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16 Procedimentos de Jusrisdição Voluntária

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16. PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Divórcio e Separação Consensuais e 
Extinção Consensual de União Estável
Arts. 731 a 734 CPC
- São processados em juízo sem a existência de litígio entre os interessados.
Natureza Jurídica
- São negócios jurídicos bilaterais entre cônjuges e companheiros
- A intervenção do juiz é apenas administrativa e tem efeito integrativo, pois por meio dele o negócio entre os interessados adquire eficácia
Requisitos
- Consenso entre os cônjuges (por óbvio)
- O 1574 CC exigia matrimônio há mais de um ano
- Com a EC 66/2010 o divórcio consensual dispensa qualquer estágio prévio
Legitimação
- Petição assinada por ambos os cônjuges (731 CPC)
- Aplica-se à união estável (732 CPC) incluindo homoafetivas. Portanto, será requerida por ambos os companheiros.
Competência
- Art. 53, I, CPC
Competência relativa
Petição Inicial
	Requisitos
A petição inicial deve ser assinada pelos cônjuges e por seus advogados.
Além disso, deve observar o disposto no art. 731 CPC:
- a descrição dos bens comuns e a forma como são partilhados (inc. I);
- as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges (inc. II);
- o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas (inc. III);
- valor da contribuição pra criar e educar os filhos (inc. IV).
- Deve ainda ser instruída com a certidão de casamento e cópia do pacto antenupcial, se houver.
- Também a indicação do nome que a mulher adotará após o divórcio (Lei 6.515, art. 17, § 2º).
Bens do Casal
- Exige-se a descrição e a partilha. A falta de acordo sobre a partilha não é empecilho para a homologação (731, p. único CPC)
- Pode ser feita posteriormente nos termos dos arts. 647 a 658 CPC
Filhos incapazes
- Ambos os cônjuges ou companheiros detêm o pátrio poder.
- A alimentação dos filhos menores é dever conjunto dos pais
Pensão alimentícia entre cônjuges e companheiros
- o CPC de 73 (art. 1.121) falava do marido à mulher
- pode haver dispensa do pensionamento
Procedimento
- o juiz verificará o pedido consensual e estando em ordem homologará
- a sentença é averbada à margem do assento de casamento no Registro Civil. Se houver bens imóveis, também no CRI.
É título executivo judicial (515, I e IV)
Reconciliação
- na separação é possível a reconciliação.
- Basta requerer ao juiz (Lei 6.515, art. 46), pois não põe fim ao vínculo matrimonial.
- Só é possível enquanto não ocorrer a conversão em divórcio
Separação, Divórcio e Extinção da União Estável
por via administrativa
- Art. 733 CPC
- Desde que ao haja nascituro ou filhos incapazes.
- É feito por escritura pública em cartório de notas.
- Não depende de homologação (733, § 1º)
- Deve ter a assinatura de advogado (733, § 2º)
	- Requisitos da escritura pública:
- inexistência de nascituro ou filhos incapazes;
- inclusão de disposições relativas:
- à descrição e partilha dos bens comuns;
- à pensão alimentícia que um cônjuge eventualmente prestará ao outro;
- retomada ou não do nome de solteiro;
- assistência de advogado, sob pena de nulidade.
Resolução 35 (24.04.2007) do CNJ
- Livre escolha do Tabelião (não se aplicam as regras de competência do CPC);
- quando as partes não tiverem condições econômicas para contratar advogado, o tabelião recomendará a defensoria pública ou a OAB, na sua falta. (art. 9º, da Resolução 35);
- retificação por escritura pública (arts. 44 e 45, da Res. 35)
- é possível por procurador constituído por instrumento público com poderes específicos e prazo de validade de 30 dias (art. 35, da Res.)
- o tabelião pode recusar a lavratura se houver fundados indícios de prejuízo a um dos cônjuges (art. 46 da Res.)
Execução do Acordo de Separação, Divórcio, ou Extinção de União Estável por Escritura Pública
- título executivo judicial quando for acordo homologado
- se for escritura pública, título executivo extrajudicial Art. 784, II
Alteração do Regime de Bens
Art. 734 CPC
Requisitos – 734
	- assinatura
- razões
- intimação do MP e deve aguardar 30 dias do edital para decidir por sentença
INTERDIÇÃO
Arts. 747 a 758 CPC
Sistema assistencial das pessoas que não podem, por si mesmas, reger e administrar seus bens:
- poder familiar – os menores sob direção e autoridade dos pais;
- tutela – concedida aos órfãos e aqueles cujos pais foram destituídos do poder familiar;
- curatela – incidente sobre aqueles que “por motivo de ordem patológica ou acidental, congênita ou adquirida, não estão em condições de dirigir a sua pessoa ou administrar os seus bens, mesmo sendo maiores de idade.” (Caio Mário)
A ação de interdição “é a demanda pela qual se pretende a decretação da perda ou da restrição da capacidade de uma pessoa natural para a prática de atos da vida civil, constituindo o estado jurídico de interdito – sujeição da pessoa à curatela”
Pressuposto fático – é a incapacidade
Pressuposto jurídico – decisão judicial
A matéria está toda tratada no CPC.
Os artigos do CC (1768 a 1773) que tratavam da curatela aos interditos foram revogados pelo CPC.
- 1767 do CC I a V, que define as pessoas sujeitas à curatela permanece, mas alterado pela Lei 13.146/2015 (Inclusão da pessoa com deficiência) que revogou os incisos II e IV.
- 1768 do CC revogado pelo CPC, mas alterado pela 13.146, art. 114, para incluir a própria pessoa como legitimada.
- também deu nova redação aos arts. 1771 e 1772 CC
Procedimento
É ação constitutiva, pois visa à criação do regime de interdito.
Competência
Regra geral do CPC. Domicílio do interditando.
É relativa.
Legitimidade
Passiva – 1767 CC
- pessoas que, por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade (I);
- os ébrios habituais e os viciados em tóxicos (III);
- os pródigos (V).
Ativa – 747 CPC
I – cônjuge ou companheiro
II – parentes ou tutores
III – representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
IV – o Ministério Público
O Art. 1768, com a redação da Lei 13.146/2015 prevê ainda como legitimado a própria pessoa. Autointerdição.
Petição Inicial
- prova de que o requerente se acha legitimado (747, p. único)
- os fatos que revelam a incapacidade (749)
- os limites que devem ser dados pela curatela (1772 CC com as alterações da 13.146/15 – Estatuto da Pessoa com Deficiência
- o momento em que a incapacidade se revelou (749)
- juntar laudo médico (750 CC)
- se for o caso, justificar a urgência (749, p. único e 87 Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Procedimento
Entrevista – 751
 - Não cabe citação pelo correio
Impugnação – 752
- Prazo – 15 dias
- Pode alegar em preliminar incompetência do juízo, suspeição e impedimento do juiz
Provas - 753
- Perícia Médica – exame psiquiátrico é essencial (doutrina)
- segue o procedimento comum da prova pericial (464 a 480 CPC)
- Pode ser multidisciplinar
- O laudo deve especificar os atos para curatela (753, § 2º)
- depois do laudo, outras provas (754)
Sentença
- Conteúdo – razões e motivações para a curatela (13.146/15, art. 85, §§ 2º e 3º)
- 755 – Nomeará o curador (I); fixará os limites que o interdito (I e II) poderá praticar (§ 3º, in fine)
- Os efeitos são imediatos. Apelação não tem efeito suspensivo. (CPC 1012, § 1º, VI, e 755, § 3º)
- nomeação do curador e assunção da curatela
- inscrição da sentença no registro civil
- publicação de editais
- Com a sentença o interditando só pode praticar atos por meio de seu curador. Sem a representação, são absolutamente nulos. (166, I CC)
- A sentença não retroage. Os atos anteriores são anuláveis.
Levantamento da interdição
756 CPC
Remoção do curador
761 CPC
DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E À CURATELA
759 a 763 CPC
- compromisso – 759
- recusa – 760 hipóteses – 1736/1737 CC
		Julgamento de plano pelo juiz
- remoção – 761 a 763
O pedido é apenso ao processo. Fundamento 1735 e 1766 CC. Pode haver outras causas.

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