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RASCUNHO PARA AULA DE TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA II 21/10/2021 – Lugar de fala, raça, racismo e trajetórias 
LIVRO: ENSINANDO A TRANSGREDIR – bell hooks
p. 9 – 24; p.37-63
- quem é bell hooks? Seu nome de batismo é Gloria Jean Watkins 
-Nasceu em 1952 no estado de Kentucky no sul dos Estados Unidos e hoje ela tem 69 anos
-adotou o pseudônimo bell hooks em homenagem a sua avó Bell Blair Hooks que era uma mulher conhecida dentro da família por não temer em dizer a verdade e então para trazer esse legado consigo decidiu adotar este nome
- As letras minúsculas para com sua assinatura também fora uma escolha pensada, seu objetivo era que focassem no seu conteúdo e nas ideias que ela queria transmitir e não na pessoa bell hooks
- na introdução, hooks conta que seu sonho sempre foi ser escritora e não professora. Mas para meninas negras dos anos 50 do Sul dos EUA só haviam três opções: casar, ser empregada doméstica/faxineira ou ser professora.
-o livro Ensinando a transgredir foi publicado em 1994 e faz parte da chamada trilogia do ensino de bell hooks 
-Em ensinando a transgredir destaca-se a inspiração de Paulo Freire em suas reflexões. Repetidas vezes bell hooks narra como o seu encontro teórico com o educador brasileiro foi uma espécie de epifania, especialmente quando ela se torna professora. Isso explica-se devido ao seu desejo de construir práticas pedagógicas democráticas que valorizem a diferença, sem fugir dos conflitos, mas fundadas no respeito à dignidade humana. 
- Ela fala muito de auto-atualização. Autoatualizar-se significa ensinar ao aprender e aprender ao ensinar, como sugere Freire. Para hooks, a autoatualização é o que faz com que abandonemos o desejo de dominar e buscarmos criar um ambiente educacional realmente emancipador, de modo que “os professores que abraçam o desafio da autoatualização serão mais capazes de criar práticas pedagógicas que envolvam os alunos, proporcionando-lhes maneiras de saber que aumentem sua capacidade de viver profunda e plenamente.”
2 perguntas propostas pelo Fábio que tem que responder sobre essa leitura: 
1) contribuições para a historiografia e para o debate historiográfico
2) Histórias de vida, parcialidades, trajetórias pessoais participam, permitem e possibilitam conhecimento, práticas de liberdade, “ensinam a desaprender”? Valorizar o que cada aluno já sabe e ensinar dialogando com a vivência do aluno para que este aluno possa fazer conexões do que está sendo falado com o que ele já vivenciou/viu/vê/experimenta
ex: eu mulher negra ensinando para meu pai, homem branco, sobre feminismo negro 
pra estimular que ele entenda como a mulher negra é vista na sociedade pergunto pra ele se no trabalho dele, ou seja no dia a dia dele, existem mulheres negras em cargos de alta autoridade e/ou bons salários, prestígio social. Com a resposta dele, explico que a mulher negra sofre com 2 tipos de opressão, a de gênero e a racial e muitas vezes, opressão pela classe econômica que ela está. Então fica claro porquê mulheres negras não chegam “lá” simplesmente porque o sistema machista & racista não é moldado para quê mulheres negras tenham mobilidade socioeconômica e muito menos que saiam dos 3 esteriótipos, como diz Lélia Gonzalez em 1984, a de “Mulata”, objeto sexual, “Doméstica” e “Mãe Preta”, a que cuida, que cria e que é forte e nada a abala. 
“Os alunos teriam de ser vistos de acordo com suas particularidades individuais e a interação com eles teria de acompanhar suas necessidades” p.17
p. 11: as professoras dela quando criança iam atrás da vida dos alunos para conhecê-los e entender suas particularidades e necessidades para desenvolverem estratégias de aprendizado para cada aluno
Para essas professoras de bell era uma missão política de vida educar e ensinar as crianças negras pois iam contra o ideário hegemônico de que “negros são inferiores que os brancos em todos os sentidos” a partir do momento que os instruía a pensar, entender o mundo, discutir. Por isso ela sente bastante com a dessegregação das escolas na sua adolescência uma vez que os professores brancos não tinham esse compromisso de ir contra o sistema que oprimia os negros e muito menos viam na sala de aula um ambiente político, apesar de que justamente por tomar essa postura estão escolhendo um lado.
Desde este começo do livro e ao longo das páginas propostas, com sua subjetividade, bell hooks relata a experiência de ser uma mulher negra no século XX nos EUA e a vivência da dessegregação pós movimentos civis. O que por si só é documento histórico uma vez que mostra os desdobramentos (escolas dessegregadas mas com pessoas racistas logo apesar de o sistema educacional não separar mais negros e brancos, os professores e alunos brancos ainda possuem mentalidade e comportamentos racistas então ainda há um apartheid mesmo que “velado”) e evoluções da luta antirracista (o movimento negro feminista) estado-unidense. 
-Transgressão = sala de aula ser um lugar entusiasmado
professor entusiasmado em ensinar e o aluno entusiasmado para aprender 
as vozes de todos devem ser ouvidas e valorizadas, o professor valoriza a presença de cada um
*ponto pro debate historiográfico: por que a exigência de uma linguagem acadêmica tão rígida? 
Por que precisa ter? Quem fica entusiasmado lendo sobre Brasil colônia, por exemplo, se é escrito tudo de maneira tediosa e com um português rebuscado?
Se a intenção é fazer pensar e é aprender o que aconteceu, o que não somos mais e porque estamos aqui dessa maneira hoje, tem que ser numa “linguagem meio do caminho”, nem tão rebuscada nem tão informal. Acessível.
Links: 
bell hooks - (unicamp.br) 
hooks_-_Ensinando_a_transgredir.pdf (ufrb.edu.br) 
https://youtu.be/cvp3rvYVaDo (esteriótipos da mulher negra brasileira – nataly neri explicando lélia gonzalez)
ei16nov20-especialconsciencianegra-semana01-c5-download.pdf (nova-escola-producao.s3.amazonaws.com) 
Ensinar a transgredir - Revista Periferias 
RASCUNHO PARA O TEXTO DO TRABALHO FINAL
Racismo acadêmico e seus afetos de Mariléa de Almeida 
Teoria é cura: voz e autorrecuperação em bell hooks | by Marilea de Almeida | Medium
· Quem é Mariléa de Almeida? Doutora em História pela UNICAMP. (2018). Em 2015, realizou o doutorado sanduíche (doutorado sanduíche é um programa de estudos no qual o estudante de pós realiza parte de seu trabalho em uma universidade no exterior) na Columbia University (Nova York), com foco nos feminismos negros estadunidenses. 
· escreveu o prefácio e realizou a revisão técnica da edição brasileira de “erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra” de bell hooks pela editora elefante 
· o tipo de afeto que ela fala no texto é de acordo com a teoria de Baruch Spinoza filósofo holândes racionalista que descreve o termo como as afecções do corpo, pelas quais sua potência de agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo, as ideias dessas afecções. As afecções são o corpo sendo afetado pelo mundo. 
· seu doutorado e a escrita de tal prefácio explicam porque ela decidiu abrir seu artigo “Racismo acadêmico e seus afetos” com uma frase de bell (aliás, mariléa tem um fixado no instagram só sobre a bell hooks)
· ela começa a escrever esse texto por causa da experiência traumática que vivenciou quando uma mulher branca tentando exemplificar o que era o ato de colonizar colocou a mão no cabelo da autora então para lidar com o impacto desse acontecimento resolveu discutir sobre o racismo acadêmico e como corpos negros são desvalorizados nos espaços universitários ainda subjugados como figuras secundárias sujeitas a situações como a que ela viveu de colocarem a mão em seu cabelo para explicar algo 
· Teorizar é nomear, tornando visível o que está debaixo do nosso nariz, pois não somos capazes de resolver aquilo que não enxergamos. Mariléa usa o ponto discutido pela bell em ensinando a transgredir que a teorização pode curar e assim pode-se realizar a autorrecuperação 
· “autorrecuperação, quando trabalhamos para reunir os fragmentos do ser, para recuperar a nossahistória. Esse processo de autorrecuperação permite que nos vejamos como se fosse a primeira vez, pois nosso campo de visão não é mais configurado ou determinado somente pela condição de dominação.” é reunir partes que foram fragmentadas pela opressão e então refletir para compreender do que se trata e o que fazer a partir disso; narração de experiências para produzir reflexão
· “Uma vez que o racismo acadêmico ocorre de forma sistêmica, ele afeta a autoconfiança das pessoas negras e brancas de maneiras diferentes. Enquanto as primeiras precisam lidar constantemente com sensação de inadequação e não pertencimento; as segundas têm sua autoconfiança reforçada por meio da representação hegemônica do seu grupo racial em termos físicos e epistemológicos. O silenciamento dos incômodos e dos pactos narcísicos se reforçam mutuamente, potencializando o racismo acadêmico e as vantagens simbólicas e materiais da branquitude” (ponto para questão do local de fala: os brancos podem falar de racismo de acordo com o local que estão situados na sociedade, ou seja através da branquitude; ao falar de racismo acadêmico que fale sobre como o sentimento de confiança é reforçada sob a ausência de confiança de pessoas negras logo mesmo que tenha o esforço pessoal tem o bônus de estar a cima de outras pessoas na “hierarquia social”)