Buscar

UMA ANÁLISE SOCIOECONOMICA DA EXTRAÇÃO DE DIAMANTES NO BRASIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IFPB – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CAMPUS CAMPINA GRANDE
TÉCNICO EM MINERAÇÃO
LÍVIA KATLY SILVA FERNANDES
DIAMANTE:
UMA ANÁLISE SOCIOECONOMICA DA EXTRAÇÃO DE DIAMANTES NO BRASIL 
CAMPINA GRANDE-PB Dezembro de 2019
0
LÍVIA KATLY SILVA FERNANDES
DIAMANTE:
UMA ANÁLISE SOCIOECONOMICA DA EXTRAÇÃO DE DIAMANTES NO BRASIL 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Campina Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Mineração.
Orientador: Prof. Dr. Dwight Rodrigues Soares
CAMPINA GRANDE-PB Dezembro de 2019
1
LÍVIA KATLY SILVA FERNANDES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Campina Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Mineração.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Dwight Rodrigues Soares (Orientador)
	
Prof. Francisco de Assis Souza (Examinador)
Prof. Dr. Francisco de Assis Silveira Gonzaga (Examinador)
Nota: 	 Data: 11 /12/2019
2
AGRADECIMENTOS
O desenvolvimento deste trabalho juntamente a conclusão do ensino médio integrado ao curso técnico de mineração contou com a ajuda e paciência de pessoas extraordinárias, dentre as quais agradeço: 
	Em primeiríssimo lugar ao meu Deus, Pai querido e amado, por que sem a sua graça e infinita bondade nada disso seria possível.
	A minha avó, Maria das Dores, que por vezes acreditou mais em mim do que eu mesma, incentivou-me e dia a dia me ensinou o significado da palavra “força” e hoje descansa em paz, certa de que enquanto eu existir nunca esquecerei do amor dela.
	A minha família, minha mãe, Alani e ao meu padrasto, Leandro os quais conviveram comigo diretamente nestes quatro anos de IFPB, me incentivando, ajudando e tendo paciência comigo, e ao meu Pai, Eronides e minha madrasta Raquel, que sempre acreditaram em mim.
	Victor Gabriel, meu namorado e porto seguro, que esteve ao meu lado me incentivando e ajudando a manter o equilíbrio, a paciência e a dedicação a este trabalho.
	A minha amiga, Maisley, que compartilhou comigo as alegrias e as tristezas desta experiência insana que foi o ensino médio.
	E ao meu orientador e professor Dwight Soares, que é uma grande fonte de inspiração para mim, e que durante todo o desenvolvimento deste trabalho foi paciente e me privilegiou com a oportunidade de ser sua orientanda.
“[...] O brilho e peso da joia
Carregam o domínio 
Que o rico exerce 
A cor e a leveza da poesia
Refletem o domínio
Que o poeta sofre 
O diamante, fruto da Terra,
É desculpa para o rico
Manter-se frio.
...” (Saulo Pessalto)”
RESUMO
Este trabalho trata dos diamantes, com enfoque nos aspectos sociais e econômicos de sua produção no Brasil. Os primeiros diamantes do mundo foram encontrados na Índia no século XVII e mantiveram a Índia como líder de produção até 1714 quando descobriu-se diamantes no Brasil, e o mesmo conseguiu desbancar a Índia após 150 anos na liderança do mercado. Apesar de não termos conseguidos manter esse posto, o Brasil ainda possui participação importante neste mercado. As áreas diamantíferas de Minas Gerais e da Bahia são um grande destaque do meio, gerando empregos, desenvolvimento urbano e contribuindo com um valor significativo para o CFEM. E a popularização cada vez maior do diamante no mundo, fez com que se fosse necessário a criação de um mercado legalizado, que deu origem ao Processo de certificação de Kimberley implantado no Brasil em 2003 e em vigência até os dias atuas, tem por objetivo garantir o processo legal da produção de diamantes, garantido que os mesmos não são de procedência ilegal que financiam guerras armadas. Este trabalho portanto trata das informações fornecidas por vários autores que preocupassem de descrever os aspectos gerais, sociais e econômicos do diamantes
Palavras chave: diamantes, produção, aspectos sociais e econômicos, mercado 
ABSTRACT
This article deals with diamonds, focusing on the social and economic aspects of their production in Brazil. The world's first diamonds were found in India in the 17th century and kept India as the production leader until 1714, when diamonds were discovered in Brazil, and managed to topple India after 150 years of market leadership. Although we were unable to maintain this position, Brazil still has an important share in this market. The diamond areas of Minas Gerais and Bahia are a major highlight of the environment, generating jobs, urban development and contributing significant value to CFEM. And the growing popularity of diamond in the world has required the creation of a legalized market, which led to the Kimberley Certification Process implemented in Brazil in 2003 and still in force today, aims to guarantee the legal process of diamond production, ensuring that they are not of illegal origin that finance armed wars. Therefore, this article deals with the information provided by various authors concerned with describing the general, social and economic aspects of diamonds.
Keywords: diamonds, production, social and economic aspects, market
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- seções transversais de depósitos de diamantes aluviais no Rio Jequitinhonha 	7
Figura 2- As setes formas tipicas do diamante	9
Figura 3– Diamante com formas compostas, desproporcionais e geminados 	9
Figura 4- Diamantes em diversas cores	10
Figura 5- Ilustração do modelo D-Z na escala de cores do diamantes	11
LISTA DE TABELAS
 
Tabela 1- Diamantes mais famosos do mundo	5
Tabela 2 - Propriedades físicas, químicas e ópticas do diamante.	8
Tabela 3 - Arrecadação do CFEM de diamante 2019.	18
LISTA DE SIGLAS
USGS- Universidade de pesquisas geológicas dos Estados Unidos 
GIA– Gemological Institute of América
MT- Mato grosso
LTDA- limitada 
ANM- Agencia Nacional de Mineração 
DNPM- Departamento Nacional de Produção Mineral 
CFEM- Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais 
FNDCT- Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
DPA- Diamond Producer Association 
DC- Diamond Corporation 
CSO- Central Selling Organization
SCPK- Sistema de Certificação do Processo de Kimberly
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	1
2. OBJETIVOS	3
2.1. OBJETIVO GERAL	3
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS	3
3. REVISÃO	4
3.1 GENERALIDADES	4
3.2. GEOLOGIA	6
3.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS E ÓPTICAS	8
3.3.2 - Fluorescência e fosforescência	11
3.3.3 – Inclusões em diamantes	11
4. REGIÕES DIAMANTIFERAS DO BRASIL	11
4.2	- Crescimento do espaço diamantífero no Brasil	12
4.3 – Diamante na Região Norte	12
4.4 – Diamante na Região Centro Oeste	13
4.5 – Diamante na Região Nordeste	14
4.6 – Diamante na Região Sul	14
5. MINAS GERAIS E OS DIAMANTES	15
5.2	- Província da Serra do Espinhaço	15
6. QUESTÕES SOCIAIS E ÊCONOMICAS	16
6.1 - Geração de empregos	16
6.2 CFEM	17
6.3 - Garimpos de diamantes e as condições de trabalho.	17
6.4 - A empresa do diamante	18
6.5 - Processo de Certificação de Kimberley	19
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	21
1. INTRODUÇÃO
	O diamante é um mineral constituído por átomos de carbono, organizados em uma estrutura cúbica cristalina, densa, que se forma em condições de alta pressão. Tratando-se dos minerais encontrados na natureza, o diamante classifica-se como o de maior dureza (dez, na escala de Mohs) e pode-se relacionar essa característica as suas propriedades cristalinas únicas. Os depósitos secundários foram vistos como a única fonte de diamantes por muitos séculos e esta visão mudou quando foram encontrados corpos kimberlitos mineralizados na África do Sul em meados de 1870. As pedras encontradas em depósitos secundários costuma ser de melhor qualidade, apresar disto em relação a produção de diamante os depósitos primários são explorados em maior escala atualmente, segundo DALA (2015)
	Os primeirosregistros de diamantes no mundo foram descritos na Índia, e a mesma permaneceu até o século XVII, como o único e principal produtor de diamantes no mundo, segundo o francês Tavernier, nas suas diversas viagens ao Oriente para as minas diamantíferas da Região de Kurnool, na Índia (BARBOSA, 1991).
	Ainda, segundo BARBOSA (1991), no Brasil o primeiro diamante encontrado, foi no ano de 1714, num garimpo na região próxima à cidade de Diamantina. Posteriormente houve várias outras descobertas de minas diamantíferas, todas de depósitos secundários (essa característica estende-se até hoje) pelo o Brasil. E como efeito destas descobertas e respectivamente a exploração deste mineral, o Brasil torna-se o maior produtor mundial de diamantes, desbancado a Índia que manteve esse posto por cerca de 150 anos. 
	Como anteriormente já havia sido falado o diamante é o mineral de maior dureza na Escala de Mohs. Isto significa que o mesmo jamais poderá ser riscado por nenhum outro mineral, e popularmente esta é a característica mais conhecida do mineral. Entretanto essa propriedade é facilmente confundida com tenacidade, pois apesar de ser o mineral de maior dureza, é bastante frágil devido principalmente a sua clivagem octaédrica perfeita. 
A valorização do diamante está relacionada não apenas as suas propriedades e atratividade, mas também ao intenso marketing desenvolvido pelas poucas empresas que comercializam. 
O diamante ocorre em quase todas as cores do espectro visível (incolor, verde, azul, amarelo, vermelho, róseo, etc.) Pode apresentar fosforescência (apenas diamante raríssimos apresentam esta característica) ou fluorescência (DEL REY, 2015).
O Mineral Commodity Sumaries (USGS) principal fonte de consulta das reservas diamantíferas, ainda apresenta dados escassos que se limitam apenas as reservas de diamante brutos para indústria, e segundo ele os países que detêm as maiores reservas são: Congo, Austrália e Botsuana, respectivamente, que agregam cerca de 60% de todas as reservas mundiais industriais. O Brasil, segundo dados de 2007, apresenta 7,6% das reservas mundiais. A partir de dados do Anuário Mineral Brasileiro (2010), os maiores produtores de diamante no Brasil são: Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Paraná e Goiás.
8
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Estudar o diamante de forma geral e a importância da sua extração no aspecto econômico e social.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Estudar os aspectos históricos do diamante
• Conhecer as suas propriedades físicas e ópticas do diamante.
• Analisar os impactos da extração de diamantes no Brasil, e como eles se dão na nossa sociedade.
• Entender o fascínio que o diamante causa nos indivíduos. 
3. REVISÃO
3.1 GENERALIDADES 
Não se encontra no mundo gema mais almejada que o diamante, que desde e Antiguidade é fruto de grande paixão e ambição, o mesmo com o passar dos anos tornou-se a gema mais padrão para as jóias mais valiosas. Pequenos mineradores da Índia, os garimpeiros brasileiros e os trabalhadores das frentes de minas da África do Sul são os responsáveis por difundirem essa paixão milenar em torno do diamante (CHAVES, 2003).
O diamante (do latim adamas) foi descoberto na Índia por volta de 3.500 a.C. em depósitos aluvionares na região de Golconda. E a partir daí se iniciou uma mineração rudimentar de diamantes, conhecida hoje como garimpo. O diamante começou a ser transportado para o Ocidente por meio de caravanas de rotas continentais que passavam pelo Afeganistão, Pérsia (atualmente, Irã), Turquia e finalmente Roma que vivia em regime de monarquia. Plínio, o Velho (23d.C.-79 d.C.) descreve no volume 37 do livro "HistoriaNaturalis" o diamante como a substância de maior valor, e não apenas no meio de pedras preciosas, mas também dentre as riquezas humanas, tendo em vista que durante muito tempo o mineral foi conhecido apenas por reis, e por poucos deles (CHAVES, 2003).
Em 1725 as jazidas de diamante da Índia já se encontravam em estado de calamidade. Acidentalmente descobriu-se diamantes em garimpos de ouro no Brasil, especificamente na Vila Tijuco, em aluviões do Rio Jequitinhonha, região central do estado de Minas Gerais. A procura por ouro e diamante pelos garimpeiros daquela época levou-os a se aventurar pelo interior do Brasil, ainda colônia. Na busca incessante pelas riquezas, eles ultrapassaram os limites do meridiano de Tordesilhas, e desta forma foram essenciais para consolidar e ampliar o território brasileiro e em pouco tempo tornar o Brasil o principal produtor mundial de diamante.
Durante 150 anos o Brasil manteve a posição de maior produtor mundial de diamantes do Ocidente, e por volta de 1867 houve a descoberta de diamante em depósitos aluvionares dos rios Orange e Vaal, no interior da África do Sul, o que provocou grande alvoroço no meio garimpeiro, onde diversos garimpeiros deixaram suas terras se foram até a região africana na busca pela riqueza. A chegada de tais estrangeiros originou rapidamente uma vila, que em pouco tempo foi nomeado de Vila de Kimberley, em homenagem ao lorde Kimberley, o gerente da colônia Inglesa do Cabo (CHAVES, op. cit.).
Em 1781, o diamante foi encontrado na fazenda Koffiefontein em uma área longe de qualquer rio, em um solo amarelo que continuava fornecendo diamantes à medida que as escavações se aprofundavam. Até então não se havia encontrado diamante desta forma. A escavação intensa desenvolveu uma enorme cratera (cava), que posteriormente com a vinda de pesquisados europeus e americanos, constatou-se que se tratava de uma estrutura vulcânica. Estudos posteriores apontaram que se tinha descoberto a fonte primária do diamante. Seguindo aos procedimentos científicos da época, a rocha até então nunca vista, foi denominada de kimberlito, em referência à Vila de Kimberley (CHAVES, 2003).
Nos anos posteriores foram descobertos kimberlitos em outros países africanos, como Angola, Congo, Botsuana, Serra, Leoa, Guiné, Costa do Marfim, Tanzânia, Lesoto, Zimbábue, como também na Rússia, Estados Unidos, Austrália, China, Índia, Brasil, Venezuela, Groenlândia e Canadá. Em 1994, foram descobertos diamantes de qualidade industrial na localidade de Dachine, na Guiana Francesa, com teores maiores que aqueles registrados em kimberlitos. Em 1995 pesquisadores acharam conveniente redefinir o termo kimberlitoe surgiu uma nova categoria diamantífera o orangeíto, aumentando de fato as fontes primárias do diamante. 
Com o passar das décadas o diamante ganhou cada vez mais visibilidade por sua beleza irradiante, raridade, preço entre outras características, e alguns destes diamantes conseguiram nomes importantes pela suas histórias sedutoras. Na Tabela 1, a seguir, listam-se alguns dos diamantes mais famosos do mundo
Tabela 1- Diamantes mais famosos do mundo, segundo SHUMANM (2006)
	Diamante
(nome)
	Localização atual
	Tamanho (ct)
1ct= 0,2g
	Dresden
	Hall Verde, Dresden
	41
	Hope
	Smithosian Institution, Washigton
	45,52
	Cullinan I ou Estrela da África
	Torre de Londres, Inglaterra
	530,20
	Sancy
	Exposto no Louvre, em Paris
	55
	Tiffany
	New York
	128,51
	Koh-i-noor
	Torre de Londres, Inglaterra
	108,92
	Cullinan IV.
	Torre de Londres, Inglaterra
	63,60
	Nassak
	Arábia Saudita
	43,38
	Florentino
	Paradeiro desconhecido
	137,27
3.2. GEOLOGIA
Pode-se dizer que os estudos sistemáticos do diamante iniciaram-se em 1793, na I Conferência Internacional de Kimberlitos, na cidade do Cabo, África do Sul. Com o passar do tempo descobriu-se que o diamante não ocorre apenas em kimberlitos, mas também em lamproitos e orangeitos.
O kimberlito, o lamproitos e orangeitos são rochas vulcânicas oriundas do manto terrestre, sendo os kimberlitos e orangeitos exibindo forma de condutos cônicos alongados que chegam até 2 km de extensão na vertical, divergente ao lamproíto que ocorre em condutos semelhantes a taças, alcançando altura vertical menor que 500m. Áreas em que a litosfera alcança até 200 km de profundidade, são as áreas preferenciais de padrão estrutural de distribuição de kimberlitos.
Comparando a proporçãoentre kimberlitos estéril de diamantes e kimberlitos mineralizados, obtivemos a seguinte proporção: para um corpo mineralizado cem estéreis, e a identificação destes corpos de kimberlitos mineralizados podem ser realizados através do estudo de fragmentos incorporados pelos kimbelitos no manto durante seu processo inclusivo.
Já os diamantes mantélicos forma-se em áreas de profundidades superiores a 1825 km e pressão equivalente a 5GPa, o seu processo de transporte até a superfície se da pelo magma explosivo e rico em voláteis, é um transporte que ocorre rapidamente, já que se não acontecer desta forma pode ser eliminado da rocha antes mesmo de alcançar a superfície.
Os pláceres são acumulações sedimentares que são formadas através de uma concentração mecânica mineral detríticos de valor econômico, estes minerais detríticos são popularmente conhecidos como "minerais pesados" em função de sua elevada gravidade especifica. As gemas, grupo do diamante, têm gravidade especifica entre 4,1 e 2,9 g/cm3, e dentro destas gemas se destaca o diamante que pode concentrar-se em aluviões, mas também em praia e em plataformas continentais.
No Brasil na última década se intensificaram os estudos de pláceres marinhos diamantífero. Essa intensificação pode ser devido à grande importância econômica dos pláceres como hospedeiros de recursos minerais, com o diamante em destaque. Rios como o: Paraguai, Cuiabá, das Mortes, Jequitinhonha (Figura 1) e Itiquira agregam pláceres diamantíferos, e não surpreendente coloca o Mato Grosso, como potência em pláceres diamantíferos, não só pela a sua hidrografia, como pelo condicionamento climático favorável ao intemperismo e como porcentagem da evolução da Bacia do Pantanal.
Os depósitos aluviais no Brasil ocorrem misturados com argila, silte e quartzo em cascalhos depositados em camadas, estes campos aluviais atualmente são as principais fontes de diamantes brasileiros. E estes podem ser subdividos de acordo com a posição estratigráfica que se encontram: os materiais com baixa densidade se situam diretamente no leito rochoso, as unidades superiores sobrepostas na maioria das vezes são os cascalhos, e as últimas camadas, as superiores podem ser denominadas sobrecargas. 
1. Depósitos aluviais de rocha: em questão de intemperismo homogêneo ou variado, o leito rochoso em que esses depósitos descansam pode ser inalterado. Tendo a superfície geralmente com “armadilhas” para os diamantes.
1. Cascalho: os minérios que são cascalhos (de tamanhos variados) tendem a se adequar ao leito rochoso da superfície, mas poder ser descontinuo em certos locais.
1. Sobrecarga: os depósitos que estão sobre os cascalhos podem ser ainda mais espessos, e tipicamente está sobre carga é composta de silte e argila sendo removida antes que a mineração da camada de cascalho pode ocorrer.
 
Figura 1 - seções transversais de depósitos de diamantes aluviais no Rio Jequitinhonha. (DEL REY, 2009)
3.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS E ÓPTICAS
A característica física primordial do diamante é a sua dureza, que na escala de Mohs apresenta valor 10, ou seja, nenhum outro mineral pode riscá-lo. Em contrapartida, é um mineral frágil (quebradiço); possui clivagem octaédrica perfeita segundo {111}.
Em se tratando de valor estético a propriedade de maior importância é o índice de refração, que juntamente a dureza tornam o diamante a gema mais valiosa. Minerais que possuem índice de refração maior ou igual a 1,9 normalmente têm brilho adamantino, que como o próprio nome sugere, é o brilho semelhante ao do diamante.
A faixa espectral, a natureza da luz, a concentração do "centro de cor" entre diversos outros fatores, determinam entre uma grande variedade de cores possíveis do diamante. Eles podem apresentar uma fluorescência ou fosforescência se expostos a luz ultravioleta. A fluorescência é mais comum entre os diamantes e pode influenciar as cores percebidas, já a fosforescência se apresenta em raríssimos diamantes.
Algumas destas características além de valor científico agregam valor comercial, para a o aproveitamento comercial desta gema, além de algumas propriedades que são indicadores inconstantes, e úteis na caracterização das populações de diamantes de diferentes localidades (CHAVES, 2003). A seguir, Tabela 2, apresenta-se algumas propriedades características do diamante.
Tabela 2 - Propriedades físicas, químicas e ópticas do diamante, segundo (CHAVES,2003)
	Propriedades físicas, químicas e ópticas do diamante
	Propriedade
	Descrição da propriedade no diamante
	Dureza
	10 na escala de Mohs
	Clivagem
	Perfeita e octáedrica {111}
	Índice de refração
	N= 2,40
	Diafaneidade
	Transparentes, translúcidos e opacos
	Brilho
	Adamantino
	Dispersão de luz
	≅ 0, 0437
	Sistema cristalino
	Cúbico
3.3.1 - FORMAS COMUNS DO DIAMANTE
Os diamantes que se encontram nas formas puras (Figura 2) são os que apresentam as formas de cubo, dodecaedro, tetrahexaedro, octaedro, trioctaedro, trapezoedro e hexaoctaedro. O reconhecimento destas formas é de suma importância na prática quando se trabalha com diamante na forma pura, que não passaram ainda pelo processo de lapidação.
Figura 2 – As setes formas típicas do diamante (DEL REY, 2009)
Eles também podem se apresentar em formas compostas: formas desproporcionais e como geminados de contato, de interpenetração e múltiplos. É importante reconhecer todas estas formas na prática quando se trabalha com diamantes brutos que ainda não passaram pelo processo de lapidação.
Figura 3– Diamante com formas compostas, desproporcionais e geminados (contato, interpenetração e múltiplo) (DEL REY, 2009)
3.3.2 - COR DO DIAMANTE
3.3.2.1 – Classificação D-Z
A classificação D-Z (Figura 5) foi desenvolvida em 1952, pela GIA – Gemological Institute of America- devido a necessidade de padronizar os diamantes. A falta desse padrão era resultado direto de limitações tecnológicas. Hoje este modelo de classificação é universalmente usado pela indústria de joias e de diamante.
	O sistema consiste em utilizar a luz do dia como um tipo de iluminação padrão de classificação. Segundo este método, os diamantes são classificados de incolores a levemente amarelados, apesar de existir uma infinidade de cores desta gema, que são são as mais frequentes. “O diamante “ideal” recebe a classificação ‘D”, e conforme a cor vai ficando mais amarelada (e consequentemente o diamante vai perdendo o valor) vai sendo rebaixado, assim sendo: "D" a melhor classificação e "Z", a menor classificação.
D, E e F - estes diamante são os mais valiosos e almejados, possuindo uma pequena diferença entre eles, que a olho nu torna-se difícil de identificar.
G, H, I e J - encontram-se neste grupo os diamantes que apresentam uma mínima coloração, e devido a maior facilidade de encontrá-los em relação aos de classe D, E e F, são os mais usados pela indústria de joias.
K, L e M - a partir deste grupo torna-se mais fácil a identificação dos tons amarelos a olho nu.
N, O, P, Q e R - em relação ao valor, este grupo sofre uma grande queda em relação aos citados anteriormente. Possuem uma cor amarelado, algumas vezes até com tons marrons, bastante claros a olho nu
S, T, U, V, W, X, Y, e Z - São os de menor valor devido ao seu tom amarelado muito forte, sendo pouco procurado. 
Figura 5 Ilustração do modelo D-Z na escala de cores do diamantes, disponível emhttps://www.gemsociety.org/article/diamond-color/ / 
3.3.2.2 Diamante Fancy
Os diamantes fancy’s são aqueles com saturação ainda maior que os do grupo Z (na exala D-Z) e são excepcionalmente raros. As propriedades deste tipo de diamante são especificas e por isso são analisadas de forma diferente aos diamantes incolores. A Us National Bureau of Standards, informa que o diamante é a única gema que possui "família" de cores; são elas: verde, azul, roxo, rosa, amarelo, vermelho, marrom cinza preto e branco. 
Vale destacar que os diamantes deste grupo, diferente dos incolores, que são almejados pelo seu brilho e transparência, são valorizados pela intensidade de cor, ou seja, quanto maisescuro melhor.
3.3.2 - Fluorescência e fosforescência
A fluorescência é a emissão de luz visível por um material sujeito a algum tipo de excitação. Nas gemas esse fenômeno acontece pela a exposição à luz ultravioleta. Vale destacar que a fluorescência ocorre apenas durante o período de tempo de excitação do material; se houver prolongação da emissão da luz o fenômeno é chamado de fosforescência, raríssimo em diamantes, onde a luz emitida geralmente tem coloração azul. Até hoje acredita-se que a fosforescência não tem importância na coloração do diamante, já a fluorescência pode influenciar nas cores percebidas.
3.3.3 – Inclusões em diamantes
As gemas 100% puras são de extrema raridade na natureza. As inclusões também chamadas de impurezas são tão visíveis a olho nu quando a cor da gema e o seu brilho. Entretanto, se a inclusão for pequena o brilho do diamante pode disfarçá-la.
As inclusões minerais presentes em diamante é um dos principais indicadores para o reconhecimento da sua gênese. Permite que seja feita uma suposição das fases minerais sob condições termodinâmicas presentes no manto superior da Terra. Para o mercado essa característica possibilita a separação dos minerais naturais dos sintéticos.
4. REGIÕES DIAMANTIFERAS DO BRASIL 
4.1 - Generalidades
Durante cerca de 150 anos, o Brasil foi o maior produtor de diamante do ocidente, onde sua produção era medida principalmente nos depósitos mineiros. O Brasil permaneceu nesta posição até 1867 quando foram descobertos os ricos depósitos do planalto sul africano. (CHAVES, 2003)
No final da década de 1960 houve descobertas de rochas ultrabásicas tipo kimberlíticas no Brasil, na região de Coromandel, Minas Gerias, e posteriormente em outros locais do Triângulo Mineiro, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Piauí. Até hoje se conhecesse muito pouco sobre as ocorrências de kimberlitos e lamproítos no país. Esse fato ocorre por que quase todas as descobertas realizadas foram realizadas por companhias estrangeiras, e a maioria dos corpos que foram descobertos não são mineralizados. Isso significa que apresentam baixos teores para suprir uma lavra racional. (CHAVES, 2003)
4.2 - Crescimento do espaço diamantífero no Brasil
Apesar de que os dados sobre a descoberta do diamante no Brasil variam de acordo com os diversos historiados, a história mais aceitada é que as primeiras pedras de diamante foram encontradas em lavras de ouro da região do serro Frio, que é parte do Espinhaço ao norte de Minas Gerais, no início do século XVIII. E apesar dessa variabilidade da história pode-se ter certeza que 1729, a mineração (o garimpo) de diamantes passou a competir de forma acirrada com a de ouro, que era contrabandeada para a Europa (CHAVES, 2003) 
Após o início dessa garimpagem no Brasil e a descoberta de diamante nas proximidades da região de Diamantina, houve muitas outras descobertas de depósitos diamantíferos que deu a certeza que o país era uma área rica em diamantes de várias montas.
Apesar da grande descoberta de reservas de diamantes no século XVIII, a grande maioria dos depósitos diamantíferos foi descoberto durante o século XX. Descobriram-se então depósitos na área do rio Garças e em Mato Grosso na de fronteira com o estado de Goiás. As popularizações destes depósitos foram a chama inicial para a formação de diversos garimpos, principalmente da Bahia, e tomou grande expansão a partir da década de 1920. A exploração de diamantes em depósitos aluviais iniciou-se um pouco mais cedo, por volta de 1910 no rio Araguaia, e desenvolveu-se grandemente no trecho entre Baliza (GO) e Alto Araguaia (MT).
Em 1937, entre Itupiranga e Jacundá, descobriram-se diamantes do rio Tocantins, e as garimpagens só ocorriam durante os períodos de estiagem, permitindo que em 1950 Marabá se tornasse uma enorme área de comercio de diamantes. Posteriormente, em 1967, o geólogo M. Bardetvisitar e sua equipe descobriram diversas áreas diamantíferas no alto Paranaíba, tendo também descoberto o primeiro kimberlito brasileiro, na região de Vargem (CHAVES,2003) 
4.3 – Diamante na Região Norte
Desde o séc. XX os diamantes são explorados no norte do estado de Roraima. No nordeste deste mesmo estado onde os depósitos situam-se no limítrofe da Venezuela e Guiana, são encontrados diamantes na parte alta da bacia do rio Branco que agrega os rios Tacutu, Maú, Surumu, Cotingo e Quinô, a produção desta área apresenta números poucos expressivos devido a maioria das reservas estarem localizadas em áreas indígenas e assim durante muito tempo a maioria da produção foi destinada ao contrabando.
No Amapá os depósitos ali existentes são de pouca senão nenhuma importância econômica, e no Pará apesar de pouco populares os depósitos desta região são de alto potencial econômico, e ao oeste do estado existe aflorações próximas do rio Tapajós e ao leste no rio Tocantins.
Em relação aos garimpos dessa região (bastante comuns com minério de ouro e diamante) embora pouco deles sejam regulamentados, ainda atraem muitas pessoas. E no Amazonas parte dos índios de Cinta Larga, que residem praticamente em cima de uma jazida de diamante com capacidade de exploração de um milhão de quilate de pedras preciosas por ano, travam uma luta com o governo federal para legalizar os garimpos daquela região e até o de junho de 2019, não obtiveram êxito na luta.
4.4 – Diamante na Região Centro Oeste 
Os diamantes do estado de Rondônia ocorrem na região do Alto Rio Machado, no sudeste nos rios Pimenta Buenos, Rolim de Moura e Riozinho. Há ocorrência de kimberlitos mineralizados no igarapé Franco Pereira que são afluentes do rio Machado, e no noroeste os diamantes destinados à área industrial são extraídos do rio Pacaás Novos.
Ficando abaixo apenas de Minas Gerais, o estado de Mato Grosso assume a posição de segundo maior produtor do país e as regiões diamantíferas dessa área são individualizadas, sendo elas: Juína, Alto Paraguaia-diamantino, Chapada dos Guimarães, Paranatinga, Poxoréu, Alto rio Garças e Alto rio Araguaia. (CHAVES,2003)
Os primeiros diamantes do estado do Mato Grosso foram descobertos na região de Nortelândia-diamantino no final do século XVIII, nos córregos da cabeceira do rio Paraguai. A fonte de diamantes nessa área está diretamente ligada aos conglomerados do Cretáceo Superior, ali designados de Formação Parecis. 
No município de Chapada dos Guimarães os diamantes foram descobertos pouco depois de 1930, sendo estes diamantes são provenientes da erosão de conglomerados fluviais do Cretáceo Superior, os diamantes dessa área devido a boa qualidade garantem uma estabilidade de preço entre US$80-120/ct até US$300/ct. (CHAVES,2003)
Na região de Paranatinga, na década de 1970, a SOPEMI localizou cerca de 80 corpos kimberlíticos, em sua maioria intrusivos em rocha pré-cambrianas da Formação Diamantina do Grupo Alto Paraguai. Provavelmente a fonte dos diamantes é a partir de pipes férteis que ainda não foram localizados.
Por volta de 1932 no Ribeirão Coités, os diamantes começaram a ser explorados nas proximidades do município de Poxoréu, e a disseminação da notícia dessa descoberta fez com que diversos garimpeiros organizados invadissem a área resultando em conflitos que acabaram criando a Reserva Garimpeira de Poxoréu, em 1979. Os diamantes que são ali explorados são considerados os melhores do estado e são principalmente gemológicos, possuindo valores entre US$ 120-150/ct. (CHAVES,2003)
Os diamantes encontrados nos municípios de Tesouro, Guiratinga, Alto Garças e Araguainha, abrangem a região do alto rio Garça, que compreende uma província diamantífera pouco conhecida. Portanto entre os estados de Mato Grosso e Goiás existe uma importante zona no curso do rio Araguaia, que apresenta aluviões diamantíferos espalhados sobre um extenso trecho entre as cidades de Barra das Garças, Aragarças e Alto Araguaia.
4.5 – Diamante na Região Nordeste 
Os estados da Bahia e do Piauí destacam-se nesta região, porém há afloramentos de jazidas de diamantes nos limites dos Estados do Maranhão e Tocantins.
Em 1964, no distrito deGibões no Piauí, foi descoberto diamante, com garimpos distribuídos desde a região de São Dimas, até o norte na região de Boqueirão. Os garimpos desta região operam a seco, e com base em pesquisas desenvolvidas nos anos de 1987 e 1988, mostraram cerca de 1.000 garimpeiros produzindo um total de 1.000 a 2.000 ct/ano (CHAVES, 2003).
Já na Bahia as áreas diamantíferas estão distribuídas em uma região na porção central do estado, que pertence a Província Diamantífera da Serra do Espinhaço, já no extremo sudeste do mesmo. Os diamantes afloram na área do rio Salobro. Neste estado os depósitos de maior relevância econômica são associados à extensa feição geomorfológica conhecida como Chapada Diamantina, que abrange a zona do alto rio Paraguaçu e seus afluentes, e na parte sudeste deste estado o campo diamantífero do rio Salobro abrange uma área restrita, em terras que estão em divisas do rio Pardo e Salobro, no município de Canavieiras.
4.6 – Diamante na Região Sul 
Em questões econômicas, as atividades de garimpo desta região que mais se destacam ocorreram no rio Tibaji, no Paraná, durante a década de 1930 e 1940. Neste período a CPRM e MINEROPAR desenvolveram trabalhos acadêmicos de prospecção com sonda e abertura de enormes catas para lavras experimentais.
O Rio Tibaju, é mineralizado ao longo de 100 km de seu curso, e possui alguns afluentes importantes como o rio Santa Rosa e Barra Grande. O rio das Cinzas, também possui aluviões que são garimpados localmente, desde a proximidade de Tomasina até suas cabeceiras no sul.
Apesar desta concentração de diamantes no Paraná, há pequenas ocorrências no sudoeste de Curitiba, no rio Iguaçu, cujo potencial é ainda totalmente desconhecido.
 5. MINAS GERAIS E OS DIAMANTES
5.1 – Generalidades 
Os primeiros diamantes do continente sul-americano foram descobertos em Minas Gerais, na atual cidade de Diamantina. Esse mineral ocorre em variadas áreas geográficas do estado. Em questões econômicas e comerciais as cidades de Diamantina e Coromandel detêm um monopólio em relação à mineração de diamantes. Entretanto existem diversos outros municípios onde o comércio depende diretamente da mineração de diamantes.
Em Minas Gerais localizam-se a várias áreas diamantíferas importantes, dentre elas: Província da Serra do Espinhaço, Província do Alto Paranaíba e Província do Oeste São Francisco.
5.2 - Província da Serra do Espinhaço 
A Serra do espinhaço é também conhecida como Serra dos Diamantes devido a extração do mesmo. Os diamantes dessa área, seguindo a escala de cor do GIA se enquadram no grupo J K L, e em relação ao grau de pureza estão em uma média de 20% a 75%. A Serra do Espinhaço caracteriza uma sequência geológica com sua porção basal constituída de conglomerados diamantíferos, o chamado "conglomerado sopa'' que de forma geral representa o maior interesse pelos níveis conglomeráticos com diamantes. Nessa área do “conglomerado de sopa”, ocorrem variações paleoambientais na deposição de seu litotipo, que resulta no afloramento de quartzitos finos, às vezes com conglomerados intercalados.
O denominado Conglomerado Sopa aflora sobre uma extensão de área que engloba cerca de 100 km de comprimento, com orientação de norte-sul, que coincide aproximadamente com uma porção essencial da Serra do Espinhaço, que explica a grande distribuição dos depósitos diamantíferos. Os conglomerados destas áreas apresentam algumas peculiaridades, mas que não apresentam mudanças significativas no âmbito de sedimentação. É um depósito que provavelmente resultou do retrabalhamento, pela água, de sedimentos acumulados, e a área de afloramento dos diamantes pode estar relacionada a uma área fonte que não está muito distante do sítio de sedimentação do conglomerado.
O conglomerado de sopa divide-se em quatros principais áreas de afloramento do diamante: São João da Chapada, Sopa-Guinda, Extração e Datas. Por volta de 1850 foram descobertos os primeiros depósitos de diamantes em conglomerado em São João da Chapada, na lavra do Barro. A área de Sopa-Guinda localiza-se a 10 km ao oeste de Diamantes, e detém lavras de pequeno porte.
6. QUESTÕES SOCIAIS E ÊCONOMICAS 
6.1 - Geração de empregos 
A garimpagem é uma atividade extrativa mineral que se caracteriza pelo uso de técnicas rudimentares. O garimpo não gera apenas riqueza, mas ocasiona problemas ambientais e sociais. Normalmente no entorno de garimpos há a criação de vilas, sem nenhuma estrutura urbana. Nessas vilas são criados pequenos comércios que servem de apoio aos garimpeiros, além da proliferação da bandidagem e da prostituição.
De acordo com GONÇALVES & MENDONÇA (2011) durante quase dois séculos os garimpos de Coromandel/MG funcionaram de forma manual, não havendo praticamente divisão do trabalho. Nos últimos anos houve mudanças nas relações de produção e trabalho, com o garimpeiro passando a ser assalariado e o processo de extração de diamante, mecanizado.
	A Bahia é um grande destaque do cenário nacional de mineração de diamantes, com a Mina de diamantes Braúna, a maior mina de Diamantes da América do Sul, desenvolvida a partir de um depósito de kimberlito, comandada pela Lipari Mineração LTDA, situada no munícipio de Nordestina. Emprega diretamente cerca de 300 pessoas do município e algumas de cidades vizinhas. Em seu site a Lipari disponibiliza de uma aba com o seguinte título: "Responsabilidade social", e além do comprometimento com relação a saúde dos empregados e da comunidade, e minimização dos impactos ambientais ali gerados, eles destacam o estimulo à geração de emprego, negocio, renda.
	Em Gilbúes, no extremo Sul do Piauí, o Governo do Estado em dezembro de 2018, investiu cerca de R$95.000.000,00 na extração de diamantes. Em nota no site “cidade verde, o Piauí conectado 24 horas”, o governo garantiu que no mínimo 300 empregos seriam gerados de forma direta e indireta, assim como seria possível que algumas áreas da jazida fossem disponibilizadas para estudantes da área analisarem e desfrutarem de algumas amostras para estudos.
	Vale ressaltar que muitas produtoras de diamantes, no Estado de Mato Grosso e Minas Gerais, ainda se encontram com as atividades paralisadas devido à espera da permissão de lavras garimpeiras e espera-se que após a outorga dessa permissão gere-se no mínimo 750 empregos de forma direta e indireta, segundo o site da ANM, datado de fevereiro de 2019.
6.2 CFEM 
O CFEM,é uma prestação paga à União pelo aproveitamento econômico de determinados recursos minerais nacionais. Foi prevista na Constituição Federal de 1988 e instituída pelas Leis nº 7.990/1990 e 8.001/1990. Esta compensação financeira estabelece alíquotas para sem serem aplicadas conforme a substancia mineral, sendo para o diamante de 0,2%.
A distribuição dessa arrecadação é feita da seguinte maneira: 12% - Destinados a União e distribuídas entre o DNPM, Ibama e MCT/FNDCT; 23% - Repassados ao Estado de origem da extração; 65% - Destinados ao município onde ocorre a extração (e deve ser convertido em infraestrutura, educação, saúde, e outras necessidades municipais). No mês de novembro de 2019 gerou mais de R$ 3.000.000,00 segundo o site da ANM, e como podemos ver na Tabela 3, a seguir:
Tabela 3 - Arrecadação do CFEM de diamante 2019. Disponível < https://sistemas.dnpm.gov.br/arrecadacao/extra/Relatorios/arrecadacao_cfem.aspx> 
	Arrecadação CFEM (24\11\2019)
	ANO\ MÊS
	TOTAL (R$)
	2019 (Em aberto)
	3.757.398.215,93
	Novembro
	10.886.658,31
	Outubro
	493.557.480,85
	Setembro
	410.413.468,69
	Agosto
	387.859.699,00
	Julho
	369.420.383,77
	Junho
	255.276.263,32
	Maio
	720.564.556,78
	Abril
	232.642.303,78
	Março 
	263.118.951,33
	Fevereiro
	317.259.423,92
	Janeiro
	296.399.026,18 
6.3 - Garimpos de diamantes e as condições de trabalho. 
Historicamente os garimpos de diamantes não foram lugares agradáveis para se trabalhar. Por volta dos anos de 1944 a 1950, houve grandes mobilizações de homens para o trabalho em garimpos de diamantes. Em Iguatu Andaraí na Bahia, tal atividade não permitia que as famílias garimpeiraspudessem desfrutar de uma vida estável, tendo em vista que os trabalhos nos garimpos, eram de intensa exploração de mão de obra e relações de trabalho desvantajosas, sem apoio de leis trabalhistas. Além disso, nesse período muitas famílias foram escravizadas por dívidas, que por diversas vezes não tinham fundamentos e nunca cessavam e por isto se perpetuavam de geração a geração. Outros garimpeiros escarparam dessa escravidão por dívidas, ou permaneciam no trabalho mesmo em condições sub-humanas ou se aventuravam na busca por outros trabalhos;
O trabalho de mulheres nesses garimpos, embora muito desvalorizados e com baixa remuneração, era pago em forma de comida, para o alívio da fome das mulheres e de seus filhos. Isso possibilitava que algumas mulheres se lançassem como ‘fornecedoras”. Embora muitas vezes o trabalho de fornecedora se entrelaçasse ao de prostituta, aquelas que optavam por não entrar no mundo da prostituição se desdobravam entre os serviços de casa, os cuidados como os filhos e os serviços de garimpagem. Como esperado, devido à alta e inconstante carga horária de trabalho, essas mulheres tinham de levar seus filhos para os garimpos deixando um gancho para o trabalho infantil garimpeiro.
Hoje o sistema de garimpos está superado em termos econômicos, principalmente devido aos danos ambientais sem perspectiva de recuperação e ao Processo de Certificação de Kimberley. Grandes áreas produtoras de diamantes em Minas Gerais e Bahia, desde 2003 encontram-se em declínio acelerado, devido a um processo de estagnação econômica, por vezes deixando algumas áreas à mercê de pobreza extrema.
6.4 - A empresa do diamante 
O Brasil desempenhou papel histórico importante na indústria de extração e consumo de diamantes. Nos primórdios da descoberta dos diamantes, quando a Índia, até então líder de produção, já se em encontravam em exaustão, o Brasil passou a dominar o mercado, e foi tão ativo que o nível da oferta do produto fez o seu preço despencar em 70% (CHAVES, 2003).
Com o passar dos anos, devido a exaustão de uma grande parte das nossas minas, perdemos a liderança deste mercado. Entretanto ainda desempenhamos um papel de produtor significativo, que mantem seu volume anual na faixa dos milhões de quilates.
A maior parcela da produção de diamantes no Brasil ou no mundo é controlada por uma parcela pequena de empresas mineradoras, que conseguem sustentar o preço sempre alto. As funções de estudar e manter este mercado é monopolizado no Grupo Beer’s, constituído pelas as empresas Diamond Producer Association (DPA), Diamond Corporation (DC) e Central Selling Organization (CSO). 
Olhando para o cenário brasileiro, como anteriormente já foi citado aqui, Mato Grosso, é o segundo maior produtor de diamantes. Segundo o RAL de 2006, as empresas que se destacam no ramo, são: Diagem do Brasil Mineração LTDA e a Chapada Brasil LTDA.
A Diagem Brasil, atua no Brasil em lavras no município de Juína, MT e detém cerca de 14 lavras em ativas de diamantes. A grande estratégia de crescimento dessa empresa é a implantação de plantas pilotos com capacidade para cerca de 45t/h para lavras de corpos kimberlíticos. Já a empresa Chapada Brasil Mineração LTDA, é um empresa australiana, de médio porte, que atua nos Estados do Mato Grosso, mais especificamente no município de Chapada dos Guimarães. Esta empresa movimenta cerca de 5 milhões de toneladas, entre minério e estéril e a usina de beneficiamento movimenta cerca de 200 t/h.
6.5 - Processo de Certificação de Kimberley 
O Sistema de Certificação de Processo de Kimberley (SCPK), segundo site da ANM, foi implantado no Brasil em 2003, tendo como objetivo evitar que diamantes ilegais venham a financiar conflitos armados e desbancar o mercado legítimo de diamantes brutos e foi um importante passo para romper o vínculo e estímulo entre guerras civis e comercialização de recursos valiosos. 
O funcionamento do SCPK, para um país se dá, garantindo que: 
· Qualquer diamante originário do país não financie um grupo rebelde ou outra entidade que tenha como objetivo a destituição de um governo reconhecido pelas Nações Unidas.
· Que cada diamante que se exporte seja acompanhado de um certificado que garanta que cumpre o Processo de Kimberley
· Que não haja diamantes importados ou exportados para um país que não faça parte do SCPK
Atualmente o Sistema de Certificação de Kimberley conta com 46 participantes, dentre eles: Angola, Armênia, Austrália, Bielorrússia, Botsuana, Brasil e Canadá
Esse sistema prioriza que nenhum comércio de diamantes possa ser realizado sem a certificação adequada e infalsificável. Para garantir a autenticidade desse documento ele é emitido por autoridades nacionais e obedece a um padrão internacional. Os países que não são membros do grupo de Kimberley, estão sendo excluídos do mercado legal de diamantes brutos.
Desde que a lei foi implantada no Brasil, houve um expressivo crescimento do mercado de diamantes, segundo o DNPM em 2015. O Brasil contribui com 0,003% de importação e 0,05% em exportação. Os países que contribuem com parcelas maiores são a comunidade Europeia, com 39% e a Índia com 36%.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os estudos bibliográficos realizados neste trabalho levaram-nos a concluir que o diamante é popular pelas as suas propriedades químicas, físicas e mineralógicas, e em especial o brilho adamantino. Foi descoberto na África do Sul, em depósitos secundários, e que hoje devido à exaustão desses depósitos a exploração em maior escala ocorre em depósitos primários. No Brasil, o primeiro diamante foi descoberto em Minas Gerais, no ano de 1714, e posteriormente o Brasil passou a dominar o mercado de diamantes. 
Entretanto a liderança no mercado, custou um preço alto pago por diversos trabalhadores e famílias que trabalharam nos garimpos, em condições sub-humanas, com remuneração baixa e por vezes escravizados por dividas. Algumas mulheres por sua vez, se renderam ao mercado ilegal da prostituição para consumar a venda de diamantes e obterem uma parcela mínima da venda; outras mulheres que trabalhavam no serviço mineiro dos garimpos tiveram de levar seus filhos para o trabalho, e por vezes estes filho iniciavam o mesmo trabalho da mãe ainda na infância.
Mais tarde houve a criação do Processo de Certificação de Kimberley, procedimento legal essencial para garantir que o comércio de diamantes não venha a financiar conflitos bélicos. Apesar de todo o esforço feito por organizações mundiais, para a humanização do trabalho de extração do diamante, esse mercado ainda se monopoliza na mão de poucos empresários.
Entretanto, vale destacar que as mineradoras de diamante do Brasil, vêm gerando bastante emprego nas cidades que operam e nas cidades circunvizinhas. O CFEM arrecadado pela extração do diamante vem crescendo absurdamente nos últimos anos para ser convertido em benefícios para a população.
Para finalizar, compreende-se que os aspectos sociais e econômicos da extração de diamante no Brasil, apesar de traçarem um caminho bastante turvo, são indispensáveis para o progresso da sociedade como um todo, gerando emprego e renda para as populações envolvidas. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. Sistema de Certificação de Processo de Kimberley. Disponível em <http://www.mme.gov.br/web/guest/assuntos-internacionais/processo-kimberley>. Acesso em: 21 nov. 19
ALT, V. A falácia da certificação dos Diamantes de Sangue. 2015. Disponível em: <https://politike.cartacapital.com.br/a-falacia-da-certificacao-dos-diamantes-de-sangue/>. Acesso em: 23 out. 2019
BENITEZ, L. Províncias diamantíferas de Minas Gerais: uma proposta para caracterização de populações de diamantes típica como subsidio a Certificação de Kimberley. 2009. 254 f. Tese (Doutorado) - Curso de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. Cap. 7.
CHAVES, M. L.; CHAMBEL, L. Diamante: a pedra, a gema, a lenda. São Paulo: Oficina de Textos, 2003. 231 p.
COSTA. M.J.; BENVIENDO, A.L. Rochas e Minerais Industriais. CETEM, cap.17. p.375-395,2005. 
DANESE, L. C.; CARLOTTO, M. B. Diamante. Belo Horizonte: Visual, 2010. 20 slides, color.
DEL REY, M. Tudo sobre diamantes. Barueri: Disal, 2009. 222 p.
GONÇALVES, R.J.A.F.; MENDONÇA, M.R. Sonho de garimpeiro é o diamante no Picuá: território e trabalho nos garimpos de diamantes de Coromandel/MG. Revista Pegada, v.12, n.2, p.60-80, 2011.
KING, J. M. (Ed.). Colored Diamonds. Gems & Gemology. Califórnia, p. 17-28
MARTINS. M.L. Mineração: identidade garimpeira e meio ambiente. Associação Nacional de História. XXIV Simpósio Nacional de História, 2007. 10 p.
NANNINI. F.; NETO. I.C.; SILVEIRA. F.V.; CUNHA. L.M.; GUSMÃO. R.O. Áreas kimberlíticas e diamantíferas do Brasil. Serviço Geológico do Brasil, Brasília, v.1, n.13, p.1-33, 2017.
SCHUMANN, W. Gemas do Mundo. Ao Livro Técnico S/A (2ª Edição). Rio de Janeiro, 254p., 1983
SECRETÁRIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL. Sistema de Certificação do processo de Kimberley. Pespectiva Mineral, n.3, p.1-2 2009.
SHANG, P. Diamond Buying and the Four Cs, Part 2. E Gems & Gemology. Disponível em: <https://www.gemsociety.org/article/diamond-color/>. Acesso em: 12 nov. 2019.
SVISERO, D. P.; SHIGLEY, J.E.; WELDON, R. Brazilian Diamonds: a Historical and Recent Perspective. Gems & Gemology, Estados Unidos, v. 53, n. 1, p.2-3, 18 jun. 2016.
SVIZZERO, D. P. As múltiplas facetas do diamante. 71. ed. São Paulo: Revista USP, 2006. p.18.

Continue navegando