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NR10 - Sep Avançado 1 seg003- NR10 Sep Avançado Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Lucas Izoton Vieira Presidente Senai – Departamento Regional do Espírito Santo Manoel de Souza Pimenta Diretor-gestor Robson Santos Cardoso Diretor-regional Alfredo Abel Tessinari Gerente de Operações Fábio Vassallo Mattos Gerente de Educação e Tecnologia Agostinho Miranda Rocha Gerente de Educação Profissional Equipe técnica Marcelo Bermudes Gusmão Coordenação Elson Lyra Elaboração Fábio Vassallo Mattos Revisão técnica Lygia Bellotti Adaptação de linguagem Islene Servane dos Santos Revisão gramatical Samira Ribeiro Cunha Curto Revisão pedagógica Andrelis Scheppa Gurgel Projeto gráfico Jackeline Oliveira Barbosa Paola Lougon Pasolini Diagramação Fabrícia Resieri Fabrício Zucolotto Fernando Emeterio de Oliveira Ilustração Fernanda de Oliveira Brasil Maria Carolina Drago Organização Vitória 2009 Segurança do Trabalho NR10 - Sep Avançado Versão 0 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Senai-ES © 2009. Senai - Departamento Regional do Espírito Santo Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por quaisquer meios, sem autorização prévia do SENAI/ES. Senai/ES Divisão de Educação e Tecnologia - Detec Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) SENAI. Departamento Regional do Espírito Santo. NR-10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade : sistema elétrico de potência / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Departamento Regional do Espírito Santo. - Vitória : SENAI, 2009. 144 p. : il. Inclui bibliografia. 1. NR 10 - SEP. 2. Eletricidade. 3. Segurança. 4. Métodos de trabalho. 5. Prevenção de acidentes. 6. Medidas de controle. I. Título. S474n Departamento Regional do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 Ed. Findes - 6º andar CEP: 29056-913 - Vitória - ES Tel: (27) 3334-5600 - Fax: (27) 3334-5772 - http://www.es.senai.br CDU: 614.8:537 Senai-ES - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Apresentação A busca por especialização profissional é constante. Você, assim como a maioria das pessoas que deseja agregar valor ao currículo, acredita nessa idéia. Por isso, para apoiá-lo na permanente tarefa de se manter atualiza- do, o Senai-ES apresenta este material, visando a oferecer as informações de que você precisa para ser um profissional competitivo. Todo o conteúdo foi elaborado por especialistas da área e pensado a partir de critérios que levam em conta textos com linguagem leve, gráfi- cos e ilustrações que facilitam o entendimento das informações, além de uma diagramação que privilegia a apresentação agradável ao olhar. Como instituição parceira da indústria na formação de trabalhadores qua- lificados, o Senai-ES está atento às demandas do setor. A expectativa é tornar acessíveis, por meio deste material, conceitos e informações neces- sárias ao desenvolvimento dos profissionais, cada vez mais conscientes dos padrões de produtividade e qualidade exigidos pelo mercado. Organização do sistema elétrico ...........................................................................................9 Qualificação, habilitação, capacitação e autorização ................................................. 19 Sinalização de segurança...................................................................................................... 23 Documentação de instalações elétricas ......................................................................... 37 Procedimentos de trabalho ................................................................................................. 41 Aterramento elétrico .............................................................................................................. 47 Riscos no SEP e sua prevenção ........................................................................................... 51 Equipamentos e ferramentas de trabalho ..................................................................... 73 Responsabilidade civil e criminal no acidente ............................................................. 81 Distribuição de energia elétrica ........................................................................................ 85 Técnicas de trabalho em espaços confinados .............................................................. 89 Direção defensiva .................................................................................................................... 99 Postura de trabalho .............................................................................................................. 105 Aspectos comportamentais .............................................................................................. 111 Acidentes típicos ................................................................................................................... 119 Condições impeditivas para o serviço ........................................................................... 131 Transporte da vítima ............................................................................................................ 133 Anexo – Modelo .................................................................................................................... 139 Referências bibliográficas .................................................................................................. 143 Sumário NR10 - Sep Avançado 9 Achou importante? Faça aqui suas anotações. Organização do sistema elétrico Achou importante? Faça aqui suas anotações. Nesta unidade você vai aprender algumas normas que envolvem a orga- nização do Sistema Elétrico de Potência (SEP). Primeiramente, serão abor- dados os aspectos organizacionais da atividade, em seguida, questões relacionadas à operação dos sistemas elétricos. O Sistema Elétrico de Potência (SEP) é o conjunto de todas as instalações e equipamentos usados para gerar, transmitir e distribuir a energia elétrica. Atualmente, esse mercado tem crescido anualmente em média 4,5%. No Brasil, esse sistema apresenta grandes extensões de linhas de transmis- são e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. O principal centro consumidor do País fica concentrado nas regiões mais industrializadas, Sul e Sudeste. No Norte, o recurso é gerado em peque- nas centrais, especialmente termelétricas a óleo diesel. NR10 - Sep Avançado 10 As estruturas dos sistemas de energia elétrica possuem organização ver- tical e horizontal, conforme você pode conferir na ilustração a seguir. Aspectos organizacionais A regulamentação e a fiscalização da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil são feitas pela Constituição Federal. Assim, as concessões para empresas que atuam nesse setor devem ser emitidas pelo Ministério das Minas e Energia (MME), já a fiscalização e a regula- ção são responsabilidades da Agência Nacional do Setor Elétrico (Aneel). Além desses órgãos, há ainda outras instituições encarregadas de coor- denar a expansão e a operação do sistema, como: { { { {{ PR O D U ÇÃ O SI TE M A D E TR A N SM IS SÃ O SIS TE M A D E S UB - TR AN SM ISS ÃO SISTEMA DISTRIB. { PR O D U ÇÃ O SI TE M A D E TR A N SM IS SÃ O SIS TE M A D E S UB - TR AN SM ISS ÃO SISTEMA DISTRIB. LIN HA IN TE RL IG AÇ ÃO Pe qu en os M éd ios Gr an de s M uit o G ra nd es NÍ VE L D E TR AN SM ISS ÃO NÍ VE L D E NÍ VE L D E DI ST RI BU IÇ ÃO SU BT RA NS M ISS ÃO { PR IM ÁR IO SE CU ND ÁR IO NR10 - Sep Avançado 11 - Operador Nacional do Sistema (ONS): Tem a função de planejar e co- ordenar a operação elétrica e energética no Brasil. - Empresa de Planejamento Energético (EPE): Responsável por proje- tar a expansão dos sistemas elétricos e energéticos do País. - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): É o órgão en- carregado pelos contratosde compra e venda de energia e também pela mensuração da energia fornecida ou recebida pelos geradores, distribui- dores, consumidores livres e pelas empresas que comercializam o recurso. Segmentos Há três segmentos que compõem o sistema elétrico: a geração, a transmissão e a distribuição de energia elétrica. Para facilitar a sua compreensão sobre as questões que envolvem cada uma dessas etapas que fazem parte da organi- zação vertical do sistema, elas serão abordadas separadamente a seguir. Geração ou produção Os termos geração ou produção podem ser também compreendidos como a conversão de uma forma qualquer de energia em energia elé- trica. Conforme dados apresentados pela Aneel, no Brasil, há mais de 1,5 mil empreendimentos em operação que geram quase 102.364.691 mi- lhões de kW de potência. A atual Matriz de Energia Elétrica do País está representada na ilustração a seguir: MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL Empreendimentos em Operação Tipo Gás Petróleo Carvão Mineral Nuclear Eólica Importação Total 100100102.364.691 102.364.6911,527 1,527 Biomassa Hidro Total Capacidade Instalada n˚ de Usinas n˚ de Usinas(kW) (kW) % % T E R M E L É T R I C A S Natural Processo Óleo Diesel Óleo Residual Bagaço de Cana Licor Negro Madeira Biogás Casca de Arroz Carvão Mineral Paraguai Argentina Venezuela Uruguai 607 72 26 521 18 222 13 25 2 2 7 2 10 71.848.487 9.886.953 925.748 3.572.554 1.163.970 2.324.550 782.617 212.832 20.030 6.400 1.415.000 2.007.00 28.550 5.650.000 2.250.000 200.00 70.000 70,19 9,66 0,90 3,49 1,14 2,27 0,76 0,21 0,02 0,01 1,38 1,96 0,03 2,33 5,85 0,08 0,20 607 98 539 264 7 2 10 71.848.487 10.812.701 4.736.524 3.346.429 1.415.429 1.415.000 2.007.000 28.550 8.170.000 70,19 10,56 4,63 3,27 1,38 1,96 0,03 7,98 NR10 - Sep Avançado 12 Conforme já mencionado, as fontes de energia elétrica mais comuns no Brasil são as usinas hidrelétricas de grande porte – com potência maior que 30 MW – e as usinas termelétricas. As hidrelétricas, que são respon- sáveis por mais de 70% de toda a produção brasileira, estão localizadas, especialmente, nas regiões Sul e Sudeste do País. A NBR 5460 - Sistemas Elétricos de Potência - estabelece a seguinte defi- nição para essas usinas: 2.1 – Usina (Elétrica) – É a instalação elétrica destinada a gerar energia elétrica em escala industrial, por conversão de outra forma de energia. 2.2 – Usina Hidrelétrica – É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia gravitacional da água. Podemos encontrar usinas hidrelétricas do tipo: 2.2.1 – Usina (hidrelétrica) a fio d´água – Usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se apresenta no local. 2.2.2 – Usina (hidrelétrica) com acumulação - Usina hidrelétrica que dis- põe do seu próprio reservatório de regularização. Nas grandes usinas o nível de tensão na saída dos geradores está normal- mente na faixa de 6 a 25 kV. Já as usinas termelétricas apresentam, como principais características, baixos custos de construção, operação e manutenção, além da possibili- dade de serem instaladas em locais próximos aos centros consumidores. Essas usinas ficam principalmente na região Norte do País, representam 3,4% da produção de eletricidade do País e atendem a uma área que corresponde 45% do território brasileiro e a cerca de 3% da população, aproximadamente 1,2 milhões de consumidores. Conforme a NBR 5460 esse tipo de geração é definido da seguinte forma: 2.3 - Usina Termelétrica – Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são: 2.3.1 – Unidade (Termelétrica) a combustão interna – Unidade termelé- trica cujo motor primário é um motor de combustão interna 2.3.2 - Unidade (Termelétrica) a gás – Unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a gás. 2.3.3 - Unidade (Termelétrica) a turbina - Unidade termelétrica cujo mo- tor primário é uma turbina a vapor. 2.3.4 – Usina Nuclear – Usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica. Assim como as hidrelétricas, as usinas termelétricas a carvão mineral, óleo combustível, gás natural ou as nucleares são classificadas como fon- tes de energia elétrica convencionais. Em ambos os casos são utilizados geradores do tipo síncrono e a operação ocorre em frequência nominal de 60Hz, que é a usada nos sistemas elétricos brasileiros. Já no caso da geração nuclear, as usinas ficam localizadas o mais próximo possível dos locais de consumo. Isso é feito para reduzir os gastos com transmissão e de acordo com normas de segurança e preservação ambiental. Além das fontes de energia elétrica já citadas, há diversas formas alterna- tivas de energia como solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas que usam NR10 - Sep Avançado queima de biomassa (madeira, cana-de-açúcar, por exemplo) e outras fontes menos usuais, como as que utilizam a força das marés. No Brasil, estão sendo desenvolvidos estudos para verificar as possibi- lidades técnicas e os custos de produção de energia na Amazônia e a transmissão dela para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, situa- das a mais de 2000 quilômetros. A seguir, você vai aprender mais sobre a transmissão de energia elétrica. Confira. Transmissão A transmissão pode também ser definida como o transporte de energia elétrica de acordo com o valor nominal de tensão entre a subestação ele- vadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em que se inicia a subtransmissão. Nessa fase, o sistema de distribuição é alimentado e fornece energia elétrica a um grande consumidor. Esse processo de transmissão também pode ser realizado entre as subes- tações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de dois concessio- nários, ou áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário. No Brasil, as tensões de transmissão mais comuns em corrente alternada variam entre 138 KV e 765 KV, incluindo nesse intervalo tensões de 230 KV, 345 KV, 440 KV e 500 KV. As redes que possuem tensões nominais iguais ou maiores que 230 KV formam uma rede básica de transmissão. Já os sistemas de subtransmissão apresentam níveis mais baixos, como 34,5 KV, 69 KV ou 88 KV e 138 KV e alimentam subestações de distribui- ção. Geralmente, esses sistemas operam com tensões menores que as dos sistemas de transmissão, porém, não é raro operarem com mesma tensão que eles. Os sistemas de subtransmissão nascem nos barramentos das subesta- ções regionais e terminam nas subestações abaixadoras locais. Das re- gionais, geralmente, saem diversas linhas de transmissão que apresen- tam caminhos diversos. Um único sistema pode apresentar dois ou mais níveis de tensões de subtransmissão, além de um subnível de subtransmissão. No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ± 600 kVDC . No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído basicamente pelos geradores, estações de eleva- ção de tensão, linhas de transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras. Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à 13 NR10 - Sep Avançado 14 subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) e ainda pela ausência de subesta- ções intermediárias abaixadoras ou de seccionamento. As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente alternada, enquanto que as estações conver- soras apresentam custo elevado. Portanto, a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com frequ- ências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias. Sob o ponto de vista físico e elétrico, as linhas de transmissão e de subtrans- missão se confundeme os métodos de cálculo são os mesmos. Em algumas empresas as linhas de subtransmissão ficam sujeitas aos seus departamen- tos de distribuição, que as planejam, projetam, constroem e operam. Em outras empresas elas estão a cargo dos departamentos encarregados das linhas e subestações. É uma opção de organização administrativa. Para efeito didático, extraímos algumas definições da NBR 5460, as quais transpomos abaixo: 3.1 – Subtransmissão – Transmissão de energia elétrica entre uma subes- tação abaixadora de um sistema de transmissão e uma ou mais subesta- ções de distribuição. 3.2 – Subestação – Parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, compreendendo primordialmente as extremidades de linhas de transmissão e/ou de distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo as manobras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também, transformadores, equipamen- tos conversores e outros equipamentos. Podemos citar dentre os tipos de subestação: 3.2.1- Subestação Elevadora – Subestação transformadora na qual a ten- são de saída é maior que a tensão de entrada. 3.2.2- Subestação Abaixadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é menor que a tensão de entrada. 3.2.3 – Subestação de Manobra (chaveamento) – Subestação cuja fina- lidade principal é modificar a configuração de um sistema elétrico, me- diante modificação das interligações de linhas de transmissão. 3.2.4 – Subestação telecontrolada (desassistida) – Subestação não-aten- dida cuja operação é controlada à distância. 3.3 – Linhas – Conjunto de condutores, isoladores e acessórios, destinado a transportar energia elétrica entre dois pontos de um sistema elétrico. Compõem-se basicamente de três partes principais: a) Estruturas (ou suportes) e acessórios; b) Cadeias de isoladores e acessórios, c) Cabos condutores e acessórios. NR10 - Sep Avançado Protegendo este conjunto, encontramos a malha ou dispositivo de ater- ramento, composto de cabos pararraios, fios terra e contrapeso. Em resumo, sob o ponto de vista funcional e operacional, podemos dizer que a estrutura de um sistema elétrico pode ser dividida em várias subes- truturas baseadas nos seus diversos níveis de tensão: geração, transmis- são, subtransmissão e distribuição (primária e secundária), sendo essa última objeto de nosso estudo no próximo item. À medida que a demanda de energia aumenta, mais fontes necessitam serem exploradas e novas linhas de transmissão necessitam serem cons- truídas para conectar essas novas estações geradoras aos novos pontos de distribuição e também às estações já existentes, surgindo assim a in- terligação de sistemas. Essas interligações podem propiciar um melhor aproveitamento das dis- ponibilidades energéticas de regiões com disponibilidades energéticas com características distintas. São economicamente vantajosas e aumen- tam a confiabilidade do suprimento às cargas, embora implique numa maior complexidade de operação do sistema. Um exemplo é a interliga- ção dos sistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul do Brasil, que apresentam sensíveis diferenças de hidraulicidade de seus rios, uma vez que os perío- dos chuvosos não são coincidentes nas várias bacias hidrográficas. Distribuição Por definição, “é a transferência de energia elétrica para os consumidores, a partir dos pontos em que se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição de energia, inclusive”. Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são: • Redes primárias; • Redes secundárias; • Ramais de serviço e entrada; • Medidores; • Transformadores de distribuição, • Capacitores e reguladores de rede. As linhas de transmissão e de subtransmissão convergem para as esta- ções de distribuição, que são uma subestação rebaixadora que alimenta um sistema de distribuição, onde a tensão é abaixada, usualmente, para o nível de 13,8 kV. Dessas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de distribuição da concessionária ou a de consumi- dores em tensão primária. 15 NR10 - Sep Avançado 16 Define-se Sistema (de distribuição) Primário, como sendo o conjunto dos alimentadores de um dado sistema de distribuição, incluindo os primários dos transformadores de distribuição pertinentes. São linhas de tensões suficientemente baixas para ocuparem vias públicas e suficientemente elevadas para assegurarem uma boa regulação, mesmo para potências razoáveis. Às vezes desempenham o papel de linha de subtransmissão em pontas de sistemas. Consumidores cuja carga instalada seja superior a 75 kW serão atendidos em tensão primária, tensão nominal de média ou alta tensão, dependen- do de sua demanda. Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição ainda encontra- dos no Brasil podemos citar: 2,3 kV; 3,8 kV ; 6,6 kV; 11,9 kV; 23 kV; 34,5 kV. A energia em tensão primária de distribuição é entregue a um grande nú- mero de consumidores tais como indústrias, centros comerciais, grandes hospitais, entre outros. Os alimentadores primários suprem um grande nú- mero de transformadores de distribuição que abaixam o nível para a tensão secundária para o uso doméstico e pequenos consumidores comerciais. Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários, observam-se os seguintes valores nominais mais frequentes: sistema de 220/127 volts (entre fases e entre fase e neutro) e o sistema de 380/220 volts, deriváveis de sistemas trifásicos com neutro, e o sistema de 220/110 volts derivável de sistemas monofásicos. Esses sistemas incluem os se- cundários dos transformadores de distribuição pertinentes e os ramais de ligação dos consumidores. Operam com as tensões mais baixas do sistema e em geral seu comprimento não excede de 200 a 300 m. O Centro de Operação da Distribuição – COD - é o órgão destinado a supervisionar e coordenar as atividades operativas do sistema de distri- buição. Sua filosofia básica é a de centralização do comando operativo da rede elétrica em um só órgão e local e visa a proporcionar: • Adequado atendimento aos consumidores. • Controle e análise das interrupções, visando minimizá-las. • Manutenção da configuração planejada. • Melhores condições operativas, diminuindo os riscos. • Dinamização e controle das manutenções. Atualmente, o mercado de distribuição de energia elétrica atende cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumi- dores residenciais, em mais de 99% dos municípios brasileiros. Ao longo dos últimos 20 anos o consumo de energia elétrica apresentou índices de expansão elevados, devido à expressiva participação das classes de consumo residencial, comercial e rural, enquanto o segmento industrial teve participação menor. NR10 - Sep Avançado Aspectos sobre a operação de sistemas elétricos Tanto os grandes motores industriais quanto os equipamentos eletro- domésticos, são projetados e construídos para trabalharem dentro de certas faixas de tensão e frequência, fora das quais podem apresentar funcionamentos não satisfatórios ou até mesmo se danificarem. Essas exigências básicas impõem à operação dos sistemas elétricos um ade- quado controle da tensão e da frequência na rede, a qual está sujeita às mais variadas solicitações de carga, que variam ano a ano, mês a mês e, o mais im- portante, podendo variar muito durante um único dia, devido, por exemplo, à demanda nos horários de pico, quando comparada com a da madrugada. Como não é possível armazenar energia elétrica comercialmente, deve ser produzida, a cada instante, na medida da demanda requerida. Além das variações de carga previstas, há também as de natureza alea- tória, tais como a conexão e desconexão de cargas por manutenção ou defeito de instalações da planta industrial ou comercial, que ocasionam alterações pequenas, em geral, na frequência e tensão da rede. Defei- tos na rede que provocam o desligamento de linhas, geradores, grandes blocosde carga ou de interligações entre sistemas, podem ocasionar os- cilações ou variações mais significativas, as quais os equipamentos de controle procuram minimizar. A frequência é controlada automaticamente nos próprios geradores através dos reguladores de velocidade, equipamentos que injetam mais ou menos água, vapor ou gás nas turbinas que acionam os geradores, dependendo do aumento ou diminuição da demanda. O controle da tensão pode ser feito remotamente nas usinas, através dos reguladores automáticos de tensão, podendo também ser efetuado em nível de transmissão, de subtransmissão e de distribuição. De um modo geral, o controle junto à carga é bem mais efetivo, uma vez que o contro- le remoto pode não ser suficiente. O controle é feito automaticamente por meio de transformadores com controle de TAP por compensadores síncronos ou compensadores de reativos estáticos e, manualmente, por meio de conexão ou desconexão de bancos de capacitores e/ou reatores em derivação. Além dos aspectos ligados ao controle de tensão e da carga/frequência na operação das redes interligadas, existe o problema de como distri- buir as cargas entre as diversas usinas do sistema, nas diversas situações de demanda. À alocação dessa geração dá-se o nome de despacho da geração, de cujo estabelecimento depende muito a operação racional e eficaz do sistema como um todo. É interessante ressaltar também que existem sistemas automáticos de supervisão e controle ou de despacho automático. O controle é feito por algoritmos de simulação/decisão em computador, com dados monitora- dos continuamente sobre o carregamento das linhas de transmissão, as gerações das diversas usinas e o estado da rede de transmissão. 17 NR10 - Sep Avançado 18 NR10 - Sep Avançado Conforme a Norma Regulamentadora 10 (NR 10), os profissionais que realizam intervenções, execuções, manutenções ou operações em ativi- dades de natureza elétrica devem ser capacitados em cursos regulares específicos para esse trabalho. A qualificação dessas pessoas é certifica- da pela conclusão de cursos “elé” que, segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), inclui as modalidades de eletrotécnica, eletrônica e telecomunicações. Essa especialização deve também ser reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e ter currículo específico e que comprove aprovação em exames e avalia- ção preestabelecidos. São considerados capacitados profissionais de nível superior e médio com profissões regulamentadas - engenheiros, técnicos e tecnólogos - além de pessoas que concluíram cursos profissionalizantes e adquiriram conhecimento para atuar profissionalmente, como os eletricistas monta- dores, eletricistas de manutenção, entre outros. A habilitação para todos os profissionais dessa área deve ser emitida pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) baseada na Lei n.º 5.194/66, que regula o exercício das profissões de engenheiro, ar- quiteto e engenheiro-agrônomo e na Lei n.º 5.524/68, que normaliza as atri- buições dos técnicos industriais de nível médio em diversas modalidades. É considerado capacitado um trabalhador que, mesmo não tendo reali- zado cursos, desenvolveu habilidades para realizar atividades específicas. Esses profissionais devem ser orientados por outros devidamente habi- litados e que possuam autorização para capacitar. Eles serão também os responsáveis por limitar o trabalho dos capacitados. O termo autorizado é usado para designar os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados com aprovação formal da empresa. É importante ressaltar que a autorização é um processo adminis- trativo, por meio do qual a empresa declara oficial e formalmente a apro- vação, que autoriza o profissional a operar em suas instalações elétricas. 19 Qualificação, habilitação, capacitação e autorização Achou importante? Faça aqui suas anotações. NR10 - Sep Avançado 20 O esquema a seguir irá ajudá-lo a entender como funcionam as questões apresentadas até agora. Confira: É responsabilidade da empresa desenvolver um sistema de identifica- ção, como crachás, para possibilitar o reconhecimento da abrangência da autorização que cada profissional possui, de acordo com seu nível de conhecimento. Além da identificação, os trabalhadores que têm autorização para atuar em instalações elétricas devem ter essa informação registrada na em- presa. Esse trabalho também demanda que o profissional se submeta a exames para atestar condições de saúde compatíveis com a atividade. Esses dados também devem ser registrados em seu prontuário médico, conforme estabelece a NR 7. Instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS) salientam a impor- tância de a autorização dos profissionais que irão desempenhar funções com envolvimento de eletricidade ser feita por médico do trabalho, que deve usar um protocolo específico. FORMAÇÃO SISTEMA OFICIAL DE ENSINO NA EMPRESA CAPACITAÇÃO ESPECÍFICA DIRIGIDA E SOB RESPONSÁBILIDADE DE UM PROFISSIONAL HABILITADO AUTORIZADO QUALIFICAÇÃO PROFISSÃO OCUPAÇÃO REGISTRO NO CONSELHO HABILITADO CAPACITADO NÃO ELETRICISTAS PALESTA / BRIEFINE DE SEGURANÇA PARA TRABALHADORES NA PROXIMIDADE DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS TREINAMENTO DE SEGURANÇA (40H) SEGURNAÇA COM ELETRICIDADE RISCOS ELÉTRICOS E ADICIONAIS PRIMEIRO SOCORROS COMBATE A INCÊNDIO PROCEDIMENTO E RESPONSÁBILIDADE AUTORIZADO (INSTALACÕES BT / NÃO SEP) CAPACITADO - TRABALHO SOB RESPONSÁBILIDADE DE HABILITADO AUTORIZADO TREINAMENTO COMPLEMENTAR EM SEGURNAÇA NA ALTA TENSÃO / SEP E EM SUAS PROXIMIDADES TREINAMENTO EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS PARA AMBIENTES COMATMOSFERAS EXPLOSIVAS POR EXEMPLOS, PINTURA / LIMPEZA DE SUBESTAÇÕES INSTALAÇÕES AI / SEP E NAS SLAS PROXIMIDADES OU SIMILARES (PARA TRABALHOS EMÁREAS CLASSIFICADAS MEDIANTE PT) TREINADOAUTORIZADO INSTRUÍDO NR10 - Sep Avançado Esses trabalhadores precisam ainda passar por treinamentos específicos a respeito dos riscos que a atividade com energia elétrica apresenta. A NR 10 estabelece conteúdos mínimos para os módulos básico e com- plementar desse curso. A empresa concederá autorização somente aos profissionais que tenham participado da capacitação e apresentaram aproveitamento satisfatório. Além do curso, a norma também recomenda treinamentos de recicla- gem a cada dois meses, com conteúdo de acordo com as necessidades identificadas por cada organização durante esse período e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: - Troca de função ou mudança de empresa: As alterações podem ser no local de trabalho e, consequentemente, mudança em relação à expo- sição a riscos elétricos. No caso específico de mudança de empresa, é o empregador que deve recomendar ou não que o trabalhador realize o curso sob sua coordenação ou se responsabilize pelo treinamento reali- zado pelo profissional na antiga empresa. - Retorno ao trabalho após afastamento ou inatividade por período superior a três meses: Essa reciclagem é feita para relembrar ao profis- sional conceitos e práticas relacionadas à prevenção de riscos envolvidos no trabalho com eletricidade. - Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho: É um aperfeiçoamen- to essencial, especialmente quando há alterações nas instalações, inclu- são de novos equipamentos e métodos de trabalho. É importante ressaltar ainda dois aspectos normativos essenciais. O pri- meiro define que as atividades em áreas classificadas sejam previamen- te autorizadas e os profissionais recebam treinamento adequado. Essa recomendação é feita pelo fato de essas áreas estarem sujeitas à ocor- rência de atmosferas explosivas e, por isso, apresentam restrições para o trabalho com eletricidade. Outra recomendação, é que os profissionais que não atuem diretamente com eletricidade recebam instruções formais sobre essas atividades para que desenvolvam capacidade de identificar e avaliar possíveis riscose to- mar medidas adequadas, em caso de acidentes. É o caso, por exemplo, de profissionais que realizam serviços de limpeza, pintura e manutenção. Nesta unidade você conheceu os requisitos básicos necessários para um profissional atuar em atividades que envolvam eletricidade. Você vai ampliar ainda mais seus conhecimentos no próximo capítulo em que o conteúdo abordado será a sinalização de segurança usada nas áreas de trabalho com energia elétrica. 21 NR10 - Sep Avançado 22 NR10 - Sep Avançado Para trabalhar em locais que apresentem riscos de acidentes, é necessá- rio conhecer as sinalizações padrão aplicadas durante os processos. Sina- lizar equipamentos, delimitar a área de trabalho e disponibilizar um cor- redor de acesso a ela são algumas das medidas essenciais para garantir a segurança dos profissionais envolvidos na atividade e de outras pessoas que possam vir a ser atingidas por eventuais acidentes. Equipamentos energizados, que permanecem fechados com chave e ca- deado, também devem ser sinalizados com bandeiras ou fitas. Isso pos- sibilita a identificação dos riscos, proibições de acesso, cuidados a serem tomados e a identificação dos circuitos. Nesta unidade, você vai conferir alguns exemplos de sinalização e de equipamentos de proteção. Sinalização As sinalizações aplicadas em ambientes que apresentam risco elétrico e seus respectivos significados devem ser identificados por todos os pro- fissionais da área, mesmo os que não estejam diretamente envolvidos com o risco. Conheça algumas delas a seguir. Alta tensão Sinalização que adverte os trabalhadores sobre o risco de choque elétri- co, no caso de ultrapassar as áreas demarcadas. 23 Sinalização de segurança Achou importante? Faça aqui suas anotações. PERIGO DE MORTE ALTA TENSÃO NR10 - Sep Avançado 24 Restrições e impedimentos de acesso Alerta sobre exposição a perigos ao entrar na área. Identificação de circuitos elétricos Indica a presença de circuitos elétricos. Equipamentos de travamento Usado para bloquear dispositivos e sistemas de manobra e comandos. CUIDADOALTA TENSÃO 88KV LTA LES NOR NR10 - Sep Avançado Delimitações de áreas Restringe a entrada de trabalhadores a locais específicos. Sinalização de áreas Aplicada em áreas de circulação de pessoas, como vias públicas e ao re- dor de veículos e de cargas que estejam sendo movimentadas. Sinalização de painéis É uma bandeira imantada ou outro elemento similar que demonstra o bloqueio de operação do equipamento. Sinalização de dispositivos de seccionamento Os dispositivos de seccionamento usados em manobras de impedimen- to devem ser identificados com bandeiras aplicadas no mecanismo e no comando de acionamento e, também, terem suas partes mecânicas e elétricas bloqueadas. Os disjuntores desativados durante as ações de impedimento também devem ter seus comandos de acionamento, loca- lizados no painel, sinalizados e ter o comando elétrico bloqueado. As sinalizações acima do nível do solo podem ser feitas somente depois de realizado o aterramento temporário. 25 NR10 - Sep Avançado 26 Sinalização de manoplas Bandeiras de cor laranja devem ser utilizadas para sinalizar todos os va- rões dos dispositivos de seccionamento, além dos disjuntores do barra- mento. Esses dispositivos precisam também ser mecanicamente bloque- ados durante o processo de impedimento. Sinalização de áreas com obras civis Uma fita refletiva apoiada em cones, cavaletes ou estruturas adjacentes é utilizada para sinalizar as áreas em que estão sendo feitas obras. Locais abertos e tampões de caixas subterrâneas precisam também ser identifi- cados com cones ou grades não-metálicas. Em todos os casos, é necessá- rio deixar livre um corredor de acesso para permitir a passagem. Sinalização de subestações transformadoras portáteis ou de transformadores móveis Durante o trabalho nesses locais, as áreas devem ser demarcadas com fi- tas refletivas fixadas nas estruturas ou apoiadas em cones, posicionados a uma distância de segurança. Outros dispositivos Outros dispositivos de segurança importantes são invólucros, obstáculos e barreiras. Conheça-os a seguir. Invólucros: Envolvem partes energizadas para impedir contato com par- tes internas. Obstáculos: Têm a função de impedir o contato acidental, mas não impe- dem o contato direto por ação deliberada. Barreiras: Impedem contato com partes energizadas das instalações elétricas. Agora que já conhece as sinalizações de segurança, você vai estudar os equipamentos de proteção. PERIGO DE MORTE ALTA TENSÃO NR10 - Sep Avançado Equipamentos de segurança O trabalho com eletricidade demanda a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC), que protegem o trabalhador de acidentes e identificam riscos ao grupo de profissionais, respectivamen- te. A seguir, você vai conferir alguns exemplos desses equipamentos. EPI Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual (EPI) específicos e adequados para cada atividade desenvolvida. Essa medida é normatizada pela Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego, a NR 6. As roupas para o trabalho também precisam ser, obrigatoriamente, ade- quadas às atividades. O desenvolvimento delas deve levar em conta fa- tores como condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagné- ticas. Acessórios de uso pessoal, como relógios, brincos, anéis e outros, são proibidos em trabalhos em instalações elétricas ou próximos a elas, pois eles facilitam a condução da energia. Todos os equipamentos de proteção individual têm que possuir um Cer- tificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Em- prego. A limpeza e a acomodação desses equipamentos também devem ser realizadas de acordo com procedimentos específicos. O uso desses aparelhos é recomendado nas seguintes situações: - Quando não é possível eliminar o risco por outros meios. - Se houver necessidade de complementar a proteção coletiva. - Quando forem realizados trabalhos eventuais e que apresentem exposição de curta duração, cujo controle na fonte ainda não tenha sido estudado. Confira a seguir alguns exemplos de EPI. Vestimenta condutiva para serviços ao potencial São roupas que têm a função de proteger o trabalhador contra efeitos do campo elétrico criado em serviços realizados em linha viva. Faz parte desse conjunto um macacão feito com tecido aluminizado, luvas, gor- ro e galochas feitas com o mesmo material, além de uma malha flexível acoplada a um bastão de grampo de pressão, que deve ser conectado à instalação e manterá o eletricista na mesma tensão que a tensão da instalação em todos os pontos. É recomendado o uso da vestimenta em serviços com tensões iguais ou superiores a 66 kV. 27 NR10 - Sep Avançado 28 Luvas As luvas são classificadas de acordo com o nível de tensão de trabalho e de teste, conforme tabela a seguir: Classe Tensão de Ensaio Tensão em Uso 00 2.500 v 500 v 0 5.000 v 1.000 v 1 10.000 v 7.500 2 20.000 v 17.000 v 3 30.000 v 28.500 v 4 40.000 v 38.000 v Mangas de segurança isolantes para proteção dos braços e antebraços contra choques elétricos Protegem os braços e antebraços de contato com instalações ou partes energizadas. As mangas apresentam, normalmente, nível de isolamento de até 20 kV e estão disponíveis em vários tamanhos. Elas possuem alças e botões que as unem nas costas e devem ser usadas em conjunto com luvas isolantes. Antes do uso, elas devem ser vistoriadas e periodicamen- te ensaiadas em relação ao seu isolamento. Capacetes isolantes de segurança É um dispositivo usado para proteger os profissionais contra quedas de obje- tos e contatos acidentais com as partes energizadas da instalação. O capacete para uso em serviços com eletricidade deve ser classe B, ou seja, passar por testes de rigidezdielétrica a 30 kV e apresentar, preferencialmente, aba total. LUVAS DE PROTEÇÃO LUVAS ISOLANTES P/ AT E BT INFLADOR DE LUVAS BOLSA EM LINA PARA GUARDAR LUVA ISOLANTE NR10 - Sep Avançado Óculos de segurança Tem a função de proteger os olhos contra elementos que venham a pre- judicar a visão, como descargas elétricas. Máscara e respiradores Equipamento destinado à utilização em áreas confinadas e sujeitas à emissão de gases e poeiras. Creme protetor solar Para trabalhos externos com exposição solar deve ser usado creme pro- tetor na face e em outras partes expostas. O objetivo do uso do protetor é proteger o trabalhador da radiação solar. Calçados Também conhecidos como botinas sem biqueira de aço. Esses equipa- mentos têm a função de minimizar consequências de contatos com par- tes energizadas, selecionadas de acordo com o nível de tensão, de isola- ção e de aplicabilidade. 29 NR10 - Sep Avançado 30 Perneiras de segurança isolantes para proteção da perna contra choques elétricos São elementos usados para proteger as pernas e coxas dos profissionais de contato com instalações ou partes energizadas. As perneiras normal- mente apresentam um nível de isolamento de até 20 kV e estão dispo- níveis em vários tamanhos. Devem ser usadas em conjunto com calçado apropriado para trabalhos elétricos. Antes do uso devem ser vistoriadas e ter seu isolamento checado. É um dispositivo que tem a função de proteger os profissionais contra quedas. A aplicação dele é obrigatória em operações realizadas a alturas maiores que dois metros. Os cinturões de segurança podem ser: abdo- minais ou de três pontos (paraquedista), que é o mais recomendado. Os equipamentos devem ser usados com trava quedas instalados em cabos de aço ou cabo flexível fixados a estruturas que serão escaladas. Protetor auricular Esses dispositivos têm a função de reduzir as consequências de ruídos que possam vir a prejudicar a audição dos profissionais. No caso de trabalho com eletricidade, os protetores não devem possuir elementos metálicos. CINTO DE SEGURANÇA ABDOMINAL TRAVA QUEDAS PARA CABE DE AÇO CINTO DE SEGURANÇA TIPO PÁRA-QUEDISTA PROTETOR AURICULAR TIPO CONCHA PROTETOR AURICULAR DESCARTÁVEL NR10 - Sep Avançado Legislação específica para EPIs A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, apresenta artigos específicos sobre os Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). Confira: Artigo 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuita- mente Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medi- das de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Cinturão de segurança Artigo 167 – O Equipamento de Proteção Individual (EPI), só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. A Norma Regulamentadora nº 6, ao tratar dos equipamentos de prote- ção individual estabelece as obrigações do empregador: a) Adquirir o Equipamento de Proteção Individual(EPI) adequado ao risco de cada atividade. b) Exigir seu uso. c) Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado. f ) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica. g) Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) qualquer irre- gularidade observada. Quanto ao Equipamento de Proteção Individual (EPI) o empregado deverá: a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina. b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação. c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso. O artigo 158 constitui ato faltoso do empregado a recusa do uso do Equi- pamento de Proteção Individual (EPI). Além dessas obrigações legais, há outra que determina que os Equipa- mentos de Proteção Individual (EPI) devem ser inspecionados antes da utilização. Em caso de dúvidas em relação à sua integridade, é necessário consultar suas especificações técnicas ou o responsável pela área de se- gurança da empresa. Os equipamentos de proteção coletiva serão abordados a seguir. Confira. 31 NR10 - Sep Avançado 32 EPC Os profissionais e pessoas autorizadas a trabalhar em instalações elétri- cas devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas. Um treinamento de reciclagem bienal sobre o uso dos equipamentos tam- bém é recomendado, conforme você já aprendeu em unidades anteriores. Em todas as operações realizadas em instalações elétricas é necessário prever as medidas de proteção coletiva para garantir a segurança e a saú- de dos trabalhadores, que incluem prioritariamente a desenergização elétrica e, se ela não for possível, deve ser aplicada tensão de segurança, conforme estabelece a NR-10. O objetivo desses procedimentos é proteger os profissionais envolvidos nas atividades de risco e os outros trabalhadores que atuem em áreas próximas à eletricidade. Confira a seguir alguns exemplos de equipamentos e sistemas de prote- ção coletiva usados nas instalações elétricas. Conjunto de aterramento Equipamento destinado à execução de aterramento temporário, visando a evitar os efeitos da ocorrência de sobretensões. GRAMPOS DE CONEXÃO A LINHA VARA PARA CONEXÃO DOS GRAMPOS GRAMPO DE CONEXÃO A TERRA Conjunto para aterramento provisório NR10 - Sep Avançado Tapete de borracha isolante É um dispositivo aplicado em subestações para isolar o chão de contatos indiretos, minimizando, dessa forma, as consequências de eventuais fa- lhas na isolação dos equipamentos. Placas de sinalização A função das placas de sinalização é demonstrar perigos e situações dos equipamentos - equipamentos energizados; não manobre este equipa- mento; sobre carga, entre outras. O objetivo desses objetos é proteger profissionais que atuem no circuito e demais pessoas. 33 TAPETE DE BORRACHA FALHA DE ISOLAÇÃO CIRCUITO EQUIVALENTE IF IA IC RT RA RT IF = CORRENTE TOTAL DE FALTA IA = CORRENTE DE FALTA FLUINDO DO ATERRAMENTO Ic = CORRENTE DE FALTA FLUINDO PELO E TAPETE Rc = RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO RC RESISTÊNCIA DO CORPO RT = RESISTÊNCIA DO TAPETE PERIGO DE MORTE ALTA TENSÃO ESTA CHAVE NÃO DEVERÁ SER MANOBRADA EM CARGA PERIGO NÃO OPERE ESTA CHAVE BANDEROLA COM BASTÃO PLACAS DE SINALIZAÇÃO NR10 - Sep Avançado 34 Cones e bandeiras de sinalização Anteparos destinados a isolar área onde esteja sendo realizada uma intervenção. Fita zebrada para sinalização É um tipo de fita plástica colorida, com listas amarelas e pretas interca- ladas, fabricada a partir de poliestireno. Geralmente, esse dispositivo é usado para sinalização, interdição, balizamento ou demarcação em geral por indústrias, construtoras, transportes, órgãos públicos ou empresas que realizam trabalhos externos. Leves, resistentes, dobráveis e de fácil instalação, são fornecidas em rolo de 200 metros de comprimento e 70 mm de largura, podendo ser afixa- das em cones e tripés. Cone em PVC São elementos usados para sinalizar, isolar, balizar ou interditar áreas de tráfico ou serviços com extrema rapidez e eficiência. Fabricados a partir de polietileno, PVC, ou borracha, os cones são altamente duráveis e resis- tentes a intempéries e maus tratos. NR10 - Sep Avançado Correntes em sinalização ABS Essas correntes são usadas para sinalização e isolamento. Fabricadas a par- tir de plástico ABS de alta durabilidade, resistência mecânica e contra altas temperaturas, esse material é excelente para uso externo, pois não perde a cor ou descasca com a ação de intempéries e estão disponíveis em ta- manhos pequenos e grandes, nas cores amarelo, preto ou mesclado. As correntes de sinalização ABS são indicadaspara uso na construção civil, como decoração ou isolamento e sinalização de áreas em diversas aplicações como docas, ancoradouros, estacionamentos, rodovias, pedá- gios, bancos, shopping centers, supermercados, entre outros. Roteadores de máquinas São anteparos usados para impedir contatos acidentais com partes ener- gizadas ou partes móveis de equipamentos. Protetores isolantes de borracha para Redes elétricas São anteparos que têm a função de proteger contra contatos acidentais em redes aéreas e aplicados em áreas onde estão sendo realizados traba- lhos em redes energizadas ou perto delas. Neste capítulo, você aprendeu a identificar as sinalizações aplicadas em locais que apresentam risco elétrico. A seguir, você irá estudar outro pro- cedimento essencial para o controle do trabalho com energia elétrica que é a documentação. 35 NR10 - Sep Avançado 36 NR10 - Sep Avançado Antes da realização de quaisquer atividades em instalações elétricas, é necessária a expedição de documentos específicos, como a documenta- ção técnica e o projeto elétrico. A seguir, você vai aprender os conceitos que envolvem cada um deles. Documentação técnica Essa documentação inclui conhecimentos e técnicas que devem ser dis- ponibilizados para consulta ou análise durante ou após a execução dos projetos. Normalmente, os profissionais da construção civil desconhe- cem a documentação das instalações elétricas, apesar de elas possuírem muitas informações essenciais. Um projeto de engenharia elaborado de forma adequada deve contemplar muito mais que um conjunto de plantas. Conforme estabelecem as NBR 5410 e 14039, é necessário haver, no mínimo, os seguintes documentos: - Plantas. - Esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis. - Detalhes de montagem, quando necessários. - Memorial descritivo da instalação. - Especificação dos componentes, como descrição, características nomi- nais e normas que devem atender. - Parâmetros de projeto, que incluem informações referentes aos parâ- metros utilizados durante a concepção e o dimensionamento do projeto da instalação elétrica, necessários para permitir que qualquer profissio- nal compreenda e avalie as decisões tomadas. Por exemplo: correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de demanda e reserva con- siderados, temperatura ambiente, classificação das influências externas, presença de harmônicas, critérios de proteção, temperatura ambiente, entre outros. - Memorial de cálculo. - Lista de materiais. Além da apresentação dos documentos já mencionados, a NBR 5410 aborda a necessidade de ser elaborado um manual do usuário, especial- mente em unidades residenciais e pequenos centros comerciais em que 37 Documentação de instalações elétricas Achou importante? Faça aqui suas anotações. NR10 - Sep Avançado 38 a eletricidade seja manuseada por leigos. Esse manual deve contemplar pelo menos as seguintes informações: - Esquemas dos quadros de distribuição com indicação dos circuitos e respectivas finalidades. Deve ser incluída também uma relação de pon- tos alimentados, no caso de circuitos terminais. - Potências máximas permitidas em cada circuito terminal disponível. - Potências máximas previstas nos circuitos terminais de reserva, se houver. - Recomendações para os dispositivos de proteção dos quadros não de- vem ser substituídos por outros com características diferentes. A seguir, você vai estudar o projeto elétrico. Projeto elétrico Projeto é um conjunto de estudos e realizações desenvolvidas desde a concepção inicial até a materialização de uma ideia concretizada. Esse trabalho tem grande relevância técnica, pois inclui experiência e signifi- cativa abrangência de conhecimentos normativos, físicos, matemáticos e da legislação e sua realização. Visa a proporcionar segurança, conforto e melhor custo e benefício para usuário e o empreendimento. Há três classificações possíveis para o empreendimento, de acordo com a fase que se encontra, são elas: - Projeto básico. - Projeto executivo. - Projeto “as built” (conforme construído). Todas as cópias e documentos relacionados a cada uma dessas fases de- vem ser armazenados e devidamente identificados pelo projetista. Isso garante segurança jurídica dos projetos. A NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade) estabele- ce algumas normas específicas a respeito da documentação das instala- ções elétricas. Confira: 10.2.3 - “As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dis- positivos de proteção”. 10.2.4 - “Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW de- vem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo: a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes. b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos. c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR. NR10 - Sep Avançado d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacita- ção, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados. e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamen- tos de proteção individual e coletiva. f ) Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classi- ficadas. g) Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cro- nogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”. 10.2.5 - “As empresas que operam em instalações ou equipamentos in- tegrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item 12.2.4 e acrescentar ao prontuário os documen- tos a seguir listados: a) Descrição dos procedimentos para emergências e b) Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual. 10.2.5.1 - As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Siste- ma Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item 12.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 12.2.5”. 10.2.6 - O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e man- tido atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvi- dos nas instalações e serviços em eletricidade. 10.2.7 - Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado. 39 NR10 - Sep Avançado 40 NR10 - Sep Avançado Cada tipo de atividade realizada no setor elétrico demanda um procedi- mento específico, que inclui instruções de segurança. Por esse motivo, é preciso que as empresas desenvolvam seus próprios manuais de proce- dimentos com indicações claras e objetivas e com a descrição minuciosa de cada etapa do processo. É imprescindível que esses informativos se- jam periodicamente atualizados e abordem a realidade que o profissio- nal vive no trabalho. Entre os trabalhos com eletricidade que necessitam de procedimentos, estão: - Atividades em alta tensão. - Liberação de redes para serviço e para reenergização. - Bloqueio de religador automático. - Serviços de ligação, inspeção e corte de unidades de baixa tensão. - Trabalhos em redes desenergizadas localizadas próximas a instalações com tensão. - Troca de medidores em baixa tensão. - Poda de árvores em redes aéreas de alta e baixa tensão energizada. - Manutenção do sistema de iluminação. - Medições instantâneas e gráficas em subestações e instalações de baixa tensão. - Lavagem de acessórios em redes energizadas. - Manutenção em redes de alta e baixa tensão desenergizadas. - Atendimento emergencial em redes aéreas de média e baixa tensão energizada.- Trabalhos em rede de alta tensão energizada. - Fiscalização de fraude e desvio de energia em unidades de consumo de baixa tensão. - Construção de redes de alta e baixa tensão. - Análise, aprovação e comissionamento de projetos de automação. - Inspeções em redes de alta e baixa tensão. O conteúdo abordado no manual de cada empresa é específico, porém, é necessário que ele contenha, pelo menos, os itens citados a seguir: Objetivo: Relaciona os procedimentos técnicos e de segurança para re- alização de serviço no sistema elétrico, visando garantir a integridade do trabalhador. Aplicação pessoal: Estabelece o público a quem se destina o manual, que pode ser contratada ou contratante. Aplicação de instalações: Indica se a rede elétrica é contratada, cliente, outra concessionária, entre outros. 41 Procedimentos de trabalho Achou importante? Faça aqui suas anotações. NR10 - Sep Avançado 42 Características da instalação: Descreve as especificidades da rede, que pode ser: alta ou baixa tensão, trifásica, monofásica, energizada e dese- nergizada. Avaliação do risco e requisito de segurança: Faz um levantamento a respeito da segurança, da execução dos serviços pela equipe e dos pro- cedimentos necessários para execução das tarefas. Distância de atuação: Relaciona as distâncias mínimas de segurança para realização dos trabalhos em eletricidade. Recursos humanos: Descreve e quantifica a equipe que realizará o tra- balho e relaciona a função de cada profissional, como chefe de turma, eletricista, ajudantes, motoristas. Recursos materiais: Demonstra os recursos necessários para a execução do trabalho, como: Equipamentos de proteção individual: capacete de segurança, luvas de borracha, luva de raspa, luva de vaqueta e luva de cobertura para luva de borracha, óculos de proteção, cinturão de segurança com talabarte, botina de segurança, entre outros. Equipamentos de proteção coletiva, de serviços e ferramentas: de- tectores de tensão para baixa e alta tensão, alicate de corte universal iso- lado, sacola para conduzir materiais, cones de sinalização, fitas, cordas ou correntes, estojo de primeiros socorros, placas de advertência, corda de manilha, escadas extensíveis - dupla ou singela -, caminhão com carro- çaria longa ou equipado com escada extensível giratória isolada e rádio para comunicação. Recomendações sobre cuidados com os equipamentos: neste tópi- co devem ser descritas as condições dos equipamentos, como higieni- zação, lubrificação, testes mecânico e elétrico, uso de material anticor- rosivo, entre outros. Sequência de operações: Relacionam os procedimentos de execução por etapa, desde a chegada ao local e delimitação da área de serviço até a saída da equipe, após conclusão da tarefa. Neste item podem ser indi- cadas a função de cada profissional em cada passo, os riscos envolvidos, as medidas de controle. É necessário ainda incluir, no manual de passos, desenhos, fotos, esquemas de cada etapa que será realizada. Necessidade de comunicação integrada: aborda a necessidade pri- mordial de haver comunicação entre contratada, contratante e centro de operações. As intervenções no sistema elétrico precisam ser previamen- te solicitadas por escrito ao setor competente para serem autorizadas pelo centro de operações. A autorização dos serviços é o tema que você vai estudar a seguir. NR10 - Sep Avançado Pedido para Execução de Serviço (PES) Sobre a autorização dos serviços, é preciso ainda ressaltar algumas ques- tões. Atividades que não estejam no prazo de programação devem ter sua autorização solicitada à área que comanda o sistema ou instalação com justificativa escrita. Se liberado, o serviço fica sob responsabilidade do setor que o realizará. Em caso de liberação de sistema ou instalação que demande manobras, é necessário levar em consideração os prazos mínimos estabelecidos. Já quando a intervenção no sistema ou a instalação elétrica envolver outras áreas ou empresas, ela deve ser desenvolvida de acordo com/conforme normas definidas em um acordo, que necessita do planejamento de to- das as equipes que participam da realização dos serviços. O Pedido para Execução de Serviço (PES) é emitido para cada tipo de atividade a ser desenvolvida, caso sejam identificados impedimentos distintos. Se dois ou mais serviços possuírem o mesmo tipo de impedi- mento, somente um PES deve ser feito sob a supervisão de um profissio- nal responsável. Na situação em que um mesmo impedimento tiver dois ou mais respon- sáveis, um PES deve ser solicitado para cada um, mesmo que eles façam parte da mesma área. Já quando a programação de impedimento apresentar alteração na confi- guração do sistema ou instalação, um projeto atualizado tem que ser en- caminhado. Se isso não for possível, o órgão que realizará o serviço deve elaborar um croqui com todos os elementos, de modo a garantir a identifi- cação dos pontos de serviço e as modificações que vão ser promovidas. A seguir você vai estudar as etapas da programação. Confira. Etapas da programação A programação é feita em algumas etapas que serão descritas a seguir. Elaboração da manobra programada No programa de manobra devem constar as seguintes informações: - Data, horário previsto para início e fim do serviço. - Descrição sucinta da atividade. - Nome do responsável pelo serviço. - Dados dos clientes interrompidos, área ou linha de produção. - Trecho elétrico a ser desligado, identificado por pontos significativos. - Sequência das manobras necessárias para garantir a ausência de tensão no trecho do serviço e a segurança nas operações. - Sequência de manobras para retorno à situação inicial. - Divulgação do desligamento programado aos envolvidos. - As áreas e clientes afetados pelo desligamento programado devem ser informados antes da data do desligamento. 43 NR10 - Sep Avançado 44 Aprovação do Pedido para Execução de Serviços (PES) Depois de realizada a programação e elaborado o planejamento de exe- cução do serviço, o setor responsável disponibilizará o PES no sistema, para que ele possa ser consultado por todos os órgãos envolvidos no processo. O chefe da área executante deve entregar uma via impressa do PES aprovado ao responsável pelo serviço, que deve disponibilizar o documento no local de trabalho. Procedimentos gerais Se o responsável pelo serviço não possuir o PES e a Autorização para Exe- cução de Serviços (AES), a área funcional responsável não permitirá execu- ção do desligamento. Esse processo de desativação do equipamento está condicionado à solicitação direta do responsável pelo serviço ao setor res- ponsável, que deve visitar o local em que serão executados os serviços. Se for preciso substituir o responsável pelo trabalho, a área executante deve justificar a alteração e informar à responsável os dados do novo co- mandante. Para cada PES deve ser gerada uma Ordem de Serviço (OS) ou um Pedido de Turma de Emergência (PTE). Depois de confirmar os dados do serviço com o responsável, as atividades são liberadas e serão comandadas pela área funcional, que coordenará o processo de retorno à configuração normal de operação, retirando toda a documentação vinculada à execu- ção do serviço. Para garantir a segurança das pessoas que participam das atividades, se houver mais de uma equipe trabalhando em um mesmo trecho, a nor- malização somente poderá ser autorizada pela área funcional responsá- vel, após a liberação do trecho por todos os responsáveis. Nos casos em que os serviços não forem executados ou executados par- cialmente, conforme a programação, o responsável pelo serviço deve comunicar à área funcional responsável. Isso é feito com o objetivo de adequar a base de dados e reprogramar os serviços. Procedimentos para serviços de emergência Os procedimentos de segurança para corrigir eventuais problemas são responsabilidade do órgão executante. O impedimento das atividades em caso de emergência deve ser solicitado ao setor funcional responsá- vel com a informaçãodos seguintes dados: - Motivo do impedimento. - O nome do solicitante e do responsável pelo serviço. - Descrição sucinta e localização das atividades a serem executadas. - Tempo necessário para a execução das atividades. - Elemento a ser impedido. NR10 - Sep Avançado A partir do recebimento dessas informações, a área funcional gera uma OS ou PTE e relata a ocorrência aos clientes afetados. Depois da realização de reparos e da liberação do sistema e das instalações elétricas pelo responsá- vel, o serviço será reiniciado até voltar ao normal de operação, mediante a expedição de toda a documentação vinculada à execução do serviço. O procedimento de liberação de serviços é o tema que você estudará a seguir. Liberação para serviços A liberação dos serviços é feita com o objetivo de definir os procedimen- tos básicos que devem ser realizados durante a execução de trabalho nos circuitos e instalações elétricas desenergizadas. Esse processo tem, obrigatoriamente, que ser aplicado em todas as áreas que sejam direta ou indiretamente ligadas ao planejamento, programação, liberação, co- ordenação e realização de serviços em sistemas ou instalações elétricas. Alguns conceitos básicos precisam ser conhecidos pelos profissionais que participam das atividades, são eles: Falha: Está relacionada à irregularidade total ou parcial de equipamentos e componentes da rede ou da instalação em que atuem ou não dispositi- vos de proteção, supervisão ou sinalização. A ocorrência de falha impede que os dispositivos desempenhem suas tarefas previstas temporária ou permanentemente. Defeito: O termo significa irregularidade de equipamento ou componen- te do circuito elétrico que altera seu funcionamento adequado e pode provocar a inatividade. Interrupção programada: É o conceito que relaciona interrupção no for- necimento de energia elétrica por um período determinado, programa- do e com prévio aviso aos clientes envolvidos. Interrupção não programada: Significa a interrupção no fornecimento de energia elétrica sem prévio aviso aos clientes. Procedimentos Alguns procedimentos gerais são necessários para a liberação dos equi- pamentos ou circuitos dos quais deve ser obtido o maior número pos- sível de informações que permitam a realização de um planejamento. Nesse plano deve constar uma estimativa do tempo de execução dos serviços, adequação dos materiais, previsão de ferramentas específicas e diversas, número de empregados. A disposição das equipes é realizada de modo que permita a maior agilida- de possível em caso de ser necessária a obtenção e o restabelecimento dos circuitos com a máxima segurança no menor tempo possível. Para isso, de- vem ser consideradas questões como comprimento do circuito, dificulda- de de acesso, período de chuvas, existência de cargas e clientes especiais. 45 NR10 - Sep Avançado 46 A definição e a liberação dos serviços devem levar em consideração pon- tos estratégicos dos circuitos, tipo de defeito, tempo de restabelecimen- to, importância do circuito, comprimento do trecho a ser liberado, cruza- mento com outros circuitos e a sequência das manobras necessárias para a liberação dos circuitos envolvidos. No processo de liberação de serviços também é necessário considerar um procedimento para minimizar a área que será atingida, caso haja fa- lha elétrica durante as operações. Para isso, o setor funcional deve man- ter os cadastros de todos os circuitos atualizados. Antes de iniciar qualquer atividade ou serviço, o responsável pelo pro- cesso deve reunir os profissionais envolvidos no processo de liberação e realizar os seguintes procedimentos: - Verificar se todos os profissionais que atuam na liberação e na execução dos serviços estão usando todos os equipamentos de proteção individu- al necessários. - Demonstrar aos envolvidos as etapas da liberação dos processos que vão ser executados e os objetivos a serem alcançados. - Explicar de forma clara e objetiva as normas de segurança, especial- mente as consideradas fora de rotina. - Confirmar que os trabalhadores estão conscientes do que fazer, onde, como, quando e por que fazer. O programa de manobras deve ser checado por um profissional diferen- te do que o elaborou. Os procedimentos para a verificação das falhas são definidos pela empresa e devem ser seguidos corretamente, de acordo com procedimentos previamente estabelecidos. Se houver dúvida em relação à realização das manobras para a liberação ou trabalho, é necessário que o executante consulte o responsável pelo serviço a respeito dos procedimentos que precisam ser adotados para assegurar a proteção de todos. O processo de liberação dos serviços somente pode ser feito se o res- ponsável tiver posse de documento emitido pelo setor responsável pela liberação. Caso seja necessário interromper o serviço ou condicionar as ações de comandos de equipamentos, é preciso sinalizá-los com mate- riais e objetos específicos para essa finalidade. A reativação das ativida- des deve ser feita por um profissional que deve devolver todos os docu- mentos de autorização para a liberação. Os procedimentos de trabalho em atividades com envolvimento de ele- tricidade foi o tema que você estudou neste capítulo. A seguir, você irá aprender um método que garante a segurança nas operações, por impe- dir a ocorrência de curto-circuito: o aterramento elétrico. Confira. NR10 - Sep Avançado O aterramento elétrico é um método desenvolvido para controlar riscos de curtos-circuitos nas instalações. O objetivo da operação é levar a cor- rente a percorrer um caminho seguro com propriedades mecânicas para impedir que correntes elétricas perigosas causem danos onde haja pou- ca resistência elétrica. Essa técnica também protege os trabalhadores de descargas atmosféricas que possam interagir ao longo do circuito. Uma instalação pode ter somente um aterramento, independente da atividade que vai ser realizada. Em alguns casos específicos, é possível fazer dois aterramentos separados, desde que sejam levadas em conta medidas de proteção específicas. Cada tipo de trabalho demanda um método diferente de aterramento temporário. Em linhas de distribuição ou em trabalhos de manutenção e instalação o tipo mais indicado é um conjunto padrão composto pelos seguintes itens: Vara ou bastão de manobra em material isolante e acessórios: Do qual fazem parte cabeçotes de manobra. Grampos condutores: Ligam o conjunto de aterramento aos pontos a serem ativados. Trapézio de suspensão: Leva o conjunto de grampos à linha e conec- ta os cabos de interligação das fases. Esse elemento é fabricado a partir de materiais leves e com boa condutividade, além disso, possibilita que sejam realizadas conexões elétricas e mecânicas entre os cabos de inter- ligação das fases e descida para terra. Grampos de terra: Conectam os itens do conjunto ao ponto de terra, que é a estrutura ou o trado. Trado ou haste de aterramento: Tem a função de ligar o conjunto de aterramento ao solo. Suas dimensões devem ser realizadas de forma a permitir baixa resistência de terra e área de contato adequada. As medi- das têm que levar em conta a tensão da rede de distribuição ou da linha de transmissão, o material da estrutura e os procedimentos de operação. Como você já sabe, para cada tipo de trabalho é indicado um aterramen- to específico. Conheça a seguir cada um deles. 47 Aterramento elétrico Achou importante? Faça aqui suas anotações. NR10 - Sep Avançado 48 Fixo em equipamentos O aterramento fixo em equipamentos é um sistema de proteção coletiva desenvolvido para garantir proteção elétrica rápida e eficaz. Isso é feito por meio do escoamento da energia para potenciais inferiores, geral- mente, a terra. A medida evita que a corrente passe pelo corpo de uma pessoa, caso ela toque ocasionalmente a instalação ou ocorra falha no isolamento. Todas as instalações devem possuir invólucros, carcaças de equipamentos, barreiras e obstáculos. Essa operação funciona da seguinte forma:o terminal de terra se conecta ao neutro da rede e ao cabo de para-raios. Esse tipo de aterramento é bastante utilizado em subestações, cercas e telas de proteção, carcaças de transformadores e componentes, quadros e painéis elétricos, torres de transmissão, entre outros. Fixo em redes e linhas Nesse tipo de aterramento, quando o neutro estiver disponível, ele deve ser ligado ao circuito de aterramento e aterrado a cada 300 metros. No aterramento fixo em redes e linhas nenhum ponto da rede ou da linha deve ficar a mais de 200 metros de um ponto de aterramento. NR10 - Sep Avançado Fixo em estais O aterramento fixo em estais recebe este nome porque é feito com o uso de estais de âncora e contra poste, ilustrados a seguir, que são sempre aterrados e conectados ao neutro da rede se ela estiver disponível. Nes- se caso, sempre que houver possibilidade, o condutor de aterramento é instalado na parte interna do poste. Veículos Em serviços realizados em linha viva, o veículo que realiza o transporte dos equipamentos deve ser aterrado. Nesse caso, um grampo de cone- xão é aplicado entre o veículo e o trado e eles são ligados por um cabo flexível. A seguir, você estudará os conceitos de equipotencialização. Fique atento! Equipotencialização O aterramento temporário deve ser realizado em todos os circuitos que estiverem sendo utilizados em conexão com o ponto de terra e por meio de curto-circuito, ou seja, por equipotencialização. Essa técnica consiste na aplicação de cabos com potencial elétrico idêntico para diminuir a diferença de potencial. Esse procedimento deve ser usado antes e depois do ponto de interven- ção do circuito, mas não pode ser aplicado se a intervenção ocorrer no fim do trecho. É preciso que o profissional saiba que, por ser temporário, esse aterramento deve ser retirado após a finalização do serviço. 49 NR10 - Sep Avançado 50 A energização acidental pode ser causada pelos fatores apresentados a seguir: - Erros na manobra; - Fechamento de chave seccionadora; - Contato acidental com outros circuitos energizados ao longo do circuito; - Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; - Fontes de alimentação de terceiros (geradores); - Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação e colocação de trafos; - Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de transmissão; - Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres ou ma- nutenção de componentes da linha. Após conhecer os métodos de aterramento, você vai estudar os riscos envolvidos no trabalho com eletricidade. Confira. NR10 - Sep Avançado Os riscos no SEP e a prevenção deles, temas abordados nesta unidade, devem ser conhecidos por todas as pessoas que tenham contato mínimo com instalações elétricas. Para isso, a NR 10 estabelece alguns conceitos para garantir a segurança dos trabalhadores que atuam em locais próxi- mos a instalações elétricas, são eles: Zona de risco: É uma área restrita a profissionais autorizados, em que devem ser adotadas técnicas, instrumentos e equipamentos adequados ao trabalho. Zona controlada: Área restrita a trabalhadores autorizados. Zona livre: Zona com acesso permitido. Contatos com partes energizadas Entre as causas mais comuns de acidentes no trabalho com eletricidade está o contato com condutores aéreos energizados. Geralmente, aconte- ce o toque de equipamentos, como guindastes, caminhões basculantes, nos condutores. Com isso, eles passam a integrar o circuito elétrico ao serem tocados por uma pessoa localizada fora do equipamento ou pelo motorista que, ao sair do veículo, entra em contato com terra e o veículo, e pode ocorrer um acidente fatal. Outro acontecimento muito frequente é o choque elétrico de pessoas que se encostam à banca de capacitores que, mesmo desativadas, con- servam a carga elétrica por algum tempo. Por isso, é muito importante respeitar as normas de manuseio desses dispositivos. O desligamento primário de transformadores em que será realizado ser- viço deve ser realizado com bastante precaução, pois há risco de o lado secundário ter sido ligado a algum aparelho que pode enviar para o pri- mário uma tensão elevadíssima. Por isso, é essencial aterrar os conduto- res do transformador ao ligar o primário. Indução Tensões induzidas também podem ser identificadas na linha por causa de um fenômeno chamado acoplamento capacitivo e eletromagnético. O efeito capacitivo ocorrerá se um ou dois condutores e o potencial de dielétrico tiverem potenciais diferentes. 51 Riscos no SEP e sua prevenção Achou importante? Faça aqui suas anotações. NR10 - Sep Avançado 52 Por causa das tensões capacitivas e as tensões estáticas em relação à ter- ra, as linhas aterradas são drenadas imediatamente. Porém, haverá ten- são de acoplamento capacitivo e eletromagnético induzida pelos condu- tores energizados próximos à linha. Confira a seguir os conceitos de descarga atmosférica. Descargas atmosféricas As descargas atmosféricas são fenômenos que provocam alterações nas redes aéreas de transmissão e distribuição de energia elétrica e podem causar prejuízos materiais em construções atingidas por elas. Também há riscos de morte para pessoas e animais submetidos às descargas, que podem fazer a tensão atingir um valor maior que 100kV. Estudos comprovaram que, na atmosfera, as cargas elétricas positivas fi- cam na parte superior das nuvens, e as negativas na parte inferior. Com os ventos ascendentes e de forte intensidade, as gotículas de água vão para a parte superior da nuvem e ocorre a polarização delas. Além disso, a concentração de cargas elétricas positivas e negativas numa determi- nada região faz surgir uma diferença de potencial entre a terra e a nu- vem. Porém, normalmente, o ar possui rigidez dielétrica, que pode ser alterada pelas condições ambientais. O aumento da diferença de potencial entre a terra e a nuvem faz as car- gas elétricas dela irem em direção à terra e realizarem um trajeto incons- tante, geralmente, cheio de ramificações, que recebe o nome de descar- ga piloto. Esse fenômeno permitirá a passagem de uma avalanche de cargas com corrente de pico em torno de 200 mil ampéres. As descargas atmosféricas podem ser ascendentes – da terra para a nuvem - ou des- cendentes – da nuvem para a terra – ou entre nuvens. Sobre esse fenômeno é possível afirmar ainda: - O raio tem natureza absolutamente imprevisível em relação às suas ca- racterísticas elétricas e também tem efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre instalações, pessoas ou animais. - Nenhuma medida é capaz de impedir a ocorrência de uma descarga em uma determinada região. Algumas técnicas podem somente minimi- zar os efeitos destruidores como, por exemplo, instalações adequadas de captação e de condução segura da descarga para a terra. NR10 - Sep Avançado - Normalmente, a nuvem atua como placa negativa, o solo como placa positiva e o ar tem a função de isolante de baixo poder dielétrico. Essa configuração favorece ocorrência de raios. Agora que você já sabe como ocorrem as descargas atmosféricas, estu- dará as sobretensões transitórias. Sobretensões transitórias A queda de um raio na terra pode causar, além dos danos diretamente pro- vocados pela corrente elétrica e pelo calor intenso, sobretensões em redes de energia elétrica, de telecomunicações, de TV a cabo, antenas parabóli- cas, redes de transmissão de dados, entre outros. Esse fenômeno recebe o nome de sobretensão transitória e traz as seguintes consequências: - Danos a pessoas e animais. - Queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou danos à instala- ção elétrica interna e telefônica, entre outras. - Reduz a vida útil dos equipamentos, até a parada deles. As sobrecorrentes transitórias originadas por descargas atmosféricas podem ser provocadas por descarga direta ou indireta. Veja mais detalhes sobre elas. Descarga Direta: Por meio desse processo, o raio atinge diretamente uma
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