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Prospecção de Diamante A pesquisa ou exploração de diamante é uma atividade de alto risco financeiro, que requer grandes investimentos e um compromisso de longo prazo para se alcançar à devida recompensa econômica. Deste modo, somente grandes e experientes empresas em geral se comprometem e se arriscam nesta área. Prospecção de Diamantes: Primários Secundários Prospecção de Diamantes Primários Kimberlito Lamproito Esquema idealizado da morfologia de um pipe kimberlítico, incluindo suas três zonas ou fácies características e os níveis atuais de erosão a que estão submetidos alguns dos mais conhecidos kimberlitos sul-africanos (simplificado de Hawthorne, 1975 – kimberlito, e Atkinson et al., 1983, in Gonzaga & Tompkins, 1991 – lamproito). Prospecção Mineral Geoquímica O método geoquímico usado na exploração mineral do diamante baseia-se principalmente no reconhecimento de minerais indicadores da presença de diamante. Os minerais pesados são muito mais abundantes do que o diamante, mais ocorrem associados com ele, nos kimberlitos e lamproítos erodidos. Por isto, na prospecção do diamante, analisamos amostras para estes minerais indicadores, muito mais do que inicialmente para o próprio diamante. Prospecção Geoquímica 1º. Coleta de amostras de solos, tilitos, sedimentos de corrente e rochas. 2º. Processamento cuidadoso afim de se separar os minerais pesados que são inspecionados grão por grão. 3º. Determinação dos espécimes e a abundância destes minerais indicadores e se há diamantes presentes. Obs: Os minerais indicadores também são denominados de Minerais Satélites. MSK = Minerais Satélites de Kimberlitos. Metodologia: 4º. Reconhecimento dos mecanismos e das direções de transporte destes materiais. Localização da fonte dos kimberlitos ou lamproítos e identificação de depósitos aluviais de interesse econômico. 5º. Grãos individuais dos minerais indicadores são analisados e através das informações coletadas podemos determinar a que temperatura e pressão eles foram formados. E se estas temperaturas e pressões coincidirem com as pressões e temperaturas de formação do diamante, então é altamente provável que o kimberlito/lamproíto fonte possa conter diamante. Exemplos de minerais indicadores da presença de diamantes: Prospecção Mineral - Geofísica A técnicas geofísicas são usadas para localizar os corpos rochosos de interesse, mas não dão informações quanto ao conteúdo de diamante deles. Feições magnetométricas (anomalias) circulares possivelmente refletindo a presença de kimberlitos e lamproítos podem ser investigadas então para se verificar a presença de minerais indicadores. Prospecção Geofísica Por causa de sua origem especial de profundidades da terra, eles são distintivamente magnéticos e condutivos. Estas propriedades podem ser medidas a despeito destas rochas ocorrerem aflorando ou cobertas por solos, outras rochas ou por água. Vários métodos elétricos (EM, resistividade) aéreos e de chão são excelentes ferramentas para a detecção de kimberlitos/lamproítos. Obs: em geral, argilas, particularmente a esmectita, produzida durante o intemperismo de lamproítos são condutivas; e então produzem uma forte anomalia de resistividade negativa. Prospecção Mineral Sondagens São os passos finais e mais caros da exploração mineral. Fornecem amostras de fragmentos, lascas e testemunhos das rochas da superfície da terra que são perfuradas ou sondadas e servem para a melhor delimitação do “pipe”. As amostras obtidas podem ser submetidas às análises: petrográficas, abundância de minerais pesados, química de elementos traços e datações radiométricas. Os dados coletados das análises das amostras de sondagens são usados na avaliação de reservas do depósito mineral. Diamante: Ocorrências no Brasil As maiores jazidas do mundo são da África do Sul, Rússia, da Austrália. O Brasil possui apenas grandes reservas. Atualmente, o Brasil não tem grande expressão na produção de diamantes, apesar de possuir inúmeras reservas importantes Porém no Brasil, os depósitos estão distribuídos em Províncias, tendo como seis principais: Localização Esquemática dos Depósitos Diamantíferos do Brasil E A G M J R Prospecção de Diamantes Primários Mais de 1.000 Kimberlitos descobertos desde 1966. Menos de 5% estão localizados dentro de crátons. Depósitos Diamantíferos Secundários Mapa de Depósitos Secundários no Brasil. Não há registro de produção de diamantes no Brasil, até hoje, oriundos de depósitos primários (kimberlitos). Todos os depósitos são secundários, restritos a aluviões, coluviões, terraços, geologicamente antigos ou recentes Mato Grosso Minas Gerais Rôndonia Paraná Goiás Piauí Bahia Amapá Roraima Alguns dos principais municípios exploradores de diamante no Brasil. As primeiras notícias da existência de diamantes chegaram-nos de Minas Gerais em 1729. As maiores concentrações são nas bacias hidrográfcas dos rios Jequitinhonha e Paranaíba e em menor escala nas bacias dos rios São Francisco, rio Grande e rio Doce. Para além de Minas Gerais, também foram encontrados diamantes na Baía em 1732, mas não se chegaram a explorar porque se receava a concorrência com as outras minas. Também na região de Mato Grosso se descobriram jazidas de diamantes por exploradores de ouro já no fnal do séc. XVIII, na cidade de Diamantino, mas o governo português proibiu a exploração devido ao monopólio e pelo difícil acesso da região. Em Goiás temos depósitos diamantíferos explorados desde meados do séc. XIX, mas nenhum alcançou produção substancial ao longo de todo período. Ao sul do estado estão os principais depósitos, que fazem parte da Província Mato Grosso/ Goiás, e se encontram nas cabeceiras dos rios Verde Claro e Veríssimo. No estado de Rondônia, diamantes ocorrem na região do alto Machado ou Ji-paraná, além de drenagens da bacia do alto rio Roosevelt. Alguns dos principais municípios exploradores de diamante no Brasil. O estado de Tocantins apresenta ocorrência no rio Tocantins. A nordeste deste mesmo estado, nos ribeirões Pau Seco e Arraias (município de Filadélfa) e no ribeirão das Lajes (município de Wanderlândia) estão as principais áreas garimpeiras. Em Roraima os diamantes são explorados no extremo nordeste do mesmo, com depósitos espalhados nos limites entre a Venezuela e entre a Guiana, na bacia do rio Branco, como também na Serra do Tepequém. Já no Amapá, depósitos do rio Vila Nova são de pouca importância econômica, e segundo Gonzaga & Tompkins (1991) foram originados da erosão de conglomerados do Grupo Vila Nova, podendo ser de grande interesse geológico se esse fato for comprovado. Em Piauí, as principais ocorrências estão distribuídas desde o município de Monte Alegre do Piauí até o unicípio de Gilbués. Nos garimpos de Coromandel (MG) foram encontrados 15 entre os 20 maiores diamantes brasileiros, razão de a cidade ser conhecida, mundialmente, como a "Terra do Diamante". A exploração de diamante é a atividade mais antiga do município e atualmente emprega, informalmente, cerca de 3 mil garimpeiros. Depósitos Secundários: Brasil - depósitos Quaternários sobre rochas sedimentares e metamórficas de idades variadas MESOZÓICO: Juína (Cretáceo) Coromandel (Cretáceo) PALEOZÓICO: Grupo Itararé (Tibagi) – Diamictitos Fm. Aquidauana (Carbonifero) – Conglomerados PROTEROZÓICO: Formação Sopa Brumadinho – Diamantina – Conglomerados Formação Tombador – Bahia – Conglomerados 5000 Existem mais de 5000 Kimberlitos descobertos no mundo. 1000 Menos de 5% dos kimberlitos descobertos contem diamantes 50 Só 1% dos kimberlitos conhecidos têm teores econômico VOCÊ SABIA? VOCÊ SABIA? A produção de diamantes no Brasil equivale a menosde 1% da produção mundial. Isso deve-se ao fato de que muitas minas, com grande potencial diamantífero, foram fechadas por iniciativa do governo Isso para que haja uma preservação do patrimônio nacional, já que a maioria dessas minas estão localizadas em terrenos de cidades com patrimônio histórico e de reservas indígenas. MERCADO NO BRASIL E NO MUNDO Principais produtores mundiais África do Sul, Austrália, Rússia, Canadá, Botsuana, Namíbia, Angola, Zaire e Gana. Outros produtores: Índia, Tanzânia, Namíbia, Borneo, Tanganica, Brasil e Austrália. DIAMANTE NO BRASIL Principais Produtores Nacionais Os principais produtores nacionais são os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Com participação menos expressiva de estados como o Paraná e Bahia. Houve uma queda de aproximadamente 41% na produção de diamante de 2005 para 2006, em função da proibição da exportação de diamantes brutos, no período de fevereiro a setembro de 2006. A produção brasileira de diamante bruto (indústria e gema) em 2006 foi de 181.350 ct. Mato Grosso - 96,4% Minas Gerais - 3,4% Goiás - 0,2% No ano de 2006, as empresas que mais produziram diamante foram: Chapada Brasil Mineração Ltda - Chapada dos Guimarães (MT) - 10.312 ct; S.L. Mineradora Ltda – Juína (MT) - 8.457ct; Mineração Rio Novo Ltda - Diamantina (MG) - 5.514 ct. A maior parte da produção brasileira é de garimpagem. Em 2006, as áreas de garimpagem produziram, só em Juína (MT), cerca de 151.000 ct (84% da produção brasileira). Principais empresas nacionais Preço FOB é uma expressão muito utilizada em cotações internacionais de mercadorias. Esta abreviação de três letras quer dizer Free On Board que traduzindo para a nossa língua seria preço Livre a Bordo. Como assim? O FOB é o mais utilizado dos 13 termos do INCOTERMS - International Commercial Terms / Termos Internacionais de Comércio, versão 2000. Este termo representa o preço ofertado cobrindo todas as despesas e riscos do produto até que este ultrapasse a murada (extremidade) do navio no país de embarque, sem a contratação do frete internacional. O Processo de Kimberley Introdução - A produção de diamantes no mundo atingiu cerca de 163 milhões de quilates em 2008, correspondendo a US$ 13 bilhões de doláres. - Sendo que parte desta produção é proveniente de países africanos que sofrem forte instabilidade política, inclusive com controle de grupos armados. - Então, Para combater a ação do comércio ilegal de diamantes brutos, incentivado por grandes grupos consumidores dessa gema, para os quais eram interessante a manutenção das guerras civis nos países onde se localizavam os depósitos de diamante, a África do Sul convidou todos os países e atores econômicos e sociais para uma reunião em Pretória, em maio de 2000. - O produto resultante desta primeira reunião foi o chamado Sistema de Certificação do Processo de Kimberley – SCPK ou simplesmente Processo Kimberley – PK. - Onde o foram estabelecidas algumas medidas para desenvolver boas práticas entre os países, visando evitar o contrabando de gemas financiadas pelas guerras civis na África. - As medidas visavam principalmente controlar a origem das gemas exigindo que toda e qualquer remessa de diamantes brutos deverá ser acompanhada de um certificado de origem, resistente à adulteração e à falsificação. - Junto a outras medidas como, por exemplo os países Participantes deverão enviar um Relatório Anual acerca da execução Processo Kimberley ao longo do ano, entre outras medidas. - Exemplo do Certificado do Processo de Kimberley do Brasil Quadro : Países participantes do SCPK (2008) - As grandes empresas mundias A principal delas continua sendo a De Beers Consolidated Mines Ltd. Embora as estatísticas desse mercado não sejam muito confiáveis, acredita-se que cerca de 40% do mercado seja controlado pela gigante sul-africana. As outras grandes empresas desse privilegiado Cartel são a Alrosa, da Rússia, a angolana Endiama, e as companhias inglesas BHP Billiton e Rio Tinto. Ao todo, essas 5 empresas concentram a quase totalidade da produção mundial de diamantes. -As grandes empresas estrangeiras no Brasil Diamantes brutos: produção mundial – 2008 Diamantes brutos: valor da produção mundial – 2008 Sobre a crise econômica e o mercado de diamantes - o agravamento da crise econômica global impactou fortemente o mercado internacional de diamantes. - Onde a instalação de um ambiente recessivo no comércio global, continua impactando a demanda e os preços do diamante nos principais mercados consumidores mundiais, sendo que a Bélgica mantém hegemonia nas importações de diamantes. -Crise econômica internacional: manchetes jornalísticas sobre o mercado de diamante Diamante: Índice de preço (Diamond Index – 2008) Sobre as Perspectivas de Mercado - partir de meado de 2009, torna-se evidente a propensão dos mercados em a acreditar que as “coisas” estão começando a voltar ao normal, apontando sinais de recuperação da economia de vários países e saída da recessão do comércio global -No entanto, alguns analistas de mercado advertem que o ambiente ainda é obscuro e o clima de incerteza não se dissiparam, o que tornará os comerciantes e os investidores mais conservadores. Kimberlito Canastra-1 Introdução Pesquisa em fontes primárias – 1960 – Criação da SOPEMI. 1969 – Descobertos os primeiros corpos Kimberlíticos em Coromandel (MG). Até 1980 foram descobertos mais de 100 corpos kimberlíticos – Nenhum com teores econômicos. 1974 a prospecção aluvionar, através de minerais indicadores levou a descoberta do kimberlito Canastra-1. Kimberlito Canastra-1 Desde 1937 são conhecidas ocorrências dentríticas. 1974 através da prospecção aluvionar descobrimento do kimberlito Canastra-1 pelo grupo francês BRGM. Pesquisas voltadas para o setor NW, com teores desprezíveis. 15 anos – pesquisas no setor SE pela DE BEERS, com a escavação de seis poços descobriu grandes teores de microdiamantes. Localização Próximo ao escarpamento da Serra da Canastra, região do alto São Francisco, 7 km a oeste do vilarejo de São José da Barreira, município de São Roque de Minas. Localização Localização Contexto Geológico Descrição do Corpo Intrude rochas do Grupo Canastra, segundo o trend regional de fraturamento N60W. Composto por dois corpos principais, separados por aproximadamente 40 m. O Corpo NW possui área de 8.000m e o corpo SE possui 10.000m. Composição diferente: NW homogêneo; SE heterogêneo. A curta distância entre ambos, faz pressupor que se juntem em profundidade, fazendo parte de um mesmo corpo. Descrição do Corpo Descrição do Corpo Métodos Prospectivos Campanha de prospecção aluvionar – Minerais indicadores de diamante – piropo cromífero, ilmenita magnesiana e diopsídio. 6 poços de pesquisa nas margens do córrego Cachoeira. Sondagem rotativa. Amostragem em grande volume – pois o diamante não se distribui de maneira homogênea pelo corpo. Dados econômicos A lavra experimental feita pela SAMSUL: - 15.000m3 de rocha foram tratados. - 2.300.000 t de rocha - teor médio encontrado foi de 16ct/100t Um dos diamantes mais valorizados do Brasil, com cifras na ordem de US$ 180 – 200 /ct 80% para cristais gemológicos e 20% chips industriais. Considerações Finais Marco na geologia econômica do país, pois foi a primeira fonte primária de diamante encontrada no país. Novas perspectivas à prospecção de novos corpos na região, bem como pesquisas adicionais nos corpos já conhecidos.
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