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PARTE I MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA / DECLARAÇÃO DE ÓBITO "O mundo vem enfrentando um envelhecimento progressivo de sua população. Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, e as estimativas indicam que serão um bilhão em 2025. O Brasil, a exemplo de outros países, enfrenta o mesmo fenômeno. A população brasileira envelhece rapidamente. Projeções indicam que em 2025 o Brasil terá cerca de 34 milhões de pessoas acima de 60 anos, 10% da população, sendo o país com a sexta maior população de idosos em todo o mundo. A esperança de vida da população brasileira vem crescendo a cada ano, e no final de 2019, alcançou 76,50 anos. Entre 1980 e 2019, a esperança de vida ao nascer aumentou 13,80 anos. De acordo com o IBGE, houve relativa melhora no acesso da população aos serviços de saúde, além de campanhas de vacinação, aumento de pré-natais, alta na escolaridade e no saneamento e a mudança dos indivíduos em relação a enfermidades. Os números apresentados tornam-se ainda mais expressivos quando tomamos consciência da relação diretamente proporcional que a doença de Alzheimer mantém com o aumento da idade. Esses dados são úteis para demonstrar a importância da doença de Alzheimer no nosso meio, alertando os planejadores de saúde. Para os epidemiologistas, esta situação espelha um verdadeiro desafio: há uma verdadeira epidemia de demência emergindo; a carga que os serviços de saúde pública suportam atualmente já é grande; 70 a 80% dos pacientes demenciados vivem em seus domicílios; e a doença de Alzheimer, causa mais comum de demência, é uma doença incurável, de causa desconhecida, cuja prevalência e incidência aumentam dramaticamente com a idade. - ÍNDICE - PARTE I PARTE II PARTE III No Brasil, não há dados objetivos com respeito à doença de Alzheimer, porém, é possível, com base em alguns índices, estimarmos a sua frequência em nosso meio: a taxa estimada de incidência para a doença de Alzheimer aos 60 anos é de cerca de 10%. A taxa dobra a cada 5 anos, e ao redor dos 85 anos é nove vezes maior que aos 69 anos de idade. As taxas de prevalência apresentam aumento geométrico a partir dos 60 anos de idade, ultrapassando de 50% aos 95 anos. Utilizando esses dados de outros países, com base nas estatísticas populacionais brasileiras do último censo, estima-se a prevalência da doença de Alzheimer em nosso meio em 1 milhão e 200 mil de pacientes, com a incidência de 100 mil novos casos por ano." Fonte: www.alzheimermed.com.br 1 - Julgue os itens e assinale o INCORRETO: a) A prevalência de uma determinada doença é a expressão do número de casos novos e antigos da mesma. b) A incidência depende do número de casos novos de uma doença. c) A prevalência de uma doença varia proporcionalmente com o produto da incidência pela duração da doença. d) A não instituição de tratamento em doenças curáveis pode provocar aumento da prevalência. e) A melhoria das possibilidades diagnósticas está relacionada à diminuição da prevalência. Resposta: letra E. 2 - Uma determinada doença possui incidência de 10 casos novos por 10.000 habitantes e prevalência de 6 casos por 1.000 habitantes. Qual é a duração dessa doença em anos? a) 24 anos. b) 12 anos. c) 10 anos. d) 6 anos. e) 3 anos. Resposta: letra D. PARA LER EM CASA! Considerando as principais medidas de morbidade utilizadas em epidemiologia, assinale a alternativa INCORRETA: a) A incidência somente considera os casos novos identificados numa população e em determinado período. b) A densidade de incidência é uma maneira mais intensa de avaliar o risco, pois também leva em consideração o tempo que as pessoas ficaram expostas. c) Os coeficientes de prevalência são valiosos para o planejamento do setor de saúde em função dos números existentes na comunidade. d) Para a identificação dos fatores de risco de doenças, as medidas de incidência são mais utilizadas. e) A prevalência lápsica ou pontual é medida em um ponto definido do tempo, seja dia, semana, mês, ano. Comentário: Vamos às alternativas: Letra A: correta, pois a incidência só leva em consideração os casos novos. Letra B: correta, pois densidade de incidência é uma outra maneira de utilizarmos o conceito de incidência. Aqui, o denominador não são as pessoas em risco por um período específico de tempo, e sim as pessoas- tempo em risco para o evento. É utilizada quando precisamos medir o número de casos novos numa população que varia no tempo. Por exemplo, a incidência de infecções hospitalares em que o denominador varia de acordo com as novas internações, altas e óbitos. Vamos entender com o exemplo: O estudo ao longo de quatro anos foi realizado com o objetivo de verificar se as pessoas iriam desenvolver leucemia após exposição ao benzeno. Veja a figura: Cada período entre duas linhas verticais corresponde a um ano. Cada linha horizontal representa um indivíduo. As setas indicam que o paciente adquiriu a doença, enquanto os traços horizontais indicam que o paciente não adquiriu a doença. Qual foi a densidade de incidência desse estudo? Densidade de incidência é igual ao número de casos novos dividido pela soma dos períodos de tempo em que cada indivíduo permaneceu no estudo. O número de casos novos é fácil de encontrar. Quantos desenvolveram a doença? Dois indivíduos. Mas como calcular a soma de tempo em que cada indivíduo permaneceu no estudo? Fácil! Paciente 1 = 2 anos; paciente 2 = 1 ano; paciente 3 = 3 anos; paciente 4 = 1 ano; paciente 5 = 4 anos. Agora é só somar: 2 + 1 + 3 + 1 + 4 = 11 pessoas/ano. Então temos: densidade de incidência = 2/11 = 2 eventos para 11 pessoas/ano. Letra C: correta, pois medem todos os casos existentes de um agravo. Letra D: correta, pois avaliam somente os casos novos. Letra E: incorreta, pois prevalência lápsica, ou por período, mede a prevalência em um intervalo de tempo longo. Não concentra a informação em um único ponto. E lembrar que a prevalência lápsica, ao medir a prevalência em um período, leva em consideração todos os casos, incluindo os óbitos, as curas e a emigração (fatores que são retirados da prevalência instantânea ou pontual, que é aquela que mede a prevalência em um ponto definido do tempo, dia, semana, ano). Resposta: letra E. 3 - O Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM) é um indicador muito empregado em avaliações de saúde coletiva por sua simplicidade de cálculo e resultados simples que refletem a experiência da população em termos de mortalidade. Sobre o CGM, pode-se dizer que: a) O numerador pode estar superestimado em localidades com maiores facilidades médico-hospitalares, que recebem doentes de outras áreas, se os óbitos forem tabulados segundo o local de ocorrência. b) No denominador, o principal fator de erro reside no fato de que o número de pessoas, na população que apresenta a doença, é subestimado, pois faltam doentes que nele deveriam estar incluídos. c) Permite comparações populacionais fidedignas entre vários países, independentemente da composição da população por idade, sexo e outros parâmetros. d) Representa uma média para toda a população e, por isto, é suficiente para informar sobre a situação dos diversos segmentos que a compõem. e) Para ser calculado depende somente de dados fornecidos pelo SIM. Resposta: letra A. "...A pesquisa enfoca as mudanças nas estruturas da mortalidade e de saúde durante a década de 1990 no Brasil, grandes regiões e unidades da federação, segundo grupos etários específicos, constituídos pelas crianças, adultos jovens e idosos. No que diz respeito aos grupos infantis, enfatiza-se, inicialmente, a sua contribuição relativa nos ganhos da esperança de vida ao nascer, comparativamente às demais faixas etárias, no período de 1940 a 2000. O quadro delineado ao longo do estudo aponta os progressos obtidos na redução da mortalidade infantil no país, particularmente a partir de meados da década de 1970, decorrentes de intervenções governamentais no âmbito das políticas públicas. É dada ênfase ao período 1990/2000 em razão dos compromissos assumidos pelo Brasil durante a CúpulaMundial pela Infância, que previa decréscimos da mortalidade infantil, em cerca de um terço, até o final daquela década. Em relação aos jovens adultos, observou-se que uma proporção importante deste segmento populacional, do sexo masculino, morre por causas externas/violentas, particularmente aqueles que compõem a faixa etária entre 15 e 39 anos de idade. Essas mortes precoces ampliam o número de anos de vida perdidos, com repercussões na redução da esperança de vida ao nascer masculina. Finalmente, na análise realizada em relação aos idosos, chamou-se a atenção sobre a importância, tanto absoluta quanto relativa, que este grupo vem adquirindo dentro da nova estrutura demográfica brasileira. Além disso, a sua esperança de vida também vem aumentando. São destacadas as causas circulatórias como as principais responsáveis pela morte na faixa etária idosa. Fonte: OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde. PARA LER EM CASA! Observe os dados abaixo: Indicadores de mortalidade dos municípios A e B durante o ano de 2000. Coeficiente de mortalidade geral Município A – 8,56/1.000 Município B – 6,56/1.000 Coeficiente de mortalidade geral padronizado por idade (método direto) Município A – 5,45/1.000 Município B – 7,113/1.000 Razão de Mortalidade Padronizada (SMR) do Município B em relação ao Município A – 1,57 Assinalando estes dados é CORRETO afirmar: a) A mortalidade no município B é menor do que a do município A, e isto indica que o município B apresenta melhores condições de saúde do que o município A. b) A mortalidade padronizada por idade no município B é maior do que no município A, e isto indica que o município A possui uma população mais jovem. c) A mortalidade padronizada por idade no município B é maior do que no município A, e isto indica que o município B possui melhores condições de saúde do que o município A. d) O município B apresentaria 57% mais óbitos do que seria esperado se a força da mortalidade neste município fosse a mesma do que o município A. e) O município A apresenta 570 óbitos a menos do que o município B. Comentário Letra A: se a população A apresentar maior número de idosos, tem uma probabilidade maior de ocorrer óbitos do que a população B, com proporção menor de idosos. Com isso, o coeficiente de mortalidade geral será maior na população A do que na B. E, desta maneira, poderíamos afirmar que a população A tem um sistema de saúde ou social pior do que a B? Claro que não, pelo contrário, pois são os idosos de uma população que devem morrer. Portanto, alternativa incorreta. Letra B: primeiramente, o que é mortalidade padronizada? Serve para realizar a comparação entre coeficientes gerais, neutralizar a influência devido à composição etária, se esse for o fator de perturbação, por exemplo. Os coeficientes observados em todas as populações para serem comparados são aplicados a uma mesma população padrão. Agora sim, posso comparar os coeficientes gerais. Ainda não entendeu???? Veja o exemplo abaixo: Os coeficientes, por faixa etária, realmente observados em todas as diferentes populações a serem comparados são aplicados a uma mesma população padrão de composição etária convencionada. A partir daí é calculado o número total de óbitos que ocorrem nessa população padrão. Finalmente, é calculado o coeficiente padronizado, dividindo-se o número total de óbitos esperados naquela região pela população padrão. Veja o exemplo abaixo: Vamos pegar a população mundial como população padrão. No ano de 2000, a população mundial era de 3.045.370.000. Na África, o coeficiente de mortalidade geral em 2000 foi de 16,5 por 1.000 habitantes. Já na Europa, de 11,1 por 1.000 habitantes. Com esses dados, você pergunta: então são próximos? Claro que não podemos afirmar isso, pois na Europa tem que morrer mais indivíduos, pois tem a população mais velha, e não é isso que está ocorrendo. Então, para podermos comparar, vamos colocar os dois padronizados: Europa = 23.945.1213 (óbitos na Europa em 2000) / 3.045.370.000 (população mundial) = 7,9 por 1.000 habitantes; África = 59.946.337 (óbitos na África em 2000) / 3.045.370.000 (população mundial) = 19,7 por 1.000 habitantes. Essa é a verdadeira realidade, pois ambos foram expostos a uma população padrão. Como estamos reparando, apesar de ser uma população mais velha, morre muito menos indivíduos. Portanto, tem um sistema de saúde muito melhor. Voltando à alternativa: não necessariamente, pois pode indicar que a população A tem um sistema de saúde/social melhor do que B. Alternativa incorreta. Letra C: incorreta, pois pode indicar uma população mais velha. Letra D: correta, pois a razão de mortalidade padronizada foi de 1,57, ou seja, 57% a mais. Letra E: incorreta, pois o que ocorre é que o município A possui 57% a menos de óbito se tivesse a mesma força de mortalidade do município B. Resposta: letra D. OBS.: na verdade, o exemplo colocado na questão foi o coeficiente padronizado levando em consideração todas as idades, e já mostramos o exemplo já chegando nos "finalmentes", mas, para fins de comparação, deve-se seguir da seguinte maneira: em primeiro lugar se seleciona a população padrão. Como população padrão pode-se utilizar a soma das populações estudadas, somente uma delas ou uma terceira outra população. Em seguida, as taxas de mortalidade específicas por idade das populações estudadas são aplicadas nos grupos etários respectivos da população padrão, ou seja, multiplica-se cada taxa específica pelo número de pessoas no grupo etário da população padrão. Calcula-se, assim, o número de óbitos esperados em cada grupo etário. A soma desses óbitos representa o número total de óbitos esperados nas populações estudadas se elas tivessem a distribuição etária padrão. Esta soma constitui o numerador do coeficiente padronizado. Este numerador dividido pelo total da população padrão (geralmente multiplicado por 1.000) nos dá o coeficiente de mortalidade padronizado por idade. 4 - Sobre a mortalidade infantil, marque a alternativa CORRETA: a) Quando há redução da mortalidade infantil, a mortalidade pós-neonatal tende a cair mais rapidamente que a mortalidade neonatal. b) O coeficiente de mortalidade infantil expressa o risco de uma criança morrer até o seu quinto ano de vida. c) A taxa da mortalidade infantil no Brasil vem caindo ao longo dos anos em quase todas as regiões brasileiras. d) As maiores causas de mortalidade infantil são, por ordem decrescente, a diarreia, as infecções respiratórias e as malformações. e) O coeficiente de mortalidade perinatal não necessita do número de nascidos mortos para o seu cálculo. Resposta: letra A. SAÚDE DA MULHER Vigilância da Mortalidade Materna De acordo com os padrões propostos pela Organização Mundial da Saúde, a morte materna abrange todas as mulheres que morrem em decorrência de complicações decorrentes diretamente da gravidez (eclâmpsia, hemorragia gestacional, complicações de aborto, infecção puerperal, entre outras), de complicações de alguma doença preexistente (cardiopatias, diabetes, hipertensão arterial crônica, entre outras) ou de alguma doença que se instala durante a gestação ou puerpério e é agravada pelos efeitos fisiológicos da gravidez (broncopneumonias, pielonefrites, entre outras). A morte de mulheres por complicações na gestação, aborto, parto e puerpério é evitável (causa obstétricas diretas) e passível de prevenção em 90% das vezes, através de medidas eficientes de assistência à saúde, desde o planejamento familiar até os cuidados pós-parto, passando por todo o processo gestacional. Portanto, é considerada uma das mais graves violações dos direitos humanos dessas mulheres. Várias políticas públicas de saúde têm sido propostas para a redução da morte materna no Brasil e no mundo. Em 1987, a Conferência Internacional sobre Maternidade Segura realizada em Nairobi, no Quênia, iniciou uma discussão de proporções internacionais sobre a problemática da morte materna. Em 1990, a UNICEF retomou essa discussão, durante a Conferência da Infância. Nesse momento, o Brasil foi signatário,junto com países de todo o mundo, da Declaração e Plano de Ação para a Redução em 50% de suas taxas de mortalidade materna. Em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, ocorrida no Cairo e em 1995, na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Beijing, China, novamente essa meta foi enfatizada [UNICEF/ OMS /FNUAP, 1997]. Na avaliação da magnitude do problema, utiliza-se um indicador denominado Razão de Morte Materna (RMM), sendo considerado um dos mais importantes indicadores das condições de vida de uma população e da qualidade de assistência que lhe é prestada. A OMS considera aceitável uma RMM de até 20/100.000 Nascidos Vivos (NV). O Canadá, os Estados Unidos, a Austrália e os países nórdicos têm RMM abaixo de 20/100.000 NV, enquanto a América Latina tem uma RMM estimada de até 190/100.000 NV. Na região central da África esses valores ultrapassam 1.000/100.000 NV. No Brasil, atualmente, a RMM é de aproximadamente 55,31/100.000 NV, apresentando diferenças importantes entre as várias regiões. Enquanto a região sul apresenta uma taxa de 38 óbitos maternos a cada 100.000 nascidos vivos, a região norte apresenta 74,27 óbitos! O Comitê de Mortalidade Materna do Município de São Paulo vem pesquisando a situação da cidade há mais de dez anos, constatando que são as mulheres pobres, moradoras da periferia, com baixa escolaridade e com acesso restrito a serviços de saúde de qualidade as mais vulneráveis. Houve avanços significativos no país desde a criação, em 2004, do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, que envolve governos e sociedade civil. Entre esses avanços a ONU citou a criação de mecanismos para prevenção, como os Comitês de Mortes Maternas, as políticas de humanização do parto e a obtenção de dados mais precisos sobre as causas dos óbitos maternos. Em 2006, com o lançamento do Pacto pela Saúde, a melhoria da saúde materna e a redução da mortalidade infantil foram reafirmadas como ações prioritárias no Pacto pela Vida, implicando a obrigatoriedade da inclusão dessas ações nos Planos Estaduais e Municipais de Saúde, por meio da formalização do compromisso dos gestores com o alcance de metas pactuadas de modo tripartite nos Termos de Compromisso de Gestão assinados por estados e municípios. Desde 2008, o governo realiza uma espécie de gerenciamento das investigações de mortes de mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos). Os casos são analisados por equipes de vigilância dos estados e municípios, e as informações são repassadas ao Ministério. O objetivo é avaliar as causas e as circunstâncias da morte e verificar se os casos foram provocados por complicações gestacionais. Fontes: http://www.prefeitura.sp.gov.br; http://www.redesaude.org.br; http:// www.agenciabrasil.gov.br 5 - A mortalidade materna está relacionada à inadequação dos serviços de saúde para gestantes, à falta de planejamento familiar e à pobreza a que estão submetidos importantes contingentes de mulheres. Em relação à situação no Brasil, considera-se que: a) Os óbitos maternos não constam na lista de agravos de notificação compulsória da Portaria nº n° 1.061, de 18 de maio de 2020. b) Gestante que morre a partir de complicações de abortamento provocado deve ter sua declaração de óbito preenchida pelo médico assistente. c) A morte materna pode ser evitada em cerca de 90% dos casos, devendo ser registrada na declaração de óbitos de mulheres em idade fértil. d) O coeficiente relaciona o número de óbitos à gestação e ao parto com a população estimada de mulheres com idade entre 15 e 49 anos. e) Para reduzir essas mortes, é estipulado que um pré- natal adequado deve ter o mínimo de seis consultas, sendo, preferencialmente, três no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e uma no terceiro trimestre da gestação. Resposta: letra C. No Brasil, a Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença endêmica, no entanto, têm sido registrados surtos frequentes. Inicialmente, sua ocorrência estava limitada a áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, mas encontra-se em franca expansão para grandes centros. A LV está distribuída em 21 unidades da federação, atingindo as cinco regiões brasileiras. Por esta razão, nota-se que ela apresenta aspectos geográficos, climáticos e sociais diferenciados. Na década de 1990, aproximadamente 90% dos casos notificados de LV ocorreram na região Nordeste. À medida que a doença se expande para as outras regiões, essa situação vem se modificando e, em 2012, a região Nordeste foi responsável por 43,1% dos casos do país. Os dados dos últimos dez anos revelam a periurbanização e a urbanização da LV, destacando-se os surtos ocorridos no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Santarém (PA), Corumbá (MS), Teresina (PI), Natal (RN), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Camaçari (BA) e as epidemias ocorridas nos municípios de Três Lagoas (MS), Campo Grande (MS) e Palmas (TO). A doença é mais frequente em menores de dez anos (41,9%) e o sexo masculino é proporcionalmente o mais afetado (62,8%). A razão da maior suscetibilidade em crianças é explicada pelo estado de relativa imaturidade imunológica celular, agravado pela desnutrição, tão comum nas áreas endêmicas, além de uma maior exposição ao vetor no peridomicílio. Por outro lado, o envolvimento do adulto tem repercussão significativa na epidemiologia da LV, pelas formas frustras (oligossintomáticas) ou assintomáticas, além das formas com expressão clínica. Fonte: Ministério da Saúde – Guia de Vigilância em Saúde – Brasília – DF 2019. 6 - Em uma determinada localidade, em um determinado ano, foram observados 120 óbitos por aids e 120 óbitos por meningite em um total de 5.000 óbitos. Assim, é CORRETO afirmar que: a) A aids e a meningite apresentam a mesma letalidade. b) As taxas de mortalidade são iguais para as duas doenças. c) A incidência de aids é seguramente maior do que a da meningite. d) A prevalência das duas doenças é igual. e) A taxa de incidência das duas doenças é igual. Resposta: letra B. 7 - Para uma doença grave, que apresenta curta duração e letalidade alta: a) O coeficiente de mortalidade tende a ser muito mais alto do que o coeficiente de incidência. b) O coeficiente de incidência será muito mais elevado do que as taxas de mortalidade. c) Os coeficientes de incidência e de mortalidade tendem a ser semelhantes. d) O coeficiente de incidência não guarda relação com o coeficiente de mortalidade. e) A prevalência tenderá a ser maior do que o coeficiente de incidência. Resposta: letra C. "Em todas as regiões brasileiras observa-se significativo deslocamento da mortalidade proporcional para faixas etárias maiores, como resultado da redução da mortalidade infantil e do aumento da expectativa de vida. Essa transição está mais adiantada nas regiões Sul e Sudeste. ➤ As bases de dados nacionais sobre mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitas áreas do país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. ➤ A subenumeração de óbitos pode estar desigualmente distribuída entre as diversas faixas etárias, resultando distorções na proporcionalidade dos óbitos informados. Nas faixas etárias extremas (crianças e idosos), a subenumeração é geralmente mais elevada. ➤ O aumento percentual de óbitos em uma ou mais faixas etárias pode dever-se, apenas, à redução da frequência em outras faixas. Fonte: www.ripsa.org.br / Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). 8 - Sobre as curvas de mortalidade proporcional, assinale a alternativa CORRETA: a) As curvas do tipo I, em forma de N, são típicas de regiões desenvolvidas, com maior frequência de agravos fatais relacionados à faixa etária pediátrica. b) As curvas do tipo II, em forma de L, refletem nível de saúde baixo, com a maior frequência de óbitos ocorrendo nos idosos. c) As curvas do tipo IV, em forma de J, caracterizam regiões subdesenvolvidas, em que os óbitos ocorrem fundamentalmente nas faixas etárias produtivas. d) As curvas do tipo III, em forma de U, indicam o melhor nívelde saúde, com baixa proporção de óbitos nos grupos infantil, pré-escolar e jovem. e) As curvas do tipo IV, em forma de J, indicam o melhor nível de saúde, com predomínio quase absoluto de óbitos de pessoas idosas. Resposta: letra E. 9 - O quadro atual da mortalidade no Brasil, na faixa etária de um a quatro anos de idade, demonstra que as causas externas ocupam o: a) 1º lugar. b) 2º lugar. c) 3º lugar. d) 4º lugar. e) 5º lugar. Resposta: letra A. 10 - A principal causa de mortalidade de mulheres, de todas as idades, no Brasil, é: a) Câncer de mama. b) Câncer do colo de útero. c) Doença cerebrovascular. d) Câncer de pulmão. e) Acidentes de transporte. Resposta: letra C. 11 - Analise as afirmativas abaixo: I - Os dados do SINASC e do SIM são os únicos necessários para o cálculo do coeficiente de mortalidade infantil. II - Somente com os dados coletados pelo SIM é possível calcular a mortalidade proporcional por causas externas. III - Com os dados do SIM e do SINAN é possível calcular a taxa de letalidade da dengue. Estão CORRETAS: a) As afirmativas II e III. b) As afirmativas I e III. c) As afirmativas I e II. d) Todas as afirmativas. e) Nenhuma afirmativa. Resposta: letra D. 12 - O processo de transição vivenciado pela população brasileira, de jovem para estacionária, deve-se: a) Ao aumento da fecundidade e da mortalidade. b) À queda da natalidade e ao aumento da mortalidade. c) À queda da fecundidade e da mortalidade. d) À queda da fecundidade e ao aumento da natalidade. e) Ao aumento da natalidade e à queda de mortalidade. Resposta: letra C. 13 - Sobre a transição epidemiológica que o Brasil vem sofrendo nas últimas décadas, marque a alternativa CORRETA: a) Estamos no estágio de transição conhecido como dupla carga de doenças. b) Os óbitos por causas externas vêm diminuindo na última década. c) Graças a campanhas do governo, as doenças não transmissíveis vêm em declínio. d) Está ocorrendo o aumento das doenças transmissíveis. e) Temos o aumento importante das doenças crônico- degenerativas. Resposta: letra E. 14 - O DALY (Disability-Adjusted Life Years – anos de vida perdidos ajustados por incapacidade) é um indicador excelente para avaliar as condições de saúde da população. São necessários para o seu cálculo a união dos seguintes indicadores: a) Razão de dependência + qualidade de vida na velhice. b) Coeficiente de incidência de agravos agudos + coeficiente de prevalência de agravos crônicos. c) Anos de vida perdidos + anos vividos com incapacidade. d) Qualidade de vida na velhice + expectativa de vida. e) População economicamente ativa + expectativa de vida. Resposta: letra C. PRECISÃO NAS DECLARAÇÕES DA CAUSA BÁSICA “Ainda que a partir de 1948 fosse definida qual é a causa a ser utilizada para as tabulações de mortalidade e qual é a maneira de registrá-la no atestado, vários estudos têm demonstrado que as estatísticas de mortalidade por causa não são ainda inteiramente corretas. Está muito claro que o erro na declaração da causa básica é devido, principalmente, a não ter havido, em muitos locais, suficientes programas de esclarecimento, junto aos médicos, sobre o preenchimento correto do atestado de óbito. O mesmo pode ser dito quanto ao ensino deste assunto nas escolas médicas. Não é raro, também, ocorrerem erros na declaração das causas de morte quando uma causa materna atua como causa básica de uma morte perinatal e o médico não informa essa causa, mas tão somente a complicação. Como exemplo, suponha-se um caso de desprendimento prematuro de placenta com intensa hemorragia e choque da mãe, sendo que a criança nasceu com anoxia intensa, vindo a falecer uma hora depois. Nesse caso, em último lugar no atestado de óbito da criança, deve-se informar o desprendimento prematuro de placenta e, na linha de cima, a anoxia. É muito frequente os médicos informarem apenas a anoxia, deixando de registrar, no devido lugar, a causa básica. Milanesi e Laurenti estudaram uma amostra de óbitos do Distrito de São Paulo. Entre outros aspectos, analisaram qual a proporção daqueles considerados corretos, sendo que correto foi definido como o atestado que mencionasse a causa básica, mesmo tendo sido escrita fora do lugar apropriado, inclusive na parte II. A causa básica era conhecida através de informações adicionais, tais como entrevistas aos médicos que cuidavam do falecido, consulta ao prontuário dos hospitais, laudos de autópsias e outros. Os autores verificaram que apenas 67,6% dos atestados foram preenchidos corretamente, sendo que grande parte dos considerados incorretos deveu-se ao fato de que os médicos não souberam preenchê-los. Algumas investigações realizadas no Brasil, sobre aspectos da mortalidade em adultos, em crianças, bem como estudo de causas múltiplas de morte, proporcionaram uma avaliação da qualidade das informações referentes à causa básica registrada pelos médicos, nos atestados de óbito. Assim, nas declarações de óbito de adultos no período 1962/64, em São Paulo, como causa básica, a tuberculose (todas as formas) deveria ser declarada 16% a mais; o câncer no esôfago, 42%; o câncer no estômago, 1%; a doença aterosclerótica do coração, 8%.” Por outro lado, algumas causas foram declaradas como básicas maior número de vezes que deveriam ser; pois o estudo mostrou que, na realidade, mesmo existindo, no caso daquelas mortes, elas não tinham sido, a rigor, a sua causa básica. É o caso muito frequente das pneumonias que deveriam ter sido declaradas 36% a menos. A existência desses erros, entre nós, justifica plenamente os esforços no sentido de educar ou treinar os alunos de medicina, bem como os médicos, sobre a maneira correta de preencher os atestados de óbito e esclarecer o que essas informações representam para a saúde pública. Fonte: http://gamba.epm.br/pub/atestado/precisao.htm 15 - Sobre o VIGITEL, marque a alternativa INCORRETA: a) Tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis por inquérito telefônico. b) As doenças pesquisadas são diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. c) São exemplos de indicadores avaliados: consumo alimentar, atividade física, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo. d) A população deve se cadastrar junto ao Ministério da Saúde para ser avaliada pelo VIGITEL. e) O VIGITEL pode realizar investigação temporária de qualquer agravo de acordo com a necessidade populacional. Resposta: letra D. 16 - Em relação à declaração de óbito, julgue os itens e assinale o INCORRETO. a) A causa básica é definida como a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos, que conduziram diretamente à morte. Deve ser preenchida na última linha da parte I do campo 49. b) Para óbitos de recém-nascidos, consequentes a patologias maternas, a causa básica da morte é a doença ocorrida na mãe. c) No exemplo: paciente que apresentou perfuração intestinal após acidente com arma de fogo e faleceu em consequência de peritonite, a causa básica do óbito é a peritonite e, portanto, será declarada em último lugar no item "causa do óbito" do atestado de óbito. d) Não é o documento definitivo da morte que permite o sepultamento do falecido em cemitérios oficiais. e) Em caso de morte natural, a cremação de cadáver só poderá ser realizada se a declaração de óbito for assinada por dois médicos. Resposta: letra C. 17 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação clínica: Diabético é internado por fratura transtrocanteriana após queda em casa. É submetido à cirurgia corretiva imediatamente. Evoluiu com TEP que culminou em parada cardiorrespiratória após cinco dias da cirurgia. 18 - Quem deve preencher a declaração de óbito da situação acima? Resposta: IML. 19 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação clínica: Criança de onze anos, desnutrida, com otite média aguda, desenvolve meningoencefalite dez dias após o início do quadro. Iniciada antibioticoterapia empírica venosa,porém, três dias após, o quadro evoluiu com choque séptico e óbito. 20 - Quem deve preencher a declaração de óbito da situação acima? Resposta: Médico plantonista/assistente. PARTE II ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS / TESTES DIAGNÓSTICOS "Estudos epidemiológicos se limitam à observação de uma determinada população, não envolvendo nenhuma intervenção nos indivíduos estudados. Podem ser utilizados para avaliar a mortalidade de determinada doença ou relações entre estilo de vida e o risco de contraí-la, por exemplo. Este é o tipo de estudo que costuma aparecer nas manchetes de jornais, indicando que comer a comida X ou beber a bebida Y diminui (ou aumenta) o risco de contrair determinada doença. Nesses estudos, os cientistas registram uma série de dados sobre a saúde e os hábitos de um número de indivíduos e buscam associações entre esses dados. A sua grande limitação é que, através deles, é geralmente possível chegar apenas a correlações, mas não a relações de causa e efeito. Um estudo desse tipo pode mostrar, por exemplo, que pessoas que tomam um copo de uísque por dia têm menor risco de desenvolver determinada doença, mas não podem provar que o copo de uísque é a causa desse menor risco. Algum outro fator associado à ingestão do uísque poderia ser a verdadeira causa (por exemplo, talvez as pessoas que tomam uísque diariamente tenham uma situação financeira que lhes permita o acesso a um sistema de saúde mais moderno). Vários estudos epidemiológicos indicando a mesma correlação constituem um forte indício de que uma relação causal provavelmente existe, mas essa relação só será provada quando o mecanismo através do qual ela atua for identificado e comprovado. Testes clínicos são os mais confiáveis na avaliação de um medicamento ou terapia. Neste tipo de estudo, os médicos têm o maior controle possível sobre as variáveis que podem afetar os resultados, permitindo estudar com maior precisão cada fator envolvido. Em um estudo clínico típico, dois grupos de pacientes são utilizados: um grupo recebe o medicamento a ser avaliado (a intervenção que diferencia este tipo de estudo de um estudo epidemiológico), enquanto um segundo grupo (chamado de grupo de controle) normalmente recebe um placebo ou algum outro medicamento já testado anteriormente. Atualmente, a administração de um placebo ao grupo de controle só é considerada justificada na ausência de algum tratamento comprovado. Os resultados dos dois grupos são então comparados, determinando se o medicamento em teste realmente apresenta um efeito significativo. Testes clínicos normalmente são realizados em uma progressão, cada vez com um número maior de pacientes. A FDA (Food and Drug Administration), por exemplo, usa um sistema de três fases: a fase 1 utiliza de 20 a 100 pacientes ao longo de alguns meses, visando principalmente garantir a segurança do medicamento; a fase 2 utiliza centenas de pacientes durante até dois anos, visando confirmar mais uma vez a segurança do medicamento, mas principalmente estudar sua eficácia; a fase 3 pode empregar até milhares de pacientes durante até quatro anos, visando determinar, além da eficácia e segurança do medicamento, sua dosagem adequada. Como em qualquer tipo de pesquisa científica, cuidados precisam ser tomados para garantir que a conclusão obtida seja realmente bem fundamentada. Erros na metodologia ou na execução de um estudo podem deixar margem para dúvidas que invalidariam suas conclusões." Fonte: www.projetoockham.org 1 - Investigou-se a prevalência de HIV, HPV e sífilis em todas as mulheres de uma determinada penitenciária feminina no ano de 1997. Constatou-se uma correlação estatisticamente significativa entre os indicadores socioeconômicos e a frequência destas doenças sexualmente transmissíveis. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo: a) Coorte. b) Caso-controle. c) Transversal. d) Estudo de intervenção. e) Coorte histórico, pois pesquisou dados retrospectivos de 1997. Resposta: letra C. 2 - Assinale a alternativa CORRETA: a) Os estudos de coorte são apropriados para doenças raras e de longo período entre exposição e doença. b) Nos estudos de coorte, os grupos controles devem ser diferentes dos grupos expostos, com relação à maior parte das variáveis, para facilitar o contraste entre exposição e não exposição. c) Os ensaios clínicos são estudos epidemiológicos onde o pesquisador tem pouco controle das variáveis a serem estudadas. d) Os estudos transversais são apropriados para investigação da etiologia de doenças. e) O estudo caso-controle é retrospectivo, sendo que os antecedentes de exposição são investigados entre os casos e não casos. Resposta: letra E. 3 - Um pesquisador foi ao ambulatório de um hospital e identificou as pessoas obesas que eram acompanhadas lá entre 1996 e 1997. Selecionou, ainda, pessoas da mesma idade, porém não obesas, que acompanhavam o ambulatório de ortopedia daquele hospital nesta época. A partir daí, associou-se esta situação com o risco das pessoas virem a desenvolver diabetes até 2006. Este tipo de estudo é denominado: a) Ecológico. b) Caso-controle. c) Coorte. d) Experimental. e) Coorte histórica. Resposta: letra E. 4 - Ao se instalar uma siderúrgica numa determinada região, decidiu-se acompanhar os moradores da região ao longo do tempo para verificar o surgimento de asma. Duzentas pessoas foram convidadas a partici par do estudo, sendo metade exposta e metade não exposta à poluição. Ao longo de dez anos, ocorreram dez casos novos de asma entre as cem pessoas expostas à poluição e dois casos novos nas cem pessoas não expostas à poluição, no mesmo período. Assinale a alternativa INCORRETA: a) Trata-se de um estudo observacional, longitudinal e prospectivo. b) O risco relativo informa quantas vezes o risco é maior no grupo exposto, quando comparado ao não exposto e, neste caso, foi igual a cinco. c) O risco atribuível é de oito casos de asma por cem habitantes e é obtido pela diferença de incidências entre dois grupos. d) Trata-se de um estudo de caso-controle em que os casos foram os indivíduos submetidos à poluição e o grupo de controle foi constituído pelos não expostos. e) A poluição mostrou-se um fator de risco para asma, apesar de não ter sido calculado o IC. Resposta: letra D. 5 - Uma pesquisa foi realizada na cidade do Rio de Janeiro (Mendonça e col. Int J Cancer, 1999; 83:596-600) para avaliar a associação entre câncer (Ca) de mama e exposição a pesticidas organoclorados (DDT). Foram estudadas 162 mulheres admitidas no Hospital do Instituto Nacional do Câncer (INCA) com diagnóstico confirmado de Ca de mama, e 331 mulheres sem esta doença, selecionadas entre as visitantes. Nestas últimas, 265 apresentaram níveis séricos de DDT igual ou maior que 1,3 ng/ml, enquanto, entre as mulheres com Ca de mama, este número foi de 133. Respeitando o desenho da pesquisa e com base nos resultados apresentados, conclui-se que o: a) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 1,09. b) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 1,03. c) Risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 0,91. d) Odds ratio de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 0,88. e) Odds ratio de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 1,14. Resposta: letra E. 6 - Em um estudo de coorte sobre diabetes como fator de risco para doença renal crônica, o risco relativo foi de 3,0, e o resultado foi estatisticamente significativo ao nível de p = 0,04. Isso quer dizer que: a) 4% dos pacientes com doença renal crônica tinham diabetes. b) 4% dos pacientes com diabetes desenvolveram doença renal crônica. c) A história de diabetes era 4% mais frequente entre os pacientes com doença renal crônica do que entre os que não desenvolveram essa doença. d) Há uma possibilidade de 4% de que a associação observada entre diabetes e doença renal crônica seja devido ao acaso. e) O desenvolvimento de doença renal crônica foi 4% maior entre os pacientes com diabetes do que entre os não diabéticos. Resposta: letra D.PARA LER EM CASA! Ao estudar uma possível associação entre o uso intensivo de telefone celular e neoplasia cerebral, os autores observaram um risco relativo de 3,9 e um intervalo de confiança de 0,95 a 128,9. Este fato permite concluir que: a) Indivíduos que utilizam intensamente celulares têm um risco quase quatro vezes maior de desenvolver neoplasia cerebral. b) Não há associação entre a exposição e o efeito, uma vez que o intervalo de confiança engloba o valor do risco relativo. c) A grande variação do intervalo de confiança indica que a pesquisa foi realizada com um pequeno tamanho amostral. d) Há indícios de uma forte associação entre as variáveis, com um risco que pode ser quase 130 vezes mais elevado entre os usuários. e) Existe uma associação entre o uso de celular e desenvolvimento de neoplasia cerebral, porém ela é estatisticamente pouco significante. Comentário Letra A: incorreta, pois isso não pode ser afirmado já que o estudo não teve significância estatística. Letra B: incorreta, pois o correto seria: uma vez que o intervalo de confiança engloba o valor um e valores abaixo e acima dele. Claro que tem que englobar o RR. Letra C: correta, quanto menos participantes, maior o intervalo de confiança e quanto maior o número de participantes, menor intervalo de confiança. Letra D: incorreta, pois não houve significância estatística. O intervalo de confiança englobou o valor um e valores abaixo e acima dele. Letra E: incorreta, pois ela não tem significância estatística. Resposta: letra C. 7 - Vários estudos mostraram que pessoas magras têm mortalidade maior que pessoas de peso médio. Um estudo, com achado semelhante, mostrou que as pessoas magras fumavam mais do que as de peso médio. A variável fumo, neste caso, corresponde a um: a) Viés de seleção. b) Viés de confusão. c) Erro aleatório. d) Viés de aferição. e) Alto risco relativo. Resposta: letra B. 8 - Um estudo buscando identificar fatores de risco para uma hipotética doença X encontrou os seguintes resultados: Fator de risco A: OR de 1,4 e intervalo de confiança de 95% de 1,3 a 1,5; Fator de risco B: OR de 2,2 e intervalo de confiança de 95% de 1,6 a 3,6; Fator de risco C: OR de 3,3 e intervalo de confiança de 95% de 2,1 a 4,9. Considerando que as prevalências dos três fatores de risco estudados são semelhantes, é CORRETO afirmar que: a) O fator C tem risco maior para causar a doença, embora a associação não tenha significância clínica. b) O fator A teve uma menor amostra populacional. c) O fator B apresenta um risco maior do que o fator A. d) Não é possível comparar os três fatores porque suas prevalências são semelhantes. e) O OR não é uma medida de associação adequada para esse estudo. Resposta: letra C. 9 - Um estudo avaliou o papel da hiperlipoproteinemia A como fator de risco para acidente vascular cerebral. A tabela abaixo mostra os resultados encontrados: De acordo com o estudo, marque a alternativa CORRETA: a) Apesar da hiperlipoproteinemia A mostrar ser fator protetor, o estudo não teve significância estatística. b) O estudo em questão trata-se de observacional, longitudinal, retrospectivo. c) O estudo pode concluir, com significância estatística, que hiperlipoproteinemia A é fator de risco para AVE. d) Todos os estudos selecionados apresentaram significância estatística. e) Os estudos de caso-controle combinados concluíram que hiperlipoproteinemia A foi fator de risco com significância estatística. Resposta: letra C. PARA LER EM CASA! Sobre as variáveis, marque a alternativa INCORRETA: a) A variável dependente constitui a variável efeito (consequência). b) A variável independente constitui a variável causal, ou seja, é aquela candidata a explicar a variável dependente. c) A variável qualitativa lida com diferenças "radicais", por exemplo: sexo, profissão, bairro, cidade. d) A variável quantitativa contínua tem como exemplos: temperatura corporal, peso e altura. e) A variável quantitativa descontínua admite valores fracionários. Comentário Vamos recordar rapidamente: o que são as variáveis? São "coisas" que podem ser medidas. Por exemplo: gravidade de doença, peso do paciente, sexo, número de cura, número de óbitos, comorbidades... Apresenta os seguintes tipos: Variável independente → é o fator causal, ou seja, é aquela que tenta explicar o desfecho; é o risco. Variável dependente → é a variável efeito, ou seja, é a consequência ou o desfecho. Tenta ser explicada pela variável independente; é o agravo. Variável qualitativa ou categórica → é a que lida com as características das amostras, por exemplo: sexo, profissão, bairro, cidade... Variável quantitativa ou numérica → são variáveis que se diferenciam apenas pelo grau, ou seja, podem ser medidas por valores numéricos, por exemplo: peso, altura, idade... ➤ Quantitativa contínua → é aquela que admite valores fracionários entre os valores consecutivos, por exemplo: temperatura corporal. ➤ Quantitativa descontínua (ou discreta) → é aquela que não admite valores fracionários entre os valores consecutivos, por exemplo: número de batimentos cardíacos. Depois dessa rápida revisão, chegamos à conclusão que a alternativa incorreta é a letra E, pois a variável descontínua não admite valores fracionários. Para fechar com chave de ouro: o que são variáveis ordinais e cardinais? As ordinais são variáveis que trabalham com ordem hierárquica. Por exemplo: estadiamento de neoplasias, grau de escolaridade... Já as cardinais são aquelas que não possuem ordem hierárquica. Por exemplo: tipo sanguíneo, sexo, etnia... Marque a alternativa INCORRETA: a) A randomização aloca os pacientes para os grupos de uma forma que possibilite a cada paciente uma probabilidade igual de ficar em um ou outro grupo. b) Pareamento significa que, para cada paciente em um grupo, seleciona um ou mais pacientes com características diferentes para um grupo de comparação. c) A estratificação compara taxas dentro de subgrupos com probabilidades de desfecho semelhante. d) As amostras de conveniência têm como maior virtude a obtenção de amostras de pacientes que estão fazendo parte de uma instituição médica. e) A restrição amostral limita o espectro de características dos pacientes sob estudo. Comentário Vamos analisar as afirmativas: Letra A: correta. Serve para evitar o erro de seleção. Letra B: incorreta. Pareamento é uma maneira de formação de grupos semelhantes. Para cada indivíduo de um grupo, seleciona-se um ou mais indivíduos com as mesmas características para o grupo comparação. Evita o viés de seleção. Letra C: correta. Serve também para evitar o viés de seleção. Letra D: correta. Como o nome fala, forma-se amostra com indivíduos que estão mais disponíveis. Indivíduos de instituições são ótimos para isso. Letra E: correta e autoexplicativa. Resposta: letra B. "O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é a principal causa de morbidade na população brasileira. Apesar de predominar em faixas etárias elevadas, seu impacto socioeconômico é maior quando acomete pacientes jovens. Nessa população, a incidência anual de eventos isquêmicos é estimada entre 6 e 26:100.000. Em centros terciários, até 12% dos pacientes internados possuem menos de 45 anos. Nos jovens, apesar de extensa investigação, até 40% dos casos não têm sua etiologia definida, sendo denominados criptogênicos. Nas duas últimas décadas tem-se atribuído à embolia paradoxal, da qual o Forame Oval Patente (FOP) é o principal exemplo, participação significativa nesses casos. A associação estatística entre eventos cerebrovasculares isquêmicos e FOP já foi amplamente demonstrada. O presente estudo tem por objetivo verificar se a associação FOP e AVCI apresenta uma relação de causalidade ou trata-se apenas de relação estatística, considerando os consagrados critérios de causalidade. ... O presente estudo demonstrou que pacientes jovens (com menos de 45 anos), com AVCI de causa indeterminada, podem ter sua etiologia relacionada à presença de um forame oval patente. Especificamente, constatamos que essaassociação foi mais importante naqueles casos em que o shunt foi mais intenso. Além de uma associação, esses resultados falam a favor de uma relação causal entre FOP e AVCI. Confirmada essa hipótese, as possibilidades etiológicas para os casos de AVCI e ataque isquêmico transitório devem ser ampliadas, incluindo a patência do forame oval." Fonte: Arq. Bras. Cardiol. v.88 n.5: Forame oval patente e acidente vascular cerebral isquêmico em jovens: associação causal ou estatística? 10- Sobre os critérios de Hill, marque a alternativa INCORRETA: a) A temporalidade é o critério mais importante, mas pode passar despercebido em um estudo transversal. b) O critério analogia é uma evidência fraca de causalidade. c) O critério consistência indica que quanto maior o RR, maior a associação. d) O critério plausibilidade mostra que a associação faz sentido de acordo com os conhecimentos fisiopatológicos. e) O critério especificidade diz que o fator de risco só causa uma doença. Resposta: letra C. "A aplicabilidade do teste tuberculínico em crianças menores de cinco anos vacinadas com BCG é assunto controvertido. Visando contribuir para esclarecê-lo, foi analisado o valor preditivo positivo do teste tuberculínico padronizado em população sob elevada cobertura vacinal e baixa prevalência de infecção tuberculosa. Na faixa etária mais sujeita ao risco de adoecimento primário, especialmente os menores de dois anos, o valor preditivo positivo do teste tuberculínico para a infecção por BK é insignificante, mesmo com a elevação do ponto de corte, por exemplo, para 15 mm. Deve-se ressaltar que a elevação do ponto de corte, embora aumente a especificidade do teste, acompanha-se de uma correspondente diminuição da sensibilidade, deixando de fora crianças que também seriam passíveis de alguma atenção especial que pudesse diminuir-lhes o risco de adoecimento primário." Fonte: Rev. Saúde Pub., 26(4): 264-8. Valor preditivo do teste tuberculínico padronizado em crianças vacinadas com BCG. 11 - Em uma população de 1.000 trabalhadores de uma pedreira, a técnica de referência para diagnóstico de silicose revelou 100 portadores dessa patologia. Nessa mesma população, foi aplicado um novo tipo de exame, também para detectar silicose, que revelou 80 resultados positivos entre os portadores de silicose e 630 resultados negativos entre os trabalhadores sem silicose. Se você aplicar esse novo teste diagnóstico em uma população de 800 trabalhadores, porém de outra pedreira, sendo 200 indivíduos sabidamente portadores de silicose, qual será a probabilidade do resultado positivo estar CORRETO? a) 0,20. b) 0,30. c) 0,47. d) 0,70. e) 0,80. Resposta: letra C. 12 - A sensibilidade e a especificidade de um teste são fundamentais para o clínico tomar decisões confirmando ou não um determinado diagnóstico e a alteração do ponto de corte altera a validade do teste. Pensando em diabetes, o que pode se esperar, ao reduzir o ponto de corte? Resposta: Aumento da sensibilidade. Diminuição da especificidade. Diminuição do VPP. Aumento do VPN. 13 - Um novo teste de diagnóstico criado para uma determinada doença X apresenta sensibilidade e especificidade de 90% para a população da cidade A. Se esse mesmo teste for aplicado em uma população cuja prevalência da doença X é bem maior do que na cidade A, o que acontecerá com o valor preditivo? a) Não se altera. b) Aumenta. c) Diminui. d) Faltam dados. e) Pode aumentar ou diminuir. Resposta: letra E. PARA LER EM CASA! Sobre a utilização de testes diagnósticos múltiplos, é CORRETO afirmar que a aplicação de testes em: a) Série é mais indicada no início da investigação diagnóstica e aumenta a capacidade de diagnosticar doentes anteriormente não detectados. b) Série aumenta a sensibilidade e o valor preditivo positivo da estratégia diagnóstica, mas diminui a especificidade. c) Paralelo aumenta a sensibilidade da estratégia diagnóstica e é indicada quando a doença é letal. d) Paralelo aumenta a especificidade e o valor preditivo negativo, mas diminui a sensibilidade. Comentário Primeiramente, o que são os testes diagnósticos múltiplos? Os testes diagnósticos que utilizamos muitas vezes são imperfeitos, ou seja, com menos de 100% de especificidade e sensibilidade. Para minimizar esse problema, realizamos múltiplos testes diferentes, que podem ser aplicados de duas formas básicas: em PARALELO (todos os testes realizados ao mesmo tempo), em que um resultado positivo de qualquer teste é considerado confirmatório da doença. É um método que aumenta a sensibilidade e diminui a especificidade; e em SÉRIE (testes realizados de maneira consecutiva), em que todos os testes precisam ser positivos para confirmar o diagnóstico. Um resultado negativo afasta a doença. É um método que aumenta a especificidade e diminui a sensibilidade. Agora, vamos às alternativas: Letra A: incorreta, pois é um método com baixa sensibilidade; para o início da investigação precisamos de testes mais sensíveis (em paralelo); Letra B: incorreta, pois em série diminui a sensibilidade e aumenta a especificidade, embora realmente aumente o VVP e diminua o VPN; Letra C: correta, pois na suspeita de doença grave devemos privilegiar os testes sensíveis; Letra D: incorreta, pois os testes em paralelo aumentam a sensibilidade e o VPN e diminuem a especificidade e o VPP. Resposta: letra C. 14- O gráfico abaixo mostra curvas do tipo Receiver Operator Characteristic (ROC) sobre o desempenho de dois testes diagnósticos A e B. Assinale a alternativa INCORRETA: a) Embora os testes possuam a mesma especificidade, o teste A é mais sensível. b) A taxa de falso-positivos aumenta com o aumento da sensibilidade para ambos os testes. c) O ponto de corte de escolha para estabelecer parâmetro de normalidade de um teste diagnóstico é o ponto que mais se aproxima do canto superior esquerdo do gráfico. d) A área abaixo das curvas simula a acurácia de um teste; neste caso, é maior para o exame A. e) O teste A possui maior taxa de falso-negativos do que o teste B. Resposta: letra E. PARA LER EM CASA! Foi realizado um hipotético estudo sobre a capacidade dos clínicos de diagnosticar dengue em uma emergência em 200 pacientes que chegaram com cefaleia retro-orbitária, febre alta e mialgia. As impressões clínicas dos médicos foram comparadas com a sorologia para dengue. Os resultados foram: dos 100 pacientes com sorologia positiva para dengue, 80 foram diagnosticados pelos médicos. Entre os 100 com sorologia negativa, os médicos diagnosticaram que 40 deles apresentavam a doença. A partir dos dados acima, marque a alternativa INCORRETA: a) A razão de verossimilhança positiva foi de 2. b) A razão de verossimilhança negativa foi de 0,33. c) As razões de verossimilhança resumem o mesmo tipo de informação da sensibilidade e especificidade. d) As razões de verossimilhança devem ser usadas como chances e não como probabilidade. e) A razão de verossimilhança negativa do estudo indica que o mesmo é um péssimo método diagnóstico. Comentário Para ficar mais clara e mais fácil a questão, devemos montar a tabela de validação dos testes de diagnósticos: Muito bem, voltando à questão. Ela quer saber sobre as razões de verossimilhança, que representam a probabilidade de um resultado do teste em pessoas com a doença, dividida pela probabilidade do resultado do teste em pessoas sem a doença. Expressam quantas vezes é mais provável (ou menos) encontrar o resultado de um teste em pessoas doentes comparadas às não doentes. Resumem o mesmo tipo de informação da sensibilidade e da especificidade (letra C correta), e são chances, pois representam a razão de duas probabi - lidades. Lembrar que as probabilidades são a sensibilidade, a especificidade, o VPP, o VPN (letra D correta). Como calcular? Razão de Verossimilhança Positiva (RVP) = (sensibilidade) / (1 - especifici dade) ou (a/a+c) / (b/b+d). Neste caso = (80/100) / (40/100) = 2 (letra A cor reta). Quanto mais longe de 1, melhor será o teste. Razão de Verossimilhança Negativa (RVN) = (1 - sensibilidade)/ (espe cificidade) ou (c/a+c) / (d/b+d). Neste caso = (20/100) / (60/100) = 0,33 (letra B correta). Quanto mais perto de zero, melhor será o teste (letra E incorreta). Resposta: letra E. PARTE III VIGILÂNCIA DA SAÚDE / PROCESSO EPIDÊMICO / SAÚDE DO TRABALHADOR PROFILAXIA PARA RAIVA E TÉTANO ACIDENTAL (a) É necessário orientar o paciente para que ele notifique imediatamente a unidade de saúde se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias novas intervenções de forma rápida, como a aplicação do soro ou o prosseguimento do esquema de vacinação. (b) É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e do gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensadas do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato, que, com certeza, não têm risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicílio (exclusivamente); que não tenham contato com outros animais desconhecidos; que somente saem à rua acompanhados dos seus donos e que não circulem em área com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicado. Se o animal for procedente de área de raiva controlada, não é necessário iniciar o esquema. Manter o animal sob observação durante dez dias e somente iniciar o esquema indicado (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso nesse período. Observação 1 – Conduta em caso de adentramento de morcegos: o adentramento é definido como a entrada de morcegos no interior de edificações. Na situação de adentramento, deve-se avaliar o risco de exposição do paciente. A profilaxia da raiva, com uso de soro e vacina, deve ser indicada nos casos de contato com o morcego e, também, nos casos duvidosos em que não é possível descartar o contato, como, por exemplo, quando o informante, ao acordar, se depara com um morcego no interior de sua casa. Observação 2 – A vacina deve ser administrada por via intramuscular na região deltoide (> 2 anos) ou no vasto lateral da coxa, nunca na região glútea. Existe, também, a possibilidade da aplicação da vacina inativada intradérmica. Ela pode ser indicada para estabelecimentos de saúde que tenham uma elevada demanda para a vacina (dois ou mais pacientes acidentados/dia) e que possuam equipes habilitadas para a sua administração. PROFILAXIA PARA RAIVA E TÉTANO ACIDENTAL (continuação) 1 - Sobre a raiva, marque a assertiva INCORRETA: a) Em caso de acidente leve com cão sadio, deve-se inicialmente observar o animal por dez dias. b) Acidente com ratazana de esgoto sempre será considerado grave. c) Em caso de acidente grave com gato sadio, deve-se inicialmente administrar duas doses de vacina e observar o animal por dez dias. d) Ferimento superficial por morcego é considerado acidente grave. e) Em caso de lambedura de mucosa por cão suspeito, deve-se indicar quatro doses da vacina e soro. Resposta: letra B. 2 - Sobre o tétano, marque a assertiva INCORRETA: a) Um jovem sem comorbidade, com a vacinação em dia, nunca necessitará de SAT. b) Em caso de ferimento de baixo risco em pessoa nunca vacinada, há a necessidade de SAT. c) Ferimentos de alto risco devem ser lavados também com água oxigenada. d) Idoso com vacinação em dia, com última dose há menos de três anos, nunca precisará receber vacina ou SAT. e) Queimadura é considerada ferimento de alto risco. Resposta: letra B. "Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), a vigilância epidemiológica é ‘o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças’. No âmbito do SNVE, a Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS define normas e procedimentos técnicos e diretrizes operacionais, além de promover a cooperação técnica e assessorar as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Também promove a cooperação técnica com organismos internacionais correlatos. A Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS trabalha para a promoção e disseminação do uso da metodologia epidemiológica em todos os níveis do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetiva o estabelecimento de sistemas de informação e análises que permitem o monitoramento do quadro sanitário do país e subsidiem a formulação, implementação e avaliação das ações de prevenção e controle de doenças e agravos, a definição de prioridades e a organização dos serviços e ações de saúde. Em um grande número de doenças transmissíveis para as quais se dispõe de instrumentos eficazes de prevenção e controle, o Brasil tem colecionado êxitos importantes. Esse grupo de doenças encontra-se em franco declínio, com reduções drásticas de incidência. Duas delas já foram erradicadas ou estão em fase de erradicação (varíola e poliomielite). Entretanto, algumas doenças transmissíveis apresentam quadro de persistência ou de redução em período ainda recente, configurando uma agenda inconclusa nessa área. Para essas doenças é necessário o fortalecimento de novas estratégias, recentemente adotadas, que propõem uma maior integração entre as áreas de prevenção e controle e a rede assistencial, já que um importante foco da ação nesse conjunto de doenças está voltado para o diagnóstico e tratamento das pessoas doentes, visando à interrupção da cadeia de transmissão. a) Os ferimentos com risco mínimo são: ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados. b) Os ferimentos com alto risco são: ferimentos profundos ou superficiais sujos; com corpos estranhos ou tecidos desvitalizados; queimaduras; feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo; mordeduras; politraumatismos e fraturas expostas. c) Os pacientes imunodeprimidos, os com desnutrição grave e os idosos devem receber, além do reforço com a vacina, a imunização passiva. d) Se o profissional que presta o atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva com SAT ou IGHAT. e) Deve ser administrada a vacina e feito o aprazamento das próximas doses, para completar o esquema básico. Se o profissional que presta o atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o ferimento não serão adequados, deve considerar a imunização passiva com SAT ou IGHAT. Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT, concomitantemente, devem ser aplicadas em locais diferentes. Além da necessidade de promover ações de prevenção e controle de doenças transmissíveis que mantêm importante magnitude em nosso país, é necessário ampliar a capacidade de atuação para novas situações que se colocam sob a forma de surtos ou devido ao surgimento de doenças inusitadas, muitas vezes com gravidade elevada. Desde o início da década de 80, algumas doenças infecciosas passaram a ser registradas ou foram reintroduzidas no Brasil, destacando-se a aids (1980), a dengue (1982), a cólera (1991) e a hantavirose (1993) sendo que, dentre estas, somente a cólera apresentou redução significativa na última década." Importante falar sobre o SARAMPO. Após apresentar casos da doença durante um ano ininterrupto (de fevereiro de 2018 até fevereiro de 2019), o Brasil perdeu o certificado conferido pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS) de "país livre do Sarampo". A informação fora confirmada pelo Ministério da Saúde em 19 de março de 2019, quando um novo caso da doença ocorrida no Pará, em 23 de fevereiro deste ano, foi confirmado. A confirmação deste caso indicou que há a chamada "transmissão sustentada do vírus" no país. No total, em 2018, foram 10.326 casos confirmados e, só neste ano, já foram 48 casos até 19 de março! Vale lembrar que a certificação havia sido obtida em 2016, após o nosso país ficar um ano sem apresentar um único caso novo da doença. Para o desenvolvimento de ações de prevenção e controle,face a esta complexa situação epidemiológica no país, têm sido fortalecidos programas específicos, como também desenvolvidas estratégias para detecção e resposta às emergências epidemiológicas. Fonte: www.saude.gov.br/svs 3 - Sobre os critérios de inclusão das doenças na lista de notificação nacional, assinale a afirmativa FALSA: a) A magnitude avalia a gravidade, a relevância social e econômica da doença. b) A vulnerabilidade é definida como a possibilidade de redução de um problema de saúde na população diante de uma intervenção conhecida. c) A transcendência corresponde ao dano causado pelo problema, vinculando-se aos conceitos de mortalidade (óbitos/população) e letalidade (óbitos/indivíduos acometidos). d) O potencial de disseminação se expressa pela transmissibilidade da doença, possibilidade de sua disseminação através de vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou coletividades. e) O novo regulamento sanitário internacional coloca somente quatro doenças como de notificação compulsória obrigatória: varíola, poliomielite por vírus selvagem, influenza humana causada por novo subtipo de vírus e SARS. Resposta: letra A. 4 - São doenças de notificação compulsória no Brasil, EXCETO: a) Leishmaniose, malária, hanseníase, febre amarela. b) Hantavirose, febre do Nilo, tuberculose, varíola. c) Doença de Creutzfeldt-Jakob, síndrome aguda respiratória grave, tracoma, hepatite A. d) Poliomielite, cólera, peste, meningite viral. e) Malária, tétano, difteria, leptospirose. Resposta: letra C. 5 - De acordo com as Portarias 1.061 e 205, de Notificação Compulsória e de Notificação Compulsória em unidade sentinela, respectivamente, marque a alternativa que NÃO se enquadra como situação compulsória no Brasil. a) Síndrome neurológica pós-infecção febril exantemática. b) Síndrome do corrimento uretral masculino. c) Toxoplasmose nas mulheres em idade fértil. d) Silicose. e) Hepatite A. Resposta: letra C. 6 - Das alternativas abaixo, marque a que se enquadra como situação de notificação compulsória imediata no Brasil: a) Óbito por Chikungunya, Zika em gestante. b) Raiva, dengue. c) Cólera, tuberculose. d) Botulismo, hanseníase virchowiana. e) Rubéola, sífilis. Resposta: letra A. 7 - Entende-se por comportamento endêmico de uma doença quando: a) Sua ocorrência está claramente em excesso em relação ao normal esperado. b) Sua ocorrência apresenta-se na comunidade de forma regular. c) Ocorre em grande número de países simultaneamente. d) Apresenta uma variação sazonal bem definida. e) Apresenta uma variação cíclica. Resposta: letra B. 8 - Epidemias diferem de endemias por: a) Variações sazonais. b) Ocorrência em surtos. c) Incidência acima da esperada. d) Envolver doenças transmissíveis. e) Alta prevalência. Resposta: letra C. 9 - Analise o diagrama de controle abaixo e assinale a alternativa CORRETA: Diagrama de Controle de Hepatite A (por 100.000 habitantes) em um Município Z De 2010 até 2019 com incidência de 2020 a) Houve epidemia de hepatite A em agosto e dezembro de 2020. b) Não podemos caracterizar pelo gráfico acima a existência de epidemia em 2020. c) Houve epidemia de hepatite A nesse município no primeiro trimestre de 2020. d) A menor prevalência de 2020 foi registrada no mês de julho. e) A vacinação justificou a queda da incidência em julho. Resposta: letra C. PARA LER EM CASA! Sobre os modos de transmissão das doenças, marque a alternativa INCORRETA: a) Os modos de transmissão horizontal são aqueles em que um agente infeccioso é passado de uma pessoa para outra em um grupo populacional. b) A transmissão direta imediata é aquela em que um agente causal é passado de um indivíduo para o outro sem passar pelo meio ambiente. c) A transmissão direta mediata é aquela em que um agente causal é passado de um indivíduo para o outro com passagem curta pelo meio ambiente. d) A transmissão indireta é aquela em que o agente causal é passado de um indivíduo para o outro através de um veículo, hospedeiro ou vetor. São conhecidas como doenças contagiosas. e) A transmissão vertical ou materno-infantil é a transmissão de um agente causal no período de gestação, no nascimento ou nos primeiros anos de vida através do leite materno. Comentário Vamos a uma breve revisão primeiro: O modo de transmissão das doenças infecciosas é dividido em dois tipos: transmissão horizontal e transmissão vertical. A transmissão vertical é aquela que ocorre durante a gravidez, mãe → feto, (por exemplo, toxoplasmose congênita). A transmissão horizontal é aquela em que o agente infeccioso é passado de uma pessoa a outra, num grupo de pessoas. Pode ser classificada de três maneiras: ➤ Direta imediata: em que indivíduo infectado transmite agente patológico ao outro indivíduo sem este agente passar pelo meio ambiente, ou seja, ocorre pelo contato direto, beijar, morder, tocar. O exemplo clássico desta transmissão são as doenças sexualmente transmissíveis; ➤ Direta mediata: em que indivíduo infectado transmite agente patológico a outro indivíduo com a ajuda de um substrato vital (mãos, secreções oronasais...), que carreia esse agente pelo ambiente. Exemplos: sarampo, resfriado, conjuntivites. As doenças de transmissão direta são conhecidas como doenças contagiosas; ➤ Indireta: em que agente infeccioso necessita de um veículo, vetor ou hospedeiro intermediário (vetor, alimentos...) para ser transmitido. Exemplo: esquistossomose, doença de Chagas, dengue. Portanto, resposta letra D. Pois as doenças contagiosas são de transmissão direta. PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo (lista modificada pela Portaria N° 1.061, de 18 de maio de 2020, em que, unicamente foi adicionada a Doença de Chagas Crônica, sendo de notificação SEMANAL). Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes conceitos: I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus-tratos, e lesão autoprovocada; II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos; IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; V - Evento de Saúde Pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clinicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes; VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; VII - Notificação Compulsória Imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, apartir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível; VIII - Notificação Compulsória Semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificada nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). CAPÍTULO II DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. § 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS. § 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. § 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informá-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo. Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade. Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e- mail institucional ou formulário para notificação compulsória. Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação. Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Art. 14. Fica revogada a Portaria no 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, no 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. ATENÇÃO: lembre-se que a Portaria atual de Notificação Compulsória é a n° 1.061, de 18 de maio de 2020. Contudo, estas definições estão contempladas apenas na Portaria anterior (n° 204) e seguem válidas! Veja a lista completa de agravos de notificação no nosso CARTAZ. "O conceito de história natural das doenças definido como ‘todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte (patogênese)’ (Leavell & Clark, 1976:15). O conceito de prevenção definido como ‘ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença’ (Leavell & Clark, 1976:17). A prevenção apresenta-se em três fases: primária, secundária e terciária. A prevenção primária é a realizada no período de pré- patogênese. O conceito de promoção da saúde aparece como um dos níveis da prevenção primária, definido como ‘medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima’. Um segundo nível da prevenção primária seria a proteção específica ‘contra agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente’. A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis: o primeiro, diagnóstico e tratamento precoce; e o segundo, limitação da invalidez. Por fim, a prevenção terciária, que diz respeito a ações de reabilitação (Leavell & Clark, 1976)." Fonte: www.ans.gov.br 10 - De acordo com o modelo de Leavell & Clark, indique a INCORRETA: a) Prevenção primária – hipolipemiantes em pacientes com hipercolesterolemia. b) Prevenção secundária – teste ergométrico a partir de 50 anos em pacientes assintomáticos. c) Prevenção secundária – captopril na fase aguda do infarto. d) Prevenção terciária – recolocação profissional. e) Prevenção quaternária – impedir cineangiocoronariografia em pacientes assintomáticos. Resposta: letra A. 11 - Um programa de saúde em uma secretaria municipal de saúde poderia incluir como ação de prevenção secundária: a) A imunização contra hepatite B em recém-nascido. b) A realização de inquéritos para descoberta precoce de pacientes com tuberculose na comunidade. c) O aconselhamento genético a casais formados por cônjuges com mais de 40 anos. d) A proteção contra acidentes domésticos para idosos. e) Fisioterapia para idosos que quebraram o colo do fêmur. Resposta: letra B. "A Saúde do Trabalhador é uma área da Saúde Pública que prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do direito universal à saúde. A execução de suas ações é de competência do Sistema Único de Saúde (SUS). Em vigor desde 2004, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde visa reduzir os acidentes e doenças relacionados ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde. Você sabia que o Ministério da Saúde mantém atualmente uma rede de 150 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador em todo o Brasil para atender os trabalhadores dos setores formal e informal, assalariados e não remunerados, domésticos, autônomos, cooperados, temporários, servidores públicos, empregadores, aprendizes, estagiários, desempregados e aposentados? Os
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