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NR 10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Alcantaro Corrêa Presidente da FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina Joinville 2008 NR 10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade É permitida a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou sistema, desde que a fonte seja citada. Equipe Técnica Conteúdo Organizado por Ronaldo Scoz Duarte Coordenação geral de EaD Raphael da Silveira Geremias Bibliotecária Simoni Casimiro de Oliveira Coordenação do curso Raphael da Silveira Geremias Lucinéia Dacoregio Design instrucional, ilustração, projeto gráfi co, revisão e diagramação FabriCO S474n SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. NR 10 : curso básico de segurança em instalações e serviços em eletricidade / SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina ; coordenação técnica Ronaldo Scoz Duarte. Joinville : SENAI, 2008. 336 p. : il. color. ; 30 cm. Inclui bibliografia 1.Eletricidade – Medidas de segurança. 2. Instalações elétricas - Normas técnicas. I. Duarte, Ronaldo Scoz. II. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. III. Título. CDU 331.456 SENAI/SC – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina Rodovia Admar Gonzaga, 2765. Itacorubi – CEP 88034-001 – Florianópolis/SC Fone: (48) 3231-4100 Fax: (48) 3334-1578 http://www.sc.senai.br SENAI Online: 0800 48 12 12 Caro (a) aluno (a): Seja bem-vindo ao curso básico de segurança em instalações e serviços em eletricidade, exigido pela Norma Regulamentadora 10 (NR 10)! A NR 10 é uma regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego, e trata sobre segurança e saúde no trabalho em instalações elétricas. Além disso, ela prevê formação também sobre prevenção a incêndios e noções básicas de primeiros socorros. A relação de dependência que o homem moderno tem com a eletri- cidade pode ser considerada imensurável; é um tipo de energia que caminha lado a lado com a evolução tecnológica e com o bem-estar das pessoas. Ao mesmo tempo, continua sendo um agente de risco causador de muitos acidentes, não só com pessoas, mas também com severos prejuízos materiais. Como é um tipo de perigo invisível, que só pode ser detectado através de instrumentos específi cos, a energia elétrica continua matando desavisados: boa parte dos acidentes com mortes acontece em cenas cotidianas da construção civil, em contatos com cabos energizados, ligações clandestinas e instalações de antenas de TV. Para combater esta infeliz realidade, apenas a disseminação de formação técnica de qualidade se torna um instrumento efi caz. Neste contexto, o curso NR 10 pretende capacitar o trabalhador na prevenção de acidentes utilizando tanto o conhecimento teórico sobre energia elétrica quanto o uso correto de equipamentos de trabalho, nas normas de segurança estipuladas e também na correta prestação de socorros no caso de acidentes. Apresentação NR 10 - Curso Básico No início do curso você conhecerá o texto da NR 10 comentado e suas aplicações práticas. Em seguida, estudará os riscos elétricos propria- mente ditos e tudo o que envolve a segurança em instalações elétricas – análise de riscos, as variadas medidas de controle de acordo com a situação, equipamentos de proteção e rotinas seguras de trabalho. O módulo 3 possui informações sobre prevenção de incêndio e proce- dimentos de emergência ligados à propagação de fogo e calor; e no último módulo você terá noções básicas – e importantíssimas! – de primeiros socorros no atendimento a pessoas que sofrerem acidentes ou mal súbito. A tarefa deste curso é oferecer treinamento e um quadro detalhado sobre a atividade do profi ssional do setor elétrico, com informações úteis ao dia-a-dia. O objetivo é preparar o trabalhador para a uma ação segura, competente e efi caz no seu dia-a-dia profi ssional. Boa sorte nos estudos! Carga horária de dedicação 40 horas de atividades: 32 horas a distância, distribuídas no ciclo de 45 dias e 8 horas em encontro presencial. Ementa Função e objetivos da NR 10. Riscos em instalações e serviços em ele- tricidade. Técnicas de análise e medidas de controle. Equipamentos de proteção coletiva e individual. Rotinas de trabalho. Proteção contra in- cêndio. Noções de primeiros socorros. Objetivos Objetivo geral: Capacitar profi ssionais a analisar e executar os procedimentos de se- gurança em instalações elétricas e serviços com eletricidade com uma visão gerencial, utilizando relatórios de inspeção de conformidade das instalações e prontuário das instalações elétricas. Objetivos específi cos: sensibilizar os trabalhadores de instalações elétricas quanto a ne- cessidade de neutralizar a possibilidade de acidentes; adotar procedimentos de rotina pautadas pelas normas de se- gurança; Plano de Curso NR 10 - Curso Básico cumprir ao disposto na NR 10/2004 (MTE) e na NBR 5410 (ABNT). Orientações para o estudo Este material foi estruturado para lhe facilitar a construção de novos conhecimentos. Ao desenvolvê-lo, foram levados em consideração seu perfi l e suas necessidades de formação. Com este objetivo, os conteúdos abordados neste curso têm uma di- visão por módulos e lições. No início de cada módulo serão apresen- tados os objetivos da aprendizagem para que você possa visualizar os benefícios que ela trará para sua prática diária e por que é importante estudar aquele assunto. Para contribuir com a efi cácia destas refl exões, recomendamos os se- guintes passos: 1º Passo Realize seus estudos seguindo a ordem crescente dos módulos. Não alterne as leituras entre os módulos. 2º Passo Primeiramente, inicie a leitura da apostila, na lição 1, do módulo 1. Faça suas refl exões sobre as atividades diárias, registrando suas conclusões. 3º Passo Após terminar a leitura da lição 1 na apostila, inicie seus estudos (da mesma lição) no ambiente virtual. O Ambiente Virtual apre- sentará um overview (visão geral) do conteúdo estudado. 4º Passo Realize os exercícios e/ou atividades propostas no fi nal da lição, para auto-avaliação e reforço do aprendizado. Plano de Curso Efetue esses passos para todas as demais lições, sem esquecer de reali- zar os jogos ao fi nal dos módulos e de participar dos fóruns de discus- são, para interação com os colegas e tutor. Importante: todas as atividades e fóruns do Ambiente Virtual são obri- gatórios para participação na aula presencial. Quadro-guia de estudo Observe o quadro guia de estudo, ele pode lhe auxiliar com sucesso durante o curso. Para planejar e preenchê-lo, primeiro conheça o tempo neces- sário para sua dedicação aos estudos e as datas-chave do cur- so assinaladas no calendário disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Escreva nos espaços em branco as datas-chave para o cumpri- mento das atividades e as da sua disponibilidade para o estudo. Pronto, basta seguir as datas propostas para manter controle dos seus estudos. Módulo Título Data 1 NR 10 – Aplicações práticas 2 Riscos elétricos 3 Prevenção de incêndios 4 Noções de primeiros socorros Antes de terminar uma lição, elimine todas as dúvidas com seu tutor ou com colegas. Sempre resolva todas as questões antes de passar para a próxima etapa. NR 10 - Curso Básico Durante a leitura da apostila você encontrará alguns símbolos para chamar sua atenção sobre o conteúdo destacado. Acompanhe seus signifi cados. Traz o texto direto da NR 10. Traz pontos importantes do conteúdo didático. Traz dicas sobre o assunto. Sugere uma leitura adicional ou traz o signifi cado de pala- vras pouco usuais. Observeatentamente essas indicações, pois elas reforçam seu apren- dizado. Anote sempre seus compromissos com os estudos e suas dúvidas para discutir em aula com seus colegas e com seu tutor! NOR MA Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 ................................. 13 Lição 1 – Norma Regulamentadora 10 – Por que ela é importante? .14 Lição 2 – Objetivo, campo de aplicação e controle da NR 10 .............17 Lição 3 – Medidas de proteção coletiva e individual ..............................22 Lição 4 – Segurança nas instalações elétricas ..........................................31 Lição 5 – Alta-tensão e qualifi cação de trabalhadores ...........................45 Lição 6 – Incêndio, sinalizações de segurança e procedimentos de trabalho ......................................................................53 Lição 7 – Situações de emergência e responsabilidades ........................63 Módulo 2 – Riscos elétricos ........................................................ 69 Lição 1 – Introdução aos riscos elétricos .................................................70 Lição 2 – Riscos em instalações e serviços com eletricidade ..............72 Lição 3 – Técnicas de análise de riscos ................................................... 121 Lição 4 – Medidas de controle do risco elétrico ................................. 132 Lição 5 – Proteção individual e coletiva ................................................. 173 Lição 6 – Normas Técnicas Brasileiras ................................................... 196 Lição 7 – Rotinas de trabalho ................................................................... 201 Sumário NR 10 - Curso Básico Módulo 3 – Prevenção contra incêndios ................................. 221 Lição 1 – Prevenção contra incêndio ....................................................... 222 Lição 2 – Propriedades da combustão e métodos de extinção de incêndio .............................................................................. 231 Lição 3 – Classes de incêndio e agentes extintores ............................. 239 Módulo 4 – Noções básicas de primeiros socorros ................. 263 Lição 1 – Conceitos básicos ..................................................................... 264 Lição 2 – APH – atendimento pré-hospitalar ........................................ 266 Lição 3 – Procedimentos de primeiros socorros ................................. 271 Lição 4 – Legislação sobre primeiros socorros .................................... 278 Lição 5 – Salvando vidas: como identifi car o problema ...................... 280 Lição 6 – Praticando os primeiros socorros: como agir em casos de emergência ........................................................ 285 Lição 7 – Técnicas para remoção e transporte de acidentados ....... 317 Encerramento ........................................................................... 325 Anexos ................................................................................ 327 13 Módulo 1Norma Regulamentadora 10 Olá, seja bem-vindo ao curso básico da Norma Regulamentadora 10, a NR 10, que trata especifi camente sobre segurança em instalações e serviços em eletricidade. A NR 10 estabelece critérios de segu- rança para todos os envolvidos nas diversas áreas de elétrica, como geração, transmissão, distribuição, e até mesmo consumo. Portanto, ela atinge desde profi ssionais – empregados diretos ou contratados – até mesmo usuários domésticos. A existência de uma norma específi ca para esta área se justifi ca no alto número de acidentes fatais que ocorrem pela falta de cuidado ou de conhecimento. O maior índice de fatalidades nesta área acontece com obras de construção civil, contatos com cabos energizados, ligações clandestinas, instalações de antenas de TV, mas existem ainda muitas outras causas. Este curso foi feito para você desenvolver segurança através do conhecimento, e começa apresentando e comentando o próprio texto da NR 10, atualizada e acrescida de inovações em 2004. Desejo a você um ótimo período de estudos! Objetivos Ao fi m deste módulo, você terá conhecimentos sobre o texto da NR 10 e seus principais focos. Para isso, estudará os tópicos a seguir. Medidas de controle e segurança em instalações elétricas. Habilitação e qualifi cação de trabalhadores. Proteção, sinalização, procedimentos e responsabilidades. 14 NR 10 - Curso Básico LIÇÃO 1 Norma Regulamentadora 10 – Por que ela é importante? A eletricidade é um agente de risco causador de muitos acidentes que geram também prejuízos materiais, além dos danos e perdas com tra- balhadores e usuários de energia elétrica. Nem todas as pessoas sabem que muitos destes riscos podem ser identifi cados por meio de uma rápi- da observação, como o risco de queda em um trabalho em altura, o risco devido ao vazamento de gases tóxicos ou combustíveis, percebidos pelo olfato. No entanto, em condutores ou dispositivos energizados, o risco só pode ser constatado através de instrumentos específi cos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o contato com a eletricidade é a causa de 5% dos acidentes fatais que ocorrem no trabalho. Em núme- ros absolutos, isso signifi ca que 290 pessoas morrem por ano devido a acidentes com energia elétrica no trabalho. Esses dados reunidos entre 1997 e 2002 correspondem a informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho norte-americano. O Sistema Elétrico de Potência (SEP) do Brasil, que reúne as empresas de geração, transmissão e distribuição de ener- gia elétrica, em 2002 contabilizou 86 acidentes fatais com empregados das empreiteiras. A esse número, entretanto, somam-se 330 mortes que ocorreram no mesmo ano com pessoas que tiveram contato com as instalações pertencen- tes ao SEP sem as devidas precauções. Ou seja, estes números são motivo o sufi ciente para fomentar a ne- cessidade de que trabalhos em eletricidade sejam executados com a utilização de procedimentos específi cos de segurança, aliados a um in- tenso programa de treinamento, em conformidade com uma assumida política de segurança do trabalho nas empresas; e tudo isso dentro dos critérios estipulados pela Norma Regulamentadora n° 10. 15 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Esta atualização traz alguns como pontos fortes, como você percebe a seguir. A obrigatoriedade de existência do me- morial técnico de instalações existentes (Prontuário de Instalações Elétricas). A necessidade de antecipação de uma fi losofi a de segurança ainda na fase de projeto (tornando obrigatória a exis- tência do manual descritivo dos itens de segurança nas instalações). O estabelecimento de procedimentos de segurança nas diversas atividades da área elétrica, como construção, montagem, opera- ção e manutenção (circuitos energizados ou não e alta-tensão). O detalhamento do perfi l do empregado habilitado, qualifi cado, capacitado e autorizado (estabelecendo a necessidade de cursos básicos e complementares de segurança do trabalho para o fun- cionário autorizado). A definição do conceito de “Zona de Risco” e “Zona Contro- lada” (em relação à distância de trabalho de equipamentos energizados). O reconhecimento da responsabilidade solidária da empresa, contratadas e trabalhadores, quanto ao exercício da política de segurança do trabalho. Esta norma apresenta ainda ao seu fi nal um glossário com a defi nição dos principais termos técnicos mencionados. Você a encontrará ao fi m desta apostila, no capítulo de anexos. Figura 1.1 Fonte: do autor (2008) 16 NR 10 - Curso Básico Após a transcrição da Portaria no 598, de 7 de dezembro de 2004, os itens da Norma Regulamentadora n° 10 serão apresentados, seguidos de comentários que facilitarão a sua compreensão. Acompanhe! PORTARIA Nº 598, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o disposto no art.200 da Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto- Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e considerando a propos- ta de regulamentação revisada e apresentada pelo Grupo de Trabalho Tripartite da Norma Regulamentadora nº 10 (GTT/ NR 10), e aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Perma- nente (CTPP), de acordo com o disposto na Portaria nº1.127, de 2 de outubro de 2003, que estabelece procedimentos para elaboração de normas regulamentares relacionadas à segu- rança, saúde e condições gerais de trabalho, resolve: Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora nº 10 que tra- ta de Instalações e Serviços em Eletricidade, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978, que passa a vigorar na forma do disposto no Anexo a esta Portaria. Art. 2º As obrigações estabelecidas nesta Norma são de cumprimento imediato, exceto aquelas de que trata o Ane- xo II, que contém prazos específi cos para atendimento. Parágrafo único. Até que se exaurem os prazos previstos para cumprimento das obrigações de que trata o Anexo II, permanecerá em vigor a regulamentação anterior. Art. 3º Criar a Comissão Permanente Nacional sobre Segu- rança em Energia Elétrica (CPNSEE), com o objetivo de acom- panhar a implementação e propor as adequações necessárias ao aperfeiçoamento da Norma Regulamentadora nº 10. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. RICARDO BERZOINI Ministério do Trabalho e Emprego NOR MA 17 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 LIÇÃO 2 Objetivo, campo de aplicação e controle da NR 10 Nas próximas páginas você vai conhecer o texto próprio texto da NR 10 que discorre sobre seus objetivos, aplicação e medidas de controle. Porém, para um entendimento completo, você pode checar no glossá- rio anexo ao fi m desta apostila o signifi cado dos itens a seguir. Áreas classifi cadas. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). Isolação elétrica (isolamento elétrico). Risco. Riscos adicionais. Prontuário. Sistema Elétrico de Potência (SEP). Agora sim, conheça a norma, entrelaçada com comentários. 10.1 Objetivo e campo de aplicação 10.1.1 Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece os requisitos e condições mínimas que objetivam a implemen- tação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. 10.1.2 Esta NR se aplica a todas as fases de geração, trans- missão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de pro- jeto, construção, montagem, operação, manutenção das ins- talações elétricas, e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas ofi ciais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. NOR MA 18 NR 10 - Curso Básico 10.2 Medidas de controle 10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do “risco” elétrico e de outros “riscos adicionais”, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e saúde no trabalho. O item 10.2.1, ao referir-se a medi- das preventivas de controle de ris- co, descreve o que se entende por atitude proativa quando o assunto é Segurança do Trabalho. Em outras palavras, atitude proativa é formada por meio de conscientização, trei- namento adequado e técnicas de análise de riscos (ferramentas gráfi cas), quando se procura 1) identifi - car o risco; 2) avaliar o risco; e 3) implementar medidas de controle. Assim defi ne-se o propósito do trabalho de um profi ssional da área de segurança: “garantir a saúde e a integridade física do trabalhador”, e que, por meio de treinamento adequado, deve ser também o propósito de todos os trabalhadores não só em relação a si mesmos, como também em relação aos seus com- panheiros de trabalho. 10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, saúde e do meio ambiente do trabalho. O item 10.2.2 refere-se à gestão integrada de saúde, segurança e meio ambiente mencionada como política obrigatória das empresas. NOR MA Note-se que não apenas os riscos referentes à área elétrica são considerados, mas também os chamados riscos adicionais, como o risco de queda (trabalho em altura), exposição a produtos químicos, acidentes com ferramentas, etc. anális car o A p Figura 1.2 Fonte: do autor (2008) NOR MA 19 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas uni- fi lares atualizados das instalações elétricas dos seus estabe- lecimentos com as especifi cações do sistema de aterramen- to e demais equipamentos e dispositivos de proteção. A NR 10, no sentido de implementar as medidas de controle de riscos nos trabalhos com eletricidade, estabelece a obrigação de existência de documentação técnica, como diagramas unifi lares (em que três fi os de um sistema trifásico são representados por apenas um fi o em diagra- mas elétricos) para todas as empresas (item 10.2.3). Estabelece obri- gação também da criação do prontuário técnico para as empresas com carga instalada acima de 75 kW (item 10.2.4). 10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o “Prontuário de Instalações Elé- tricas”, contendo além do disposto no item 10.2.3 no mínimo: a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e admi- nistrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes; b) documentação das inspeções e medições do sistema de pro- teção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; c) especifi cação dos “Equipamentos de Proteção Coletiva” e individual e o ferramental, aplicáveis, conforme determi- na esta NR; NOR MA NOR MA 20 NR 10 - Curso Básico O que você entende quando lê o termo “ferramental”? Em atividades elétricas, as ferramentas de mão, como alicates e chaves de fenda, têm sua empunhadura isolada para evitar choques elétricos. Quando nos referimos a ferramentas elé- tricas manuais (furadeiras, serras, etc.), a sua especifi cação deve con- templar o requisito isolação dupla ou reforçada, dando um maior grau de segurança à separação de suas partes energizadas das suas partes metálicas, e prevendo ainda recur- sos para aterramento. O item 10.2.4c garante a necessidade da correta especifi cação (principalmente quanto ao nível de tensão) para estes e outros equipamentos usados para atividades em instalações elétricas, como “Caminhões Munck com cesta aérea”, para trabalhos em redes de média tensão (linha viva), escadas duplas extensíveis, varas de ma- nobra, coberturas isolantes fl exíveis para condutores. Esta necessidade aplica-se também com relação aos EPC e EPI. d) documentação comprobatória da qualifi cação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treina- mentos realizados; e) resultados dos testes de “Isolação Elétrica” realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; f) certifi cações dos equipamentos e materiais elétricos apli- cados em “áreas classifi cadas”; e g) relatório técnico das inspeções atualizadas com reco- mendações, cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”. A NR 6 (Equipamento de Proteção Individual – EPI), no seu item 6.2, obriga as empresas a só utilizarem EPIs que foram testados pelo órgão nacional com- petente (empresas certifi cadoras reconhecidas pelo Sistema Brasileiro de Certifi cação), e aprovados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Atestada a sua qualidade, um “Certifi cado de Aprovação (CA)” é for- necido para cada equipamento (ver item 10.2.9, mais aidante, e seus comentários). NOR MA 21 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 O Prontuário de Instalações Elétricas é uma das mais importantes ino-vações da NR 10, em vista da homogeneização do conjunto de docu- mentos técnicos obrigatórios nas empresas, como procedimentos de segurança, relatórios de inspeções e testes de equipamentos, cadastro de pessoal autorizado (item 10.8, comentários adiante), especifi cação de equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC), certi- fi cações de equipamentos e dispositivos aplicados em áreas classifi ca- das. Alterações nas instalações, substituições de equipamentos, novos procedimentos de segurança, implementação de novas atividades nas proximidades de Sistemas Elétricos de Potência, e mudanças no cadas- tro de trabalhadores obrigarão os responsáveis a atualizar o Prontuário de Instalações Elétricas (item 10.2.4g). 10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do “Sistema Elé- trico de Potência” devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4 e acrescentar os documentos listados a seguir: a) descrição dos procedimentos para emergências; b) certifi cações dos equipamentos de proteção coletiva e individual; 10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximida- de do Sistema Elétrico de Potência devem constituir pron- tuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5. Uma importante inovação pode ser constatada no item 10.2.5: ela diz res- peito a empresas que exerçam atividades nas proximidades de Sistemas Elétricos de Potência (SEP). Estas estarão obrigadas a possuir, além do Pron- tuário de Instalações Elétricas, um Plano de Emergência e Certifi cados de Aprovação dos Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual. Prontuário Figura 1.3 Fonte: do autor (2008) NOR MA 22 NR 10 - Curso Básico 10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser orga- nizado e mantido atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade. 10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados por profi ssional legalmente habilitado. Você está conseguindo se ambientar no universo da NR 10? Em caso de dúvidas, converse com seu tutor ou troque idéias com seus colegas. Não deixe também de acessar o conteú- do virtual para reforçar os conceitos mais importantes deste módulo. O glossário também é uma boa fonte de informa- ções. Consulte-o sempre que necessário! Na próxima lição, acompanhe o que diz a lei sobre medidas de proteção. LIÇÃO 3 Medidas de proteção coletiva e individual Para um melhor entendimento destes trechos da NR 10, é recomendável que você entenda as defi nições dos termos abaixo. Utilize seu glossário! Barreiras. Instalações Elétrica. Obstáculos. Procedimentos. NOR MA 23 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 10.2.8 Medidas de proteção coletiva 10.2.8.1 Em todos os serviços executados em“Instalações Elétricas” devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante “Proce- dimentos”, às atividades a serem desenvolvidas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização elétrica conforme es- tabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. 10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do esta- belecido no subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas, “Obstáculos”, “Barreiras”, sinalização, sistema de sec- cionamento automático de alimentação, bloqueio do religa- mento automático. 10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes. As medidas de Proteção Coletiva visam a proteção não só de traba- lhadores envolvidos com a atividade principal, que será executada e que gerou o risco, mas também a proteção de outros funcionários que possam executar atividades paralelas nos arredores, ou até passantes, cuja proximidade de percurso pode levá-los à exposição ao risco. Inicialmente, para trabalhos em instalações elétricas, o passo mais im- portante é a “desenergização” dos circuitos ou equipamentos energi- zados. Porém, caso não seja possível a desenergização dos circuitos ou equipamentos, outros procedimentos e medidas de segurança deverão ser utilizados, como os seguintes. NOR MA 24 NR 10 - Curso Básico Emprego de “ tensão de segurança”, em que tensões abaixo de 50 V (extrabaixa) são utilizadas. Muitas ferramentas manuais po- dem ser encontradas para a tensão de 24 V, para trabalhos em locais úmidos, pois, com a umidade, a resistência do corpo hu- mano diminui, e o poder de isolamento dos equipamentos fi ca comprometido. “ Isolação das partes vivas”, que, através da utilização de materiais isolantes, evita o risco de contato acidental com con- dutores ou peças metálicas energizadas e conseqüente eletro- cussão dos trabalhadores envolvidos. Como exemplo, po- demos citar a capa plástica de isolamento em condutores. “ Obstáculos e barreiras”, representados por cercas de ma- deira, cercas de redes plásticas, cavaletes, cones, fi tas verme- lhas ou zebradas, com sinalização refl exiva, cercas metálicas, etc. Pela defi nição, obstáculos impedem o contato acidental, mas não o contato intencional, e barreiras impedem todo e qualquer contato. “ Sinalização”, em que placas e cartazes alertam sobre: “perigo de vida”, “homens trabalhando no equipamento”, “não ligue esta chave”, “alta-tensão”, etc. Os tra- balhos de manutenção em linhas elétricas aéreas ou subterrâneas exigem a utilização de barreiras e sinalizações devido ao grande movimento de transeuntes e ve- ículos nas imediações. Apesar de não mencionados especifi camente, os relês de fuga para terra, ou “dispositivos diferenciais residu- ais”, são importantes ferramentas para a proteção de trabalhadores ou outros em contatos indiretos ou até contatos diretos. Trata-se de relês do tipo diferencial que operam segundo o equilíbrio de correntes que entram e saem do circuito, que estão equilibradas. Em caso de contato acidental (por exemplo, uma pessoa to- cando num ponto energizado, ou por falta fase-massa num equipamento) há um desequilíbrio nas correntes do circuito que produz um valor diferencial e que fará o relê atuar, desligando a alimentação. Como são muito rápidos, diminuem o tempo de exposição a uma cor- rente, e conseqüentemente os danos físicos em caso de choque elétrico em uma pessoa. Figura 1.4 Fonte: do autor (2008) 25 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 “ Seccionamento automático da alimentação”, inexistente em al- gumas instalações mais antigas, permite a manobra de dispositivos de seccionamento (disjuntores, chaves seccionadoras para carga ou não) automática e remotamente, desenergizando os circuitos ou instalações com mais segurança, para fi ns de manutenção. O sec- cionamento automático, comandado através de relês de proteção de diversos tipos, também protege as instalações e funcionários pre- sentes em diversas condições inesperadas de falha. “ Bloqueio do religamento automático”, para evitar reener- gização do circuito em manutenção e risco de eletrocussão nos funcionários envolvidos. “ Aterramento das instalações elétricas”, cuja função é escoar para terra as cargas elétricas indesejáveis, que podem ser decor- rentes da falta de fase-massa, indução eletromagnética, ele- tricidade estática e descargas atmosféricas. A falta fase-massa decorre de contato acidental de condutores energizados com materiais metálicos condutores, mas que não pertencem à insta- lação, como a caixa metálica que protege um eletrodoméstico. O campo eletromagnético produzido por um circuito elétricopode, através do fenômeno da indução, produzir uma tensão elétrica em outro circuito desenergizado. Um exemplo é o aparecimento de tensões em redes desligadas devido à existência de outra rede ou linha de transmissão próximas. A eletricidade estática é gera- da através do atrito, podendo causar centelhamento e incêndio ou explosão em áreas classifi cadas (ver item 10.9 – Proteção con- tra Incêndio e Explosões e comentários). 26 NR 10 - Curso Básico Um sistema de aterramento é for- mado por condutores, eletrodos e malha de terra, se necessário. O princípio funcional é criar um ca- minho facilitado para o escoamento dessas cargas elétricas à terra, atra- vés de um circuito de baixa impe- dância. Isso protegerá os funcioná- rios ou pessoas que possam vir a ter contato (indireto) com essas estruturas indevidamente energizadas. No caso de descargas atmosféricas temos ainda o captador, conjunto de pequenas hastes pontiagudas, no alto dos prédios (pára-raios tipo Franklin), e ligado ao condutor de descida. “Contatos diretos” são com pontos normalmente energiza- dos; “contatos indiretos” são com partes metálicas das es- truturas mas que não pertencem ao circuito elétrico, e que se encontram acidentalmente energizadas. A eqüipotencialização evita com que haja uma diferença de potencial entre partes metálicas de uma estrutura que não pertencem ao circui- to elétrico, mas que se estiverem nessa situação causarão um choque elétrico em pessoas que as tocarem simultaneamente. A ligação eqüi- potencial principal interliga todas as estruturas que não façam parte do circuito elétrico com o terminal de aterramento principal. As ligações eqüipotenciais secundárias interligam as massas e partes condutoras da estrutura entre si, neutralizando o risco de choque elétrico entre partes metálicas diferentes. Descargas atmosféricas são os raios em dias de tem- pestade, originadas por diferentes cargas elétricas geradas nas nuvens, que podem escoar para o solo através de estruturas, causando grandes acidentes e prejuízos. Essas quatro situações levam a uma mesma solução de proteção coletiva: aterramento. 27 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 A eqüipotencialização pode ser observada durante o ater- ramento temporário, onde, por exemplo, condutores trifási- cos são ligados entre si e depois ao dispositivo de aterra- mento temporário do conjunto. Depois de conhecer estes conceitos, refl ita: quantos equipa- mentos de proteção coletiva você conhece? Cheque a lista abaixo e confi ra seus conhecimentos. A seguir, você vai estu- dar as medidas de proteção individual. Principais Equipamentos de Proteção Coletiva. Coletes refl exivos. Fitas de demarcação, refl exivas. Coberturas isolantes. Cones de sinalização (75 cm, com fi tas refl exivas). Conjuntos para aterramento temporário. Detectores de tensão para BT e AT, imprescindíveis em proce- dimentos de segurança com teste de circuitos ou equipamentos que devam estar efetivamente desenergizados para início do tra- balho com segurança. 10.2.9 Medidas de proteção individual 10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insufi cientes para controlar os riscos, devem ser ado- tados equipamentos de proteção individual específi cos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. NOR MA 28 NR 10 - Curso Básico As medidas de Proteção Coletiva serão prioritárias em vista de sua abrangência. Caso não sejam sufi cientes, utiliza-se então a proteção individual, item 10.2.9.1. A norma de segurança que trata dos equipamentos de proteção indi- vidual (EPI) é a NR 6, e pode ser resumida da seguinte forma: “Todo EPI deve possuir CA (Certifi cado de Aprovação)” (ver item 10.2.4 e co- mentários). E quanto às responsabilidades de segurança entre patrão e funcionário, você sabe o quê compete a quem? Observe a seguir as defi nições dos papéis de cada um! Obrigações do empregador quanto ao EPI. Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade.1. Exigir seu uso.2. Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão na-3. cional competente em matéria de segurança e saúde no traba- lho. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e 4. conservação. Substituir imediatamente, quando danifi cado ou extraviado.5. Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica.6. Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.7. Obrigações do empregado quanto ao EPI. Usar, utilizando-o apenas para a fi nalidade a que se destina.1. Responsabilizar-se pela guarda e conservação.2. 29 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne im-3. próprio para uso. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.4. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, infl amabi- lidade e infl uências eletromagnéticas. 10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades. Os uniformes de trabalho devem ser fornecidos pela empresa, não per- mitindo a utilização de outras vestimentas que possam introduzir riscos, como condutibilidade do próprio tecido ou através de peças metálicas (fechos, tachas, rebites, etc.) e também não devem ser de materiais facil- mente infl amáveis, como alguns tipos de materiais sintéticos. O item 10.2.9.3 enfatiza a proibição de uso de adornos pessoais em instalações elétricas, como colares, anéis, pulseiras e relógios que po- dem causar acidentes por contatos com partes energizadas. E quanto aos Equipamentos de Proteção Individual, qual o seu conhecimento? Confi ra a seguir a listagem dos princi- pais EPIs do setor elétrico. Principais Equipamentos de Proteção Individual. Cintos de segurança para eletricista, com talabarte. Capacetes classe “B”, aba total (uso geral e trabalhos com energia elétrica, testados a 30.000 V). NOR MA po o - Figura 1.5 Fonte: do autor (2008) 30 NR 10 - Curso Básico Botas com proteção contra choques elétricos, bidensidade, sem partes metálicas. Óculos de segurança para proteção contra impacto de partículas vo- lantes, intensos raios luminosos ou poeiras, com proteção lateral. Protetores faciais contra impacto de partículas volantes, intensos raios luminosos ou poeiras. Braçadeiras ou mangas de segurança para proteção do braço e antebraço contra choques elétricos, e coberturas isolantes. Luvas de borracha com as classes de isolamento descritas a seguir. Tabela 1.1 – Classes de isolamento de luvas de borracha Classe Tensão de trabalho (V) Corrente alternada 0 1.000 1 7.500 2 17.500 3 26.500 4 36.000 Fonte: Ministério do Trabalho (2004) Luvas de cobertura para proteção das luvas de borracha. Bolsas para içamento de ferramentas. Que tal acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para relembrar os tópicos mais importantes? Conhecidas to- das as medidas de proteção coletiva e individual, está na hora de começar a estudar a segurança de projetos de instalações elétricas em vários ambientes. Confi ra na próxima lição! 31 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 LIÇÃO 4 Segurança nas instalações elétricas Para iniciar o conteúdo desta lição, é importante que você conheça as defi nições de alguns termos que aparecerão no texto da NR 10, e estão listados a seguir. Utilize o seu glossário, ele vai ajudar a compreender melhor este material! Impedimento de reenergização. Sinalização. Aterramento Temporário. Infl uências Externas. 10.3 Segurança em projetos 10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas es- pecifi quem dispositivos de desligamento de circuitos que possu- am recursos para “Impedimento de Reenergização”, para “Sinali- zação” de advertência com indicação da condição operativa. 10.3.2 Todo projeto elétrico,na medida do possível, deve prever a instalação de dispositivo de seccionamento de ação simultânea que permita a aplicação de “Impedimento de Re- energização” do circuito. 10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as infl uências externas, quando da opera- ção e da realização de serviços de construção e manutenção. 10.3.3.1 Os circuitos elétricos com fi nalidades diferentes, tais como: comunicação, sinalização, controle e tração elé- trica devem ser identifi cados e instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir com- partilhamento, respeitadas as defi nições de projetos. NOR MA 32 NR 10 - Curso Básico 10.3.4 O projeto deve defi nir a confi guração do esquema de aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à terra das par- tes condutoras não destinadas à condução da eletricidade. 10.3.5 Sempre que tecnicamente viável e necessário devem ser projetados dispositivos de seccionamento que incorpo- rem recursos fi xos de eqüipotencialização e aterramento do circuito seccionado. 10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de “Aterramento Temporário”. O item 10.3 todo é uma inovação bastante importante na NR 10, pois introduz o conceito de antecipação no reconhecimento dos riscos potenciais de futuras insta- lações. Ele orienta o projetista nessa fase preliminar do projeto a fazer modifi cações que irão neutralizar esses riscos, tornando mais efi ciente a execução de atividades sob a fi losofi a da segurança do trabalho. Todo e qualquer equipamento ou rotina de operação que venha a in- crementar a segurança intrínseca das instalações deverá ser imple- mentada, desde que dentro de critérios racionais. Assim, devem ser previstos os quesitos a seguir. Dispositivos de desligamento de circuitos (disjuntores) com dis- positivos de impedimento de reenergização (relês de bloqueio que impedem a reenergização, a menos que sejam operados ma- nualmente) que vão eliminar o risco de eletrocussão de trabalha- dores em trabalhos de manutenção em circuitos desenergizados, assim como sinalização de advertência e de condições operacio- nais (ex.: dispositivo aberto ou fechado, painéis mímicos, telas do sistema em computadores), evitando acidentes devido à falta de informações sobre o real estado do sistema. Figura 1.6 Fonte: do autor (2008) 33 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 A previsão do distanciamento e espaços seguros nas instalações impede contatos acidentais com partes energizadas, em ativida- des de manutenção, além da preocupação ergonômica com as posições de trabalho. Aterramento de todas as partes condutoras que não façam parte dos circuitos elétricos, o que neutraliza a possibilidade de choque elétrico por contato (indireto) com essas partes que podem ser energizadas por indução elétrica ou contato acidental de outros condutores (ver item 10.2.8 – Medidas de Proteção Coletiva e comentários; aterramento e indução). Previsão de incorporação de dispositivos de seccionamento com recursos fi xos de eqüipotencialização e aterramento ao circuito seccionado, e também condições para a execução de aterramento temporário, como proteção do trabalhador contra reenergização de circuitos já desenergizados (ver item 10.2.8 – Medidas de Proteção Coletiva, e comentários; aterramento e eqüipotencialização). 10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve fi car à dispo- sição dos trabalhadores autorizados, das autoridades com- petentes e de outras pessoas autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado. 10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Traba- lho, às regulamentações técnicas ofi ciais estabelecidas, e ser assinado por profi ssional legalmente habilitado. 10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os seguintes itens de segurança: a) especifi cação das características relativas à proteção contra choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais; b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circui- tos elétricos: Verde – “D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado; NOR MA 34 NR 10 - Curso Básico c) descrição do sistema de identifi cação de circuitos elétri- cos e equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, defi nindo como tais indicações devem ser aplicadas fi sicamente nos compo- nentes das instalações; d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações; e) precauções aplicáveis em face das “Infl uências Externas”; f ) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, cons- tantes do projeto, destinados à segurança das pessoas; e g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de prote- ção com a instalação elétrica. 10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 – Ergonomia. Como inovação importante da NR 10, nos itens 10.3.7, 10.3.8, 10.3.9 e 10.3.10, os projetos elétricos são normatizados e padronizados com re- lação ao memorial descritivo, itens necessários ao memorial. Também há obrigação de serem seguidas as normas de segurança do trabalho em conjunto com as normas técnicas ofi ciais, a obrigação de dispo- nibilidade do projeto, principalmente junto aos trabalhadores autori- zados, e ainda a necessidade de previsão de um nível de iluminação adequado e posicionamento ergonômico de trabalho conforme a NR 17 – Ergonomia (item 10.4.5 e comentários). Agora você conhecerá aplicações práticas da NR 10 em construção, montagem, operação e manutenção. 35 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 10.4 Segurança na construção, montagem, operação e manutenção 10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, mon- tadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspe- cionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários e serem supervisionadas por profi ssional autorizado conforme dispõe esta NR. 10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura, confi na- mento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umi- dade, poeira, fauna e fl ora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. O principal foco desta norma é o risco elétrico, mas muitos riscos adi- cionais devem ser controlados ou neutralizados, pois trabalhos de ma- nutenção costumam apresentar situações de extrema gravidade. O trabalho em altura em redes elétricas ou torres, com risco de quedas, deve ser encarado com muita seriedade e treinamento específi co. Em determinadas situações é importante a utilização de cinto de segurança tipo pára-quedista, dois talabartes, con- tando sempre com uma rígida inspeção do equipamento de pro- teção contra quedas. Espaços confi nados , com risco de asfi xia, exposição a contami- nantes, afogamento, explosão e incêndio, difi culdade de resgate, necessitando equipamentos para resgate, operação de ventila- ção para remover gases ou vapores explosivos ou contaminan- tes, máscaras contra produtos químicos, roupas especiais, instru- mentação de teste de explosividade, nível de oxigênio (atmosfera respirável com nível correto de O2). NOR MA 36 NR 10 - Curso Básico Campos elétricos e magnéticos , que possam induzir tensões em circuitos desenergizados, ou simplesmente interferir nos aparelhos de comunicação, instrumentos de medição e coman- dos remotos. Umidade , que potencializa os riscos, propiciando choques elé- tricos e arcos voltaicos. Poeira , que além de contaminante tambémpode ser explosiva. Fauna , como cobras, aranhas, escorpiões, sempre presentes em cubículos, caixas de passagem, interior de armários, painéis e bandejas de cabos. Flora , em que há presença de riscos biológicos, como bacté- rias e fungos. Todos esses riscos adicionais listados, além da possibilidade de pro- duzir acidentes, podem afetar a saúde do trabalhador. Além dos EPI e EPC (incluída a sinalização de segurança), para cada atividade devem ser realizadas as Análises de Risco, Autorizações de Serviço, Permis- sões de Trabalho, Liberações de Área e seguidos os Procedimentos de Segurança adequados (item 10.4.2). 10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equi- pamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as ca- racterísticas de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as infl uências externas. 10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou recomenda- ções dos fabricantes. NOR MA 37 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Todos os dispositivos e ferramentas utilizadas devem estar em condi- ções próprias de uso, serem compatíveis com as instalações elétricas e possuir isolamento adequado à tensão do local (itens 10.2.4 com co- mentários, 10.4.3 e 10.4.3.1). 10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e defi nições de projetos. 10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e in- vólucros de equipamentos e instalações elétricas são exclusi- vos para essa fi nalidade, sendo expressamente proibido utilizá- los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos. A NR 10, como descrito no item 10.4.4.1, proíbe que funcionários guardem pertences pessoais e ferramentas dentro de compartimen- tos, invólucros de equipamentos e painéis elétricos, pois podem ocor- rer acidentes de trabalho devido a curtos-circuitos e choques elétricos com graves conseqüências devido a essa prática de risco. 10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser ga- rantida ao trabalhador iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas. “Ergonomia” signifi ca, de forma simplifi cada, o estudo da adaptação do trabalho ao ser humano. “Ergos” em grego signifi ca “trabalho”, e “nomos” signifi ca “regras”. Alguns de seus focos de estudos são os po- sicionamentos de trabalho, condições visuais, controles e ferramen- NOR MA NOR MA 38 NR 10 - Curso Básico tas, entre outros. O emprego da ergonomia tem como objetivo evitar acidentes e doenças ocupacionais, devido ao mau posicionamento ou manejo incorreto de máquinas e ferramentas, ou falta de percepção visual. Essa preocupação é demonstrada nos itens 10.4.5 e 10.3.10 – Segurança em projetos. 10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de cam- po ou comissionamento de instalações elétricas devem atender à regulamentação estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições de qualifi cação, habilitação, capacita- ção e autorização estabelecidas nesta NR. Como estão seus estudos sobre segurança na construção? A seguir, você conhecerá as defi nições de segurança previstas na NR 10 para instalações elétricas desenergizadas e ener- gizadas. Não deixe de parar a qualquer momento para tirar suas dúvidas com o tutor, ou ainda discutir com colegas! Antes de iniciar o próximo tópico, cheque os seguintes termos no glos- sário. Isso ajudará a compreender o conteúdo! Aterramento temporário (Aterramento elétrico temporário). Zona Controlada. Destravamento (Travamento). NOR MA 39 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 10.5 Segurança em instalações elétricas desenergizadas 10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as insta- lações elétricas liberadas para trabalho mediante os proce- dimentos apropriados, obedecida à seqüência abaixo: a) Seccionamento; b) Impedimento de reenergização; c) Constatação da ausência de tensão; d) Instalação de “Aterramento Temporário” com eqüipo- tencialização dos condutores dos circuitos; e) Proteção dos elementos energizados existentes na “Zona Controlada” (Anexo I); e f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. Dentro dos preceitos que regem a segurança do trabalho existem pro- cedimentos específi cos para cada atividade. Em manutenção elétrica é bastante utilizado um procedimento de segurança denominado “trava- mento (ou bloqueio) e etiquetagem (ou sinalização)”. Visa controlar os riscos do trabalho com eletricidade, protegendo o trabalhador de ex- posição ao risco de contato com partes energizadas e conseqüente ele- trocussão. Este procedimento é também aplicado quando se necessita controlar outras formas de energia de risco, como, por exemplo, ener- gia pneumática, hidráulica, química, etc. As instalações elétricas só serão considera- das desenergizadas e seguras para trabalhos após os procedimentos de “travamento e si- nalização”, como listados no item 10.5.1. Seccionamento1. ; onde chaves, sec- cionadoras, ou outros dispositivos de isolamento são acionados para a desenergização dos circuitos; Impedimento de reenergização2. ; onde por meio de bloqueios mecânicos, cadeados ou outros equipamentos, é garantido a im- possibilidade de reenergização dos circuitos, o que fi ca facultado apenas ao responsável pelo bloqueio; NOR MA Figura 1.7 – Exemplo de bloqueio e etiquetagem Fonte: do autor (2008) 40 NR 10 - Curso Básico Constatação da ausência de tensão3. ; onde por meio de dispo- sitivos de “detecção de tensão” é garantida a desenergização dos circuitos; Instalação de aterramento temporário4. ; e eqüipotencialização de condutores trifásicos, curto-circuitados na mesma ligação de aterramento temporário, o que garante a proteção completa do trabalhador em situações outras de energização dos circuitos já seccionados, provocados por indução, contatos acidentais com outros condutores energizados, etc.; Proteção dos elementos energizados existentes na “zona con-5. trolada”; o que signifi ca a colocação de barreiras, obstáculos, e que visem a proteger o trabalhador contra contatos acidentais com ou- tros circuitos energizados presentes na “zona controlada” Instalação da sinalização de impedimento de energização6. ; com etiquetas ou placas contendo avisos de proibição de reli- gamento, como: “homens trabalhando no equipamento”, “não ligue esta chave”, (ver comentários de “Medidas de Proteção Co- letiva”, item 10.2.8). 10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser manti- do até a autorização para reenergização, devendo ser reener- gizada respeitando a seqüência de procedimentos abaixo: a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c) remoção do aterramento temporário, da eqüipotenciali- zação e das proteções adicionais; d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e e) “Destravamento”, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento. NOR MA 41 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Após a fi nalização dos trabalhos, assim que for emitida a autorização para reenergização, os procedimentos descritos da letra “a” até a letra “e” do item 10.5.2 devem ser seguidos e respeitados até a religação dos dispositivos de seccionamento. É importante ressaltar que a retirada de todos os equipamentos e ferramentas do local de trabalho evita a possibilidade de acidentes causados por curtos-circuitos apósa ree- nergização; e da mesma forma, todos os trabalhadores presentes na zona controlada que não estejam envolvidos no processo de reenergi- zação devem ser retirados do local para sua própria segurança. 10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2 podem ser alteradas, substituídas, am- pliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada situação, por profi ssional legalmente habilitado, auto- rizado e mediante justifi cativa técnica previamente forma- lizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. 10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elé- tricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. Instalações elétricas desligadas mas com possibilidade de se- rem energizadas passam a ser tratadas como “Instalações Elétricas Energizadas”, item 10.5.4. NOR MA 42 NR 10 - Curso Básico Conseguiu dominar todos os procedimentos de segurança em instalações elétricas desenergizadas? A esta altura do curso, você já deve saber que energia é coisa séria. Portanto, não esqueça nunca: se houver possibilidade de uma instala- ção desligada ser energizada, ela deve ser tratada desde o começo como energizada! Neste caso, as normas a serem aplicadas são as do item 10.6, que você conhece nas próxi- mas páginas. Tenha um bom estudo! Para o próximo trecho de conteúdo, é importante que você confi ra no glossário o signifi cado dos termos a seguir. Baixa Tensão. Pessoa não advertida (pessoa advertida). Perigo. 10.6 Segurança em instalações elétricas energizadas 10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50V em corrente alternada ou superior a 120V em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta norma. 10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de segurança para trabalhos com instala- ções elétricas energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR. NOR MA 43 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Instalações elétricas energizadas são aquelas com tensão superior à tensão de segurança (Extrabaixa Tensão – EBT), ou seja: 50 VCA ou 120 VCC (VCA – Volts em Corrente Alternada; VCC – Volts em Corrente Contínua). O trabalho nessas condições só poderá ser realizado por profi ssionais autorizados, como é descrito no item 10.8 e seus comen- tários (itens 10.6.1 e 10.6.1.1). 10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar cir- cuitos elétricos, realizadas em “baixa tensão”, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conserva- ção, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer “pessoa não advertida”. Qualquer pessoa não treinada em eletricidade pode realizar operações elementares de ligar ou desligar circuitos elétricos em baixa tensão (a bai- xa tensão vai de 50 VCA até 1.000 VCA ou 120 VCC até 1.500 VCC), desde que se encontrem em perfeitas condições de operação (item 10.6.1.2). 10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona contro- lada devem ser realizados mediante procedimentos especí- fi cos respeitando as distâncias previstas no Anexo I. Sempre que atividades forem executadas no interior da zona controla- da, deve-se observar procedimentos de segurança específi cos, respei- tando-se as distâncias de segurança (Anexo II), isolamento de partes energizadas, proteção por barreiras, indicação aos trabalhadores en- volvidos quanto a pontos energizados, palestra inicial de segurança, preenchimento de permissões de trabalho, utilização de listas de veri- fi cação, etc. (item 10.6.2). NOR MA NOR MA 44 NR 10 - Curso Básico 10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas pro- ximidades devem ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores em “Perigo”. 10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implemen- tadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente elabora- das análises de risco, desenvolvidas com circuitos desener- gizados, e respectivos procedimentos de trabalho. O item 10.6.4 alerta para entrada em operação e testes de novos equi- pamentos, com nova tecnologia ou modifi cação de instalações exis- tentes. Nessa fase de testes, correções e ajustes é mais provável a ocor- rência de acidentes. Antes dessas atividades é necessária a elaboração de análises de risco e procedimentos de segurança específi cos ao mo- mento, e desenvolvidos com os circuitos desenergizados. 10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve sus- pender as atividades quando verifi car situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização ime- diata não seja possível. Antes de qualquer nova atividade é necessária a identifi cação dos ris- cos inerentes. Depende desses riscos a utilização de um determinado procedimento, de tipos diferenciados de EPI e de EPC, e de diferentes acessórios de trabalho. A esse procedimento dá-se o nome de “Análise de Risco”. No entanto outros riscos não previstos podem surgir, como inundações, tempestades, raios, ou quaisquer outros cuja neutraliza- ção não seja possível. Nesse caso, o responsável pela atividade deve suspender as atividades. NOR MA NOR MA 45 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Na última lição, você conheceu a seqüência correta para desenergização e reenergização de áreas, bem como demais procedimentos de segurança para operação e manutenção de serviços. Que tal ver os conceitos mais importantes des- ta etapa no AVA? Na próxima lição, você aprenderá detalhes e procedimentos relativos ao trabalho envolvendo alta-ten- são. Em seguida, saberá o que diz a lei sobre a habilitação e treinamento dos trabalhadores do sistema elétrico. LIÇÃO 5 Alta-tensão e qualifi cação de trabalhadores Novamente você vai estudar o texto da NR 10 na íntegra, e para ajudá- lo a compreender o conteúdo desta lição, vale a pena conhecer antes as defi nições dos termos a seguir. Utilize o seu glossário! Alta-tensão. Zonas Controladas e de Risco. Proximidades (Trabalho em proximidade). 10.7 Trabalhos envolvendo alta-tensão (AT) 10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com “Alta-Tensão” que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como “Zonas Controladas e de Risco”, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item 10.8 desta NR. 10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de segurança, específi co em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas “Proximida- des”, com currículo mínimo, carga horária e demais deter- minações estabelecidas no Anexo II desta NR NOR MA 46 NR 10 - Curso Básico Trabalhos em alta-tensão envolvem um grande risco de acidentes, não apenas pela possibilidade de cho- que elétrico por contatos diretos ou indiretos, mas principalmente pela formação de arcos voltaicos, que são o resultado do rompimento do dielétri- co (capacidade de isolamento) do ar, com gran- de dissipação de energia, liberando luminosida- de, calor, e partículas metálicas em fusão. Esse tipo de acidente provoca graves queimaduras em todos que estiverem situados dentro do seu raio de ação. Daí a defi nição de “Zona de Risco” e “Zona Controlada” (ver Anexo II), importante para o perfeito posicionamento do trabalhador em seus limites, e dos procedimen- tos e equipamentos (EPI, EPC), necessários à execução de atividades dentro dos princípios da segurança do trabalho. Alta-tensão é a tensão defi nida como tendo valores acima de 1.000 V em Corrente Alternada (CA) e 1.500 V em Corrente Contínua (CC) entre fases ou entre fases e terra. Trabalhado- res exercendo atividades dentro dos limites das “Zonas deRisco” ou “Zonas Controladas” (ver Anexo II) têm que atender ao disposto no item 10.8, sen- do Habilitados, Qualifi cados, e Autorizados, ou Capacitados e Autorizados. Devem ainda estar em condições de saúde compatíveis com as atividades a serem executadas em conformidade com a NR 7, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), tendo recebido todo o treina- mento previsto no Anexo III, principalmente o treinamento específi co de Segurança em Sistemas Elétricos de Potência (SEP), itens 10.7.1 e 10.7.2. 10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência (SEP), não podem ser realizados individualmente. 10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específi ca para data e local, assinada por superior responsável pela área. Tra de que p de, Esse ti Figura 1.8 Fonte: do autor (2008) NOR MA 47 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Todo e qualquer trabalho realizado em instalações elétricas em Alta- Tensão ou em Sistema Elétrico de Potência (SEP) deve ser totalmente controlado através de ordens de serviço, assinadas pelo superior res- ponsável (item 10.7.4). 10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execu- ção do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender aos príncipios técnicos básicos e às melhores téc- nicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço. 10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específi cos, detalhados e assinados por profi ssional autorizado. 10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR, somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento. 10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identifi cação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específi co padronizado. Nos limites interiores da “Zona de Risco” (ver Anexo II), os trabalha- dores devem ser protegidos contra a possibilidade de reenergização dos circuitos, por meio da desativação ou bloqueio dos dispositivos de religamento automático, que devem estar com sinalização adequada indicando desativação, itens 10.7.7 e 10.7.7.1, item 10.10 (Sinalização de Segurança), item 10.5 (Segurança em Instalações Elétricas Desener- gizadas) e item 10.2.8 (Medidas de Proteção Coletiva). NOR MA 48 NR 10 - Curso Básico 10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolan- tes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao tra- balho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes elétri- cos ou ensaios de laboratório, periódicos, obedecendo-se às especifi cações do fabricante, aos procedimentos da empre- sa e na ausência desses, anualmente. 10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço. É importante observar que a norma prevê necessidade de realização de testes elétricos nos elementos de isolamento de ferramentas e equipa- mentos a serem utilizados em trabalhos em AT ou no SEP. Conhecidos os conceitos de trabalho em alta-tensão, zonas de risco e zonas controladas, chega o momento de estudar os requisitos de qualifi cação para o trabalhador do sistema elétrico. É isso que você vai aprender nas próximas páginas! 10.8 Habilitação, qualifi cação, capacitação e autorização dos trabalhadores 10.8.1 É considerado trabalhador qualifi cado aquele que comprovar conclusão de curso específi co na área elétrica reconhecido pelo Sistema Ofi cial de Ensino. 10.8.2 É considerado profi ssional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualifi cado e com registro no competente conselho de classe. NOR MA NOR MA 49 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 As atividades exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição ao risco elétrico, causador de muitos graves acidentes. A perfeita iden- tifi cação deste risco, assim como o conhecimento de procedimentos de segurança no trabalho, equipamentos de proteção individual e co- letiva, e principalmente o simples reconhecimento de que os acidentes não acontecem apenas com os outros, diminuirá em muito o índice de acidentes do trabalho em atividades elétricas. Isso nos conduz ao reco- nhecimento da necessidade de um programa de intenso treinamento na área elétrica associado a um treinamento de segurança do trabalho em instalações elétricas. 10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente: a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profi ssional habilitado e autorizado; e b) trabalhe sob a responsabilidade de profi ssional habilita- do e autorizado. 10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profi ssio- nal habilitado e autorizado responsável pela capacitação. O item 10.8 na sua totalidade descreve detalhadamente como deve ser defi nido o trabalhador autorizado a trabalhar em instalações elétricas, evitando-se assim que funcionários sem treinamento específi co e de segurança venham a exercer atividades de risco, expondo-se desne- cessariamente a acidentes do trabalho. NOR MA 50 NR 10 - Curso Básico O profi ssional qualifi cado completou com êxito seu curso de forma- ção na área elétrica, reconhecido pelo Sistema Ofi cial de Ensino. Tor- nou-se habilitado assim que se registrou no seu Conselho de Classe. Já o trabalhador capacitado, 1) foi treinado por profi ssional habilitado e autorizado; e 2) trabalha sob a responsabilidade de profi ssional ha- bilitado e autorizado. Esta capacitação só tem valor na empresa em que trabalha. Com a anuência formal da empresa em que trabalham, e devidamente identifi cados em seus registros, eles estão autorizados a exercer atividades em instalações elétricas. 10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qua- lifi cados ou capacitados e os profi ssionais habilitados, com anuência formal da empresa. 10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identifi cação que permita a qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador, conforme o item 10.8.4. 10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instala- ções elétricas devem ter essa condição consignada no siste- ma de registro de empregado da empresa. 10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em insta- lações elétricas devem ser submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas, rea- lizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu prontuário médico. É necessário ainda passar por exames de saúde que lhes permitam trabalhar em instalações elétricas, conforme defi nido pela NR 7 – Pro- grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). NOR MA 51 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento específi co sobre os ris- cos decorrentes do emprego da energia elétrica e as princi- pais medidas de prevenção de acidentes em instalações elé- tricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR. 10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma des- ta NR aos trabalhadores capacitados ou qualifi cados e aos profi ssionais habilitados que tenham participado com avalia- ção e aproveitamento satisfatóriodos cursos constantes do Anexo II desta NR. 10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a) troca de função ou mudança de empresa; b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; e c) modifi cações signifi cativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho. 10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2 devem atender às ne- cessidades da situação que o motivou. 10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classifi cadas devem ser prece- didos de treinamento específi co de acordo com risco envol- vido. A autorização para trabalhadores capacitados, ou qua- lifi cados e habilitados será dada pela empresa aos que tiverem acompanhado com aproveitamento os cursos previstos no Anexo III desta Norma (treinamento es- pecífi co sobre os riscos das atividades elétricas e medi- das de prevenção de acidentes em instalações elétricas: 1) “Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade”; e 2) “Curso Complementar – Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas Proximidades”. NOR MA Figura 1.9 Fonte: do autor (2008) 52 NR 10 - Curso Básico 10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas, desenvolvidas em zona livre e na vizi- nhança da zona controlada, conforme defi ne esta NR, de- vem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identifi car e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis. A novidade desta norma é prever treinamentos de reciclagem, trei- namento de riscos relacionados a áreas classifi cadas, além do treina- mento de trabalhadores de outras áreas que não a elétrica, visando à identifi cação de riscos, assim como formas de prevenção de acidentes do trabalho que porventura venham a exercer atividades na zona livre ou proximidade de zona controlada. Nas últimas páginas, você constatou que a qualifi cação do trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas, seja de alta tensão, zona controlada ou de ris- co, também é defi nida por lei através da NR 10. Ela defi ne detalhes como currículo mínimo, carga horária dos cursos e outras determinações com o objetivo de formar um pro- fi ssional com plena capacidade de operar sistemas elétricos. Não esqueça de checar estes pontos no conteúdo virtual do seu AVA! A seguir, você conhecerá detalhes de proteção contra incêndio, sinalização de segurança e procedimentos de trabalho. NOR MA 53 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 LIÇÃO 6 Incêndio, sinalizações de segurança e procedimentos de trabalho Nesta lição, é importante você ter em mente o signifi cado do termo Atmosferas Potencialmente Explosivas (atmosfera explosiva). Portan- to, cheque seu glossário! Nas próximas páginas, além dos comentários nos textos da própria NR 10, logo em seguida você vai entender as classes de fogo (defi nidas na NR 23) e o conceito de “áreas classifi cadas”. Tenha um bom estudo! 10.9 Proteção contra incêndio e explosão 10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elé- tricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explo- são, conforme dispõe a NR 23 – Proteção Contra Incêndios. 10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com “Atmosferas Potencialmente Explosivas” devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação. Em presença de atmosferas explosivas, a fonte de ignição pode ser al- gum dispositivo, acessório ou equipamento elétrico que possa produzir centelhamento. Normas nacionais e internacionais especifi cam equipa- mentos elétricos para serem utilizados com segurança em áreas classi- fi cadas e à prova de acidentes por centelhamento. São ditos: “à prova de explosões, pressurizados, imersos em óleo, em areia, em resina, de segurança aumentada, herméticos, especial, e de segurança intrínseca”. NOR MA 54 NR 10 - Curso Básico Para que esses equipamentos cumpram sua função dentro dos crité- rios de segurança exigidos, eles têm que ser testados dentro de rígidos padrões de qualidade (teste de conformidade). Somente as empresas certifi cadoras reconhecidas pelo Sistema Brasileiro de Certifi cação, que congrega as certifi cadoras reconhecidas junto ao Inmetro (item 10.9.2), podem atestar a conformidade. 10.9.3 Os processos ou equipamentos suscetíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específi ca e dispositivos de descarga elétrica. A eletricidade estática é gerada por atrito de correias de máquinas, peças em movimentos repetidos, movimentação de fl uidos e produtos pulve- rizados em tubulações e silos, sólidos em suspensão na atmosfera, etc. A tensão elétrica acumulada pode produzir descargas elétricas, que em presença de baixa umidade do ar, gases infl amáveis, fi bras e/ou poeiras infl amáveis podem causar explosões e incêndios de grandes proporções. Existem vários métodos para dissipar a eletricidade estática (item 10.9.3), como o uso de ionizadores, mantas dissipadoras ou dissipativas, pulsei- ras anti-estáticas e sistemas compostos por cabos e hastes de cobre. 10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas ou su- jeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e sec- cionamento automático para prevenir sobretensões, sobre- correntes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. NOR MA NOR MA 55 Módulo 1 – Norma Regulamentadora 10 Dentro da necessidade de um rígido controle da possibilidade de ocor- rência de acidentes por equipamentos elétricos em áreas classifi cadas, a norma exige um maior controle das condições elétricas desses siste- mas, com relês de proteção contra sobrecorrente, sobretensão, aque- cimento de motores, falta de fase, correntes de fuga, motores com se- gurança aumentada, alarmes e seccionamento automático através de disjuntores (item 10.9.4). É importante ainda lembrar que dentro de tão críticas condições de segurança é necessário uma detalhada super- visão e acompanhamento seguidos de uma rígida manutenção para correção das não conformidades. 10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classi- fi cadas somente poderão ser realizados mediante permis- são para o trabalho com liberação formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a classifi cação da área. As permissões de trabalho são autorizações por escrito para trabalhos diversos de manutenção, montagem ou outros que envolvam riscos à integridade do pessoal, das instalações, meio ambiente, ou conti- nuidade operacional. Estas permissões descrevem ainda o trabalho, os riscos envolvidos, pessoal, EPI, EPC, e precauções de segurança a serem seguidas. É utilizada em conjunto com Listas de Verifi cação de requisitos de segurança apropriadas a cada atividade, que, depois de satisfeitos, possibilitam o início das atividades. A supressão do risco em áreas classifi cadas signifi ca a retirada dos gases ou vapores infl a- máveis através de ventilação ou inertização, e em caso de risco elétrico signifi ca a desenergização do circuito a ser trabalhado (item 10.9.5). NOR MA 56 NR 10 - Curso Básico Quando o assunto é proteção contra incêndios e explosões, é preciso entender as classes de fogo, que são defi nidas pela NR 23, bem como o conceito de “áreas classifi cadas”. Acompanhe! NR 23 – Proteção contra incêndios A NR 23, dispondo sobre Proteção Contra Incêndios, orienta que as classes de fogo são as listadas a seguir. Classe “A”: Materiais de fácil combustão que queimam na super- fície e profundidade, e deixam resíduos
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