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Atividade 3 ES CIVIL

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
QUINZINHO MACHADO DE ASSIS, (nacionalidade), casado, agricultor, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº XXXX, e-mail XXX, junto a CAROLINA MACHADO DE ASSIS (nacionalidade), casada, (profissão), inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº XXX, e-mail XXX, ambos residentes e domiciliados na rua XXX, sem número, Bairro Quincas Borba, zona rural do Rio de Janeiro/RJ, por meio de seu advogado regularmente constituído, cuja qualificação e indicação do escritório constam na procuração anexa, a qual aponta o endereço para receber notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no inciso V do art. 1.015 do CPC, interpor 
AGRAVO DE INSTRUMENTO
contra decisão interlocutória que negou o pedido de concessão dos benefícios da justiça gratuita do ora agravante, proferida pelo juízo da 3ª Vara de Registros Públicos da Comarca do Rio de Janeiro, nos autos da Ação de Usucapião Especial Rural, distribuído sob o nº XXXX, em que pugna pela declaração da concessão do domínio útil de imóvel localizado no Bairro Quincas Borba, s/n, zona rural da cidade do Rio de Janeiro/RJ, pelas razões abaixo aduzidas. 
O agravante deixa de efetuar o preparo relativo ao presente Agravo, requerendo neste ato a concessão da gratuidade de justiça. Neste ato de interposição, o agravante faz a juntada da documentação obrigatória constante do inciso I do art. 1.017 do Código de Processo Civil, requerendo que o presente recurso seja recebido e distribuído, sendo-lhe atribuído efeito suspensivo e, ao final, seja a decisão do juízo a quo reformada, deferindo ao agravante os benefícios da justiça gratuita, previstos no art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil. 
Nestes termos, pugna pelo deferimento. 
Rio de Janeiro, dia, mês e ano. 
Assinatura do advogado
RAZÕES DE AGRAVO
 Processo nº ... 
Origem: 3ª Vara de Registros Públicos da Comarca do Rio de Janeiro/RJ 
Agravante: QUINZINHO MACHADO DE ASSIS e GABRIELA 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
COLENDA CÂMARA 
 
A respeitável decisão interlocutória agravada merece integral reforma, posto que proferida em franco confronto com que determina o inciso LXXIV do art. 5º da Carta Magna e o art. 98 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15). 
Nos termos em que foi proferida, a r. Decisão Interlocutória consubstanciará para o agravante uma situação de flagrante e inaceitável injustiça, se não for de imediato objeto de reforma.
DOS FATOS
 Trata-se de ação de usucapião rural movida pelos Agravantes em face da Agravada.
 Os agravantes possuem o imóvel, localizado na Estrada do Morro do Cavalo, n⁰ Bairro Guaratiba, Rio de Janeiro/RJ, desde o dia 10 de fevereiro de 2006, totalizando o prazo de posse de 15 (quinze) anos.
 O referido imóvel é localizado na zona rural e tem a extensão de 2 (dois) hectares, e de propriedade de Quinzinho Machado de Assis e sua esposa Carolina Machado de Assis.
 Os agravantes nunca sofreram qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, sem oposição e ininterrupta durante esses 15 (quinze) anos.
 Os agravantes deste imóvel que agiram como se fossem os próprios donos, tendo fixado moradia nele e de sua família, bem como tornando a terra produtiva, mediante o trabalho dos que ali residem. Nunca tendo aparecido qualquer pessoa a reclamar a propriedade do referido imóvel, até o presente momento. As despesas como água, luz, IPTU e despesas pessoais, e despesas de mantimentos, todos esses custos são pagos mensalmente pelos agravantes desde o início da posse.
 Os agravantes não são proprietários de outros imóveis, sejam eles rurais ou urbanos.
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
 Os agravantes propuseram ação de usucapião rural, requerendo o pedido de concessão da gratuidade dos benefícios da gratuidade da justiça, por não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais, o que fez por meio de declaração de hipossuficiência de recursos anexo nos autos.
 Mesmo diante da declaração expressa de que não tem condições de pagar as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e/ou família requerendo assim como mencionado na petição inicial, a concessão da justiça gratuita, conforme previsto no art. 1⁰ da Lei 7.115.83, Art. 98, do NCPC e art. 5⁰, LXXIV da CF, bem como nos termos da declaração de hipossuficiência que foi assinada e juntada nos autos. O pedido indeferido merece reforma a decisão do juiz “a quo”, haja vista que para concessão do benéfico da gratuidade não é necessário caráter de miseravilidade dos agravantes, pois a simples afirmação dos mesmos no sentido de que não está em condições de pagar às custas do processo sem prejuízo ao seu sustento e de sua família já é o suficiente nos termos do art. 4⁰ da lei 10.060/50.
 O juízo de piso recusou a declaração de hipossuficiência juntada aos autos, sob argumento de que o agravante deveria trazer aos autos, como prova de baixa renda, o que comprovaria sua baixa renda, e sob o argumento para indeferimento do benefício da gratuidade de justiça é o fato de estar acompanhado de advogado particular.
 Quanto aos argumentos , a lei não recepciona tal hipótese, o art. 4⁰ da Lei 1.510/86, prevê:
“ A parte gostará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicia, de que não está em condições de pagar às custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.
 Desta forma, é nos termos da lei “mediante simples afirmação, na própria petição inicial” dá o direito ao honorários dos benefícios da justiça gratuita.
 Sobre o fato de os agravantes estarem acompanhados de advogado particular. Ressalta-se, que o advogado dos agravantes é pro bono, ou seja, só receberá se houver êxito na ação . Implica afirmar que, não é o fato de estar acompanhado de advogado que configura que tem condições de arcar com as custas processuais.
 Portanto, é importante ressaltar que o indeferimento do benefício da justiça gratuita é um óbice ao acesso à justiça. Pois, pelo fato de estar acompanhado por seu advogado pro bono, se a causa para indeferimento da justiça gratuita são barreiras que dificultam claramente esse acesso têm-se assim a violação dos preceitos constitucionais, nos termos do art. 5⁰, XXXV, da CF.
DOS PEDIDOS
Realizados todos os apontamentos pertinentes em relação à r. decisão atacada, crédulo no aguçado senso de justiça deste Tribunal, requer o agravante: 
a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil, por ser o agravante pobre da acepção jurídica do termo, não tendo condições de efetuar o preparo do presente Agravo sem prejuízo de seu próprio sustento. 
b) A reforma da decisão no que tange à negativa de concessão dos benefícios da justiça gratuita, posto que foram reunidas todas as condições necessárias. 
Nestes termos, pugna pelo deferimento. 
Rio de Janeiro, dia, mês e ano. 
Assinatura do advogado

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