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Relatório 01 Espectro Caracteŕıstico e Continuo de Raio-X de um alvo (anodo) de Cobre (Cu) Herbert Vinicius Teixeira Pereira UFAM - Universidade Federal Do Amazonas Laboratório De F́ısica Moderna 2 F́ısica - Licenciatura Prof.Dr.Haroldo de Almeida Guerreiro. 23 de janeiro de 2022 Resumo Por intermédio da emissão de Raios - x produzidos com um ânodo de cobre e a sua incidência sobre um cris- tal de fluoreto de ĺıtio (lif), é posśıvel obter o espectro dessa radiação que é composta pelo efeito de Bremms- trahlung e a radiação caracteŕıstica, obtendo por meio da lei de Bragg os comprimentos de onda associados a kα e kβ do átomo de cobre. Palavras - Chave : Emissão, Raios-x, Cristal, Epectro, Átomo. 1 Introdução Os raios X foram descobertos pelo f́ısico alemão Wi- lhelm Konrad Röentgen (1845-1923), no final de 1895. Na noite de 8 de novembro desse mesmo ano, esse ci- entista trabalhava com raios catódicos, que anterior- mente haviam sido descobertos por Crookes. Em um dado momento, Röentgen percebeu que uma folha de papel tratada com platinocianeto de bário emitia luz – e até mesmo o lado que não estava revestido com o platinocianeto também brilhava. Esse fato ocorreu mesmo com a ampola de Crookes estando coberta por uma cartolina negra. Ao inves- tigar mais a fundo, para entender a origem dessa lu- minosidade, Röentgen colocou vários objetos entre a ampola e a tela e observou que todos pareciam ficar transparentes – e qual não foi sua surpresa quando viu os próprios ossos da mão na tela. Em 28 de dezembro de 1895, ele entregou um re- latório para a Sociedade F́ısico- Médica de Würzburg, Alemanha, descrevendo suas descobertas e indicando que os raios X surgiam na região da ampola de des- carga onde os raios catódicos colidem com a parede de vidro. Vários cientistas então começaram a investigar es- ses novos raios que podiam mostrar o corpo humano por dentro e que representavam uma extraordinária evolução, principalmente para o campo da medicina. Até que os cientistas Max von Laue, Friedrich e Knip- ping explicaram que os raios X eram resultado da co- lisão de raios catódicos (elétrons) contra os elétrons do cátodo. Não sendo como as radiações alfa, beta e gama, que são de origem nuclear. Figura 1: Wilhelm Konrad Röentgen (1845-1923). 2 Fundamentação Teórica 2.1 Produção de Raios - X A Produção de Raios - X como se mostra na figura 2, acontece por meio de dois procedimentos: bremsstrah- lung(desaceleração do elétron durante a penetração no ânodo) e a radiação caractcteŕıstica (transição eletrônica). Sendo assim, temos então elétrons sendo acelerados numa diferença de potencial elétrico (UA) na ordem dezenas de KeV a partir da emissão do cátodo K, por efeito termiônico, e no ânodo A, constituido por um metal A são desacelerados bruscamente. Em particular , utilizou -se o cobre metálico. 1 Figura 2: Tubos de Raio - X. 2.2 Bremmstrahlung No efeito Bremmstrahlung, o elétron incidente ao pene- trar no átomo do ánodo sofre a ação do núcleo atômico e desacelera bruscamente de modo a mudar de direção e, com efeito, acaba perdendo energia na forma de ra- diacão em raios-X, como ˜ representado na figura 3. Figura 3: Representação de Bremmstrahlung 2.3 Radiação Caracteŕıstica Temos nas figuras abaixo a colisao de um elétron com muita energia que incide no alvo de modo a arrancar o seu elétron mais interior do átomo e com isso ao deixar uma posição vazia o outro eléetron próximo ocupa o seu ”lugar”causando uma transição eletrônica e liberando um fóton no comprimento de onda do raio-X. Figura 4: Ejeção do elétron ligado ao ânodo A. Figura 5: Transição Eletrônica. Neste ponto, vale ressaltar o quão próximo será o elétron que transiciona de um ńıvel de energia ocupado para aquele que teve o eletron ejetado. Dizendo-se que quando o elétron migra do ńıvel n = 2(L) para n = 1(K), entao, a radiação se caracteriza por K α.Mas, quando ocorre da migracão ser de n = 3(M) para n = 1(K), entao, a radiação se chama de kβ, como repre- sentado na figura 6. Figura 6: Formação do K α e kβ . 2.4 Espectro Cont́ınuo e Discreto Os eletrons acelerados no tubo de Crookes, figura 2,nao atinjem o ânodo metálico (A) com a mesma veloci- dade. ´ Mas sim, obedecem a distribuição de velocida- des dada por Maxwell-Boltzmann. Por isso, a radiação por bremms trahlung se assemelha com a de um corpo negro e muda sua forma dependendo do potencial ace- lerador aplicado, figura 7. Ao mesmo tempo, levando em conta que a quan- tização de atomos multieletrônicos encontra respaldo emṕırico desde o experimento de Franck-Hertz, tem- se que quando o elétron acelarado possue energia sufi- ciente para ionizar o elétron ligado mais interior do ânodo, então,é posśıvel observar sobreposto ao re- sultado do espectro esperado, figura 7, picos carac- teŕısticos de raios-X, figura 8. 2 Figura 7: Resultado Previsto. Figura 8: Resultado Observado. 2.5 Lei de Bragg Quando o raio-X incidente a partir da fonte de Cobre atinje o LiF temos o fenomeno da difração. Cuja di- ferença de caminhos opticos é dada pela lei de Bragg, equação 1. 2d sin θ = mλ (1) Cuja dedução se vale da representação na figura 9. Figura 9: Geometria utilizada para avaliar a diferença de caminhos ópticos dos feixes refletidos. 3 Procedimento Experimental Por conta da infecção por covid-19, que impossibilita aglomerações de pessoas, então a execução do experi- mento ficou a cargo somente do professor desta disci- plina, disponibilizando a nós os dados experimentais. Tabela 1: Equipamentos Utilizados Nº Nome Quantidade 1 Unidade de raios-X .1 2 sáıda do gravador .1 3 Monocristal de LiF .1 4 Detector de raios-X .1 5 Contador de pulsos .1 6 Amplificador .1 7 Mult́ımetros .1 8 Cabos de conexao .1 Figura 10: Montagem Completa do Experimento. 3.1 Etapas 1) Para se iniciar a experiência, faz-se necessário co- nectar a sáıda de contador do equipamento de raios - x com o módulo do tubo contador GM do Cobra 3 por intermédio de um cabo BNC. Já a sáıda de registro de dados do equipamento de raios - x acaba sendo conec- tada à entrada analógica 2 do cobra 3, por meio de duas linhas de conexão. 2) E então se fecha a porta do equipamento de Raios - X e e pré seleciona-se uma tensão de valvulas de 25 kV. 3) Agora deve-se configurar o software no PC conec- tado, Cobra 3. 4) Para registrar um espectro por meio de um dos dois cristais, abre-se no item “Gauge” o software de medição “Cobra 3 Rontgenspektroskcopie” (espectros- copia de Raios X do Cobra 3). 5) Ao ser selecionada a opção “Neue Messung” (nova medição), abre-se a janela acima. Nesta janela, devem ser feitas as opções “automatically” e 4º como Start Angle (angulo inicial) e 45º como Stop Angle (angulo de encerramento). Estes são os angulos do cristal. 3 6) No item “Display”, o operador deve selecionar as 3 opções e, se for necessário, as regiões de escala solicitadas. 7) Agora é muito importante a função “Calibrate”.É preciso calibrar os angulos do cristal antes de realizar a experiência. Na primeira etapa o operador deve seleci- onar a posição Zero do cristal e confirmar, e na segunda etapa ele deve fazer o mesmo com a posição 45º. 8) Em seguida, no equipamento de Raios-X, coloca- se o cristal na posic¸ao 45º. A razao por se começar com 4º e por causa do autoscale do soft- ware. Começando do zero as medidas subsequentes ficam muito pequenas em relação a inicial e insignifi- cantes no gráfico. 9) Deve-se prosseguir com a função “Continue” e ini- ciar a medição, apertando “Auto” no equipamento de Raios X, preferivelmente com a velocidade V1,para re- gistrar maiores contagens e diminuir o erro relativo. 10) A curva e então plotada com um traço muito grosso, e a curva e interrompida com o botão “Close”. Em seguida, a curva resultante é representada com os eixos ajustados e pode ser analisadacom as ferramen- tas de medição conhecidas. 11) O espectro e registrado automaticamente, da maneira descrita acima. E possivelmente um proce- dimento manual ou semi-manual, bem como a repre- sentação puramente digital da taxa de impulsos e dos angulos. 4 Objetivos Encontrar o gráfico do espectro do raio-X tendo como anodo o Cobre e determinar os comprimentos de ondas dos dois picos do gráfico, do kα e kβ . 5 Resultados e Discussões Utilizando o Microsoft Excel, conseguimos chegar em resultados parecidos com os dá teoria, como é mostrado a seguir. No gráfico 1 nota-se que o primeiro pico formado corresponde ao ângulo de cerca de 27º, já o segundo pico formou-se em aproximadamente 31º. Com isso podemos encontrar o comprimento de onda associado a cada pico. Então utilizando a lei de Bragg, podemos calcular o comprimento de onda para cada pico formado. d = 201 Pm = 2,01 x 10−10 m m = 1 5.1 1º Pico λk1m = 2d sin θ (2) λk1 = 2(2, 01X10−10m) sin 20, 7 (3) λk1 = 1, 42X10−10m (4) Figura 11: Gráfico da Intensidade X Ângulo de In- cidência suavizado. Figura 12: Gráfico da Intensidade X Ângulo de In- cidência suavizado/ 1º Pico. 5.2 2º Pico Figura 13: Gráfico da Intensidade X Ângulo de In- cidência suavizado/ 2º Pico. λk2m = 2d sin θ (5) λk2 = 2(2, 01X10−10m) sin 22, 8 (6) λk2 = 1, 55X10−10m (7) 4 5.3 Comparação da energia associada a cada comprimento de onda (k1 ou k2) com as energias de transições eletrônicas para o (kα e kβ) do átomo de Cobre. Usando a equação de planck: E = hf = h c λ (8) Então para o primeiro e segundo picos formados, te- mos que : E1 = (6, 63X10−34J.S) (2, 99X108m/S) (1, 42X10−10m) (9) E1 = 1, 39X10−15J (10) E2 = (6, 63X10−34J.S) (2, 99X108m/S) (1, 55X10−10m) (11) E2 = 1, 27X10−15J (12) Convertendo ambos os valores para Kev, obetemos que E1 = 8,676 Kev e E2 = 7,927 Kev. Com isso, claramente vemos que (E1 > E2).Observando a figura 6 na qual o elétron migrou de L para K é posśıvel dizer então que k1 é aproximadamente igual a Kβ (k1 = Kβ), já k2 é aproximadamente igual a Kα ( k2 = Kα), pois o elétron nesse caso migrou da camada M até a camada K.Sendo assim podemos afirmar que quanto maior for a transição eletrônica maior será a energia associada. 6 Conclusão De maneira geral, o pico menor(1º) do gráfico apresen- tou uma energia maior (E1 = 8,676 Kev), valor esse muito perto com o da literatura para Kβ = 8,830 Kev, apresentando um erro de 1,74%. Já o pico maior(2º) apresentou uma energia menor ( E2 = 7,927 Kev ) va- lor que quase se igualou com o da literatura kα = 7,974 Kev, chegando em um percentual de erro de cerca de 0,5 %. Mesmo com as pequenas discrepâncias dos va- lores das energias E1 e E2 foi posśıvel saber quais per- tenciam a kα e kβ, confirmando que o ânodo utilizado no experimento realmente é um metal de Cobre. Referências [1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios X. Acessado em: 02 de setembro de 2021. [2] http://estudoradiografico.blogspot.com/2016/10/diferenca- entre-producao-de-radiacao.html. Acessado em: 02 de setembro de 2021. [3] https://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/raiosx/rxconc.html. Acessado em 27 de setembro de 2021. [4] Roteiro do Laboratorio de F́ısiica Moderna 2: https://bityli.com/9zl8Xw. [5] Fontes dos dados: https://bityli.com/hsAE97 e https://url.gratis/VirhR5. Tabela 2: Dados Experimentais ângulo Intensidade 4 4,3 4,1 3,2 4,2 1,8 4,4 3,2 4,6 2,8 4,8 2,2 5 2 5,2 2,5 5,4 3,2 5,6 2,5 5,8 4,5 5,9 2 6 2 6,2 3,2 6,4 1,5 6,6 6,8 6,8 4,5 7 6,5 7,2 8,5 7,4 9 7,6 8,5 7,7 11 7,8 8,5 8 10,2 8,2 11,2 8,4 14,2 8,6 16 8,8 12,5 9 15,8 9,2 16,5 9,4 22,5 9,6 22,5 9,8 22,5 9,9 27 10 28 10,2 25,2 10,4 21,8 10,6 24,8 10,8 19 10,9 21 11 30,5 11,1 23 11,2 22,8 . . . . . . . . . . . . . . 5
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