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Analista Judiciário 
- Apoio Judiciário 
e Administrativo
4 Língua Portuguesa
4 Legislação Complementar
4 Noções de Direito Constitucional
4 Noções de Direito Administrativo
4 Noções de Administração Pública
TJ-GO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS
ATUALIZADO E
2021
REVISADO
ON-LINE
CONTEÚDO
História e 
Geograa de
Goiás
Tribunal de Justiça de Goiás
TJ-GO
Analista Judiciário – Área de Apoio 
Judiciário
NV-012-ST-21
Cód.: 
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos 
pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, 
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da 
editora Nova Concursos.
Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso 
de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site 
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e 
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
TJ-GO – Tribunal de Justiça de Goiás
Analista Judiciário – Área de Apoio Judiciário
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Nelson 
Sartori e Gabriela Coelho
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS (ON-LINE) • Carla Kurz
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR • Fernando Zetadeschi, Olívia Gomes, Bruno Oliveira e Ana Philipini
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich, Giovana Marques, Cristiano Silva e Ana Philippini
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Fernando Paternostro Zantedeschi e Jonatas Albino
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • Fernando Paternostro Zantedeschi, Jonatas Albino, Samara 
Kich, Nágila Vilela, Ricardo Reis, Xico Kraemer e Marília Cunha
Edição:
Setembro/2021
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação 
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro 
foi organizado de acordo com os itens exigidos no Edital nº 
02/2021 do TJ-GO, para o cargo de Analista Judiciário – Área de 
Apoio Judiciário
O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, 
facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em 
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abordan-
do todos os itens do edital e reorganizando-os quando necessá-
rio, de uma maneira didática para que você realmente consiga 
aprender e otimizar os seus estudos. 
Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica 
– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios 
gabaritados da banca UFG, organizadora do certame. 
A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência 
de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas 
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será 
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-
do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-
ra é com você! 
Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con-
teúdos complementares disponíveis on-line para este livro em 
nossa plataforma: História e Geografia de Goiás em videoaulas. 
Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página.
CONTEÚDO ON-LINE
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta 
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
•	 História e Geografia de Goiás. 
COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE
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apostila (conforme foto ao lado)
Siga os passos para realizar um breve 
cadastro e acessar seu conteúdo on-line
sac@no vaconcursos.com.br
VERSO DA APOSTILA
NV-003MR-20
Código Bônus
DÚVIDAS E SUGESTÕES
NV-003MR-20
9 088121 44215 3
Código Bônus
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS ...................................... 9
LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL ............................................................................................. 13
MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS NOS TEXTOS ......................................................... 13
POLISSEMIA .....................................................................................................................................................13
IRONIA ...............................................................................................................................................................13
COMPARAÇÃO ..................................................................................................................................................14
AMBIGUIDADE ..................................................................................................................................................14
CITAÇÃO ............................................................................................................................................................14
INFERÊNCIA ......................................................................................................................................................14
PRESSUPOSTO .................................................................................................................................................14
SIGNIFICADOS CONTEXTUAIS DAS EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS..............................................................15
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ................................................................................................................ 15
FATORES DE TEXTUALIDADE (COESÃO, COERÊNCIA, INTERTEXTUALIDADE, INFORMATIVIDADE, 
INTENCIONALIDADE, ACEITABILIDADE E SITUACIONALIDADE) ..................................................................15
PROGRESSÃO TEMÁTICA ................................................................................................................................17
SEQUÊNCIAS TEXTUAIS: DESCRITIVA, NARRATIVA, ARGUMENTATIVA, INJUNTIVA E DIALOGAL .........18
TIPOS DE ARGUMENTO ...................................................................................................................................21
FUNCIONALIDADE E CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS OFICIAIS.......................... 22
OFÍCIO ...............................................................................................................................................................22
MEMORANDO ...................................................................................................................................................27
CARTA COMERCIAL .........................................................................................................................................29
AVISO .................................................................................................................................................................30
E-MAIL ...............................................................................................................................................................31
USO DOS PRONOMES ........................................................................................................................ 32
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 35
CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTESDISCURSOS (JORNALÍSTICO, POLÍTICO, 
ACADÊMICO, PUBLICITÁRIO, LITERÁRIO, CIENTÍFICO ETC.) ........................................................ 38
ORGANIZAÇÃO DA FRASE: PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E DE SUBORDINAÇÃO .............. 38
VERBOS QUE CONSTITUEM PREDICADO E VERBOS QUE NÃO CONSTITUEM PREDICADO ..... 41
TEMPOS E MODOS VERBAIS ............................................................................................................ 41
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................... 43
REGÊNCIA DOS NOMES E DOS VERBOS .......................................................................................... 48
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONALIDADE DO SUJEITO ....................................................................... 50
CLASSES DE PALAVRAS ................................................................................................................... 51
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS ............................................................................................................ 70
COMPOSIÇÃO E DERIVAÇÃO ...........................................................................................................................70
ORTOGRAFIA OFICIAL ....................................................................................................................... 71
FONEMAS ........................................................................................................................................... 73
ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................................................... 73
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ESTILÍSTICA, SOCIOCULTURAL, GEOGRÁFICA E HISTÓRICA ......... 73
VARIAÇÃO ENTRE MODALIDADES DA LÍNGUA (FALA E ESCRITA), NORMA E USO ................... 74
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR ................................................................................87
REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS ................................ 87
LEI ESTADUAL Nº 9.129 DE 22 DE DEZEMBRO DE 1981 (COM ATUALIZAÇÕES DA LEI Nº 
20.816/2020) ....................................................................................................................................106
RESOLUÇÃO 325 DE 29 DE JUNHO DE 2020 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) .124
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS ........................................................................................129
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................ 147
PODER CONSTITUINTE ...................................................................................................................147
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................148
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS .........................................................................................151
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ......................................................................................151
DIREITOS SOCIAIS E DIFUSOS ......................................................................................................................164
Direitos Difusos ..............................................................................................................................................170
NACIONALIDADE E CIDADANIA ....................................................................................................................171
DIREITOS POLÍTICOS .....................................................................................................................................173
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS, SOCIAIS E POLÍTICAS ....................................................176
NORMAS CONSTITUCIONAIS RELATIVAS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................178
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................178
SERVIDORES PÚBLICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...........................................................................186
PODER JUDICIÁRIO .........................................................................................................................190
PRINCÍPIOS E GARANTIAS DOS MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO ........................................................191
TRIBUNAIS ESTADUAIS E REGIONAIS, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DO SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA, DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS ...................................................................................191
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................. 201
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ..........................................................................................201
PRINCÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................201
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DIRETA E INDIRETA ..................................................................204
Organizações Sociais ....................................................................................................................................208
ATOS ADMINISTRATIVOS ...............................................................................................................209
ELEMENTOS ....................................................................................................................................................209
Competência ..................................................................................................................................................209
ATRIBUTOS .....................................................................................................................................................210
CLASSIFICAÇÕES ..........................................................................................................................................211
ESPÉCIES ........................................................................................................................................................212
REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO ...........................................................................................................................213
CONVALIDAÇÃO ............................................................................................................................................214
LICITAÇÃO ........................................................................................................................................214
LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 ........................................................................................................214
LEI Nº 14.133, DE 01 DE ABRIL DE 2021 .......................................................................................................222
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: FORMALIZAÇÃO E ESPÉCIES ..............................................255
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ..................................................................................................279
RECURSOS ADMINISTRATIVOS: CRITÉRIOS E PRAZOS .............................................................283
PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA ....................................................................................................284
AGENTES PÚBLICOS: AGENTES POLÍTICOS E SERVIDORES PÚBLICOS ..................................285
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................294
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 301
PARADIGMAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E REFORMAS ADMINISTRATIVAS .................301
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA ................................................................................................301
BUROCRACIA E DISFUNÇÕES BUROCRÁTICAS...........................................................................................301
NOVA GESTÃO PÚBLICA ................................................................................................................................302
ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL ..................................................................................................................302
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...............................................304
O PROCESSO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS .....................................................................................306
FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO NO SETOR PÚBLICO ........................................................314
PLANOS E PROGRAMAS DE GOVERNO ........................................................................................................314
PROCESSO ORÇAMENTÁRIO, PLANO PLURIANUAL – PPA, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO, 
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA ..............................................................................................................318
GOVERNANÇA ..................................................................................................................................325
PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA; FUNDAMENTOS E GOVERNANÇA PÚBLICA ..........................................325
GOVERNABILIDADE .......................................................................................................................................326
ACCOUNTABILITY ..........................................................................................................................................326
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................326
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO SETOR PÚBLICO E INDICADORES DE DESEMPENHO ...345
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS ..................................................................................................351
CONTROLES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...............................................................................352
TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO: LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº 12.527, DE 
18 DE NOVEMBRO DE 2011) E LEI DA TRANSPARÊNCIA (LEI Nº 12.527, DE 18 DE 
NOVEMBRO DE 2011) ......................................................................................................................355
GESTÃO POR PROCESSOS EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS ......................................................365
INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO ....................................................................................................374
TERCEIRO SETOR: ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL 
DE INTERESSE PÚBLICO .................................................................................................................374
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LÍNGUA PORTUGUESA
LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS DE 
DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS
O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS?
Quando pensamos em uma definição para gêneros 
textuais, somos levados a inúmeros autores que bus-
caram definir e classificar esses elementos, e, inicial-
mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros 
literários que estudamos na escola.
Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e 
comédia, que se referem aos clássicos da literatura 
grega. Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de 
Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que 
esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser 
levado a pensar que nada, além do fato de terem sido 
escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura 
dessas histórias respeita a um padrão textual estabe-
lecido e reconhecido na época em que foram escritas.
De maneira análoga, quando pensamos em gêneros 
textuais, devemos identificar os elementos que caracte-
rizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da 
mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada 
e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma 
notícia e um artigo de opinião, por exemplo.
Também é fundamental identificar as razões que 
nos levam a classificar cada um desses gêneros com 
termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que 
podemos estabelecer como os principais aspectos de 
classificação de um gênero textual.
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que 
estabelece sobre qual gênero estamos tratando é indi-
cado por “rotinas de comportamentos estereotipados 
e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, mas 
que continuam sujeitos a uma variação contínua”1.
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden-
tificar para classificar um gênero é o papel social, 
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” 
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por-
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto 
ser compreendido.
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife-
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos 
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui-
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O 
fator social dos gêneros textuais também direcionará 
outros aspectos importantes na classificação desses 
elementos; justamente devido à dinâmica social em 
que estão inseridos, os gêneros são passíveis de alte-
rações em sua estrutura.
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, 
tornando o gênero completamente modificado, como 
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem-
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam 
a uma finalidade específica e momentânea, como 
aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da 
loja O Boticário:
1  MAINGUENEAU, 2018, p. 71.
Disponível em: <https://bit.ly/34yptsR>. Acesso em: 1 out. 2021. 
O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
cia ao gênero contos de fadas; porém, a estrutura 
desse gênero, que é, predominantemente, narrativo, 
foi modificada para que o propósito do anúncio fos-
se alcançado — ou seja, persuadir o leitor e levá-lo 
a adquirir os produtos da marca. No caso do gênero 
anúncio publicitário, usar outros gêneros e modifi-
car sua estrutura básica é uma estratégia que é esta-
belecida a fim de que a principal função do anúncio se 
cumpra, qual seja: vender um produto.
A partir desses exemplos, já podemos enumerar 
mais uma característica comum a todos os tipos de 
gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o 
propósito de um gênero, para alguns autores, como 
Swales (1990), chamado de propósito comunicativo. 
Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a 
posição de que o propósito comunicativo é o critério 
de maior importância, pois é o que motiva uma ação e 
é vinculado ao poder do autor.
Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
do como tal, é amparado por um protótipo textual, o 
qual também pode ser reconhecido como estereótipo 
textual, que resguarda características básicas do gêne-
ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
nado anteriormente, identificamos traços do gênero 
contos de fadas tanto na porção textual do anúncio 
que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela 
imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
liam os falantes de uma comunidade a reconhecer 
o gênero e também a escrever nesse gênero quando 
necessitarem. Isso é o que torna a característica da 
prototipicidade tão importante no reconhecimento e 
na classificação de um gênero.
Ademais, os traços estereotipados de um gênero 
devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
mando o teor social desses elementos e estabelecen-
do a importância de um indivíduo adquirir o hábito 
da leitura, pois quanto mais se lê, a mais gêneros se 
é exposto.
Portanto, a partir de todas essas informações sobre 
os gêneros textuais, podemos afirmar que, de manei-
ra resumida, os gêneros textuais são ações linguísti-
cas situadas socialmente que servem a propósitos 
específicos e são reconhecidos pelos seus traços em 
comum.
10
A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte-
rísticas básicaspara a correta identificação dos gêne-
ros textuais:
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
� Ações sociais
� Ações com configuração prototípica
� Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
� O propósito de uma ação social
� Divididos em classes
Outra importante característica que devemos 
reforçar é que os gêneros textuais não são quantifi-
cáveis, pois existem inúmeros. Justamente pelo fato 
de os gêneros sofrerem com as relações sociais, que 
são instáveis, não há um número exato de gêneros 
textuais que possamos estudar, diferentemente dos 
tipos textuais.
GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS
Relação com aspectos 
sociais
Associação a aspectos 
linguísticos
Podem ser alterados
Não podem sofrer altera-
ção, sob pena de serem 
reclassificados
Estabelecem uma função 
social
Organizam os gêneros 
textuais
Apesar de não existir um número quantificável 
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos 
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o 
fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo 
na resolução de questões que envolvam esse assun-
to. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais 
gêneros textuais abordados por importantes bancas 
de concursos no país.
NOTÍCIA
A notícia é um gênero textual de caráter jornalís-
tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de 
maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresen-
tar sequências textuais narrativas e descritivas na sua 
composição linguística; por isso, é fundamental sem-
pre termos em mente as características basilares de 
todos os principais tipos textuais.
Como vimos, os gêneros textuais possuem carac-
terísticas que os distinguem dos tipos textuais, dentre 
elas o fato de terem um apelo a questões sociais, um 
propósito comunicativo e apresentarem uma configu-
ração mais ou menos padrão que varia em poucos ou 
nenhum aspecto entre os gêneros.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta 
essas características. Seu propósito comunicativo é 
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
resse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada 
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a 
transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra 
importante característica da notícia é a sua configura-
ção prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhe-
cido por leitores de uma comunidade.
Essa configuração própria da notícia é reconhe-
cida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia. 
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
totípico desse gênero:
Casal suspeito de assaltos é pre-
so após colidir carro na contra-
mão enquanto fugia da polícia, em 
Fortaleza
Manchete
Foram apreendidos três aparelhos 
celulares roubados e uma arma de 
fogo com seis munições.
Lead
Um casal suspeito de realizar 
assaltos foi preso após capotar 
um carro ao dirigir na contramão 
enquanto fugia da polícia na tar-
de desde domingo (13), no Bairro 
Henrique Jorge, em Fortaleza.
Uma das vítimas, que preferiu não 
se identificar, disse que os assal-
tantes dirigiam em alta velocidade 
pelas ruas após abordar de forma 
fria os pertences. “A mulher estava 
conduzindo o carro e o comparsa 
dela abordava as pessoas colocan-
do a arma na cabeça”, afirmou.
Corpo da Notícia
Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 30 ago. 2021.
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja 
seu propósito de informar, é fundamental que o autor 
do texto seja guiado por essas perguntas a fim de tor-
nar seu texto imparcial e objetivo:
^
É importante ressaltar que, com o advento das 
redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o 
gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
mas diferentes, como as redes sociais.
Isso democratiza a informação, porém também 
abre margem para a criação de notícias falsas que se 
baseiam nesse esquema de organização das notícias 
para buscar alguma credibilidade do público. Por isso, 
atualmente, é ainda mais importante atentar-se à fon-
te de publicação das notícias.
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a 
reportagem, que guarda sutis diferenças em compa-
ração com a notícia, e que também é muito abordada 
em provas de concursos.
REPORTAGEM
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
temente da notícia, além de oferecer informações 
acerca de um assunto, também apresenta os pontos 
de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter 
argumentativo; essa é a principal diferença entre os 
gêneros notícia e reportagem.
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Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) 
imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse 
gênero a opinião do meio que a divulga. Por isso, nes-
ses textos, as sequências textuais mais encontradas 
são a narração e a descrição, justamente com a finali-
dade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opi-
niões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, 
predominantemente, pela sequência argumentativa.
É importante relembrarmos que o tipo textual 
argumentativo é organizado em três macropartes: 
tese, desenvolvimento e conclusão. Por manter esse 
padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais 
de ampla repercussão e interesse do público, algo que 
não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia 
busca apenas a divulgação da informação.
Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, 
como televisão, computador, tablet, celular etc. As 
reportagens têm um caráter de “matérias especiais” 
em jornais de ampla repercussão, mas também podem 
ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e 
jornais. Com o avanço do uso das redes sociais, entre-
tanto, elas têm sido os principais meios de divulgação 
desse gênero atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
tagem apresenta informações mais detalhadas sobre 
um fato e/ou fenômeno de grande relevância social. 
Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados 
que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
trua sua própria opinião sobre o tema.
A despeito dessas diferenças na construção dos 
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar-
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às 
perguntas:
O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem?
Essas perguntas norteiam a escrita tanto da repor-
tagem quanto da notícia, que se diferencia da primei-
ra por seu caráter essencialmente informativo.
NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de for-
ma simples e objetiva
Objetivo é informar
Apuração objetiva dos 
fatos
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo segue o modelo 
da pirâmide invertida (vis-
to anteriormente)
Questiona fatos e efeitos 
de um fato determinado
Apresenta argumentos so-
bre um mesmo fato
Apuração extensa
Conteúdo sem ordem 
determinada, pode apre-
sentar entrevistas, dados, 
imagens etc.
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 30 ago. 2021. 
Adaptado.
É importante ressaltar que nenhum gênero é 
composto apenas por uma única sequência textual. 
Portanto, a reportagem também apresentará esse 
paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu-
mentativo, porém pode apresentar outras sequências 
textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estu-
dos sobre os principais gêneros textuais que são obje-
to de provas de concurso com um dos gêneros mais 
comuns em provas: o artigo de opinião.
2  KOCH, 2011, p. 22.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos 
que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumen-
tação para analisar, avaliar e responder a uma ques-
tão controversa. Esse instrumento textual situa-se no 
âmbito do discurso jornalístico, pois é um gênero que 
circula, principalmente, em jornais e revistas impres-
sos ou virtuais.
No artigo de opinião, temos a discussão de um 
problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, 
podemos defender nossa opinião, como também refu-
tar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor 
soluções para a questão controversa.
A intençãodo escritor ao escolher o artigo de opi-
nião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele 
terá que usar de informações, fatos e opiniões que 
serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que 
se busca convencer o outro de uma determinada 
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por 
meio de um processo de argumentação a favor de 
uma determinada posição assumida pelo produtor 
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É 
um processo que prevê uma operação constante de 
sustentação das afirmações realizadas, por meio 
da apresentação de dados consistentes que possam 
convencer o interlocutor (2011, p. 305).
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, 
o escritor deverá usar diversos saberes, como conhe-
cimentos enciclopédicos, interacionais, textuais e 
linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos 
linguísticos que percebemos que nada é por acaso, 
pois a cada escolha há uma intenção: “... toda ativida-
de de interpretação presente no cotidiano da lingua-
gem fundamenta-se na suposição de quem fala tem 
certas intenções ao comunicar-se”2.
Para darmos uma opinião sobre determinado 
tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre 
ele. Por isso, normalmente, os autores de artigos de 
opinião são especialistas no assunto por eles aborda-
do. Ao escolherem um assunto, os autores devem con-
siderar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo 
assunto e, dependendo de sua intenção, apoiar ou 
negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de 
um texto de opinião deve ser simples, direta e convin-
cente. Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primei-
ra ser adequada para um artigo de opinião pessoal; 
porém, ao escolher a terceira pessoa do singular, o 
articulista consegue dar um tom impessoal ao seu tex-
to, fazendo com que sua produção textual não fique 
centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte 
estruturação:
 � Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
cedentes e alcance para situar a questão polêmica;
 � Tomada de posição — exposição de argumentos 
de modo a justificar a tese;
12
 � Reafirmação da posição adotada no início da pro-
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti-
culadas e o texto é concluído.
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO
Introdução Identificação da questão polêmica alvo de debate no texto
Desenvolvimento
Tese do autor (posicionamento 
defendido)
Tese contrária (posicionamentos de 
terceiros) — aceitação ou refutação
Argumentos a favor da tese do au-
tor do texto
Conclusão Fechamento do texto e reforço do posicionamento adotado
No processo de escrita de qualquer texto é pre-
ciso estar atento aos elementos de coesão que ligam 
as ideias do autor aos seus argumentos. Porém, nos 
textos argumentativos, é fundamental prestar ainda 
mais atenção a esse processo; por isso, atente-se à 
coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argu-
mentativos, seguimos nossa abordagem, apresen-
tando outro gênero frequentemente presente nas 
provas de língua portuguesa em concursos públicos: 
o editorial.
EDITORIAL
Até aqui, estudamos dois gêneros com predomi-
nância de sequência argumentativa. O terceiro será o 
editorial, gênero muito marcante no âmbito jornalísti-
co e que expressa a opinião de um veículo de comu-
nicação. Neste tópico, nosso foco serão as principais 
características do gênero editorial e as suas diferen-
ças em relação ao artigo de opinião.
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS
Expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito 
de um tema atual
Objetivos: esclarecer ou alertar os leitores sobre algu-
ma temática importante e/ou persuadir os leitores, mo-
bilizando-os a favor de uma causa de interesse coletivo
Estrutura: também baseada em introdução, desenvolvi-
mento e conclusão
O início de um editorial é bem semelhante ao de 
um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central 
ou o problema social a ser debatido no texto; poste-
riormente, segue-se a apresentação do ponto de vis-
ta defendido e conclui-se com a retomada da opinião 
apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de 
opinião é que o editorial representa a opinião de uma 
corporação, empresa ou instituição.
Marcas linguísticas:
 � Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
 � Uso do modo indicativo nas formas verbais 
predominante;
 � Linguagem clara, objetiva e impessoal.
O editorial, além de ser um gênero muito comum 
nas provas de interpretação textual em concursos 
públicos, também é, recorrentemente, cobrado por 
muitas bancas em provas de redação. Por isso, a 
seguir, apresentamos um breve esquema para facili-
tar a escrita desse gênero.
EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR 
PARÁGRAFOS
Parágrafo 1
Apresentação do tema (situando o leitor) 
e já com um posicionamento definido. Ser 
didático ao apresentar o assunto ao leitor
Parágrafo 2
Contextualização do tema, comparando-o 
com a realidade e trazendo causas e indi-
cativos concretos do problema. Mais uma 
vez, posicionamento sobre o assunto
Parágrafo 3
Análise e possíveis motivações que tor-
nam o tema polêmico (ou justificativas 
de especialista da área). É preciso trazer 
dados factuais, exemplos concretos que 
ilustram a argumentação
Parágrafo 4
Concluir com o posicionamento crítico 
final, retomando o posicionamento inicial 
sem se repetir
A seguir, apresentamos o último gênero textual 
abordado neste material. Lembramos que o universo de 
gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível apre-
sentar uma compilação de estudos com todos os gêne-
ros. Apesar disso, trouxemos aqui os principais gêneros 
cobrados em avaliações de língua portuguesa. Seguindo 
esse critério, o próximo gênero estudado é a crônica.
CRÔNICA
O gênero “crônica” é muito conhecido no meio lite-
rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se 
tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer-
nando Veríssimo e Marina Colasanti.
Também por ser um gênero curto de cunho social 
voltado para temas atuais, é muito usado em provas 
de concurso para ilustrar questões de interpretação 
textual e para contextualizar questões que avaliam a 
competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-
na sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou 
argumentativas.
CRÔNICA NARRATIVA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
Limita-se a contar fatos do 
cotidiano
Pode apresentar um tom 
humorístico
Foco narrativo em 1ª ou 3ª 
pessoa
Defesa de um ponto de vis-
ta, relacionado ao assunto 
em debate
Uso de argumentos e fatos
Também pode ser escrita 
em 1ª ou 3ª pessoa
Uso de argumentos de 
modo pessoal e subjetivo
Apesar de as formas de texto verbais serem o for-
mato mais comum na construção de uma crônica, 
atualmente podemos encontrar crônicas veiculadas 
em outros formatos, como em vídeo, formato muito 
divulgado nas redes sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, 
trata-se de um texto com estrutura argumentativa 
padrão (introdução, desenvolvimento, conclusão), 
muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é 
um gênero que passeia pelos ambientes literários e 
jornalísticos.
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Apresenta um teor opinativo forte, com observa-
ção dos fatos sociais mais atuais. Outra característica 
presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, 
como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença 
do tom sarcástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O 
que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em 
que podemos identificar as principais características 
desse gênero:
O que é um livro?
O que é um livro? A pergunta se impõe neste momen-
to em que que a isenção de impostos sobre o objeto 
primeiro da cultura e do conhecimento está em risco. 
Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda 
mais a leitura de quemtanto precisa dela.
Um livro é:
— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo 
para jovens estudantes e disse a eles que o ofício 
de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a 
cama das palavras, providenciar sua comida, vesti-
-las com harmonia.
— A nave espacial que nos permite viajar no tempo 
para a frente e para trás. Habitar o passado ao tem-
po em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto 
de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: 
o do presente, com todos os conhecimentos adquiri-
dos e as novas maneiras de viver. […]
— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte 
que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra 
e música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora 
da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do 
alheio e ponto de encontro com nosso núcleo mais 
profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para 
que cada um possa abrir a sua.
— A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dragões 
enfrentam centauros. O pântano onde as hidras agi-
tam suas múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram 
postas nos livros que deram origem às religiões e ne-
les conservadas.
Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 30 ago. 2021. 
Adaptado.
Essa crônica trata de um assunto bem atual: o 
aumento da carga tributária que incide sobre o pre-
ço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue 
argumentando sobre a importância dos livros na 
sociedade com um ponto de vista ladeado pela litera-
tura, o que fortalece sua argumentação.
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex-
tuais, é importante fazermos uma observação rele-
vante sobre o assunto. Para muitos autores, os gêneros 
não apenas moldam formas de texto, mas formas de 
dizer marcadas pelo discurso. Por isso, em algumas 
metodologias, os gêneros serão tratados como “do 
discurso”.
Gêneros do discurso marcam o processo de inte-
ração verbal. Como todo discurso materializa-se por 
meio de textos, a nomenclatura gêneros textuais tor-
na-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. 
Podemos distinguir as duas variantes vocabulares de 
acordo com as demandas sociais e culturais de estudo 
dos gêneros.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL
Quando falamos sobre a linguagem, é preciso 
observar que ela abrange muito mais que a língua, 
pois compreende, também, cores, gestos e entonação. 
Neste sentido, em se tratando de texto escrito, pode-
mos falar em linguagem verbal e não verbal.
A linguagem verbal diz respeito a tudo o que usa 
letras e palavras para passar uma informação, como, 
por exemplo, artigo de opinião, romance, notícia, tex-
tos científicos, dentre outros. Já a linguagem não ver-
bal consegue transmitir uma mensagem sem nenhuma 
palavra escrita, apenas com imagens, desenhos e cores, 
como em fotos ou histórias em quadrinhos sem balões 
de fala, bem como as charges e cartuns. 
Desse modo, pode-se afirmar que uma tirinha sem 
escrita e sem balões de fala compreende um texto cuja 
linguagem é não verbal. Atente-se a essas característi-
cas sobre a linguagem, pois são constantes as questões 
que abordam esse assunto em concursos públicos. 
Ainda, a linguagem mista ou híbrida apresenta 
esses dois tipos de linguagens juntos, que podemos 
ver cotidianamente em histórias em quadrinhos com 
balões de falas, anúncios publicitários, dentre outros. 
A união das duas linguagens promove uma melhor 
compreensão do texto e nenhum detalhe deve ser 
negligenciado — texto escrito, escolha vocabular, 
cores, disposição do texto e das imagens, tamanho 
da letra, expressão facial (caso haja) —, pois absolu-
tamente tudo dentro de um contexto com linguagem 
mista comunica e deve ser interpretado. 
MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE 
SENTIDOS NOS TEXTOS
POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO)
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras 
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre 
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis-
semia é encontrada no exemplo a seguir:
Disponível em: <https://bityli.com/gIVUI0>. Acesso em: 1 out. 2021. 
IRONIA
Consiste em expressar ideias, pensamentos e julga-
mentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia 
tem como objetivo satirizar uma situação desagradá-
vel ou depreciar alguém pelo seu comportamento. 
Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e 
onze contos de réis...” (Machado de Assis)
“Parece um anjinho, briga com todos”. 
14
COMPARAÇÃO
Analogia explícita entre dois termos; a principal 
diferença entre a comparação e a metáfora, que é 
outro tipo de relação de semelhança, é que a compa-
ração se estabelece com o uso de conectivos. 
Ex.: Minha boca é como um túmulo.
A menina é como um doce.
Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã 
nublada.
AMBIGUIDADE
Ocorre quando há uma duplicidade de sentido ou 
uma falta de clareza no enunciado. Ela pode ser de 
dois tipos:
� Sintática (ou estrutural): Ocorre devido à posi-
ção inadequada de algum elemento na frase. 
 Ex.: O celular se tornou um grande aliado do 
homem, mas esse nem sempre realiza todas as 
suas tarefas. (Esse e suas podem se referir ao 
homem e ao celular). 
� Semântica (ou lexical): Ocorre quando determi-
nado vocábulo assume dois ou mais significados. 
 Ex.: O rapaz pediu um prato ao garçom. (Prato 
pode se referir ao objeto ou à refeição). 
CITAÇÃO
A citação também é um tipo de intertextualidade 
explícita e diz respeito às formas de citação de uma 
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
do utilizamos as palavras de outros autores, devemos 
mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição 
fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada 
de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do 
autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a 
citação passa a ser indireta.
Independente da maneira como citamos em um tex-
to, é imprescindível dar os créditos aos autores das obras 
citadas, por isso, devemos mencioná-los nas citações que 
também seguem o padrão estabelecido pela ABNT.
 � Citação direta:
“A confiabilidade das fontes citadas confere rele-
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan-
to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” 
(BOAVENTURA, 2004, p. 81).
 � Citação indireta:
Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao 
trabalho acadêmico é diretamente proporcional à 
credibilidade das fontes utilizadas, por isso é neces-
sário atentar-se para os diversos tipos de citação 
aqui mencionados.
A citação indireta é um tipo de paráfrase.
INFERÊNCIA
A inferência é uma relação de sentido conhecida 
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre 
interpretação de texto.
Dica
Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do tex-
to, nas linhas apresentadas. 
Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo 
subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. 
A primeira e mais importante delas é identificar a 
orientação do pensamento do autor do texto, que fica 
perceptível quando identificamos como o raciocínio 
dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir 
da análise de dados, informações com fontes confiáveis 
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, 
das consequências, a fim de se identificar as causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos 
interpretar um texto mediante estratégias de leitura. 
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, 
que é intrigante e de grande profundidade acadêmica; 
neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura 
que focam nas formas de inferência sobre um texto. 
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre 
o processo de inferência, que se dá por dedução ou 
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber. 
Observe que é possível inferir várias informações 
a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
ciador é casada (informação comprovada pelaexpres-
são “marido”), a segunda é que o enunciador está 
trabalhando (informação comprovada pela expressão 
“minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do 
enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais 
do próprio texto que induzem o leitor a interpretar 
essas informações. 
Tratando-se de interpretação textual, os processos 
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma 
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no 
texto junto da articulação com as informações acessa-
das pelo leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
senta como ocorre a relação desses processos:
INFERÊNCIA
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
A partir desse esquema, conseguimos visualizar 
melhor como o processo de interpretação ocorre. 
PRESSUPOSTO
Pressuposto significado algo que se pressupõe, ou 
seja, que se supõe antecipadamente: aquilo que se 
imagina e pensa sobre determinada coisa ou situação 
antes mesmo de ter contato ou conhecimento sobre 
ela.
Os pressupostos são marcados por advérbios, ver-
bos, orações adjetivas e adjetivos. O pressuposto é um 
dado apresentado como indiscutível para o falante e o 
ouvinte, não permitindo contestações.
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SIGNIFICADOS CONTEXTUAIS DAS EXPRESSÕES 
LINGUÍSTICAS
Denotação 
O sentido denotativo da linguagem compreende 
o significado literal da palavra independente do seu 
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais 
objetivo e literal associado ao significado que aparece 
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar 
ênfase à informação que se quer passar para o recep-
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por 
isso, é muito utilizada em textos informativos, como 
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
ticos, entre outros. 
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: 
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para 
o corpo. (coração: parte do corpo)
Conotação
O sentido conotativo compreende o significado 
figurado e depende do contexto em que está inserido. 
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos 
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e 
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase 
à expressividade da mensagem de maneira que ela 
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações 
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios 
publicitários e outros. 
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. 
Você mora no meu coração.
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
FATORES DE TEXTUALIDADE (COESÃO, COERÊNCIA, 
INTERTEXTUALIDADE, INFORMATIVIDADE, 
INTENCIONALIDADE, ACEITABILIDADE E 
SITUACIONALIDADE)
Coesão e Coerência
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e 
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro 
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência 
e por que buscar esse padrão é importante.
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
das e organizadas harmoniosamente de maneira que 
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se 
chama de coesão textual. Os articuladores responsá-
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto 
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser 
articulados de forma que garanta uma relação lógica 
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada 
diretamente à significação do texto, aos sentidos que 
ele produz para o leitor. 
COESÃO COERÊNCIA
Utiliza-se de elementos su-
perficiais, dando-se ênfase 
na forma e na articulação 
entre as ideias
Subjacente ao texto, enfa-
tiza-se o conteúdo e a pro-
dução de sentido/relação 
lógica
Podemos usar uma metáfora muito interessante 
quando se trata de compreender os processos de coe-
são e coerência.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um 
prédio, tal qual uma boa construção precisa de um bom 
alicerce para manter-se em pé; um texto bem construí-
do depende da organização das nossas ideias, da forma 
como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre-
cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, 
a fim de defendermos nossas ideias.
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
cipais formas de marcação, de processos que buscam 
organizar as ideias em um texto, principalmente, os 
processos de coesão que, como dissemos, apresentam 
um apelo mais forte às formas linguísticas que os pro-
cessos envolvendo a coerência.
No entanto, faz-se necessário mostrar algumas 
características da coerência em um texto e como esse 
processo liga-se não apenas às formas gramaticais, 
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em 
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, 
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e 
estudioso da língua portuguesa Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico 
que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) 
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e 
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe-
são. A autora afirma que a coerência:
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon-
tá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...] 
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, 
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e 
interacionais e na materialidade linguística, confe-
re sentido ao que lê (CAVALCANTE, 2013, p. 31).
Intertextualidade
Existem diversos mecanismos que são meios 
importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à cons-
trução de sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a 
intertextualidade. Como vimos neste material, ao nos 
referirmos à ideia de construção dos sentidos median-
te o uso de gêneros textuais destacamos a estrutura, o 
propósito comunicativo e a função dos gêneros. Um 
outro elemento importante para a compreensão tex-
tual é a intertextualidade, que diz respeito à proprie-
dade de um texto se relacionar com outros. 
Para se entender melhor a estrutura e a função 
do termo intertextualidade, pode-se separar a pala-
vra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se 
à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto, 
e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras. 
Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir 
da qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia 
a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da 
internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
tamos esse exemplo retirado da aula da professora 
16
Cátia Colares que resume a ideia de intertextualidade 
que iremos trabalhar neste material:
Fonte: COLARES, 2020, informação verbal.
É necessário apontar que, conforme Koch e Elias 
(2015), todos os textos são, em alguma medida, recu-
peradores de outros. Quando o leitor acessa as ideias 
e reconhece essa intertextualidade, estamos diante 
de um processo de intertextualidade stricto senso. 
Quando não é possível acessar esse teor intertextual, 
trata-se de uma intertextualidade lato senso. Desen-
volvemos o esquema a seguir para tornar essa divisão 
mais didática:
INTERTEXTUALIDADE
Stricto Senso Lato Senso
Temática
Estilística
Explícita
Implícita
Informatividade
Os textos podem ser entendidos como eventos 
nos quais elementos sociocomunicativos, históricos 
e culturais trabalham para construir sentidos. Assim, 
segundo Costa Val (1991), a linguagem é um lugar de 
interação humana, por meio da qual o falante produz 
ações significantes.
Nesse sentido, um dos critérios atribuídos ao tex-
to é a informatividade, queé a capacidade de um 
texto transmitir informações novas e relevantes para 
quem está lendo. Ela é prejudicada quando a infor-
mação repassada pelo texto recaí no senso comum, 
ou seja, no conhecimento notório de qualquer agente 
social. Nesse caso, o texto torna-se um amontoado de 
informações óbvias que só servem para “enrolar” o 
interlocutor.
Exemplos de informações de senso comum que 
devem ser evitadas no texto:
“O homem depende do ambiente para viver”. 
“A mulher de hoje ocupa papel social diferente da 
mulher do século XIX”.
Essas informações são fatos já comprovados histo-
ricamente que não apresentam grau de informativi-
dade forte.
Intencionalidade
Todo e qualquer texto é escrito com uma intenção, 
um objetivo. Não apenas os textos escritos, mas também 
os textos orais apresentam intencionalidade discursiva. 
Neste tópico, daremos maior enfoque aos textos escritos, 
já que, geralmente, os textos trabalhados em concursos 
públicos consistem em gêneros escritos.
A intencionalidade é o que o autor do texto deseja 
alcançar através da sua produção. As intenções de um 
texto podem ser diversas: convencer, educar, infor-
mar, contar uma história, levantar uma discussão.
Em suma, pode-se dizer que a intencionalidade é 
construída ao longo do texto. Para alcançar os objeti-
vos pretendidos, os autores utilizam mecanismos de 
coesão e coerência, bem como estratégias argumenta-
tivas que facilitem o entendimento do leitor.
 � Recursos da Intencionalidade:
 � “Argumentatividade”: o uso dos argumentos 
corretos é necessário para, de fato, convencer 
o leitor ao que é proposto pelo autor. Os tipos 
de argumento mais conhecidos são: citação de 
autoridade, dados científicos, fatos históricos, 
dentre outros;
 � Verbos/pessoas do discurso: quando o autor 
do texto pretende se aproximar do leitor, ele, 
geralmente, opta pelo uso do pronome “você”, 
para que o leitor se sinta parte da situação 
comunicativa. Já quando sua intenção é con-
vencer o leitor sobre algum fato, normalmente, 
opta pelo uso de verbos no modo imperativo;
 � Vocabulário: a depender do objetivo comunica-
tivo, o autor pode inserir vocabulário específico 
de um determinado grupo social, como as gírias, 
a fim de provocar o interesse e reter a atenção 
do leitor, alcançando, assim, sua intenção;
 � Cores: além da linguagem verbal, o uso de cores 
e imagens (linguagem não verbal) colabora 
para o alcance dos objetivos da comunicação;
 � Figuras de linguagem: são recursos utilizados, 
propositalmente, pelos autores, para causar 
determinada sensação no leitor.
Intencionalidade na Linguagem Publicitária
A natureza do texto publicitário é a persuasão, o 
convencimento. O interesse em “convencer” pode 
estar ligado à compra de bens e serviços ou ao enga-
jamento do leitor em determinado evento/campanha. 
A intencionalidade presente nesse gênero é, portanto, 
envolver o leitor. 
Pode-se encontrar muitos exemplos de textos que 
evidenciam a intencionalidade na linguagem publi-
citária. Os autores desse tipo de texto, geralmente 
profissionais da publicidade ou do jornalismo, uti-
lizam-se, muitas vezes, de recursos estilísticos que 
não estão corretos, segundo a norma culta, mas que 
cabem para a intencionalidade desejada.
Vale destacar que outros tipos de textos, como 
letras de música e textos literários, também utilizam 
construções com erros gramaticais para atender à 
determinada intencionalidade.
A imagem a seguir mostra um anúncio publicitário 
e iremos analisar sua intencionalidade.
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Disponível em: <https://desperteamentemilionaria.com.br/anuncio-
publicitario-o-que-e-e-como-fazer-em-2021/>. Acesso em: 1 out. 
2021.
Além da questão das linguagens verbal e não ver-
bal que, intencionalmente, são usadas para chamar 
a atenção do leitor, podemos citar o uso de palavras 
que “conversam” com o leitor (“você”, “seu” e “sua”), 
aproximando-se dele. Esse é um recurso claro da 
intencionalidade. 
Aceitabilidade
A aceitabilidade, resumidamente, é a oposição da 
intencionalidade. Enquanto a intencionalidade trata 
do objetivo comunicativo do autor, a aceitabilidade é o 
modo como o leitor compreende e entende o enunciado. 
Antes mesmo do início da leitura, o leitor estabele-
ce um juízo de valor e uma expectativa a respeito do 
que será lido. Muitas vezes, os textos são interpretados 
de forma diferente do que seria a intenção do autor e, 
geralmente, isso está ligado a uma má construção do 
texto, comprometendo a coesão e a coerência das ideias.
A aceitabilidade é, portanto, um fator fundamental 
para que a intencionalidade seja atingida. No entanto, 
é importante compreender que, ainda que a aceitabi-
lidade seja um “papel” do interlocutor, é o autor do 
texto o responsável por proporcioná-la. 
Situacionalidade
A situacionalidade diz respeito ao contexto no qual 
o ato comunicativo se situa. Um texto pode situar-se 
de duas formas: em relação ao próprio texto e onde 
ele será divulgado e em relação ao momento/contexto 
histórico de publicação. 
Em síntese, o contexto constitui uma condição 
para que determinado texto possa produzir o sentido 
e o efeito desejados pelo autor. Um texto que apresen-
ta muitas marcas de oralidade e coloquialidade, por 
exemplo, pode ser muito eficiente, se divulgado nas 
redes sociais com a intenção de informar ou entreter, 
mas muito ineficiente quando utilizado em situações 
formais. 
PROGRESSÃO TEMÁTICA
Progressão temática representa o processo de 
construção do texto, o qual pode ser notado pela orga-
nização e conexão entre as ideias dispostas nele. A pro-
gressão textual torna o texto claro, objetivo e de fácil 
leitura, pois, se as partes que o compõe estão conecta-
das, a mensagem é entregue mais facilmente ao leitor. 
Para haver progressão, é necessário que cada nova 
informação acrescentada tenha relação com aquelas 
apresentadas anteriormente no texto. Sendo assim, a 
língua dispõe de alguns recursos, que podem ser uti-
lizados para promover a progressão temática dentro 
do texto. Vejamos:
 � Conectores: são palavras ou expressões que têm a 
função de ligar as frases, orações e períodos, favo-
recendo a sequência de ideias presentes no texto. 
Esse papel pode ser desempenhado pelas conjun-
ções, pronomes e advérbios/locuções adverbiais, 
classes gramaticais responsáveis por promover a 
relação entre os termos conectados. 
É muito importante saber identificar a relação 
estabelecida pelo uso dessas palavras, uma vez que os 
conectores são peças fundamentais para a produção 
de sentido de um texto. A seguir, vejamos as princi-
pais relações que os conectores podem expressar:
 � Adição: e, também, além disso, mas também;
 � Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no 
entanto; 
 � Causa: por isso, portanto, certamente; 
 � Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na socie-
dade atual, depois, antes disso, em seguida, 
logo, até que;
 � Consequência: logo, consequentemente;
 � Confirmação/Reafirmação: ou seja, neste sen-
tido, nesta perspectiva, em suma, em outras 
palavras, desta forma; 
 � Hipótese/Probabilidade: a menos que, mesmo 
que, supondo que;
 � Semelhança: do mesmo modo, assim como, 
bem como;
 � Finalidade: afim de, para, para que, com a fina-
lidade de, com o objetivo de;
 � Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, 
isto é;
 � Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente, 
com efeito;
 � Dúvida: talvez, porventura, provavelmente, pos-
sivelmente;
 � Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma.
Importante!
É necessário observar o contexto de uso de cada 
conector, pois vários deles podem mudar de 
sentido, de acordo com a situação em que está 
sendo usado. Na língua portuguesa, identificar 
o contexto é essencial para entender a relação 
estabelecida pelo uso dessas palavras.
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Pratique agora com um exercício comentado feito 
especificamente para você treinar o tema estudado:
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) No trecho a seguir, des-
taque os conectores e indique a relação de sentido 
que cada um expressa.“Dessa forma, a transdução será a ação semiótica de 
construir sentidos a partir do uso de outros modos, 
por exemplo, transformando uma narração em um 
desenho, mas também existe o processo de transfor-
mação, quando a mudança acontece utilizando o mes-
mo modo, por exemplo, um filme em inglês passa para 
uma versão em português.”
Primeiro, deve-se identificar os conectores. Veja-
mos: “Dessa forma, a transdução será a ação semió-
tica de construir sentidos a partir do uso de outros 
modos, por exemplo, transformando uma narração 
em um desenho, mas também existe o processo de 
transformação, quando a mudança acontece uti-
lizando o mesmo modo, por exemplo, um filme em 
inglês passa para uma versão em português”. Con-
forme se pode notar, dentro do contexto em que 
foram usados, os conectores destacados (“Dessa 
forma”, “por exemplo” e “mas também”) estabele-
cem relação de confirmação, exemplificação e adi-
ção, respectivamente.
 � Pronomes: são utilizados para evitar repetições 
desnecessárias em um texto. Repetir as mesmas 
palavras pode tornar o texto cansativo e desin-
teressante para o leitor. Observe, a seguir, este 
“antes e depois”, buscando verificar a fluidez tex-
tual propiciada pelo uso dos pronomes: 
 � Antes
“Pode-se inferir, portanto, que o poeta é um mes-
tre da verdade e a memória que o poeta expressa 
enquadra-se como um saber. O poeta é um especia-
lista em ter a memória viva e transcrevê-la em forma 
de poema.”
 � Depois
“Pode-se inferir, portanto, que o poeta é um mestre 
da verdade e a memória que o poeta expressa enqua-
dra-se como um saber. Ele é um especialista em ter a 
memória viva e transcrevê-la em forma de poema.” 
 � Sinônimos: são utilizados para evitar a repetição 
de um determinado termo, assim como os prono-
mes. Vejamos um exemplo:
 � Antes
“Para muitas famílias, o fato de pagar uma escola 
pressupõe que a escola deve assumir toda a forma-
ção da criança, deixando a família isenta de qualquer 
cobrança e responsabilidade. No entanto, a escola 
encontra entraves em determinadas situações.”
 � Depois
“Para muitas famílias, o fato de pagar uma esco-
la pressupõe que esta instituição deve assumir toda 
a formação da criança, deixando a família isenta de 
qualquer cobrança e responsabilidade. No entanto, o 
sistema escolar encontra entraves em determinadas 
situações.”
Tema e Rema
O Tema constitui a informação geral tratada no tex-
to, e o modo como essa informação é desenvolvida no 
decorrer dos parágrafos consiste no que chamamos de 
Rema. O Rema marca, então, a progressão do Tema.
Importante!
O tema é a ideia principal, e o rema é o desenvol-
vimento dessa ideia.
A relação entre Tema e Rema pode ser notada pela 
organização, clareza e lógica entre as ideias. Um texto 
bem escrito, isto é, um texto coeso e coerente, que seja 
capaz de produzir sentido para o leitor, deve apresen-
tar conexão entre as frases, orações e períodos, fator 
primordial para a progressão temática. Em outras 
palavras, a forma com que o tema e o rema são desen-
volvidos em um texto, a fim de promover a progressão 
temática, constitui um processo essencial para a coe-
são e para a coerência textual.
SEQUÊNCIAS TEXTUAIS: DESCRITIVA, NARRATIVA, 
ARGUMENTATIVA, INJUNTIVA E DIALOGAL
Descritiva
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas 
nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili-
zam esse tipo textual geralmente utilizam a sequência 
descritiva como suporte para um propósito maior. São 
exemplos de textos cujo tipo textual predominante é a 
descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classifi-
cados, lista de compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, 
que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito 
de alguns aspectos do território que viria a ser chama-
do de Brasil.
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, 
e quartejados, assim pelos corpos como pelas per-
nas, que, certo, assim pareciam bem. Também anda-
vam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que 
assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava 
uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a náde-
ga, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto 
da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos 
com as curvas assim tintas, e também os colos dos 
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocên-
cia assim descobertas, que não havia nisso desver-
gonha nenhuma.”
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-
de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.
Note que apesar da presença pontual da sequência 
narrativa, há predominância da descrição do cenário 
e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie 
de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do 
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos 
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros, 
como, por exemplo, o e-mail.
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A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos 
ver no cardápio a seguir: 
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-
ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021.
Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o leitor a imaginar o 
objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso 
de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de 
forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido, 
no caso) do cliente.
Narrativa
Os textos compostos predominantemente por sequências narrativas cumprem o objetivo de contar uma his-
tória, narrar um fato. Por isso, precisam manter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão de algumas 
estratégias, como a organização dos fatos a partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão de um momen-
to de tensão (chamado de clímax) e um desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
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Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles:
 � Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilí-
brio, o que demanda uma situação conflituosa;
 � Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
sentada inicialmente;
 � Ações (para o clímax): Acontecimentos que 
ampliam a tensão;
 � Resolução: Momento de solução da tensão;
 � Situação final: Retorno da situação equilibrada;
 � Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre 
a resolução;
 � Moral: Apresentação de valores morais que a his-
tória possa ter apresentado.
Esses sete passos podem ser encontrados no 
seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como 
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, 
bem como aprender a identificar outros pontos do 
tipo textual narrativo.
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim
Havia mil garotas afim
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade
Situação inicial: 
predomínio de 
equilíbrio
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Complicação: 
início da tensão
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs Clímax
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
Resolução
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã
[...]
Situação final /
AvaliaçãoNo peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim Moral
Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-
hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
ção linguística que são caracterizadas por:
 � Presença de marcadores temporais e espaciais;
 � Verbos, predominantemente, utilizados no 
passado;
 � Presença de narrador e personagens.
Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemen-
te narrativos apresentam outras tipologias tex-
tuais em sua composição, tendo em vista que 
nenhum texto é composto exclusivamente por 
uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Para sua compreensão, também é necessário saber 
o que são marcadores temporais e espaciais. São 
formas linguísticas como advérbios, pronomes, locu-
ções etc. utilizados para demarcar um espaço físico 
ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, 
esses elementos são essenciais para marcar o equilí-
brio e a tensão da história, além de garantirem a coe-
são do texto. Exemplos de marcadores temporais e 
espaciais: Atualmente, naquele dia, nesse momento, 
aqui, ali, então... 
Outro indicador do texto narrativo é a presença do 
narrador da história. Por isso, é importante apren-
dermos a identificar os principais tipos de narrador 
de um texto:
Narrador: Também conhecido como foco narrativo, é o 
responsável por contar os fatos que compõem o texto
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
soa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, 
porém, não participa das ações
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados na 3ª 
ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não 
participa das ações, porém, o fluxo de consciência do nar-
rador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
dominantemente narrativas são notícia, diário, conto, 
fábula, entre outros. É importante reafirmar que o 
fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
vos não significa que não possam apresentar outras 
sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na 
classificação correta, é sempre essencial atentar-se às 
marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do 
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.
Argumentativa
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais 
complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
dade na identificação, bem como em sua análise.
O texto argumentativo tem por objetivo a defesa 
de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa 
de uma tese e a apresentação de argumentos que 
visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex-
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios 
científicos e filosóficos, dentre outros.
Outro aspecto importante dos textos argumentati-
vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
ticas conhecidas como operadores argumentativos, 
que organizam as orações subordinadas, estruturas 
mais comuns nesse tipo textual.
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A seguir, apresentamos um quadro sintético com 
algumas estruturas linguísticas que funcionam como 
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e 
a leitura de textos argumentativos:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...
Observe o exemplo a seguir: 
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais 
no tratamento das mais diversas doenças relacio-
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos 
nem de longe compensam o dinheiro gasto com 
essas doenças. Além disso, as empresas têm gran-
des prejuízos por causa de afastamentos de tra-
balhadores devido aos males causados pelo fumo. 
Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer 
propagandas de cigarros em todos os meios de 
comunicação.”
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021. 
Adaptado.
Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor, 
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
Injuntiva
A sequência textual injuntiva caracteriza-se por 
fornecer instruções para a realização de uma ação 
desejada. Sua aplicação é presente em manuais de 
instruções, pedidos, prescrições, entre outros.
O objetivo do texto injuntivo é instruir o leitor 
para alguma atividade ou situação. Sendo assim, eles 
instruem, informam, auxiliam, aconselham e/ou reco-
mendam. Para alcançar esse objetivo, geralmente, uti-
lizam de modelos que mostram um “passo a passo” 
das ações a serem realizadas. 
As principais características da sequência injunti-
va são:
 � Linguagem simples, objetiva e de fácil entendimento;
 � Uso de frases curtas em tópicos ou numeradas;
 � Orações com verbos no imperativo ou infinitivo;
 � Não utiliza de figuras de linguagem;
 � Não há uma preocupação estilística;
 � Apesar da simplicidade, deve-se usar a norma cul-
ta da língua, com as devidas correções gramaticais.
Um texto injuntivo que faz uma súplica ou um 
pedido pode, anteriormente, utilizar a sequência 
expositiva, para apresentar uma determinada situa-
ção ou, ainda, a dissertativa, para defender um ponto 
de vista e, em seguida, fazer a solicitação. 
Diferentemente, nos manuais de instrução, por 
exemplo, as ações instruídas organizam-se em 
ordem cronológica. Desse modo, o leitor obedece não 
apenas às solicitações, como também à ordem na qual 
estão estruturadas.
 � Exemplos de textos injuntivos
 � Mensagem religiosa doutrinária;
 � Instruções;
 � Manuais de uso e/ou montagem de aparelhos 
e outros;
 � Receitas culinárias e receitas médicas;
 � Textos de orientação comportamental.
 � Como construir um bom texto injuntivo?
Atente-se aos tempos e modos verbais, a fim de 
não confundir entre a segunda e a terceira pessoas 
do discurso no modo imperativo. Além disso, é neces-
sário haver coerência: todo o texto precisa estar em 
segunda ou em terceira pessoa, de forma homogênea. 
Ainda, seguir uma ordem lógica é muito importan-
te, para não prejudicar a execução das ações e o resul-
tado final. Por fim, é essencial destacar os pontos mais 
importantes do texto, isto é, os trechos que indicam 
aspectos cruciais para a boa execução das ações.
Dialogal
O texto dialogal tem como característica principal 
alternar turnos (ou tomadas de voz), os quais são cha-
mados de turnos de abertura e de fechamento. Veja-
mos alguns exemplos: 
 � Abertura
«— Olá!»
«— Oi, tudo bem?»
«— Como você está?»
«— Boa tarde/noite!»
 � Fechamento
«— Adeus.»
«— Até logo.»
«— Até mais.»
«— Tchau.»
«— Até a próxima.»
«— Obrigado.»
Entre a abertura e o fechamento há, de fato, a inte-
ração entre os interlocutores, geralmente seguindo o 
modelo pergunta-resposta.
As sequências dialogais estão presentes na entre-
vista, no debate, nas narrativas literárias, no texto tea-
tral, dentre outros. 
Além disso, estão diretamente relacionadas às 
sequências narrativa e descritiva. Os diálogos apare-
cem com frequência em textos narrativos. 
TIPOS DE ARGUMENTO
 � Argumento de autoridade: utilização de citações 
de pesquisadores, entidades ou grupos acadêmi-
cos reconhecidos. Garante credibilidade ao texto;
 � Argumento por comprovação: apresentação de 
estatísticas e dados de pesquisas com credibili-
dade. Aumenta a confiabilidade da informação 
apresentada;
 � Argumento por exemplificação: apresentação 
de exemplos representativos que fortaleçam a 
informação;
 � Argumento de princípio: utilização de princípios, 
crenças e valores (lógicos, científicos, éticos etc) 
tidos como universais;
 � Argumento por causa

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