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Processo Civil-compactado

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Prévia do material em texto

@dicasexconcurseira 1 
 
 
 
 
 
PROCESSO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 – Vamos conhecer a estrutura do CPC/15.....................................................................................................................3 
Capítulo 2 – Normas Processuais no CPC/15..................................................................................................................................3 
Capítulo 3 – Parte Geral..................................................................................................................................................................6 
Capítulo 4 – Procedimento Comum..............................................................................................................................................55 
Capítulo 5 – Execução..................................................................................................................................................................110 
Capítulo 6 – Do Processo nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais.....................................................144 
Capítulo 7 – Alguns Procedimentos Especiais e outros aspectos do CPC/15..............................................................................218 
 
 
Esse material é um resumo do livro “Diálogos sobre o CPC” (2019), do professor Mozart Borba + Novo Código de Processo Civil 
Comentado (2017), de Daniel Assumpção Neves + alguns apontamentos do Prof. Fredie Didier + jurisprudências extraídas do site 
do Dizer o Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 3 
CAPÍTULO 1 – VAMOS CONHECER A ESTRUTURA DO CPC 
 
CPC/2015 
PARTE GERAL 
Livro I – Das normas processuais civis 
Livro II – Da função jurisdicional 
Livro III – Dos sujeitos processuais 
Livro IV – Dos atos processuais 
Livro V – Das tutelas provisórias 
Livro VI – Da formação, da suspensão e da extinção do processo 
PARTE ESPECIAL 
Livro I – Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença 
Livro II – Do processo de execução 
Livro III – Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais 
 
 
CAPÍTULO 2 – NORMAS PROCESSUAIS NO CPC/15 
 
2.1. NEOCONSTITUCIONALISMO 
 
 Neste capítulo, há princípios e regras que demonstram claramente que o CPC/15 foi orientado pelo 
neoconstitucionalismo, com vistas a tornar a legislação infraconstitucional mais alinhada possível aos valores constitucionais. 
Desta forma, a estruturação e a interpretação das normas processuais cíveis devem ser feitas de acordo com a CF. 
 
CPC, Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código. à dispositivo que 
diz uma obviedade, pois, ainda que se possa elogiá-lo por consagrar expressamente a força normativa do texto constitucional, o 
seu conteúdo não traz qualquer novidade. Consagra o direito processual constitucional. 
 
CPC, Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. à 
princípio da inércia da jurisdição (ne procedat iudex ex officio), o qual decorre da constatação inequívoca de que o direito de 
ação, sendo o direito de provocar a jurisdição por meio do processo, é disponível, cabendo somente ao interessado decidir se o 
exercerá no caso concreto; + princípio do impulso oficial. 
 
CPC, Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. à princípio da inafastabilidade da jurisdição 
(art.5º, XXXV, CF). 
 
2.2. SISTEMA MULTIPORTAS 
 
CPC, Art.3º, §1º É permitida a arbitragem, na forma da lei (Lei 9.307/1996). 
§2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. à justiça/sistema multiportas = meios 
adequados para a solução de conflitos ou equivalentes jurisidicionais. 
§3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, 
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 
2.3. MODELO COOPERATIVO 
 
CPC, Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável* a solução integral do mérito*, incluída a atividade satisfativa*. 
* consagração do princípio da duração razoável do processo (art.5º, LXXVIII, CF); 
* princípio da primazia da decisão/julgamento de mérito; - exs: arts.6º, 282, §2º, 317, 932, p.u., CPC. 
* princípio da efetividade do processo. 
 
CPC, Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. à princípio da 
boa-fé processual (ou boa-fé objetiva). Como já decidiu o STJ, a boa-fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, 
modelo objetivo de conduta, arquétipo social que impõe o poder-dever de que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse 
modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta, escorreita e leal. ATENÇÃO! O descumprimento do princípio da boa-fé 
processual gera a aplicação de sanções, independentemente do pedido das partes (STJ). 
 
 
 @dicasexconcurseira 4 
CPC, Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar* entre si para que se obtenha, em tempo razoável*, decisão de 
mérito justa e efetiva*. 
 * consagração do princípio da cooperação à modelo de processo cooperativo (equilíbrio entre os modelos inquisitivo e o 
dispositivo). Ex: art.321 do CPC, parte final (“indicando com precisão o que deve ser corrigido ou complementado”). 
* princípio da duração razoável do processo; 
* princípio da primazia da decisão de mérito + princípio da efetividade do processo. 
 
Obs: Para Fredie Didier, os princípios do devido processo legal, da boa-fé processual e do contraditório servem de base para o 
surgimento do princípio da cooperação. 
 
2.4. NORMAS FUNDAMENTAIS 
 
2.4.1. Princípio da primazia do julgamento de mérito à arts.4º, caput e 6º, parte final, CPC. 
 
2.4.2. Princípio da isonomia/igualdade processual (art.5º, I, CF) 
 
CPC, Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos 
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
CPC, Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e 
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência. 
 
2.4.3. Princípio do contraditório (art.5º, LC, CF) e Proibição da decisão surpresa 
 
CPC, Art. 9º NÃO se proferirá decisão contra uma das partes SEM QUE ELA SEJA PREVIAMENTE OUVIDA. 
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO se aplica: à hipóteses em que haverá o contraditório diferido/postecipado. 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ; 
III - à decisão prevista no art. 701 (DECISÃO QUE EXPEDE O MANDADO MONITÓRIO, espécie de tutela de evidência). 
 
 Tradicionalmente, considera-se que o princípio do contraditório é formado por dois elementos: informação e 
possibilidade de reação. Assim, as partes devem ser devidamente comunicadas de todos os atos processuais, abrindo-se a elas a 
oportunidade de reação como forma de garantir a sua participação na defesa de seus interesses em juízo. 
 Um pouco infeliz a parte final do caput do art.9º, ao prever que o juiz não proferirá decisão contra uma das partes sem 
que esta seja previamente ouvida. Na realidade, não há qualquer ofensa em decidir sem que a outra parte tenha sido ouvida, já 
que a manifestação dela é um ônus processual. A única compreensão possível do dispositivo lega é de que a decisão não será 
proferida antesde intimada a parte contrária e concedida a ela uma oportunidade de manifestação. 
 Sob o aspecto material do princípio do contraditório (contraditório substancial, e não meramente formal), além de 
informar e permitir a reação da parte contrária, é necessário que esta reação, no caso concreto, tenha real poder de influenciar 
o juiz na formação de seu convencimento. 
 Não se proferirá decisão contra uma das partes, se não foi oportunizada sua manifestação. No entanto, se a decisão for 
ao seu favor, mesmo que não ouvida, é plenamente possível (regra que permite a dispensa do chamado “contraditório inútil”). 
Assim, a sentença proferida inaudita altera parte que julga o mérito em favor do réu que nem foi citado (art.332, CPC) 
certamente não se amolda ao conceito de contraditório, porque nesse caso o réu não é sequer informado da existência da 
demanda. Mas realmente se pode falar em ofensa ao princípio do contraditório? Exatamente qual seria a função de citar o réu e 
permitir sua reação se o juiz já tem condições de dar a vitória definitiva da demanda (sentença de mérito) a seu favor? 
Evidentemente, nenhuma digna de nota. 
 
CPC, Art. 10. O juiz NÃO pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha 
dado às partes oportunidade de se manifestar, AINDA que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. à dever de 
consulta + vedação à decisão surpresa. 
 
 Ainda que a matéria de ordem pública e a aplicação do princípio do iura novit cúria permitam uma atuação do juiz 
independentemente da provocação da parte, é inegável que o juiz, nesses casos – se se decidir sem dar oportunidade de 
manifestação prévia às partes -, as surpreenderá com sua decisão, o que naturalmente ofende o princípio do contraditório. 
 Infelizmente, os membros do Poder Judiciário, em sua esmagadora maioria, não percebiam a diferença basilar entre 
decidir de ofício e decidir sem a oitiva das partes. “Decidir de ofício” significa apenas que o juiz pode analisar a questão sem que 
as partes o tenham provocado. Mas isso não quer dizer que ele terá de decidir a questão sem ouvir as partes. 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 5 
2.4.4. Princípio da publicidade dos atos processuais 
 
CPC, Art. 11. Todos os julgamentos (MELHOR SERIA: ATOS PROCESSUAIS) dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (ABSOLUTA). 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de 
defensores públicos ou do Ministério Público. à mitigação da publicidade. 
 
2.4.5. Dever de uniformização jurisprudencial e o sistema de precedentes obrigatórios 
 
 Para Mozart Borba, apesar de não estar localizada no Capítulo I do Livro I, trata-se de uma norma fundamental. 
 De início, cumpre salientar que o CPC não abandonou a tradição jurídica da Civil Law, mas, de fato, incorporou alguns 
aspectos da Common Law. É que o legislador se empenhou para que as decisões dos tribunais ganhassem eficácia obrigatória. 
 
CPC, Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. 
§1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula 
correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
§2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua 
criação. 
 
CPC, Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão (OBRIGATORIAMENTE – polêmica sobre a constitucionalidade desse artigo): 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência (IAC) ou de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e em 
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em 
matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
 
 
3. ORDEM CRONOLÓGICA DE JULGAMENTO à para o tema, suficiente a leitura do art.12 do CPC. 
 
CPC, Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou 
acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
§1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na 
rede mundial de computadores. 
§2º Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 (EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO)e 932 (DECISÃO 
MONOCRÁTICA DE RELATOR); 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
§3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. 
§4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o §1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica 
para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. 
§5º Decidido o requerimento previsto no §4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na 
lista. 
§6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no §1º ou, conforme o caso, no §3º, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação 
da instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II . 
 
 
 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 6 
 
Livro I, Capítulo II – Da Aplicação das Normas Processuais 
 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em 
tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. à Lembrando que, em regra, essa incorporação dá 
aos tratados, convenções e acordos estrangeiros status de lei ordinária, salvo no caso do art.5º, §3º, da CF. 
 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos 
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. à O art.1046 também prevê a 
aplicação imediata das normas processuais nos processos em trâmite. 
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo 
aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código 
lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. à Na aplicação subsidiária, tem-se a integração da legislação subsidiária na 
legislação principal, resultando no preenchimento de vácuos e lacunas da lei principal. Já na aplicação supletiva, as leis 
complementam uma a outra. 
Obs: Para Renato Brasileiro, apesar deste dispositivo não falar em processo “penal”, o processo civil continua sendo aplicável de 
forma subsidiária. 
 
 
CAPÍTULO 3 – PARTE GERAL 
 
6.1. JURISDIÇÃO 
 
CPC, Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições 
deste Código. 
 
 Segundo o Prof. Fredie Didier, jurisdição é a FUNÇÃOATRIBUÍDA A TERCEIRO IMPARCIAL (juiz ou árbitro*) de realizar o 
direito de modo IMPERATIVO (o que for decidido pelo julgador se tornará lei entre as partes) e CRIATIVO, RECONHECENDO, 
EFETIVANDO e PROTEGENDO situações jurídicas concretamente deduzidas (existe um problema concreto a ser resolvido), em 
decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para tornar-se indiscutível (a decisão judicial somente é controlada pela 
própria jurisdição e apenas ela pode formar coisa julgada). 
* controvérsia sobre se a arbitragem seria “jurisdição” ou um “substituto jurisdicional”. Para a doutrina clássica, a atividade 
“jurisdicional” é função própria e exclusiva do Poder Judiciário. 
 Daniel Assumpção Neves diz que jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito 
objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a 
pacificação social. 
 Para autorizada doutrina, a jurisdição deve se ocupar da criação no caso concreto da norma jurídica, resultado da 
aplicação da norma legal à luz dos direitos fundamentais e dos princípios constitucionais de justiça. Reconhece-se, também, que 
não adianta somente a edição da norma jurídica (juris-dicção), sendo necessário tutelar concretamente o direito material, o que 
se fará pela execução (juris-satisfação). 
 
6.1.1. Características da Jurisdição 
 
a) INÉRCIA: a jurisdição atua, em regra, por provocação das partes (art.2º, CPC). Em alguns casos, previstos em lei, a jurisdição 
pode se dar de ofício, como no caso da restauração de autos (art.712, CPC). 
b) IMPARCIALIDADE: é da essência da atividade jurisdicional ser exercida por quem seja estranho ao conflito e desinteressado 
dele. 
c) SUBSTITUTIVIDADE: o juiz substitui a vontade das partes e determina qual deve ser a solução para o problema apresentado. 
Nem sempre esta característica estará presente, como nas ações constitutivas necessárias e na execução indireta. 
d) DEFINITIVIDADE: a fim de dar segurança jurídica e autoridade às decisões judiciais. 
e) UNICIDADE E INDIVISIBILIDADE: a jurisdição é exercida em todo o território nacional de forma indivisível. O que se fraciona 
não é a jurisdição, mas sim a competência. 
 
6.1.2. Princípios da Jurisdição 
 
a) INAFASTABILIDADE (art.5º, XXXV, CF e art.3º, §3º, CPC). 
b) INDELEGABILIDADE: um juiz não pode transferir a outro o poder de “decidir” a lide. 
 
 @dicasexconcurseira 7 
c) INDECLINABILIDADE: um juiz não pode se eximir de julgar, ainda que haja lacuna na lei; ou seja, ele não pode “declinar” de 
sua responsabilidade. Neste sentido, art.140, CPC. 
d) INEVITABILIDADE: o que o juiz decidir, torna-se lei entre as partes. O derrotado não tem como “evitar” a incidência da 
decisão. 
e) TERRITORIALIDADE: os magistrados só têm autoridade nos limites territoriais da sua jurisdição. CUIDADO! Os efeitos da 
decisão do juiz podem ultrapassar os limites territoriais de sua jurisdição. 
f) JUIZ NATURAL (art.5º, LIII, CF – ninguém será processado, senão pela autoridade competente). 
g) INVESTIDURA: que se dá através de concurso público ou indicação pelo Poder Executivo, por meio do quinto constitucional. 
 
6.1.3. Classificação da Jurisdição 
 
 A jurisdição é una e indivisível, mas, por critérios pedagógicos, costuma-se classificá-la em: 
a) CONTENCIOSA x VOLUNTÁRIA: jurisdição contenciosa é aquela em que há “lide” (é a regra). Há casos, porém, em que, mesmo 
não havendo conflito (jurisdição voluntária), as partes devem se valer da jurisdição estatal, como: separação e divórcio 
consensual. Neste último caso, a atividade do juiz é mais “administrativa” do que “jurisdicional”... É que o juiz praticamente 
apenas “fiscaliza” se as exigências legais estão sendo cumpridas (e não “julga” propriamente). 
 
b) CÍVEL x CRIMINAL: a jurisdição será cível por exclusão, ou seja, todas as vezes que não for criminal, será cível (o que inclui o 
direito tributário, administrativo, empresarial e consumidor, por ex.). 
 
c) COMUM x ESPECIAL: 
São jurisdições ESPECIAIS: 1. Justiça trabalhista; 2. Justiça eleitoral; 3. Justiça militar. 
São jurisdições COMUNS: 1. Justiça Federal; 2. Justiça Estadual. 
 
6.2. AÇÃO E CONDIÇÕES DA AÇÃO 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. à sob pena de extinção do processo sem resolução do 
mérito (art.485, VI, CPC). 
 
 Ação é o direito público subjetivo autônomo e abstrato de provocar a atividade jurisdicional. Público, porque, além de 
exercido em face do Estado-juiz, é conferido a todos; subjetivo, porque é um faculdade dada àquele que se sente ameaçado ou 
lesado em sua esfera jurídica; autônomo, porque não se confunde com o direito material afirmado; e abstrato, porque não se 
vincula a um resultado positivo. 
 Aqui, vale um rápido resumo sobre as teorias da ação (tabela extraída do livro de Mozart Borba, edição 2019)! 
 
TEORIAS DA AÇÃO 
TEORIA IMANENTISTA 
(Clássica/Civilista) 
Ela foi adotada no art.75 do CC/1916: “a todo direito corresponde uma ação”. Para essa teoria, 
a ação seria um produto do direito material. 
TEORIA CONCRETA A ação é tratada como um direito autônomo ao direito material, mas concreta ao resultado. 
Portanto, para essa teoria, só haveria direito de ação se a sentença fosse julgada procedente. 
TEORIA ABSTRATA A ação é tratada com total autonomia do direito material. Para essa teoria, haverá o direito de 
ação independentemente do resultado da sentença, pelo simples fato de alguém ter provocado 
o Poder Judiciário. 
TEORIA ECLÉTICA/MISTA Seria, de forma simples, uma mistura entre a teoria concreta com a abstrata. Para essa teoria, o 
exercício do direito de ação dependeria do preenchimento de “condições” para o exercício da 
ação. Foi a teoria adotada pelo CPC/73. 
 
 Para parcela da doutrina (Didier, por ex.), após a entrada em vigor do CPC/15, não há mais que se falar em “condições 
da ação” em conceito/categoria própria (já que o novo código não utiliza mais essa expressão), mas, obviamente, aquilo que por 
meio das “condições da ação” se buscava identificar continuaria a existir. Tais questões seriam examinadas como pressupostos 
processuais ou como questões de mérito, da seguinte maneira: 
a) Pressupostos Processuais à interesse de agir e legitimação extraordinária; 
b) Questões de mérito à possibilidade jurídica do pedido e legitimação ordinária. 
 
Outra parte da doutrina (Daniel Assumpção Neves, por ex.) defende que continua existindo “condições da ação” como 
instituto próprio. 
 A doutrina entende que tanto o CPC/73, quanto o CPC/15 adotam a teoria eclética do direito de ação. O criador da 
teoria eclética, pela qual foram explicadas as condições da ação, foi Liebman, que em seus primeiros estudos sobre o tema 
entendia existirem 3 espécies de condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade, tendo sido 
essa construção consagrada pelo nosso ordenamento processual. E, com base nesse entendimento, o CPC/73 consagrava 3 
 
 @dicasexconcurseira 8 
condições da ação. Ocorre, porém, que o próprio Liebman reformulou seu entendimento original, passando a defender que a 
possibilidade jurídica estaria contida no interesse de agir, de forma que ao final de seus estudos restaram somente duas 
condições da ação: interesse de agir e legitimidade. Assim, enquanto para uns autores a “possibilidade jurídica do pedido” 
estaria dentro do “mérito” e sua ausência leva à improcedência do pedido (extinção do processo com julgamento do mérito), 
outros entendem que está contida dentro do “interesse de agir” e sua ausência leva à extinção do processo sem resolução do 
mérito. 
 O interesse de agir está intimamente associado à utilidade da prestação jurisdicional. 
O autor deve demonstrar que não tem como obter o bem da vida pretendido sem a devida intervenção do Poder 
Judiciário. Em regra, havendo a lesão ou ameaça de lesão a direito, consubstanciada na lide tradicional, haverá interesse de agir, 
porque,ainda que exista a possibilidade de obtenção do bem da vida por meios alternativos de solução de conflitos, ninguém é 
obrigado a solucionar seus conflitos por essas vias alternativas. Na jurisdição voluntária, há lide presumida, decorrendo a 
necessidade da própria previsão legal que obriga as partes à intervenção jurisdicional. 
Ademais, deve demonstrar que o pedido formulado é capaz de resolver o conflito apresentado, mostrando-se útil. 
A legitimidade para agir (ou legitimatio ad causam) é a pertinência subjetiva da demanda ou, em outras palavras, é a 
situação prevista em lei que permite a um determinado sujeito propor a demanda judicial e a um determinado sujeito formar o 
polo passivo da demanda. 
 
DE OLHO NA JURIS! O STJ entende que o direito brasileiro adotou a teoria da asserção 
As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a legitimidade ativa, definem-se da narrativa formulada inicial, não da 
análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela qual não se recomenda ao julgador, na fase postulatória, se 
aprofundar no exame de tais preliminares. STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 01/03/2016. 
 
Condições da ação são definidas com base na narrativa da petição inicial (teoria da asserção) 
As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a legitimidade ativa, definem-se da narrativa formulada inicial, não da 
análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela qual não se recomenda ao julgador, na fase postulatória, se 
aprofundar no exame de tais preliminares. STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 01/03/2016. 
Tem prevalecido na jurisprudência do STJ o entendimento de que a aferição das condições da ação deve ocorrer in status 
assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante (Teoria da Asserção). STJ. 2ª Turma. REsp 1395875/PE, Rel. Min. 
Herman Benjamin, julgado em 20/02/2014. 
 
Mais uma tabelinha do Mozart! 
 
 
 
LEGITIMIDADE 
 
ATIVA ou 
PASSIVA 
ORDINÁRIA: o legitimado ordinário é aquele que defende em juízo interesse próprio (há 
coincidência entre o titular da ação e o titular da pretensão material tutelada em juízo). 
EXTRAORDINÁRIA: o legitimado extraordinário é aquele que defende em nome próprio o 
interesse alheio (ou que não é único titular). São situações excepcionais que dependem de 
autorização do ordenamento jurídico. 
 
INTERESSE 
NECESSIDADE: é a aferição de que a jurisdição é a última possibilidade existente para obter no plano do 
direito material aquilo que lhe foi negado. 
UTILIDADE: é a aferição de que o provimento jurisdicional, caso procedente, poderá gerar ao autor o 
resultado desejado. 
 
 Mais tabelinhas do Mozart sobre “ação”! 
 
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO QUANTO AO PROVIMENTO REQUERIDO 
AÇÃO DE CONHECIMENTO (COGNITIVA) Visam a resolução da lide. O juiz deve apontar ao final quem está com a razão. 
AÇÃO EXECUTIVA Visam a realização da lide. O juiz pode se valer de meios coercitivos. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ACÕES DE CONHECIMENTO QUANTO AO CONTEÚDO ALMEJADO 
1º Ações (meramente) 
DECLARATÓRIAS 
São aquelas que visam tão somente a declaração da existência, da inexistência ou do modo 
de ser de uma relação jurídica (art.19, I) ou a declaração da autenticidade ou da falsidade de 
documento (art.19, II). 
2º Ações CONSTITUTIVAS São aquelas relacionadas aos direitos potestativos, onde o autor, além de declarar, requer a 
constituição, a modificação ou a desconstituição de uma relação jurídica. 
3º Ações CONDENATÓRIAS São aquelas que, além de declarar, impõe ao réu uma obrigação positiva ou negativa. 
4º Ações MANDAMENTAIS São aquelas pela quais se afirma um direito e pede sua efetivação por meio de coerção 
indireta. 
5º Ações EXECUTIVAS EM 
SENTIDO AMPLO 
São aquelas pela quais se afirma um direito e pede sua efetivação por meio de coerção 
direta. 
* classificação ternária, tradicional. 
* classificação quinária de Pontes de Miranda. 
 
 @dicasexconcurseira 9 
ELEMENTOS DA AÇÃO 
PARTES 
(originárias) 
Autor à quem pede em juízo. 
Réu à contra quem se pede em juízo. 
CAUSA DE PEDIR Remota à FATOS dos quais o autor diz ostentar para justificar uma posição jurídica que busca ser 
protegida. 
Próxima à FUNDAMENTOS JURÍDICOS invocados para configuração da posição jurídica que o autor diz 
ostentar. 
PEDIDO Imediato à pedido de pronunciamento judicial feito ao Estado-juiz (condene, declare, constitua, etc.) 
Mediato à bem da vida almejado pela parte (o pagamento, a entrega do bem, etc.) 
 
EXEMPLO: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE 
AUTOR Investigante 
RÉU Investigado 
CAUSA DE PEDIR Remota à Paternidade 
Próxima à Direito ao reconhecimento da paternidade 
PEDIDO Imediato à Julgue procedente a demanda e declare... 
Mediato à Averbação da filiação no Registro Civil 
 
ATENÇÃO! CPC, Art.337, §2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o 
mesmo pedido. 
§1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
 
 Continuando na análise dos artigos do CPC... 
 
CPC, Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio (LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA/SUBSTITUIÇÃO 
PROCESSUAL), salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. à “intervenção 
do substituído”. Lamenta-se que na redação final do dispositivo tenha se suprimido a exigência de intimação do substituído para 
que tenha ciência da existência do processo. Sem qualquer previsão neste sentido, o titular do direito material pode ingressar 
como assistente litisconsorcial, mas terá que descobrir por si só a existência do processo. 
 
CPC, Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: à AÇÃO/PRETENSÃO MERAMENTE DECLARATÓRIA. 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. à a falsidade ou autenticidade do documento pode ser proferida em ação 
autônoma ou em incidentalmente (incidente de falsidade documental). 
 
DE OLHO NA JURIS! Súmula 181 STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de 
cláusula contratual. 
 
CPC, Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
 
 Ainda que haja condições para a propositura de demanda constitutiva ou condenatória, haverá interesse no ingresso de 
demanda objetivando uma sentença meramente declaratória. Considerando-se que tanto a sentença constitutiva quanto a 
condenatória contêm um elemento declaratório, pode-se aplicar o brocardo popular “quem pode o mais, pode o menos”, sendo 
a certeza jurídica um bem isoladamente protegido pelo ordenamento processual. A certeza jurídica é, portanto, bem da vida 
tutelável. 
 
 
6.3. COMPETÊNCIA 
 
 Competência é a medida da jurisdição, sendo critério por meio do qual se distribui entre os vários órgãos judiciários as 
atribuições relativas ao desempenha da jurisdição. 
 
6.3.1. Fontes da competência: a CF/88, as Constituições Estaduais, o CPC, legislações federais extravagantes, códigos de 
organização judiciária, regimentos internos dos tribunais + interpretação dos tribunais sobre a matéria. 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 10 
6.3.2. Limites da jurisdição nacional 
 
“BIZU” importante: 
 
Título executivo JUDICIAL estrangeiro Depende de homologação do STJ para surtir efeitos no Brasil -art.515, VIII, CPC 
Título executivo EXTRAJUDICIAL estrangeiro NÃO depende de homologação – art.784, §2º, CPC 
 
 Quando a competência for CONCORRENTE, a parte poderá promover a ação no Brasil ou no estrangeiro. As hipóteses 
de competência concorrente estão previstas nos arts.21 e 22 do CPC. 
 
CPC, Art. 21. Compete à autoridadejudiciária brasileira processar e julgar as ações em que: à hipóteses já previstas no CPC/73 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver 
agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: à novas hipóteses 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios 
econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo*, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
* DE OLHO NA JURIS! Informativo 580 do STJ (5/4/2016): A Justiça brasileira é ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE para processar 
e julgar demanda indenizatória fundada em serviço fornecido de forma viciada por sociedade empresária estrangeira a brasileiro 
que possuía domicílio no mesmo Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, quando o contrato de consumo houver sido 
celebrado e executado nesse local, ainda que o conhecimento do vício ocorra após o retorno do consumidor ao território 
nacional. 
 
 Há casos, no entanto, em que a justiça brasileira é a ÚNICA competente para julgar determinadas demandas. São os 
casos de competência EXCLUSIVA prevista no art.23 do CPC. Obs: o STJ não poderá homologar sentenças estrangeiras sobre tais 
matérias, pois a competência é exclusiva da autoridade judiciária brasileira. 
 
CPC, Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EXCLUSÃO de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o 
titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
 
CPC, Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência* e não obsta a que a autoridade judiciária 
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas*, ressalvadas as disposições em contrário de tratados 
internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial 
estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. à Transitada em julgado a homologação da sentença estrangeira, o 
processo nacional deverá ser extinto sem a resolução do mérito por ofensa superveniente à coisa julgada material (art.267, V, 
CPC). Transitada em julgado a decisão proferida no processo nacional, o STJ não poderá homologar a sentença estrangeira, que 
homologada nessas circunstâncias agrediria a coisa julgada e, por consequência, a soberania nacional. 
 
* Para Daniel Assumpção Neves, havendo dois processos idênticos, ainda que em países diferentes, haverá a situação fática a 
ensejar a litispendência; o que não haverá será seu efeito, já que ambos poderão conviver contemporaneamente. Assim, o 
dispositivo em questão parece confundir conteúdo e eficácia. 
* Na realidade, a conexão nunca foi e continua não sendo causa impeditiva de julgamento, tendo como efeito a reunião dos 
processos perante o juízo prevento. Como é impossível a geração desse efeito entre ação estrangeira e ação nacional, em razão 
da soberania dos países em que tramitam tais processos, eles deverão ser normalmente julgados. 
 
 
 
 
 @dicasexconcurseira 11 
6.3.3. Classificação da competência 
 
 A classificação mais importante é distinguir a competência ABSOLUTA da competência RELATIVA. Para isso, Mozart 
criou um BIZU: MPF TV. 
Matéria Competência absoluta 
Pessoa Competência absoluta 
Função Competência absoluta 
Território Competência relativa 
Valor Competência relativa 
 
ATENÇÃO! 
“Pessoa” à leva em conta os sujeitos processuais. 
“Matéria” à leva em conta o objeto do processo. 
“Funcional” à leva em conta as fases do procedimento; a relação entre ação principal e ações acessórias/incidentais; o 
grau de jurisdição; e o objeto do juízo. 
 
CPC, Art. 62. A competência determinada em razão da Matéria, da Pessoa ou da Função é INderrogável por convenção das 
partes. à COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 
 
CPC, Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do Valor* e do Território, elegendo foro (CLÁUSULA DE 
ELEIÇÃO DE FORO) onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. à COMPETÊNCIA RELATIVA. Mas há exceções: 
i. Exemplos de competência territorial ABSOLUTA: ações que versem sobre direitos reais imobiliários dispostas no art.47, §1º, 
segunda parte e §2º; ação civil pública (art.2º, LACP); entre outros. 
ii. Exemplos de competência quanto ao valor ABSOLUTA: juizados especiais federais (art.3º, §3º, Lei 10.259/2001), juizados da 
Fazenda Pública (art.2º, §4º, Lei 12.159/2009), etc. 
 
* Daniel Assumpção: Mantendo o equívoco consagrado pelo CPC/73, o art.63, caput, do CPC/15 mantém a competência em 
razão do valor da causa como espécie de competência relativa. 
 Nos Juizados Especiais Estaduais, o valor máximo da causa é de 40 salários mínimos. Qualquer causa em valor superior 
em que não haja renúncia do excedente não pode ser processada nos Juizados Especiais, sendo tratada essa incompetência 
como absoluta. Em valor inferior ao teto existe a opção do autor entre o Juizado Especial e a Justiça Comum, podendo se 
entender que, nesse caso, por prestigiar a vontade da parte, a competência seja relativa. 
 Nos Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública, o valor máximo da causa é de 60 salários mínimos. Diferente do 
que ocorre nos Juizados Especiais Estaduais, não há facultatividade quanto à competência, de forma que tendo a causa valor 
abaixo de 60 salários mínimos e não havendo qualquer impedimento em razão da pessoa ou da matéria, a competência dos 
Juizados é absoluta. 
 A competência dos foros regionais é determinada por leis de organização judiciária, ora sendo fixada em razão da 
matéria, ora em razão do valor. Neste último caso, também será hipótese de competência absoluta. 
 
6.3.4. Critérios para a distribuição da competência: Matéria x Pessoa x Função x Território x Valor 
 
a) A competência é fixada em razão da MATÉRIA (rationae materiae), quando leva em consideração a natureza da relação 
jurídica controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá causa; 
b) A competência é fixada em razão da PESSOA (rationae personae), quando leva em consideração as partes envolvidas na 
demanda; 
c) A competência é fixada em razão da FUNÇÃO, quando se analisa a atribuição funcional que deverá ser exercida dentro do 
processo naquele momento; 
d) A competência é fixada em razão do TERRITÓRIO (foro/local), quando se analisa em que local (território) a causa deverá ser 
processada; 
e) A competência é fixada em razão do VALOR, quando leva em consideração a alçada (valor) atribuída à causa (que é analisada 
a partir dos pedidos formulados pelo autor na petição inicial). 
 
6.3.5. Incompetência absoluta e incompetência relativa 
 
CPC, Art. 64. A incompetência, ABSOLUTA ou RELATIVA, será alegada como questão preliminar de contestação. 
prequestionamento desses recursos. 
 
CPC, Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
II - incompetência absoluta e relativa; 
 
 
 @dicasexconcurseira 12 
Como a incompetência absoluta não preclui, pode ser alegada em qualquer outra peça nominada ou inominada, ou 
oralmente em audiênciaou em sustentação oral no tribunal. 
 
DE OLHO NA JURIS! Os tribunais superiores pacificaram o entendimento no sentido de que nenhuma matéria, mesmo as de 
ordem pública, pode ser reconhecida em sede de recurso especial e recurso extraordinário em razão da exigência de 
prequestionamento desses recursos. 
 
CUIDADO! O CPC/15 extinguiu as “exceções”. Se o réu não alegar a incompetência ABSOLUTA como preliminar de contestação, 
poderá fazê-lo depois, a qualquer tempo e grau de jurisdição, mas deve ser reconhecida de ofício pelo juiz. Se deixar de alegar a 
incompetência RELATIVA, haverá prorrogação (preclusão) da competência, não podendo o juiz reconhecer de ofício. 
 
CPC, Art.64, §1º A incompetência ABSOLUTA pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e DEVE ser declarada de 
ofício. 
§2º APÓS manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. à tanto no caso de 
alegação de incompetência absoluta, quanto relativa, o juiz deve ouvir antes a parte contrária, em respeito ao contraditório 
(modelo cooperativo e proibição da decisão surpresa). 
 
CPC, Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. 
Súmula 33 STJ: A incompetência RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE OFÍCIO. à Exceção: cláusula abusiva de eleição de 
foro (art.63, §3º, CPC) pode ser reconhecida de ofício 
 
CPC, Art.63, §3º Antes da citação*, a cláusula de eleição de foro (COMPETÊNCIA TERRITORIAL), se abusiva, pode ser reputada 
ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu (O PROCESSO NÃO SERÁ 
EXTINTO, MAS SIM ENVIADO AO JUÍZO COMPETENTE). à não está restrito às hipóteses de contratos de adesão (como no 
CPC/73) e o dispositivo não exige que o réu seja hipossuficiente! A cláusula de eleição de foro é a forma com que as partes tem 
de afastar a aplicação de regra de competência relativa e só é admissível em demandas que versem sobre direito obrigacional 
(contratos em geral e estipulação em favor de terceiro). 
* Depois de realizada a citação, o juiz deixa de ter o poder de declarar a incompetência relativa de ofício. 
 
CPC, Art.63, §4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de 
PRECLUSÃO. à prova de que a competência de que trata o §3º do art.63 é RELATIVA (pois se submete à preclusão), mas que 
admite o conhecimento de ofício pelo juízo. E que, apesar de admitir o conhecimento de ofício pelo juízo (antes da citação), a 
abusividade da cláusula de eleição de foro não se torna matéria de ordem pública, devendo por isso ser alegada pelo réu em 
prazo preclusivo (na contestação). 
 
CPC, Art.64, §4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, CONSERVAR-SE-ÃO OS EFEITOS de decisão proferida pelo juízo 
incompetente (SEJA A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA) até que outra seja proferida, SE FOR O CASO, pelo juízo 
competente. à TRANSLATIO IUDICII. É possível concluir que os atos não decisórios são válidos e eficazes, enquanto que os atos 
decisórios são válidos, mas têm sua eficácia condicionada ao entendimento do juízo competente. Caso o juízo competente não 
se manifeste expressamente sobre as decisões proferidas pelo juízo incompetente, essas continuarão normalmente a gerar seus 
efeitos. 
 
Art.65, Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atua (como fiscal 
da ordem jurídica ou como réu, obviamente). 
 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
Interesse Público (direito indisponível) Interesse Privado (direito disponível) 
Deve ser declarada de ofício (art.64, §1º) Não pode ser declarada de ofício (Súmula 33 do STJ) 
Vício não sujeito à prorrogação (cabe ação rescisória) Vício sujeito à prorrogação (art.65) 
Ambas devem ser arguidas como preliminar de contestação (arts.64 e 337, II) 
Quando acolhidas, os autos serão remetidos ao juízo competente (art.64, §3º) 
Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão proferida pelo juízo incompetente até que 
outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente (art.64, §4º). 
 
6.3.6. Conflito de Competência 
 
CPC, Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I - 2 ou mais juízes se declaram competentes; à CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA 
II - 2 ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; à CONFLITO NEGATIVO 
 
 @dicasexconcurseira 13 
III - entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. à i) pretendendo a reunião, um juiz 
avoca processo que tramita perante outro juízo e ocorre a negativa de remessa (conflito positivo); ii) pretendendo a reunião dos 
processos perante outro juízo, determina a remessa do processo e o outro juiz o recusa (conflito negativo); iii) ambos os juízos 
pretendem conduzir todos os processos (conflito positivo); iv) ambos os juízos pretendem que a reunião dos processos se dê 
perante outro juízo (conflito negativo). 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada DEVERÁ suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. à 
significa que o juízo que recebe o processo e declara sua incompetência e a competência do juízo de origem não deve devolver o 
processo, mas suscitar o conflito de competência negativo. 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
ESPÉCIES POSITIVO: quando dois ou mais juízes se declaram competentes; 
NEGATIVO: quando dois ou mais juízes de consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a 
competência. 
 
LEGITIMIDADE 
PARA SUSCITAR 
O conflito de competência pode ser suscitado POR QUALQUER DAS PARTES, pelo MP ou pelo JUIZ 
(art.951). 
ATENÇÃO! NÃO pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa. O conflito 
de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a incompetência (art.952). 
ATUAÇÃO DO 
MP 
O MP somente será ouvido nos conflitos de competência relativos aos processos previstos no art.178, 
mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar (art.951, p.u.). 
FORMAS DE 
SUSCITAR O 
CONFLITO 
i. Pelo juiz, por ofício (art.953, I); 
ii. Pela parte e pelo MP, por petição (art.953, II). 
Obs: O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito (art.953, 
p.u.) 
PROCEDIMENTO a. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, 
apenas do suscitado. No prazo designado pelo relato, incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar as 
informações. 
b. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o MP, no prazo de 5 dias, ainda que as 
informações não tenham sido prestadas e, em seguida, o conflito irá a julgamento (art.956). 
c. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e juízes em exercício no 
tribunal, observa-se-á o que dispuser o regimento interno do tribunal (art.958). 
PODERES DO 
RELATOR 
O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for 
positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um 
dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes (art.955). 
ATENÇÃO! O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em: 
i. súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
ii. tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em IAC. 
DECISÃO Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, pronunciando-se também sobre a 
validade dos atos praticados pelo juízo incompetente. Os autos do processo em que se manifestou o 
conflito serão remetidos ao juiz declarado competente (art.957). 
 
6.3.7. Formas de modificação da competência 
 
 A competência é fixada no momento em que a ação é DISTRIBUÍDA (quando há mais de um juízo competente) ou 
REGISTRADA (vara única). 
 
CPC, Art. 43. Determina-se a competência no momento do REGISTROou da DISTRIBUIÇÃO da petição inicial, sendo irrelevantes 
as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente (PRINCÍPIO DA PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO ou 
PERPETUATIO JURISDICTIONIS*), salvo quando SUPRIMIREM órgão judiciário ou ALTERAREM a competência ABSOLUTA. 
* O consagrado princípio da perpetuação da jurisdição merece um reparo axiológico, posto que não é jurisdição que trata, mas 
tão somente de competência. A jurisdição não se perpetua com a propositura da demanda, já existindo antes e continuando a 
existir depois desse momento processual. Apesar da consagração da expressão, é mais adequado tratar o fenômeno como 
“perpetuação da competência”. 
 
DE OLHO NA JURIS! O STF já entendeu que a criação de subseção judiciária na Justiça Federal não é motivo para a modificação 
de competência, prestigiando, dessa forma, o princípio da perpertuatio jurisdictionis (Informativo 783, 28.04.2015). E o STJ vem 
entendendo que a criação de varas ou comarcas por meio de resoluções administrativas ou leis de organização judiciária não se 
sobrepõem às regras de competência previstas pelo CPC, de forma que se deve prestigiar a perpetuatio jurisdictionis 
(13.05.2013). 
 
 
 @dicasexconcurseira 14 
Registre-se entendimento do STJ no sentido de que o princípio ora analisado deve ser afastado na ação de alimentos. Dessa 
forma, ações revisionais de alimentos devem ser propostas no foro do domicílio atual do alimentado, ainda que esse novo 
domicílio tenha sido resultado de mudança durante ao trâmite da ação de alimentos. O mesmo tribunal já decidiu da mesma 
forma em ações que envolvem guarda de incapaz. 
 
 Ocorre que a competência relativa (e apenas ela!) pode ser modificada por dois fenômenos: CONEXÃO ou 
CONTINÊNCIA (art.54). 
 
CPC, Art. 54. A competência RELATIVA poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. 
 
CPC, Art. 55. Reputam-se CONEXAS 2 ou mais ações quando lhes for comum o PEDIDO ou a CAUSA DE PEDIR*. à TEORIA 
TRADICIONAL DA CONEXÃO 
 
* No tocante à causa de pedir, a doutrina vem entendendo bastar que um de seus elementos seja coincidente para que haja 
conexão entre as ações (seja dos fatos ou dos fundamentos jurídicos). 
 
CPC, Art. 56. Dá-se a CONTINÊCIA entre 2 ou mais ações quando houver IDENTIDADE quanto às PARTES e à CAUSA DE PEDIR, 
mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
 
CONEXÃO CONTINÊNCIA 
Mesmo PEDIDO ooouuuu CAUSA DE PEDIR Mesmo PEDIDO eeeee CAUSA DE PEDIR + o pedido de uma, 
por ser mais amplo, abrange o da outra 
 
Obs: parte da doutrina diz que a continência é uma espécie de conexão, pois, para existir o fenômeno da continência entre duas 
ações, obrigatoriamente deverá haver a identidade de causa de pedir, o que por si só já torna as ações conexas. Seria, então, 
uma “conexão qualificada”. 
 
CPC, Art. 57. Quando houver continência e a ação continente (A QUE TEM O PEDIDO MAIS AMPLO) tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida (A QUE TEM O PEDIDO MENOR) será proferida sentença sem resolução de 
mérito (AFINAL, ESTA 2ª AÇÃO PROPOSTA POSTERIORMENTE NÃO TEM NENHUMA UTILIDADE), caso contrário (AÇÃO 
CONTINENTE TIVER SIDO PROPOSTA DEPOIS), as ações serão necessariamente reunidas. 
 
 Sintetizando: 
i. Se a ação continente for proposta ANTES: deve-se EXTINGUIR a ação contida proposta depois; 
ii. Se a ação continente for proposta depois da contida, deverá haver a REUNIÃO das ações para julgamento simultâneo. 
 
CPC, Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. 
 
 Qual é o juízo prevento, no caso de haver a reunião de processos para julgamento conjunto? Art.59, CPC. 
CPC, Art. 59. O REGISTRO ou a DISTRIBUIÇÃO da petição inicial torna PREVENTO o juízo. 
 
CPC, Art.55, §1º Os processos de ações conexas serão REUNIDOS para decisão conjunta (EFEITO DA CONEXÃO), salvo se um deles 
já houver sido SENTENCIADO (CONSAGRAÇÃO DA SÚMULA 235 DO STJ). 
 
DE OLHO NA JURIS! É entendimento tranquilo do STJ de existir um verdadeiro juízo de conveniência baseado em 
discricionariedade, por parte do juízo, na reunião de ações conexas, deixando suficientemente claro não ser obrigatória tal 
reunião no caso concreto. 
 
CPC, Art.55, §3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões 
conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles (TEORIA MATERIALISTA DA 
CONEXÃO/CONEXÃO POR PREJUDICIALIDADE). 
 
 Outros artigos importantes: 
 
CPC, Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência 
territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. 
 
 Na hipótese de o imóvel estar localizado em mais de um foro, haverá concorrência entre eles, podendo optar o autor 
por qualquer um, o que tornará o juízo que receber a petição inicial prevento para conhecer de qualquer outra ação conexa, 
ainda que em tese de competência de outro foro, não escolhido pelo autor. 
 
 @dicasexconcurseira 15 
 Uma vez sendo gerada a prevenção do juízo em que parte do imóvel esteja localizado, sua competência territorial 
estender-se-á pela totalidade do imóvel, o que significa que o juízo extrapolará seus limites territoriais de competência para 
legitimar sua atuação jurisdicional sobre todo o imóvel, em interessante hipótese de exceção ao princípio da aderência ao 
território. 
 
CPC, Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. à Por ter exercido a função jurisdicional 
na ação principal, o juízo automaticamente receberá a competência para as ações acessórias (e também para as incidentais). 
São exemplos de ação acessória os embargos de terceiro, os embargos à execução e a ação de restauração de autos. 
 
 
6.4. PROCESSO 
 
 Para o Prof. Renato Montans, processo constitui um método de atuação do Poder Judiciário para o exercício das 
atividades jurisdicionais em que participam sujeitos interessados (partes, juiz, auxiliares, etc.) com o objetivo de solução de uma 
determinada situação jurídica (a lide, por exemplo). 
 Já o Prof. Fredie Didier conceitua processo como método de criação de normas jurídicas, ato jurídico complexo 
(procedimento) e relação jurídica. 
 Observe que o conceito de “processo” é diferente de “procedimento”. É como se o “procedimento” estivesse contido 
no processo. Dentro do processo, pode-se adotar diversos (dezenas!) tipos de procedimentos. 
 
CARACTERÍSTICAS DA RELAÇÃO PROCESSUAL 
1ª Autonomia Não se confunde com a relação jurídica material que se discute no processo. 
2ª Complexidade Há recíprocos direitos, deveres e ônus. 
3ª Dinamismo Desenvolve-se progressivamente até um ato final. 
4ª Unidade Os atos praticados pelos sujeitos processuais estão todos interligados de forma lógica. 
5ª Natureza pública O juiz nela figura como órgão do poder estatal. 
 
 
6.5. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 
Os pressupostos processuais são “requisitos” para que o processo EXISTA e se desenvolva VALIDAMENTE (Mozart). 
Mozart adota parcialmente a classificação proposta por Fredie Didier, diferindo deste autor no que tange à legitimidade 
e interesse processual. Para Didier, legitimidade e interesse de agir são pressupostos processuais (como visto acima); para 
Mozart, legitimidade e interesse de agir continuam sendo “condições da ação”. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
PRESSUPOSTOS 
DE EXISTÊNCIA 
SUBJETIVOS à Juiz: órgão investido de jurisdição; 
 Parte: capacidade de ser parte. 
OBJETIVOS à Existência da demanda. 
PRESSUPOSTOS 
DE VALIDADE 
Subjetivos à Juiz: competência e imparcialidade; 
 Partes: capacidade processual e capacidade postulatória. 
Objetivos à Intrínsecos (positivos): respeito ao formalismo processual; 
 Extrínsecos (negativos): inexistência de perempção, litispendência, coisa julgada ouconvenção de arbitragem. 
 
 
LEGITIMIDADE PARA A CAUSA x CAPACIDADE PROCESSUAL DE VALIDADE (arts.70 a 76) 
É uma condição da ação (para os que entendem que essa 
categoria se manteve, mesmo após o CPC/15). 
Obs: Para Didier, a legitimidade extraordinária é 
pressuposto processual; enquanto que a legitimidade 
ordinária é questão de mérito. 
A legitimidade diz respeito à pertinência entre aquelas 
que figuram em juízo e a relação de direito material que 
se discute no processo. 
É um pressuposto processual. A capacidade pode ser: 
i. CAPACIDADE PARA SER PARTE/PERSONALIDADE JUDICIÁRIA 
OU PERSONALIDADE JURÍDICA (ser autor, réu...) – ex: incapaz 
tem capacidade para ser parte, mas não tem capacidade 
processual, pois precisam ser representadas em juízo; 
ii. CAPACIDADE PARA ESTAR EM JUÍZO/PROCESSUAL/ 
LEGITIMATIO AD PROCESSUM: aptidão para ser parte no 
processo SEM precisar ser representado/presentado ou 
assistido; 
iii. CAPACIDADE POSTULATÓRIA: aptidão conferida aos 
ADVOGADOS, DEFENSORES e PROMOTORES para formular 
requerimentos ao Judiciário. 
 
 
 @dicasexconcurseira 16 
ATENÇÃO! A incapacidade processual e irregularidade na representação da parte são vícios SANÁVEIS. 
 
CPC, Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e 
designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
§1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. 
§2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o 
relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
 
CPC, Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
 
DE OLHO NA JURIS! Registre-se a tendência do STJ de conceder excepcionalmente capacidade para estar em juízo até mesmo 
para pessoas formais que não têm personalidade jurídica, tais como Cartório de Notas e Tribunal de Contas, desde que na 
defesa de seus interesses e prerrogativas funcionais. Essa regra também é aplicável às Assembleias Legislativas, Câmara de 
Deputados e Procon. Tal tendência reflete-se na Súmula 525 do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, 
apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. 
 
CPC, Art. 71. O incapaz será representado (INCAPACIDADE ABSOLUTA) ou assistido (INCAPACIDADE RELATIVA) por seus pais, por 
tutor ou por curador, na forma da lei. 
 
 
6.6. SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
CPC, Art. 72. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao: 
I - INCAPAZ, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; 
II – RÉU PRESO REVEL, bem como ao RÉU REVEL CITADO POR EDITAL OU COM HORA CERTA (ESTAS DUAS ÚLTIMAS, ESPÉCIES 
DE CITAÇÃO FICTA), ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVOGADO.* 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela DEFENSORIA PÚBLICA, nos termos da lei. à #sangueverde 
 
* Para Daniel Assumpção, a simples circunstância de o réu estar preso é suficiente para que seja a ele designado um curador 
especial. Caso constitua advogado para defender seus interesses, não terá mais cabimento nomeação de curador especial. E o 
fato de ter sido citado de forma real, estando, portanto, ciente da existência do processo, é irrelevante para a indicação de 
curador, sendo determinante para tal indicação a sua posição de hipossuficiência, e não a forma de citação. 
 
 O curador deve naturalmente ser absolutamente capaz e não ter interesses contrários ou conflitantes com os da parte 
que terá seus interesses defendidos por ele em juízo. Não há necessidade de ser advogado ou mesmo bacharel em Direito, 
porque o curador não atua processualmente, limitando-se à representação de direito material, ainda que no mais das vezes 
ostente tal condição. Na realidade, a indicação para curador de alguém que tenha capacidade postulatória evita a necessidade 
de contratação de um advogado no caso concreto. 
 É tradicional na doutrina a divisão da função da Defensoria Pública (DP) em típica e atípica. A primeira é a defesa dos 
interesses dos economicamente necessitados, enquanto a segunda é a defesa de outras espécies de hipossuficientes, sempre 
que sua atuação seja admitida por lei. São clássicos exemplos dessa atuação atípica a defesa de acusados no processo penal e a 
curadoria especial. 
 
DE OLHO NA JURIS! Já decidiu o STJ que o defensor público não faz jus ao recebimento de honorários advocatícios pelo 
exercício de curatela especial, por estar no exercício de suas funções institucionais, para o que já é remunerado mediante 
subsídio em parcela única, cabendo, entretanto, à DP, se for o caso, os honorário sucumbenciais fixados ao final da demanda. 
 
ATENÇÃO! Nos processos em que é exigida a presença do MP como fiscal da ordem jurídica, a presença de curador especial não 
exclui a participação do MP, até mesmo porque o curador especial defende interesse da parte e o MP defende o interesse 
público. 
 
CPC, Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento* do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo 
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. à Neste caso, o cônjuge que consente será um terceiro, não 
participando do processo, mas estará vinculado juridicamente ao seu resultado. Trata-se de litisconsórcio facultativo. 
§1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: à Hipóteses de litisconsórcio passivo necessário. 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens*; 
 
 @dicasexconcurseira 17 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§2º Nas ações possessórias (POSSE NÃO É DIREITO REAL), a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável 
(HIPÓTESES DE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO) nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 
§3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
 
* DE OLHO NA JURIS! Litisconsórcio passivo necessário em ação demolitória 
Na hipótese de ser proposta ação real imobiliária, o CPC determina que haja a citação não apenas do réu, mas também de seu 
cônjuge. Confira: 
• CPC-1973: Art. 10. (...) § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: I — que versem sobre direitos 
reais imobiliários; 
• CPC 2015: Art. 73 (...) § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I — que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; 
Como a ação de nunciação de obra nova e de ação demolitória, são ações reais imobiliárias, o réu que for casado deverá ser 
citado, salvo se, nos termos do novo CPC, o regime de bens for da separação absoluta (art. 73, § 1º, I, do CPC 2015). 
Assim, nos casos de ação de nunciação de obra nova e a ação demolitória haverá litisconsórcio passivo necessário entre o 
proprietário do imóvel e seu cônjuge, salvo se eles forem casados sob o regime de separação absoluta de bens, situação na qual 
somente será réu o proprietário do bem. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1374593-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/3/2015 (Info 565). 
 
CPC, Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem 
justo motivo, ou quando lhe seja impossívelconcedê-lo. à SUPRIMENTO JUDICIAL DA AUTORIZAÇÃO, via processo de jurisdição 
voluntária. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, INVALIDA o processo. 
 
6.6.1. Partes e procuradores 
 
CPC, Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; à §1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no 
processo no qual o espólio seja parte. à Assim, herdeiros e sucessores podem ingressar como assistentes litisconsorciais. 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus 
diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a 
administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou 
instalada no Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
CUIDADO! As partes indicadas nos incs.I, II, III, IV, VI, VII e IX são presentadas em juízo; os demais incisos tratam de 
representação. 
 
* CPC, Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
CPC, Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou 
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
§1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 
dias, PRORROGÁVEL por igual período por despacho do juiz. 
§2º O ato não ratificado será considerado INEFICAZ relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado 
pelas despesas e por perdas e danos. 
CPC, Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o 
advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de 
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. 
CPC, Art. 107. O advogado tem direito a: 
 
 @dicasexconcurseira 18 
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, 
independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de 
segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 
III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, 
nos casos previstos em lei. 
§1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. 
§2º Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, 
por petição nos autos. 
§3º Na hipótese do §2º, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 a 6 horas, 
independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. à CARGA RÁPIDA. 
§4º O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o §3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se 
o prazo for prorrogado pelo juiz. 
§5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos eletrônicos. 
 
6.6.2. Despesas processuais: honorários advocatícios e gratuidade da justiça 
6.6.2.1. Honorários advocatícios 
 
Existem duas espécies de honorários advocatícios: 
a) CONTRATUAIS: fruto de negócio jurídico entre o advogado e os sujeitos que têm interesse na sua contratação; 
b) SUCUMBENCIAIS: decorrem do êxito do advogado pelo trabalho desempenhado dentro do processo e se destina à 
PESSOA DO ADVOGADO, tendo, ademais, NATUREZA ALIMENTAR (com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da 
legislação do trabalho) e VEDADA A COMPENSAÇÃO em caso de sucumbência parcial (art.85, §14). 
 
Trataremos dos honorários sucumbenciais, os quais são regidos por 2 princípios: 
1. Princípio da SUCUMBÊNCIA (rege a maioria dos casos): quem PERDER a demanda é quem arcará com os honorários da 
parte contrária; 
2. Princípio da CAUSALIDADE: quem DER CAUSA a demanda arcará com os honorários. Ex: condenação do autor vitorioso na 
ação cautelar de exibição de documentos, quando o réu exibe o documento pretendido no prazo de contestação e não há 
nos autos prova de pedido extrajudicial de exibição. 
 
DE OLHO NA JURIS! Ainda existe a ação autônoma de exibição de documentos ou coisas no CPC/2015 
É admissível o ajuizamento da ação de exibição de documentos, de forma autônoma, na vigência do CPC/2015. Admite-se o 
ajuizamento de ação autônoma para a exibição de documento, com base nos arts. 381 e 396 e seguintes do CPC, ou até 
mesmo pelo procedimento comum, previsto nos arts. 318 e seguintes do CPC. Entendimento apoiado nos enunciados n.119 
e 129 da II Jornada de Direito Processual Civil. STJ. 4ª Turma. REsp 1774987-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 
08/11/2018 (Info 637). 
 
CPC, Art. 85. A sentença* CONDENARÁ O VENCIDO a pagar honorários (SUCUMBENCIAIS) ao advogado do vencedor. à 
PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA. 
* Esse vocábulo (“sentença”) deve ser interpretado de forma ampliativa, abarcando as decisões parciais de mérito (que deverão 
fixar desde já os honorários relativos ao pedido de julgamento antecipado), acórdãos (ex: honorários de uma ação rescisória)... 
 
 Mas, há casos em que, mesmo “vencendo”, a parte vencedora pagará os honorários da parte contrária, por ter dado 
causa à instauração do processo por “culpa” sua. Vide ratio decidendi da Súmula 303 do STJ: Em embargos de terceiro, quem 
deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios. 
 
CPC, Art.85, §10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por QUEM DEU CAUSA ao processo. à PRINCÍPIO 
DA CAUSALIDADE. 
 
DE OLHO NA JURIS! ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA – Ônus da sucumbência em caso de sentença de extinção do processo sem 
resolução do mérito – Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito provocada pela perda do objeto da ação 
em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da 
ação fosse julgado, o pagamento das CUSTAS e dos HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS deve ser RATEADO entre as partes. Ex: João 
teve um ataque cardíaco e foi internado em um hospital particular, onde colocaram um stent no paciente. Inicialmente, o plano 
de saúde de João recusou-se a pagar ao hospital os valores despendidos com o stent. Diante disso, o hospital ingressou com 
ação cobrando este valor de João. Ocorre que João havia feito um pedido administrativo de reconsideração ao plano de saúde, 
que foi acolhido e, assim, o convênio transferiu espontaneamente o dinheiro do tratamento ao hospital. Neste caso, o juiz 
deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por perda superveniente do interesse de agir e condenar as duas partes ao 
pagamento das custas e honorários advocatícios divididos entre elas. STJ, 16/3/2017 (Info 600). 
 
 
 @dicasexconcurseira 19 
 Os honorários sucumbenciais são fixados entre 10 e 20% sobre o valor da condenação. 
 
CPC, Art.85, §2º Os honorários serão fixadosentre o mínimo de 10 e o máximo de 20% sobre o valor da CONDENAÇÃO, do 
PROVEITO ECONÔMICO obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o VALOR ATUALIZADO DA CAUSA, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o 
juiz fixará o valor dos honorários por apreciação EQUITATIVA, observando o disposto nos incisos do §2º. 
 
CPC, Art.85, §1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na 
execução*, resistida ou não, e nos RECURSOS interpostos*, cumulativamente (A MEDIDA QUE A PARTE SUCUMBENTE FOR 
RECORRENDO, NOVOS HONORÁRIOS SERÃO APLICADOS, DESDE QUE NÃO ULTRAPASSE O PERCENTUAL MÁXIMO DE 20% DO 
§2º DO ART.85 OU OS TETOS ESTABELECIDOS NO §3º NAS DEMANDAS CONTRA A FAZENDA PÚBLICA). 
OBS: incidentes processuais NÃO geram condenação ao pagamento de honorários, mas apenas ao ressarcimento de despesas. 
* CPC, Art.523, §1º: A fixação de honorários de advogado será realizada em 10% do valor da execução e somente na hipótese de 
o executado deixar de pagar o débito no prazo de 15 dias após sua intimação. 
* A regra visa a remunerar o trabalho adicional do advogado e desestimular a interposição de recursos protelatórios. 
 
CPC, Art.85, §11. O tribunal, ao julgar recurso, MAJORARÁ* os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho 
adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§2º a 6º, sendo VEDADO ao tribunal, no 
cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 
§§2º e 3º para a fase de conhecimento. 
 
* ATENÇÃO! O Tribunal só pode MAJORAR, e não fixar pela primeira vez. 
 
DE OLHO NA JURIS! Neste sentido, o STJ já decidiu que não cabe a majoração dos honorários advocatícios, quando o recurso é 
oriundo de decisão interlocutória sem a prévia fixação de honorários. O STF já decidiu, também, pela inaplicabilidade do 
dispositivo em ações em que não cabe a fixação de honorários advocatícios. 
 
 O §11 do art.85 deve ser aplicado somente em recursos que sejam julgados por outro órgão jurisdicional distinto 
daquele que proferiu a decisão impugnada. Dessa forma, não será cabível majoração de honorários em julgamento de embargos 
de declaração, o mesmo, entretanto, não se podendo dizer do agravo interno. Esse recurso, ainda que seja julgado no mesmo 
grau de jurisdição, não é julgado pelo mesmo órgão jurisdicional, não se podendo confundir o órgão singular formado pelo 
relator e o órgão colegiado formado para o julgamento do agravo interno – mas há divergência no STJ a respeito do tema. 
 
 Outro tema muito importante: honorários sucumbenciais nas demandas envolvendo a Fazenda Pública! 
 
CPC, Art.85, § 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos 
nos incisos I a IV do §2º e os seguintes percentuais: 
I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 salários-mínimos; 
II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 salários-mínimos 
até 2.000 salários-mínimos; 
III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 salários-
mínimos até 20.000 salários-mínimos; 
IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 salários-
mínimos até 100.000 salários-mínimos; 
V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários-
mínimos. 
 
Art.85, §3º CONDENAÇÃO PERCENTUAL 
I Até 200 salários 10% a 20% 
II Acima de 200 até 2.000 8% a 10% 
III Acima de 2.000 até 20.000 5% a 8% 
IV Acima de 20.000 até 100.000 3% a 5% 
V Acima de 100.000 1% a 3% 
 
CUIDADO! CPC, Art.85, §5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido 
pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do §3º, a fixação do percentual de honorários deve 
 
 @dicasexconcurseira 20 
observar a faixa inicial e, naquilo que a EXCEDER, a faixa SUBSEQUENTE, e assim SUCESSIVAMENTE. à Imagine que a 
condenação imposta a Fazenda foi equivalente a 15 mil salários mínimos. O juiz terá de fazer uma primeira conta usando o 
percentual de até 200 salários. A diferença irá gerar uma segunda conta usando o percentual de 200 a 2 mil salários. E assim 
sucessivamente. Os honorários serão a soma de todos esses valores fixados por faixa. 
 
ATENÇÃO! Enunciado nº 240 do FPPC: São devidos honorários nas execuções fundadas em título executivo EXTRAJUDICIAL 
contra a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do §3º do art.85. 
 
 Mas e se o juiz se esquecer de estipular os honorários na sentença? 
 Como o honorário é considerado um PEDIDO IMPLÍCITO, mesmo que o autor não peça, na petição inicial, a condenação 
em honorários, o juiz deveria fixá-lo na sentença de ofício. Se o juiz se esquecer, a parte interessada poderá opor embargos de 
declaração. Mas, se houver omissão por parte do juiz e a sentença transitar em julgado, o que fazer? 
 
CPC, Art.85, §18. Caso a decisão transitada em julgado seja OMISSA quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível 
AÇÃO AUTÔNOMA para sua definição e cobrança. à fica superada a Súmula 453 do STJ. 
 
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS NO CPC/15 
São devidos honorários advocatícios: 1. Nas ações comuns; 
2. Na reconvenção; 
3. No cumprimento de sentença, provisório ou definitivo; 
4. Na execução, resistida ou não; 
5. Nos recursos interpostos, cumulativamente. 
Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo 
de 20% sobre o valor da causa, do proveito econômico ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, 
atendidos: 
I – o grau de zelo do profissional; 
II – o lugar da prestação do serviço; 
III – a natureza e a importância da causa; 
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo 
exigido para o seu serviço. 
Obs1: Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje a expedição de 
precatório, desde que não tenha sigo impugnada (art.85, §7º). 
Obs2: Quanto aos honorários recursais, o tribunal, ao julgar recurso, MAJORARÁ os honorários fixados anteriormente 
levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§2º a 6º do 
art.85. Perceba que é vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação dos honorários devidos ao advogado do vencedor, 
ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§2º e 3º do art.85 para a fase de conhecimento. Por fim, os honorários 
recursais são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art.77 (art.85, §12). 
Obs3: Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos 
oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial (art.85, §14). 
 
6.6.2.2. Gratuidade da justiça à TEMA ESPECIALMENTE SENSÍVEL AOS CONCURSOS DA DEFENSORIA PÚBLICA! #sangueverde 
 
 Gratuidade é o benefício processual concedido ao litigante hipossuficiente consistente na dispensa do 
ADIANTAMENTO* das despesas processuais e honorários do advogado (honorários sucumbenciais). 
 
ATENÇÃO! É vedada a concessão do benefício da gratuidade da justiça de ofício pelo magistrado. 
 
* CUIDADO! A gratuidade desonera a parte do ADIANTAMENTO das despesas e honorários, mas não a ISENTA. Assim, o 
beneficiário continuará responsável pelo pagamento das despesas processuais, multas e honorários advocatícios decorrentes da 
sucumbência, que será feito ao final do processo.

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