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Anatomia intraoral INTRODUÇÃO • O diagnóstico inteligente exige uma apreciação da ampla gama de variação na aparência das estruturas anatômicas normais. Similarmente, a maioria dos pacientes demonstra muitos dos pontos anatômicos radiográficos normais, mas é raro um paciente que mostre todos eles. A ausência de um ou até vários desses pontos anatômicos em algum indivíduo não deve necessariamente ser considerada anormal. ANATOMIA RADIOGRÁFICA DO DESENVOLVIMENTO DENTAL • Nolla (1960): desenvolveu um método para avaliação do desenvolvimento da dentição permanente através de radiografias. Utilizou 50 radiografias obtidas anualmente em um estudo longitudinal. • Classificou em 10 fases de mineralização. Leia-se “Estágio 6 de Nolla”: 0) AUSÊNCIA DE CRIPTA: Nenhum vestígio radiográfico do dente, todavia, existe alterações histológicas, mas se vê o osso normal. 1) PRESENÇA DE CRIPTA ÓSSEA: formação do local onde o dente se desenvolverá. É radiolúcido, limitado por uma linha radiopaca. *Pode ser confundido com uma lesão. 2) INÍCIO DE MINERALIZAÇÃO 3) FORMAÇÃO DE 1/3 DE COROA * A medida que a coroa vai se formando, o dente fica mais próximo do rebordo alveolar. 4) FORMAÇÃO DE 2/3 DE COROA 5) COROA QUASE COMPLETA 6) COROA COMPLETA *Daqui para cima, sem formação de raiz ainda. 7) FORMAÇÃO DE 1/3 DE RAIZ * Já começa o início do processo de erupção. 8) FORMAÇÃO DE 2/3 DE RAIZ *Já inicia o aparecimento na cavidade bucal. 9) RAIZ QUASE COMPLETA *Ápice da raiz aberto, em formato de bandeirola de SJ. Pode confundir com uma lesão periapical. 10) RAIZ COMPLETA: ápice fechado. DENTES • A camada de esmalte caracteristicamente aparece mais radiopaca que os outros tecidos, pois é a mais densa substância que ocorre naturalmente no corpo, formada por 90% mineral. Esmalte → mais radiopaco. • A dentina é cerca de 75% mineralizada, e devido ao seu conteúdo mineral mais baixo, sua aparência radiográfica é, grosso modo, comparável ao osso. Dentina → menos radiopaca que o esmalte. • A junção entre o esmalte e a dentina (junção amelodentinária) aparece como uma interface distinta que separa essas duas estruturas • A fina camada de cemento na superfície da raiz tem um conteúdo mineral (50%) comparável à dentina. O cemento geralmente não é radiograficamente aparente, porque o contraste entre ele e a dentina é bastante baixo, e a camada de cemento é muito fina. Só consegue distinguir o cemento na hipercementose. • Polpa: A polpa dos dentes normais é composta de tecido mole e, consequentemente, aparece como radiolúcida. Não vê a polpa, vê o espaço ocupado por ela. - As câmaras e canais radiculares que contêm a polpa se estendem desde o interior da coroa aos ápices das raízes. Embora a forma da maioria das câmaras pulpares seja bastante uniforme dentro dos grupos de dentes, existem grandes variações entre os tamanhos individuais das câmaras pulpares e da extensão de cornos pulpares(divertículos). - - Em um dente maduro, a forma da câmara pulpar e do canal pode mudar. Com a idade, acontece uma deposição gradual da dentina secundária. Esse processo começa apicalmente, seguindo coronalmente, e pode levar à obliteração pulpar. O traumatismo dentário (p. ex., proveniente de cáries, traumatismo, restaurações, atrição ou erosão) pode também estimular a produção de dentina, levando a uma redução no tamanho da câmara pulpar e dos canais. câmara pulpar. - Classificação dos canais radiculares: ESTRUTURAS ALVEOLARES • Lâmina dura ( Cortical óssea alveolar): A radiografia de um dente sadio dentro de uma arcada dentária normal demonstra que o alvéolo dentário é limitado por uma fina camada radiopaca de osso denso. O termo lâmina dura é derivado de sua aparência radiográfica. - Contorna as raízes de todos os dentes; - Linha radiopaca que contorna o alvéolo; -Durante o desenvolvimento, a lâmina dura é a extensão de um revestimento da cripta óssea que envolve cada dente. *Doenças no periodonto ou no ápice do dente, podem causar alterações na lâmina dura. • Osso esponjoso/medular/trabecular: É composto de finas trabéculas radiopacas que circundam diversas e pequenas bolsas medulares radiotransparentes. - As trabéculas na região anterior da maxila são tipicamente finas e numerosas, formando um padrão fino, granular e denso, e os espaços medulares são consequentemente pequenos e relativamente numerosos. Na região posterior da maxila, o padrão trabecular é geralmente muito similar ao padrão da região anterior da maxila, embora os espaços medulares possam ser ligeiramente maiores. • Crista Alveolar: A margem gengival do processo alveolar que se estende entre os dentes se apresenta na radiografia como uma linha radiopaca – a crista alveolar. - É a “ponta” do osso cortical. - O formato varia com o tipo de dente. - Tipos de crista alveolar: a1 = forma afilada b1 = forma arredondada e1 = forma plana c1 e d1 = forma inclinada * Na região anterior, a crista é reduzida somente a um ponto entre incisivos com íntimo contato. Posteriormente é plana, alinhada paralelamente e ligeiramente abaixo da linha que une as junções amelocementárias dos dentes adjacentes. A crista óssea é contínua com a lâmina dura e forma um ângulo agudo com ela. Formas arredondadas dessas junções indicam doença periodontal. • Espaço do ligamento periodontal: composto principalmente por colágeno, aparece como um espaço entre o dente e a lâmina dura. Esse espaço inicia-se na crista alveolar, estende-se em volta da porção das raízes do dente dentro do alvéolo e retorna à crista alveolar do lado oposto do dente. - Linha radiolúcida que contorna os dentes, entre a lâmina dura e o dente. - Não vê, só vê o espaço ocupado por eles. • Região de furca (septo interradicular): espaço entre as raízes de um dente, espaço entre os canais radiculares. *Saber a localização: 1) Saber onde tá a linha média, se os dentes estão à esquerda → resposta: lado oposto (direito). 2) Imagina a pessoa de frente para você. Como os lados são contrários, se o lado for o SEU esquerdo, vai ser o direito da PESSOA. ESTRUTURA ÓSSEA MAXILAR REPAROS ANATÔMICOS REGIÃO DE MOLARES SUPERIORES: RMSD OU RMSE • Processo zigomático da maxila*: faixa radiopaca em forma de V ou U. - Encontra-se centralizado na região de molares e no canto na região de pré-molares. - O seio maxilar pode se expandir lateralmente dentro do processo zigomático da maxila. • Borda inferior do osso zigomático*: radiopaco. • Seio Maxilar e assoalho do seio maxilar: O seio maxilar, similar a outros seios paranasais, é uma cavidade contendo ar revestida por uma membrana mucosa. - Assoalho/borda do seio maxilar: linha radiopaca fina. - Seio maxilar: radiolúcido. • Pode aparecer o assoalho da fossa nasal (radiopaco) e a fossa nasal ( radiolúcida). • Lâmina do osso pterigoide: posteriores à tuberosidade da maxila. Apresentam-se como uma sombra homogênea e radiopaca. • Hâmulo: inferior a lâmina do posso pterigoide. • Pode aparecer o processo coronoide da mandíbula : radiopaco. REGIÃO DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES: RPMSD OU RPMSE • Assoalho do seio maxilar → radiopaco. • Seio maxilar → radiolúcido. • Raramente, pode aparecer o assoalho da fossa nasal (radiopaco) e a fossa nasal (radiolúcida). REGIÃO DE CANINO E INCISIVO LATERAL SUPERIORES: RCILSD OU RCILSE • Na região dos RCILS, há o encontro do assoalho do seio maxilar com o assoalho da fossa nasal, formando nessa área um Y invertido de Ennis ( abertura do Y é voltada para linha média). REGIÃO DE INCISIVO CENTRAL SUPERIOR: RIS OU RICS • Sutura intermaxilar/mediana: fina linha radiotransparente na linha média, entre as duas porções da pré-maxila. Ela se estende da crista alveolar entreos incisivos centrais superiores até a espinha nasal anterior. • Forame incisivo/nasopalatino/palatino anterior: é a saída na cavidade oral do canal nasopalatino. Esse forame incisivo transmite os vasos e nervos nasopalatinos (que podem participar na inervação dos incisivos superiores) e situa-se na linha média do palato atrás dos incisivos centrais superiores, aproximadamente na junção das suturas incisiva e palatina mediana. - Radiolúcido. - Localiza-se entre as raízes dos incisivos centrais. • Ápice nasal: O tecido mole da ponta do nariz é frequentemente visto nas projeções de incisivos laterais e centrais superiores, sobrepondo-se às raízes destes dentes. A imagem do nariz tem uma aparência uniforme, levemente opaca, com bordas nítidas. Mais branca/radiopaca. “Sombra da cavidade nasal”. • Abertura do canal incisivo/nasopalatino: O canal nasopalatino tem origem nos dois forames no assoalho da cavidade nasal. As aberturas estão em cada lado do septo nasal, próximas à borda anteroinferior da cavidade nasal, e cada canal passa por baixo, anterior e medialmente, para se unir com o canal do outro lado em uma abertura comum, o forame incisivo (nasopalatino). - Radiolúcido. • Septo nasal, fossa nasal e assoalho da fossa nasal podem ser vistos. • Espinha nasal anterior: Localizada na linha média, ela aparece aproximadamente 1,5 a 2 cm sobre a crista alveolar, geralmente na altura um pouco abaixo da junção entre a margem inferior do septo nasal e a margem inferior da abertura nasal. Ela é radiopaca devido à sua composição óssea e geralmente tem forma de “V”. ESTRUTURA ÓSSEA MANDIBULAR REPAROS ANATÔMICOS REGIÃO DE MOLARES INFERIORES: RMID OU RMIE • Base da mandíbula ou borda inferior da mandíbula: borda inferior da mandíbula é vista nas projeções periapicais apresentando como característica uma larga faixa de osso radiopaco e denso. • Canal mandibular: sombra linear radiolúcida com finas bordas radiopacas superior e inferior, é onde passa o nervo alveolar inferior. Geralmente, localizada anterior á região do 3° molar. • Linha oblíqua: - Linha oblíqua interna ou Milohioidea: linha radiopaca, é uma crista óssea ligeiramente irregular na superfície lingual do corpo da mandíbula. A imagem radiográfica segue um trajeto diagonal para baixo e para frente a partir da área do terceiro molar para a região do pré-molar, aproximadamente ao nível dos ápices dos dentes posteriores. *Anexo do músculo milo-hioideo. - Linha oblíqua externa: linha radiopaca, a linha oblíqua externa é a continuação da borda anterior do ramo da mandíbula. Caracteristicamente, em radiografias periapicais de dentes posteriores, é projetada acima da linha miloióidea, com a qual apresenta seu curso quase paralelo. Tem uma aparência de linha radiopaca com largura, densidade e comprimento variáveis, misturando-se anteriormente com a sombra do osso alveolar. *Anexo do músculo bucinador. • Fóvea submandibular (fossa da glândula submandibular): - A imagem radiográfica da fossa é nitidamente limitada superiormente pela linha miloióidea e inferiormente pela borda inferior da mandíbula. - Área de menor densidade da mandíbula: radiolúcida. - Local de acomodação das glândulas submandibulares. REGIÃO DE PRÉ-MOLARES INFERIORES: RPMID OU RPMIE • Canal mandibular. • Forame mentual: forame redondo radiolúcido,geralmente fica no ápice do 2° pré-molar. REGIÃO DE CANINO INFERIOR: RCID OU RCIE • Forame mentual pode aparecer ou não. • Não tem nenhum reparo anatômico específico. • Base da mandíbula. REGIÃO DE INCISIVOS INFERIORES: RIID OU RIIE • Protuberância mentual: faixa radiopaca sobreposta às raízes. • Foramina língual: O forame lingual é visualizado, tipicamente, como um único canal redondo radiolúcido, com uma borda opaca bem definida, situada na linha média abaixo do nível dos ápices dos incisivos. Fica no centro dos processos genianos. • Processo geni ou Espinha geniana: são localizados na superfície lingual da mandíbula, ligeiramente acima da borda inferior e na linha média. Eles são protuberâncias ósseas, mais ou menos em forma de espinha, que frequentemente são divididas em proeminências esquerda e direita e proeminências superior e inferior. Eles juntam-se aos músculos genioglossos (nos tubérculos superiores) e os músculos genioióideos (nos tubérculos inferiores) na mandíbula. - Geralmente eles aparecem como uma massa radiopaca (de 3 a 4 mm de diâmetro) na linha média abaixo das raízes dos incisivos. Eles podem também não estar totalmente aparentes.
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