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Eixo cardíaco e desvio de eixo - Guyton

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RESUMO TRATADO DE FISIOLOGIA: 
GUYTON 
 
Eixo elétrico médio do QRS ventricular – 
eixo cardíaco 
 
A direção predominante dos vetores dos ventrículos 
durante a despolarização ocorre em direção ao 
ápice do coração. Isto é, durante a maior parte do 
ciclo de despolarização ventricular, a direção do 
potencial elétrico (negativo para positivo) é da base 
dos ventrículos para o ápice. O eixo cardíaco, então, 
é a média dos potenciais de ação que atravessam 
os ventrículos – de -30° a +90° é o normal em 
corações saudáveis – vetor resultante de 
despolarização dos ventrículos no eixo frontal. O 
eixo elétrico médio dos ventrículos normais é de 
+59º. 
 
Condições Ventriculares Anormais que 
causam Desvio de Eixo 
 
1. Mudança da Posição do Coração no 
Tórax: Se o coração está angulado para a 
esquerda, desvio de eixo para a esquerda. 
Esse desvio ocorre, por exemplo: ao final de 
expiração profunda; quando a pessoa se 
deita e em pessoas obesas. Analogamente, 
a angulação do coração para a direita causa 
o desvio do eixo para a direita. Esse 
descolamento ocorre: ao final de inspiração 
profunda; quando a pessoa se levanta; e em 
pessoas altas e longilíneas; 
2. Hipertrofia de um Ventrículo: Quando um 
ventrículo apresenta hipertrofia acentuada, o 
eixo do coração é desviado na direção do 
ventrículo hipertrofiado por duas razões. 
Primeira, existe uma quantidade maior de 
músculo no lado hipertrofiado do coração, e 
isso faz com que ocorra geração maior de 
potencial elétrico nesse lado. Segunda, o 
ventrículo normal é despolarizado muito 
antes que o ventrículo hipertrofiado, e essa 
situação causa grande vetor do lado normal 
do coração para o lado hipertrofiado, que 
permanece com forte carga positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Bloqueio de Ramo Causa Desvio de Eixo: 
Normalmente, as paredes laterais dos dois 
ventrículos se despolarizam quase ao 
mesmo instante. Como resultado, os 
potenciais gerados pelos dois ventrículos 
quase se neutralizam mutuamente. 
Entretanto, se um dos maiores ramos dos 
feixes estiver bloqueado, o impulso cardíaco 
se espalhará pelo ventrículo normal muito 
antes do que pelo outro. Assim, a 
despolarização dos dois ventrículos não é 
simultânea, e os potenciais de 
despolarização não se neutralizam 
mutuamente, causando desvio de eixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltagem Aumentada nas Derivações 
Bipolares Padronizadas dos Membros 
 
Em condições normais, as voltagens nas três 
derivações bipolares padronizadas dos membros, 
medidas do pico da onda R ao fundo da onda S, 
variam entre 0,5 (III) e 2,0 (II) milivolts. Quando a 
soma das voltagens de todos os complexos QRS 
nas três derivações é maior que 4 milivolts, o 
paciente apresenta ECG de alta voltagem. Causa 
frequente é aumento da massa muscular do coração 
– mais músculo gera mais eletricidade em volta do 
coração. Como resultado, os potenciais elétricos, 
registrados nas derivações eletrocardiográficas, são 
muito maiores que os normais. 
 
Voltagem Diminuída Causada por Miopatia 
Cardíaca 
 
Uma das causas mais comuns de voltagem 
diminuída do complexo QRS é a série de antigos 
infartos miocárdicos que resultam em massa 
muscular diminuída. Essa condição clínica também 
faz com que a onda de despolarização se espalhe 
de forma lenta pelos ventrículos e impeça que 
grandes porções do coração fiquem maciçamente 
despolarizadas ao mesmo tempo. 
Consequentemente, essa condição causa 
alargamento do complexo QRS, além da diminuição 
de voltagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltagem Diminuída Causada por 
Condições Circundantes do Coração 
 
Uma das causas mais importantes de voltagem 
diminuída nas derivações eletrocardiográficas é a 
presença de líquido no pericárdio. Como o líquido 
extracelular conduz as correntes elétricas com muita 
facilidade, grande proporção da eletricidade gerada 
pelo coração é conduzida de uma parte do coração 
para a outra pelo líquido pericárdico. Assim, essa 
efusão efetivamente produz “curto-circuito” dos 
potenciais elétricos cardíacos, diminuindo as 
voltagens eletrocardiográficas que atingem as 
superfícies externas do corpo. O derrame pleural 
menos frequentemente também pode criar “curto-
circuito” da eletricidade em volta do coração. No 
enfisema pulmonar, a condução da corrente elétrica 
pelos pulmões é muito diminuída por causa da 
quantidade excessiva de ar nos pulmões. Além 
disso, a cavidade torácica aumenta, e os pulmões 
tendem a envolver o coração em maior grau que o 
normal, agindo como isolantes para impedir a 
dispersão da voltagem elétrica cardíaca para a 
superfície do corpo.

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