relação ao contrato de
consumo
o VII - Quanto à presença de formalidades
o VIII - Quanto à independência do contrato. O conceito de
contratos coligados
o IX - Quanto ao momento do cumprimento
o X - Quanto à pessoalidade
o XI - Quanto às pessoas envolvidas
o XII - Quanto à definitividade do negócio
I - Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas ou quanto à 
presença de sinalagma
• Contrato unilateral: apenas um dos contratantes assume deveres (ou
obrigações), em face do outro.
– no momento em que se forma, origina obrigação, tão somente, para uma das 
partes.
– Ex. Doação pura e simples: há deveres apenas para o doador; o donatário
terá vantagens.
– Mútuo : empréstimo de bem fungível para consumo
– Comodato : empréstimo de bem infungível para uso.
• Contrato bilateral ou sinalagmático : os contratantes são simultânea e
reciprocamente credores e devedores uns dos outros; o negócio produz
direitos e deveres paraambos, de forma proporcional. (art. 481, CC)
– Ex. compra e venda, troca ou permuta, a locação, a prestação de serviços, a
empreitada, o transporte, o seguro...
• Contrato plurilateral : envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres
para todos os envolvidos, na mesma proporção.
– Ex. Sociedade empresária.
II - Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
• Contratos onerosos : trazem vantagens para ambos os
contratantes; ambos sofrem sacrifício patrimonial; ambas as partes
assumem deveres obrigacionais, havendo um direito subjetivo de
exigi-lo; há uma prestação e uma contraprestação; em regra são
bilaterais.
– Ex. Compra e venda
• Contratos gratuitos ou benéficos : oneram somente uma das
partes, proporcionando à outra uma vantagem sem qualquer
contraprestação; em regra são unilaterais.
– Ex. Doação pura ou simples, reconhecimento de filho.
III - Quanto ao momento do 
aperfeiçoamento do contrato
• Contratos consensuais : são aqueles negócios que têm
aperfeiçoamento pela simples manifestação de vontade das
partes envolvidas.
– Ex. compra e venda, a doação, a locação, o mandato...
– OBS: aperfeiçoamento = plano da validade
• Contratos reais : se aperfeiçoam apenas com a entrega da
coisa (traditio rei), de um contratante para o outro; antes da
entrega da coisa tem-se apenas uma promessa de contratar e
não um contrato perfeito e acabado.
– Ex. comodato, o mútuo, o depósito.
– OBS: tradição e registro = plano da eficácia
IV - Quanto aos riscos que envolvem a prestação
• Comutativo ou pré-estimado : quando as partes já
sabem quais e quantas são as prestações, que são
certas e determinadas.
– Compra e venda, em regra; contrato de locação...
• Contrato aleatório : a prestação de uma das partes não
é conhecida com exatidão no momento da celebração
do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da
álea, que é um fator desconhecido. (arts. 458 a 461,
CC).
– Vocábulo latino alea significa sorte, risco, acaso.
– Seguro, jogo, aposta, compra e venda de colheita futura...
Os contratos aleatórios podem ser: 
• 1) Contrato aleatório emptio spei (venda da esperança ou venda
de coisas futuras – art. 459, CC) :
– o risco é maior e depende da existência da coisa tratada;
– a venda é de coisas futuras (não existem no momento da contratação;
– um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência
da coisa;
– é ajustado um preço que será devido integralmente, mesmo que a
coisa não exista no futuro, desde que não haja dolo ou culpa da outra
parte (art. 458 do CC).
– Ex. Compra dos legumes resultantes das sementes a serem
plantadas em 2 alqueires de terra.
...contratos aleatórios...
• 2) Contrato aleatório emptio rei speratae (venda da coisa
esperada – arts. 460 e 461, CC):
– É a venda de coisas já existentes, mas expostas a risco (que é
menor);
– O risco é correspondente à quantidade das coisas negociadas,
que podem sofrer deterioração ou perecimento;
– Ex: compra da produção de 2019, a ocorrer em dezembro, de
laranjas de uma determinada fazenda.
V - Quanto à previsão legal 
• Contratos típicos ou nominados (nomen iuris)
– 23 contratos regulados por lei (Código Civil).
• Contratos atípicos ou inominados (art. 425, CC) - aqueles
que não encontram previsão legal.
– É lícito às partes estipular contratos atípicos, desde que
observadas as normas gerais estabelecidas pelo próprio Código
Civil.
– Exigem minuciosa especificação de direitos e obrigações de cada
parte;
VI - Quanto à negociação do conteúdo pelas partes.
• A) Contrato paritário ou negociado
• B) Contrato de adesão (standard) – Arts. 423 e 424, CC
• C) Contrato de consumo (também chamado de adesão)
- Lei 8.078/1990, art. 54.
• D) Contrato-tipo
...VI - Quanto à negociação do conteúdo pelas partes...
• A) Contrato paritário ou negociado
– As partes discutem livremente as condições, pois se encontram
em situação de igualdade;
– Há uma fase preliminar de negociação, onde as partes discutem
as cláusulas e condições do negócio.
– Ex : Você, adquirindo um carro usado de um colega.
• B) Contrato de adesão (standard) – Arts. 423 e 424, CC
– é aquele em que uma parte, o estipulante, impõe o conteúdo
negocial, restando à outra parte, o aderente, duas opções:
aceitar ou não o conteúdo desse negócio;
– Ex. Contrato de franchising (franquia)
• C) Contrato de consumo (também chamado de adesão) - Lei
8.078/1990, art. 54:
– “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”.
– É destinado a um número indeterminado de consumidores;
– Ex : Seu contrato com a Vivo, Comgás, Sabesp, seguro, transporte...
• D) Contrato-tipo
• as cláusulas são pré-redigidas, caso do contrato formulário, mas permite
discussão de algumas cláusulas;
• há espaços em branco para serem preenchidos, de comum acordo, após
discussão entre os contratantes (taxa de juros, prazo e condições de
financiamento);
• não é essencial a desigualdade econômica entre os contratantes;
• destinado a certas pessoas ou grupos identificáveis.
• Ex: Você, adquirindo um carro usado numa Loja da Av. Prestes Maia.
...VI - Quanto à negociação do conteúdo pelas partes
VII - Quanto à presença de 
formalidades
• Solenes ou formais
– São os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se
aperfeiçoar, caso serão considerados nulos.
– Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
• Não solenes ou não formais
– Forma livre – regra do direito civil brasileiro.
– Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
VIII - Quanto à independência do contrato
• A) Contrato principal
• B) Contrato acessório
• C) Contratos coligados
• D) Contrato derivado ou subcontrato
...VIII - Quanto à independência do contrato...
• A) Principal
– Têm existência própria, autônoma
– Ex: compra e venda, locação...
• B) Acessório
– Dependem da existência de outro contrato; são
subordinados a um contrato principal.
– Nulo o principal, também o será o acessório.
– Ex: cláusula penal, fiança
– Art. 184, CC. Respeitada a intenção das partes, a
invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável; a invalidade da
obrigação principal implica a das obrigações acessórias,
mas a destas não induz a da obrigação principal.
• C) Contratos coligados são os que, embora distintos, estão ligados
por uma cláusula acessória, implícita ou explícita.
– O conceito de contratos conexos é bastante abrangente e pode ser descrito –
mas não definido – pela utilização de uma pluralidade de negócios para a
realização de uma mesma operação econômica
– São unidos parcialmente, mas detêm certa independência;
– Ex: Posto de gasolina – fornecimento do combustível, arrendamento das
bombas, locação para conveniência...
• JULGADO:
“...no caso, há um elo direto nas obrigações pactuadas, cujos efeitos são
totalmente interligados, havendo uma relação concertada entre a empresa de
telefonia e a prestadora do ‘Disk Amizade’ no tocante à disponibilização e
cobrança dos serviços, sendo coligadas economicamente, integrantes de um
mesmo e único negócio por ação conjunta, havendo conexão e
entrelaçamento de suas relações jurídicas. (...) Nesse passo e em uma
perspectiva funcional dos contratos, deve-se ter em conta que a invalidade da
obrigação principal não apenas contamina o contrato acessório (CC, art. 184),
estendendo-se, também, aos contratos coligados, intermediário entre os
contratos principais e acessórios, pelos quais a resolução de um influenciará
diretamente na existência do outro” (STJ, REsp 1.141.985/PR, 4.ª Turma, Rel.
Min. LuisFelipe Salomão, j. 11.02.2014, DJe 07.04.2014).
...VIII - Quanto à independência do contrato...
• D) Contratos derivados ou subcontratos são aqueles
que têm por objeto direitos estabelecidos em outro
contrato (básico ou principal);
– Um dos contratantes transfere a terceiro, sem se
desvincular, sua posição contratual .
– Diferente da cessão de contrato, onde o contrato básico
persiste, mas com novo titular, o cessionário.
– Ex: sublocação, subempreitada, subconcessão...
• Na sublocação, o locatário transfere a terceiro
(sublocatário), os direitos contratuais que são seus;
– O contrato de locação não se extingue;
– Os direitos do sublocatário terão a mesma extensão dos
direitos do locatário, que continua vinculado ao locador.
...VIII - Quanto à independência do contrato...
IX - Quanto ao momento do cumprimento
• Contratos instantâneos, de execução imediata ou única
– têm aperfeiçoamento e cumprimento de imediato, num só ato.
– Compra e venda à vista.
• Contratos de execução diferida
– têm o cumprimento previsto de uma vez só no futuro, a termo.
– Compra e venda pactuada com pagamento por cheque pré ou
pós-datado.
• Contratos de execução continuada (ou trato sucessivo)
– têm o cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no
tempo.
– Locação, Compra e venda com pagamento por boleto bancário,
com periodicidade mensal, quinzenal, bimestral, trimestral ou
qualquer outra forma sucessiva.
X - Quanto à pessoalidade
• Contratos pessoais, personalíssimos ou intuitu personae –
celebrados em razão das qualidades pessoais de um dos
contraentes.
– Com a morte do contratante que assumiu uma obrigação
infungível, insubstituível, ocorrerá a extinção desse contrato;
– Ex: Contrato de fiança, uma vez que a condição de fiador não
se transmite aos herdeiros, mas somente as obrigações vencidas
e não pagas enquanto era vivo o fiador e até os limites da
herança (art. 836 do CC).
• Contratos impessoais - a pessoa do contratante não é
juridicamente relevante para a conclusão do negócio.
– A prestação pode ser cumprida pelo obrigado ou por terceiro.
– Ex: compra e venda realizada em Casas Bahia. Independe qual
o vendedor que o atenderá.
XI - Quanto às pessoas envolvidas (5)
(classificação de Roberto Senise Lisboa)
• 1. Contrato individual ou intersubjetivo: é aquele que
conta com apenas um sujeito em cada polo da relação
jurídica.
• 2. Contrato individual plúrimo: é aquele que conta com
mais de um sujeito em um ou em ambos os polos da
relação jurídica.
– Consórcio
• 3. Contrato individual homogêneo: é aquele realizado por
uma entidade, com autorização legal, para representar os
interesses de pessoas determinadas, cujos direitos são
predeterminados ou preestabelecidos, havendo uma
relevância social.
– Serviço odontológico oferecido aos Advogados, pela OAB
• 4. Contrato coletivo: é aquele que possui, ao menos em um dos
polos, uma entidade autorizada pela lei para a defesa dos
interesses de um grupo, classe ou categoria de pessoas
indeterminadas, porém determináveis, vinculadas por uma relação
jurídica-base.
– Contrato coletivo de trabalho, celebrado por sindicato.
• 5. Contrato difuso: é aquele que possui, ao menos em um dos
polos, uma entidade que tenha autorização legal para a defesa dos
interesses de pessoas indeterminadas, vinculadas por uma situação
de fato.
– Termo de compromisso firmado entre o Ministério Público e uma
empresa fornecedora de um determinado produto que esteja fora das
especificações legais.
...XI quanto as pessoas envolvidas...
• Súmula 601, 2018, STJ
– “O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores ainda que decorrente da prestação de serviço público”.
• “Processo civil. Ação civil pública. Legitimidade ativa do Ministério
Público. Reajustes de prestações. Sistema financeiro de habitação.
CF, art. 129, III, Lei 7.347/85. Lei 8.625/93. Utilização da TR como
índice de correção monetária dos contratos do SFH. Decisão liminar
proferida em sede de ação civil pública mantida pelo tribunal de
origem.” (STJ, REsp 586.307/MT, 1.ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, j.
14.09.2004, DJ 30.09.2004, p. 223).
...XI quanto as pessoas envolvidas
XII - Quanto à definitividade do negócio
• Contrato preliminar, pré-contrato ou pactum de
contrahendo é um negócio que tende à celebração de
outro, denominado contrato definitivo.
– Por via do contrato preliminar a(s) parte(s) se
compromete(m) a celebrar outro contrato, que será o
principal.
– O contrato preliminar (arts. 462 e 466), será estudado no
capítulo que trata da formação do contrato.
• Contrato definitivo
– Contrato final, aquele que já teve todas as cláusulas
discutidas e estabelecidas.
FASES DA FORMAÇÃO DO CONTRATO
Arts. 427 a 435, CC
• a) Manifestação da vontade
• b) Fase de negociações preliminares ou de puntuação.
• c) Fase de proposta, policitação ou oblação.
• d) Fase de contrato preliminar.
• e) Fase de contrato definitivo ou de conclusão do
contrato.
a) A MANIFESTAÇÃO DA VONTADE DAS PARTES
• Este é o primeiro e mais importante momento para a
existência do negócio jurídico.
• A vontade se processa inicialmente na mente das pessoas:
– É o momento subjetivo, psicológico.
– O momento objetivo é aquele em que a vontade se revela por
meio da declaração exteriorizada:
– Só assim a vontade se torna conhecida e apta a produzir efeitos
nas relações jurídicas.
...manifestação da vontade...
• A manifestação da vontade pode ser expressa ou tácita.
• Poderá ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa
(CC, art. 111).
– Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa.
• Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto
ou mímica, de forma inequívoca.
• Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como
requisito de validade da avença.
– Não havendo na lei tal exigência, vale a manifestação tácita.
O silêncio é manifestação 
de vontade?
• O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da
vontade quando :
– as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa (CC, art. 111),
– quando a lei o autorizar, como nos arts. 539 (doação pura), 432 (praxe
comercial) ...
– Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á
concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
– Ou quando tal efeito ficar convencionado em um pré-contrato.
...manifestação da vontade...
b) Fase de negociações preliminares ou 
de puntuação
• Fase não prevista no CC 2002
• É anterior à formalização da proposta, podendo ser composta por:
– Carta de intenções
– Ou apenas a manifestação da intenção de contratar futuramente
– Sondagens, conversações prévias
– Não cria direitos nem obrigações
– ...mas gera expectativas para a outra parte, quando houver falsa
manifestação de interesse.
• Boa-fé e deveres anexos devem ser respeitados :
– Seu descumprimento pode gerar dever de indenizar.
• “Responsabilidade pré-contratual. Despesas realizadas pela
autora, de forma antecipada, com o objetivo de viabilizar
negócio futuro com o réu. Não celebração do contrato,
após uma série de diligências e pagamentos feitos pela
autora. Comportamento concludente do réu que gerou
expectativa da autora de finalização do contrato e
estimulou a realização de despesas para a regularização do
imóvel. Composição de interesses negativos, consistentes
nos danos que sofreu a autora com a frustração do
negócio na fase de puntuação. Sentença de procedência.
Recurso improvido” (TJSP, Apelação 0134186-53.2006.8.26.0000,
Acórdão 5408504, Jacareí, 4.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des.
Francisco Loureiro, j. 15.09.2011, DJESP 30.09.2011).
c) Fase de proposta, policitação ou oblação
• Proposta, oferta, policitação ou oblação “é uma declaração
receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quempretende celebrar um contrato), por força da qual a primeira
manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra
parte aceitar”.
• Trata-se de uma declaração unilateral de vontade receptícia, ou
seja, só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte.
• A proposta deve conter todos os elementos essenciais do negócio
proposto:
– Preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento, etc.
– Deve ser séria e consciente, pois vincula o proponente, sob pena de
responsabilização pelas perdas.
– Deve ser clara, completa e inequívoca, há de ser formulada em
linguagem simples, compreensível ao oblato, representando a vontade
inquestionável do proponente.
Os 2 polos de uma proposta contratual são denominados : 
• 1) policitante, proponente ou solicitante
– aquele que formula a proposta
• 2) policitado, oblato ou solicitado
– aquele que recebe a proposta
– Caso a proposta seja aceita, este torna-se
aceitante, o que gera o aperfeiçoamento do
contrato.
...proposta...
• 1. se contiver cláusula expressa a respeito:
– “proposta sujeita a confirmação”; “não vale como
proposta”;
• 2. natureza do negócio:
– Propostas abertas ao público são limitadas ao estoque;
• 3. circunstâncias do caso: elencadas no art. 428, CC.
...proposta...
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o
contrário não resultar dos termos dela, da natureza do
negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428, CC 
= excludentes de obrigatoriedade da proposta
• Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente
aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por
telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta
dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da
outra parte a retratação do proponente.
...proposta...
Art. 429, CC
(desajustado à realidade social contemporânea)
• Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os
requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos.
• Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
• A oferta não perde o caráter de negócio jurídico receptício se for
endereçada a pessoas indeterminadas = oferta aberta ao público:
– Mercadorias expostas em vitrines, feiras, leilões com preço à mostra...
• O art. 30, CDC, tutela de forma mais abrangente a oferta feita ao público.
• Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que
a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser
celebrado.
...proposta...
• Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao
aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
– Reafirma a boa-fé: dever de informar o recebimento da proposta.
• Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou
modificações, importará nova proposta.
– Trata-se da contraproposta.
• Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o
contrato, não chegando a tempo a recusa.
– Aceitação tácita ou silêncio eloquente (contraria as regras do art. 111, CC –
“quem cala consente”)
• Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela
chegar ao proponente a retratação do aceitante.
– A lei permite a retratação da aceitação, antes que o aceitante tome
providências para a conclusão do contrato.
MOMENTO DA ACEITAÇÃO DA PROPOSTA
...proposta...
Formação do contrato 
entre ausentes e entre presentes
• Entre ausentes (inter absentes)
– Por correspondência - carta, telegrama, fax, e-mail...ou enviada
por intermediário (motoboy)
• Teoria da cognição ou da informação =
– o contrato se aperfeiçoa a partir do momento em que o
policitante se inteira do teor da aceitação do oblato (art. 434,
caput, do CC).
• Teoria da declaração ou da agnição é subdividida em :
– A) da declaração
– B) da expedição
– C) da recepção
...recepção da proposta...
• Teoria da declaração ou da agnição é subdividida em :
• A) da declaração
– O instante da conclusão coincide com o da redação da
correspondência;
– Inconcebível pois o aceitante pode destruir a mensagem sem remetê-
la.
• B) da expedição
– Não basta a redação da resposta, mas que tenha sido expedida pelo
oblato;
– A mais aceitável, pois evita o arbítrio dos contraentes, afastando
dúvidas de natureza probatória.
– O art. 434, CC expressamente acolhe esta subteoria.
• C) da recepção
– Além de exigir que a escrita tenha sido expedida, a resposta deve ter
sido entregue e lida pelo destinatário.
– O Código Civil adota, em regra, esta subteoria.
...proposta...
• Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos
desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar
resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
• Enunciado 173, III Jornada de Direito Civil/2004:
– “A formação dos contratos realizados entre pessoas ausentes,
por meio eletrônico, completa-se com a recepção da aceitação
pelo proponente”.
...proposta......recepção da proposta...
FORMAÇÃO DO CONTRATO PELO 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Lei 8.078/1990
• Diferentemente do CC, o CDC não faz menção sobre o
momento da formação do contrato de consumo.
• Se necessário, busca-se subsídio nas regras comuns de
Direito Privado, havendo dúvida quanto à constituição da
obrigação de natureza consumerista.
– sem prejuízo de outros regramentos também aplicáveis à fase
pré-negocial, ou seja, às tratativas iniciais para a formação do
pacto.
– Diálogo de complementariedade
Da Oferta no CDC – arts 30 a 35
• Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.
• O princípio da boa-fé objetiva e a conduta proba também deve
estar presente na fase pré-contratual do contrato de consumo.
– Qualquer oferta feita ao consumidor, seja por qual meio de
divulgação for (out-door, rádio, TV, vitrine, divulgação por
microfone...) vincula o ofertante ao seu cumprimento da forma
como foi ofertado.
• EMENTA - Direito do Consumidor. Recurso especial. Vício do produto. Automóveis seminovos. Publicidade
que garantia a qualidade do produto. Responsabilidade objetiva. Uso da marca. Legítima expectativa do
consumidor. Matéria fático-probatória. Súm. n. 7-STJ.1. O Código do Consumidor é norteado
principalmente pelo reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor e pela necessidade de que o
Estado atue no mercado para minimizar essa hipossuficiência, garantindo, assim, a igualdade material
entre as partes. Sendo assim, no tocante à oferta, estabelece serem direitos básicos do consumidor o de
ter a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços (CDC, art. 6º, III) e o de receber
proteção contra a publicidade enganosa ou abusiva (CDC, art. 6º, IV ). 2. É bem verdade que,
paralelamente ao dever de informação, se tem a faculdade do fornecedor de anunciar seu produto ou
serviço, sendo certo que, se o fizer, a publicidade deve refletir fielmente a realidade anunciada, em
observância à principiologia do CDC. Realmente, o princípio da vinculação da oferta reflete a imposição da
transparência e da boa-fé nos métodos comerciais, na publicidade e nos contratos, de forma que esta
exsurge como princípio máximoorientador, nos termos do art. 30. 3. Na hipótese, inequívoco o caráter
vinculativo da oferta, integrando o contrato, de modo que o fornecedor de produtos ou serviços se
responsabiliza também pelas expectativas que a publicidade venha a despertar no consumidor, mormente
quando veicula informação de produto ou serviço com a chancela de determinada marca, sendo a
materialização do princípio da boa-fé objetiva, exigindo do anunciante os deveres anexos de lealdade,
confiança, cooperação, proteção e informação, sob pena de responsabilidade.4. A responsabilidade civil
da fabricante decorre, no caso concreto, de pelo menos duas circunstâncias: a) da premissa fática
incontornável adotada pelo acórdão de que os mencionados produtos e serviços ofertados eram
avalizados pela montadora através da mensagem publicitária veiculada; b) e também, de um modo geral,
da percepção de benefícios econômicos com as práticas comerciais da concessionária, sobretudo ao
permitir a utilização consentida de sua marca na oferta de veículos usados e revisados com a excelência da
GM. Recurso improvido. STJ - RECURSO ESPECIAL N. 1.365.609-SP (2011/0105689-3), 4ª Turma, Ministro
Relator Luis Felipe Salomão, Data de julgamento: 28/04/2015.
...da oferta no CDC...
Cumprimento da 
oferta no CDC
Art. 35
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou
serviços recusar cumprimento à oferta,
apresentação ou publicidade, o
consumidor poderá, alternativamente e à
sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da
obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de
serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e
a perdas e danos
• Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
características, qualidades, quantidade, composição, preço,
garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados,
bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e
segurança dos consumidores.
• Parágrafo único. As informações de que trata este artigo,
nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão
gravadas de forma indelével.
...da oferta no CDC...
A publicidade como oferta de 
produtos e serviços 
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que
o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como
tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para
informação dos legítimos interessados, os dados fáticos,
técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
...da oferta no CDC...
Publicidade enganosa 
e abusiva é entendida 
como oferta e punida
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou
abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo,
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço
e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade
discriminatória de qualquer natureza, a que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, se
aproveite da deficiência de julgamento e experiência
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é
enganosa por omissão quando deixar de informar
sobre dado essencial do produto ou serviço.
...da oferta no CDC...
• 0292630-30.2016.8.19.0001- APELAÇÃO – TJRJ - 1ª Ementa Des(a). EDSON AGUIAR DE
VASCONCELOS - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
FORNECEDOR - PRODUTO DENOMINADO KIT DIGITAL PARA ACESSO AO PROFESSOR ON
LINE – PROPAGANDAENGANOSA E DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - DEFICIÊNCIA
NO DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÃO CORRETA, CLARA E PRECISA SOBRE O OBJETO
DA CONTRATAÇÃO - VIOLAÇÃO DA BOA-FÉ OBJETIVA NA FASE DE FORMAÇÃO DO
CONTRATO - EXPECTATIVA DA CONSUMIDORA FRUSTRADA PELA ATUAÇÃO DESLEAL DA
RÉ –I NSCRIÇÃO DO NOME DA AUTORA EM CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO -
DANO MORAL CONFIGURADO - Quebra da expectativa da autora, que aderiu ao
contrato com o réu, com o objetivo de obter material on line de apoio e reforço aos
estudos de seu filho, e descobriu, posteriormente, que foram lançados débitos não
autorizados em seu cartão de crédito. Apontamento do nome da autora em cadastro de
inadimplentes. A inversão do ônus prova na modalidade ope legis prescinde de
determinação judicial nesse sentido, eis que a Lei nº 8.078/90 adotou a teoria do risco
do empreendimento, invertendo o ônus da prova em favor do consumidor. O quadro
fático revela o descumprimento dos princípios da transparência máxima, da
vulnerabilidade do consumidor, e da função social e boa-fé objetiva dos contratos,
dando azo à rescisão contratual. Informação defeituosa. Prática abusiva que impede o
consentimento consciente do vulnerável, afastando a liberdade de escolha do
consumidor. O réu não apresentou qualquer prova de que, no ato da contratação, tenha
prestado adequadamente as informações ao consumidor, ônus este que lhe incumbia.
Provimento ao recurso. Íntegra do Acórdão-Data de Julgamento: 06/06/2018 .
...da oferta no CDC...
• Art. 48. As declarações de vontade constantes
de escritos particulares, recibos e pré-contratos
relativos às relações de consumo vinculam o
fornecedor, ensejando inclusive execução
específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
...da oferta no CDC...
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por
elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado
prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa.
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente,
poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão,
remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade
nociva, além de requisição de força policial.
...cumprimento da oferta no CDC...
Direito ao 
arrependimento
Art. 49, CDC
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou
serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente
por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de
arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente
pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão
devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Outros artigos do CDC, 
de conhecimento obrigatório
• Art. 39
– Vedação das práticas
abusivas por parte do
fornecedor
• Art. 51
– Rol exemplificativo de
cláusulas abusivas
• Art. 52
– Dever de informação ao
consumidor de crédito
bancário
FORMAÇÃO DO CONTRATO ELETRÔNICO
(INTERNET)
• Direito Digital ou Eletrônico ainda está em vias de formação.
– Na ausência de Lei Especial, aplica-se o CC + CDC = Diálogo das Fontes.
– Medida Provisória 2.200/2001 institui a Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira – ICP-Brasil
•“O Direito Digital consiste na evolução do próprio Direito,
abrangendo todos os princípios fundamentais e institutos que
estão vigentes e são aplicados até hoje, assim como introduzindo
novos institutos e elementos para o pensamento jurídico, em
todas as suas áreas”.
• Características desse “novo Direito”:
– a celeridade, o dinamismo, a autorregulamentação, a existência de
poucas leis, uma base legal na prática costumeira, o uso da analogia e
a busca da solução por meio da arbitragem...
...contrato eletrônico...
O contrato pela internet ocorre
entre ausentes ou entre presentes?
• Uma primeira corrente defende que contrato via e-mail constitui
contrato entre ausentes, tendo em vista que, tal como ocorre nas
cartas, há uma diferença de tempo entre os contatos das partes.
• Numa outra linha de raciocínio :
– o art. 428, I, CC, segunda parte informa que ‘Considera-se também
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de
comunicação semelhante’.
– A internet convencional é meio de comunicação semelhante ao
telefone, já que a informação é enviada via linha.
– Logo, o contrato que se formaliza nessa modalidade é entre presentes
(inter praesentes).
• Assim, quando o policitante e o oblato estiverem conectados em
tempo real, como ocorre nos chats de bate-papo, ou ainda nos
sítios especializados em comércio eletrônico, em que a resposta é
imediata, estaremos diante de um contrato entre presentes.
– Raras serão as situações em que as partes não estarão em
comunicação em tempo real, muito mais rápida até que o telefone,
mesmo porque geralmente as pessoas permanecem grande parte do
tempo on-line.
...contrato eletrônico...
• Em conclusão, é correto afirmar que via de regra, o
contrato eletrônico deve ser considerado entre
presentes.
– somente excepcionalmente o contrato eletrônico ocorrerá
na modalidade entre ausentes.
• Enunciado n. 173, CJF/STJ - III Jornada de Direito Civil
– “A formação dos contratos realizados entre pessoas
ausentes por meio eletrônico, completa-se com a
recepção da aceitação pelo proponente”.
...contrato eletrônico...
d) Fase de contrato preliminar
Arts 462 a 466, CC 
• O pactum de contrahendo é novidade inserida na atual
codificação civil.
• O contrato preliminar é fase dispensável numa negociação
= não é obrigatória
– Porém, se as partes optarem pela fase preliminar, esse contrato
deve conter todos os requisitos do contrato final.
– Em regra, o contrato preliminar é celebrado em compra e venda
de imóvel para dar mais segurança às partes.
• Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma,
deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a
ser celebrado.
• “Contrato. Tratativas. Culpa in contrahendo. Responsabilidade da
empresa alimentícia, industrializadora de tomates, que distribui
sementes, no tempo do plantio, e então manifesta a intenção de
adquirir o produto, mas depois resolve, por sua conveniência, não
mais industrializá-lo naquele ano, assim causando o prejuízo do
agricultor, que sofre a frustração da expectativa da venda da safra,
uma vez que o produto ficou sem possibilidade de colocação.
Decorre do princípio da boa-fé objetiva, aceito pelo ordenamento,
o dever de lealdade durante as tratativas e a consequente
responsabilidade da parte que, depois de suscitar na outra a justa
expectativa de celebração de certo negócio, volta atrás e desiste de
consumar a avença”. (RJTJRJ, 154/378) – STJ Resp 1.051.065-AM, 3ª
T., rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 21-2-2013.
...contrato preliminar...
ACÓRDÃO 
2 tipos de contrato preliminar ou 
compromisso de contrato
• A) Compromisso unilateral de contrato ou contrato de
opção:
– as duas partes assinam o instrumento, mas somente uma das
partes assume um dever, uma obrigação de fazer o contrato
definitivo.
– Ex: Contrato de leasing ou arrendamento mercantil
• Art. 466, Código Civil:
• “Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob
pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se
no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for
razoavelmente assinado pelo devedor”.
...contrato preliminar...
• B) Compromisso bilateral de contrato :
– as duas partes assinam o instrumento e, ao mesmo tempo, assumem
a obrigação de celebrar o contrato definitivo.
– O compromisso bilateral pode ter como objeto bens móveis ou
imóveis.
– Para gerar os efeitos constantes no atual Código Civil, no contrato
preliminar não poderá constar cláusula de arrependimento, conforme
prevê o art. 463, CC.
• Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do
disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste
cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de
exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para
que o efetive.
• Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao
registro competente. ...
...contrato preliminar - espécies...
Interpretação do art. 463, CC
• Enunciado n. 30 do Conselho da Justiça Federal/I Jornada
de Direito Civil/2002:
– “A disposição do parágrafo único do art. 463 do novo Código
Civil deve ser interpretada como fator de eficácia perante
terceiros”.
– O verbo “dever” merece ser interpretado como “poder”.
– Se o contrato não for registrado, haverá compromisso bilateral
de contrato, gerando uma obrigação de fazer e efeitos
obrigacionais inter partes;
– Se houver o registro, haverá direito real de aquisição do
promitente comprador, gerando obrigação de dar e efeitos
reais erga omnes = compromisso irretratável de compra e
venda registrado na matrícula.
• ação de adjudicação compulsória
...contrato preliminar ...
Contrato com pessoa a declarar
(cláusula pro amico eligendo)
Arts. 467 a 471, CC
• Outra novidade do CC 2002, com grande aplicação aos pré-
contratos, principalmente quando envolverem compra e venda de
imóveis.
• Possibilita que momento da conclusão do contrato, uma das partes
possa reservar-se a faculdade de indicar outra pessoa que adquirirá
os direitos e assumirá as obrigações decorrentes do negócio.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo
de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido
estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se
não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o
contrato.
...contrato preliminar ...
e) Fase de contrato definitivo ou de 
conclusão do contrato
• O encontro de vontades originário da liberdade contratual ou autonomia privada
ocorre nessa fase.
• A partir de então, o contrato estará aperfeiçoado, gerando todas as suas
consequências como, por exemplo, aquelas advindas da responsabilidade civil
contratual.
• A responsabilidade civil contratual está estabelecida nos arts. 389 a 391, CC, que
tratam do inadimplemento contratual.
• A boa-fé objetiva, com todos os seus deveres anexos, também deve ser aplicada
a essa fase, bem como à fase pós-contratual.
• Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em
que foi proposto.
– O contrato será celebrado no lugar em que foi proposto, qual
seja, no local onde foi oferecida a contraproposta.
– Para os contratos internacionais, em que os contraentes
residem em países diferentes, prevalece a regra do art. 9º, § 2°,
LINDB : o local do contrato é o de residência do proponente.
– As partes podem, ainda, eleger o foro de eleição que lhes for
conveniente.
CONCLUSÃO DO CONTRATO

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