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Intensivão Medicina Preventiva

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PARTE I
MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA
/ DECLARAÇÃO DE ÓBITO
"O mundo vem enfrentando um envelhecimento
progressivo de sua população. Em 1950, havia 214 milhões
de pessoas com 60 anos ou mais, e as estimativas indicam
que serão um bilhão em 2025.
O Brasil, a exemplo de outros países, enfrenta o mesmo
fenômeno. A população brasileira envelhece rapidamente.
Projeções indicam que em 2025 o Brasil terá cerca de 34
milhões de pessoas acima de 60 anos, 10% da população,
sendo o país com a sexta maior população de idosos em
todo o mundo.
A esperança de vida da população brasileira vem crescendo
a cada ano, e no final de 2019, alcançou 76,50 anos. Entre
1980 e 2019, a esperança de vida ao nascer aumentou 13,80
anos.
De acordo com o IBGE, houve relativa melhora no acesso da
população aos serviços de saúde, além de campanhas de
vacinação, aumento de pré-natais, alta na escolaridade e
no saneamento e a mudança dos indivíduos em relação a
enfermidades.
Os números apresentados tornam-se ainda mais
expressivos quando tomamos consciência da relação
diretamente proporcional que a doença de Alzheimer
mantém com o aumento da idade.
Esses dados são úteis para demonstrar a importância da
doença de Alzheimer no nosso meio, alertando os
planejadores de saúde.
Para os epidemiologistas, esta situação espelha um
verdadeiro desafio: há uma verdadeira epidemia de
demência emergindo; a carga que os serviços de saúde
pública suportam atualmente já é grande; 70 a 80% dos
pacientes demenciados vivem em seus domicílios; e a
doença de Alzheimer, causa mais comum de demência, é
uma doença incurável, de causa desconhecida, cuja
prevalência e incidência aumentam dramaticamente com
a idade.
- ÍNDICE -
PARTE I
PARTE II
PARTE III
No Brasil, não há dados objetivos com respeito à doença de
Alzheimer, porém, é possível, com base em alguns índices,
estimarmos a sua frequência em nosso meio: a taxa
estimada de incidência para a doença de Alzheimer aos 60
anos é de cerca de 10%. A taxa dobra a cada 5 anos, e ao
redor dos 85 anos é nove vezes maior que aos 69 anos de
idade. As taxas de prevalência apresentam aumento
geométrico a partir dos 60 anos de idade, ultrapassando de
50% aos 95 anos.
Utilizando esses dados de outros países, com base nas
estatísticas populacionais brasileiras do último censo,
estima-se a prevalência da doença de Alzheimer em nosso
meio em 1 milhão e 200 mil de pacientes, com a incidência
de 100 mil novos casos por ano."
Fonte: www.alzheimermed.com.br
1 - Julgue os itens e assinale o INCORRETO:
a) A prevalência de uma determinada doença é a expressão
do número de casos novos e antigos da mesma.
b) A incidência depende do número de casos novos de uma
doença.
c) A prevalência de uma doença varia proporcionalmente
com o produto da incidência pela duração da doença.
d) A não instituição de tratamento em doenças curáveis
pode provocar aumento da prevalência.
e) A melhoria das possibilidades diagnósticas está
relacionada à diminuição da prevalência.
Resposta: letra E.
2 - Uma determinada doença possui incidência de 10
casos novos por 10.000 habitantes e prevalência de 6
casos por 1.000 habitantes. Qual é a duração dessa
doença em anos?
a) 24 anos.
b) 12 anos.
c) 10 anos.
d) 6 anos.
e) 3 anos.
Resposta: letra D.
PARA LER EM CASA!
Considerando as principais medidas de morbidade
utilizadas em epidemiologia, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) A incidência somente considera os casos novos
identificados numa população e em determinado
período.
b) A densidade de incidência é uma maneira mais
intensa de avaliar o risco, pois também leva em
consideração o tempo que as pessoas ficaram
expostas.
c) Os coeficientes de prevalência são valiosos para o
planejamento do setor de saúde em função dos
números existentes na comunidade.
d) Para a identificação dos fatores de risco de doenças,
as medidas de incidência são mais utilizadas.
e) A prevalência lápsica ou pontual é medida em um
ponto definido do tempo, seja dia, semana, mês,
ano.
Comentário:
Vamos às alternativas:
Letra A: correta, pois a incidência só leva em
consideração os casos novos.
Letra B: correta, pois densidade de incidência é uma
outra maneira de utilizarmos o conceito de incidência.
Aqui, o denominador não são as pessoas em risco por
um período específico de tempo, e sim as pessoas-
tempo em risco para o evento. É utilizada quando
precisamos medir o número de casos novos numa
população que varia no tempo. Por exemplo, a
incidência de infecções hospitalares em que o
denominador varia de acordo com as novas
internações, altas e óbitos. Vamos entender com o
exemplo:
O estudo ao longo de quatro anos foi realizado com o
objetivo de verificar se as pessoas iriam desenvolver
leucemia após exposição ao benzeno. Veja a figura:
Cada período entre duas linhas verticais corresponde a
um ano.
Cada linha horizontal representa um indivíduo. As
setas indicam que o paciente adquiriu a doença,
enquanto os traços horizontais indicam que o paciente
não adquiriu a doença.
Qual foi a densidade de incidência desse estudo?
Densidade de incidência é igual ao número de casos
novos dividido pela soma dos períodos de tempo em
que cada indivíduo permaneceu no estudo.
O número de casos novos é fácil de encontrar. Quantos
desenvolveram a doença? Dois indivíduos. Mas como
calcular a soma de tempo em que cada indivíduo
permaneceu no estudo? Fácil! Paciente 1 = 2 anos;
paciente 2 = 1 ano; paciente 3 = 3 anos; paciente 4 = 1
ano; paciente 5 = 4 anos. Agora é só somar: 2 + 1 + 3 + 1
+ 4 = 11 pessoas/ano.
Então temos: densidade de incidência = 2/11 = 2
eventos para 11 pessoas/ano.
Letra C: correta, pois medem todos os casos existentes
de um agravo.
Letra D: correta, pois avaliam somente os casos novos.
Letra E: incorreta, pois prevalência lápsica, ou por
período, mede a prevalência em um intervalo de tempo
longo. Não concentra a informação em um único ponto.
E lembrar que a prevalência lápsica, ao medir a
prevalência em um período, leva em consideração
todos os casos, incluindo os óbitos, as curas e a
emigração (fatores que são retirados da prevalência
instantânea ou pontual, que é aquela que mede a
prevalência em um ponto definido do tempo, dia,
semana, ano).
Resposta: letra E.
3 - O Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM) é um
indicador muito empregado em avaliações de saúde
coletiva por sua simplicidade de cálculo e resultados
simples que refletem a experiência da população em
termos de mortalidade. Sobre o CGM, pode-se dizer
que:
a) O numerador pode estar superestimado em localidades
com maiores facilidades médico-hospitalares, que
recebem doentes de outras áreas, se os óbitos forem
tabulados segundo o local de ocorrência.
b) No denominador, o principal fator de erro reside no fato
de que o número de pessoas, na população que apresenta
a doença, é subestimado, pois faltam doentes que nele
deveriam estar incluídos.
c) Permite comparações populacionais fidedignas entre
vários países, independentemente da composição da
população por idade, sexo e outros parâmetros.
d) Representa uma média para toda a população e, por isto,
é suficiente para informar sobre a situação dos diversos
segmentos que a compõem.
e) Para ser calculado depende somente de dados fornecidos
pelo SIM.
Resposta: letra A.
"...A pesquisa enfoca as mudanças nas estruturas da
mortalidade e de saúde durante a década de 1990 no Brasil,
grandes regiões e unidades da federação, segundo grupos
etários específicos, constituídos pelas crianças, adultos
jovens e idosos.
No que diz respeito aos grupos infantis, enfatiza-se,
inicialmente, a sua contribuição relativa nos ganhos da
esperança de vida ao nascer, comparativamente às demais
faixas etárias, no período de 1940 a 2000. O quadro
delineado ao longo do estudo aponta os progressos obtidos
na redução da mortalidade infantil no país,
particularmente a partir de meados da década de 1970,
decorrentes de intervenções governamentais no âmbito das
políticas públicas. É dada ênfase ao período 1990/2000 em
razão dos compromissos assumidos pelo Brasil durante a
CúpulaMundial pela Infância, que previa decréscimos da
mortalidade infantil, em cerca de um terço, até o final
daquela década.
Em relação aos jovens adultos, observou-se que uma
proporção importante deste segmento populacional, do
sexo masculino, morre por causas externas/violentas,
particularmente aqueles que compõem a faixa etária entre
15 e 39 anos de idade. Essas mortes precoces ampliam o
número de anos de vida perdidos, com repercussões na
redução da esperança de vida ao nascer masculina.
Finalmente, na análise realizada em relação aos idosos,
chamou-se a atenção sobre a importância, tanto absoluta
quanto relativa, que este grupo vem adquirindo dentro da
nova estrutura demográfica brasileira. Além disso, a sua
esperança de vida também vem aumentando. São
destacadas as causas circulatórias como as principais
responsáveis pela morte na faixa etária idosa.
Fonte: OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde.
PARA LER EM CASA!
Observe os dados abaixo:
Indicadores de mortalidade dos municípios A e B
durante o ano de 2000.
Coeficiente de mortalidade geral
Município A – 8,56/1.000
Município B – 6,56/1.000
Coeficiente de mortalidade geral padronizado por
idade (método direto)
Município A – 5,45/1.000
Município B – 7,113/1.000
Razão de Mortalidade Padronizada (SMR) do
Município B em relação ao Município A – 1,57
Assinalando estes dados é CORRETO afirmar:
a) A mortalidade no município B é menor do que a do
município A, e isto indica que o município B
apresenta melhores condições de saúde do que o
município A.
b) A mortalidade padronizada por idade no município
B é maior do que no município A, e isto indica que o
município A possui uma população mais jovem.
c) A mortalidade padronizada por idade no município B
é maior do que no município A, e isto indica que o
município B possui melhores condições de saúde do
que o município A.
d) O município B apresentaria 57% mais óbitos do que
seria esperado se a força da mortalidade neste
município fosse a mesma do que o município A.
e) O município A apresenta 570 óbitos a menos do que
o município B.
Comentário
Letra A: se a população A apresentar maior número de
idosos, tem uma probabilidade maior de ocorrer óbitos
do que a população B, com proporção menor de idosos.
Com isso, o coeficiente de mortalidade geral será maior
na população A do que na B. E, desta maneira,
poderíamos afirmar que a população A tem um sistema
de saúde ou social pior do que a B? Claro que não, pelo
contrário, pois são os idosos de uma população que
devem morrer. Portanto, alternativa incorreta.
Letra B: primeiramente, o que é mortalidade
padronizada? Serve para realizar a comparação entre
coeficientes gerais, neutralizar a influência devido à
composição etária, se esse for o fator de perturbação,
por exemplo. Os coeficientes observados em todas as
populações para serem comparados são aplicados a
uma mesma população padrão. Agora sim, posso
comparar os coeficientes gerais. Ainda não
entendeu???? Veja o exemplo abaixo:
Os coeficientes, por faixa etária, realmente observados
em todas as diferentes populações a serem comparados
são aplicados a uma mesma população padrão de
composição etária convencionada. A partir daí é
calculado o número total de óbitos que ocorrem nessa
população padrão. Finalmente, é calculado o
coeficiente padronizado, dividindo-se o número total
de óbitos esperados naquela região pela população
padrão. Veja o exemplo abaixo:
Vamos pegar a população mundial como população
padrão. No ano de 2000, a população mundial era de
3.045.370.000.
Na África, o coeficiente de mortalidade geral em 2000
foi de 16,5 por 1.000 habitantes. Já na Europa, de 11,1
por 1.000 habitantes. Com esses dados, você pergunta:
então são próximos? Claro que não podemos afirmar
isso, pois na Europa tem que morrer mais indivíduos,
pois tem a população mais velha, e não é isso que está
ocorrendo. Então, para podermos comparar, vamos
colocar os dois padronizados:
Europa = 23.945.1213 (óbitos na Europa em 2000) /
3.045.370.000 (população mundial) = 7,9 por 1.000
habitantes;
África = 59.946.337 (óbitos na África em 2000) /
3.045.370.000 (população mundial) = 19,7 por 1.000
habitantes.
Essa é a verdadeira realidade, pois ambos foram
expostos a uma população padrão. Como estamos
reparando, apesar de ser uma população mais velha,
morre muito menos indivíduos. Portanto, tem um
sistema de saúde muito melhor.
Voltando à alternativa: não necessariamente, pois pode
indicar que a população A tem um sistema de
saúde/social melhor do que B. Alternativa incorreta.
Letra C: incorreta, pois pode indicar uma população
mais velha.
Letra D: correta, pois a razão de mortalidade
padronizada foi de 1,57, ou seja, 57% a mais.
Letra E: incorreta, pois o que ocorre é que o município
A possui 57% a menos de óbito se tivesse a mesma
força de mortalidade do município B.
Resposta: letra D.
OBS.: na verdade, o exemplo colocado na questão foi o
coeficiente padronizado levando em consideração
todas as idades, e já mostramos o exemplo já chegando
nos "finalmentes", mas, para fins de comparação,
deve-se seguir da seguinte maneira: em primeiro lugar
se seleciona a população padrão. Como população
padrão pode-se utilizar a soma das populações
estudadas, somente uma delas ou uma terceira outra
população. Em seguida, as taxas de mortalidade
específicas por idade das populações estudadas são
aplicadas nos grupos etários respectivos da população
padrão, ou seja, multiplica-se cada taxa específica pelo
número de pessoas no grupo etário da população
padrão. Calcula-se, assim, o número de óbitos
esperados em cada grupo etário. A soma desses óbitos
representa o número total de óbitos esperados nas
populações estudadas se elas tivessem a distribuição
etária padrão. Esta soma constitui o numerador do
coeficiente padronizado. Este numerador dividido pelo
total da população padrão (geralmente multiplicado
por 1.000) nos dá o coeficiente de mortalidade
padronizado por idade.
4 - Sobre a mortalidade infantil, marque a alternativa
CORRETA:
a) Quando há redução da mortalidade infantil, a
mortalidade pós-neonatal tende a cair mais
rapidamente que a mortalidade neonatal.
b) O coeficiente de mortalidade infantil expressa o risco de
uma criança morrer até o seu quinto ano de vida.
c) A taxa da mortalidade infantil no Brasil vem caindo ao
longo dos anos em quase todas as regiões brasileiras.
d) As maiores causas de mortalidade infantil são, por
ordem decrescente, a diarreia, as infecções respiratórias
e as malformações.
e) O coeficiente de mortalidade perinatal não necessita do
número de nascidos mortos para o seu cálculo.
Resposta: letra A.
SAÚDE DA MULHER
Vigilância da Mortalidade Materna
De acordo com os padrões propostos pela Organização
Mundial da Saúde, a morte materna abrange todas as
mulheres que morrem em decorrência de complicações
decorrentes diretamente da gravidez (eclâmpsia,
hemorragia gestacional, complicações de aborto, infecção
puerperal, entre outras), de complicações de alguma
doença preexistente (cardiopatias, diabetes, hipertensão
arterial crônica, entre outras) ou de alguma doença que se
instala durante a gestação ou puerpério e é agravada pelos
efeitos fisiológicos da gravidez (broncopneumonias,
pielonefrites, entre outras).
A morte de mulheres por complicações na gestação, aborto,
parto e puerpério é evitável (causa obstétricas diretas) e
passível de prevenção em 90% das vezes, através de
medidas eficientes de assistência à saúde, desde o
planejamento familiar até os cuidados pós-parto, passando
por todo o processo gestacional. Portanto, é considerada
uma das mais graves violações dos direitos humanos
dessas mulheres.
Várias políticas públicas de saúde têm sido propostas para a
redução da morte materna no Brasil e no mundo. Em 1987,
a Conferência Internacional sobre Maternidade Segura
realizada em Nairobi, no Quênia, iniciou uma discussão de
proporções internacionais sobre a problemática da morte
materna. Em 1990, a UNICEF retomou essa discussão,
durante a Conferência da Infância. Nesse momento, o Brasil
foi signatário,junto com países de todo o mundo, da
Declaração e Plano de Ação para a Redução em 50% de suas
taxas de mortalidade materna. Em 1994, na Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento,
ocorrida no Cairo e em 1995, na 4ª Conferência Mundial
sobre a Mulher, em Beijing, China, novamente essa meta
foi enfatizada [UNICEF/ OMS /FNUAP, 1997].
Na avaliação da magnitude do problema, utiliza-se um
indicador denominado Razão de Morte Materna (RMM),
sendo considerado um dos mais importantes indicadores
das condições de vida de uma população e da qualidade de
assistência que lhe é prestada.
A OMS considera aceitável uma RMM de até 20/100.000
Nascidos Vivos (NV). O Canadá, os Estados Unidos, a
Austrália e os países nórdicos têm RMM abaixo de
20/100.000 NV, enquanto a América Latina tem uma RMM
estimada de até 190/100.000 NV. Na região central da África
esses valores ultrapassam 1.000/100.000 NV.
No Brasil, atualmente, a RMM é de aproximadamente
55,31/100.000 NV, apresentando diferenças importantes
entre as várias regiões. Enquanto a região sul apresenta
uma taxa de 38 óbitos maternos a cada 100.000 nascidos
vivos, a região norte apresenta 74,27 óbitos!
O Comitê de Mortalidade Materna do Município de São
Paulo vem pesquisando a situação da cidade há mais de dez
anos, constatando que são as mulheres pobres, moradoras
da periferia, com baixa escolaridade e com acesso restrito a
serviços de saúde de qualidade as mais vulneráveis.
Houve avanços significativos no país desde a criação, em
2004, do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e
Neonatal, que envolve governos e sociedade civil. Entre
esses avanços a ONU citou a criação de mecanismos para
prevenção, como os Comitês de Mortes Maternas, as
políticas de humanização do parto e a obtenção de dados
mais precisos sobre as causas dos óbitos maternos.
Em 2006, com o lançamento do Pacto pela Saúde, a
melhoria da saúde materna e a redução da mortalidade
infantil foram reafirmadas como ações prioritárias no
Pacto pela Vida, implicando a obrigatoriedade da inclusão
dessas ações nos Planos Estaduais e Municipais de Saúde,
por meio da formalização do compromisso dos gestores
com o alcance de metas pactuadas de modo tripartite nos
Termos de Compromisso de Gestão assinados por estados e
municípios.
Desde 2008, o governo realiza uma espécie de
gerenciamento das investigações de mortes de mulheres
em idade fértil (entre 10 e 49 anos). Os casos são analisados
por equipes de vigilância dos estados e municípios, e as
informações são repassadas ao Ministério. O objetivo é
avaliar as causas e as circunstâncias da morte e verificar se
os casos foram provocados por complicações gestacionais.
Fontes: http://www.prefeitura.sp.gov.br; http://www.redesaude.org.br; http://
www.agenciabrasil.gov.br
5 - A mortalidade materna está relacionada à inadequação
dos serviços de saúde para gestantes, à falta de
planejamento familiar e à pobreza a que estão
submetidos importantes contingentes de mulheres.
Em relação à situação no Brasil, considera-se que:
a) Os óbitos maternos não constam na lista de agravos de
notificação compulsória da Portaria nº n° 1.061, de 18 de
maio de 2020.
b) Gestante que morre a partir de complicações de
abortamento provocado deve ter sua declaração de óbito
preenchida pelo médico assistente.
c) A morte materna pode ser evitada em cerca de 90% dos
casos, devendo ser registrada na declaração de óbitos de
mulheres em idade fértil.
d) O coeficiente relaciona o número de óbitos à gestação e
ao parto com a população estimada de mulheres com
idade entre 15 e 49 anos.
e) Para reduzir essas mortes, é estipulado que um pré-
natal adequado deve ter o mínimo de seis consultas,
sendo, preferencialmente, três no primeiro trimestre,
duas no segundo trimestre e uma no terceiro trimestre
da gestação.
Resposta: letra C.
No Brasil, a Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença
endêmica, no entanto, têm sido registrados surtos
frequentes. Inicialmente, sua ocorrência estava limitada a
áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, mas
encontra-se em franca expansão para grandes centros. A
LV está distribuída em 21 unidades da federação, atingindo
as cinco regiões brasileiras. Por esta razão, nota-se que ela
apresenta aspectos geográficos, climáticos e sociais
diferenciados.
Na década de 1990, aproximadamente 90% dos casos
notificados de LV ocorreram na região Nordeste. À medida
que a doença se expande para as outras regiões, essa
situação vem se modificando e, em 2012, a região Nordeste
foi responsável por 43,1% dos casos do país.
Os dados dos últimos dez anos revelam a periurbanização e
a urbanização da LV, destacando-se os surtos ocorridos no
Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP),
Santarém (PA), Corumbá (MS), Teresina (PI), Natal (RN),
São Luís (MA), Fortaleza (CE), Camaçari (BA) e as
epidemias ocorridas nos municípios de Três Lagoas (MS),
Campo Grande (MS) e Palmas (TO).
A doença é mais frequente em menores de dez anos (41,9%)
e o sexo masculino é proporcionalmente o mais afetado
(62,8%).
A razão da maior suscetibilidade em crianças é explicada
pelo estado de relativa imaturidade imunológica celular,
agravado pela desnutrição, tão comum nas áreas
endêmicas, além de uma maior exposição ao vetor no
peridomicílio. Por outro lado, o envolvimento do adulto
tem repercussão significativa na epidemiologia da LV, pelas
formas frustras (oligossintomáticas) ou assintomáticas,
além das formas com expressão clínica.
Fonte: Ministério da Saúde – Guia de Vigilância em Saúde – Brasília – DF
2019.
6 - Em uma determinada localidade, em um determinado
ano, foram observados 120 óbitos por aids e 120 óbitos
por meningite em um total de 5.000 óbitos. Assim, é
CORRETO afirmar que:
a) A aids e a meningite apresentam a mesma letalidade.
b) As taxas de mortalidade são iguais para as duas doenças.
c) A incidência de aids é seguramente maior do que a da
meningite.
d) A prevalência das duas doenças é igual.
e) A taxa de incidência das duas doenças é igual.
Resposta: letra B.
7 - Para uma doença grave, que apresenta curta duração e
letalidade alta:
a) O coeficiente de mortalidade tende a ser muito mais alto
do que o coeficiente de incidência.
b) O coeficiente de incidência será muito mais elevado do
que as taxas de mortalidade.
c) Os coeficientes de incidência e de mortalidade tendem a
ser semelhantes.
d) O coeficiente de incidência não guarda relação com o
coeficiente de mortalidade.
e) A prevalência tenderá a ser maior do que o coeficiente de
incidência.
Resposta: letra C.
"Em todas as regiões brasileiras observa-se significativo
deslocamento da mortalidade proporcional para faixas
etárias maiores, como resultado da redução da
mortalidade infantil e do aumento da expectativa de vida.
Essa transição está mais adiantada nas regiões Sul e
Sudeste.
➤ As bases de dados nacionais sobre mortalidade ainda
apresentam cobertura insatisfatória em muitas áreas do
país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
➤ A subenumeração de óbitos pode estar desigualmente
distribuída entre as diversas faixas etárias, resultando
distorções na proporcionalidade dos óbitos informados.
Nas faixas etárias extremas (crianças e idosos), a
subenumeração é geralmente mais elevada.
➤ O aumento percentual de óbitos em uma ou mais faixas
etárias pode dever-se, apenas, à redução da frequência
em outras faixas.
Fonte: www.ripsa.org.br / Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM).
8 - Sobre as curvas de mortalidade proporcional, assinale
a alternativa CORRETA:
a) As curvas do tipo I, em forma de N, são típicas de regiões
desenvolvidas, com maior frequência de agravos fatais
relacionados à faixa etária pediátrica.
b) As curvas do tipo II, em forma de L, refletem nível de
saúde baixo, com a maior frequência de óbitos
ocorrendo nos idosos.
c) As curvas do tipo IV, em forma de J, caracterizam regiões
subdesenvolvidas, em que os óbitos ocorrem
fundamentalmente nas faixas etárias produtivas.
d) As curvas do tipo III, em forma de U, indicam o melhor
nívelde saúde, com baixa proporção de óbitos nos
grupos infantil, pré-escolar e jovem.
e) As curvas do tipo IV, em forma de J, indicam o melhor
nível de saúde, com predomínio quase absoluto de óbitos
de pessoas idosas.
Resposta: letra E.
9 - O quadro atual da mortalidade no Brasil, na faixa
etária de um a quatro anos de idade, demonstra que as
causas externas ocupam o:
a) 1º lugar.
b) 2º lugar.
c) 3º lugar.
d) 4º lugar.
e) 5º lugar.
Resposta: letra A.
10 - A principal causa de mortalidade de mulheres, de
todas as idades, no Brasil, é:
a) Câncer de mama.
b) Câncer do colo de útero.
c) Doença cerebrovascular.
d) Câncer de pulmão.
e) Acidentes de transporte.
Resposta: letra C.
11 - Analise as afirmativas abaixo:
I - Os dados do SINASC e do SIM são os únicos necessários
para o cálculo do coeficiente de mortalidade infantil.
II - Somente com os dados coletados pelo SIM é possível
calcular a mortalidade proporcional por causas
externas.
III - Com os dados do SIM e do SINAN é possível calcular a
taxa de letalidade da dengue.
Estão CORRETAS:
a) As afirmativas II e III.
b) As afirmativas I e III.
c) As afirmativas I e II.
d) Todas as afirmativas.
e) Nenhuma afirmativa.
Resposta: letra D.
12 - O processo de transição vivenciado pela população
brasileira, de jovem para estacionária, deve-se:
a) Ao aumento da fecundidade e da mortalidade.
b) À queda da natalidade e ao aumento da mortalidade.
c) À queda da fecundidade e da mortalidade.
d) À queda da fecundidade e ao aumento da natalidade.
e) Ao aumento da natalidade e à queda de mortalidade.
Resposta: letra C.
13 - Sobre a transição epidemiológica que o Brasil vem
sofrendo nas últimas décadas, marque a alternativa
CORRETA:
a) Estamos no estágio de transição conhecido como dupla
carga de doenças.
b) Os óbitos por causas externas vêm diminuindo na última
década.
c) Graças a campanhas do governo, as doenças não
transmissíveis vêm em declínio.
d) Está ocorrendo o aumento das doenças transmissíveis.
e) Temos o aumento importante das doenças crônico-
degenerativas.
Resposta: letra E.
14 - O DALY (Disability-Adjusted Life Years – anos de vida
perdidos ajustados por incapacidade) é um indicador
excelente para avaliar as condições de saúde da
população. São necessários para o seu cálculo a união
dos seguintes indicadores:
a) Razão de dependência + qualidade de vida na velhice.
b) Coeficiente de incidência de agravos agudos +
coeficiente de prevalência de agravos crônicos.
c) Anos de vida perdidos + anos vividos com incapacidade.
d) Qualidade de vida na velhice + expectativa de vida.
e) População economicamente ativa + expectativa de vida.
Resposta: letra C.
PRECISÃO NAS DECLARAÇÕES DA CAUSA
BÁSICA
“Ainda que a partir de 1948 fosse definida qual é a causa a
ser utilizada para as tabulações de mortalidade e qual é a
maneira de registrá-la no atestado, vários estudos têm
demonstrado que as estatísticas de mortalidade por causa
não são ainda inteiramente corretas.
Está muito claro que o erro na declaração da causa básica é
devido, principalmente, a não ter havido, em muitos locais,
suficientes programas de esclarecimento, junto aos
médicos, sobre o preenchimento correto do atestado de
óbito. O mesmo pode ser dito quanto ao ensino deste
assunto nas escolas médicas.
Não é raro, também, ocorrerem erros na declaração das
causas de morte quando uma causa materna atua como
causa básica de uma morte perinatal e o médico não
informa essa causa, mas tão somente a complicação. Como
exemplo, suponha-se um caso de desprendimento
prematuro de placenta com intensa hemorragia e choque
da mãe, sendo que a criança nasceu com anoxia intensa,
vindo a falecer uma hora depois. Nesse caso, em último
lugar no atestado de óbito da criança, deve-se informar o
desprendimento prematuro de placenta e, na linha de cima,
a anoxia. É muito frequente os médicos informarem apenas
a anoxia, deixando de registrar, no devido lugar, a causa
básica.
Milanesi e Laurenti estudaram uma amostra de óbitos do
Distrito de São Paulo. Entre outros aspectos, analisaram
qual a proporção daqueles considerados corretos, sendo
que correto foi definido como o atestado que mencionasse a
causa básica, mesmo tendo sido escrita fora do lugar
apropriado, inclusive na parte II. A causa básica era
conhecida através de informações adicionais, tais como
entrevistas aos médicos que cuidavam do falecido, consulta
ao prontuário dos hospitais, laudos de autópsias e outros.
Os autores verificaram que apenas 67,6% dos atestados
foram preenchidos corretamente, sendo que grande parte
dos considerados incorretos deveu-se ao fato de que os
médicos não souberam preenchê-los.
Algumas investigações realizadas no Brasil, sobre aspectos
da mortalidade em adultos, em crianças, bem como estudo
de causas múltiplas de morte, proporcionaram uma
avaliação da qualidade das informações referentes à causa
básica registrada pelos médicos, nos atestados de óbito.
Assim, nas declarações de óbito de adultos no período
1962/64, em São Paulo, como causa básica, a tuberculose
(todas as formas) deveria ser declarada 16% a mais; o
câncer no esôfago, 42%; o câncer no estômago, 1%; a
doença aterosclerótica do coração, 8%.”
Por outro lado, algumas causas foram declaradas como
básicas maior número de vezes que deveriam ser; pois o
estudo mostrou que, na realidade, mesmo existindo, no
caso daquelas mortes, elas não tinham sido, a rigor, a sua
causa básica. É o caso muito frequente das pneumonias que
deveriam ter sido declaradas 36% a menos.
A existência desses erros, entre nós, justifica plenamente
os esforços no sentido de educar ou treinar os alunos de
medicina, bem como os médicos, sobre a maneira correta
de preencher os atestados de óbito e esclarecer o que essas
informações representam para a saúde pública.
Fonte: http://gamba.epm.br/pub/atestado/precisao.htm
15 - Sobre o VIGITEL, marque a alternativa INCORRETA:
a) Tem como objetivo monitorar a frequência e a
distribuição de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas não transmissíveis por inquérito telefônico.
b) As doenças pesquisadas são diabetes, obesidade, câncer,
doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares.
c) São exemplos de indicadores avaliados: consumo
alimentar, atividade física, consumo de bebidas
alcoólicas e tabagismo.
d) A população deve se cadastrar junto ao Ministério da
Saúde para ser avaliada pelo VIGITEL.
e) O VIGITEL pode realizar investigação temporária de
qualquer agravo de acordo com a necessidade
populacional.
Resposta: letra D.
16 - Em relação à declaração de óbito, julgue os itens e
assinale o INCORRETO.
a) A causa básica é definida como a doença ou lesão que
iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos, que
conduziram diretamente à morte. Deve ser preenchida
na última linha da parte I do campo 49.
b) Para óbitos de recém-nascidos, consequentes a
patologias maternas, a causa básica da morte é a doença
ocorrida na mãe.
c) No exemplo: paciente que apresentou perfuração
intestinal após acidente com arma de fogo e faleceu em
consequência de peritonite, a causa básica do óbito é a
peritonite e, portanto, será declarada em último lugar no
item "causa do óbito" do atestado de óbito.
d) Não é o documento definitivo da morte que permite o
sepultamento do falecido em cemitérios oficiais.
e) Em caso de morte natural, a cremação de cadáver só
poderá ser realizada se a declaração de óbito for
assinada por dois médicos.
Resposta: letra C.
17 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação
clínica:
Diabético é internado por fratura transtrocanteriana após
queda em casa. É submetido à cirurgia corretiva
imediatamente. Evoluiu com TEP que culminou em parada
cardiorrespiratória após cinco dias da cirurgia.
18 - Quem deve preencher a declaração de óbito da
situação acima?
Resposta: IML.
19 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação
clínica:
Criança de onze anos, desnutrida, com otite média aguda,
desenvolve meningoencefalite dez dias após o início do
quadro. Iniciada antibioticoterapia empírica venosa,porém, três dias após, o quadro evoluiu com choque séptico
e óbito.
20 - Quem deve preencher a declaração de óbito da
situação acima?
Resposta: Médico plantonista/assistente.
PARTE II
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS /
TESTES DIAGNÓSTICOS
"Estudos epidemiológicos se limitam à observação de uma
determinada população, não envolvendo nenhuma
intervenção nos indivíduos estudados. Podem ser utilizados
para avaliar a mortalidade de determinada doença ou
relações entre estilo de vida e o risco de contraí-la, por
exemplo. Este é o tipo de estudo que costuma aparecer nas
manchetes de jornais, indicando que comer a comida X ou
beber a bebida Y diminui (ou aumenta) o risco de contrair
determinada doença. Nesses estudos, os cientistas
registram uma série de dados sobre a saúde e os hábitos de
um número de indivíduos e buscam associações entre esses
dados. A sua grande limitação é que, através deles, é
geralmente possível chegar apenas a correlações, mas não
a relações de causa e efeito. Um estudo desse tipo pode
mostrar, por exemplo, que pessoas que tomam um copo de
uísque por dia têm menor risco de desenvolver
determinada doença, mas não podem provar que o copo de
uísque é a causa desse menor risco. Algum outro fator
associado à ingestão do uísque poderia ser a verdadeira
causa (por exemplo, talvez as pessoas que tomam uísque
diariamente tenham uma situação financeira que lhes
permita o acesso a um sistema de saúde mais moderno).
Vários estudos epidemiológicos indicando a mesma
correlação constituem um forte indício de que uma relação
causal provavelmente existe, mas essa relação só será
provada quando o mecanismo através do qual ela atua for
identificado e comprovado.
Testes clínicos são os mais confiáveis na avaliação de um
medicamento ou terapia. Neste tipo de estudo, os médicos
têm o maior controle possível sobre as variáveis que podem
afetar os resultados, permitindo estudar com maior
precisão cada fator envolvido. Em um estudo clínico típico,
dois grupos de pacientes são utilizados: um grupo recebe o
medicamento a ser avaliado (a intervenção que diferencia
este tipo de estudo de um estudo epidemiológico),
enquanto um segundo grupo (chamado de grupo de
controle) normalmente recebe um placebo ou algum outro
medicamento já testado anteriormente. Atualmente, a
administração de um placebo ao grupo de controle só é
considerada justificada na ausência de algum tratamento
comprovado. Os resultados dos dois grupos são então
comparados, determinando se o medicamento em teste
realmente apresenta um efeito significativo.
Testes clínicos normalmente são realizados em uma
progressão, cada vez com um número maior de pacientes. A
FDA (Food and Drug Administration), por exemplo, usa um
sistema de três fases: a fase 1 utiliza de 20 a 100 pacientes
ao longo de alguns meses, visando principalmente garantir
a segurança do medicamento; a fase 2 utiliza centenas de
pacientes durante até dois anos, visando confirmar mais
uma vez a segurança do medicamento, mas principalmente
estudar sua eficácia; a fase 3 pode empregar até milhares de
pacientes durante até quatro anos, visando determinar,
além da eficácia e segurança do medicamento, sua dosagem
adequada.
Como em qualquer tipo de pesquisa científica, cuidados
precisam ser tomados para garantir que a conclusão obtida
seja realmente bem fundamentada. Erros na metodologia
ou na execução de um estudo podem deixar margem para
dúvidas que invalidariam suas conclusões."
Fonte: www.projetoockham.org
1 - Investigou-se a prevalência de HIV, HPV e sífilis em
todas as mulheres de uma determinada penitenciária
feminina no ano de 1997. Constatou-se uma correlação
estatisticamente significativa entre os indicadores
socioeconômicos e a frequência destas doenças
sexualmente transmissíveis. Trata-se de um estudo
epidemiológico do tipo:
a) Coorte.
b) Caso-controle.
c) Transversal.
d) Estudo de intervenção.
e) Coorte histórico, pois pesquisou dados retrospectivos de
1997.
Resposta: letra C.
2 - Assinale a alternativa CORRETA:
a) Os estudos de coorte são apropriados para doenças raras
e de longo período entre exposição e doença.
b) Nos estudos de coorte, os grupos controles devem ser
diferentes dos grupos expostos, com relação à maior
parte das variáveis, para facilitar o contraste entre
exposição e não exposição.
c) Os ensaios clínicos são estudos epidemiológicos onde o
pesquisador tem pouco controle das variáveis a serem
estudadas.
d) Os estudos transversais são apropriados para
investigação da etiologia de doenças.
e) O estudo caso-controle é retrospectivo, sendo que os
antecedentes de exposição são investigados entre os
casos e não casos.
Resposta: letra E.
3 - Um pesquisador foi ao ambulatório de um hospital e
identificou as pessoas obesas que eram acompanhadas
lá entre 1996 e 1997. Selecionou, ainda, pessoas da
mesma idade, porém não obesas, que acompanhavam
o ambulatório de ortopedia daquele hospital nesta
época. A partir daí, associou-se esta situação com o
risco das pessoas virem a desenvolver diabetes até
2006. Este tipo de estudo é denominado:
a) Ecológico.
b) Caso-controle.
c) Coorte.
d) Experimental.
e) Coorte histórica.
Resposta: letra E.
4 - Ao se instalar uma siderúrgica numa determinada
região, decidiu-se acompanhar os moradores da
região ao longo do tempo para verificar o surgimento
de asma. Duzentas pessoas foram convidadas a
partici par do estudo, sendo metade exposta e metade
não exposta à poluição. Ao longo de dez anos,
ocorreram dez casos novos de asma entre as cem
pessoas expostas à poluição e dois casos novos nas
cem pessoas não expostas à poluição, no mesmo
período. Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Trata-se de um estudo observacional, longitudinal e
prospectivo.
b) O risco relativo informa quantas vezes o risco é maior no
grupo exposto, quando comparado ao não exposto e,
neste caso, foi igual a cinco.
c) O risco atribuível é de oito casos de asma por cem
habitantes e é obtido pela diferença de incidências entre
dois grupos.
d) Trata-se de um estudo de caso-controle em que os casos
foram os indivíduos submetidos à poluição e o grupo de
controle foi constituído pelos não expostos.
e) A poluição mostrou-se um fator de risco para asma,
apesar de não ter sido calculado o IC.
Resposta: letra D.
5 - Uma pesquisa foi realizada na cidade do Rio de Janeiro
(Mendonça e col. Int J Cancer, 1999; 83:596-600) para
avaliar a associação entre câncer (Ca) de mama e
exposição a pesticidas organoclorados (DDT). Foram
estudadas 162 mulheres admitidas no Hospital do
Instituto Nacional do Câncer (INCA) com diagnóstico
confirmado de Ca de mama, e 331 mulheres sem esta
doença, selecionadas entre as visitantes. Nestas
últimas, 265 apresentaram níveis séricos de DDT igual
ou maior que 1,3 ng/ml, enquanto, entre as mulheres
com Ca de mama, este número foi de 133. Respeitando
o desenho da pesquisa e com base nos resultados
apresentados, conclui-se que o:
a) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao
DDT é de 1,09.
b) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao
DDT é de 1,03.
c) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao
DDT é de 0,91.
d) Odds ratio de Ca de mama associado à exposição ao DDT
é de 0,88.
e) Odds ratio de Ca de mama associado à exposição ao DDT
é de 1,14.
Resposta: letra E.
6 - Em um estudo de coorte sobre diabetes como fator de
risco para doença renal crônica, o risco relativo foi de
3,0, e o resultado foi estatisticamente significativo ao
nível de p = 0,04. Isso quer dizer que:
a) 4% dos pacientes com doença renal crônica tinham
diabetes.
b) 4% dos pacientes com diabetes desenvolveram doença
renal crônica.
c) A história de diabetes era 4% mais frequente entre os
pacientes com doença renal crônica do que entre os que
não desenvolveram essa doença.
d) Há uma possibilidade de 4% de que a associação
observada entre diabetes e doença renal crônica seja
devido ao acaso.
e) O desenvolvimento de doença renal crônica foi 4%
maior entre os pacientes com diabetes do que entre os
não diabéticos.
Resposta: letra D.PARA LER EM CASA!
Ao estudar uma possível associação entre o uso
intensivo de telefone celular e neoplasia cerebral, os
autores observaram um risco relativo de 3,9 e um
intervalo de confiança de 0,95 a 128,9. Este fato
permite concluir que:
a) Indivíduos que utilizam intensamente celulares têm
um risco quase quatro vezes maior de desenvolver
neoplasia cerebral.
b) Não há associação entre a exposição e o efeito, uma
vez que o intervalo de confiança engloba o valor do
risco relativo.
c) A grande variação do intervalo de confiança indica
que a pesquisa foi realizada com um pequeno
tamanho amostral.
d) Há indícios de uma forte associação entre as
variáveis, com um risco que pode ser quase 130
vezes mais elevado entre os usuários.
e) Existe uma associação entre o uso de celular e
desenvolvimento de neoplasia cerebral, porém ela é
estatisticamente pouco significante.
Comentário
Letra A: incorreta, pois isso não pode ser afirmado já
que o estudo não teve significância estatística.
Letra B: incorreta, pois o correto seria: uma vez que o
intervalo de confiança engloba o valor um e valores
abaixo e acima dele. Claro que tem que englobar o RR.
Letra C: correta, quanto menos participantes, maior o
intervalo de confiança e quanto maior o número de
participantes, menor intervalo de confiança.
Letra D: incorreta, pois não houve significância
estatística. O intervalo de confiança englobou o valor
um e valores abaixo e acima dele.
Letra E: incorreta, pois ela não tem significância
estatística.
Resposta: letra C.
7 - Vários estudos mostraram que pessoas magras têm
mortalidade maior que pessoas de peso médio. Um
estudo, com achado semelhante, mostrou que as
pessoas magras fumavam mais do que as de peso
médio. A variável fumo, neste caso, corresponde a um:
a) Viés de seleção.
b) Viés de confusão.
c) Erro aleatório.
d) Viés de aferição.
e) Alto risco relativo.
Resposta: letra B.
8 - Um estudo buscando identificar fatores de risco para
uma hipotética doença X encontrou os seguintes
resultados:
Fator de risco A: OR de 1,4 e intervalo de confiança de 95%
de 1,3 a 1,5;
Fator de risco B: OR de 2,2 e intervalo de confiança de 95%
de 1,6 a 3,6;
Fator de risco C: OR de 3,3 e intervalo de confiança de 95%
de 2,1 a 4,9.
Considerando que as prevalências dos três fatores de risco
estudados são semelhantes, é CORRETO afirmar que:
a) O fator C tem risco maior para causar a doença, embora a
associação não tenha significância clínica.
b) O fator A teve uma menor amostra populacional.
c) O fator B apresenta um risco maior do que o fator A.
d) Não é possível comparar os três fatores porque suas
prevalências são semelhantes.
e) O OR não é uma medida de associação adequada para
esse estudo.
Resposta: letra C.
9 - Um estudo avaliou o papel da hiperlipoproteinemia A
como fator de risco para acidente vascular cerebral. A
tabela abaixo mostra os resultados encontrados:
De acordo com o estudo, marque a alternativa CORRETA:
a) Apesar da hiperlipoproteinemia A mostrar ser fator
protetor, o estudo não teve significância estatística.
b) O estudo em questão trata-se de observacional,
longitudinal, retrospectivo.
c) O estudo pode concluir, com significância estatística,
que hiperlipoproteinemia A é fator de risco para AVE.
d) Todos os estudos selecionados apresentaram
significância estatística.
e) Os estudos de caso-controle combinados concluíram
que hiperlipoproteinemia A foi fator de risco com
significância estatística.
Resposta: letra C.
PARA LER EM CASA!
Sobre as variáveis, marque a alternativa INCORRETA:
a) A variável dependente constitui a variável efeito
(consequência).
b) A variável independente constitui a variável causal,
ou seja, é aquela candidata a explicar a variável
dependente.
c) A variável qualitativa lida com diferenças "radicais",
por exemplo: sexo, profissão, bairro, cidade.
d) A variável quantitativa contínua tem como
exemplos: temperatura corporal, peso e altura.
e) A variável quantitativa descontínua admite valores
fracionários.
Comentário
Vamos recordar rapidamente: o que são as variáveis?
São "coisas" que podem ser medidas. Por exemplo:
gravidade de doença, peso do paciente, sexo, número
de cura, número de óbitos, comorbidades... Apresenta
os seguintes tipos:
Variável independente → é o fator causal, ou seja, é
aquela que tenta explicar o desfecho; é o risco.
Variável dependente → é a variável efeito, ou seja, é a
consequência ou o desfecho. Tenta ser explicada pela
variável independente; é o agravo.
Variável qualitativa ou categórica → é a que lida com as
características das amostras, por exemplo: sexo,
profissão, bairro, cidade...
Variável quantitativa ou numérica → são variáveis que
se diferenciam apenas pelo grau, ou seja, podem ser
medidas por valores numéricos, por exemplo: peso,
altura, idade...
➤ Quantitativa contínua → é aquela que admite valores
fracionários entre os valores consecutivos, por
exemplo: temperatura corporal.
➤ Quantitativa descontínua (ou discreta) → é aquela
que não admite valores fracionários entre os valores
consecutivos, por exemplo: número de batimentos
cardíacos.
Depois dessa rápida revisão, chegamos à conclusão que
a alternativa incorreta é a letra E, pois a variável
descontínua não admite valores fracionários.
Para fechar com chave de ouro: o que são variáveis
ordinais e cardinais?
As ordinais são variáveis que trabalham com ordem
hierárquica. Por exemplo: estadiamento de neoplasias,
grau de escolaridade...
Já as cardinais são aquelas que não possuem ordem
hierárquica. Por exemplo: tipo sanguíneo, sexo, etnia...
Marque a alternativa INCORRETA:
a) A randomização aloca os pacientes para os grupos de
uma forma que possibilite a cada paciente uma
probabilidade igual de ficar em um ou outro grupo.
b) Pareamento significa que, para cada paciente em um
grupo, seleciona um ou mais pacientes com
características diferentes para um grupo de
comparação.
c) A estratificação compara taxas dentro de subgrupos
com probabilidades de desfecho semelhante.
d) As amostras de conveniência têm como maior
virtude a obtenção de amostras de pacientes que
estão fazendo parte de uma instituição médica.
e) A restrição amostral limita o espectro de
características dos pacientes sob estudo.
Comentário
Vamos analisar as afirmativas:
Letra A: correta. Serve para evitar o erro de seleção.
Letra B: incorreta. Pareamento é uma maneira de
formação de grupos semelhantes. Para cada indivíduo
de um grupo, seleciona-se um ou mais indivíduos com
as mesmas características para o grupo comparação.
Evita o viés de seleção.
Letra C: correta. Serve também para evitar o viés de
seleção.
Letra D: correta. Como o nome fala, forma-se amostra
com indivíduos que estão mais disponíveis. Indivíduos
de instituições são ótimos para isso.
Letra E: correta e autoexplicativa.
Resposta: letra B.
"O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é a
principal causa de morbidade na população brasileira.
Apesar de predominar em faixas etárias elevadas, seu
impacto socioeconômico é maior quando acomete
pacientes jovens. Nessa população, a incidência anual de
eventos isquêmicos é estimada entre 6 e 26:100.000. Em
centros terciários, até 12% dos pacientes internados
possuem menos de 45 anos. Nos jovens, apesar de extensa
investigação, até 40% dos casos não têm sua etiologia
definida, sendo denominados criptogênicos. Nas duas
últimas décadas tem-se atribuído à embolia paradoxal, da
qual o Forame Oval Patente (FOP) é o principal exemplo,
participação significativa nesses casos. A associação
estatística entre eventos cerebrovasculares isquêmicos e
FOP já foi amplamente demonstrada. O presente estudo
tem por objetivo verificar se a associação FOP e AVCI
apresenta uma relação de causalidade ou trata-se apenas
de relação estatística, considerando os consagrados
critérios de causalidade.
...
O presente estudo demonstrou que pacientes jovens (com
menos de 45 anos), com AVCI de causa indeterminada,
podem ter sua etiologia relacionada à presença de um
forame oval patente. Especificamente, constatamos que
essaassociação foi mais importante naqueles casos em que
o shunt foi mais intenso. Além de uma associação, esses
resultados falam a favor de uma relação causal entre FOP e
AVCI. Confirmada essa hipótese, as possibilidades
etiológicas para os casos de AVCI e ataque isquêmico
transitório devem ser ampliadas, incluindo a patência do
forame oval."
Fonte: Arq. Bras. Cardiol. v.88 n.5: Forame oval patente e acidente vascular
cerebral isquêmico em jovens: associação causal ou estatística?
10- Sobre os critérios de Hill, marque a alternativa
INCORRETA:
a) A temporalidade é o critério mais importante, mas pode
passar despercebido em um estudo transversal.
b) O critério analogia é uma evidência fraca de causalidade.
c) O critério consistência indica que quanto maior o RR,
maior a associação.
d) O critério plausibilidade mostra que a associação faz
sentido de acordo com os conhecimentos
fisiopatológicos.
e) O critério especificidade diz que o fator de risco só causa
uma doença.
Resposta: letra C.
"A aplicabilidade do teste tuberculínico em crianças
menores de cinco anos vacinadas com BCG é assunto
controvertido. Visando contribuir para esclarecê-lo, foi
analisado o valor preditivo positivo do teste tuberculínico
padronizado em população sob elevada cobertura vacinal e
baixa prevalência de infecção tuberculosa.
Na faixa etária mais sujeita ao risco de adoecimento
primário, especialmente os menores de dois anos, o valor
preditivo positivo do teste tuberculínico para a infecção
por BK é insignificante, mesmo com a elevação do ponto de
corte, por exemplo, para 15 mm. Deve-se ressaltar que a
elevação do ponto de corte, embora aumente a
especificidade do teste, acompanha-se de uma
correspondente diminuição da sensibilidade, deixando de
fora crianças que também seriam passíveis de alguma
atenção especial que pudesse diminuir-lhes o risco de
adoecimento primário."
Fonte: Rev. Saúde Pub., 26(4): 264-8. Valor preditivo do teste tuberculínico
padronizado em crianças vacinadas com BCG.
11 - Em uma população de 1.000 trabalhadores de uma
pedreira, a técnica de referência para diagnóstico de
silicose revelou 100 portadores dessa patologia. Nessa
mesma população, foi aplicado um novo tipo de
exame, também para detectar silicose, que revelou 80
resultados positivos entre os portadores de silicose e
630 resultados negativos entre os trabalhadores sem
silicose. Se você aplicar esse novo teste diagnóstico
em uma população de 800 trabalhadores, porém de
outra pedreira, sendo 200 indivíduos sabidamente
portadores de silicose, qual será a probabilidade do
resultado positivo estar CORRETO?
a) 0,20.
b) 0,30.
c) 0,47.
d) 0,70.
e) 0,80.
Resposta: letra C.
12 - A sensibilidade e a especificidade de um teste são
fundamentais para o clínico tomar decisões
confirmando ou não um determinado diagnóstico e a
alteração do ponto de corte altera a validade do teste.
Pensando em diabetes, o que pode se esperar, ao
reduzir o ponto de corte?
Resposta:
Aumento da sensibilidade.
Diminuição da especificidade.
Diminuição do VPP.
Aumento do VPN.
13 - Um novo teste de diagnóstico criado para uma
determinada doença X apresenta sensibilidade e
especificidade de 90% para a população da cidade A.
Se esse mesmo teste for aplicado em uma população
cuja prevalência da doença X é bem maior do que na
cidade A, o que acontecerá com o valor preditivo?
a) Não se altera.
b) Aumenta.
c) Diminui.
d) Faltam dados.
e) Pode aumentar ou diminuir.
Resposta: letra E.
PARA LER EM CASA!
Sobre a utilização de testes diagnósticos múltiplos, é
CORRETO afirmar que a aplicação de testes em:
a) Série é mais indicada no início da investigação
diagnóstica e aumenta a capacidade de diagnosticar
doentes anteriormente não detectados.
b) Série aumenta a sensibilidade e o valor preditivo
positivo da estratégia diagnóstica, mas diminui a
especificidade.
c) Paralelo aumenta a sensibilidade da estratégia
diagnóstica e é indicada quando a doença é letal.
d) Paralelo aumenta a especificidade e o valor preditivo
negativo, mas diminui a sensibilidade.
Comentário
Primeiramente, o que são os testes diagnósticos
múltiplos? Os testes diagnósticos que utilizamos
muitas vezes são imperfeitos, ou seja, com menos de
100% de especificidade e sensibilidade. Para minimizar
esse problema, realizamos múltiplos testes diferentes,
que podem ser aplicados de duas formas básicas: em
PARALELO (todos os testes realizados ao mesmo
tempo), em que um resultado positivo de qualquer
teste é considerado confirmatório da doença. É um
método que aumenta a sensibilidade e diminui a
especificidade; e em SÉRIE (testes realizados de
maneira consecutiva), em que todos os testes precisam
ser positivos para confirmar o diagnóstico. Um
resultado negativo afasta a doença. É um método que
aumenta a especificidade e diminui a sensibilidade.
Agora, vamos às alternativas:
Letra A: incorreta, pois é um método com baixa
sensibilidade; para o início da investigação precisamos
de testes mais sensíveis (em paralelo);
Letra B: incorreta, pois em série diminui a
sensibilidade e aumenta a especificidade, embora
realmente aumente o VVP e diminua o VPN;
Letra C: correta, pois na suspeita de doença grave
devemos privilegiar os testes sensíveis;
Letra D: incorreta, pois os testes em paralelo
aumentam a sensibilidade e o VPN e diminuem a
especificidade e o VPP. Resposta: letra C.
14- O gráfico abaixo mostra curvas do tipo Receiver
Operator Characteristic (ROC) sobre o desempenho de
dois testes diagnósticos A e B. Assinale a alternativa
INCORRETA:
a) Embora os testes possuam a mesma especificidade, o
teste A é mais sensível.
b) A taxa de falso-positivos aumenta com o aumento da
sensibilidade para ambos os testes.
c) O ponto de corte de escolha para estabelecer parâmetro
de normalidade de um teste diagnóstico é o ponto que
mais se aproxima do canto superior esquerdo do gráfico.
d) A área abaixo das curvas simula a acurácia de um teste;
neste caso, é maior para o exame A.
e) O teste A possui maior taxa de falso-negativos do que o
teste B.
Resposta: letra E.
PARA LER EM CASA!
Foi realizado um hipotético estudo sobre a capacidade dos
clínicos de diagnosticar dengue em uma emergência em
200 pacientes que chegaram com cefaleia retro-orbitária,
febre alta e mialgia. As impressões clínicas dos médicos
foram comparadas com a sorologia para dengue. Os
resultados foram: dos 100 pacientes com sorologia
positiva para dengue, 80 foram diagnosticados pelos
médicos. Entre os 100 com sorologia negativa, os médicos
diagnosticaram que 40 deles apresentavam a doença.
A partir dos dados acima, marque a alternativa
INCORRETA:
a) A razão de verossimilhança positiva foi de 2.
b) A razão de verossimilhança negativa foi de 0,33.
c) As razões de verossimilhança resumem o mesmo
tipo de informação da sensibilidade e especificidade.
d) As razões de verossimilhança devem ser usadas
como chances e não como probabilidade.
e) A razão de verossimilhança negativa do estudo
indica que o mesmo é um péssimo método
diagnóstico.
Comentário
Para ficar mais clara e mais fácil a questão, devemos
montar a tabela de validação dos testes de
diagnósticos:
Muito bem, voltando à questão. Ela quer saber sobre as
razões de verossimilhança, que representam a
probabilidade de um resultado do teste em pessoas
com a doença, dividida pela probabilidade do resultado
do teste em pessoas sem a doença. Expressam quantas
vezes é mais provável (ou menos) encontrar o
resultado de um teste em pessoas doentes comparadas
às não doentes.
Resumem o mesmo tipo de informação da
sensibilidade e da especificidade (letra C correta), e são
chances, pois representam a razão de duas probabi -
lidades. Lembrar que as probabilidades são a
sensibilidade, a especificidade, o VPP, o VPN (letra D
correta).
Como calcular?
Razão de Verossimilhança Positiva (RVP) =
(sensibilidade) / (1 - especifici dade) ou (a/a+c) /
(b/b+d). Neste caso = (80/100) / (40/100) = 2 (letra A
cor reta). Quanto mais longe de 1, melhor será o teste.
Razão de Verossimilhança Negativa (RVN) = (1 -
sensibilidade)/ (espe cificidade) ou (c/a+c) / (d/b+d).
Neste caso = (20/100) / (60/100) = 0,33 (letra B
correta). Quanto mais perto de zero, melhor será o
teste (letra E incorreta). Resposta: letra E.
PARTE III
VIGILÂNCIA DA SAÚDE /
PROCESSO EPIDÊMICO /
SAÚDE DO TRABALHADOR
PROFILAXIA PARA RAIVA E TÉTANO
ACIDENTAL
(a) É necessário orientar o paciente para que ele
notifique imediatamente a unidade de saúde se o
animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma
vez que podem ser necessárias novas intervenções
de forma rápida, como a aplicação do soro ou o
prosseguimento do esquema de vacinação. 
 (b) É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e do
gato e os cuidados recebidos. Podem ser
dispensadas do esquema profilático as pessoas
agredidas pelo cão ou gato, que, com certeza, não
têm risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo,
animais que vivem dentro do domicílio
(exclusivamente); que não tenham contato com
outros animais desconhecidos; que somente saem à
rua acompanhados dos seus donos e que não
circulem em área com a presença de morcegos. Em
caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia
indicado. Se o animal for procedente de área de
raiva controlada, não é necessário iniciar o esquema.
Manter o animal sob observação durante dez dias e
somente iniciar o esquema indicado (soro + vacina)
se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso
nesse período. 
  
 Observação 1 – Conduta em caso de adentramento
de morcegos: o adentramento é definido como a
entrada de morcegos no interior de edificações. Na
situação de adentramento, deve-se avaliar o risco
de exposição do paciente. A profilaxia da raiva, com
uso de soro e vacina, deve ser indicada nos casos de
contato com o morcego e, também, nos casos
duvidosos em que não é possível descartar o
contato, como, por exemplo, quando o informante,
ao acordar, se depara com um morcego no interior
de sua casa. 
 Observação 2 – A vacina deve ser administrada por
via intramuscular na região deltoide (> 2 anos) ou no
vasto lateral da coxa, nunca na região glútea. Existe,
também, a possibilidade da aplicação da vacina
inativada intradérmica. Ela pode ser indicada para
estabelecimentos de saúde que tenham uma elevada
demanda para a vacina (dois ou mais pacientes
acidentados/dia) e que possuam equipes habilitadas
para a sua administração.
PROFILAXIA PARA RAIVA E TÉTANO
ACIDENTAL (continuação)
1 - Sobre a raiva, marque a assertiva INCORRETA:
a) Em caso de acidente leve com cão sadio, deve-se
inicialmente observar o animal por dez dias.
b) Acidente com ratazana de esgoto sempre será
considerado grave.
c) Em caso de acidente grave com gato sadio, deve-se
inicialmente administrar duas doses de vacina e
observar o animal por dez dias.
d) Ferimento superficial por morcego é considerado
acidente grave.
e) Em caso de lambedura de mucosa por cão suspeito,
deve-se indicar quatro doses da vacina e soro.
Resposta: letra B.
2 - Sobre o tétano, marque a assertiva INCORRETA:
a) Um jovem sem comorbidade, com a vacinação em dia,
nunca necessitará de SAT.
b) Em caso de ferimento de baixo risco em pessoa nunca
vacinada, há a necessidade de SAT.
c) Ferimentos de alto risco devem ser lavados também com
água oxigenada.
d) Idoso com vacinação em dia, com última dose há menos
de três anos, nunca precisará receber vacina ou SAT.
e) Queimadura é considerada ferimento de alto risco.
Resposta: letra B.
"Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), a
vigilância epidemiológica é ‘o conjunto de atividades que
permite reunir a informação indispensável para conhecer, a
qualquer momento, o comportamento ou história natural
das doenças, bem como detectar ou prever alterações de
seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar
oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e
eficientes que levem à prevenção e ao controle de
determinadas doenças’.
No âmbito do SNVE, a Secretaria de Vigilância em Saúde –
SVS define normas e procedimentos técnicos e diretrizes
operacionais, além de promover a cooperação técnica e
assessorar as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
Também promove a cooperação técnica com organismos
internacionais correlatos.
A Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS trabalha para a
promoção e disseminação do uso da metodologia
epidemiológica em todos os níveis do Sistema Único de
Saúde (SUS). Objetiva o estabelecimento de sistemas de
informação e análises que permitem o monitoramento do
quadro sanitário do país e subsidiem a formulação,
implementação e avaliação das ações de prevenção e
controle de doenças e agravos, a definição de prioridades e
a organização dos serviços e ações de saúde.
Em um grande número de doenças transmissíveis para as
quais se dispõe de instrumentos eficazes de prevenção e
controle, o Brasil tem colecionado êxitos importantes. Esse
grupo de doenças encontra-se em franco declínio, com
reduções drásticas de incidência. Duas delas já foram
erradicadas ou estão em fase de erradicação (varíola e
poliomielite). Entretanto, algumas doenças transmissíveis
apresentam quadro de persistência ou de redução em
período ainda recente, configurando uma agenda
inconclusa nessa área. Para essas doenças é necessário o
fortalecimento de novas estratégias, recentemente
adotadas, que propõem uma maior integração entre as
áreas de prevenção e controle e a rede assistencial, já que
um importante foco da ação nesse conjunto de doenças está
voltado para o diagnóstico e tratamento das pessoas
doentes, visando à interrupção da cadeia de transmissão.
a) Os ferimentos com risco mínimo são: ferimentos
superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou
tecidos desvitalizados. 
 b) Os ferimentos com alto risco são: ferimentos
profundos ou superficiais sujos; com corpos
estranhos ou tecidos desvitalizados; queimaduras;
feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo;
mordeduras; politraumatismos e fraturas expostas. 
 c) Os pacientes imunodeprimidos, os com
desnutrição grave e os idosos devem receber, além
do reforço com a vacina, a imunização passiva. 
 d) Se o profissional que presta o atendimento
suspeita que os cuidados posteriores com o
ferimento não serão adequados, deve considerar a
indicação de imunização passiva com SAT ou IGHAT. 
 e) Deve ser administrada a vacina e feito o
aprazamento das próximas doses, para completar o
esquema básico. Se o profissional que presta o
atendimento suspeita que os cuidados posteriores
com o ferimento não serão adequados, deve
considerar a imunização passiva com SAT ou IGHAT. 
 
 Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT,
concomitantemente, devem ser aplicadas em locais
diferentes.
Além da necessidade de promover ações de prevenção e
controle de doenças transmissíveis que mantêm
importante magnitude em nosso país, é necessário ampliar
a capacidade de atuação para novas situações que se
colocam sob a forma de surtos ou devido ao surgimento de
doenças inusitadas, muitas vezes com gravidade elevada.
Desde o início da década de 80, algumas doenças
infecciosas passaram a ser registradas ou foram
reintroduzidas no Brasil, destacando-se a aids (1980), a
dengue (1982), a cólera (1991) e a hantavirose (1993)
sendo que, dentre estas, somente a cólera apresentou
redução significativa na última década."
Importante falar sobre o SARAMPO. Após apresentar casos
da doença durante um ano ininterrupto (de fevereiro de
2018 até fevereiro de 2019), o Brasil perdeu o certificado
conferido pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS)
de "país livre do Sarampo". A informação fora confirmada
pelo Ministério da Saúde em 19 de março de 2019, quando
um novo caso da doença ocorrida no Pará, em 23 de
fevereiro deste ano, foi confirmado. A confirmação deste
caso indicou que há a chamada "transmissão sustentada do
vírus" no país. No total, em 2018, foram 10.326 casos
confirmados e, só neste ano, já foram 48 casos até 19 de
março!
Vale lembrar que a certificação havia sido obtida em 2016,
após o nosso país ficar um ano sem apresentar um único
caso novo da doença.
Para o desenvolvimento de ações de prevenção e controle,face a esta complexa situação epidemiológica no país, têm
sido fortalecidos programas específicos, como também
desenvolvidas estratégias para detecção e resposta às
emergências epidemiológicas.
Fonte: www.saude.gov.br/svs
3 - Sobre os critérios de inclusão das doenças na lista de
notificação nacional, assinale a afirmativa FALSA:
a) A magnitude avalia a gravidade, a relevância social e
econômica da doença.
b) A vulnerabilidade é definida como a possibilidade de
redução de um problema de saúde na população diante
de uma intervenção conhecida.
c) A transcendência corresponde ao dano causado pelo
problema, vinculando-se aos conceitos de mortalidade
(óbitos/população) e letalidade (óbitos/indivíduos
acometidos).
d) O potencial de disseminação se expressa pela
transmissibilidade da doença, possibilidade de sua
disseminação através de vetores e demais fontes de
infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou
coletividades.
e) O novo regulamento sanitário internacional coloca
somente quatro doenças como de notificação
compulsória obrigatória: varíola, poliomielite por vírus
selvagem, influenza humana causada por novo subtipo
de vírus e SARS.
Resposta: letra A.
4 - São doenças de notificação compulsória no Brasil,
EXCETO:
a) Leishmaniose, malária, hanseníase, febre amarela.
b) Hantavirose, febre do Nilo, tuberculose, varíola.
c) Doença de Creutzfeldt-Jakob, síndrome aguda
respiratória grave, tracoma, hepatite A.
d) Poliomielite, cólera, peste, meningite viral.
e) Malária, tétano, difteria, leptospirose.
Resposta: letra C.
5 - De acordo com as Portarias 1.061 e 205, de Notificação
Compulsória e de Notificação Compulsória em unidade
sentinela, respectivamente, marque a alternativa que
NÃO se enquadra como situação compulsória no
Brasil.
a) Síndrome neurológica pós-infecção febril exantemática.
b) Síndrome do corrimento uretral masculino.
c) Toxoplasmose nas mulheres em idade fértil.
d) Silicose.
e) Hepatite A.
Resposta: letra C.
6 - Das alternativas abaixo, marque a que se enquadra
como situação de notificação compulsória imediata no
Brasil:
a) Óbito por Chikungunya, Zika em gestante.
b) Raiva, dengue.
c) Cólera, tuberculose.
d) Botulismo, hanseníase virchowiana.
e) Rubéola, sífilis.
Resposta: letra A.
7 - Entende-se por comportamento endêmico de uma
doença quando:
a) Sua ocorrência está claramente em excesso em relação
ao normal esperado.
b) Sua ocorrência apresenta-se na comunidade de forma
regular.
c) Ocorre em grande número de países simultaneamente.
d) Apresenta uma variação sazonal bem definida.
e) Apresenta uma variação cíclica.
Resposta: letra B.
8 - Epidemias diferem de endemias por:
a) Variações sazonais.
b) Ocorrência em surtos.
c) Incidência acima da esperada.
d) Envolver doenças transmissíveis.
e) Alta prevalência.
Resposta: letra C.
9 - Analise o diagrama de controle abaixo e assinale a
alternativa CORRETA:
Diagrama de Controle de Hepatite A (por 100.000
habitantes) em um Município Z
De 2010 até 2019 com incidência de 2020
a) Houve epidemia de hepatite A em agosto e dezembro de
2020.
b) Não podemos caracterizar pelo gráfico acima a
existência de epidemia em 2020.
c) Houve epidemia de hepatite A nesse município no
primeiro trimestre de 2020.
d) A menor prevalência de 2020 foi registrada no mês de
julho.
e) A vacinação justificou a queda da incidência em julho.
Resposta: letra C.
PARA LER EM CASA!
Sobre os modos de transmissão das doenças, marque
a alternativa INCORRETA:
a) Os modos de transmissão horizontal são aqueles em
que um agente infeccioso é passado de uma pessoa
para outra em um grupo populacional.
b) A transmissão direta imediata é aquela em que um
agente causal é passado de um indivíduo para o
outro sem passar pelo meio ambiente.
c) A transmissão direta mediata é aquela em que um
agente causal é passado de um indivíduo para o
outro com passagem curta pelo meio ambiente.
d) A transmissão indireta é aquela em que o agente
causal é passado de um indivíduo para o outro
através de um veículo, hospedeiro ou vetor. São
conhecidas como doenças contagiosas.
e) A transmissão vertical ou materno-infantil é a
transmissão de um agente causal no período de
gestação, no nascimento ou nos primeiros anos de
vida através do leite materno.
Comentário
Vamos a uma breve revisão primeiro:
O modo de transmissão das doenças infecciosas é
dividido em dois tipos: transmissão horizontal e
transmissão vertical.
A transmissão vertical é aquela que ocorre durante a
gravidez, mãe → feto, (por exemplo, toxoplasmose
congênita).
A transmissão horizontal é aquela em que o agente
infeccioso é passado de uma pessoa a outra, num grupo
de pessoas. Pode ser classificada de três maneiras:
➤ Direta imediata: em que indivíduo infectado
transmite agente patológico ao outro indivíduo sem
este agente passar pelo meio ambiente, ou seja,
ocorre pelo contato direto, beijar, morder, tocar. O
exemplo clássico desta transmissão são as doenças
sexualmente transmissíveis;
➤ Direta mediata:  em que indivíduo infectado
transmite agente patológico a outro indivíduo com a
ajuda de um substrato vital (mãos, secreções
oronasais...), que carreia esse agente pelo ambiente.
Exemplos: sarampo, resfriado, conjuntivites.
As doenças de transmissão direta são conhecidas como
doenças contagiosas;
➤ Indireta: em que agente infeccioso necessita de um
veículo, vetor ou hospedeiro intermediário (vetor,
alimentos...) para ser transmitido. Exemplo:
esquistossomose, doença de Chagas, dengue.
Portanto, resposta letra D. Pois as doenças contagiosas
são de transmissão direta.
PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de
saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos
termos do anexo, e dá outras providências.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública
nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território
nacional, nos termos do anexo (lista modificada pela Portaria
N° 1.061, de 18 de maio de 2020, em que, unicamente foi
adicionada a Doença de Chagas Crônica, sendo de notificação
SEMANAL).
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância
nacional, serão considerados os seguintes conceitos:
I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do
indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como
acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de
drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais,
como agressões e maus-tratos, e lesão autoprovocada;
II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as
Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada
esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);
III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de
origem ou fonte, que represente ou possa representar um
dano significativo para os seres humanos;
IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de
animais que possa apresentar riscos à saúde pública;
V - Evento de Saúde Pública (ESP): situação que pode
constituir potencial ameaça à saúde pública, como a
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa
desconhecida, alteração no padrão clinicoepidemiológico das
doenças conhecidas, considerando o potencial de
disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a
transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou
agravos decorrentes de desastres ou acidentes;
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à
autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de
saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde,
públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou
confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública,
descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal;
VII - Notificação Compulsória Imediata (NCI): notificação
compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, apartir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou
evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais
rápido disponível;
VIII - Notificação Compulsória Semanal (NCS): notificação
compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do
conhecimento da ocorrência de doença ou agravo;
IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal
realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à
autoridade de saúde, informando que na semana
epidemiológica não foi identificada nenhuma doença, agravo
ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação
Compulsória; e
X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a
partir de estabelecimento de saúde estratégico para a
vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos
de interesse para a saúde pública, com participação
facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida
pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).
CAPÍTULO II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os
médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos
serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência
ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei no 6.259,
de 30 de outubro de 1975.
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da
suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com
o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas
técnicas estabelecidas pela SVS/MS.
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde
pública de notificação compulsória à autoridade de saúde
competente também será realizada pelos responsáveis por
estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de
cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades
laboratoriais e instituições de pesquisa.
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde
pública de notificação compulsória pode ser realizada à
autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha
conhecimento.
Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada
pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço
assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente,
em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo
meio mais rápido disponível.
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a
notificação compulsória imediata deverá informá-la, em até
24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais
esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma
das doenças ou agravos constantes no anexo.
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à
Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do
paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de
notificação compulsória.
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à
Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma
como realizada, também será registrada em sistema de
informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento
entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das
informações pessoais integrantes da notificação compulsória
que estejam sob sua responsabilidade.
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação
atualizada dos dados públicos da notificação compulsória
para profissionais de saúde, órgãos de controle social e
população em geral.
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço
eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-
mail institucional ou formulário para notificação
compulsória.
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares
relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de
casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas
de informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o
cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo de
até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação.
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio
da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas
diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado
da Saúde.
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de
notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado
da Saúde.
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 14. Fica revogada a Portaria no 1.271/GM/MS, de 06 de
junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, no 108,
Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37.
ATENÇÃO: lembre-se que a Portaria atual de Notificação
Compulsória é a n° 1.061, de 18 de maio de 2020. Contudo,
estas definições estão contempladas apenas na Portaria
anterior (n° 204) e seguem válidas!
Veja a lista completa de agravos de notificação no nosso
CARTAZ.
"O conceito de história natural das doenças definido como
‘todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio
ambiente que afetam o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o
estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer
outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do
homem ao estímulo, até as alterações que levam a um
defeito, invalidez, recuperação ou morte (patogênese)’
(Leavell & Clark, 1976:15).
O conceito de prevenção definido como ‘ação antecipada,
baseada no conhecimento da história natural a fim de
tornar improvável o progresso posterior da doença’
(Leavell & Clark, 1976:17). A prevenção apresenta-se em
três fases: primária, secundária e terciária.
A prevenção primária é a realizada no período de pré-
patogênese. O conceito de promoção da saúde aparece
como um dos níveis da prevenção primária, definido como
‘medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima’. Um
segundo nível da prevenção primária seria a proteção
específica ‘contra agentes patológicos ou pelo
estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio
ambiente’. A fase da prevenção secundária também se
apresenta em dois níveis: o primeiro, diagnóstico e
tratamento precoce; e o segundo, limitação da invalidez. Por
fim, a prevenção terciária, que diz respeito a ações de
reabilitação (Leavell & Clark, 1976)."
Fonte: www.ans.gov.br
10 - De acordo com o modelo de Leavell & Clark, indique a
INCORRETA:
a) Prevenção primária – hipolipemiantes em pacientes
com hipercolesterolemia.
b) Prevenção secundária – teste ergométrico a partir de 50
anos em pacientes assintomáticos.
c) Prevenção secundária – captopril na fase aguda do
infarto.
d) Prevenção terciária – recolocação profissional.
e) Prevenção quaternária – impedir
cineangiocoronariografia em pacientes assintomáticos.
Resposta: letra A.
11 - Um programa de saúde em uma secretaria municipal
de saúde poderia incluir como ação de prevenção
secundária:
a) A imunização contra hepatite B em recém-nascido.
b) A realização de inquéritos para descoberta precoce de
pacientes com tuberculose na comunidade.
c) O aconselhamento genético a casais formados por
cônjuges com mais de 40 anos.
d) A proteção contra acidentes domésticos para idosos.
e) Fisioterapia para idosos que quebraram o colo do fêmur.
Resposta: letra B.
"A Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que
prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos
agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do
direito universal à saúde. A execução de suas ações é de
competência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em vigor desde 2004, a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador do Ministério da Saúde visa reduzir os
acidentes e doenças relacionados ao trabalho, mediante a
execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na
área de saúde.
Você sabia que o Ministério da Saúde mantém atualmente
uma rede de 150 Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador em todo o Brasil para atender os trabalhadores
dos setores formal e informal, assalariados e não
remunerados, domésticos, autônomos, cooperados,
temporários, servidores públicos, empregadores,
aprendizes, estagiários, desempregados e aposentados?
Os

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