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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Geociências Departamento de Mineralogia e Petrologia Professores: Amanda Goulart Rodrigues e Elírio Ernestino Toldo Júnior 2020/1 Caderno de Exercícios GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais Prezado aluno(a), Você está recebendo um caderno de exercícios elaborado especialmente para que possamos treinar e aplicar conceitos e conteúdos sobre Sedimentologia e Sistemas Deposicionais que aprenderemos durante o semestre. Temos como objetivos: 1) Estudar a produção da carga de sedimentos, suas propriedades texturais e estruturais. 2) Analisar os processos sedimentares (erosão/transporte/deposição) e formas resultantes, visando à compreensão dos parâmetros físicos que sustentam os sistemas ambientais atuais (meio físico). 3) Analisar as fácies, associações de fácies e sucessões estratigráficas resultantes, visando o seu reconhecimento no registro geológico e a consequente compreensão dos sistemas deposicionais e da paleogeografia. Para atingir os objetivos elencados, os exercícios estão organizados em 3 grandes áreas: (1) Introdução ao Estudo dos Ambientes de Sedimentação & Propriedades Texturais e Estruturais dos Sedimentos; (2) Sistemas Deposicionais Continentais; e (3) Sistemas Deposicionais Costeiros e Marinhos. Qualquer dúvida, estaremos a disposição para atendê-los nos seguintes e-mails: goulart.rodrigues@ufrgs.br, toldo@ufrgs.br Desejamos um ótimo semestre a todos! mailto:toldo@ufrgs.br GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 3 Sumário ÁREA 1 ................................................................................................................................. 4 Exercício 1: Ciclo Sedimentar .......................................................................................... 5 Exercício 2: Produção de Sedimentos (carga sólida e carga iônica) ............................... 6 Exercício 3: Depocentros (bacias sedimentares) ............................................................. 8 Exercício 4: Análise das propriedades granulométricas dos sedimentos .......................10 Exercício 5: Formas de Fundo ........................................................................................12 Exercício 6: Introdução ao estudo dos ambientes de sedimentação ..............................13 ÁREA 2 ................................................................................................................................14 Exercício 7: Estruturas Sedimentares Primárias .............................................................15 Exercício 8: Sistemas Eólico e Desértico ........................................................................21 Exercício 9: Sistema Deposicional Glacial ......................................................................23 Exercício 10: Sistema Deposicional Aluvial e Fluvial ......................................................25 Exercício 11: Sistemas Deposicionais Continentais .......................................................27 ÁREA 3 ................................................................................................................................29 Exercício 12: Sistema Deposicional Deltaico ..................................................................30 Exercício 13 Paleogeografia e migração de delta ...........................................................32 Exercício 14: Sistemas Costeiros Dominados por Marés ...............................................40 Exercício 15: Sistemas Costeiros Dominados por Ondas ...............................................43 Exercício 16: Plataformas carbonáticas ..........................................................................44 Exercício 17: Plataformas carbonáticas ..........................................................................45 Exercício 18: Sistemas Deposicionais ............................................................................46 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 4 ÁREA 1 Introdução ao Estudo dos Ambientes de Sedimentação Ciclo Sedimentar: Produção de Sedimentos Propriedades Texturais e Estruturais Praia Çayeli (Rize, Turquia). Fonte: Pixabay GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 5 Exercício 1: Ciclo Sedimentar 1) O Ciclo Sedimentar compreende a menor parte do Ciclo Geológico (escala temporal do processo), e envolve todos os processos químicos, físicos e biológicos, com destaque para a rápida transformação dos minerais instáveis. Estes minerais são os principais constituintes das rochas, tanto na crosta continental, quanto oceânica. A instabilidade é tanto física (resistência a abrasão), quanto química (decomposição por hidrólise). Responder as seguintes questões: a) Agrupar os minerais ou grupo de minerais instáveis mais abundantes nas rochas formadoras da crosta continental? b) Quais as três principais variáveis controladoras dos processos associados ao intemperismo no ciclo sedimentar, responsáveis pela produção global de sedimentos, tendo como área fonte as rochas formadoras da crosta continental? c) Os minerais instáveis expostos aos processos exógenos são transformados em minerais estáveis na superfície da terra. Qual a composição química geral destes novos minerais? GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 6 Exercício 2: Produção de Sedimentos (carga sólida e carga iônica) Introdução A constituição litológica da crosta terrestre é representada, principalmente, por rochas de origem magmática (95% do volume total da crosta). As rochas intrusivas (granitos e granodioritos), estão localizadas nas áreas continentais e os minerais mais frequentes são os feldspatos, anfibólios e piroxênios, os quais apresentam baixa estabilidade química e pouca resistência física, seguidos pelo quartzo, com boa estabilidade química e resistência física em todas etapas do ciclo sedimentar (intemperismo, transporte e deposição). Os processos de erosão, transporte e deposição de sedimentos (partículas sólidas), ativos através do tempo geológico, desde o resfriamento da Terra e formação da Hidrosfera, tem relação direta no modelamento do relevo do planeta através do desgaste das rochas (erosão) e remoção das partículas (transporte). A soma dos volumes d’água contido em todas as BACIAS DE DRENAGENS terrestres representam menos de 1% da Hidrosfera, entretanto, as áreas drenadas superficialmente através dos rios, associadas ou não aos FLUXOS GRAVITACIONAIS, se constituem no principal modo de transporte dos sedimentos das superfícies continentais para as bacias oceânicas. A descarga sólida (inorgânica e orgânica) em um canal fluvial corresponde a quantidade de sedimentos transportados numa seção transversal do rio, num determinado intervalo de tempo. Sendo que a descarga sólida total é a soma da descarga sólida em suspensão (Css), formada pelas partículas mais leves (argila, siltes). O segundo tipo é a descarga sólida de leito (Csl) ou arraste, que é todo o sedimento transportado junto ao leito do rio, seja por rolamento, deslizamento ou saltação. É formado exclusivamente de material mais pesado (areia, cascalhos) encontrado no fundo. 1) Preencher os campos vazios da Tabela abaixo, sobre a classificação e composição e mineralógicas dos sedimentos (carga sólida total): * ordem decrescente de abundância dos tamanhos de sedimentos, produzidos pelo intemperismo das rochas: (ordenar do tamanho mais abundante, para o tamanho menos abundante) Tamanho de Grão (mm) Classificação (Tipo de Sedimento, Wentworth 1922) Composição mineralógica predominante Ordem decrescente de abundância*2,0 – 4,0 0,062 – 2,0 0,004 – 0,062 (<) 0,004 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 7 2) A carga iônica (átomos ou moléculas) também, é muito importante, por representar os constituintes para formação dos depósitos de sedimentos autigênicos (ex: evaporitos). A partir dos dados apresentados na tabela abaixo, responder: (a) Porque os três primeiros elementos químicos da tabela A não aparecem na tabela B? (b) qual a proveniência do íon Cl presente na água do mar? Tabela A Tabela B Principais elementos químicos na crosta Principais íons na água do mar Si Cl Al Na Fe Mg Ca Ca Na K K F Mg 3) As três bacias de drenagens dos Rios Uruguai (RS = 126.372km²), Jacuí-Guaíba (72.100 km2) e Camaquã (21.657 km²), são as principais no sul do Brasil, conforme mapa abaixo. As três bacias hidrográficas recobrem diferentes superfícies quanto aos tipos de relevos e litologias, constituídas por um complexo de rochas fontes: sedimentares, vulcânicas, plutônicas e metamórficas. A partir de uma sobreposição aproximada das áreas dos Rios Jacuí-Guaíba e Camaquã, responder: (a) quais as duas principais rochas fontes de sedimentos em cada uma destas duas drenagens? (b) qual destas duas bacias produz mais sedimentos em suspensão (carga sólida em suspensão)? GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 8 Exercício 3: Depocentros (bacias sedimentares) Introdução As alterações no estado de tensão da litosfera ou desequilíbrios na distribuição de massa produzem compensações na crosta, as quais resultam em elevações ou subsidências da superfície terrestre. As depressões regionais favorecem a acumulação de espessos pacotes de sedimentos, que podem ali se preservar, principalmente aqueles acumulados abaixo do nível do mar. Os processos de empilhamento dos sedimentos são agrupados em dois tipos: deposição episódica (catastrófica) e deposição continua, e são controlados pela posição do nível base (tendo como referência o nível do mar), que por sua vez é controlado por outras duas variáveis principais: origem tectônica e/ou eustática. Acima do nível base prevalecem as condições de erosão e transporte, e abaixo do nível a deposição. Os depocentros podem ser agrupados em 05 tipos: Bacias Oceânicas, Bacias de Margem Continental Rifteada, Bacias do Sistema Arco-Fossa, Bacias de Faixa de Sutura e Bacias Intracratônicas. As bacias marginais são exemplos de empilhamentos controlados pela evolução tectônica e variação eustática (variação do volume e do nível d’água nas bacias oceânicas), enquanto que nas bacias intracratônicas este controle é exercido preferencialmente pela evolução tectônica e mudanças climáticas (por causa da reduzida comunicação oceânica). A figura a esquerda ilustra a superfície parcial sem a cobertura de sedimentos nas áreas das bacias intracratônicas (Paleozóicas) do Parnaíba e Paraná (Solimões e Amazonas estão situadas a oeste). A figura a direita indica a localização das bacias marginais. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 9 As amostras da superfície de fundo no do curso inferior dos Rios Jacuí e Camaquã indicam as seguintes propriedades texturais dos sedimentos, em valores médios: Rio Jacuí Rio Camaquã Tamanho do Grão areia fina areia média e grossa com cascalho (grânulos) Grau de Seleção elevado baixo Composição Mineralógica areias quartzosas (95%), feldspatos (2%) e minerais pesados (2%) fragmentos de rochas (85%), quartzo (10%), feldspatos (5%) Maturidade Composicional elevado baixo Responder: (a) Qual o processo associado ao intemperismo no ciclo sedimentar atua no controle das diferentes propriedades texturais, entre estas duas bacias hidrográficas? (b) Das três principais bacias de drenagens do estado, em duas se observa o desenvolvimento do delta ou dos depósitos sedimentares deltaicos dos rios Uruguai (Delta do Rio de la Plata) e Camaquã, que tipo de carga de sedimentos é preferencialmente retida nestes ambientes deposicionais? 2) Considere uma sequência de depósitos sedimentares contendo 10 ciclos deposicionais. Cada ciclo é representado por 2 m de espessura de sedimentação episódica e 1 m de espessura de sedimentação contínua, com taxa média de deposição de 5 cm/1000 anos. Qual é a espessura total e o tempo para formação desta sequência sedimentar? 3) A Bacia de Pelotas, bacia marginal situada entre os altos estruturais de Florianópolis, ao norte, e Cabo Polônio – Uruguai, ao sul, representa um importante depocentro de sedimentos na margem continental brasileira, desde a separação continental. Quais os principais tipos de sedimentos acumulados nesta bacia atualmente (sistema de nível de mar alto), quanto ao tamanho e composição? GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 10 Exercício 4: Análise das propriedades granulométricas dos sedimentos Amostra 1 Amostra: 01 Local de Coleta: Praia Oceânica Data: Peso Inicial da Amostra: g Peso Inicial de Grosseiros: g Peso Final de Grosseiros: g Peso Finos (SILTE + ARGILA): g Peso Final da Amostra: g ESCALA MATERIAL FREQUÊNCIA Ф mm gr. Simples Acumulada 0,35 0,2720 0,25 7,6828 0,177 22,7439 0,125 9,5897 0,088 1,8532 0,062 0,0180 1) %Cascalho:___________________ %Areia:______________________ %Silte:_______________________ %Argila:______________________ 2) Classificação:___________________ __________________________________ 3) Moda:_________________________ __________________________________ Mediana (Md):__________________ __________________________________ Tamanho Médio:________________ __________________________________ 4) Desvio Padrão:______________ __________________________________ Assimetria (SK):_____________ __________________________________ Mz ( ) = %16 + %50 + %84 3 ( ) = %84 - %16 + %95 - %5 4 6,6 Sk ( ) = %16 + %84 – 2(%50) + %5 + %95 – 2(%50) 2(%84 - %16) 2(%95 - %5) Análise das propriedades granulométricas dos sedimentos GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 11 Amostra 2 Amostra: 02 Local de Coleta: Canal do Rio Guaíba Data: Peso Inicial da Amostra:g Peso Inicial de Grosseiros: g Peso Final de Grosseiros: g Peso Finos (SILTE + ARGILA): g Peso Final da Amostra: _________________________________________________g g ESCALA MATERIAL FREQUÊNCIA Ф mm gr. Simples Acumulada 0,25 1,3828 0,177 4,9321 0,125 4,0797 0,088 2,3432 0,062 2,4180 0,0313 2,9864 0,0156 2,0345 0,0078 2,9864 0,0039 3,6457 0,0019 4,9086 0,0009 5,4325 0,0004 6,3876 0,0001 3,4012 1) %Cascalho:___________________ %Areia:______________________ %Silte:_______________________ %Argila:______________________ 2) Classificação:__________________ __________________________________ 3) Moda:_________________________ __________________________________ Mediana (Md):__________________ __________________________________ Tamanho Médio:________________ __________________________________ 4) Desvio Padrão:__________________ __________________________________ Assimetria (SK):________________ __________________________________ Mz ( ) = %16 + %50 + %84 3 ( ) = %84 - %16 + %95 - %5 4 6,6 Sk ( ) = %16 + %84 – 2(%50) + %5 + %95 – 2(%50) 2(%84 - %16) 2(%95 - %5) Análise das propriedades granulométricas dos sedimentos GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 12 Exercício 5: Formas de Fundo 1) Considere os seguintes parâmetros de uma forma de fundo: λ = 100 m, η = 8 m, e a partir do Diagrama de Southard & Boguchwal, responda: (a) classifique a forma segundo Ashley (1990), (b) qual a velocidade necessária para geração desta forma sobre um fundo com tamanhos de grão de 0,5 mm (D50). GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 13 Exercício 6: Introdução ao estudo dos ambientes de sedimentação 1. Dada a sucessão vertical de fácies abaixo, marque os limites e nomeie as fácies na coluna FÁCIES, descrevendo as fácies identificadas conforme o exemplo da Fácies “A”. 2. Classifique na coluna Sucessão vertical o tipo de sucessão observado nos intervalos (granocrescente ascendente ou granodecrescente ascendente). GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 14 ÁREA 2 Estruturas Sedimentares Primárias Ambientes de Sedimentação Continentais: Sistema Deposicional Eólico. Sistemas Deposicionais do Ambiente Desértico. Sistema Deposicional Glacial. Sistemas Deposicionais Aluviais. Lagos. Rio Elbrus (Rússia). Fonte: Pixabay Exercícios das áreas 2 e 3 foram previamente elaborados e aplicados pelos professores Dra Karin Goldberg e Dr. Juliano Kuchle. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 15 Exercício 7: Estruturas Sedimentares Primárias Determine o nome das estruturas sedimentares observadas nas imagens abaixo, caso seja possível, indique o respectivo sentido de fluxo e explique como se forma (i.e. o que indica) cada uma dessas estruturas. Estrutura sedimentar Sentido de fluxo Gênese/interpretação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 16 (1) (2) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 17 (3) (4) Foto: John Waldron GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 18 (5) (6) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 19 (7) Foto: Marli Miller (8) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 20 (9) Foto: Claiton Scherer (10) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 21 Exercício 8: Sistemas Eólico e Desértico Com base na descrição das associações de fácies fornecidas na tabela e no perfil colunar abaixo, interprete as associações de fácies A a D: Associação de fácies Descrição Interpretação A Corpos arenosos com geometria tabular de 1 a 4 m de espessura; contato basal côncavo, com conglomerados intraformacionais na base, sobrepostos por arenitos finos a médios, maciços, com laminação horizontal ou de baixo ângulo em ciclos granodecrescentes ascendentes; sets com estratificação cruzada planar ou acanalada, ripples de corrente ocorre de forma subordinada. B Corpos tabulares de arenitos finos a médios, bem selecionados, com estratificação cruzada tangencial e acanalada de grande porte, formando pacotes de 0,5 a 3 m de espessura; estratos lenticulares de fluxo de grãos com 1 a 4 cm de espessura, maciços ou com gradação inversa; localizadamente camadas com dobras convolutas ou maciças. C Corpos tabulares com até 8 m de espessura de arenitos finos a médios, bem selecionados, com laminação horizontal ou estratificação cruzada de baixo ângulo, internamente compostos de ripples eólicas com gradação inversa. D Pacotes de 1 a 4 m de pelitos avermelhados laminados, com ostracodes e fragmentos carbonosos Modificado de Scherer et al. (2007) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 22 Modificado de Scherer et al. (2007) GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 23 Exercício 9: Sistema Deposicional Glacial 1. No bloco diagrama abaixo, desenhe a distribuição espacial dos ambientes e possíveis fácies glaciais, descrevendo-as sucintamente: 2. Construa um perfil colunar esquemático mostrando como ficaria a sucessão vertical de fácies no Ponto X, no caso de uma retrogradação: GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 24 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 25 Exercício 10: Sistema Deposicional Aluvial e Fluvial 1. Desenhe no perfil geológico interpretado o limite entre os elementos arquiteturais identificados, numere-os e identifique-os no quadro A. 2. A partir dos elementos arquiteturais identificados, determine os tipos de canais fluviais (entrelaçado/meandrante) que podem ser identificados e separados no perfil geológico: GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 26 3. Observe o afloramento representado abaixo. Construa um perfil colunar no ponto “X” e identifique os elementos arquiteturais que as litofácies compõem. metros metros Legenda dos códigos de fácies Gt Arenito conglomerático estratificado St Arenito grosso com estratificação cruzada acanalada Sp Arenito médio a grosso com estratificação cruzada planar Sr Arenito fino com marcas onduladas de corrente Fm Argilito/Lamito maciço Extraído de Ghazi & Mountney (2009) X GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 27 Exercício 11: Sistemas Deposicionais Continentais A seguir são descritas as camadas encontradas em um afloramento na Bacia do Recôncavo (BA). As camadas estão descritas na ordem estratigráfica, ou seja, da base para o topo (isto é, a camada 1 é a mais basal). Na folha em anexo, construa a seção colunar deste afloramento, subdividindo e interpretando as fácies (isto é, indicando o processo responsável pela deposição dasmesmas). Com base na distribuição das fácies no perfil, interprete o(s) sistema(s) e sub-sistemas deposicionais. Obs.: Não esqueça de escolher uma escala adequada (sugestão: 1:100, ou seja, 1 cm = 1 m) e de incluir a legenda (pode aproveitar os símbolos sugeridos ou criar seus próprios). GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 28 Camada # Espessura (m) Descrição 1 2 Arenito fino avermelhado, com estratificação plano-paralela em sets de geometria tabular, com grânulos dispersos. 2 1,5 Arenito médio, moderadamente selecionado, com estratificação cruzada tangencial. Na base dos sets, seixos subarredondados a subangulosos de quartzo leitoso e rochas metamórficas. Paleocorrente 150⁰. 3 1,5 Arenito médio, moderadamente selecionado, com estratificação cruzada tangencial. Na base dos sets, seixos subarredondados a subangulosos de quartzo leitoso e rochas metamórficas. 4 0,5 Conglomerado clasto-suportado com seixos até 10 cm, imbricados, de geometria lenticular alongada. Paleocorrente 130⁰. 5 1 Arenito fino, com estratificação plano-paralela em sets de geometria tabular, com grânulos dispersos. 6 0,5 Arenito bimodal (fino e grosso), avermelhado, com estratificação cruzada tangencial de grande porte e gradação inversa. Paleocorrente 310⁰. 7 1 Arenito médio, com base erosiva e intraclastos argilosos na base, gradando para arenito fino, mal selecionado, com estratificação cruzada tangencial incipiente, geometria lenticular. 8 0,5 Arenito fino a médio, mal selecionado, com grânulos e intraclastos argilosos dispersos e estratificação cruzada tangencial. 9 0,5 Arenito fino a médio, mal selecionado, com grânulos e intraclastos argilosos dispersos e estratificação cruzada tangencial. Paleocorrente 160⁰. 10 1 Arenito fino, com estratificação cruzada de baixo ângulo e ripples eólicas, geometria tabular. 11 1 Arenito fino, com estratificação cruzada de baixo ângulo e ripples eólicas, geometria tabular. 12 1 Arenito fino, com estratificação cruzada de baixo ângulo e ripples eólicas, geometria tabular. 13 1,5 Arenito bimodal (muito fino e médio), com gradação inversa interna às lâminas e estratificação cruzada acanalada de grande porte. Paleocorrente 300⁰. 14 0,5 Arenito muito fino, com laminação plano-paralela e ripples eólicas, geometria tabular. 15 1 Arenito fino a médio, com estratificação cruzada acanalada e depósitos de fluxo e queda de grãos. Paleocorrente 330⁰ 16 0,5 Argilito vermelho, com laminação plano-paralela e gretas de contração. 17 1,5 Arenito médio, bem selecionado, com estratificação cruzada tangencial de grande porte. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 29 ÁREA 3 Ambientes de Sedimentação Costeiros: Sistemas Deposicionais Costeiros Dominados pelos Rios (Deltas). Sistemas Deposicionais Costeiros Dominados pelas Marés. Sistemas Deposicionais Costeiros Dominados pelas Ondas. Ambientes de Sedimentação Marinhos: Sistema Deposicional Marinho Raso. Sistema Deposicional Marinho Profundo. Delta do Rio Lena (Rússia). Fonte: Pixabay Exercícios das áreas 2 e 3 foram previamente elaborados e aplicados pelos professores Dra Karin Goldberg e Dr. Juliano Kuchle. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 30 Exercício 12: Sistema Deposicional Deltaico 1. Desenhe o perfil geológico A-B mostrando os três subsistemas que compõem o sistema deltaico da figura abaixo, com suas fácies características; GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 31 2. Desenhe uma sucessão vertical de fácies idealizada no ponto C, compreendendo os três subsistemas, classifique as fácies e delimite os subsistemas, e descreva as fácies identificadas. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 32 Exercício 13 Paleogeografia e migração de delta Esse exercício é uma introdução à construção de mapas paleogeográficos a partir de dados sedimentológicos/estratigráficos. Especificamente, você vai reconstruir um ambiente deltaico hipotético que evolui através do tempo (tempos 1, 2, 3 e 4). Instruções: 1) Você recebeu 4 seções estratigráficas (Seções A a D) com dados faciológicos e medidas de paleocorrentes, e 4 mapas base com a localização das seções medidas. Os períodos de tempo analisados correspondem à deposição das camadas indicadas por t1, t2, t3 e t4. 2) Para cada seção estratigráfica, interprete os subambientes deposicionais (prodelta, frente deltaica e planície deltaica – canais e planície de inundação) usando as litologias, estruturas sedimentares, relações laterais e verticais de fácies e medidas de paleocorrentes. Escreva os subambientes na coluna correspondente. 3) Construa um diagrama de rosetas para as medidas de paleocorrentes (usando as “bússolas” fornecidas) indicando o tipo de estrutura sedimentar utilizada (e.g. superfície de acresção lateral ou estratificação cruzada). Desenhe o vetor resultante na coluna “Paleocorrentes” de cada seção. 4) Usando os subambientes deposicionais interpretados, as paleocorrentes e as marcações de tempo 1, 2, 3 e 4 para correlação, reconstrua a bacia nestes 4 intervalos de tempo. 5) Os mapas paleogeográficos devem ter uma legenda dos símbolos usados para indicar planície de inundação, canais, prodelta etc. e setas indicando o sentido do paleofluxo. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 33 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 34 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 35 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 36 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 37 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 38 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 39 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 40 Exercício 14: Sistemas Costeiros Dominados por Marés O seguinte exercício foi baseado no trabalho de Rossetti, D.F. (1998). Facies architecture and sequential evolution of an incised valley estuarine fill: the Cujupe Formation (Upper Cretaceous to ?Lower Tertiary), São Luís Basin, northern Brazil. Journal of Sedimentary Research 68: 299-310. Considerando o perfil colunar construído pela autora, e a descrição de fácies e associações de fácies abaixo, responda as questões propostas. 3. Observe a descrição de fácies. Quais as ESP (e por quê) sugerem a influência de marés? Fácies Descrição ESP + o que indica Ssg Arenitos sigmoidais com estratos cruzados mergulhando em direções opostas (NE dominante, SW subordinada); sets arenosos separados por camadas mm-cm de argilito (Fig. 1A). Spc Arenitos finos a médios com estratificação cruzada planar ou tangencial, em sets tabulares ou em cunha; pacotes separados por superfícies de reativação e/ou múltiplos drapes de lama (Fig. 1B); paleofluxo para NE. GS Conglomerados intraformacionais com base erosiva, intercalados com lentes de arenitos maciços/deformados. H Litologias heterolíticas (intercalação entre arenitos e argilitos em proporções variáveis), com linsen, wavy e flaser; arenitos com laminação cruzada, indicando paleocorrente predominantemente para NE, embora lâminas mergulhantes na direção oposta também estejam presentes. Smd Arenitos lenticulares maciços e/ou deformados, com dobras convolutas, estrutura prato-pilar, estrutura em chama e escorregamentos. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 41 Figura 1. A) Sets de arenitos sigmoidais separados por camadas argilosas; B) pacotes tabulares ou em cunha separados por superfícies de reativação e/ou múltiplos drapes de lama. 4. Observe como as fácies foram agrupadas pela autora em associações de fácies. Justifique o porquê da interpretação da autora para cada associação de fácies (A.F.).A.F. Descrição Interpretação Justificativa 1 - Fácies Ssg, Spc, GS e H com geometria lenticular - Ciclos grano- e estrato- decrescentes ascendentes - Icnofósseis: Ophiomorpha, Skolithos e Arenicolites Canais de maré 2 - Fácies H - Lateralmente adjacente à A.F. 1 - Presença de fragmentos carbonosos e concreções ferruginosas - Baixa diversidade icnológica Baía central (estuário) 3 - Fácies Ssg, Smd com geometria lenticular - Interdigitada com A.F. 2 - Ciclos grano- e estrato- crescentes ascendentes - Icnofósseis: Ophiomorpha,Diplocraterion, Thalassinoides e Skolithos Deltas de maré GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 42 GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 43 Exercício 15: Sistemas Costeiros Dominados por Ondas 5. Desenhe uma sucessão de fácies do sistema deposicional costeiro dominado por ondas (sistema laguna-barreira) contendo as divisões do sistema (subsistemas de offshore, shoreface inferior, shoreface superior, foreshore, campo de dunas e laguna) em um padrão de empilhamento progradante. Defina claramente os subsistemas e classifique as fácies. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 44 Exercício 16: Plataformas carbonáticas Mostre a distribuição de energia e de fácies carbonáticas no perfil de rampa e de plataforma carbonática abaixo: GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 45 Exercício 17: Plataformas carbonáticas A partir da Sucessão Vertical de Fácies abaixo, (1) Delimite e nomeie as fácies identificadas na coluna FÁCIES; (2) Descreva as fácies identificadas na caixa DESCRIÇÃO DAS FÁCIES; (3) Identifique os subsistemas na coluna SUB-SISTEMA. GEO03035 – Sedimentologia e Sistemas Deposicionais 46 Exercício 18: Sistemas Deposicionais A partir da Sucessão Vertical de Fácies abaixo, (1) Delimite e nomeie as fácies identificadas na coluna FÁCIES; (2) Descreva as fácies identificadas na caixa DESCRIÇÃO DAS FÁCIES; (3) Identifique o sistema deposicional a partir de suas fácies constituintes na coluna SISTEMA DEPOSICIONAL; (4) Compartimente o sistema em seus respectivos subsistemas na coluna SUB-SISTEMA.
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