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1 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica UNIVERSIDADE ROVUMA LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA DISCIPLINA: Sistemas de Rádio e Televisão FICHA 4 Introdução aos Transmissores 4º Ano-Laboral-2022 2 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica 1. Introdução Graficamente, a onda electromagnética apresenta duas senóides, uma para cada campo, indicando os parâmetros de amplitude, fase, frequência e comprimento de onda, conforme a figura 1.1. Figura 1.1 - Representação gráfica da onda electromagnética. No transmissor, a origem do campo é: quando uma corrente eléctrica de alta frequência percorre um condutor que denominamos antena, em sua volta são criadas perturbações ou ondas electromagnéticas que viajam pelo espaço a uma velocidade de 300.000 quilómetros por segundo. Figura 1.2 – Origem da onda electromagnética. Estas ondas não precisam de um meio ou suporte material para propagação, ou seja, podem se propagar inclusive no vácuo. Este é um factor importante para as telecomunicações, pois as ondas produzidas num local podem viajar por longas distâncias e serem captadas em outros locais utilizando um condutor (uma outra antena) que intercepte estas ondas e ligando-o a um dispositivo que denominamos receptor. Trabalhados os sinais gerados e transmitidos de maneira apropriada, poderemos fazer com que eles transportem informações, veja a figura 1.3. 3 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica Figura 1.4 – Princípio de transcepção de ondas electromagnéticas. 2. Transmissor Um transmissor consiste basicamente num circuito electrónico cuja finalidade é produzir correntes de altas frequências, já contendo as informações que devem ser transportadas e aplicar estas correntes a um sistema de antenas. O transmissor mais simples é um oscilador de alta frequência baseado normalmente num único componente como uma válvula ou um transistor, no qual ligamos uma antena, observe a figura 2.1. Figura 2.1 – Transmissor elementar. A partir desta configuração mais simples, o circuito de um transmissor pode adquirir diferentes graus de complexidade que dependem de diversos factores como a potência que deve operar, o tipo de informação a ser transportada, além de outros. Contudo, qualquer rádio transmissor compreende 3 elementos básicos: a) Fonte da força electromotriz, ou seja o oscilador local, que gera a frequência portadora; 4 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica b) Modulador, local onde se (com a soma da frequência do oscilador local com audiofrequência) efectua a modulação; c) Antena para radiar a informação, transformando a energia eléctrica em energia electromagnénica. - Figura 2.2 – Esquema básico em blocos de um transmissor. Descrição Microfone, é um elemento transdutor, que quando sofre diferenças de pressão provocadas pela onda sonora (voz humana), converte-as em sinais/ondas eléctricos. Amplificador de frequência de áudio (AF), o dispositivo que tem como função, aumentar a amplitude do sinal eléctrico produzido no microfone (caso de emissor), ou retirado da saída do desmodulador (caso do receptor; Modulador, o dispositivo onde se efectua o processo de modulação. Oscilador, o elemento do transmissor, responsável pela geração de uma onda sinusoidal (portadora) a uma frequência escolhida, necessária para se efectuar a modulação. Amplificador de rádio frequência (RF), este dispositivo tem como função, aumentar a amplitude do sinal de rádio frequência produzido pelo modulador, conservando a frequência, para assim poder ser enviado, através do canal de comunicação, pela antena. Antena, é o dispositivo condutor que emite para o espaço as ondas electromagnéticas geradas no transmissor, ou que recebe do espaço essas ondas destinadas ao receptor. A forma geométrica que uma antena pode apresentar depende, essencialmente, do comprimento de onda que ela emite ou recebe(frequência). Na figura 2.3, temos um exemplo de um transmissor mais elaborado, como os usados em estações de rádio ou outros serviços de telecomunicações. 5 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica Figura 2.3 - Etapas de um transmissor complexo. 1) Temos então um sector de alta frequência ou RF, em que um oscilador gera, de maneira precisa, um sinal de determinada frequência, que corresponde a uma fracção ou a própria frequência a ser transmitida. Este sinal pode, por exemplo, ser da metade da frequência final, pois ele seria multiplicado por dois (2) nas etapas seguintes. Para obter precisão na frequência deste sinal, os transmissores de uso profissional utilizam cristais (quartzo) no seu controle. Osciladores deste tipo, que utilizam cristais no controle de sua frequência, podem ter um sinal com uma precisão tal que a frequência não varie mais do que algumas partes por milhão (ppm), mesmo que ocorram alterações na tensão de alimentação. Para maior precisão ainda, esses cristais são montados em câmaras térmicas e mantidos em temperaturas constantes, para que as variações desta grandeza não afectem a frequência gerada. 2) O sinal de um oscilador como este normalmente é muito fraco para poder ser aplicado numa antena e ir muito longe, a não ser no caso de pequenos transmissores experimentais. Assim, num transmissor de maior potência, o sinal gerado pelo oscilador é levado a circuitos de amplificação que ao mesmo tempo (em alguns casos) podem também dobrar a sua frequência. 3) Após a amplificação por esta etapa, já temos um sinal mais forte e na frequência que deve ser transmitida, mas se quisermos ter uma potência ainda maior, precisamos de mais uma etapa amplificadora. Esta é a etapa de potência ou etapa final do transmissor. Note-se que, até este ponto, o sinal gerado consiste simplesmente numa alta frequência pura e não carrega informação alguma. A informação que o sinal deve carregar deve ser processada por outros circuitos. 4) Para o caso do som, os circuitos de modulação consistem basicamente em amplificadores de áudio. Temos então um pre-amplificador no qual é ligado o microfone (ou outra fonte 6 Msc. Cristiano Miambo & M.Eng o . Edson Thackson J. K. Moçanzica de áudio), uma etapa de amplificação intermediária (driver ou impulsor) e uma etapa final de potência, exactamente como nos amplificadores de uso doméstico. A potência do amplificador deve ser da mesma ordem que a do transmissor, para que o sinal seja totalmente modulado, ou seja, para que possamos ter 100% do aproveitamento da alta frequência no transporte da informação. Com este procedimento, para excitar uma etapa de saída de um amplificador de 100 watts, precisamos apenas de 5 watts de áudio. Se a modulação fosse feita na etapa final, seriam necessários 100 watts de áudio, veja a figura 2.4. (interligação lógica e coerente dos dois parágrafos anteriores!!!!) Figura 2.4 – A potência de modulação depende da maneira como é feita. Tanto para transmissores em AM, quanto em FM, as etapas dos transmissores são similares, apresentando diferenças apenas na geração do sinal da portadora e algumas etapas de osciladores e amplificadores. FIM
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