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ÍNDICE – APOSTILA PRATICAR A ARTE – VOLUME 5 – ARTISTAS BRASILEIROS Nº Artista Nº Artista Nº Nº Artista 01 Antônio Francisco Lisboa 28 Iberê Camargo 55 OS GEMEOS 82 Marcos Benjamin Coelho 02 José Ferraz Almeida Júnior 29 Glênio Bianchetti 56 Gustavo Rosa 83 Nelson Leirner 03 Antônio Parreiras 30 Aldemir Martins (I) 57 Hélio Leite 84 Aldo Bonadei 04 Benedito Calixto 31 Aldemir Martins (II) 58 Beatriz Milhases 85 Eliseu Visconti 05 Nair de Teffé 32 José Bernardo Cardoso Júnior 59 Vick Muniz 86 Willys de Castro 06 Belmiro Barbosa 33 Heitor dos Prazeres 60 Zezão 87 Hércules Barsotti 07 Georgina de Albuquerque 34 Geraldo de Barros 61 Athos Bulcão 88 Manabu Mabe 08 Victor Meirelles 35 Burle Marx 62 Regina Silveira 89 Daniel Senise 09 Anita Malfatti 36 Wega Nery 63 Cláudio Tozzi 90 Tercília dos Santos 10 Tarsila do Amaral (I) 37 Lygia Clark 64 Takashi Fukushima 91 Mestre Vitalino 11 Tarsila do Amaral (II) 38 Marcelo Grassman 65 Rubens Gerchman 92 Sônia Furtado 12 Péricles Maranhão 39 Regina Katz 66 Evandro Jardim 93 Ernane Cortat 13 Cândido Portinari 40 Gilvan Samico 67 José Roberto Aguillar 94 Ricardo Ferrari 14 Oswaldo Goedi 41 Waldemar Cordeiro 68 Arthur Pereira 95 Thaís Gomez 15 Ismael Nery 42 Hélio Oiticica 69 José Francisco Borges 96 Isabela Couto 16 Alberto da Veiga 43 Lygia Pape 70 Antônio Poteiro 97 Antônio Militão 17 José Pancetti 44 Cícero Dias 71 Cildo Meireles 98 Tomie Ohtake 18 Flávio de Carvalho 45 Hermelindo Flaminghi 72 Alex Fleming 99 Renata Egreja 19 Clóvis Graciano 46 Luiz Saciloto 73 Sérgio Fingermann 100 Cássio Vasconcelos 20 Alfredo Volpi 47 Emiliando DiCavalcanti 74 Iole de Freitas 21 Lasar Segal 48 Vicente do Rêgo Monteiro 75 Abraham Palatnik 22 Francisco Rebolo 49 Arcangelo Ianelli 76 Ivan Serra 23 Lívio Abramo 50 Adriana Varejão 77 Dudi Maia Rosa 24 Carlos Scliar 51 Sebastião Salgado 78 Rosângela Rennó 25 Djanira da Motta 52 Ivan Cruz 79 Paulo Pasta 26 Francisco Brennand 53 Luciano Martins 80 Nuno Ramos 27 Carybé 54 Amaury Menezes 81 Luis Hermano 1 - CONHECENDO O ARTISTA: ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA, O ALEIJADINHO. Entre os maiores artistas do barroco brasileiro está Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nasceu por volta de 1738, em Vila Rica, hoje, Ouro Preto, filho de um arquiteto português e de uma escrava negra. Foi conduzido ao virtuosismo da arte por sua personalidade forte, pois era perseverante e mesmo com dificuldades aprendeu a ler, teve noções de música e latim, estudou arquitetura e desenho com os mestres da época. Sofreu dutante anos de uma misteriosa doença que atrofiou seus membros, deformou duas feições, obrigou-o a andar de joehos e quando perdeu os dedos das mãos, a amarrar os intrumentos nos braços para esculpir a pedra-sabão e a madeira. Mas essa tragédia não o impediu de produzir, com ajuda de auxiliares, uma obra magnífica que orgulha o Brasil. Morreu cego e pobre em 1814. Foi o nosso artista do período colonial e suas criações vão de projetos interiores de igrejas a escuturas e entalhes delicados. Foi o criador das estátuas dos Profetas do adro do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas do Campo (MG). Praticando a arte: Vamos aplicar cores na escultura e na igreja em homenagem à Aleijadinho. Você também pode acrescentar detalhes em desenho. 2 - CONHECENDO O ARTISTA: JOSÉ FERRAZ ALMEIDA JÚNIOR. Almeida Júnior (1850-1899) foi um pintor e desenhista brasileiro. O dia do artista plástico é comemorado em 8 de maio, dia do nascimento do pintor. Foi o primeiro pintor a retratar em seu trabalho o tema regionalista. José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em Itu, São Paulo, no dia 8 de maio de 1850. Logo cedo, mostrou sua vocação para a pintura. Recebeu o incentivo do padre Miguel Correa Pacheco, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, onde Almeida Júnior pintou algumas obras sacras. Com a ajuda do padre Miguel, em 1869, com 19 anos, Almeida Júnior foi para o Rio de Janeiro para estudar na Academia Imperial de Belas Artes. Foi aluno dos pintores Pedro Américo, Jules Le Chevrel e Victor Meirelles. Durante o curso, recebeu diversas premiações. Seus quadros caipiras e sua pintura de gênero, em geral com cenas do cotidiano burguês são bem aceitos pela burguesia empenhada na construção de uma imagem e história para si mesma, a história do povo paulista. Mas vale dizer que quase todos os críticos de arte contemporâneos e posteriores ao artista celebram nele o que vêem ser um primeiro arroubo do caráter nacional na pintura brasileira, até mesmo intelectuais em lados tão opostos. Almeida Júnior ter-se transformado num pintor pastoso, amaneirado e duro, criticando a "intermitente pretensão de fundamentar uma arte nacional com a pintura de costumes". Praticar a arte: Conhecendo a obra “Caipira picando fumo”, do artista Almeida Júnior, vamos aplicar a cor conforme o artista fez. A composição denominada “Caipira Picando Fumo” é uma das obras marcantes do pintor brasileiro Almeida Júnior, que, segundo alguns, foi o responsável por introduzir, pela primeira vez, o homem brasileiro na pintura. Em razão disso, sua obra está repleta de tipos que nos são bastante comuns. O caipira é a única figura humana a fazer parte do quadro. Ele é um homem de meia idade, forte, de rosto marcado pela dureza da vida, que usa uma camisa branca de mangas compridas que vão até o punho, com uma abertura em forma de V no peito, e uma calça amarronzada, gasta, com a barra dobrada quase no meio da perna. Chama a atenção a parte visível da ceroula, comum àquela época, ultrapassando a perna esquerda da calça. O homem encontra-se calmamente sentando sobre toras, em frente ao paiol feito de taipa, absorto, picando seu pedaço de fumo com uma enorme faca, em diagonal, usada para os mais diferentes serviços. Ele já preparou a palha de milho, que se encontra atrás de sua orelha esquerda, para receber o fumo picado. No chão, em volta dele, é possível ver um monte de palhas espalhadas. O pintor destaca com grande realismo as mãos ásperas e os pés toscos do caipira, com as unhas sujas de barro, assim como a calça, assinalando a vida dura que leva no trato com a terra. Atrás dele vê-se uma porta entreaberta, sombreada, e, à frente, uma árvore reflete sua sombra no chão. Parece ser este um momento de grande prazer para o homem da terra, tipo popular em Itu, apelidado de “Quatro Paus”. 3 – CONHECENDO O ARTISTA: ANTÔNIO PARREIRAS. Antônio Parreiras foi um importante pintor brasileiro que atuou no período imperial e nas décadas iniciais da República. Nascido em Niterói no dia 20 de janeiro de 1860, Antônio Diogo da Silva Parreiras surpreendeu seus pais ao demonstrar o talento e o grande interesse com a arte desde muito cedo. Após ser aluno de professores particulares e desenvolver seu talento, o jovem ingressou na Academia Imperial de Belas Artes, o grande centro de estudo e trabalho dos artistas do Império Brasileiro, quando tinha 22 anos de idade. Permaneceu, então, no Rio de Janeiro de 1882 até 1884, pois abandonou o curso regular na Academia para se dedicar às aulas do curso livre do professor e pintor alemão Georg Grimm. Mais tarde, contudo, foi a vez de seu próprio mestre partir em viagens pelo interior do Brasil em busca das paisagens que gostava de retratar. Nesse momento, já em 1885, Antônio Parreiras ficou sem professor e dedicou-se ao estudo de maneira autodidata. Simultaneamente ao gênero de pintura que lhe rendeu grande sucesso, Antônio Parreiras desenvolveu o gosto por outro gênero de pintura, os nus femininos. Parreiras executava suas obras retratando as mulheres com grande sensualidade. Porém este foi um gênero de pintura que não foi determinante para a carreira de Parreiras, as telas que retratavam as paisagens ainda eram mais significativas. Praticar a arte: Observe a obra “Turbínio”, do artistaAntônio Parreiras. Nessa paisagem vemos o movimento das árvores feito com o vento. Nos passa uma ideia de que acontecerá uma tempestade. O uso das cores frias nos dá a ideia de umidade. Faça uma releitura inspirada na obra. Desenhe os galhos da árvore balançando e aplique as cores frias. 4 – CONHECENDO O ARTISTA: BENEDITO CALIXTO. Considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, Benedicto Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de 1853, na cidade de Itanhaém, litoral Sul de São Paulo. Autodidata, começou seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos. Aos 18 anos mudou-se para Santos onde tem um começo de vida difícil, chegando a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver. Tempos depois, Calixto passou a se dedicar à pintura de paisagens nos tetos e paredes das mansões dos prósperos comerciantes da cidade. O artista já demonstrava talento para o desenho e vocação para a pintura ainda na infância. Filho de João Pedro de Jesus e de Ana Gertrudes Soares de Jesus, viveu até a adolescência na antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, onde cursou a escola do Mestre João do Espírito Santo, desenhando, com barras de carvão, a paisagem local. Mudou para a cidade de Brotas, interior de São Paulo, para trabalhar ao lado do irmão mais velho. Ali, auxiliou Joaquim Pedro de Jesus na restauração de imagens sacras da igreja local, aprimorando sua técnica, e também finalizou uma série de quadros. Incentivado por admiradores de sua arte e pelas opiniões que circulavam na imprensa sobre seus quadros, realizou a primeira exposição em 1881, na sede do jornal "Correio Paulistano", em São Paulo. Sua arte constitui um rico documento iconográfico da história do País. Praticar a arte: O artista Benedito Calixto começou na vida artística fazendo desenhos de paisagens com carvão. Vamos experimentar essa ferramenta produzindo um desenho de uma paisagem que você conhece utilizando o carvão. Depois de pronto você pode borrifar uma mistura de cola com um pouco de água sobre o desenho para que ele não desmanche. 5 – CONHECENDO A ARTISTA: NAIR DE TEFFÉ. Nair de Teffé é a primeira e uma das poucas mulheres caricaturistas da imprensa brasileira. Torna-se conhecida pelo pseudônimo de Rian, com o qual assina seus trabalhos, constituído pelas letras de seu nome ao contrário. Filha do fazendeiro Barão de Teffé (proprietário do Palácio de Nova Friburgo, posterior Palácio do Catete, atual Museu da República, no Rio de Janeiro), era culta, apreciadora de teatro e da leitura, pertencente à alta sociedade da época. Em 1913, casa-se com o marechal Hermes da Fonseca, então presidente da República. Seus desenhos aproximam-se dos trabalhos de certos caricaturistas franceses, como, por exemplo, os de Daniel de Losques (1880 - 1915). Rian, como esse artista, realiza uma caricatura esquemática, na qual os personagens são compostos em traços ágeis e elegantes. O que surpreende em seu trabalho é a espontaneidade do desenho, o poder de síntese que suas obras manifestam ao apresentar apenas o essencial do caráter e da expressão do retratado sem o recurso de deformações. Praticar a arte: Observando os traços da artista cartunista Nair de Teffé, faça um esboço de uma caricatura de alguma pessoa especial para você. Aplique as cores que desejar. 6 - CONHECENDO O ARTISTA: BELMIRO BARBOSA DE ALMEIDA. Pouco conhecido do público geral, Belmiro é muito admirado pela qualidade de seu trabalho e pela inovação de suas propostas na arte do país. Bem humorado e brincalhão, era presença constante nas rodas boêmias. Dedicou-se à imprensa com caricaturas mordazes e textos satíricos e polêmicos. Ao usar cenas cotidianas e personagens da vida comum urbana como temas de sua pintura, causou impacto no meio artístico e abriu as portas para uma nova arte fazendo ponte às vanguardas do século XX. Belmiro Barbosa de Almeida fazia parte da nova geração de contestadores ao lado de Visconti, Rafael Frederico, Décio Vilares, Fiúza Guimarães, entre outros. Era um artista multifacetado: pintor, desenhista, escultor, caricaturista, poeta, humorista, jornalista e professor. De temperamento forte, era amável com os amigos e implacável com os desafetos, contra os quais usava de seu talento ferino e irreverente. Todavia, como pintor suas inovações foram menos audaciosas. Apesar de ser pontuada por um humor sutil, sua pintura carrega bastante da influência acadêmica, uma vez que foi aluno do Liceu de Artes e Ofícios e da Academia Imperial de Belas Artes entre 1869 e 1880. Seu papel revolucionário dentro do panorama da pintura brasileira são marcados pela qualidade de suas telas, pela escolha dos temas inesperados e pelo tratamento pictórico original que o colocam entre os renovadores que abriram as portas para o século XX. Praticar a arte: Observe a imagem da obra de Belmiro Barbosa. Inspire-se nela e desenhe a frente de sua casa. Use as cores que desejar para colorir. 7 – CONHECENDO A ARTISTA: GEORGINA DE ALBUQUERQUE. A pintora brasileira Georgina Moura Andrade de Albuquerque nasceu em 1885, na cidade de Taubaté era também professora e desenhista falecendo no ano de 1962 no Rio de Janeiro. Rosalbino Santoro foi seu professor de pintura e essas aulas se iniciaram em Taubaté onde ela começou a aprender algumas técnicas de pintura que era sua paixão. Seu professor que era um grande mestre da pintura lhe ensinou como aplicar as leis da perspectiva na hora de pintar, como utilizar todos os pinceis e como misturar as cores de tintas que já eram bem variadas naquela época. No ano de 1904, ela foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes e lá teve como professor Henrique Bernardelli que ensinou a ela técnicas maravilhosas que podem ser usadas na pintura. Depois de se casar com Lucílio de Albuquerque que era pintor foi com ela para a Europa onde ficou por cinco anos aprendendo coisas incríveis na área da pintura. Aproveitando esse tempo na Europa ela ingressou na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e depois na Academia Julian para estudar ainda mais. No ano de 1911, retornou ao Brasil já como pintora profissional chamando a atenção de todas. Foi diretora da Escola Nacional de Belas Artes cargo ocupado no ano de 1950, onde pode ensinar muitas de suas técnicas e passar toda a sua experiência á alunos que queriam aprender como ela quis um dia. Praticar a arte: Coloque uma folha de papel vegetal sobre a imagem da obra de arte de Georgina Albuquerque. Com o lápis comum, canetinha ou o marcador permamente, transfira o desenho. Aplique as cores que desejar. 8 – CONHECENDO O ARTISTA: VICTOR MEIRELLES. Victor Meirelles de Lima nasceu em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, em 18 de agosto de 1832, filho do imigrante português Antônio Meirelles de Lima e da brasileira Maria da Conceição. Pintor, desenhista e professor, começou sua trajetória precocemente, realizando paisagens da cidade. Frequentou a Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro e aos vinte anos, conquistou o Prêmio Especial de Viagem à Europa. De 1853 a 1861, viveu primeiro na Itália e em seguida na França, onde se dedicou ao estudo e ao trabalho. Foi professor honorário da Academia Imperial de Belas Artes, onde históricos, retratos, panoramas e da mais popular das telas brasileiras, “Primeira Missa no Brasil” , exposta no Salão de Paris em 1861 (obra pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM/MinC), Victor Meirelles deixou um extraordinário acervo, minuciosos esboços, estudos em papel e óleos sobre tela. O artista faleceu no Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1903. Praticar a arte: Observea imagem da obra “Passagem de Humaitá”, do artista Victor Meirelles. Observe como ele usa tons monocromáticos para criar a sensação de anoitecer. Faça um estudo em desenho no espaço ao lado representando um anoitecer. Aplique a técnica do sfumato para criar áreas de luz e sombra. Use as cores preto, cinza e branco. Victor viajou ao campo de batalha para viver na pele a adrenalina da guerra, e recolher material para pintar, além da “Passagem de Humaitá”, “O combate naval de Riachuelo”, em 1872. Ambas as pinturas fazem parte do enorme acervo que retrata a Guerra do Paraguai. A prática de viajar para pintar era muito comum na época, e os autores faziam isso justamente para poder colher o máximo de informações de gestos, tons de pele, ações, personagens, armas e o próprio cenário de guerra. Até por isso, muito se discutia se de fato as pinturas estavam retratando totalmente o que havia se visto ao vivo pelo pintor. 9 – CONHECENDO A ARTISTA: ANITA MALFATTI. Anita Malfatti é considerada umas das principais pintoras brasileiras do século XX. Suas pinturas abalaram os mais conservadores e foram um marco para o Modernismo brasileiro. Juntamente com Tarsila do Amaral deu voz às mulheres nesse período. Anita nasceu em São Paulo, em 02 de dezembro de 1889 foi à segunda filha do casal Samuel Malfatti e Betty Krug. Ela aprendeu a pintar com a mãe, seus estudos fora do país foram financiados pelo tio, após a morte do pai. Anita nasceu com uma atrofia no braço e na mão direita. Em função disso, aos 3 anos de idade foi levada a Itália para tentar corrigir a má formação congênita, os resultados não foram animadores e Anita teve que aprender a conviver com sua deficiência. Teve à sua disposição quando criança uma governanta inglesa que lhe ajudou nessa tarefa, desenvolvendo o uso da mão esquerda. Anita Catarina Malfatti (São Paulo, São Paulo, 1889 - idem 1964). Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Inicia seu aprendizado artístico com a mãe, Bety Malfatti (1866 - 1952). Devido a uma atrofia congênita no braço e na mão direita, utiliza a esquerda para pintar. No ano de 1909, pinta algumas obras, entre elas a chamada “Primeira Tela de Anita Malfatti”. Praticar a arte: Observe a imagem da obra “Composição cubista”, da artista Anita Malfatti. Faça uma releitura no espaço ao lado aplicando os elementos abstratos como diferentes linhas e criando texturas. Você pode utilizar o giz de cera 10 – CONHECENDO A ARTISTA: TARSILA DO AMARAL – EXERCÍCIO 1. Tarsila do Amaral foi uma grande pintora e desenhista brasileira com fama no Brasil e no exterior. Nascida em uma família rica e tradicional do interior de São Paulo teve acesso a boas escolas além de concluir seus estudos na Europa. Aprendeu piano e outras línguas, incluindo o francês. Tarsila nasceu em 1º de setembro de 1886 e passou sua infância em meio à natureza na fazenda da família no município de Capivari em São Paulo. Em 1901 matricula-se no colégio Sion onde pinta seu primeiro quadro – Sagrado coração de Jesus. Aprendeu a fazer modelagem em barro e pintura de naturezas-mortas. De acordo com Tarsila, foi no estado de Minas Gerais que ela aprendeu a apreciar as cores intensas, sobretudo de nossas belezas naturais. Durante essa fase, a artista revelou sua preferência por utilizar em suas telas cores fortes como azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo e verde cantante. A preferência por cores fortes, a utilização da técnica do Cubismo e o gosto pelas paisagens nacionais – rurais e urbanas –, fauna, flora, folclore e o povo brasileiro foram as grandes marcas das obras de Tarsila do Amaral. Significado de Abaporu de Tarsila do Amaral Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da artista Tarsila do Amaral. O nome da obra é de origem tupi-guarani que significa "homem que come gente" (canibal ou antropófago), uma junção dos termos aba (homem), pora (gente) e ú (comer). A tela foi pintada por Tarsila em 1928 e oferecida ao seu marido, o escritor Oswald de Andrade. Os elementos que constam da tela, especialmente a inusitada figura, despertaram em Oswald a ideia de criação do Movimento Antropofágico. O Movimento consistia na deglutição da cultura estrangeira, incorporando-a na realidade brasileira para dar origem a uma nova cultura transformada, moderna e representativa da nossa cultura. Na pintura vemos um homem com grandes pés e mãos, e ainda o sol e um cacto. Estes elementos podem representar o trabalho físico que era o trabalho da maioria naquela altura. Por outro lado, a cabeça pequena pode significar a falta de pensamento crítico, que se limita a trabalhar com força mas sem pensar muito, sendo então uma possível crítica para a sociedade daquela época. O homem representado transmite uma certa melancolia, pois o posicionamento da cabeça e expressão denotam alguma tristeza ou depressão. Além disso, o pé grande também pode revelar uma forte conexão do ser humano com a terra. Quanto às cores usadas, para haver uma clara alusão ao Brasil pois há destaque para o verde, amarelo e azul, cores predominantes da bandeira brasileira. Este quadro, que tem oitenta e cinco centímetros de altura e setenta e três centímetros de largura, é considerado por alguns críticos como o quadro mais importante produzido no Brasil. Praticar a arte: Depois de conhecermos mais sobre a obra “Abaporu”, da artista Tarsila do Amaral, vamos aplicar as cores na imagem conforme a obra original. 11 – CONHECENDO A ARTISTA: TARSILA DO AMARAL – EXERCÍCIO 2. Conheça Operários, de Tarsila do Amaral: A artista foi uma das figuras centrais da primeira fase do Modernismo Brasileiro. A pintura retrata o momento da industrialização brasileira, principalmente, a paulistana. Com Getúlio Vargas, o País passou a se industrializar a classe operária começou a surgir. O quadro mostra a diversidade cultural de um povo oprimido pelas elites, representada pela fábrica ao fundo. Embora as pessoas estejam em primeiro plano e todas tenham traços diferentes, não é fácil diferenciá-las. Elas parecem todas iguais, representando, portanto, um sistema que massifica o cidadão. No quadro os operários são apresentados com os rostos sobrepostos, o que remete à massificação do trabalho e às condições precárias de vida nas cidades. Diversas etnias aparecem na obra, fazendo menção à migração de diferentes locais do Brasil e do mundo para as grandes metrópoles. A expressão dos operários representados passa ao espectador a sensação de tristeza, indiferença e cansaço. Esses sentimentos representam as péssimas condições de trabalho às quais os migrantes estavam submetidos, assim como remetem à falta de perspectiva que predominava no contexto de opressão da Era Vargas. Praticar a arte: Pesquise em jornais e revistas diferentes rostos para fazermos uma colagem em homenagem à obra “Operários”, da artista Tarsila do Amaral. Procure por rostos pequenos e cole-os sobrepostos. 12 – CONHECENDO O ARTISTA: PÉRICLES MARANHÃO. Péricles de Andrade Maranhão nasceu em Recife, no dia 14 de agosto de 1924 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 31 de dezembro de 1961. foi um cartunista brasileiro de grande sucesso nos anos 1940 e 50. Criado em Pernambuco, em 1942 Péricles mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou sua carreira nos veículos dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand com As aventuras de Oliveira, o Trapalhão, publicadas na revista A Cigarra, também publicado como tira na revista O Guri. Em outubro de 1943 a revista O Cruzeiro começou a publicar as histórias do Amigo da Onça, que se transformaria em um dos personagens mais populares do país, criado a pedido de Leão Gondim, editor da revista O Cruzeiro, inspirado nos cartoons Enemiesof Man da revista americana Esquire e El enemigo del Hombre, personagem criado por Guillermo Divito para a revista argentina Patoruzú, seu nome veio de uma anedota. O pernambucano Péricles é o criador de um dos personagens mais populares do humor gráfico brasileiro, o Amigo da Onça. Espécie de herói irônico ou "figura do homenzinho macunaímico que satiriza costumes e acontecimentos", o personagem encarna com olhar cínico e dissimulado o espírito de porco que se encontra em algum lugar entre o malandro carioca da Lapa e o grã-fino da vida mundana do Rio de Janeiro. Sempre alinhado, de cabelo engomado, calças pretas, paletó branco e gravata-borboleta, o Amigo da Onça está pronto para tirar vantagem de tudo, em geral colocando seus interlocutores em situações humilhantes e vexatórias. Dois caçadores conversam em seu acampamento: — O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente? — Ora, dava um tiro nela. — Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo? — Bom, então eu matava ela com meu facão. — E se você estivesse sem o facão? — Apanhava um pedaço de pau. — E se não tivesse nenhum pedaço de pau? — Subiria na árvore mais próxima! — E se não tivesse nenhuma árvore? — Sairia correndo. — E se você estivesse paralisado pelo medo? Então, o outro, já irritado, retruca: — Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça? Praticar a arte: Leia a anedota a seguir e crie uma ilustração. Coloque as falas nas personagens dentro dos balões e crie uma história em quadrinhos para a personagem “Amigo da Onça”, do artista Péricles Maranhão. Aplique as cores que desejar. 13 – CONHECENDO O ARTISTA: CÂNDIDO PORTINARI. Um dos maiores artistas brasileiros do século XX retratou com grande emoção a cultura, a infância, as mazelas e as questões sociais do Brasil, contribuindo para que a cultura brasileira fosse reconhecida em âmbito internacional. Cândido Portinari nasceu no interior de São Paulo numa cidadezinha chamada Brodowski em 30 de dezembro de 1903. Filho de imigrantes italianos teve uma infância pobre numa fazenda de café. Desde muito cedo já expressa gosto pela arte, começando a pintar com nove anos de idade. Portinari participou ativamente, ao lado de escritores, poetas, jornalistas e artistas, da vida cultural e política do país e das mudanças estéticas as quais passava o Brasil no começo do século XX. Em sua trajetória como artista ganhou muitos prêmios em salões de artes e morou na França no ano de 1930 após ganhar o Prêmio de Viagem a Europa, lá aproveita para visitar inúmeros museus e estudar bastante. Portinari retorna da Europa, animado para pintar quadros exaltando a cultura brasileira, seu povo, sua natureza e sua história. Além de retratar as questões sociais de seu país, Portinari é bastante influenciado pelos movimentos artísticos da Europa como o Cubismo e o Surrealismo. Grande admirador de Picasso, após conhecer a obra Guernica, suas obras começaram a apresentar um caráter de denúncia com relação às questões sociais do Brasil. Seu interesse foi desde o início criar uma pintura baseada nos tipos brasileiros. Praticar a arte: Observe a imagem da obra “Palhacinhos na gangorra”, de Cândido Portinari. Observe as formas geométricas que o artista usou e as cores suaves. Faça uma releitura no espaço ao lado homenageando o artista. Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços a gigantescos murais. Foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional. O quadro “Palhacinhos na gangorra”, foi pintado em 1957, com 54 centímetros de altura e 65 centímetros de largura. Tinta a óleo sobre madeira compensada. 14 – CONHECENDO O ARTISTA: OSWALDO GOELDI. Oswaldo Goeldi, expressionista, preocupado com o mistério do mundo, com o significado do ser e do existir, ia buscando na paisagem os pequenos segredos da existência, segredos que desvendava à custa de lágrimas e suor, à custa de um trabalho árduo, mais que cotidiano, um trabalho de todas as horas, com o sol e, principalmente, com a noite. Com a goiva abria os sulcos da vida; com incisões firmes, traçava os caminhos da luz, essa luz terrivelmente forte a recortar os perfis dos homens magros, dos trabalhadores do mar e dos animais abandonados. Dava à madeira uma função nova, criava-lhe a seiva perdida, fazia-a participar de novo da vida esvaída há tempos. A madeira lisa se transformava num mundo fantástico, de peixes, homens, animais, casas: Goeldi, o artista, derramava a sua alma, como um raio e como tinta. Mesmo a morte vem iluminada entre os corvos e galhos de árvores secadas. Praticar a arte: Observando as obras do artista Oswaldo Goeldi vemos que ele trabalhava a monocromia e seu estilo sempre ea carregado de interpretações e melancolia. Vamos criar um desenho no espaço com o fundo preto abaixo assim como fazia o artista. Você pode escolher uma ou duas cores para compor sua criação. Poderemos utilizar o goache branco, o giz de cera branco, ou até mesmo o corretivo. Crie um título para a sua obra. 15 – CONHECENDO O ARTISTA: ISMAEL NERY. Ismael Nery nasceu em Belém no dia 09 de outubro de 1900. Ainda na infância, mudou-se para o Rio de Janeiro. Tudo indica que se aproxima das artes na juventude. Provavelmente, freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, entre 1915 e 1916, mas não se adaptou ao caráter acadêmico do curso. Nesse período, dedica-se à cópia em gesso de esculturas da Antigüidade greco-romana e, por meio delas, desenvolve interesse pela figura humana, tema que iria tomar a maior parte de suas inquietações artísticas. Na Enba faz aulas com Henrique Bernardelli (1858 - 1936), cujos incentivo e elogios o animam a seguir estudando arte. Ismael Nery é uma das personalidades mais inquietas do modernismo brasileiro. Dedica-se à pintura e ao desenho, sem nunca delimitar seu campo de atuação. Assim, também produz poemas e elabora reflexões teóricas. Em vida, não se define como artista plástico. Mário Pedrosa (1900 - 1981), crítico de arte e amigo de Nery, lembra que ele "nunca quis ser artista profissional". Sua pintura aparece como um nicho onde ele formula parte de suas reflexões metafísicas, uma materialização de suas idéias sobre o que era necessário a todos os homens, universalmente, independentemente da época e do lugar. Praticar a arte: Observando algumas obras do artista Ismael Nery, desenhe o busto de uma pessoa que você admira. Você pode desenhar alguém da sua família ou um artista da sua preferência, ou até mesmo um autorretrato. Use linhas retas e curvas e figuras geométricas. Aplique as cores que desejar. 16 – CONHECENDO O ARTISTA: ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD. Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) foi um pintor, desenhista, ilustrador e gravador brasileiro. Pintou oníricas paisagens de Minas Gerais. Foi um dos expoentes da pintura modernista brasileira. Alberto nasceu em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, no dia 25 de fevereiro de 1896. Além de nascer com o lábio leporino, teve uma vida cheia de episódios trágicos, a começar pelo suicídio do pai. Depois de viúva, sua mãe uniu-se a um barão alemão, bem mais jovem e falido. Com ele mudou-se para a Europa, em 1907, levando Guignard. Teve o incentivo da mãe para se desenvolver nas artes. Alberto da Veiga Guignard viveu em meio às dificuldades financeiras, mas produziu uma obra de notável apuro técnico, que sobressai pela delicadeza dos traços e pela pureza de tons com os quais construía as paisagens mineiras sempre envoltas em uma atmosfera de sonhos. O apuro técnico de seu processo artesanal possibilitava as límpidas nuances que lhe são características. Antes de começar uma pintura, ele cobria a tela com uma tinta cinza, como objetivo de garantir maior unidade e ao mesmo tempo contraste entre as cores – uma técnica adotada pelos renascentistas. Praticar a arte: Vamos fazer intervenções através de desenhos e cores na obra do artista Alberto da Veiga. Desenhe elementos na paisagem e aplique as cores que desejar. 17 – CONHECENDO O ARTISTA: JOSÉ PANCETTI. Filho de imigrantes italianos, José Pancetti nasce em Campinas (SP) e viaja para a Itália ainda criança, em 1913, por causa das dificuldades financeiras da família. Vive em companhia de um tio, negociante de mármore, na região da Toscana, em Massa-Carrara e depois em Pietra Santa, com os avós. Tem várias ocupações até ingressar na Marinha Mercante. Volta ao Brasil em 1920, exerce diferentes ofícios até entrar, dois anos depois, para a Marinha de Guerra, onde permanece até 1946. As constantes viagens não lhe permitem um aprendizado artístico regular. Há, na obra de Pancetti na Almeida e Dale, telas de um cromatismo vibrante que remete às naturezas de Cézanne, em especial a pintura de menor dimensão na mostra, que, longe de ser uma representação naturalista, revela um entendimento intuitivo das questões formais do francês, para o qual não existia propriamente uma questão de gênero – uma natureza- morta poderia ser o equivalente a um retrato. Também em Pancetti, mangas e frutas cítricas eram apenas pretexto para pintar. Tanto que uma de suas telas na mostra (Janela do Meu Atelier na Bahia, 1951) é um híbrido de natureza-morta e paisagem, com frutas em primeiro plano, uma casa e o mar ao fundo. Praticar a arte: Escolha entre as imagens apresentadas abaixo um para você se inspirar e produzir uma composição em homenagem ao artista José Pancetti. Utilize diferentes materiais (lápis de cor, giz de cera, tinta acrílica etc.) para criar as texturas que desejar. 18 – CONHECENDO O ARTISTA: FLÁVIO DE CARVALHO. Nascido no dia 10 de agosto de 1899 em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, é um grande representante do Movimento Modernista. Entre suas várias áreas de atuação, pintura, arquitetura, teatro, figurinos e performances, o que mais se exaltava era o seu interesse pelo experimental, a total fuga das regras e formas academicistas de tratar a arte. Seu estilo era bastante peculiar e sua fusão de estilos também. O artista tinha traços surrealistas, cubistas, do expressionismo alemão, além de um grande apego ao polêmico e renovador. Tinha como ideia a antropofagia pura, releitura de movimentos artísticos europeus, para a sociedade brasileira, buscando sempre um contato direto com o espectador. Seu interesse era em despertar reações psicológicas em quem via seus trabalhos. Desde a pintura às peças de teatro o artista Flávio de Carvalho é identificado como macabro e exagerado. Na pintura Flávio tinha interesse em cores, não tanto em formas e linhas, no teatro a ideia era elevar a ação cênica e não um texto dramático e centrado. O artista fazia suas apresentações em cenários impensáveis, com figurinos improváveis e buscando experimentar. Além disso, fez diversas performances buscando mostrar como a mente humana age de forma estranha quando está em grupos e como muitas vezes consumimos sem saber por que e como. Praticar a arte: Observe a imagem da obra “Rosto de mulher”, do artista Flávio de Carvalho. Ele usou diferentes linhas para criar os contornos do rosto feminino e abstraiu as cores. Sobreponha uma folha de papel vegetal ao rosto da personagem e com a canetinha preta marque, com gestos livres, os contornos do rosto, assim como fez o artista. “Rosto de mulher” Data: 1969 Técnica: nanquim sobre papel Tamanho: 70 x 50 cm Doação artista 19 – CONHECENDO O ARTISTA: CLÓVIS GRACIANO. Nasceu em Araras, São Paulo, em 1907. Em 1927, inicia sua carreira artística, pintando tabuletas, carros e sinalizações da Estrada de Ferro Sorocabana no interior paulista. Na década de 1930 começa a pintar, sempre como autodidata, com grande interesse pelas tendências modernas, com as quais travou contato através de publicações e álbuns. Em 1934, faz suas primeiras pinturas a óleo e aquarela. Ligou-se a partir de 1935 a Rebôlo Gonzales e Mário Zanini, integrantes do chamado Grupo Santa Helena. Começa a participar de coletivas em 1937, quando expôs no I Salão da Família Artística de São Paulo, do qual foi um dos fundadores. Desde então, participa de diversos Salões Oficiais e Coletivas, conquistando o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Belas Artes, Divisão Moderna, seguindo para a Europa em 1949 e retornando em 1951. A partir dos anos 50, dedicou-se ao muralismo, executando cerca de 120 painéis pelo estado de São Paulo, e à cenografia e indumentária teatral, trabalhando para o Grupo de Teatro Experimental, Grupo Universitário de Teatro e Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Mário de Andrade destacou na pintura de Clóvis Graciano “o peso em luta com a leveza, a efusão dramática do movimento”. Praticar a arte: O artista Clóvis Graciano também se dedicava a pintar naturezas-mortas. Observe as imagens de algumas obras feitas por ele. Se inspire em uma delas e crie um composição em natureza-morta. Aplique as cores que desejar. 20 – CONHECENDO O ARTISTA: ALFREDO VOLPI. Alfredo Volpi nasceu em Lucca, Itália, a 14 de abril de 1896. Em 1897, a família Volpi emigra para São Paulo e se estabelece na região do Ipiranga, com um pequeno comércio. Destino comum aos filhos de imigrantes italianos, Volpi inicia-se em trabalhos artesanais e, em 1911, torna-se pintor decorador. Talvez daí decorra o gosto pelo trabalho contínuo e gradual da sua linguagem estética, próprio da valorização de um “saber fazer”. Até os anos 30, Volpi elabora sua técnica e, principalmente, a partir da década de 1930, emerge um trabalho mais consciente, utilizando-se das cores para a construção de um equilíbrio muito próprio. Por esses tempos, Volpi aproxima-se de artistas como Fúlvio Pennachi e Francisco Rebolo Gonsales, integrando o Grupo Santa Helena. A denominação do grupo, e a inserção de Volpi nele, é oriunda mais de uma proximidade física dos pintores (que pintavam em uma sala do Edifício Santa Helena) e da sua origem comum do que de uma identificação estética. Volpi destoava do grupo especialmente por não ser um pintor conservador. Um dos maiores pintores da história da arte brasileira e conhecido como o mestre das bandeirinhas.. Autodidata, trabalhou como encanador, marceneiro-entalhador e encadernador até se tornar pintor decorador de interiores e decorador de paredes (1912). Realizou a decoração mural (1918), do Hospital Militar do Ipiranga, com o pintor Alfredo Tarquínio. Praticar a arte: Observe como o artista Alfredo Volpi gostava de trabalhar com bandeirinhas em suas obras. Inspirados por esse elemento construir uma composição no espaço ao lado através de recortes e colagem de papéis coloridos diversos. Faça o fundo de um cor e acrescente várias bandeirinhas. Use quadrados e triângulos sobrepostos. 21 – CONHECENDO O ARTISTA: LASAR SEGALL. Foi um ator, escultor e gravurista judeu brasileiro nascido na Lituânia a 21 de Julho de 1891. Seu trabalho teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição. Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil. Morreu a 2 de Agosto de 1957 na cidade de São Paulo. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição. Ao se mudar para o Brasil, Lasar Segall encantou-se pelascores vibrantes do país, vivendo em pleno modernismo. Nas suas obras decorativas encontramos o estilo nacional que era pregado pelo movimento e a paixão do artista pelo país. Entre as influências do pintor estão o expressionismo e o impressionismo. Mas, além disso, foi capaz de perceber a sociedade em que vivia e como artista do modernismo expressar as emoções vividas em sua época. Em uma viagem a Campos do Jordão, Lasar Segall ficou impressionado com a paisagem da cidade do interior paulista e fez questão de registrá-la em suas telas. Praticar a arte: Vamos conhecer a obra “O Bananal”, do artista Lasar Segall. Leia o texto explicativo e observe atentamente a imagem da obra. Depois, vamos aplicar cor no desenho. Você pode usar as cores que desejar. Nesta obra, temos em primeiro plano a figura centralizada de um homem negro e é o elemento iconográfico mais forte na composição. Trata-se da figura de um senhor idoso chamado Olegário, que fora escravo na fazenda de amigos do artista. Logo atrás dele, há uma densa plantação de bananeiras, que ocupam quase toda a superfície da tela, emparedando e acuando a figura do negro. Seu olhar vazio e translúcido, por onde tudo passa, também tudo aceita. O primeiro plano desta figura, seu colorido mais quente e seu longo pescoço contrastante com a planicidade da vasta plantação ao fundo, só enfatizam seu lugar de importância social. As linhas de contorno são sutis, estão aí para demarcarem os limites entre figura e fundo, que têm suas diferenças explícitas, mas também suas interligações: enquanto a figura central é extremamente expressiva e suas soluções plásticas remetem a máscaras africanas e composições cubistas, o fundo é preenchido com uma representação bem abstrata e descritiva do que seria este bananal, transitando entre formas geométricas e tons de verdes e azuis num caráter bastante ornamental. 22 – CONHECENDO O ARTISTA: FRANCISCO REBOLO. Francisco Rebollo Gonsales nasceu no dia 22/08/1902, em São Paulo, sendo filho de imigrantes espanhóis que chegaram ao Brasil no final do século XIX. Viveu intensamente duas trajetórias: primeiramente, jogador de futebol de 1917 a 1932, atuou no Corinthians (1921 a 1927) e no Ypiranga, ambos clubes da cidade de São Paulo; a partir de 1934, torna-se pintor e completa no seu falecimento (10/7/1980) uma história de quase meio século como importante artista plástico. Um fato curioso uniu suas duas atividades: na década de 30, pintor já conhecido, desenhou o símbolo definitivo do Corinthians, que é hoje um ícone nacional. Rebolo foi considerado pela melhor crítica do período um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Não obstante sua consagração como mestre da paisagem, sua apreciada obra, com um total estimado superior a 3000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de 50 diferentes gravuras, de variadas técnicas, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Praticar a arte: Observe abaixo a imagem de uma das inúmeras paisagens pelo artista Francisco Rebolo. Através do desenho, dê continuidade à pintura conforme até completar todo o espaço. Aplique as cores que desejar. 23 – CONHECENDO O ARTISTA: LÍVIO ABRAMO. Lívio Abramo (Araraquara / SP, 1903 – Assunção / Paraguai, 1992) ele, os irmãos e irmãs cresceram em um ambiente especial e tornaram-se artistas, jornalistas e intelectuais, cujas contribuições foram importantes para o cenário cultural brasilero. Seus pais foram sua principal influência artística, pois, ambos sensíveis às Artes, incentivavam os filhos à frenquentarem eventos artísticos gerais. Seu sonho era ser arquiteto, mas problemas financeiros o impediram de concretizar seu ideal. Sua “fuga” foi se especializar na técnica da gravura, o que, para ele compensou a frustração; aprimorou seu conhecimento e apaixonou-se por essa arte. Foi pela influência de gravuras expressionistas alemãs de Kathe Kollwitz entre outros que ele disse: - É isso que eu quero fazer! Só foi reconhecido artisticamente quando suas xilogravuras alcançaram uma riqueza impressionante de detalhes precisos. Ganhou diversos prêmios e algumas honrarias como a ordem do Rio Branco. Lívio possuia uma personalidade forte, uma integridade inabalada e inteligência abrangente. Produziu gravuras, desenhos, charges, design de objetos, textos críticos, aulas e curadoria de exposições. Praticar a arte: Com o uso do giz pastel branco faça um desenho de uma paisagem de uma cidade no estilo do artista Lívio Abramo. Depois de pronto borrife uma solução de cola diluída com água para fixar. Essa pode ser uma ideia para a criação de sua gravura. 24 – CONHECENDO O ARTISTA: CARLOS SCLIAR. Carlos Scliar (Santa Maria / Rio Grande do Sul, 21 de junho de 1920 – Rio de Janeiro, 28 de abril de 2001), desenhista, gravador, pintor, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico. Iniciou, desde cedo, alguns cursos de arte em Porto Alegre e participou da fundação da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Aos 30 anos foi para Paris estudar gravura na Ecole des Beaux-Arts. Trabalhou em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo fazendo ilustrações para revistas, livros e cenários teatrais e mantendo contato com diversos artistas como Enrico Bianco, Joaquim Figueira, Cândido Portinari, Burle Marx, Flávio de Carvalho, entre outros. Participou constantemente de exposições no Brasil e em todos os centros artísticos mundiais, registrando sempre absoluto sucesso. Ativista social, engajou-se em vários movimentos, como o 1º Congresso da Juventude Democrática, na Checoslováquia e em manifestações brasileiras, seja produzindo cartazes, seja ilustrando livros e revistas. Gravurista por opção, apaixonou-se pela serigrafia, em cuja técnica desenvolveu várias séries. Aliás, uma das importantes características de Carlos Scliar era a sua capacidade de inovar, buscando novos materiais que lhe servissem de base e técnicas as mais variadas, desde têmpera até o acrílico, passando pelas artes gráficas. Pintou quadros, mas também fez murais e até ilustrou vários bilhetes da Loteria Federal, premiados com sua arte. Praticar a arte: Carlos Scliar possuía o estilo cubista em suas obras, ou seja, linhas retas e a geometrização das formas. Observe algumas imagens das obras feitas por ele. Através do desenho e da cor, transforme a imagem sugerida em uma composição abstrata geométrica homenageando o artista. 25 – CONHECENDO A ARTISTA: DJANIRA DA MOTTA E SILVA. Djanira nasce no interior de São Paulo, numa família de poucos recursos. Casa-se com um maquinista da Marinha Mercante, e cedo fica viúva. Aos 23 anos, é internada com tuberculose no Sanatório Dória, em São José dos Campos, onde faz seu primeiro desenho: um Cristo no Gólgota. Com a melhora, continua o tratamento no Rio de Janeiro, e reside em Santa Teresa, por causa de seu ar puro. Em 1930, aluga uma pequena casa no bairro e instala uma pensão familiar. Um de seus hóspedes, o pintor Emeric Marcier (1916 - 1990), a incentiva e lhe dá aulas de pintura. Djanira também freqüenta, à noite, o curso de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. A sua pintura dos anos 1940 é geralmente sombria, utiliza tons rebaixados, como cinza, marrom e negro, mas já apresenta o gosto pela disciplina geométrica das formas. Na década seguinte, sua palheta se diversifica, com uso de cores vibrantes, e em algumas obras trabalha com gradações tonais que vão do branco ao cinza-claro. Apresenta em seus tipos humanos uma expressão de solene dignidade. A artista sempre busca aproximar-se dos temas de suas obras: no fim da década de 1950, após convivênciade seis meses, pinta os índios canela, do Maranhão. Na década de 1970, desce às minas de carvão de Santa Catarina para sentir de perto a vida dos mineiros e viaja para Itabira para conhecer o serviço de extração de ferro. Djanira trabalha ainda com a xilogravura, gravura em metal, e faz desenhos para tapeçaria e azulejaria. Em sua produção, destaca-se o painel monumental de azulejos para a capela do túnel de Santa Bárbara (1958), no Rio de Janeiro. Djanira é uma artista que não improvisa, não se deixa arrebatar, e, embora possuam uma aparência ingênua e instintiva, seus trabalhos são conseqüência de cuidadosa elaboração para chegar à solução final. Praticar a arte: Observe a imagem de uma das obras de arte de Djanira da Motta. Analise a formas, as direções das linhas, as cores do fundo e a distribuição das personagens na composição. Faça um desenho com o mesmo tema no espaço ao lado. Aplique as cores que desejar. Crie um título para a sua obra. Título: “Meninos com Pipa” Estudo de painel Técnica: Acrílica sobre tela. Djanira (1966) 26 – CONHECENDO O ARTISTA: FRANCISCO BRENNAND. Francisco Brennand inicia sua carreira como pintor e escultor no fim da década de 1940. Em seus quadros, pinta flores e frutos que parecem flutuar no espaço pictórico, realizados com linhas simplificadas e cores puras. Posteriormente, descobre seu meio de expressão na cerâmica, reforma a fábrica de cerâmica de seu pai, próxima a Recife, então quase abandonada, transformando-a em um ateliê, que povoa de seres fantásticos, representados em relevos, painéis, objetos cerâmicos e esculturas. O artista trabalha a cerâmica não só com a forma mas também com a cor. Obtém uma grande quantidade de tonalidades por meio das variações de temperatura que atuam sobre os pigmentos durante a queima das peças. As esculturas de Brennand apresentam o caráter de tótens, ou se relacionam a signos da tradição popular. Em muitas obras, apresenta criaturas aterradoras, monstros, seres deformados ou que revelam um caráter trágico. Algumas esculturas estão ligadas a rituais de fertilidade, de culturas arcaicas, apresentando um caráter fortemente sexual. Produz figuras que freqüentemente têm um aspecto trágico, cuja estranheza é acentuada pelo acabamento rude. Praticar a arte: Observando as imagens das obras do artista Francisco Brennand, aplique desenhos na imagem da cerâmica abaixo. Use as cores que desejar. 27 – CONHECENDO O ARTISTA: CARYBÉ. O artista Hector Julio Páride Bernabó, mais conhecido como Carybé, nasceu no dia 7 de fevereiro de 1911 na cidade de Lanús, localizada na zona sul de Buenos Aires. Ele se tornaria famoso pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista. Ele passou alguns anos na Itália, dos 6 meses aos 8 anos, partindo então para o território brasileiro, a princípio residindo no Rio de Janeiro, onde o pintor realizou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes. Seu principal estilo se resume na pintura figurativa, a qual lembra a estética abstrata. No solo carioca Hector ganhou o apelido que o consagraria como artista, pois no grupo de escoteiros do Clube do Flamengo que ele integrava cada um recebia a denominação de um peixe; coube a ele Carybé, que designava uma espécie de piranha. Para se destacar no campo artístico e se diferenciar do irmão, que tinha um nome similar e era igualmente artista plástico, ele assumiu este epíteto como pseudônimo. De 1935 a 1936 ele atua ao lado do escritor argentino Julio Cortázar e trabalha como desenhista no jornal El Diário. Em função de seu trabalho ele é enviado para Salvador, em 1938, tornando-se um legítimo baiano a partir de 1950. Em 1957 ele finalmente se naturaliza brasileiro. Praticar a arte: Observando as imagens de algumas produções do artista Carybé, vamos aplicar as cores no desenho abaixo para homenagearmos esse artista brasileiro. 28 – CONHECENDO O ARTISTA: IBERÊ CAMARGO. Pintor e gravador brasileiro nascido em Restinga Seca, RS, um dos mais legítimos representantes do abstracionismo expressionista no Brasil. Estudou com Guignard ganhou um prêmio de viagem ao exterior (1947) na divisão moderna do Salão Nacional de Belas-Artes. Assim pode estudar gravura com Carlo Alberto Petrucci, em Roma, e pintura com André Lhote e Giorgio De Chirico, em Paris. De volta ao Brasil, morou no Rio de Janeiro, dedicou-se ao ensino da gravura, sobretudo em metal, técnica na qual se especializou. Organizou os salões Preto e Branco (1954) e Miniatura (1955) e consolidou o abstracionismo expressionista com sua obra Carretéis (1960). Premiado como o melhor pintor nacional na VI Bienal de São Paulo (1961), cresceu em prestígio tanto no Brasil como no exterior. Apresentou-se em exposições individuais ou coletivas em cidades como Washington, Nova York, Paris, Montevidéu e Barcelona, e coroou sua carreira com a realização de um painel de grandes proporções para a sede da Organização Mundial de Saúde, em Genebra (1966). Nos últimos cinco anos de vida morou em Porto Alegre, capital estadual onde morreu. Praticar a arte: Observe a imagem da obra “Ciclistas”, do artista Iberê Camargo. Com o uso do carvão faça um desenho de você andando de bicicleta, inspirado pela obra do artista. Título: “Ciclistas” Técnica: Tinta óleo sobre tela. Tamanho: 180 x 213 cm Ano: 1989 Coleção Maria Coussirat Camargo – Fundação Iberê Camargo. 29 – CONHECENDO O ARTISTA: GLÊNIO BIANCHETTI. Glênio Bianchetti inicia sua trajetória na década de 1940, integrando o Grupo de Bagé. Em 1947, vai para Porto Alegre, onde estuda no Instituto de Belas Artes. Participa da fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre, grupo que realiza uma produção artística de caráter social, tratando da realidade das classes mais pobres, do trabalho e dos costumes regionais. A produção de Bianchetti, na década de 1950, é realizada principalmente em xilografia e linoleogravura, e mostra operários em olarias ou meninos brincando, geralmente em espaços abertos. Destaca-se a qualidade do desenho e o uso apurado dos contrastes entre claro e escuro, sem gradações intermediárias, como ocorre em Sempre Vivas (1952) ou em Mulher Costurando (1957), na qual nota-se a influência do expressionismo. A partir da década de 1960, o artista trabalha principalmente com pintura e, no campo da gravura, com litografia e gravura em metal. Na pintura, os temas principais de Bianchetti são a figura humana, a natureza-morta e a paisagem. No quadro Paisagem de Bagé (1949), emprega grande simplificação formal, uma pincelada gestual e uma gama cromática que confere à obra certo caráter dramático. Seus quadros revelam a admiração pelo cubismo e interesse pela abstração. A partir da década de 1970, o artista utiliza os grafismos ao lado das manchas de cor, em obras de cores muito contrastantes, como em Moça Lendo (1973). Praticar a arte: Vamos observar a imagem da obra de arte de Glênio Bianchetti e seu esboço ao lado. Observe com o artista aplicou diferentes tipos de linhas em sua composição e como escolheu as cores para compor sua obra. Aplique as cores que desejar no esboço. 30 – CONHECENDO O ARTISTA: ALDEMIR MARTINS. ATIVIDADE 1. O artista plástico Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras, no Vale do Cariri, Ceará em 8 de novembro de 1922. A sua vasta obra, importantíssima para o panorama das artes plásticas no Brasil, pela qualidade técnica e por interpretar o “ser” brasileiro, carrega a marca da paisagem e do homem do nordeste. Aldemir Martins serviu ao exército de 1941 a 1945, sempre desenvolvendosua obra nas horas livres. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1946, para São Paulo. De espírito inquieto, o gosto pela experiência de viajar e conhecer outras paragens é marca do pintor, apaixonado que é pelo interior do Brasil. Seus traços fortes e tons vibrantes imprimem vitalidade e força tais à sua produção que a fazem inconfundível e, mais do que isso, significativa para um povo que se percebe em suas pinturas e desenhos, sempre de forma a reelaborar suas representações. Aldemir Martins pode ser definido como um artista brasileiro por excelência. A natureza e a gente do Brasil são seus temas mais presentes, pintados e compreendidos através da intuição e da memória afetiva. Nos desenhos de cangaceiros, nos seus peixes, galos, cavalos, nas paisagens, frutas e até na sua série de gatos, transparece uma brasilidade sem culpa que extrapola o eixo temático e alcança as cores, as luzes, os traços e telas de uma cultura. Praticar a arte: Desde o início da carreira a sua produção envolveu a pintura de gatos, realizados com linhas sinuosas, além de outros animais, flores e frutas. Sua obra é repleta de cores intensas e contrastantes. Vamos homenagear o artista aplicando as cores no gato. 31 – CONHECENDO O ARTISTA: ALDEMIR MARTINS. ATIVIDADE 2. “Integração do Brasil na Cidade de São Paulo, 1969”: A obra é fruto de uma encomenda para o Palácio Anchieta e foi executada em 1969, mesmo ano de inauguração da atual sede da CMSP. Os cinco painéis retratam as paisagens brasileiras. O sol é o único elemento que se repete em todos. Quatro deles são dedicados ao mundo natural e aos tipos locais, como o boiadeiro e o sertanista. Apenas o painel do meio mostra uma cena urbana, ao retratar a cidade de São Paulo. A centralidade do painel dedicado à capital paulista é a mesma que a cidade ocupa no país. O autor é o pintor, gravador, desenhista e ilustrador Aldemir Martins, nascido em 1922 na cidade de Ingazeiras, no Ceará. Participou da criação do Centro Cultural de Belas Artes, em Fortaleza, que três anos depois passou a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas. Em 1945, viajou para o Rio de Janeiro, e, menos de um ano depois, muda-se para São Paulo, onde realizou sua primeira individual. Entre 1949 e 1951, frequentou os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se tornou monitor da instituição. Em 1956, recebeu o prêmio de melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza. Morreu na cidade de São Paulo em 2006. Praticar a arte: Com o uso da régua, compasso, transferidor e demais instrumentos de desenho, produza uma releitura da obra em destaque do artista Aldemir Martins. Aplique as cores que desejar. 32 – CONHECENDO O ARTISTA: JOSÉ BERNARDO CARDOSO JÚNIOR. José Bernardo Cardoso Júnior, mais conhecido como Cardosinho (Coimbra, 1861 — Rio de Janeiro, 1947) foi um pintor naïf luso-brasileiro. Radicou-se no Brasil com apenas três anos de idade, vindo com sua família, a qual depois perdeu toda em um acidente marítimo. Com isso ingressou no Seminário São José, desejando tornar-se padre. Estudou também na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, mas abandonou os estudos e a vocação, retornando ao Brasil em 1877 para dedicar-se ao ensino de latim e francês no Colégio Batista de Juiz de Fora. Transferindo-se para Campos, foi indicado Inspetor Escolar, função de exerceu até aposentar-se aos 70 anos, quando passou a dedicar-se à pintura como lazer. Sua frequência na Sociedade de Artistas Brasileiros do Rio de Janeiro o levou a travar contato com Portinari e Foujita, que o incentivaram na arte, e participou da exposição Pintores Modernos Brasileiros realizada em Londres em 1944. Sua obra foi uma das primeiras, dentro do universo naïf, a ser apreciada pela crítica de arte oficial brasileira, e aborda cenas oníricas, inspiradas em cartões postais. Praticar a arte: Cardosinho se inspirava nos antigos cartões-postais que eram ilustrados com belas paisagens. Crie seu cartão postal nos modelos abaixo. Preencha o destinatário e a mensagem. Você pode desenhar e pintar um lugar especial que você visitou. 33 – CONHECENDO O ARTISTA: HEITOR DOS PRAZERES. Heitor dos Prazeres foi um compositor, cantor e pintor autodidata brasileiro. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 1898 e faleceu em 1966. Heitor era filho do marceneiro Eduardo Alexandre dos Prazeres que tocava clarinete e caixa na banda da Polícia Militar e Guarda Nacional, e de Celestina Gonçalves Martins dos Prazeres. Heitor começou a trabalhar muito cedo, aos 7 anos de idade, na oficina do seu pai. No mundo da pintura ingressou como autodidata por volta de 1937, estimulado pelo jornalista e desenhista Carlos Cavalcanti. Heitor dominava o clarinete e o cavaquinho, e suas composições alcançaram projeção nacional. Foi um dos pioneiros do samba carioca. Foi um dos grandes compositores do samba carioca. Heitor adotou a pintura como hábito após a morte da esposa Glória; com a pintura teve seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior. Heitor dos Prazeres em suas pinturas gostava de retratar a vida nas favelas cariocas: Crianças brincando de soltar balão e pipas, pular corda e jogar argolas, homens jogando sinuca e baralho, jovens em festas juninas e rodas de samba eram muito comuns em seus quadros. Uma das características mais marcantes em seus trabalhos são os rostos das pessoas sempre pintados lateralmente e com a cabeça e o olhar para o alto. A origem de garoto pobre da Praça Onze fez de Heitor dos Prazeres um artista sensível à vida e à cultura das favelas cariocas. Praticar a arte: Escolha uma entre as imagens das obras de Heitor dos Prazeres apresentadas acima e faça uma releitura. Tente desenhar as personagens com as características do artista. Aplique as cores que desejar. 34 – CONHECENDO O ARTISTA: GERALDO DE BARROS. Geraldo de Barros (Chavantes SP 1923 - São Paulo SP 1998). Fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista. Estuda desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de diversos artistas. Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente, fotografa jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor imagens. Sua trajetória artística o coloca na linha de frente da fotografia experimental. Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político e artístico do período em que foram desenvolvidos. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho industrial e a fotografia. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do erro, e para Geraldo era importante errar. Praticar a arte: Observando alguns exemplos das fotoformas criadas pelo artista Geraldo de Barros, construa composiçoes geométricas utilizando recortes de papel branco e preto no espaço abaixo. 35 – CONHECENDO O ARTISTA: BURLE MARX. Famoso paisagista brasileiro nascido em São Paulo, SP, que se tornou conhecido por dar às criações uma orientação ecológica. Ainda criança, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, RJ, onde estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas-Artes.Iniciou a carreira de paisagista (1933) trabalhando para projetos de Lúcio Costa e logo depois foi para o Recife como diretor de parques (1934-1938), onde em seus projetos procurou aproveitar espécies tropicais, como a vitória-régia, e a flora típica da caatinga. Além da pintura também criou desenhos para tapeçarias e jóias, bem como murais em concreto, mosaico, azulejos e granito. Doou o Sítio ao Governo Brasileiro (1985), mas lá permaneceu até sua morte em 4 de junho (1994). Com a doação, pretendia garantir seu desejo de manter a integridade da propriedade como um todo, bem como criar uma escola dedicada ao paisagismo, botânica e artes em geral. Roberto Burle Marx faleceu no dia 4 de junho de 1994, deixando como legado não só essa enorme quantidade de jardins e praças, painéis, cerâmicas e outras obras, mas, mais que isso, a percepção de que há uma flora brasileira para ser admirada e usada, que, antes dele, dificilmente se encontrava nos jardins e praças de nossa país. Praticar a arte: Observando as imagens de alguns projetos paisagísticos do artista Burle Marx, inspire-se para criar uma colagem com diferentes cores. Recorte papéis coloridos com formas arredondadas e crie uma composição. 36 – CONHECENDO A ARTISTA: WEGA NERY. Wega Nery é filha de Ottilia e Leôncio Nery e bisneta do Barão de Vila Maria, Joaquim Gomes da Silva. Nascida em Corumbá (Mato Grosso), em 10/3/1912, foi enviada, aos 6 anos de idade, para estudar no internato do tradicional Colégio Sion, em São Paulo, junto com uma das irmãs. Com a mudança da família para Campinas, em 1924, Wega vai morar na cidade do interior paulista. No início da década de 1930, conclui o curso ginasial e estuda psicologia, pedagogia e didática para equiparar-se às normalistas. Após os exames, torna-se professora e depois é nomeada inspetora federal de ensino. Nesse período, retoma o hábito de desenhar e pintar de forma autodidata. Românticas, também, mas de maneira mais tradicional, são as pinturas expressionistas da brasileira Wega, cujas explosões selvagens de energia visual assumem a forma de paisagens transcendentes, entrecortadas, de montes evanescentes, induzindo à vista uma arrancada de interpretações, a desfazer, pouco a pouco, o nosso senso de realidade visual. Seu dinamismo pictórico, embora tome a forma tradicionalista, é tão convincente quanto qualquer ensaio adrede previsto para provocar estados emocionais. Praticar a arte: A artista Wega Nery trabalhou a gestualidade em sua arte. Pinceladas expressivas que desconstruíam a imagem e tornava sua impressão do mundo algo abstrato e positivo. Através do uso do goache, use seus dedos para produzir uma composição inspirada nas obras da artista. Crie um título para a sua obra. 37 – CONHECENDO A ARTISTA: LYGIA CLARK. Lygia Clark foi uma artista brasileira nascida em Belo Horizonte em 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1947, iniciou seu aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participou da sua primeira exposição em 1959. Trocou sua pintura gradualmente pela experiência com objetos tridimensionais. Realizou proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador, nesse ano lecionava artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedicou-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retornando para o Brasil em 1976 Lygia se dedicou ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganhou reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra. Praticar a arte: Observe algumas obras da artista Lygia Clark. Rasgue papéis coloridos em diferentes formas geométricas e construa uma composição abstrata geométrica em homenagem à artista. 38 – CONHECENDO O ARTISTA: MARCELO GRASSMANN. Marcelo Grassmann (São Simão/SP 1925 - São Paulo SP em 2013). Gravador, desenhista, ilustrador, professor. Estuda fundição, mecânica e entalhe em madeira na Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo, entre 1939 e 1942. Passa a realizar xilogravuras a partir de 1943. Atua como ilustrador do Suplemento Literário do Diário de São Paulo, entre 1947 e 1948, e do jornal O Estado de S. Paulo, em 1948. Reside no Rio de Janeiro a partir de 1949, atuando como ilustrador do Jornal do Estado da Guanabara. Freqüenta, no Liceu de Artes e Ofícios, os cursos de gravura em metal, com Henrique Oswald (1918-1965), e de litografia, com Poty Lazzarotto (1924-1998). Em 1952, reside em Salvador, onde trabalha com Mario Cravo Júnior (1923). Recebe, em 1953, o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), e viaja para Viena, onde estuda na Academia de Artes Aplicadas. Passa a dedicar-se principalmente ao desenho, à litografia e à gravura em metal. Em 1969, sua obra completa é adquirida pelo governo do Estado de São Paulo, passando a integrar o acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Praticar a arte: Observando as imagens de algumas produções artísticas de Marcelo Grassmann. Sobreponha uma folha de papel vegetal ou papel manteiga sobre a imagem da madonna a seguir e contorne com o lápis evidenciando seus contornos apenas com linhas aleatórias. Você também pode usar o lápis de cor que desejar. Criando assim um efeito de gravura em metal. 39 – CONHECENDO A ARTISTA: REGINA KATZ. Renina Katz Pedreira cursa a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro, entre 1947 e 1950. Inicia- se em xilogravura em 1946. Ingressa no curso de gravura em metal, oferecido no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Muda-se para São Paulo em 1951, e leciona gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp e, posteriormente, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, até a década de 1960. Em 1956, publica o primeiro álbum de gravuras, intitulado Favela. A partir dessa data, é docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, onde permanece por 28 anos, e na qual apresenta teses de mestrado e doutorado. Renina Katz deixa os temas ligados ao realismo social a partir da metade da década de 1950, quando sua obra passa gradualmente a adquirir um caráter não figurativo, embora permaneça nela a relação com a paisagem. A artista passa a enfatizar, cada vez mais, o jogo de transparências em suas obras. Inicia a produção em litogravura na década de 1970. A maioria de suas gravuras são sugestões de paisagens, concebidas como lugares da memória. Praticar a arte: Preencha os espaços da gravura produzida pela artista Regina Katz usando uma cor clara. Você pode utilizar o lápis de cor, giz de cera ou canetinha. 40 – CONHECENDO O ARTISTA: GILVAN SAMICO. Gilvan Samico inicia-se em pintura como autodidata. Em 1948, integra a Sociedade de ArteModerna do Recife - SAMR, criada por Abelardo da Hora (1924), que tem importante papel na renovação da arte pernambucana. O objetivo dessa associação é criar no Recife um amplo movimento cultural que envolvesse áreas como artes plásticas, teatro e música, incentivando pesquisas sobre a cultura popular e suas manifestações. Em 1952, Samico é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da SAMR, centro de estudos de desenho e gravura, voltado para uma arte de caráter social. Vem para São Paulo em 1957, onde tem aulas com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Da convivência com Abramo Samico guarda a preocupação em explorar as possibilidades formais da madeira e o interesse pelas texturas muito elaboradas. O artista passa a criar ritmos lineares, que se harmonizam perfeitamente na estrutura geral de suas obras. Viaja no ano seguinte ao Rio de Janeiro, onde freqüenta o curso livre de gravura de Oswaldo Goeldi (1895 - 1961), na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. O contato com o gravador é percebido no emprego de atmosferas noturnas em seus trabalhos, utilizando número reduzido de traços, e no uso muito preciso da cor. Sua obra é marcada definitivamente pela descoberta do romanceiro popular, através da literatura de cordel e pela criativa utilização da xilogravura. O espaço de suas gravuras é então povoado por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas populares, e também por muitos animais e seres fantásticos: leões, serpentes, dragões. Praticar a arte: Preencha com linhas retas horizontais e verticais os espaços em branco da imagem de umas das gravuras do artista brasileiro Gilvan Samico. 41 – CONHECENDO O ARTISTA: WALDEMAR CORDEIRO. Figura central da arte brasileira do século XX, Waldemar Cordeiro consegue como poucos transitar do campo da produção artística para o da reflexão teórica1, tornando- se um dos principais articuladores do concretismo no país e posteriormente abandonando esse rumo em prol de uma arte menos utópica e mais conectada com os desafios de seu tempo. Ao longo de sua curta porém intensa carreira, Cordeiro explora com afinco e anseio investigativo algumas das principais correntes artísticas do século XX. Sua atenção, a princípio, recai sobre o expressionismo, tendência com a qual se alinham seus primeiros trabalhos. Rapidamente, no entanto, volta seu interesse para a defesa de uma produção de teor abstrato, radicalmente distante da figuração, do naturalismo e de uma visão hedonista da arte (arte para o prazer estético, arte pela arte). Tem a convicção de que cabia à arte o papel de transformar o mundo, não mais por meio da denúncia ou da mera repetição de padrões estéticos antigos, mas da execução do novo. A partir do final dos anos 1940, desenvolve no Grupo Ruptura um trabalho que se opõe tanto ao realismo social - caminho prioritariamente seguido pelos artistas de esquerda no país, como Portinari e Di Cavalcanti - como ao caráter possivelmente decorativo do abstracionismo lírico. A intenção é a de criar uma arte nova, objetiva, racional. Entre os aspectos mais marcantes dessa produção, estão a busca da ordem, a defesa da arte como realidade autônoma, a utilização de materiais e instrumentos derivados da indústria, a reprodutibilidade e a busca de um sentido coletivo (o que explica sua forte sintonia com outras artes aplicadas, como o design e o paisagismo). Praticar a arte: Inspirando-se no estilo do artista, recorte filetes de papéis coloridos ou preto e branco e faça uma composição abstrata colando-os sobre um fundo colorido. 42 – CONHECENDO O ARTISTA: HÉLIO OITICICA. Helio Oiticica nasceu no dia 26 de julho de 1937 na cidade do Rio de Janeiro. Foi pintor, escultor, artista plástico e performático. Como um dos artistas revolucionários, foi também anarquista, professor e filólogo. No ano de 1959, funda o Grupo Neoconcreto, juntamente com Amilcar de Castro, Lygia Clark, Lygia Pape e Franz Weissmann. Criador do Parangolé, denominado por ser uma espécie de bandeira, onde mostra os tons, cores, formas, texturas, grafismos, textos, juntamente com sua composição, como tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico corda e palha, sendo considerada uma escultura móvel. O movimento Tropicália, onde o pintor brasileiro participou, teve uma grande repercussão na época impondo a imagem brasileira sobre o tema da vanguarda. Hélio Oiticica é um artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e inovador. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são, em grande parte, acompanhados de elaborações teóricas, comumente com a presença de textos, comentários e poemas. Praticar a arte: Pinte, recorte e cole, criando assim uma composição geométrica com as figuras abaixo assim como fez o artista Helio Oiticica. Agrupe as formas para que elas fiquem ordenadas. Use todas elas. Você também pode experimentar com outras formas (círculo, triângulo etc.). 43 – CONHECENDO A ARTISTA: LYGIA PAPE. Escultora, gravadora e cineasta. Aproxima-se do concretismo e, em 1957. A partir dos anos 1960, trabalha com roteiro, montagem e direção cinematográficos e faz a programação visual de filmes do cinema novo. Ainda nos anos 1960, produz esculturas em madeira e realiza o Livro-Poema, composto de xilogravuras e poemas concretos. Sua obra é pautada pela liberdade com que experimenta e manipula as diversas linguagens e formatos e por incorporar o espectador como agente. Produz objetos e instalações marcados pela ironia, pelo humor negro e por críticas à situação política. Em Caixa de Formigas (1967), coloca em um recipiente de madeira enormes saúvas vivas que andam sobre um fundo com a inscrição: a gula ou a luxúria. No centro, há uma espiral e um pedaço de carne crua, o que faz com que as formigas se concentrem ali. Em Caixas de Baratas (1967), a artista agrupa em uma caixa de acrílico translúcido, com um espelho ao fundo, uma série de baratas, como se estivessem organizadas em uma coleção científica. A primeira sensação que o trabalho provoca é de aversão, pois o espectador se vê refletido junto àqueles insetos. Já a Caixa Brasil (1968) contém a palavra "Brasil", escrita em letras prateadas no fundo da tampa e em seu interior estão colocados fios de cabelos das três raças: o índio, o branco e o negro. Praticar a arte: Depois de termos observado as três obras icônicas da artista Lygia Pape, vamos reproduzir a famosa “Caixa de baratas”. Pinte, recorte e cole as baratas e agrupe-as em ordem em seu caderno de arte. 44 - CONHECENDO A ARTISTA: CÍCERO DIAS. Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro. Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo. Seu grande interesse era experimentar novas tendências, idéia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima. Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros. As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas através de uma linguagem como a dos primitivos,
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