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Violência - Saúde Bucal Coletiva III

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Hellen Martins 
Violência e Saúde 
O QUE É VIOLÊNCIA? 
Violência é uma palavra latina, derivada de vis, força, e 
nós a empregamos em um sem-número de sentidos: 
• A força da natureza; 
• Do mar; 
• Do vento; 
• Dos elementos; 
• A força física que obriga um ser humano a 
fazer o que não quer; 
• A força social que mantém os oprimidos e 
explorados em seus lugares; 
• A força moral, intelectual, que domina 
nossas mentes e nos faz achar nosso 
próprio mundo normal. 
Portanto, a violência pode ser detectada quando se 
manifesta como uma espécie de privação, pois tira, 
destitui, despoja de alguma coisa fundamental, a 
realização humana. 
Todas as vezes que alguém se sente privado de algo 
sem nenhuma justificativa ou fundamentação é 
possível que esteja sendo vítima da violência. 
A VIOLÊNCIA TEM MUITAS FACES 
Será que a violência representa um modo de ser do 
homem moderno? 
Alias, viver em sociedade sempre foi uma forma de vida 
violenta. Isso é dito por que ao fazer o recuo no tempo 
percebe-se que a violência sempre compôs o cotidiano 
do homem. Era um comportamento assumido pelo 
homem primitivo no exercício e na defesa de sua 
sobrevivência frente a um universo hostil e, à medida 
que ele desenvolveu tecnologias adequadas, a 
hostilidade da natureza foi diminuindo ou tomando 
novas características. 
Aos poucos, a violência “perde sua forma natural de 
defesa para ser uma decorrência da maneira pela qual 
o homem passa a organizar sua vida em comum com 
outros homens”. 
Não é difícil encontrar violência em mundos diferentes 
do nosso. Os romanos, por exemplo, expunham os 
bebes indesejados ao apetite dos animais da florestam, 
ou à bondade, ou interesse, de pessoas que os 
encontrassem e se dispusessem a cria-los, como filhos 
ou como escravos. 
EXERCICIO 
1. Com relação as raízes da violência no brasil, 
relatado por Glenda Mezarobba avalie as 
afirmações a seguir. 
I. A violência é constituída da história do 
brasil desde a invasão portuguesa. 
II. A tortura e a violência têm registros 
dramáticos no período da escravidão. 
III. Os índices de violência atuais se resumem 
a causas do tempo presente 
IV. A miscigenação de raças no Brasil ocorreu 
de forma harmônica. 
VIOLÊNCIA E DESENVOLVIMENTO ECONOMICO 
Quatro principais pelos quais o desempenho 
econômico pode afetar a taxa de criminalidade nas 
cidades. O primeiro deles está relacionado ao mercado 
de trabalho. O crescimento econômico faz aumentar a 
oferta de postos de trabalhos, ao mesmo tempo em 
que eleva o salário real do trabalhador. 
Claramente, se as boas oportunidades ficam restritas 
apenas a um pequeno grupo da sociedade, o tiro pode 
sair pela culatra, uma vez que o prêmio para cometer 
o crime aumenta para quem não participa da festa, ou 
seja, para aqueles indivíduos que permanecem 
desempregados, sem oportunidades e perspectivas 
futuras. 
Por outro lado, a geração de renda nas cidades, além 
de atrair as coisas boas que a economia de mercado 
pode oferecer, contribui para, eventualmente, atrair 
algumas mazelas, sendo uma delas os mercados ilícitos 
que é o nosso segundo canal explicativo. 
Nesse contexto, nos anos 2000, a maior circulação de 
dinheiro em várias pequenas cidades, sobretudo do 
Norte e Nordeste do país tornaram viáveis 
economicamente os mercados locais de drogas ilícitas. 
E no rastro da expansão desses negócios, observou-se 
o incremento à prevalência da violência letal, utilizada 
não apenas na disputa por mercados mais ainda para 
disciplinar devedores duvidosos e trabalhadores 
desviantes do narcotráfico, sem à qual o dono do 
negocio perderia credibilidade, levando a firma à 
falência. 
Como terceiro canal, junto com o emprego e mercados 
ilícitos, o desempenho econômico pode levar, 
indiretamente, a um processo de desorganização 
Hellen Martins 
social, a partir da migração de trabalhadores e de 
pessoas em buscas de oportunidades, junto com 
alterações no espaço urbano e áreas residencial, que 
fazem com que haja um esgarçamento o controle social 
do crime, um aumento de oportunidades para a 
perpetração de crimes, junto com o aumento da 
probabilidade de anonimato e de fuga do criminoso. 
A situação acima ocorre quando as transformações 
urbanas e sociais acontecem rapidamente e sem as 
devidas politicas publicas preventivas e de controle, 
não apenas no campo da segurança pública, mas 
também do ordenamento urbano e prevenção social, 
que envolve educação, assistência social, cultura e 
saúde, constituindo assim o quarto canal pelo qual o 
desempenho econômico pode afetar a taxa de 
criminalidade nas cidades. 
Ou seja, a qualidade da política publica é um dos 
elementos cruciais que podem conduzir à diminuição 
das dinâmicas criminais. 
VIOLÊNCIA NO BRASIL 
 
Todos os estados com crescimento superior a 100% nas 
taxas de homicídios pertenciam ao Norte e Nordeste. 
Cabe destacar o desempenho do estado de 
Pernambuco, que foi uma ilha de diminuição de 
homicídios no Nordeste entre 2007 e 2013 (quando 
logrou queda de 36% da taxa de homicídio no período), 
no rastro da implantação do programa “Pacto pela 
Vida”. 
VIOLÊNCIA EM GRUPOS ESPECIFICOS 
NA JUVENTUDE 
Desde 1980 está em curso no país um processo 
gradativo de vitimização letal da juventude, em que os 
mortos são jovens cada vez mais jovens. De fato, 
enquanto no começo da década de oitenta, o pico da 
taxa de homicídio se dava aos 25 anos, atualmente esse 
gira na ordem de 21 anos. 
Não obstante, até a década passada, parecia que essa 
dinâmica trágica vinha perdendo força, uma vez que, 
entre 2000 e 2010, houve um pequeno incremento na 
taxa de homicídio de jovens (+2,5%), antes o maior 
crescimento observado nos anos noventa (+20,3%) e 
nos anos oitenta (89,9%). 
Contudo, os últimos dados disponíveis do Ministério da 
Saúde nos mostram um recrudescimento do problema, 
uma vez que, entre 2005 e 2015, observou-se um 
aumento de 17,2% na taxa de homicídio de indivíduos 
entre 15 e 29 anos. 
O QUE FAZER? 
Combater a violência não é buscar somente reprimir a 
sua manifestação, mas garantir o direito à vida, à 
promoção de Saúde e a políticas públicas que protejam 
o cidadão. 
QUAL O PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA FRENTE A 
UM PACIENTE COM SUSPEITA DE VIOLENCIA 
DOMÉSTICA? 
 
Que procedimentos você faria? Possivelmente uma 
radiografia para avaliar extensão, pela fratura, uma 
possível remoção do fragmento, dependendo da idade, 
um mantenedor de espaço. 
Perfeito tecnicamente, ne? Mas, você perguntou o que 
causou o trauma? Ou você acha que não é problema 
seu? E se você soubesse que o trauma foi causador por 
violência. 
 
EXERCICIO 
1. Uma mãe descobriu que o filho de 6 anos foi 
estuprado depois que o levou a um cirurgião-
dentista no posto de saúde. O garoto tinha 
Hellen Martins 
uma lesão no lábio inferior e o profissional 
suspeitou que ele tinha uma doença 
sexualmente transmissível. O cirurgião 
dentista que fez o atendimento à vitima conta 
que a mãe achava que a lesão era resultado de 
mordidas. Entretanto, a lesão tinha por 
características: “verruga” com mancha branca, 
aspecto papilífero, semelhante a couve flor, 
pediculado e assintomático. Diante do caso 
apresentado, a hipótese diagnostica e a 
conduta adequada do profissional são: 
Denunciar a suspeita de maus-tratos ao 
Conselho Tutelar ou à autoridade competente 
da localidade mais próxima. 
 
Aula Teórica 
A violência é um fenômeno sócio-histórico da 
humanidade. 
O QUE É VIOLÊNCIA? 
Uso intencional de força ou poder, com ameaça ou 
agressão real contra si, contra outrem, contra um 
grupo/comunidade que tenha a possibilidade ou que 
resulte em ferimentos, morte, prejuízos psicológicos, 
carência no desenvolvimento ou privação. (OMS, 
2002). 
MAPA DA VIOLÊNCIA 
• Desigualdade social; 
• Desemprego; 
• Tráfico; 
• Drogas; 
• Preconceito; 
• Omissão; 
• Educaçãoprecária; 
• Corrupção; 
• Exclusão. 
A violência é um problema de saúde pública e tem 
vários fatores, dimensões que estão associadas para 
fazer com que se iniciem. A violência é um problema 
multidimensional. Vai ter um impacto no setor de 
saúde. 
O caráter transversal ao mesmo tempo não tem haver 
com o setor de saúde, mas vai provocar danos, lesões, 
traumas, mortes. E isso vai repercutir em vários 
âmbitos sociais. Pode se tornar uma barreira social, vai 
dificultar com que a população acabe acessando o 
serviço de saúde. Ela é transversal porque vai entrar 
em várias áreas em termos de consequência e isso vai 
refletir na segurança pública. 
QUEM SÃO OS AUTORES DA VIOLÊNCIA? 
• Agressor/Violentador/Autor 
- Intrafamiliar; 
- Extrafamiliar 
• Conivente/Tolerante/Ator 
- Redes: Familiar, escolar, comunitária, 
mercantilista. 
Autores: responsáveis pelo uso intencional da força ou 
do poder. 
Atores: podem sofrer a violência ou podem ser 
tolerantes. 
ONDE A VIOLÊNCIA PODE ACONTECER 
• Doméstica: residência. 
• Institucional: serviços de saúde, 
escola, abrigos. 
• Lugares fechados: consultórios, igrejas, 
internatos. 
• Lugares públicos: ruas, estradas, 
hotéis, bordeis, barcos. 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DIRETA 
1. Auto Infligida: Atitude suicida e 
agressão/mutilação. 
2. Interpessoal: Familiar (com laços) e 
comunitária (sem laços) (por negligência, 
psicológica, física e sexual). 
3. Coletiva: social, política e econômica. 
VIOLÊNCIA SIMBÓLICA OU CULTURAL 
Vai acontecer quando determinadas pessoas acabem 
sofrendo esse uso intencional da força, mas acontece 
na escondida. Ex: “a mulher é mais fraca do que o 
homem”, “os negros são menos inteligentes do que os 
brancos”, “todo adolescente é revoltado”, “os pobres 
são preguiçosos”. 
Hellen Martins 
VIOLÊNCIA ESTRUTURAL (VITIMAÇÃO) 
É considerada a partir da desigualdade social. 
• Pressão externa: desemprego, discriminação, 
mudanças de local de moradia, violência. 
• Pressão interna: mudanças naturais do ciclo de 
vida, doenças, entrada de um novo membro, 
violência, perda de um membro. 
 
QUAL O PERCENTUAL DE PESSOAS QUE SOFREM 
VIOLÊNCIA? 
De acordo com a Classificação Internacional de 
Doenças, os acidentes e violências são denominados. 
Causas externas: acidentes de trânsito, lesões 
autoprovocadas intencionalmente, agressões, 
intervenções legais e operações de guerra. 
 
QUAL O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO 
COMBATE À VIOLÊNCIA? 
1. Manter a paciência/calma 
2. Identificação 
3. Notificação 
4. Encaminhar

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