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Projeto sobre Garimpo no Brasil

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UNICID – UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO 
Projetos Interdisciplinares 
 
 
 
 
 
 
GARIMPO 
 
 
 
2147559-8 Daiana Nobre Silva 
2111639-3 Gabrielly Carvalho Sofientini 
2112459-1 Glauber Amaral Caldeira 
2129063-6 Letícia Vettori Sversuti 
2085070-1 Yngrid Almeida de Meira Santos 
Profª Orientadora Cíntia Vieira 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
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INTRODUÇÃO 
O Garimpo sempre fora presente no Brasil como agente econômico, sendo 
destaque desde o início do século XVIII. Na região norte do país é muito comum a 
prática legal e também ilegal, sendo também realizadas em territórios indígenas. 
O garimpo legal faz parte da economia do país, fazendo um equilíbrio com os 
danos que essa atividade provoca em seres humanos e aos solos e para ter um 
garimpo dentro da lei é necessário o requerimento do local que será realizado o 
garimpo através da PLG (Permissão de Lavra Garimpeira) que foi instituída em 1989. 
Par isso acontecer deverá entrar no site da ANM e preencher o formulário necessário 
e em até 30 (trinta) dias obterá uma resposta que nem sempre será positiva para o 
trabalho. A pena para garimpo ilegal pode chegar a 6 (seis) anos, mais a multa; e o 
garimpo só pode ser realizado por pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. 
SNG (Sindicato Nacional dos Garimpeiros) nasceu no Governo Getúlio Vargas, 
com o propósito de legalizar as mercadorias exportadas, perante as novas leis de 
exportação. A forma encontrada foi montar uma associação que deu o nome à um 
sindicato nacional para acatar aos garimpeiros. Segundo o Levantamento Nacional 
dos Garimpeiros (1993), apenas 9,19% dos garimpeiros eram sindicalizados e 10,79% 
se organizavam em cooperativas, estando de acordo com a Constituição de 1988. 
Atualmente, o Brasil é um dos 5 (cinco) maiores produtores e exportadores de 
metais e minérios do mundo; 85% da produção é exportada. Mineração e agronegócio 
movimentam diretamente a economia brasileira (Departamento Nacional de Produção 
Mineral – DNPM, 2014). 
Este trabalho tem como o objetivo instruir sobre Garimpo, desde o início até os 
dias atuais, prós e contras dessa atividade, citando também legislações, garimpos 
ilegais e danos para a saúde e meio ambiente. 
 
 
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1. HISTÓRIA E DEFINIÇÃO 
Garimpo é a atividade de exploração, mineração ou extração de metais e 
pedras preciosas do meio ambiente, como o ouro e diamante. Segundo o DNPM 
(Departamento Nacional de Produção Mineral) garimpo é a localidade onde é 
desenvolvida a atividade de extração de substâncias minerais garimpáveis, com 
aproveitamento imediato do jazimento mineral. 
A extração pode ocorrer de forma industrial ou manual, na maioria das vezes, 
utilizam-se, poucos recursos, baixo investimento, equipamentos simples e 
ferramentas rústicas, geralmente ocorrem lavra a céu aberto (figura 1) ou lavra 
subterrânea (figura 2). 
 
Figura 1 – Método de lavra a céu aberto. (Fonte: Centro de Tecnologia Mineral – 
CETEM). 
 
Figura 2 – Método de lavra subterrânea (Fonte: Centro de Tecnologia Mineral – 
CETEM). 
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Segundo o CETEM, os métodos de lavra do garimpo são: 
 Garimpagem manual: garimpagem tradicional de barrancos e catas, apoiada 
por equipamentos rudimentares. 
 Garimpagem de balsa: garimpagem feita com equipamento de operação semi-
mecanizado, onde a extração do cascalho do fundo dos rios é feita com 
“chupadeiras” controladas por mergulhadores. 
 Garimpagem de draga: garimpagem realizada com equipamento de operação 
mecânica. O cascalho do leito do rio é retirado por “chupadeiras” controladas 
por guinchos mecânicos, dispensando a figura do mergulhador. 
 Garimpagem mista: utiliza o desmonte hidráulico do estéril por jatos d’água, 
bombeados através de mangueiras de 2 a 3 polegadas,providas de bicos para 
aumentar a pressão. 
 Garimpagem de ouro primário: em ocorrências de mineralizações primárias, á 
forma de veios em quartzo, o material, após o desmonte feito com explosivo, é 
reduzido utilizando-se britadores de mandíbula e moinho de martelo. A 
recuperação é feita pelos mesmos processos utilizados na garimpagem 
manual. Utilizam os mesmos equipamentos citados na garimpagem mista. 
No Brasil, o garimpo está devidamente permitido a qualquer brasileiro maior de 
18 (dezoito) anos, bem assim as cooperativas de garimpeiros, porém estes têm que 
estar devidamente autorizados pelo órgão governamental competente (DNPM). 
(MIRANDA et al, 1997) 
De acordo com o Art. 55 da Constituição de 1988, “executar pesquisa, lavra ou 
extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão 
ou licença, ou em desacordo com a obtida” leva a pena de detenção de seis meses a 
um ano, e multa; parágrafo único. 
Conforme o art. 70, parágrafo I, da Lei 227 de 1967: 
Art. 70, I - garimpagem, o trabalho individual de quem utilize 
instrumentos rudimentares, aparelhos manuais ou máquinas simples 
e portáveis, na extração de pedras preciosas, semi-preciosas e 
minerais metálicos ou não metálicos, valiosos, em depósitos de 
eluvião ou aluvião, nos álveos de cursos d’água ou nas margens 
reservadas, bem como nos depósitos secundários ou chapadas 
(grupiaras), vertentes e altos de morros; depósitos esses 
genericamente denominados garimpos. 
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O tempo médio da atividade de garimpagem, em períodos contínuos ou não, e 
em diferentes áreas, observou-se que a média nacional não atinge quatro anos, 
situando-se na faixa de dois anos na maioria dos estados do Norte. (MIRANDA et al, 
1997) 
O trabalho no garimpo é muito desgastante para o trabalhador, ao qual é 
exposto aos agentes da natureza e necessita de assistência médica regular. Além 
disso, a maioria dos garimpeiros são trabalhadores braçais, que, que possuem baixo 
grau de escolaridade. Por esses motivos, o garimpo tendem a aparecer envolto por 
relações de informalidade e ilegalidade. (MIRANDA et al, 1997) 
O garimpo começou no Brasil no século 17, onde se iniciou buscas por minas 
de ouro levando o movimentar vários homens para realizar esta atividade que levou o 
Brasil a produzir 50% do total da produção mundial de ouro, totalizando mil toneladas 
de ouro e 3 bilhões de quilates de pedras preciosas (FIGUERÔA, 1994). 
Assim foi gerada uma corrida, trazendo pessoas de outras regiões da colônia e 
Portugal, promovendo mudanças na economia, além de mudanças sociais e políticas, 
levantando a integração territorial. O garimpo também foi o responsável por grande 
parte da ocupação territorial do país, principalmente nos Estados de Minas Gerais, 
Goiás e Mato Grosso. Entretanto, nas explorações que eram feitas, eram utilizadas 
apenas técnicas rudimentares, sem precauções se seguranças que gerou graves 
acidentes de trabalho e problemas de saúde (FIGUERÔA, 1994). 
Já nos anos de 1822 a 1888 (Império), a indústria brasileira contava com 
apenas 20 (vinte) oficinas artesanais e até o fim deste período foi construída uma 
ampla malha ferroviária, além de pequenas usinas de ferro (ABREU, LAGO, 2010). 
As minas foram abertas por iniciativas privadas, chamando atenção de ingleses, 
belgas e franceses para as extrações de ferro e de ouro, o que levou a ativar as antigas 
minas que foram desativadas por falta de segurança. Neste período começaram a ser 
utilizadas novas técnicas, tais como: Perfuratrizes pneumáticas, dinamites, 
escavações subterrâneas, trilhos, pilão para moer o minério e liberar o ouro, 
iluminações e máquinas a vapor. Entre 1824 a 1834 foram abertas 7 (sete) 
companhias inglesas para o garimpo em São José Del Rey (atualmente Tiradentes), 
Sabará e Itabira do Campo, porém as minas entraram em crise e quase em falência 
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por problemas de drenagens em túneis, infiltrações e graves acidentes (LINS, 
LOUREIRO, ALBUQUERQUE, 2000). 
No período da República (1889-1964) teve crescimento econômico (1889) e 
importações de produtos siderúrgicos aumentaram, o que pressionou o governo 
brasileiro a encontrar minérios, sendo encontradasgrandes reservas no Quatrilátero 
Ferrífero. (Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM). 
Em 1930 o país se encontrava num acelerado processo de industrialização. O 
presidente Getúlio Vargas adotou diretrizes nacionalistas e, pressionado pela 
necessidade de substituição de importações, fundou uma sólida indústria de base. 
Houve um grande aumento de mineração (Aço, ferro, carvão) (VILLAS-BÔAS, 1995). 
Em 1941 foi criada a estatal Companhia Siderúrgica Nacional em Volta 
Redonda. 
Na época da Ditadura Militar (1964) houve um acelerado crescimento e levou 
a grandes investimentos na área energética com a construção das hidrelétricas de 
Itaipu e Tucuruí e na energia nuclear em Angra dos Reis. O setor mineral do país se 
tornava cada vez mais internacionalizado, nisso a Companhia Vale do Rio Doce 
(CVRD) se formou no cenário mundial como uma das maiores produtoras e 
exportadoras de minérios do mundo (VILLAS-BÔAS, 1995). Destaque dado para os 
metálicos: Alumínio, Cobre e Zinco. A partir de 1968, a mineração brasileira teve taxas 
anuais de crescimento de mais de 10% (LINS, LOUREIRO, ALBUQUERQUE, 2000). 
Atualmente os destaques do Brasil são: 
 Mineração e lavras tiveram um crescimento de 550% na produção nos últimos 
10 (dez) anos (IBRAM, 2014); 
 No ano de 2014, o Brasil teve uma produção de 36 milhões de euros. O minério 
de ferro responde por 60% das vendas para outros países (IBRAM, 2014); 
 Uma produção que acontece em 3.354 minas, são a céu aberto, de pequeno 
porte e para uma ampla gama de minerais não metálicos, que produzem uma 
gama de 72 substâncias minerais, das quais 23 são metálicas, 45 não 
metálicas e 4 energéticas. (IBRAM, 2014) 
 
 
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2. MALEFÍCIOS DO GARIMPO 
Nos locais que tem ou já tiveram o garimpo as paisagens são modificadas, rios 
têm seus cursos alterados, vegetações são extintas, contaminação no solo, ar e água 
através de metais pesados (por exemplo, o mercúrio). Desabamentos de grutas e 
soterramentos são comuns, e as bombas provocam grandes erupções nas rochas e 
no solo, além de contaminar o local com chumbo. Muitos desses danos são 
irreparáveis. (PENSAMENTO VERDE, 2014). 
O mercúrio é utilizado na extração de ouro, que quando encontrado o 
garimpeiro mistura com o metal para que forme uma espécie de liga (figura 3), 
facilitando a identificação do ouro. Essa liga é queimada duas vezes, despejando 
mercúrio na atmosfera. A inalação do mercúrio pode causar danos aos pulmões, 
cérebro e rins, e ao inalar pode resultar em várias doenças, incluindo a síndrome de 
Hunter (interfere na capacidade do organismo em quebrar e reciclar determinadas 
substâncias), doença de Minamata, entre outras. A Organização das Nações Unidas 
(ONU) apresentou um estudo que aponta a América do Sul, Ásia e África como os 
continentes mais contaminados com mercúrio por causa do garimpo. 
 
Figura 3 – Queima de mercúrio, 2004 (Fonte: Gemas do Brasil) 
Outro exemplo de danos, é a extração de sal-gema (este insumo tem cadeia 
produtiva diversificada como, por exemplo, para a produção de PVC e tratamento de 
água), que em Maceió – AL, é extraído dela Braskem. Em 2019, o Serviço Geológico 
Brasileiro (CPRM) registrou que o solo do bairro de Mutange estava afundando em 
uma velocidade de 27,5 centímetros por ano, causando fissuras no chão e buracos, 
no mesmo ano já havia sido apontado o desmoronamento subterrâneo das minas de 
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sal-gema. Em termos simplificados, a exploração abriu minas no solo, em perfurações 
com centenas de metros, as paredes das cavernas começaram a ceder e desmoronar, 
o que causou instabilidade no solo, com fissuras pelo chão e rachaduras nos edifícios 
(figura 4). Causando tremores na terra e deixou 40 mil pessoas de cinco bairros de 
Maceió sem moradia. (DIÁRIO DO PODER, 2021) 
 
Figura 4 – Rachaduras evidenciam consequências afundamento de solo, no 
bairro de Pinheiros, em Maceió, 2020. (Fonte: Diário do Poder, 2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. ONDE ACONTECE O GARIMPO NO BRASIL 
O Brasil possui mais de 3 mil minas regulamentadas para extração de minérios. 
Essas principais jazidas, estão distribuídas pelas diversas regiões e estados no Brasil: 
Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Norte (Pará, Rondônia e Amazonas) e Centro-
Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Em alguns estados podemos 
destacar a produção de ferro, manganês, cobre e alumínio nos estados do Pará e 
Minas Gerais; e o ouro em diversos estados na região amazônica. Seguindo a figura 
5, é possível observar os estados brasileiros produtores e as substâncias produzidas. 
 
Figura 5 – Localização das principais reservas minerais brasileiras de alumínio, cobre, 
cromo, estanho, ferro, manganês, nióbio, níquel, ouro, vanádio e zinco. (Fonte: 
Agência Nacional Mineral – ANM) 
Quando falamos de garimpo em sua grande maioria por se tratar de uma 
mineração em menor escala, podemos encontrar diversas minas de garimpos ilegais 
que buscam ouro na região amazônica. Conforme uma análise feita pelas 
organizações Hutukara e Seedume com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), 
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através de imagens via satélite, foi constatado um aumento de 30% no ano de 2020, 
deste garimpo ilegal nas Terras Indígenas Yanomamis que ficam localizadas entre os 
estados do Amazonas e Roraima, segundo a figura 6. 
Figura 6 – Mapa do garimpo na TI Yanomami em dezembro de 2020. (Fonte: Serviço 
de Mineração e Geologia – SMIG). 
Na Amazônia, o garimpo ilegal é fortemente praticado. Na bacia do rio Tapajós 
(figura 7), por exemplo, é onde o garimpo mais acontece e representa grande risco ao 
equilíbrio ecológico do bioma. Na região do Tapajós, Amazônia Paraense, no 
município de Jacareacanga, pistas de pouso, ilegais ou não, recebem diariamente 
helicópteros; pistas essas que atraem pessoas do país inteiro atrás de ouro. (BASSO, 
2021) 
De acordo com uma matéria realizada pelo Greenpeace, em setembro de 2020 
foram encontrados 418 garimpos no interior das Unidades de Conservação de Uso 
Sustentável e mais 124 nas Unidades de Proteção Integral. (AGUIAR, 2020). 
 
 
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Figura 7 – Garimpo de ouro na região do Alto Tapajós, na Amazônia paraense. (Fonte: 
Gustavo Basso, 2021). 
O garimpo ilegal ganha espaço em áreas indígenas e o Estado se omite cada 
vez mais, pois mesmo diante de pedidos de socorro e denúncias dos povos indígenas, 
nada é feito. No Pará, Amazonas e Roraima, as terras indígenas Munduruku, Kayapó 
(nas figuras 8 e 9 é possível observar o avanço do garimpo na área de Kayapó) e 
Yanomami são alvos de violência contra os povos e o meio ambiente. (AGUIAR, 
2020). 
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Figura 8 – Garimpo em terra indígena Kayapó, região do Rio Fresco em janeiro de 
2019. (Fonte: Planet Labs). 
 
Figura 9 – Garimpo em terra indígena Kayapó, região do Rio Fresco em julho de 2019. 
As áreas mais claras significam atividade recente. (Fonte: Planet Labs). 
A extração de ouro é proibida por lei em áreas de conservação e territórios 
indígenas, mas isso não impede que sejam retirados cerca de 80kg de ouro 
semanalmente, segundo estimativa dos compradores locais, ouro esse vindo 
principalmente de terras da Floresta Nacional do Crepori e das Terras Indígenas (TI) 
Mundurucu e Sai-Cinza. Segundo cotação de 2020, o grama do ouro sai por cerca de 
R$350, ou seja, são mais de R$ 110 milhões que saem da cidade Jacareacanga 
mensalmente. Hoje vale oficialmente R$ 307, ou R$ 250 nas casas compradoras de 
Jacareacanga. (BASSO, 2021) 
Os salários acima da média de garimpeiros e operadores de máquinas, faz com 
que os valores das currutelas, vilas onde os garimpeiros vivem, sejam bastante 
inflacionados, cerca de 20% a mais do que em uma capital como São Paulo; porém, 
toda a riqueza parece não significar qualidade de vida, já que segundo o último ranking 
de Índice de Desenvolvimento Humano, Jacareacanga está entre os 51 piores 
municípios, de 5565 municípios brasileiros.(BASSO, 2021) 
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O meio ambiente é atingido de forma mais ampla pelo garimpo ilegal, pois além 
do desmatamento (gráfico 1), a contaminação por mercúrio é extremamente 
prejudicial aos povos ribeirinhos da Amazônia, que se alimentam dos peixes (que são 
concentradores naturais de mercúrio), assim causando contaminação nos ribeirinhos; 
quando o mercúrio é acumulado no corpo humano, causa-se uma série de efeitos 
prejudiciais nos rins, fígado e sistema nervoso. Ou seja, além do garimpo ilegal ser 
um problema ambiental, tornou-se um problema de saúde pública. (AGUIAR, 2020) 
 
Gráfico 1 – Desmatamento na Amazônia entre os anos 2015 (agosto) e 2020 (julho). 
Fonte: TerraBrasilis, Dashboard de Avisos Deter, Amazônia Legal, agregados 
mensais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A área de garimpo altera o meio ambiente de forma prejudicial e significativa. 
Tanto o processo de extração mineral quanto o de deposição de rejeitos, modifica a 
estrutura do terreno onde está sendo desenvolvida a mineração. 
Outro fator preocupante é com relação à saúde dos moradores próximos da 
área do garimpo, devido à contaminação pelo mercúrio nos lagos (antigos barrancos), 
que ao entrar na cadeia trófica promove a biomagnificação através dos peixes, 
chegando à população pelo consumo desses organismos aquáticos contaminados, ou 
até mesmo do consumo da água pelas populações próximas as áreas de garimpo. 
Como podemos ver, o garimpo gera grande impacto ao meio ambiente. Porém 
esse ambiente pode ser reestruturado, limitando assim o impacto ambiental a um certo 
período. Esse processo de reestruturação se daria desde o primórdio do processo de 
planejamento, durante a exploração até um período após o término da atividade 
mineral do local, mas nos garimpos ilegais isso não acontece. 
Torna-se, portanto, cada vez mais urgente a conscientização da população 
quanto à extração e uso de qualquer mineral, levando em conta primeiramente o meio 
ambiente, bem como a atenção dos órgãos governamentais com a condição de vida 
e trabalho das populações dos garimpos e áreas afins, tanto no que diz respeito ao 
desenvolvimento humano da população como de segurança e infraestrutura nas 
regiões prospectivas afins de que tal atividade possa ser mantida, já que se trata de 
uma atividade econômica de grande valor, e por séculos abandonada à própria sorte 
marginalizada pelo próprio estado que deveria, ao contrário do que realmente ocorre 
acompanhar mais de perto a atividade econômica, o Controle ambiental da área e o 
bem- estar da população. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
AGUIAR, Danicley de. Garimpo na Amazônia: um problema de todos nós. 
Greenpeace, 2020. Disponível em: <https://www.greenpeace.org/brasil/blog/garimpo-
na-amazonia-um-problema-de-todos-nos/>. 
ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO: principais substâncias metálicas. Agência 
Nacional de Mineração: coordenação técnica de Marina Dalla Costa. Brasília: ANM, 
2020. 30p. 
ASSOCIAÇÃO WANASSEDUUME YE’KWANA: Hutukara Associação Yanomami. 
Instituto Socioambiental. Cicatrizes na Floresta: Evolução do garimpo ilegal na Terra 
Indígena Yanomami (TIY) em 2020. Disponível em: < Fonte: 
https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/cicatrizes-na-floresta-
evolucao-do-garimpo-ilegal-na-ti-yanomami-em-2020> 
BASSO, Gustavo. Por dentro da capital do garimpo ilegal de ouro da Amazônia. 
National Geographic, 2021. Disponível em: < 
https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2021/03/por-dentro-da-
capital-do-garimpo-ouro-ilegal-da-amazonia>. 
BRASIL. Constituição (1988). Lei 227 de 1967, art. 70, parágrafo I. Lex: legislação 
federal. 
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Sumário Mineral. Brasil: 
Brasília. 2014. 
Diário do Poder. Desastre da Braskem em Maceió foi a maior tragédia que o Brasil 
já evitou, conclui o CNJ. Redação. 2021. Disponível em: 
<https://diariodopoder.com.br/justica/desastre-da-braskem-em-maceio-foi-a-maior-
tragedia-que-o-brasil-ja-evitou-conclui-o-cnj> 
FIGUERÔA, Silvia F. de M. Mineração no Brasil: aspectos técnicos e científicos de 
suas histórias na Colônia e Império (séculos XVIII – XIX). América Latina en la Historia 
Económica, v. 1, n. 1, p. 41-55. 1994. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). Produção Mineral Brasileira. 
Brasil, 2015. Disponível em: <http://www.ibram.org.br/>. 
LINS, Fernando Antonio de Freitas; LOUREIRO, Francisco Eduardo de Vries Lapido; 
ALBUQUERQUE, Gildo de Araújo Sá Cavalcanti. Brasil 500 anos. A construção do 
Brasil e da América Latina pela Mineração. Rio de Janeiro, CETEM/MCTI. 2000. 
MIRANDA, Jocy et al. Atividades garimpeiras no Brasil: aspectos técnicos, 
econômicos e sociais. Rio de Janeiro: Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), 1997. 
Pensamento verde. O impacto ambiental causado pelo garimpo no Brasil. 
Redação Pensamento Verde. 2014. <https://www.pensamentoverde.com.br/meio-
ambiente/impacto-ambiental-causado-garimpo-brasil/>

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