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NR10 - BÁSICO SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADENR 10 MOMENTO 02 Consultoria & Treinamentos NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE Área Tecnológica: Segurança do Trabalho aperfeiçoamenTo profiSSional: nr 10 - Segurança em inSTalaçõeS e ServiçoS em eleTricidade CARGA HORÁRIA : 40 HORAS 2020 OBJETIVO Desenvolver e ampliar os conhecimentos relacionados aos riscos inerentes às atividades com eletricidade, de forma a antecipar, reconhecer e prevenir acidentes e doenças ocupacionais e do trabalho. COMPETÊNCIAS Compreender e usar os conhecimentos adquiridos como instrumento de acesso a in- formações, técnicas e metodologias para a prevenção de acidentes e doenças ocupa- cionais e do trabalho. HABILIDADES Reconhecer, antecipar e prevenir os riscos inerentes às atividades com eletricidade, de forma a adotar meios para evitar acidentes e doenças ocupacionais e do trabalho, com foco na redução e/ou eliminação da condição e atos inseguros. APRESENTAÇÃO Nessa Unidade abordaremos sobre causas diretas e indiretas e responsabilidades. Você já se perguntou alguma vez porque os acidentes acontecem? Inúmeras podem ser as causas de um acidente. Podem ser resumidas como aquelas decorrentes de falhas de projeto, utilização de componentes inadequados ou de qualidade inferior, descaso com a manutenção preventiva, atitudes deliberadas dos profissionais em função do excesso de confiança, sobretensões transitórias decorrentes de descargas atmosféricas, adaptações contrárias às orientações de segurança, descumprimento de procedimen- tos, atos e condições inseguras, condição ambiente de insegurança e fator pessoal de insegurança. Então, vamos começar! PARA COMEÇAR O fim do “ato inseguro”! Esse tema é bastante relevante quando falamos sobre segu- rança em atividades envolvendo a eletricidade. Muitas vezes quando nos deparamos com um acidente, logo vamos procurando por um culpado. Fato esse, que acaba nos induzindo ao erro, ou seja, culpabilizar o trabalhador pela ocorrência do acidente. Mas, não é bem assim! Tanto não é, que em 04 de março de 2009, por meio da Portaria nº. 84, o Ministério do Trabalho baniu o termo “ato inseguro”. Isso se deu pelo fato de que era muito fácil achar um culpado para o acidente e, muitas vezes a causa raiz do acidente ficava encoberta. O termo “ato inseguro” era citado na Norma Regulamentadora nº 1. Essa medida adotada pelo MTE, foi fundamental para que a análise e investigação dos acidentes, fosse feita de forma mais abrangente, onde, o conhecimento das variáveis a seguir, são fundamentais para apurar as causas reais de um acidente: ato inseguro, condição ambiente de insegurança e fator pessoal de insegurança. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE6 INTRODUÇÃO y Acidente: Existem dois tipos de conceitos relacionados à segurança do trabalho: o conceito prevencio- nista ou da prevenção e o conceito legal ou previdenciário, que está relacionado à previdência social. Para a segurança do trabalho, entende-se por acidente do trabalho uma ocorrência inesperada no ambiente de trabalho, que possa causar danos materiais, perda de tempo e/ou lesão/doença ao trabalhador. Essa é a visão prevencionista de acidentes de trabalho. Esse conceito se refere a todos os prejuízos oriundos de um acidente no ambiente de uma empresa, tais como: diminuição do ritmo da produção para o atendimento ao acidentado, quebra de máquinas, equipamentos e ferramentas, ferimentos físicos no trabalhador, geração de outros acidentes em decorrência do sentimento de insegurança no ambiente de trabalho. y Para a seguridade social: “Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (Lei 8.213, art. 19). Esse conceito refere-se única e exclusivamente aos danos ocasionados ao trabalhador, uma vez que somente ele é objeto de preocupação da previdência social, não interessa ao INSS – Instituto Nacional de Se- guridade Social – os danos ocorridos devido às perdas de tempo ou danos materiais ocorridos no ambiente de trabalho resultante de um acidente. A seguridade social em seu art. 20, considera ainda como acidente do trabalho as doenças profissionais e as doenças do trabalho descritas abaixo: y Doença profissional: assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Exemplo: surdez – trabalho em ambiente ruidoso. y Doença do trabalho: assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Exemplo: tendinite – realização de movimentos repetitivos no manuseio de ferramentas. O QUE É CAT (COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO)? A CAT é um documento a ser preenchido pela empresa para a comunicação de cada um dos acidentes ocorridos na empresa. É responsabilidade da empresa sob pena de pagamento de multa a comunicação do acidente do tra- balho (CAT) à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente (Lei n. 8.213, art. 22). Os acidentes de trabalho são classificados pelo número de dias de afastamento da empresa, ou seja, quanto mais grave for o acidente, maior o número de dias em que o trabalhador deverá ficar afastado de suas atividades: y Sem Afastamento – retorno ao trabalho no dia seguinte. y Com Afastamento – Afastamento maior ou igual a 01 dia. y Morte. MÓDULO – 06 CAUSAS DIRETAS E INDIRETAS E RESPONSABILIDADES SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 7 Nota: outra função da CAT, é servir de base para levantamento de dados estatísticos sobre os tipos de acidentes ocorridos nos mais diversos ramos de atividade: rural, industrial ou comercial. Também tem como função, garantir os direitos previdenciários do trabalhador. Uma observação importante a se fazer, é que não ocorrência de um acidente do trabalho a empresa não emitir a CAT, o próprio trabalhador, médico ou até mesmo um parente do profissional acidentado pode emiti-la. QUAIS AS CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO? As situações que levam a ocorrência de acidentes são diversas e, para melhor entendermos e facilitar as suas causas, é necessário se saber o conceito de algumas variáveis já mencionadas no início desse módulo: ato inseguro, condição ambiente de insegurança e fator pessoal de insegurança. ATO INSEGURO Conforme citado no início desse módulo, o termo “ato inseguro”, de fato foi banido pelo MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, contudo, o mesmo pode ser caracterizado pelo descumprimento de normas e pro- cedimentos preconizados pelo próprio MTE, como também pelo descumprimento dos procedimentos e nor- mas criadas e enfatizadas pela organização (empresa). Ou seja: O Ato Inseguro acontece quando o fun- cionário contraria um preceito de segurança. Pode ser por Ação ou por Omissão. y Ato Inseguro por Ação: acontece quando a pessoa fez quando não deveria fazer, ou fez de maneira di- ferente do que deveria fazer. y Ato Inseguro por Omissão: acontece quando a pessoa deixa de fazer o que deveria ser feito. São exemplos de Atos Inseguros por Ação: y Usar equipamento de maneira imprópria. y Tornar Inoperante ou Ineficiente dispositivo de segurança. y Manusear objetos, ferramentas ou acessórios de trabalho de maneira insegura ou em más condições de uso. y Assumir posição ou postura inadequada. y Trabalhar ou operar em velocidade insegura. y Fazer brincadeiras. São exemplos de Atos Inseguros por Omissão: y Deixar de usar Equipamento de Proteção Individual (EPI). y Deixar de desligar equipamento em desuso. y Deixar de sinalizar áreas perigosas. y Deixarde aterrar equipamentos elétricos. y Não fazer o uso de dispositivos de identificação, bloqueio e/ou impedimento de máquinas, equipa- mentos e circuitos em manutenção. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE8 Nota: deve ser dada atenção especial às condições do local de trabalho e às características do trabalhador. Tais fatores podem definir condição insegura e/ou ato inseguro. O ato inseguro pode ocorrer de forma inconsciente, quando o profissional desconhece que a sua atitude está promovendo uma exposição ao risco, e de forma consciente, quando mesmo conhecendo os perigos, o profissional adota uma atitude que promove a exposição ao risco. Vários fatores podem influenciar no comportamento do profissional. É possível analisar e prever atitudes relacionadas ao ser humano, visando evitar a ocorrência de acidentes que envolvem atitudes dos profissionais. Os principais fatores que levam o trabalhador a executar o ato inseguro são: B - FATORES MOMENTÂNEOS EXTERNOS QUE INFLUENCIAM O TRABALHADOR Problemas com a família, preocupações decorrentes de problemas financeiros etc., contenda ou disputa com colegas de trabalho. C - DESCONHECIMENTO DOS RISCOS ENVOLVIDOS O desconhecimento dos riscos envolvidos nas atividades ou da forma adequada de evitá-los por falta de treinamento específico para realização das tarefas ou contratação por processos de seleção deficientes, sem uma previa analise, que não contemplam o perfil real e as habilidades do trabalhador ou prestador de serviços contratado. A - FATORES MOMENTÂNEOS ASSOCIADOS AO PRÓPRIO TRABALHADOR São decorrentes do uso de álcool e drogas, do can- saço físico, noites mal dormidas, doenças, uso de medica- mentos que alteram o estado de alerta do trabalhador. D - INCOMPATIBILIDADE ENTRE O EXECUTANTE E A TAREFA Relacionada com a coordenação motora do indivíduo, grau de atenção e inteligência, fatores relaciona- dos à idade, principalmente aqueles decorrentes da diminuição da acuidade visual e do equilíbrio, fatores associados ao sexo, por exemplo, força física. Com base nesse item, há uma obrigação legal a ser desenvolvida pela organização (empresa), que se refere exatamente aos fatores elencados acima. Como esses fatores estão diretamente ligados à saúde do trabalhador, a empresa deve implementar ações previstas na NR 7, que dispõe sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Por meio desse programa, a empresa deve submeter seus funcionários a avaliação clínica, abrangendo histórico ocupacional, exame físico e mental e quando couber, a exames complementares. Por via de regra, os funcionários são submetidos a exames médicos nas seguintes situações a saber: y Exame médico admissional: deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades; y Exame médico periódico: anualmente, em de acordo com determinados critérios estabelecidos na norma, bienalmente ou conforme critério médico. y Exame médico de mudança de função: será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança. y Exame médico de retorno ao trabalho: deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. y Exame médico demissional: será obrigatoriamente realizada até a data da homologação do funcionário. O ato inseguro pode ser provocado também, em decorrência da insegurança no ambiente de trabalho pela possibilidade de demissões, ausência de programas de promoção e remuneração imprópria, relaciona- mento ruim com o chefe ou com os colegas quando, por razões pessoais, os trabalhadores não conversam ou dependem de uma terceira pessoa para intermediar conversas. 9SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE10 E - FATOR RELACIONADO AO CARÁTER DO TRABALHADOR Aspectos relacionados à personalidade dos trabalhadores também podem implicar em atos inseguros, como, por exemplo, comportamentos exibicionistas quando da execução de uma tarefa na presença de visi- tantes ou de novos funcionários, brincadeiras no decorrer da tarefa, apostas envolvendo diversas situações, falta de senso de equipe, egocentrismo, entre outros. CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA A condição ambiente de insegurança, é justamente o que o próprio título sugere, ou seja, tudo aquilo que existe no ambiente de trabalho, que de alguma forma pode contribuir para a ocorrência de um acidente. Também estamos falando sobre as condições oferecidas pela a organização (empresa) para que o funcionário desempenhe sua função e realize suas atividades com segurança. Tais condições, podem ser referenciadas a: máquinas, equipamentos, ferramentas, acessórios, equipamentos de proteção coletiva – EPC, equipamentos de proteção individual – EPI e até mesmo as condições do próprio ambiente de trabalho. SÃO EXEMPLOS DE CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA y Materiais ou equipamentos defeituosos y Ventilação inadequada. y Ambiente ruidoso. y Iluminação inadequada. y Má organização do ambiente. y Má alocação de produtos. y Proteção Coletiva inadequada ou inexistente. y Layout (posicionamento de máquinas e equipamentos, vias de passagem, etc.) Nota: Segundo a NBR 14280 que dispõe sobre o Cadastro de acidente do trabalho - Procedimento e classificação, item 2.8.1, menciona que o fator pessoal de insegurança (fator pessoal) se refere à: “causa relativa ao comporta- mento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática do ato inseguro.” Ou seja, todos os fatores citados acima, constituem o “Fator pessoal de Insegurança”. Arranjo físicoy SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 11 Uma outra responsabilidade da organização (empresa), é a implementação e desenvolvimento do PRRA, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Tal programa, está previsto na NR 9. O objetivo desse pro- grama, é trabalhar na antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Tanto o PCMSO – Programa de Controle Médico Saúde Ocupacional – NR 7, quanto o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9, são o que há de mais abrangente e importante no campo da preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores e, devem sempre estar articulados com as demais normas do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. No campo no campo da preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores, os próprios tra- balhadores possuem um papel importantíssimo. Toda organização (empresa) que possuir mais de 20 (vinte) funcionários, é obrigada a constituir uma comissão interna de prevenção de acidentes em conformidade com a NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Contudo, ainda que a empresa não possua um efetivo conforme citado anteriormente, ela deve designar um responsável para desenvolver ações voltadas para a saúde e segurança dos trabalhadores. A CIPA, deve atuar em conjunto com o SESMT – Serviço Espe- cializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O SESMT, refere-se à profissionais que atuam diretamente com a saúde e segurança dos trabalhadores. Tal equipe de profissionais, está prevista na NR 4. O dimensionamento dessa equipe se dá por meio da verificação da quantidade de funcionários que a organização (empresa) possui e, ao grau de risco que a mesma está inserida, de acordo com o seu ramo de atividade econômica. O SESMT também faz parte das obrigações e responsabilidades da organização (empresa) e, deverá ser composta por Engenheiro de Segurança do trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho, conforme os critérios estabelecidos no Quadro II da NR 4, que dispõe sobre a quantidade e tempo de permanência desses profis- sionaisna organização (empresa), para que esses possam desenvolver ações de prevenção e adotar medidas de controle para promover a saúde e segurança nos locais de trabalho. Antecipar Reconhecer Avaliar Controlar PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE12 Cabe à organização (Empresa), com base na NR 1 – Disposições Gerais, dar ciência aos trabalhadores quanto aos riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho, os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela organização (Empresa), os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos e, também informar o resultados de avaliações de outros riscos que possam existir nos locais de trabalho, como por exemplo, o (ruído). Ainda cabe à organização (Empresa), fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de aci- dentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 13 Por outro lado, cabe aos funcionários, colaborarem nas ações de prevenção de doença e acidentes do trabalho e observarem as normas de segurança e medicina do trabalho, seja na submissão à exames médi- cos, seja no uso de EPI, seja na adoção e uso de EPC ou no cumprimento de normas e procedimentos de segurança (Art. 158 – CLT). A não observação das normas de segurança e/ou procedimentos expedidos pela organização (Empresa), que visem à promoção da saúde e segurança dos trabalhadores, pode incorrer em justa causa com base no Art. 482 da CLT. Ainda com base na CLT o Art. 158, em seu parágrafo único menciona que constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada quanto ao uso de EPI. NR10, item 10.13.4, cabe aos trabalhadores: a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho; b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas. Cabe à organização (Empresa) e aos funcionários, observarem outras sanções prevista em lei conforme segue: Código Penal - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 6º Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservân- cia de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (qua- torze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em de- sacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE14 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. RISCO GRAVE E IMINENTE O risco grave e iminente é citado em várias normas de segurança do trabalho: NR 3, item 3.2.1: Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador. Falar sobre risco grave e iminente, é importante pelo fato de nos remeter a um tema pouco abordado na prática, que se refere ao direito de recusa. Por exemplo, na NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, item 5.16, que dispõe sobre as atribuições da CIPA, a alínea “h”, cita que a CIPA deve requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores. Ainda em complementação, a NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, item 9.6.3, menciona que o empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que colo- quem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providên- cias. Na NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, não é diferente, em seu item 10.14.1, dispõe que os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis. Em conformidade com o que vimos em outros módulos, os riscos ambientais são diversos e podem ou não estar presentes nos locais de trabalho, onde a constatação da existência desses, sempre se dará pela a análise preliminar de riscos – APR. Com isso, se pretende reforçar aqui a importância da observação de todas as normas regulamentadoras. A questão do risco grave e iminente, ainda é citado na NR 13 – NR-13 Caldeiras, Vasos de pressão e Tubulação, itens: 13.3.1 e 13.3.6.3, onde o primeiro se refere ao cumprimento da norma em questão e o outro conforme abaixo: “13.3.6.3 Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico.” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 15 Ainda com relação à risco grave e iminente, aNR 15 – Atividades e Operações Insalubres, o cita no ANEXO 1, que dispõe sobre os limites de tolerância de exposição ao ruído, ANEXO 3, que dispõe sobre os limites de tolerância de exposição ao calor, ANEXO 6, que dispõe sobre os trabalhos executados sob condições hiperbáricas, ANEXO 11, que dispõe sobre a exposição à produtos químicos, que é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, item 15.1.5: “Entende-se por “Limite de Tolerância”, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.” NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, item 20.20.1: “Quan- do em uma atividade de extração, produção, armazenamento, manuseio e manipulação de in- flamáveis e líquidos combustíveis for caracterizada situação de risco grave e iminente aos tra- balhadores, o empregador deve adotar as medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.” NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, item 20.20.2: “Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem interromper suas tarefas, exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.” NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, item 33.2.1 Cabe ao Empre- gador, alíneas “i” e “j”: “ interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos es- paços confinados.” NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, item 3.5.1: “O empregador deve garantir que os trabalhadores possam interromper suas atividades e abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem da existência de risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou a de terceiros.” NR 35 – Trabalho em Altura, item 35.2.2 Cabe aos trabalhadores, alínea “c” e “d”: “ interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediat- amente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis e zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.” Até esse ponto de nosso módulo, a preocupação é enfatizar a responsabilidade tanto do empregador (Empresa/ Organização), quanto a dos empregados em relação às questões referentes a prevenção de aci- dentes e doenças do trabalho e a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores de uma forma geral, e as sanções cabíveis pelo descumprimento das normas de segurança. Procurou-se também, enfatizar a necessidade dos trabalhadores, em exercerem o direito de recusa em situações que lhes ofereçam risco grave e iminente, conforme previsto na lei. Dando continuidade faz-se necessária a citação do art. 938 do Código Civil, que dispõe sobre a responsabilidade das empresas pela reparação do acidente ocorrido. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE16 Art. 932 – São também responsáveis pela reparação civil, parágrafo III: “o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;” Portanto, pretende-se chamar a atenção dos empregadores, que qualquer empresa ou seus prepostos podem responder quando da ocorrência de um acidente de trabalho, caso seja comprovada culpa devido à imperícia, imprudência ou negligência, conforme o artigo 186 do Código Civil. Art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e cau- sar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” É importante salientar que a NR 10, em seu item 10.13.2, também abrange as questões referente à responsabilidade. O item citado dispõe sobre a responsabilidade dos contratantes, conforme segue: NR 10, item 10.13.2: “É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informa- dos sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.” O item citado acima, vai de encontro com o já referenciado e mencionado na NR 1 – Disposições Gerais. É importante também explicitar que deve haver uma integração nas questões relacionadas à saúde, segurança e integridade física dos funcionários por parte das contratantes e contratadas. Ambas devem se unir e pas- sar aos funcionários os riscos a que podem estar expostos em uma determinada atividade e quais medidas devem ser adotadas para minimizar e/ou sanar tais riscos, garantido assim a segurança de todos. A NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes também cita essa obrigação: NR 5, item 5.47: “Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.” NR 5, item 5.48: “A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, de- verão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do tra- balho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.” NR 5, item 5.49: “A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.” NR 5, item 5.50: “A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.” O Art. 157 da CLT, também deixa claro as obrigações das empresas: Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 17 As ações de segurança devem ser abrangentes de forma que na ocorrência de acidentes, sejam adota- das medidas preventivas e corretivas. NR 10, item 10.13.3: “Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo insta- lações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.” PROJETO Os projetos também fazem parte do conjunto de responsabilidades da organização (empresa). O ideal é que todos os projetos de instalações elétricas seguissem os preceitos preconizados nas normas técnicas na- cionais ou internacionais quando couber. Contudo, sabe-se que na realidade não é bem assim que funciona. Os projetos das instalações elétricas em geral, deveriam ser constituídos de forma que os riscos oferecidos por essas, fossem amenizados e em alguns casos até eliminados. O importante a se citar também, é que to-dos os projetos de instalação, possuíssem dispositivos que impedissem a reenergização, afim de se prevenir acidentes de origem elétrica. A NR 10 cita requisitos mínimos quanto aos projetos das instalações elétricas. Abaixo segue os itens da NR 10 relacionados à projetos e comentários conforme o Manual de Interpretação da NR 10, expedido 2010 pelo Ministério do Trabalho e Emprego para um melhor entendimento: NR 10, item 10.3.1: “É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem disposi- tivos de desligamento de circuitos que possuam recursos para impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da condição operativa. Comentário Adiante, a NR-10 vai exigir a aplicação de bloqueios e travamentos que impeçam manobras não autorizadas em dispositivos e equipamentos destinados ao seccionamento da instalação elétrica, é fundamental que o projeto especifique equipamentos e dispositivos que já incorporem ou permitam a aplicação desses recursos, bem como para a imposição e fixação de sinalização e advertências. NR 10, item 10.3.2: “O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação de dis- positivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de impedimento de reenergização do circuito.” Entende-se por dispositivo de seccionamento de ação simultânea, aquele que por um único coman- do efetua a ação de ligar ou desligar ao mesmo tempo todos os condutores de um circuito. Esta medida é necessária para promover a substituição dos dispositivos que seccionam independentemente cada condu- tor, “um por vez”, chamados de seccionadores unipolares. Nas instalações de consumo, assim como na trans- missão e subestações é rara a aplicação de dispositivos de seccionamento unipolar, contudo são largamente utilizados nas instalações de distribuição do SEP. A adoção de dispositivos de seccionamento multipolar de ação simultânea, nem sempre é possível, por conta das estruturas de suporte e configuração das instalações existentes, daí a ressalva do item em considerar “na medida do possível”. Ocorre, no entanto, que o uso de dispositivos seccionadores unipolares impõe a interrupção parcial de circuitos propiciando o surgimento de uma condição, ainda que temporária, extremamente perigosa, o desligamento de um dos condutores com a permanência dos demais conectados à fonte. Nas situações em que essa técnica de interrupção não simultânea não possa ser substituída, devem ser adotadas medidas de segurança com procedimentos muito rígidos e confiáveis. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE18 NR 10, item 10.3.3: “O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao di- mensionamento e a localização de seus componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção.” NR 10, item 10.3.3.1: “Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas as definições de projetos.” Comentário As recomendações quanto à manutenção de espaço livre, que ofereça segurança para os trabalhos de manutenção, junto de quadros elétricos e de dispositivos de manobra deverá ser anotada em desenho e mencionada no respectivo memorial. Também deverá o projetista ocupar-se do posicio- namento e localização dos componentes, de forma a adequar às influências ambientais previstas, físicas e químicas (chuva; poeira; materiais inflamáveis ou explosivos; substâncias corrosivas, etc.). Deve ainda ser objeto de apontamento em planta ou memorial, a competência das pessoas que terão acesso à área das instalações ou equipamentos, se são previstas apenas pessoas advertidas, ou se o tipo de proteção utilizado permite o acesso e permanência de pessoas não advertidas nas proximidades das instalações. Comentário A separação de circuitos com finalidades diferentes é uma ratificação das exigências normativas. Os princípios de segurança contra choques em circuitos elétricos de diferentes finalidades, são habitualmente, também diferentes, em função das características de cada circuito. Circuitos com finalidades diferentes, se instalados juntos, via de regra, originam perigo quanto às interferências mútuas e promovem atitudes perigosas das pessoas que os acessam, por não preverem esse risco, também não considerado nas medidas de segurança adotadas. O compartilhamento só será aceito mediante o uso de técnicas e equipamentos apropriados, que garantam a segurança dos trabalhadores e usuários. As medidas de segurança devem constar da documentação que acompanha os projetos (memorial). Tenha – se como exemplo os circuitos de telefonia cuja segurança está baseada no uso de extra baixa tensão e os circuitos de corrente alter- nada cuja proteção costuma estar baseada no seccionamento automático da alimentação. Outros exemplos se verificam em instalações de média tensão compartilhando caixas e canaletas com outros circuitos de baixa tensão; circuitos de equipamentos de TI (Tecnologia de Informação) com- partilhados com instalações de baixa tensão; circuitos de instrumentação compartilhando caixas, dutos e quadros de alimentação e controle elétrico, etc. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 19 NR 10, item 10.3.4: “O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.” NR 10, item 10.3.5: “Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterra- mento do circuito seccionado.” Comentário O intuito básico do subitem é priorizar no projeto a aplicação de chaves com aterramento automático, isto é, vinculado à ação de desligar. Ao desligar um circuito ou tre- cho de circuito, automaticamente a chave conecta à terra, simultaneamente, todos os condutores do trecho seccionado, equipotencializando assim as partes condutoras seccionadas. Esse tipo de equipamento estabelece o aterramento independentemente da ação dos trabalhadores, impondo alguns dos princípios fundamentais de desenergização (desligamento e aterramento temporário). A outra vantagem desse dispositivo é estabelecer um sistema “ou”, em que só se consegue reener- gizar através do mesmo dispositivo, com a movimentação das suas facas da posição de desligado/ aterrado para a de ligado. É certo que o uso dessa providência é dependente da configuração e da real necessidade de um sistema, cuja viabilidade e necessidade deverá ser avaliada tecnicamente. Comentário O projeto elétrico deve aplicar um esquema de aterramento definido de acordo com o que esta- belece as normas técnicas (TN; TT; IT), como condição supletiva de proteção. A interligação entre condutor neutro e de proteção, exigida no esquema TN, quando adotado, deverá ser definida no projeto. O projeto elétrico deve aplicar um esquema de aterramento definido de acordo com o que estabelece as normas técnicas (TN; TT; IT), como condição supletiva de proteção. A interligação entre condutor neutro e de proteção, exigida no esquema TN, quando adotado, deverá ser definida no projeto. É requisito fundamental desta medida de proteção – aterramento, a coordenação entre os disposi- tivos de seccionamento automático (fusíveis, disjuntores, etc.) e o sistema de aterramento adotado, devendo as massas ser efetivamente ligadas a um condutor de proteção. Em que pese ser o ater- ramento e equipotencialização uma das bases da proteção supletiva, podem ocorrer variantes em situações específicas, nas quais o condutor de proteção (terra) não deverá ser disponibilizado (locais não condutores), ou as carcaças não deverão ser aterráveis (dupla isolação). (Ver NBR5410/2005- no- tas do item 5.1.2.2.3.1)SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE20 NR 10, item 10.3.6: “Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário.” NR 10, item 10.3.7: “O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.” NR 10, item 10.3.8: “O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas Regulamentado- ras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente habilitado.” NR 10, item 10.3.9: O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os seguintes itens de segurança: a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais; Comentário Trata-se aqui de manter a coerência com as exigências da NR. Ora, se nas medidas de proteção, vai ser exigida a adoção de aterramento temporário, o projeto, que é a concepção da instalação, deverá discutir e prever condições que permitam a implantação de dispositivos de aterramento temporário, espaços e acesso nos pontos onde esse procedimento deverá ser empregado. Comentário É de grande utilidade a disponibilização dos projetos para consulta e orientação dos trabalhadores envolvidos na instalação, de forma habitual e sistemática e que permita a visualização e análise de circuitos, interferências e características da instalação, respeitadas as limitações de capacidade, autorização e área de atuação dos envolvidos. Um projeto atualizado permite evitar surpresas e operações indesejáveis durante a realização de serviços e intervenções nas instalações elétricas e se tornará um guia permanente para a execução de serviços, quando permanente e dinamicamente atualizados, além de ser um facilitador para a realização dos serviços. Comentário Este item impõe que o projetista conheça previamente as exigências regulamentares de segurança e saúde para que as aplique, onde couber, nas especificações constantes de seu trabalho de elabo- ração do projeto elétrico. Há interferências das mais diversas em outras normas regulamentadoras, além da NR-10, que devem ser consideradas na fase de projeto. Assim ocorre com aspectos er- gonômicos tratados na NR-17, de sinalização, tratados na NR-26 e outras mais. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 21 b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: (Verde - “D”, des- ligado e Vermelho - “L”, ligado); c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo dis- positivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento, dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações; d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações; Comentário Ao descrever a especificação das características de proteção no memorial do projeto, garante- se que houve na concepção da instalação elétrica, uma preocupação com esses aspectos e foram adotadas soluções visando à preservação da saúde e segurança. Em decorrência da existência dessas especificações, o projeto com seu memorial, tornam-se a base de um manual de conservação e manutenção segura para aquela instalação. Comentário É objetivo deste item a padronização e informação ao usuário da documentação, de qual foi a metodologia empregada para a identificação dos circuitos, não apenas o recurso físico, anilhas, eti- quetas e outros meios, mas também o significado de cada letra, número sequencial ou símbolo que identifica a natureza do dispositivo, a sua localização, a origem e finalidade do circuito, entre outros. Comentário Considerando que há componentes de uma instalação, como quadros elétricos e outros, que pela natureza dos meios de proteção contra choques, só podem ser instalados em locais de acesso con- trolado (locais de serviço elétrico fechados), o projeto deverá conter informações sobre as restrições e advertências de acesso a esses locais e componentes. Comentário A referência a uma situação ou estado, exigência aparentemente elementar, busca a padronização no projeto, para a sinalização de posição e visa eliminar a diversidade de indicações em dispositivos de manobra construídos segundo padrões estranhos à nossa cultura. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE22 e) precauções aplicáveis em face das influências externas; f ) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto, destinados à segurança das pessoas; g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica. Comentário É certo que a especificação dos materiais e componentes de uma instalação, está baseada nas circunstâncias em que eles deverão operar, por óbvio que seja essas precauções quanto às influências exter-nas, devem ser apontadas para servir de advertência na eventual alteração de uso das instalações e para que a instalação não venha a ser exposta a influências que não foram consideradas na sua concepção. Comentário Ao referir-se à compatibilidade entre os elementos da instalação, impõe-se informar ao seus usuários e mantenedores as razões da escolha e do dimensionamento de componentes, para que sejam respeitadas e mantidas as especificações estabelecidas pelo projetista, de uma forma instrutiva e não apenas impositiva. Comentário Este item exige a necessidade de que o projetista considere, também, as posições de trabalho nas atividades de instalação e manutenção das instalações e não apenas das condições de operação. O nível de iluminamento, e as demais qualidades da iluminação nos locais de execução de serviços em instalações elétricas, deverá ser considerado pelo projetista. Comentário Que seja mencionado no memorial o princípio de operação dos dispositivos responsáveis por garan-tir a segurança das pessoas, tais como o seccionamento automático da alimentação, associado à operação de fusíveis ou disjuntores e sua relação com o esquema de aterramento; a proteção adicional garantida por dispositivos a corrente de fuga; o uso de tensão de segurança e a associação desses métodos. Faz–se dessa exigência uma forma de divulgar e esclarecer aos mantenedores, tornando o conhecimento de domínio do trabalhador. NR 10, item 10.3.10: “Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 - Ergonomia.” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 23 Comentário Trata-se de uma nova exigência que provoca surpresa e questionamentos por conta do descaso que se verifica com as instalações elétricas. Pequenos estabelecimentos raramente possuem a mais elementar documentação de sua instalação elétrica, diagramas unifilares, as grandes organizações, quando as possuem, nem sempre as tem atualizadas, situação que impede ou dificulta o acesso e a imprescindível consulta pelos trabalhadores para avaliar suas características, sua adequação ou seu funcionamento, ou ainda para realizar reparos e atualizações. Na ausência ou desatualização de documentações são originadas as incertezas e as mais variadas surpresas que, invariavelmente, conduzem a eventos indesejáveis quando da realização de serviços. Deve-se lembrar que as pequenas, medias ou grandes instalações elétricas, todas operam com tensões perigosas e capazes de provocar danos fatais. O diagrama unifilar não é senão a expressão mais simples e objetiva da instalação elétrica, mas, para o trabalhador autorizado, é o documento que informa, facilita e permite a realização de um trabalho mais seguro. Os diagramas unifilares são a representação gráfica dos componentes elétricos e as suas relações funcionais e contém apenas os componentes principais dos circuitos, representados por uma linha. Estes diagramasdevem estar acompanhados de dados e especificações das medidas de proteção instaladas, especialmente, do sistema de aterramento elétrico, elemento de fundamental importân- cia à segurança de trabalhadores e usuários e dos demais equipamentos e dispositivos de proteção que integram a instalação elétrica, tais como, fusíveis, disjuntores chaves e outros componentes associados à proteção. As especificações documentadas asseguram, que os elementos de proteção não sejam substituídos por outros aleatoriamente, não compatíveis com os demais elementos da instalação, carreando as- sim riscos de incêndios ou alterações significativas no tempo de atuação e proporcionando maior perigo aos usuários e mantenedores. Finalmente, estabelece a obrigatoriedade de atualização per- manente com as alterações ou atualizações implantadas ao longo do tempo na instalação elétrica. DOCUMENTAÇÃO Se o projeto é um grande desafio a ser cumprido pelas empresas, imagine quanto a documentação. A NR 10, dispõe de uma série de critérios a serem cumpridos com relação à documentação, e tais critérios se referem a praticamente tudo o que vimos até aqui: prontuário das instalações elétricas, esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas, procedimentos de segurança, laudos, especificação de EPI e EPC e fer- ramentas, etc. Abaixo segue os itens da NR 10 referentes ao que fora citado acima e, comentários conforme o MANUAL DE AUXÍLIO NA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA NOVA NR 10, expedido 2010 pelo Ministério do Trabalho e Emprego: NR 10, item 10.2.3: “As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterra- mento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE24 Domingos Leite Lima Filho, Projetos de instalações elétricas prediais. São Paulo: Érica, 1997 p. 81 (com adaptações). NR 10, item 10.2.4: “Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:” Comentário A documentação das instalações elétricas é habitualmente uma incógnita nos estabelecimentos sendo as suas especificações, características e limitações raramente conhecidas pelo trabalhador ou usuário, devendo, doravante, ser organizada em um prontuário, mantido pelo empregador ou por pessoa formalmente designada pela empresa, permanecendo à disposição dos trabalhadores e demais interessados envolvidos com instalações e serviços em eletricidade, incluindo-se as au- toridades conforme prescreve o item 10.14.4 da Norma, e ser revisado e atualizado periodicamente. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 25 a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implan- tadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes; O que se pretende com essa exigência é a criação de uma memória dinâmica da instalação elétrica, dos procedimentos de trabalho, dos sistemas e medidas de proteção, das realizações de treinamentos, capacitações, contratações, certificações, especificações, testes de rigidez dielétrica, enfim da organização das instalações elétricas. Ao regulamentar essa obrigatoriedade de documentar promove-se a oportunidade de gestão responsável e, avaliações a qualquer tempo, tendo as suas características atestadas mediante a documentação que facilitará informações, estudo e pesquisas aos trabalhadores e demais interessados e a promoção de ações de segurança e de auditoria fiscalizadora. Para que as informações sobre a instalação elétrica não fiquem dispersas, foi estabelecido que se reúnam essas informações e documentos em um PRONTUÁRIO, que poderá ser uma pasta, um manual, uma gaveta de arquivo, um arquivo, um sistema microfilmado ou mesmo um sistema infor- matizado, ou a combinação destes, desde que o seu conteúdo seja imediatamente acessível, quando necessário, respeitadas as limitações de capacidade, autorização e área de atuação dos envolvidos. Essa exigência é gradual em função do porte e dos riscos envolvidos. Os estabelecimentos foram divididos segundo dois critérios, o primeiro quanto à potência instalada e segundo quanto à área de atividade. Quanto à potência instalada, diferenciou-se a exigência para aqueles cuja potência instalada for superior a 75 kW. O segundo critério foi direcionado às instalações de geração, trans- missão ou distribuição, que constituem o sistema elétrico de potência. O valor de 75 kW de potência instalada é o limite superior de potência determinado para fornecimento em baixa tensão, conforme resolução da ANEEL nº 486 de 29/11/2000. Há exceções à regra (zona rural; distribuição subterrânea), onde são adotados outros valores de potência como limites do tipo de fornecimento. Assim, para efeito desta Norma foi fixado o valor de 75 kW de potência instalada para consumidor individual. No caso de fornecimento para prédios e condomínios, que tem como característica a entrada dita coletiva, deverão ser considerados individualmente cada consumidor. O consumo das áreas comuns (bombas, elevadores, piscinas, escadarias, garagem, ...) tem medição independente, como individual, geralmente chamado de administração. A partir desse valor de 75 kW de potência instalada o fornecimento ao consumidor se dará pela con- cessionária de energia elétrica habitualmente em alta tensão, com uma cabine de transformação, posto blindado, transformador montado em poste ou de outra forma segundo padronização. Dessa forma, considerando que nessa situação as instalações já se tornam mais complexas com níveis de corrente de curto circuito sensivelmente maiores, foram adotados critérios e exigências mais severas e complementares àquelas ditadas pelo subitem 10.2.3, como segue nas alíneas do sub- item 10.2.4. Por vezes uma ou outra das alíneas poderá ser estranha à instalação e, portanto, não aplicável. É óbvio que a exigência só prevalece quando, de fato, a situação preconizada existir. Esse é o caso de trabalhos em áreas classificadas, que não se aplica na grande maioria das empresas. Chamamos a atenção para o fato de que o prontuário é uma memória documental da realidade (as built), pressupondo-se, portanto, que todas as medidas e providências adotadas constantes do prontuário tenham sido objeto de implantação anterior. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE26 Comentário A alínea a – determina que integrem o prontuário todos os procedimentos operacionais, as in-struções técnicas, as instruções administrativas relacionadas aos trabalhos. Devem ficar claro, nes-sas instruções administrativas, as atribuições e limitações de cada categoria profissional envolvida com as instalações elétricas da empresa. Determina, ainda, que sejam declinadas, na documen-tação, as medidas de controle existentes, portanto implantadas, e que devem ser de conhecimento e obediência pelos trabalhadores. São as regras básicas e fundamentais para a intervenção nas instalações. Os procedimentos mencionados, serão objeto de detalhamento no item 10.11 desta NR-10 e devem conter os passos do trabalho, as responsabilidades, as observações quanto aos riscos existentes e as medidas de proteção a serem observadas. Comentário Esta alínea faz juntar ao prontuário os documentos ou dados referentes ao sistema de aterramen- to, base da medida geral de segurança e pela estreita relação que tem, também a documentação relacionada ao SPDA, que embora se refira à proteção de edificações, é uma instalação de responsabilidade dos profissionais da área elétrica. A documentação mencionada, será de responsabilidade exclusiva de profissionais técnicos legalmente habilitados, de acordo com as suas atribuições profissionais, conforme determina a legislação específica dos respectivos conselhos de classe. A frequência e a natureza das inspeções e medição de aterramentos são determinadaspor Norma Técnica específica da ABNT (NBR 5419) e dependem de vários fatores, como a finalidade de uso da edificação, o grau de proteção e o sistema utilizado. Comentário A alínea c) faz anexar ao PRONTUÁRIO as especificações dos equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual assim como o ferramental de uso dos trabalhadores envolvidos com eletricidade. Naturalmente, essas especificações devem ser o resultado de um estudo para a correta aplicação e adequação dos equipamentos à realidade da empresa e das instalações, que deverá ser precedido de análise de risco da atividade. Os equipamentos de proteção individual devem possuir Certificado de Aprovação – CA, segundo a legislação vigente (vide NR-6), consequentemente juntados ao prontuário. Tratando-se de equipamentos de proteção coletiva, as especificações de-vem ser claras quanto ao uso, limitações, e características, com ênfase aos aspectos relacionados à segurança com eletricidade. Níveis de isolamento, capacidade de corrente suportável pelos con-juntos de aterramento temporário, fixação de barreiras etc, assim como as medidas administrativas necessárias. Na listagem das ferramentas deve ser observada fundamentalmente a sua finalidade, descrição das características e seus limites ao uso em instalações elétricas. b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis con- forme determina esta NR; SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 27 Especial atenção deverá ser dada aos aparelhos de medição (multímetros) que deverão ser adequa- dos à grandeza a medir e de categoria apropriada ao tipo e local de utilização. (Referência IEC-61010). d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalha- dores e dos treinamentos realizados; e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; Comentário Embora obrigatória desde 1983, a instrução técnica formalizada por meio de cursos regulares não é generalizada entre os trabalhadores da área elétrica. Muitos estabelecimentos mantêm tra-balhadores envolvidos com eletricidade, que não tiveram qualificação e capacitação formal, em cursos regulares e muitas vezes, desconhecem ou subestimam o risco inerente à eletricidade. Esta alínea estabelece a juntada ao prontuário, dos documentos tratados no tópico 10.8 da Norma, ref-erente ao processo de autorização, devendo constar os documentos de qualificação (da instituição oficial de ensino), da habilitação (do conselho de classe), da capacitação (do desenvolvimento do trabalhador realizado na empresa), dos treinamentos de segurança (determinados nesta Norma) e da autorização formal dada pela empresa ao trabalhador (contrato, CPT,..). Comentário Determina a juntada dos resultados de testes dielétricos realizados, iniciais e periódicos, nos equi- pamentos de proteção, coletivos e individuais, dotados de isolação elétrica, conforme regulamenta- ções, quando houver, especificações e recomendações. Tais testes são objeto de exigência específica do item desta Norma que trata de trabalhos com instalações energizadas. f ) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; Comentário A alínea f ) determina que se organize em prontuário a documentação dos equipamentos e dispositivos elétricos utilizados em áreas classificadas, cuja obrigatoriedade de certificação é expressa pela Portaria 176 de 17.07.2000, quando o SINMETRO regulamentou a exigência. Respeitando-se a regulamentação os equipamentos e dispositivos elétricos destinados a áreas classificadas, adquiridos antes da data da SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE28 publicação dessa Portaria, estão isentos de certificação nos moldes regulamentados, contudo deverão comprovar que são seguros, mediante a apresentação de certificados estrangeiros, laudos IEE, declarações ou catálogos dos fabricantes ou declarações de profissionais legalmente habilitados, juntados ao prontuário. g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações, con- templando as alíneas de “a” a “f” Comentário Nesta alínea está embutida a ideia da auditoria periódica da condição de segurança das instalações elétricas, que resulta num relatório técnico, contendo as não conformidades com as regulamenta- ções de interesse, recomendações e propostas de adequação, melhoria devidamente programada em conformidade com um necessário cronograma de realizações. A existência de documentação acreditada, sistemática e dinamicamente atualizada com as modifi- cações ocorridas nas instalações – diagramas esquemas, nas instruções e procedimentos técnicos, treinamentos e demais obrigações do prontuário, facilitará sobremaneira a execução do relatório técnico requerido. Comentário As empresas que operam em instalações e equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência - SEP, (empresas de geração, de transmissão e de distribuição de energia elétrica), concessionárias, ou suas contratadas para a realização de serviços e atividades, conhecidas como empreiteiras, de- vem organizar um prontuário contemplando os documentos descritos no item 10.2.4, anterior, acrescendo-o de outros dois documentos. É certo que muitas empresas, empreiteiras não teriam, pela potência instalada em suas sedes ou canteiros, (que correspondem a estabelecimentos separados), que atender às exigências do item 10.2.4, porém por atuar no SEP, ficam obrigadas ao que se estabelece no item, por conta de operarem no SEP e estarem submetidas ao mesmo risco e exigências. NR 10, item 10.2.5: “As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4 e acres- centar ao prontuário os documentos a seguir listados:” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 29 a) descrição dos procedimentos para emergências; b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual; Comentário Trata-se de documento contendo os procedimentos para contingências de ordem geral, que os tra- balhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos adotá-los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essa medida é função do risco e das condições do trabalho em áreas externas, sujeitas a diversas variáveis cujo controle não está totalmente nas mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos em vias públicas, intempéries, ações de pessoas negligentes, bem como os reflexos dessas ocorrências nas áreas internas, que determinam a necessidade de serem prees- tabelecidos procedimentos emergenciais. Comentário De forma similar às empresas que desenvolvem trabalhos no SEP, as prestadoras de serviços con- tratadas pelas concessionárias de energia elétrica, outras empresas que compartilham o mesmo posto de trabalho, circunscrito aos limites estabelecidos no anexo II da Norma, aplicados às es- truturas das redes de distribuição e transmissão de energia elétrica (torres, postes...), tais como as empresas de telefonia, de TV a cabo, iluminação pública, e suas contratadas, estão obrigadas a constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5 Comentário Os certificados de aprovação - CA dos EPI’s conforme determina a NR-6 e certificados de equipa- mentos de proteção coletiva, quando representa dos por uma peça, dispositivo ou equipamento, deverão ser organizados e mantidos no prontuário. NR 10, item 10.2.5.1: “As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.” NR 10, item 10.2.6: “O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atual-izado peloempregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE30 Comentário Reafirma-se neste item, a responsabilidade do empregador quanto à obrigatoriedade na organi- zação, manutenção e atualização do prontuário da empresa, podendo, a seu critério, delegar tal responsabilidade a pessoas designadas formalmente. Essa delegação implicará na formalização de um documento que confira ao designado esse dever, carreando ao empregador a responsabilidade em eleger (selecionar, designar, contratar), comentado no item 10.13. Pressupomos que tal atribuição deva ser feita, exclusivamente, a pessoas com habilitação e capacidade técnica específi-ca. A obrigação de disponibilizar o prontuário aos trabalhadores, legitima o direito de saber dos en-volvidos, e promove melhores condições de estudo, análise e conhecimento evitando que o trabalho possa ocorrer sem o pleno domínio do conhecimento e das circunstâncias. Comentário Determina que os documentos técnicos integrantes do prontuário sejam elaborados por “profis- sional legalmente habilitado”. Assim, se a qualidade e especificidades do documento, necessário ao prontuário, exigir as atribuições e competências do técnico, do engenheiro eletricista, do engenheiro de segurança, do médico, do advogado, de acordo com as suas atribuições profissionais reguladas e controladas por seu conselho de classe, então a tarefa deverá ser confiada a esse profissional. Está subentendido que as pessoas não poderão realizar trabalhos para os quais não estejam habilitadas o que é regulado pelos conselhos profissionais de classe, cabendo ao empregador a responsabilidade em eleger e vigiar o profissional adequado. Vide comentário no item 10.13 - responsabilidades. NR 10, item 10.2.7: “Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.” Com esse módulo se consegue perceber o nível de responsabilidade que cabe às empresas e aos profis- sionais que atuam direta ou indiretamente com eletricidade. Contudo, o mais importante é lembrar que por traz de toda essa responsabilidade, há pessoas e, que por traz dessas pessoas, há famílias inteiras. A pro- moção da saúde e segurança nos locais não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário; é extremamente árdua e cansativa. Ainda que a NR 10 seja uma norma extremamente ampla e rigorosa, é necessário o empenho de pessoas por traz de pessoas para o cumprimento de seus preceitos. É importante que as empresas tra- balhem cada vez mais embasadas nos fundamentos da gestão de pessoas para que juntos, empregadores e trabalhadores consigam colocar em prática a NR 10. É importante que as empresas não promovam apenas a formação de grupos de trabalho, mas sim, a formação de equipes. “O desenvolvimento de boas estratégias alinhado a uma equipe de pessoas competentes, pode possibilitar a vitória até mesmo à empresa menor ou mais “fraca”.” É importante diferenciarmos grupo de trabalho e equipe. Podemos dizer de forma bem simplista, que grupo se refere a um grupo de pessoas que compartilham ideias, informações e conhecimentos, afim de se alcançar um determinado objetivo. Tal objetivo em relação a responsabilidade de seus membros, cabe somente a cada um. Já na formação de equipe, o contexto já é muito próximo ao que é citado na NR 10, ou SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 31 seja, também existe o compartilhamento de ideias, informações e conhecimentos, afim de se alcançar um determinado objetivo. A grande diferença, está justamente na responsabilidade, esta, que cabe a todos. Seja: empregadores, trabalhadores, contratante ou contratadas. Os fundamentos da gestão de pessoas conforme Chiavenato, (2009), consiste em seis bases a saber: agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas com objetivo de proporcionar maior competência e competitividade às organizações. y Agregar pessoas: Compreende o processo de seleção e recrutamento de funcionário, que permite agregar a empresa novos talentos; y Aplicar pessoas: Consiste em desenhar as tarefas, funções e cargos da empresa, bem como orientar e avaliar o desempenho dos funcionários; y Recompensar pessoas: Refere-se aos incentivos oferecidos às pessoas, como remuneração, bene- fícios e serviços sociais; y Desenvolver pessoas: Este processo engloba capacitações, treinamento, gestão do conhecimento, programas de desenvolvimento de pessoas e da carreira; y Manter pessoas: Compreende o desenvolvimento de condições satisfatórias para trabalhos, destacam- se aspectos de cultura organizacional, clima, disciplina higiene e segurança do trabalho, qualidade de vida no trabalho entre outros; y Monitorar pessoas: Refere-se aos processos de acompanhamento e monitoramento das pessoas e construção e manutenção do sistema de informações. A aplicação desses fundamentos colabora para a formação do clima organizacional nas empresas, con- sequentemente favorece também uma melhor integração entre as pessoas e favorece o relacionamento interpessoal dos indivíduos, fator este, que colabora para a promoção da saúde, segurança e para a preser- vação da integridade física dos trabalhadores. Para finalizarmos, é importante que todos unam forças para promover uma cultura de saúde e segu- rança com foco na preservação da vida. Prepare-se! No próximo módulo você verá alguns casos de acidente com eletricidade que te ajudará a refletir sobre o seu dia-a-dia. O que é clima organizacional? “É a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento.” Litwin E agora? Você sabia ?! SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE32 NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-01.pdf NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/ Arquivos_SST/SST_NR/NR-03-atualizada-2019.pdf NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, disponível em: https:// enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL , disponível em: https:// enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE, disponível em: https:// enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-10.pdf NR 13 – CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÃO, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-13.pdf NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-33.pdf NR 35 – TRABALHO EM ALTURA, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/ Arquivos_SST/SST_NR/NR-35.pdf MANUAL DE AUXÍLIO NA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA NR 10, disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR--- MANUAL-DE-AUXLIO-NA-INTERPRETAO-E-APLICAO-DA-NR-10.pdf NR 10: Guia Prático e Aplicação, Benjamim Ferreira de Barros... [et.al]. —1. Ed. – São Paulo: Érica, 2010. Outros autores: Elaine Cristina de Almeida Guimarães, Reinaldo Borelli, Ricardo Luis Gedra, Sonia Regina Pinheiro. CHIAVENATO I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Segundo o dicionário Aurélio, “responsabilidade” significa: obrigação; dever de arcar, de se responsabilizar pelo próprio comportamento ou pelas ações de outra(s) pessoa(s).Então! Assuma sua parcela de re-sponsabilidade e seja o destaque de sua equipe de trabalho, ajude a empresa a qual você faz parte a formar uma equipe de sucesso e colabore com a promoção da saúde e segurança nos locais de trabalho. REFERÊNCIAS Atenção SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 33 MÓDULO – 07 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL APRESENTAÇÃO Nos últimos módulos, abordamos sobre as medidas de proteção coletiva, análise riscos, causas diretas, causas indiretas e responsabilidades. Agora chegou a hora de abordar- mos um pouco sobre os EPI – Equipamentos de Proteção Individual. A norma que trata sobre EPI – Equipamentos de Proteção Individual, é a NR 6. Nela também está contida algumas responsabilidades que cabem tanto para o empre- gador, quanto para o trabalhador. Então, vamos começar! PARA COMEÇAR A NR 6, item 6.1 cita que: “considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.” Em complemento, em seu item 6.3, a norma menciona alguns critérios que se referem quando os EPI devem ser adotados, conforme segue: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE34 INTRODUÇÃO (RESPONSABILIDADES) Devido esse curso está voltado para os profissionais que atuam com eletricidade, vamos abordar ape- nas sobre os EPI e riscos mais comuns dessa área de atuação. NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI, item 6.7.1, cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; Proteção da face e dos olhos: Nesse ponto a norma pretende explicitar que o equipamento de proteção individual, deve ser utilizado apenas para a finalidade a qual se destina. Ou seja, é muito comum encontrar trabalhadores utilizando equipamentos de forma inadequada ou até diverso ao risco ao qual estão expostos. Um exemplo a ser citado, está relacionado ao uso dos óculos de segurança, onde muitas vezes o trabalhador por uma simples questão de estética, utiliza óculos de lente escura em uma determinada atividade, quando na verdade deveria uti-lizar óculos de lente incolor. Tal situação pode colaborar para a ocorrência de acidentes. No Brasil, não há uma norma para óculos de segurança, sendo assim, o MTE – Ministério do Trabalho e Emprego por meio da portaria nº. 121 de 2009 e 452 de 2014, definiu a norma americana ANSI Z87.1:2003 como norma de referência. A norma citada dispõe de algumas marcações obrigatórias nós óculos de segurança, de forma a informar aos trabalhadores se os óculos que estão utilizando, são adequados para o risco ao qual estão expostos. Todos os EPI necessitam de algumas marcas que são obrigatórias. Uma das marcações é o CA – Certificado de Aprovação, este, que se refere a um documento expedido pelo ministério do trabalho, no qual consta todas as características do equipamento, teste laboratoriais, validade da certificação, número do lote de fabricação, nome ou logomarca do fabricante e para qual risco o mesmo foi aprovado. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 35 Proteção facial e ocular Aplicação Óculos incolor: Óculos com lentes cinza/ fumê: são para ambientes com luminosidade intensa. Exemplo: trabalhos a céu aberto. Óculos com lentes amarelas: são para ambientes com luminosidade deficiente. Exemplo: períodos de amanhecer e entardecer. Nota: proporcionam a sensação de maior claridade no ambiente. Óculos com lentes verde: radiações (ultra-violeta e infravermelha). Exemplo: provenientes de fontes artificiais (operações de solda, funcição, fornos, etc.). Marcações obrigatórias Marcação Descrição Z87 N Norma em que o produto foi aprovado + Aprovado para alto impacto CA Certificado de Aprovação junto ao Ministério do Trabalho Lote Lote de fabricação do produto IR 3/ IR 5 Indicação de que a lente é para proteção contra radiação infra-Red (infra-vermelho) – Tonalidades 3 e 5 indicam tal fator de proteção. AF Indicação de que a lente tem tratamento antiembaçante. S Indicação de que a lente é de uso especial (baixa ou alta intensidade de luminosidade) – Lentes incolores não possuem esta marcação. PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA Uma outra situação muito comum, está relacionado ao tipo de máscara de proteção utilizada pelo tra- balhador. É muito comum encontrar trabalhadores utilizado máscaras de proteção para poeiras em ambien- tes onde há a presença de gases ou vapores emanados de produtos químicos diversos. É importante saber que cada tipo de respirador, possui um fator de proteção atribuído, este, denomina- do de FPA. Sendo assim, com base nesse fator, lembre-se sempre que diferentes tipos de respiradores, pos- suem diferentes níveis de proteção em decorrências de suas características: desenho, material de fabricação, vedação que proporciona e forma com que o ar é conduzido ao seu interior. Quanto maior o FPA, maior será o nível de proteção do respirador. Quanto ao tipo de respirador a ser utilizado, vai sempre depender do tipo de contaminante presente no ambiente de trabalho e a concentração deste existente no local. Podemos classificar os respiradores como: respirador de pressão negativa e respirador de pressão positiva. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE36 Proteção respiratória Máscaras descartáveis/ Máscara reutilizáveis Purificado de ar São o próprio filtro • São encontrados em três ca- tegorias de proteção: (PFF1/ PFF2 e PFF3). • Utilizam meio filtrante para reter contaminates. Purificado de ar Utilizam filtros Tais filtros podem ser: • Mecânicos. • Mecânicos com carvão ativado. • Químicos. Com adução de ar Utilizam filtros Tais filtros podem ser: • Mecânicos. • Químicos. • Combinados. Não utilizam meio filntrante, o ar respirado é fornecido por uma linha de ar ou de um cilin- dro acoplado ao usuário (linha de ar comprimido/ linha de ar comprimido c/ cilindro de fuga e máscara autônoma). Sem manutenção (PFF1 – PFF2 – PFF3) Com manutenção (P1 – P2 – P3) Com manutenção (P1 – P2 – P3) Classificação dos filtros PFF (1, 2 e 3) p (1, 2 e 3) Descrição PFF1/ P1 Poeiras e/ou Névoas (aerossóis mecanicamente gerados) PFF2/ P2 Fumos (aerossóis termicamente gerados) e/ou Agentes Biológicos PFF3/ P3 Particulados altamente tóxicos (LT<0,05 mg/m³) e/ou de toxidez desconhecida PFF PFF significa peça facial filtrante, pois o próprio respirador é um meio filtrante. RESPIRADOR SEM MANUTENÇÃO Um respirador sem manutenção, como o próprio nome diz, é um tipo de respirador em que não deve ser realizado nenhum tipo de manutenção ou reparo; a própria peça facial é filtrante. Deve ser trocado sempre que se encontrar saturado (entupido), perfurado, rasgado ou com elástico solto ou rompido, ou quando o usuário perceber o cheiro ou gosto do contaminante. Respirador com manutenção: Um respirador com manutenção, como o próprio nome diz, é um tipo de respirador em que é possível e devem ser realizadas manutenções, higienizações e limpeza na peça facial, que é constituída por material elastomérico. Os filtros e cartuchos são acoplados à peça facial e devem ser trocados conforme planos pré-estabelecidos ou conforme indicações do fabricante. A Instrução Normativa nº. 01 SSST/MTB, de 11 de abril de 1994, que estabelece o Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória, recomenda em seu § 2º, seguir as recomendações da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO contidas na publicação intitulada “PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPI- RADORES” e também as Normas Brasileiras, quando houver, expedidas
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