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USCS – UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL ESCOLA DE NEGÓCIOS – TURMA: 6º SEMESTRE DISCIPLINA: AUDITORIA Prof. Me. Ubiratã Tapajós Reis EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA (NBC TAs 500, 501, 505 E 520) Introdução e tipos de evidência (Procedimentos) de Auditoria Este estudo tem como objetivo apresentar as várias formas de obtenção de evidências de auditoria, ou seja, como são aplicados os diversos procedimentos de auditoria envolvendo os vários tipos de testes efetuados pelo auditor independente que compreendem: Confirmação externa; Indagação; Inspeção; Observação (forma mais tradicional: acompanhamento de contagem física); Procedimentos analíticos; Recálculo e Reexecução. Três desses procedimentos são extensivamente utilizados em uma auditoria de demonstrações financeiras e, dessa forma, estão cobertos em normas específicas, como é o caso das confirmações externas (saldos e outras informações, inclusive contingências), que são cobertas na NBC TA 505 e em parte da NBC TA 501). De forma similar, também são cobertos em normas específicas os procedimentos de observação (inventários físicos de estoques) que estão cobertos na NBC TA 501 e os procedimentos analíticos (NBC TA 520). A norma NBC TA 500 cobre os procedimentos de forma genérica, ou seja, não tem como objetivo apresentar sua aplicação em cada uma das áreas das demonstrações financeiras. Confirmação externa Representam respostas às solicitações do auditor compreendendo confirmações de saldos de clientes, de fornecedores, de bancos financiadores; de bens em poder de terceiros (estoques em poder de terceiros); obtenção de informações de litígios ou contingencias junto a advogados; ou até mesmo para obter informações adicionais de uma transação ou da existência de condições que possam mudar a natureza da operação (contratos paralelos por meio de side letters). A obtenção de confirmações externas é uma evidência forte de auditoria e é utilizada com bastante frequência nos trabalhos de auditoria de demonstrações financeiras. É a evidência de auditoria obtida diretamente pelo auditor como resposta, por escrito, de um terceiro. Ela pode ser em papel (carta resposta), no formato eletrônico (e-mail) ou por outro meio. A confirmação pode ser na forma positiva ou negativa. Na forma positiva, a resposta dada pela parte consultada ao auditor pode: Indicar se ela concorda ou discorda das informações solicitadas, ou; Fornecer ao auditor as informações solicitadas. No primeiro caso, pode-se exemplificar a confirmação de um recebível, em que geralmente é fornecido o saldo (e sua composição) a ser confirmado e, no segundo, ocorre quando se solicitam informações sobre o ultimo pagamento feito ou sobre o estagio de processos em andamento que estão patrocinados por advogados externos, enquanto na forma negativa a resposta é somente enviada ao auditor nos casos em que o “circularizado” (parte que confirma) discorda das informações fornecidas na solicitação. Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde (devolvida pelo correio ou não) ou responde de maneira incompleta a uma solicitação de confirmação positiva. Exceção é a resposta que indica uma diferença em relação à informação que consta dos registros da entidade, cujas demonstrações estão sendo auditadas. As evidências obtidas de fonte externa e independente possuem maior valor em termos qualitativos dos que as evidências obtidas internamente. Assim, sempre que seja possível confirmar a afirmação (existência, ocorrência, avaliação, mensuração, exatidão, integridade ou qualquer outra que seja) com fonte externa e independente, esse procedimento deve ser utilizado pelo auditor, pois ele produz evidências superiores em termos de qualidade. Dessa forma, a forma mais eficaz de confirmar a existência de uma conta a receber é por meio da obtenção da confirmação do saldo ou da transação que deu origem a esse recebível junto ao devedor, o mesmo ocorrendo com uma dívida junto a uma instituição financeira; todavia, mais uma vez o procedimento é eficaz para uma ou mais afirmação, mas não para todas as afirmações. Nesse caso, por exemplo, não basta confirmar a existência da conta a receber ou do passivo junto à instituição financeira. O auditor deve concluir sobre a realização financeira do recebível e da apropriada valorização do passivo. Dessa forma, outros procedimentos devem ser aplicados de forma conjugada com o procedimento de confirmação de saldo. Por exemplo, para concluir sobre a realização da conta a receber, seria necessária a análise do histórico de relacionamento da entidade com o devedor, inspeção de outros documentos que comprovem a possibilidade de recebimento do valor devido ou a necessidade de constituição de provisão para fazer face à eventual perda. De forma similar, além de confirmar a existência do empréstimo e condições junto à instituição financeira, o auditor deve aplicar outro procedimento de auditoria, que nesse caso poderia compreender o recálculo de juros e outros encargos. Indagação O procedimento de indagação também é bastante utilizado no processo de auditoria ou revisão de informações históricas. No caso de revisões, eles são usados isoladamente ou em conjunto com procedimentos analíticos. No caso de auditoria, mesmo quando em forma escrita por meio de representações da administração, geralmente não representam evidência suficiente e, dessa forma, são geralmente aplicados em conjunto com outros procedimentos. As respostas às indagações, sejam orais ou escritas, devem ser avaliadas pelo auditor e geralmente devem se confirmadas por outros procedimentos. A indagação do auditor ao pessoal da entidade é utilizada praticamente em todas as áreas ou contas das demonstrações financeiras a serem auditadas. Esse procedimento, por si só, não apresenta evidência apropriada e suficiente, todavia, são raras as situações em que o auditor inicia seus exames sem fazer indagações ao pessoal da entidade. Essas raras situações ficam restritas aos casos em que o auditor executa procedimentos observando o caráter surpresa, em que as indagações anteriores poderiam prejudicar o trabalho. Inspeção Os procedimentos de inspeção compreendem o exame físico de documentos, registros ou mesmo de ativos. Eles servem para confirmar a existência de autorização ou aprovação de uma transação de compra ou venda, assim como a existência de um ativo tangível (máquina ou equipamento) ou de um direito (instrumento financeiro, como uma ação ou outro tipo de aplicação financeira não escritural). É importante considerar que o procedimento de inspeção confirma a existência, mas não a propriedade, do ativo ou de um direito. Dessa forma, ele deve ser aplicado juntamente com outro procedimento, que também pode ser de inspeção. Por exemplo, para confirmar a propriedade de um veículo (ativo) que foi inspecionado fisicamente, o auditor deve inspecionar, também, a nota fiscal de compra ou o certificado de propriedade, utilizado para transferir a propriedade do veículo. Se fosse falado de um imóvel, o documento legal a ser inspecionado para confirmar a propriedade seria a escritura lavrada em cartório. Para confirmar a propriedade de uma aplicação financeira que não seja apenas escritural, o auditor deve examinar a nota de corretagem ou contrato de compra e venda. No caso de inspeção de registros contábeis, eles servem para confirmar a contabilização de uma transação. É um dos procedimentos que produz a maior quantidade de evidência apropriada e suficiente, obtida internamente. Às vezes são necessários dois ou mais procedimentos de inspeção para fornecer a evidência apropriada e suficiente que o auditor necessita. Por exemplo, ao verificar fisicamente um bem do ativo imobilizado, ele conseguiu confirmar a sua existência, todavia, para confirmara propriedade, ele precisa conjugar essa inspeção do bem com a inspeção de documentação comprobatória da propriedade do bem. Mesmo que o auditor tenha concluído pela existência e propriedade do bem, se ele quiser, também, ficar satisfeito de que esse bem está livre e desembaraçado, ou seja, que o bem não possui qualquer gravame, ele deverá combinar com outros procedimentos de inspeção, que dependerá do tipo de bem. Se for um automóvel, por exemplo, a inspeção do certificado de propriedade indicará se o bem foi adquirido com reserva de domínio. Geralmente as regras de governança da entidade estabelecem aprovações para dispor de bens em garantia de dívidas, de contendas judiciais e de outras obrigações. Assim, nessas circunstâncias, os procedimentos de inspeção podem ser também, aplicados em conjunto com outros procedimentos, entre ele o de indagação. A inspeção envolve, por exemplo: A verificação física de bens (ex.: exame de adições ao imobilizado); A verificação de pessoas em um teste de folha de pagamento para confirmar a inexistência de “funcionários fantasmas”, ou seja, de que todos os funcionários que constam na folha de pagamento existem; A verificação de documentos, como por exemplo, a nota fiscal de compra para confirmar o valor da transação; A verificação de contratos para confirmar as condições de compra de bens ou serviços, de empréstimos ou de outra natureza, para se assegurar da inexistência de gravames ou outras condições de compra; A verificação de registros contábeis ou auxiliares para se assegurar que a transação foi apropriadamente registrada, ou; A verificação de aprovações para se assegurar que a transação foi realizada dentro das condições estabelecidas pelo sistema de controle interno. Observação O procedimento de observação compreende a verificação de algo que foi executado por outro, como por exemplo, os procedimentos de controle preventivos executados pelos empregados da entidade cujas demonstrações financeiras estão sendo auditadas. A forma mais tradicional de observação é a que compreende o acompanhamento do inventário físico, que está coberta em tópico específico que cobre a NBC TA 501. Ao contrário da inspeção, o auditor observa, de forma independente, aquilo que está sendo feito pelo pessoal da entidade. A aplicação mais comum desse procedimento compreende a observação de contagens físicas de estoques, de bens do imobilizado e de outros itens. Ele pode ser feito nas dependências da entidade ou de forma externa à entidade, como nos casos de estoques ou outros itens em poder de terceiros. Recálculo Esse procedimento consiste na verificação da correção aritmética de um cálculo, como por exemplo, da depreciação de um bem ou de uma conversão em litros de uma medição de um tanque contendo produtos líquidos ou de uma pilha contendo minério. O auditor aplica o procedimento de recálculo sempre que ele precise concluir sobre a exatidão do cálculo procedido pela administração. Exemplo: o auditor recalcula os juros e outros encargos de acordo com as condições contratuais que podem, ou não, ter sido confirmadas. Outros exemplos bastante comuns em uma auditoria de demonstrações financeiras seriam o recálculo de amortizações, de provisões para férias, décimo-terceiro e respectivos encargos e outras contas ou transações que envolvem cálculos para ser chegar ao valor registrado pela entidade e que o auditor deve recalcular para concluir a sua aequação. Reexecução Compreende a reexecução de um procedimento executado pelo empregado ou administração da entidade. Esse procedimento é bastante utilizado em testes de controle interno, particularmente no “walkthrough test” (teste de reconstrução que envolve o rastreamento, do início ao fim, de algumas transações pelo sistema de controle contábil e financeiro como um todo), onde se percorre o sistema para conferir evidências de aprovações, autorizações, conferências de cálculo ou outros procedimentos que evidenciam a existência do controle. É principalmente aplicado na avaliação do controle interno, quando o auditor quer confirmar o funcionamento de um sistema ou quer confirmar que um controle é aplicado pela entidade. Por exemplo, se o auditor fez as indagações necessárias ao pessoal apropriado para entender como funciona um determinado processo, por exemplo, de vendas, de folha de pagamento, de custeio ou qualquer outro que seja, ele deve efetuar um walkthrough. Esse teste compreende a reexecução de cada um dos procedimentos aplicados pela entidade, passando por todas as aprovações, autorizações e outros aspectos estabelecidos pelo controle interno. Em algumas circunstâncias, o teste de reexecução se confunde com o teste de recálculo. Por exemplo, em um processo estimativo do valor justo de um ativo ou passivo ou mesmo de uma provisão, o auditor pode abandonar os critérios e premissas seguidos pela entidade para a apuração desse valor, que seriam reexecutados, de acordo com premissas e critérios diferentes para apuração de um valor pontual ou intervalo para comparação com o valor apurado pela entidade. Procedimentos analíticos Compreendem determinações de variações (real x orçado, real do período corrente x real do período anterior), de relações entre dados financeiros e não financeiros (margem bruta, perda histórica com clientes). Esses procedimentos, a exemplo de confirmações externas, são também utilizados com bastante frequência em um trabalho de auditoria desde o seu planejamento até o seu encerramento (adequação das demonstrações tomadas em conjunto). São avaliações por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Eles compreendem, também, a necessária investigação de flutuações ou relações identificadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem significativamente dos valores esperados. É pouco provável que exista alguma área em que não sejam aplicados procedimentos analíticos, pois mesmo que os procedimentos analíticos sejam os mais simples, do tipo análise de variações em relação ao valor real do período anterior ou variação em relação ao valor orçado para o período, esses procedimentos são aplicados em quase todas as áreas das demonstrações financeiras e nas mais diversas fases do trabalho de auditoria. Definições Evidências de auditoria servem para suportar ou fundamentar a opinião do auditor. Elas incluem as informações contidas nos registros contábeis e compreendem as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A adequação da evidência de auditoria é a medida de sua qualidade, ou seja, a sua relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor, enquanto a suficiência da evidência de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria obtida. A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade da evidência de auditoria. Objetivo da NBC TA 500 Discutir as evidências de auditoria que o auditor deve obter para conseguir fundamentar de forma apropriada e suficiente sua opinião sobre as demonstrações financeiras. Requisitos da NBC TA 500 Compreendem os seguintes aspectos relacionados com as evidências de auditoria: Adequação e suficiência; Informações a serem utilizadas como evidência da auditoria; Seleção de itens para testes e Inconsistências ou dúvidas quanto à sua confiabilidade. Adequação e suficiência da evidência de auditoria É responsabilidade do auditor determinar e executar os procedimentos de auditoria que sejam apropriados em cada circunstância para obter segurança razoável da ausência de distorções relevantes nas demonstrações financeiras sob exame. A suficiência e adequaçãodas evidências estão inter-relacionadas. Quanto maior for o risco de distorção relevante, maior é a necessidade de evidência, e quanto melhor for a qualidade da evidência, menor é a necessidade quantitativa de evidência. Como regra geral, as evidências obtidas de fonte externa e independente (confirmações de saldos, por exemplo) fornecem um melhor nível de segurança do que uma evidência de fonte interna. Assim, sempre que possível as evidências obtidas internamente devem ser corroboradas com informações obtidas de forma externa e independente. Além do efeito corroborativo, o uso de diferentes fontes ou de natureza diferente aumenta o grau de segurança obtido pelo auditor. A evidência gerada internamente tem muito mais valor para o auditor quando o controle interno da entidade que suporta a evidência é eficaz e funciona ao longo do tempo de forma consistente. As evidências de auditoria compreendem a aplicação dos diversos procedimentos de auditoria apresentados. Informações a serem utilizadas como evidência de auditoria A determinação e execução dos procedimentos de auditoria dependem da relevância e confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria. Relevância Significa a relação entre o objetivo do procedimento de auditoria a ser aplicado e o resultado que ele propicia. Não existe solução padrão a ser aplicada cegamente pelo auditor, ou seja, existem testes que servem para uma finalidade, mas não servem para outra. A norma traz um exemplo interessante para o entendimento dessa relação quando compara dois objetivos diferentes a serem atingidos em um teste da adequação dos passivos (fornecedores, por exemplo). Se o objetivo do auditor é verificar se existe superavaliação nos saldos de contas a pagar a fornecedores, o exame sobre os valores registrados nessa conta é apropriado, todavia, se o objetivo for verificar se existe subavaliação, ou seja, existência de outras contas a pagar a fornecedores que não estejam registradas, o exame restrito aos valores registrados não seriam apropriados, uma vez que o teste sobre os valores registrados obviamente não permitirá detectar itens não registrados. De forma análoga, existem procedimentos que servem para confirmar uma afirmação, mas não servem para confirmar outra afirmação. Por exemplo, um teste de recebimentos (após a data do balanço) de contas a receber que estavam em aberto na data do balanço serve para confirmar a adequação das afirmações de existência e valorização, mas não fornece evidência sobre o adequado registro das contas em seu período de competência. Para esse objetivo, o auditor deve desenvolver outro tipo de teste que leve e consideração os procedimentos de corte (cut off) da ultima nota de venda de um período e a primeira do período seguinte. Confiabilidade Existem diversas generalizações sobre a confiabilidade. Embora elas estejam sujeitas a exceções, sempre se deve ter em mente que as evidências: Quando obtidas de fonte externa e independente, são mais confiáveis do que as obtidas internamente; Obtidas internamente são mais confiáveis quando o controle interno que a suporta é eficaz; Obtidas diretamente pelo auditor, são mais confiáveis do que as resultantes de indagação ou inferência de forma indireta; Obtidas de forma documental são mais confiáveis do que aquelas obtidas verbalmente e Suportadas por documentos originais são mais confiáveis do que aquelas suportadas por cópias. Por outro lado, sempre que o auditor utilizar uma informação preparada pela entidade, ele deve, de antemão, se assegurar de que aquela informação é exata e completa. Quando eu era trainee, lembro que a primeira coisa que o sênior mandava fazer ao receber uma análise preparada pelo cliente era somar os valores apresentados para se assegurar sobre a exatidão aritmética daquela análise e comparar o seu total com a conta contábil envolvida para se assegurar de que estavam completas. Os tempos mudaram e os procedimentos se sofisticaram, mas a essência continua a mesma. Se no passado o cliente lhe apresentada um relação datilografada dos saldos a receber de clientes para que você selecionasse as contas a serem confirmadas, hoje ele extrai uma listagem do sistema de contas a receber, todavia, a necessidade de o auditor se assegurar de sua exatidão e integridade (no sentido de estar completa) é a mesma. No passado o auditor somava a relação com uma simples calculadora, enquanto hoje ele provavelmente vai desenvolver um TAAC (técnicas de auditoria assistidas por computador) – aplicações de procedimentos de auditoria que usam o computador como ferramenta de auditoria – para efetuar um somatório independente, mas o seu objetivo é o mesmo, no sentido de ter certeza que está trabalhando com toda a população de contas a receber para o desenvolvimento de seus testes (seleção de itens ou amostras) das contas a serem confirmadas. Seleção de itens para testes O terceiro requisito da norma NBC TA 500 trata da seleção de itens para testes, tanto de controles como de detalhes (substantivos). Os critérios de seleção, como quase tudo em auditoria, variam de situação para situação. Podem existir circunstâncias em que a seleção de todos os itens para exame seja a mais eficaz e eficiente, seja porque a população é pequena e os valores individuais são altos, os riscos envolvidos nessas poucas transações são altos ou o seu processamento envolve cálculos repetitivos ou outros procedimentos executados mecanicamente de forma automática. Um exemplo de exame de 100% poderia ser aplicado em uma carteira de ações de um fundo de investimento. Obviamente, o mais comum, em decorrência da escassez de recursos, é que o auditor proceda a testes, selecionando amostras representativas da população. Uma terceira forma de seleção compreende o uso de seleção específica ou dirigida a itens específicos. Nesse caso, como a seleção é dirigida, a amostra selecionada não é representativa da população e, portanto, está sujeita ao risco de não amostragem e não pode, por exemplo, ser projetada para a população inteira. A seleção dirigida não fornece evidência de auditoria para os outros itens da população que não foram selecionados. Eles permitem ao auditor concluir sobre aquele estrato específico da população, mas não da população como um todo. Por exemplo, a seleção e o teste documental (nota fiscal de compra) e físico de todas as adições superiores a X existem fisicamente e foram avaliadas de acordo com o seu custo, mas não permitem ao auditor concluir que todas as adições ao imobilizado existem fisicamente e foram avaliadas ao custo, pois ele não deu chance para que itens fora daquele intervalo de seleção fossem selecionados. Dessa forma, normalmente o teste dirigido é utilizado juntamente com amostragem estatística, ou seja, seleção específica para itens-chave da população, podendo ser o valor como principal parâmetro, ou seja, todas as adições acima de X combinado com um critério estatístico que dê igual chance de seleção a todos os demais itens da população. Inconsistências ou dúvidas quanto à confiabilidade da evidência de auditoria Via de regra, o auditor sempre procura obter evidências corroborativas sobre assuntos relevantes. Nesse sentido, ele faz a mesma indagação sobre um assunto aos representantes dos diversos níveis de autoridade, procura obter confirmação externa e independente sobre evidências obtidas internamente e assim por diante. Sempre que ocorrerem inconsistências ou duvidas quanto á confiabilidade, ele deve aplicar outros procedimentos que possibilitem concluir sobre a confiabilidade na evidência que está sendo usada para fundamentar sua opinião. A norma NBC TA 230 inclui exigência específica sobre eventuais inconsistências, de forma que a conclusão final sobre assunto relevante esteja suportadapor evidência apropriada e suficiente.
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