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DESCRIÇÃO A origem e as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos, a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos e a outras nomenclaturas da produção (custos primários, de transformação e fabris). PROPÓSITO Compreender a importância da Contabilidade de Custos e seu impacto no gerenciamento econômico e financeiro das empresas, bem como conhecer os princípios e as terminologias mais importantes utilizados, a fim de gerenciar de forma eficaz e eficiente os recursos das empresas, minimizando os custos e maximizando os lucros. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, aplicativo de planilha eletrônica e uma calculadora (ou use a calculadora de seu smartphone/computador). OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os principais conceitos da Contabilidade de Custos, a sua origem e a diferença em relação à Contabilidade Financeira MÓDULO 2 Descrever a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos MÓDULO 3 Identificar as nomenclaturas de produção (custos primários, de transformação e fabris) INTRODUÇÃO Neste conteúdo, abordaremos a maneira como as empresas usam a contabilidade para tomar decisões sobre custos e como as regras contábeis se aplicam à contabilidade gerencial. Discutiremos a diferença entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos. Analisaremos, também, a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos, além de outras nomenclaturas da produção (custos primários, de transformação e fabris). MÓDULO 1 Reconhecer os principais conceitos da Contabilidade de Custos, a sua origem e a diferença em relação à Contabilidade Financeira INTRODUÇÃO SOBRE A CONTABILIDADE FINANCEIRA A Contabilidade Financeira surgiu em 1494, com o livro Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, do frei Luca Bartolomeo de Pacioli, amigo de Leonardo da Vinci. Nesse livro, ele aborda o sistema de partidas dobradas pela primeira vez na Europa Continental, sendo tal sistema a base da Contabilidade. O sistema de partidas dobradas se refere ao fato de que toda transação que será computada pela contabilidade tem um caráter duplo: sempre haverá um crédito e um débito. Crédito Refere-se à origem do recurso. Débito Refere-se à aplicação do recurso. A vantagem de tal sistema é que isso reduz a possibilidade de erros nos lançamentos, tendo em vista que cada um é dobrado e a soma dos créditos deve ser igual à soma dos débitos. EXEMPLO João, Maria e José resolveram abrir uma empresa e cada um contribuiu com R$ 3.000,00 em dinheiro para ser o capital social da empresa. Ou seja, essa primeira transação da empresa é um crédito da conta de Capital Social (origem do recurso) e um débito na conta de Caixa (aplicação do recurso). Após tal marco introdutório, a Contabilidade Financeira continuou a se desenvolver cada vez mais, até o ponto atual, em que temos a convergência contábil internacional. Desde 2008, o Brasil segue as regras da International Accounting Standards Board (IASB), que são chamadas de International Financial Reporting Standards (IFRS). No Brasil, essas normas são traduzidas e adaptadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Tais normas, que consistem mais em princípios do que em regras especificadamente ditas, compõem o corpo da Contabilidade Financeira, e todas as empresas devem segui-las para preparar os seus documentos contábeis. O motivo da contabilidade ser tão regulada se relaciona com relação ao conflito de agência. O conflito de agência se refere ao fato de que, muitas das vezes, a administração da empresa e as decisões contábeis são feitas por pessoas que não têm os mesmos interesses dos usuários dessa informação contábil. EXEMPLO Uma empresa pode contabilizar suas transações de modo a esconder eventos que podem atrapalhá-la a conseguir um empréstimo bancário. Nesse caso, o banco tem interesses diferentes da empresa, e daí surgem o conflito e o dilema. EXEMPLO O CEO de uma empresa de capital aberto pode ter interesses diferentes dos acionistas e manipular os números contábeis para lhes mostrar que a situação da empresa parece ser melhor do que realmente é, a fim de obter um salário maior e receber bônus de produtividade. Portanto, as regras contábeis são feitas para proteger os usuários da contabilidade do conflito de agência que surge do fato que quem prepara a informação contábil muitas vezes não é quem a usará. Porém, esse não é o único objetivo das regulações contábeis. As regulações contábeis também existem para uniformizar a contabilidade entre todos os entes que a utilizam. Assim, uma empresa no Brasil e outra no Canadá utilizarão regras e princípios contábeis muito parecidos, facilitando o acesso a financiamentos e investimentos de fontes internacionais, bem como ajudando na comparabilidade dos demonstrativos contábeis. Agora que já conhecemos um pouco da Contabilidade Financeira, vamos falar da Contabilidade de Custos. INTRODUÇÃO SOBRE A CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos surgiu com a Revolução Industrial a partir dos séculos XVIII e XIX. Com o surgimento de indústrias, fábricas e manufaturas de forma sistemática, também houve a necessidade de se contabilizar de forma eficiente os custos no processo de fabricação, a fim de se obter um registro confiável para um planejamento da margem de lucro, e assim gerir de forma mais eficiente a empresa. Antes da Revolução Industrial, não existia, de forma sistêmica, essa transformação em massa de produtos pelo processo industrial ou fabril. Com o surgimento desse processo, veio uma pergunta importante: Quanto me custou o produto que eu estou vendendo? RESPOSTA Para uma empresa comercial, a resposta é fácil: o produto custou o quanto foi pago para comprá-lo a fim de revendê-lo. Porém, para uma empresa que utiliza diversas matérias-primas e mão de obra para transformar tais materiais em um produto acabado, é muito mais difícil calcular o custo de um produto específico, pois não existe uma transação específica na qual o custo do produto pode ser calculado. O principal desafio da Contabilidade de Custos é justamente alocar esses custos, sejam eles custos “tangíveis”, tais como matérias-primas, ou custos “intangíveis”, sejam como mão de obra. A Contabilidade de Custos, portanto, tem como objetivo primordial oferecer um framework nos quais os custos possam ser contabilizados e repartidos entre os produtos, a fim de se obter um custo de produto vendido o mais fiel possível à realidade. Esses custos precisam ser fiéis à realidade porque, caso não sejam, o lucro que a empresa está aferindo também não é real, e isso poderá gerar problemas de falta de capital no futuro, pois os lucros estariam superestimados. EXEMPLO A empresa de João, Maria e José fabrica bonecas para venda. Na Contabilidade de Custos deles, a produção de cada boneca custa R$ 15,00, e eles calcularam uma margem de 20% de lucro sobre os custos, vendendo a boneca por R$ 18,00 (R$ 15,00 + R$3,00 de lucro unitário). Porém, houve um erro no cálculo do custo feito pela empresa de João, Maria e José, e o verdadeiro custo é de R$ 19,75. Eles só perceberam esse problema quando verificaram que a empresa não obteve lucro, mas, sim, prejuízo no período. Conforme o exemplo mostrou, o cálculo correto dos custos é muito importante, pois, caso sejam calculados de maneira errada, podem afetar o gerenciamento e o lucro de uma empresa. Essa é uma parte importante da Contabilidade de Custos: é utilizada tanto para a parte interna javascript:void(0) da empresa (Contabilidade Gerencial) como para demonstrações de propósito geral (Contabilidade Financeira), cujo objetivo é informar usuários externos. É justamente sobre isso que iremos falar a partir de agora: as diferenças entre a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Financeira. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE FINANCEIRA E ACONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade Financeira A contabilidade financeira procura sistematizar a contabilidade como um todo com a finalidade de realizar demonstrações de propósito geral. Contabilidade de Custos Busca entregar informações de qualidade que serão utilizadas pela Contabilidade Financeira para a realização dessas demonstrações de propósito geral. A contabilidade de custos também entrega informações para a Contabilidade Gerencial, a fim de preparar demonstrativos a serem utilizados internamente pelas empresas. A Contabilidade Gerencial, diferentemente da Contabilidade Financeira, só é utilizada dentro da organização que a prepara, não sendo utilizada fora da empresa. Assim sendo, não há conflito de agência, pois quem prepara as informações são as mesmas pessoas que a utilizarão. Além disso, não há de se falar em padronização, pois cada empresa pode decidir o que é melhor para ela e como pode preparar as informações para serem consumidas de forma mais útil pela entidade. Portanto, diferentemente da Contabilidade Financeira, a Contabilidade Gerencial não é regulada. ATENÇÃO Já a Contabilidade de Custos é regulada pelo CPC 16, que trata de estoques. Porém, essa norma é bastante flexível, dando às entidades opções para calcularem os seus custos de formas diferentes, sendo cada opção mais aplicável a uma situação. Não entraremos em detalhes sobre as formas de contabilização de custos neste conteúdo. Um ponto importante é que tanto a Contabilidade Financeira como a de Custos são históricas. Ou seja, são contabilidades que têm como objetivo registrar e mensurar eventos passados. Já a Contabilidade Gerencial tem como objetivo ser um apoio para a decisão da administração da entidade (empresa ou organização) e, assim, tem ênfase no futuro. Adicionalmente, conforme já mencionado anteriormente, a Contabilidade Financeira é pública, pois é tornada pública por meio da publicação das demonstrações contábeis de propósito geral (também conhecidas como demonstrações financeiras). Porém, a Contabilidade Gerencial é confidencial, pois é direcionada apenas para os usuários internos. Já a Contabilidade de Custos é híbrida, pois suas informações alimentam a Contabilidade Financeira e, portanto, são públicas, enquanto outra parte alimenta a Contabilidade Gerencial e, portanto, tais informações são confidenciais. Assim sendo, vemos que: CONTABILIDADE FINANCEIRA Visa produzir demonstrações de propósito geral para usuários externos, é bastante regulada e é pública. CONTABILIDADE GERENCIAL Tem como objetivo produzir demonstrações de propósito específico para usuários internos, não sofre regulação e é confidencial. CONTABILIDADE DE CUSTOS Busca gerar informações para ambas as contabilidades, tanto a Gerencial como a Financeira e, por isso, é um pouco regulada, já que também é híbrida. javascript:void(0) HÍBRIDA Parte das informações é pública e parte é confidencial DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA E CONTABILIDADE DE CUSTOS O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre a origem da Contabilidade Financeira e da Contabilidade de Custos, seus propósitos, seu público-alvo e suas principais semelhanças e diferenças: IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Neste tópico, tivemos uma introdução à Contabilidade de Custos, bem como estudamos as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira, a Gerencial e a de Custos. Também comentamos como a Contabilidade Financeira surgiu na Idade Média, enquanto a Contabilidade de Custos só veio a surgir com a Revolução Industrial. A Contabilidade de Custos é uma ferramenta indispensável para empresas que precisam alocar os custos para produtos, a fim de gerar relatórios gerenciais para tomada de decisão e cumprir com suas obrigações societárias e tributárias, tais como cálculo de tributos e preparação das demonstrações financeiras. Agora que já temos uma introdução à Contabilidade de Custos, os próximos módulos tratarão das principais terminologias e princípios da Contabilidade de Custos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A CONTABILIDADE DE CUSTOS SURGIU: A) Na Idade Média, com o Frei Luca Pacioli. B) Com a adoção das normas IFRS pelo Brasil. C) Com a Revolução Industrial. D) Com as expansões marítimas. E) Com o advento da internet. 2. SOBRE A CONTABILIDADE DE CUSTOS, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) Suas informações são totalmente públicas. B) Suas informações são totalmente confidenciais. C) Não gera informações para a Contabilidade Financeira. D) Gera informações apenas para a Contabilidade Gerencial. E) É híbrida. GABARITO 1. A Contabilidade de Custos surgiu: A alternativa "C " está correta. A Contabilidade de Custos surgiu com a Revolução Industrial a partir dos séculos XVIII e XIX, devido ao aumento de indústrias, fábricas e manufaturas, que precisavam calcular seus custos de forma eficiente. 2. Sobre a Contabilidade de Custos, podemos afirmar que: A alternativa "E " está correta. A Contabilidade de Custos é híbrida, uma vez que suas informações nutrem tanto a Contabilidade Financeira (informações públicas) como a Contabilidade Gerencial (informações privadas). MÓDULO 2 Descrever a terminologia contábil e os princípios aplicados à Contabilidade de Custos A fim de aplicarmos de forma correta a Contabilidade de Custos para controlar, classificar e mensurar os custos para serem apropriados pelos produtos, precisamos entender as principais terminologias contábeis, bem como os princípios aplicados à Contabilidade de Custos. Neste módulo, trataremos de ambas as partes, tanto da terminologia contábil como dos princípios da Contabilidade de Custos. Vamos começar pelas terminologias contábeis. TERMINOLOGIAS CONTÁBEIS A fim de entendermos melhor os princípios da Contabilidade de Custos, precisamos, primeiro, saber as principais terminologias contábeis, tendo em vista que a Contabilidade de Custos se apoia na Contabilidade Financeira e gera informações para os demonstrativos contábeis. Cada item desta seção tratará de uma terminologia contábil diferente e explicará em detalhes o significado de cada uma. Teremos também alguns exemplos ilustrativos a fim de sedimentar melhor as terminologias que estamos aprendendo. DÉBITO E CRÉDITO O débito e o crédito são as partes constituintes das partidas dobradas. Os créditos definem a fonte dos recursos e aumentam o passivo e o patrimônio líquido, enquanto diminuem o ativo. Já os débitos são as aplicações dos recursos e aumentam os ativos, enquanto diminuem o passivo e o patrimônio Líquido. ATIVO O CPC 00 (R2) define ativo da seguinte forma: “Ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos”. Exemplos de ativos são: caixa, imóveis, clientes a receber, veículos, e assim por diante. PASSIVO O CPC 00 (R2) define passivo da seguinte forma: “Passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados”. Exemplos de passivos são: empréstimos, financiamentos e contas a pagar. Por exemplo, suponha que a empresa de João, Maria e José tenha realizado um empréstimo de R$ 100.000,00 no Banco Itabora, recebendo o valor integral em caixa. Assim sendo, foi feito um lançamento de débito na conta de caixa (localizada no ativo), e um lançamento de crédito na conta de empréstimos a pagar (localizada no passivo), ambos os lançamentos no valor de R$ 100.000,00. PATRIMÔNIO LÍQUIDO O patrimônio líquido de uma entidade é a diferença entre os ativos e os passivos de uma empresa, denotando, assim, o patrimônio da empresa que pertence aos cotistas ou acionistas. Portanto, o valor do ativo de uma empresa é igual à soma do passivo com o patrimônio líquido. ESTOQUES De acordo com o CPC 16 (R1), “estoques são ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios, em processo de produção para venda, ou na forma de materiais ou suprimentosa serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços”. Portanto, podemos ter estoques de produtos para vendas, estoques de produtos que estão semiacabados (ou seja, ainda em processo de produção) ou estoques de matérias-primas. Conforme descrito no CPC 16 (R1), os estoques são contabilizados na conta de ativo da entidade. Por exemplo, suponha que a empresa de João, Maria e José tenha comprado R$ 1.000,00 de matéria-prima, a prazo, para produzir bonecas para venda. Portanto, a entidade fez um débito na conta de “Estoques de Matéria-prima”, no ativo, no valor de R$ 1.000,00, e fez um crédito na conta de “Fornecedores a Pagar”, no valor de R$ 1.000,00, conta localizada no passivo. RECEITAS Receitas são ingressos de recursos na entidade. O CPC 00 (R2) define receitas da seguinte forma: “Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio”. Ou seja, com a venda de um produto, a empresa aufere receita, ou quando um banco cobra juros por um empréstimo, o banco aufere receita. As “contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio” são os valores que os sócios colocam na empresa, e não são classificadas como receita, mas, sim, como capital social no patrimônio líquido. Por exemplo, suponha que a empresa de João, Maria e José tenha realizado uma venda de 10 bonecas pelo valor de R$ 180,00 à vista. Com isso, a entidade obteve uma receita de R$ 180,00 (crédito no patrimônio líquido) e obteve um débito no caixa (conta de ativo) no valor de R$ 180,00. Esse fato se caracteriza como receita, tendo em vista que houve a entrada de recursos na empresa. DESPESAS Despesas são saídas de recursos na entidade. O CPC 00 (R2) define despesas da seguinte forma: “Despesas são reduções nos ativos ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio”. Ou seja, quando a empresa paga uma conta de água ou de luz, um aluguel ou juros de um empréstimo, está tendo despesas. Por exemplo, a conta de energia elétrica da empresa de João, Maria e José foi de R$ 1.500,00, que foram pagos à vista. Assim sendo, a empresa incorreu em uma despesa (débito no patrimônio líquido) e em um crédito em caixa, ambos os valores de R$ 1.500,00. Esse fato se caracteriza como despesa tendo em vista que houve a saída de recursos na empresa. CUSTO Custo é um tipo de despesa, mas que é feita para a produção de um bem ou serviço. A NPC (Norma de Procedimento de Contabilidade) 2 do IBRACON (Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes) define custo da seguinte maneira: “Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma”. Exemplos de custos são: matéria-prima, mão de obra e frete. Suponha, por exemplo, que as bonecas que são produzidas pela empresa de João, Maria e José tenham custo unitário de R$ 19,75, sendo R$ 10,00 de matéria-prima, R$ 5,00 de mão de obra e R$ 4,75 de outros custos. A cada boneca vendida é debitado o valor de R$19,75 do patrimônio líquido como “Custos de Mercadorias Vendidas”, e creditado o valor de R$ 19,75 no estoque, reduzindo assim o valor do estoque para se registrar o fato de que a boneca, que era de propriedade da empresa, deixou de ser. BALANÇO PATRIMONIAL O balanço patrimonial retrata a posição das contas de ativo, passivo e patrimônio líquido de uma entidade. É uma “fotografia” da posição patrimonial da empresa em determinado momento. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Também conhecida como DRE, retrata o lucro da empresa como a diferença entre receitas e despesas. Se esse resultado for negativo, significa que a empresa obteve prejuízo. ATENÇÃO Aprender essas terminologias contábeis é muito importante, tendo em vista que, embora possa parecer redundante, saber o que elas significam ajuda a empresa a tomar melhores decisões na sua Contabilidade de Custos e, assim, fazer uma gestão mais eficaz e eficiente. Conforme vimos, o custo é um tipo de despesa e, assim como qualquer despesa, diminui o lucro da empresa na Demonstração do Resultado do Exercício. Portanto, ao se ter um controle mais profundo e atento dos custos, é possível um ganho na lucratividade. EXEMPLO Se os custos de produção são 80% do preço de um produto e a empresa consegue reduzi-los em 10% (para 70%), o valor da margem de lucro aumentou de 20% para 30%, um crescimento de 33%. Porém, um ponto importante da Contabilidade de Custos é justamente separar os custos da despesa. Conforme vimos, os custos são um tipo especial de despesa, então, às vezes, a diferença entre custos e despesas é muito subjetiva e “cinza”, não havendo uma separação em “preto e branco” (como as diferenças entre receitas e despesas). Porém, não é objetivo do presente conteúdo ir muito a fundo na divisão entre custos e despesas; serão apresentados apenas os aspectos básicos. Agora que já falamos das principais terminologias contábeis, abordaremos os princípios da Contabilidade de Custos mais importantes. PRINCÍPIOS APLICADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS Vamos analisar alguns princípios fundamentais da Contabilidade, porém, com um olhar relacionado à Contabilidade de Custos. Vamos falar de três princípios norteadores da Contabilidade de Custos: custo como base de valor, matching principle e materialidade. Assim sendo, vamos começar com o princípio do “custo como base de valor”. A Contabilidade é uma ciência que busca registrar os fatos econômico-financeiros já ocorridos, portanto não é surpresa que ela “olhe para trás”, ou seja, apenas registre gastos já ocorridos, e não potenciais (apenas em situações específicas quando um gasto potencial se relaciona com um evento que já aconteceu, tal como uma ação judicial). Portanto, esse princípio se relaciona com o fato de que os custos são a base de valor de um produto, e tal base de valor se relaciona apenas aos valores já pagos. Assim, o valor de um estoque é a soma dos custos atribuídos aos produtos, custos esses que são incorridos em períodos anteriores e são contabilizados nos produtos acabados. ATENÇÃO Consequentemente, o princípio do “custo como base de valor” dita que apenas os custos efetivamente incorridos devem ser incluídos no valor dos estoques, não levando em conta o valor de revenda do produto, tendo em vista que tal valor é especulativo. O matching principle dita que os custos devem ser reconhecidos na DRE quando da apuração da receita. Ou seja, juntamente com o reconhecimento da receita de venda de produtos, é reconhecido o custo de produtos. EXEMPLO Uma empresa vende à vista produtos que custaram R$ 1.000,00 pelo valor total de R$ 1.500,00, valor que foi recebido à vista. Os lançamentos contábeis seriam: D – Caixa = R$ 1.500,00 C – Receita = R$ 1.500,00 D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$ 1.000,00 C – Estoques = R$ 1.000,00 Vemos o matching principle ser aplicado nesse caso; o lançamento de reconhecimento de despesa foi contabilizado juntamente com o lançamento de receita que deu origem a essa transação. Finalmente, vamos falar do princípio da materialidade (relevância), o qual guia quais tipos de custos devem ser contabilizados e alocados aos produtos. Tal princípio diz que a informação contábil deve ser relevante e de valor material para ser reconhecida de forma separada. Caso contrário, essa informação pode ser agrupada com outras em uma rubrica contábil generalista. O principal motivo de existir esse princípio é aeconomicidade das demonstrações contábeis e financeiras. Não faz sentido gastar recursos e tempo para preparar uma informação contábil que não seja relevante ou material para os usuários. Portanto, para manter os custos da informação contábil de uma maneira que não onere demais a instituição, deve-se utilizar esse princípio. Obviamente, não se deve abusar desse princípio e agrupar contas que sejam relevantes ou materiais para a empresa. Ao fazer isso, a informação contábil não iria representar de forma fidedigna a realidade econômico-financeira da empresa. EXEMPLO Considere que a empresa de João, Maria e José tenha gastos de água para fabricação das bonecas que vende. Tais gastos, ao serem alocados para as bonecas, seriam de um rateio de apenas R$ 0,001 por unidade, devido ao fato de que bem pouca água é utilizada na fabricação (apenas no tingimento dos tecidos). Obedecendo ao princípio da materialidade, eles viram que fazer o rateio da água entre os produtos seria um gasto de tempo e recursos que não traria ganho para a informação contábil. Portanto, resolveram reconhecer essa despesa diretamente no resultado, conforme for ocorrendo. O custo como base de valor, o matching principle e a materialidade são princípios da contabilidade de custos que guiam uma contabilização de custos eficiente, a fim de gerar informação correta e precisa, ao mesmo tempo que não onera muito as empresas ou organizações. PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre os Princípios da Contabilidade de Custos: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS CUSTOS QUE SÃO ALOCADOS NOS PRODUTOS, AO SEREM VENDIDOS: A) São contabilizados no ativo. B) São contabilizados no passivo circulante. C) São contabilizados como receita. D) São contabilizados como despesa. E) Não são contabilizados. 2. MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM TIPO DE PRINCÍPIO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS. A) Custo como base de valor. B) Receita como base de valor. C) Matching Assets Principle. D) Registro conferido. E) Patrimônio líquido superavitário. GABARITO 1. Os custos que são alocados nos produtos, ao serem vendidos: A alternativa "D " está correta. Os custos são alocados como estoques antes de os produtos serem vendidos, portanto no ativo. Após serem vendidos, são contabilizados como um tipo de despesa. Como a questão pergunta sobre a contabilização dos custos quando os produtos são vendidos, a resposta certa é a D. 2. Marque a alternativa que apresenta um tipo de princípio da Contabilidade de Custos. A alternativa "A " está correta. Alguns dos princípios são: custo como base de valor matching principle e materialidade (ou relevância). MÓDULO 3 Identificar as nomenclaturas de produção (custos primários, de transformação e fabris) Neste módulo, trataremos sobre algumas nomenclaturas aplicadas à produção, a saber: custos primários, de transformação e fabris. Essas nomenclaturas são importantíssimas, pois são necessárias para entendermos e classificarmos os custos de forma correta. Assim, poderemos alocar os custos aos produtos de forma eficaz e eficiente. Começaremos abordando os custos primários de produção. Depois, falaremos sobre o custo de transformação e, em seguida, sobre o custo fabril. Por fim, abordaremos a relação entre esses três tipos diferentes de custos e como eles podem ser calculados um a partir do outro. CUSTOS PRIMÁRIOS Os custos primários de produção são aqueles que se enquadram como matéria-prima direta ou mão de obra direta. Portanto, o custo primário de produtos pode ser calculado como a soma da matéria-prima com a mão de obra direta (nesse caso, excluímos a mão de obra indireta). Podemos descrever a fórmula do custo primário do seguinte modo: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde CP é o custo primário, MP é a matéria-prima e MOD é a mão de obra direta. CP = MP + MOD Veremos a seguir um exemplo de como é feita a contabilização dos custos primários: Aluguel da fábrica: R$ 10.000,00. Telefone, internet, luz e água: R$ 6.000,00. Matéria-prima: R$ 18.000,00. Salário dos operários: R$ 12.000,00. Salário dos gerentes e administradores: R$ 6.000,00. Salário dos vendedores: R$ 2.000,00. Nesse caso, qual o valor dos custos primários de produção? Para descobrir, vamos ter que achar a matéria-prima e a mão de obra direta. Nesse caso, a matéria-prima é de R$ 18.000,00 e a mão de obra direta é de R$ 12.000,00 (apenas o salário dos operários, já que os gerentes e administradores não estão envolvidos na produção). Portanto, o valor dos custos primários de produção é de R$ 18.000,00 + R$ 12.000,00 = R$ 30.000,00. Suponha que agora tenham sido produzidos 4.500 produtos. Qual o valor do custo primário unitário? Os custos primários unitários são de 30.000/4.500 = R$6,67. Nesse caso, para a fabricação de cada produto acabado, são gastos R$ 6,67 de matéria-prima e mão de obra direta. Veremos, a seguir, os custos de transformação e como eles se relacionam com os custos primários. CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO Os custos de transformação representam os custos incorridos pela empresa para transformar a matéria-prima em produto acabado. Assim sendo, são a soma da mão de obra direta (que vimos no custo primário), mais os custos indiretos de fabricação. Esse valor é, consequentemente, o esforço econômico incorrido pela empresa na transformação industrial do produto. Os custos indiretos de fabricação são a soma de todos os custos que não podem ser diretamente atribuídos aos produtos e, portanto, são indiretamente ligados à produção, tais como mão de obra indireta, aluguéis, energia elétrica, água e demais custos. Assim sendo, podemos definir os custos de transformação da seguinte forma: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde CT é o custo de transformação, MOD é a mão de obra direta e CIF são os custos indiretos de fabricação. Utilizando o mesmo exemplo anterior, calcularemos os custos de transformação com os seguintes dados: Aluguel da fábrica: R$ 10.000,00. Telefone, internet, luz e água: R$ 6.000,00. Matéria-prima: R$ 18.000,00. Salário dos operários: R$ 12.000,00. Salário dos gerentes e administradores: R$ 6.000,00. Salário dos vendedores: R$ 2.000,00. Nesse caso, temos que a mão de obra direta é de R$ 12.000,00, conforme já vimos no cálculo do valor dos custos primários. Os custos indiretos de fabricação são a soma dos demais custos menos o salário dos vendedores, pois não atuam na produção do produto. Os custos indiretos de fabricação somam, então, R$ 10.000,00 + R$ 6.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 22.000,00. Agora devemos somar a mão de obra direta para obter o custo de transformação: R$ 22.000,00 + R$ 12.000,00 = R$ 34.000,00. CT = MOD + CIF Conforme também já vimos no exemplo anterior, a empresa produziu 4.500 produtos. Nesse caso, os custos de transformação unitários são de R$ 34.000,00 / 4.500 = R$ 7,56. Esse valor pode ser interpretado da seguinte maneira: para cada produto, a empresa gasta R$ 7,56 para transformar a matéria-prima em produto acabado. Agora abordaremos o tema de custos fabris, que também são importantes para determinar os custos de um produto. CUSTOS FABRIS Os custos fabris são a soma total dos custos associados à produção do bem. Ou seja, englobam todos os custos, sejam eles mão de obra, matéria-prima ou custos indiretos de fabricação. Portanto, os custos fabris representam todos os custos necessários para a produção do bem. Assim sendo, podemos analisar o custo fabril utilizando a seguinte fórmula: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde CF é o custo fabril, MP é a matéria-prima, MOD é mão de obra direta e CIF são os custos indiretos de fabricação. Veremos, então, o seguinte exemplo, que já utilizamos para calcular os dois casos anteriores, e aplicaremos a fórmula apresentada para calcular o custo fabril. Assimsendo, utilizaremos novamente os seguintes dados: Aluguel da fábrica: R$ 10.000,00. Telefone, internet, luz e água: R$ 6.000,00. Matéria-prima: R$ 18.000,00. Salário dos operários: R$ 12.000,00. CF = MP + MOD + CIF Salário dos gerentes e administradores: R$ 6.000,00. Salário dos vendedores: R$ 2.000,00. Já sabemos, pelos cálculos anteriores, que a matéria-prima é R$ 18.000,00, a mão de obra direta é de R$ 12.000,00 e os custos indiretos de fabricação são de R$ 22.000,00. Portanto, os custos fabris são de R$ 18.000,00 + R$ 12.000,00 + R$ 22.000,00 = R$ 52.000,00. Assim sendo, os custos totais em que a empresa incorreu na fabricação dos produtos foi de R$ 52.000,00. Agora, como fizemos nos exemplos anteriores, calcularemos o custo fabril unitário. Lembre-se de que foram produzidas 4.500 unidades de produtos. Portanto, ao dividirmos o valor de R$ 52.000,00 por 4.500, teremos o custo fabril unitário, que, no caso, é de R$ 11,56. ATENÇÃO Esse valor pode ser interpretado como os custos unitários do produto que englobam todos os custos associados à sua produção. Assim sendo, a empresa deve, minimamente, cobrar acima desse valor, caso contrário, estaria vendendo um produto abaixo do custo em que incorreu na fabricação. RELAÇÃO ENTRE OS CUSTOS PRIMÁRIOS, DE TRANSFORMAÇÃO E FABRIS Conforme já verificamos, cada um dos três custos que estudamos tem um objetivo diferente e comunica uma informação diferente. Veja o quadro a seguir: Custos Primários Os custos primários são aqueles que são, primária e diretamente, associados ao produto. Uma análise desses custos verifica quais são os custos “básicos” do produto. Ao alterarmos esses custos, mexeremos diretamente no produto final. Portanto, uma redução nos custos primários pode afetar a qualidade do produto acabado. Custos de transformação Os custos de transformação trazem o esforço econômico e financeiro da empresa em transformar a matéria-prima em produto final. A empresa pode, então, avaliar se pode reduzir esses custos se mudando para uma outra localidade, alterando a estrutura administrativa ou gerencial ou mexendo em outros custos indiretos. Tais custos podem ser alterados sem efeito “direto” no produto. Custos fabris Os custos fabris são a totalidade dos custos, e esse valor ajuda a empresa a adotar uma política de formação de preços que possa dar a ela uma margem de lucro satisfatória de modo a pagar pelos custos incorridos e gerar uma remuneração aos acionistas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Agora, trataremos da relação matemática entre os custos. Começaremos com as fórmulas que já vimos, dos custos primários, de transformação e fabris: CP = MP + MOD CT = MOD + CIF CF = MP + MOD + CIF Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Veja, então, que podemos determinar tanto o CT quanto o CF pelo CP, com alguns ajustes: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Podemos fazer a mesma coisa com o CT e o CF: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Além disso, como o custo fabril é a soma total dos custos dos produtos, podemos determinar o CF com base no CT e no CP da seguinte forma: CT = CP – MP + CIF CF = CP + CIF CP = CT + MP – CIF CF = CT + MP CP = CF – CIF CT = CF – MP Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Note que tivemos de retirar a mão de obra direta, tendo em vista que foi somada duas vezes nas fórmulas. Vejamos um exemplo em que podemos aplicar essa fórmula: EXEMPLO 1 Uma empresa tem custos primários de R$ 25.000,00 e custos de transformação de R$ 40.000,00. Sabendo que a sua mão de obra direta custa R$ 7.000,00, qual é o seu custo fabril? Aplicamos a fórmula CF = CP + CT – MOD e chegamos ao valor de CF = R$ 25.000,00 + R$ 40.000,00 – R$ 7.000,00 = R$ 58.000,00. Portanto, o custo fabril é de R$ 58.000,00. EXEMPLO 2 Utilizando os mesmos dados do exemplo anterior (CP = R$ 25.000,00, CT = R$ 40.000,00 e MOD = R$ 7.000,00), calcule o valor da matéria-prima utilizada, bem como os custos indiretos de fabricação. Sabemos que a fórmula do custo primário é CP = MP + MOD. Então, temos que R$ 25.000,00 = MP + R$ 7.000,00, então MP = R$ 25.000,00 – R$ 7.000,00 = R$ 18.000,00. A partir disso, podemos calcular o CIF a partir da fórmula dos custos de transformação (CT = CP – MP + CIF): R$ 40.000,00 = R$ 25.000,00 – R$ 18.000,00 + CIF, então temos que CIF = R$ 40.000,00 – R$ 7.000,00 = R$ 33.000,00. Portanto, temos que a matéria-prima utilizada na produção dos produtos é de R$ 18.000,00 e o custo indireto de fabricação é de R$ 33.000,00. Portanto, agora já podemos calcular cada um desses três custos a partir dos outros custos, fazendo apenas pequenos ajustes, tal como a retirada dos custos de matéria-prima do valor do custo fabril para chegarmos ao custo de transformação, e assim por diante. SÍNTESE SOBRE OS CUSTOS CF = CP + CT – MOD CUSTOS PRIMÁRIOS São aqueles mais diretamente associados aos produtos, a saber: a mão de obra direta e as matérias-primas. CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO Os custos de transformação representam o esforço produtivo da empresa ao transformar a matéria-prima em um produto acabado. CUSTOS FABRIS São a soma de todos os custos, de forma a se determinar o custo total a ser apropriado para os produtos. Tal custo é também importantíssimo para as empresas calcularem suas margens de lucro e, assim, o seu preço final. É importante perceber que esses três tipos de custos podem ser combinados a fim de se obter um valor de custo a partir de outro. Isso é de vital importância, pois, a partir da comparação das fórmulas, fica mais fácil se compreender a relação entre esses três principais tipos de custos e quais tipos de informação eles trazem. RELAÇÃO ENTRE OS CUSTOS PRIMÁRIO, DE TRANSFORAMÇÃO E FABRIS O especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior fala sobre a relação entre os custos primário, de transformação e fabris: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CUSTO PRIMÁRIO É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA EMPRESAS E É CALCULADO DA SEGUINTE FORMA: A) CP = MP + CIF B) CP = CF – CIF C) CP = CF + CIF D) CP = CF + MOD + CIF E) CP = CT – CIF 2. UMA EMPRESA TEM OS SEGUINTES CUSTOS: ALUGUEL R$ 2.000,00; MÃO DE OBRA DIRETA R$ 8.000,00; MATÉRIA-PRIMA R$ 7.000,00. QUAIS OS VALORES DO CUSTO PRIMÁRIO, DO CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO E DO CUSTO FABRIL, RESPECTIVAMENTE? A) R$ 15.000,00, R$ 10.000,00, e R$ 17.000,00. B) R$ 10.000,00, R$ 15.000,00, e R$ 17.000,00. C) R$ 17.000,00, R$ 15.000,00, e R$ 10.000,00. D) R$ 10.000,00, R$ 17.000,00, e R$ 15.000,00. E) R$ 17.000,00, R$ 10.000,00, e R$ 15.000,00. GABARITO 1. O custo primário é de extrema importância para empresas e é calculado da seguinte forma: A alternativa "B " está correta. O custo primário é calculado como CP = MP + MOD. Temos que olhar para a relação do custo primário com o custo de transformação e o custo fabril; essa relação é dada por CP = CT + MP – CIF, e CP = CF – CIF. 2. Uma empresa tem os seguintes custos: aluguel R$ 2.000,00; mão de obra direta R$ 8.000,00; matéria-prima R$ 7.000,00. Quais os valores do custo primário, do custo de transformação e do custo fabril, respectivamente? A alternativa "A " está correta. Podemos calcular os custos da seguinte forma: CP = MP + MOD, CT = MOD + CIF e CF = MP + MOD + CIF. Aplicando as fórmulas, temos: CP = R$ 7.000,00 + R$ 8.000,00 = R$ 15.000,00; CT = R$ 8.000,00 + R$ 2.000,00 = R$ 10.000,00; CF = R$ 7.000,00 + R$ 8.000,00 + R$ 2.000,00 = R$ 17.000,00. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Este conteúdo teve como objetivo contextualizar a Contabilidade de Custos e dar uma introdução aos principais conceitos dessa área da Contabilidade e como ela se relaciona com a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial. Primeiramente, abordamos as principais diferenças entrea Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos, explicando que a Contabilidade Financeira, embora gere informações que aparecerem no balanço patrimonial e na demonstração de resultados do exercício da empresa (além de informações para serem usadas na Contabilidade Gerencial), não gera nenhum demonstrativo sozinha, apenas auxilia outras áreas da Contabilidade e da Administração. Em seguida, estudamos as principais terminologias contábeis relacionadas com os custos, como receita, despesa, custo e outras que são importantes de conhecer a fim de entender de forma mais profunda os próprios princípios e as terminologias da Contabilidade de Custos. Ademais, também falamos de três princípios extremamente importantes para a Contabilidade de Custos: o custo como base de valor, o matching principle e a relevância/materialidade das informações financeiras. No último módulo, falamos sobre os custos primários, de transformação e fabris. Explicamos seus objetivos e como são calculados, utilizando fórmulas que levam em conta os gastos com matéria-prima, mão de obra direta e outros custos de fabricação. Também vimos como calcular cada um desses três custos a partir dos outros. Abordamos também como dividir esses custos pelo número de produtos produzidos e, assim, chegar ao valor unitário de cada um dos três tipos de custos abordados. Agora que você finalizou o estudo deste conteúdo, já está familiarizado com a terminologia básica da Contabilidade de Custos, além de ter aprendido formas básicas de calcular alguns tipos de custos que são muito usados na tomada de decisão das empresas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC, 2021. Consultado na internet em: 05 abr. 2021. GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a Todas as Sociedades de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018. INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. IBRACON. Consultado na internet em: 05 abr. 2021. LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de Contabilidade de Custos. 4. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2010. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018. MARTINS, E; ROCHA, W. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2015. EXPLORE+ Caso você queira aprender mais sobre a Contabilidade de Custos, recomendamos a leitura do livro Contabilidade de Custos, da Editora Atlas, agora em sua 11ª edição. Esse livro é considerado por muitos como o guia definitivo da Contabilidade de Custos no Brasil, sendo também um dos mais antigos do gênero. O autor é Eliseu Martins, professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos expoentes em Contabilidade no Brasil, tendo servido em diferentes conselhos de empresas e em posições governamentais na área contábil. O livro é um manual de fácil consulta e leitura que aborda a Contabilidade de Custos de forma completa e profunda. CONTEUDISTA Rodrigo de Oliveira Leite CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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