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1 ATLAS DE RADIOLOGIA GUIA PARA INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA 2 Durante a monitoria de Imaginologia Odontológica, surgiu a necessidade de construção deste atlas de anatomia tendo em vista a carência deste tipo de recurso para um aprendizado dinâmico e prático da disciplina de Diagnóstico Imaginológico. Este atlas teve a participação do monitor Carlos Higor Mendonça Araújo, sendo orientado pelo professor Daniel de Sá Cavalcante e colaboração do professor Luis Gustavo Volpe e é apenas o primeiro de uma série de 3 volumes sobre interpretação radiográfica. Esperamos poder contribuir para o apredizado sobre anatomia dental e dessa forma otimizar as aulas de interpretação durante as aulas práticas. 3 SUMÁRIO 1. Introdução ______________________________________________________________04 2. Anatomia do órgão dentário __________________________________________05 3. Anatomia radiográfica da maxila ____________________________________08 4. Imagens radiográficas da maxila ____________________________________13 5. Anatomia radiográfica da mandíbula _______________________________23 6. Imagens radiográficas da mandíbula _______________________________26 7. Erros radiográficos mais comuns e suas possíveis soluções ______________________________________________32 8. Procedimentos para um bom processamento radiográfico _________________________________________34 9. Imagens radiográficas periapicais extras__________________________35 10. Referências bibliográficas ___________________________________________37 4 INTRODUÇÃO O uso dos raios X para o diagnóstico odontológico é cada vez mais utilizado.O exame radiográfico executado com critério melhora o padrão do diagnóstico, do planejamento e do tratamento odontológico, aumentando consideravelmente a segurança do Cirurgião-Dentista no atendimento de seu paciente. Além disso, o exame radiográfico e as fichas clínicas são importantes para evitar possíveis problemas jurídicos com pacientes, por auxiliar nas perícias odontológicas. As radiografias devem ser arquivadas junto ao prontuário clínico do paciente em ótimas condições de armazenagem, durante um período mínimo de 20 anos, como preconizado pela Odontologia Legal. Para o exercício de uma radiologia odontológica de qualidade, o equipamento de raios X deve ter todos os requisitos condizentes com uma boa prática clínica, os filmes e as soluções de processamento devem ser de boa qualidade e os profissionais treinados para produzir radiografias que promovam o diagnóstico radiográfico adequado. Tendo em vista a importância da correta interpretação radiográfica durante o processo de diagnóstico, este atlas tem o intuito de aprimorar os conhecimentos em radiologia, tanto dos graduandos em odontologia, quanto dos cirurgiões dentistas. 5 ANATOMIA DO ORGÃO DENTÁRIO O órgão dental é dividido em : Dente e Periodonto . O Dente pode ser dividido em 2 partes : - Coroa : Porção visível e funcional na mastigação. Ela é normalmente branca ou amarela e permanece acima do osso de suporte e gengiva; - Raiz : Porção alojada no interior do osso e tem a função de fixar o dente na cavidade bucal. Ela tem o comprimento maior que a coroa e de acordo com o tipo de dente pode ser única ou dupla ou tripla. Do ponto de vista estrutural, podemos dividir o dente em camadas distintas: - Esmalte : É a camada mais externa da coroa do dente. É um tecido muito mineralizado e pode ser considerado o tecido mais duro do organismo; - Dentina : É a camada intermediária da coroa do dente. Ela pode ser considerada o esqueleto do dente porque se encontra na coroa e na raiz. Possui terminações nervosas no seu interior, o que ocasiona sensibilidade ou dor quando agredida pela cárie ou outras injúrias; - Polpa : É a camada mais interna do dente. Trata-se de um tecido mole onde se encontram vasos sanguineos e nervos, dando ao dente uma condição de tecido vivo. Já o Periodonto pode ser dividido em: - Gengiva ou periodonto de proteção, que é uma membrana mucosa avermelhada que reveste o osso e envolve os colos dos dentes. O pequeno espaço entre a gengiva e o colo do dente é o sulco gengival. O sulco gengival mede poucos milímetros e é importante para o entendimento da técnica de higienização correta a ser comentada nas próximas ilustrações; - Osso alveolar, o ligamento periodontal e o cemento formam o periodonto de fixação. Como o próprio nome sugere, eles são os responsáveis 6 pela sustentação do dente. Além disso, absorvem parte das cargas transmitidas para o dente durante a mastigação e tem uma desenvolvida função sensitiva ou táctil. IMAGEM RADIOGRÁFICA DOS COMPONENTES DO ORGÃO DENTÁRIO O dente é formado por substâncias enquadradas entre as mais densas do corpo humano, desta maneira absorvem mais raios x do que outros tecidos com mesmo tamanho e espessura. A maior parte de um dente é formada por dentina. O esmalte e o cemento recobrem com uma camada relativamente fina a coroa e a raiz do dente respectivamente. Como a dentina e o cemento tem a mesma capacidade de absorver raios x, em dentes normais não é possível diferenciá-los radiograficamente, já o esmalte é mais denso, sendo assim, pode ser facilmente identificado nas radiografias. 1. Esmalte : É o mais radiopaco dos tecidos dentários,ele reveste a dentina,tendo espessura variável. Próximo ao colo, o esmalte é muito delgado, tornando-se menos radiopaco em relação as outras áreas do mesmo. 2. Dentina : É um tecido conjuntivo avascular, mineralizado, especializado que forma o corpo do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte. A dentina é recoberta pelo esmalte na sua porção coronária e pelo cemento na porção radicular.É menos radiopaca que o esmalte,ela constitui a maior parte do dente, onde seu conteúdo mineral varia entre 69 e 72 %. É um tecido mais duro que o osso alveolar, porém mais mole que o esmalte. A dentina coronária é revestida por esmalte,e a mesma tem sua radiopacidade aumentada com a idade,pois os túbulos dentinários tem sua luz diminuída com o passar dos anos. 3. Câmara Pulpar : Compartimento de tecido conjuntivo vascularizado e inervado localizado no centro do dente envolvido por dentina. Em função de ser preenchida por tecidos moles, são totalmente permeáveis 7 aos raios x, apresentando-se como imagens radiolúcidas. Tem geralmente a conformação anatômica da coroa e da raiz. 4. Cemento: É um tecido mineralizado especializado que recobre a superfície da raiz. Tem muitas características comuns com o tecido ósseo do dente, entretanto o cemento não contém vasos sanguíneos nem linfáticos, não possui inervação e não entra em reabsorção fisiológica (ou remodelação), mas é caracterizado por uma contínua deposição ao longo da vida. Começa na região cervical do dente e continua até o ápice radicular. Apresenta-se com radiopacidade semelhante a da dentina. 5. Ligamento Periodontal : É um sistema que liga o dente ao osso alveolar, formado principalmente pelas fibras de Sharpey e tem funções formadora, nutricional, física e sensorial. É formado por um tecido conjuntivo fibroso e ocupa o espaço localizado entre o cemento e a cortical óssea alveolar que forra os alvéolos dentais. Aparece radiograficamente como uma linha ou faixa delgada, radiolúcida, homogênea e contínua em torno de todas as raízes dentais. 6. Lâmina Dura : É compacta, adjacente ao ligamento periodontal, na cavidade dentária. A lâmina dura fornecea superfície de fixação com o qual o ligamento periodontal, junta-se. Uma lâmina dura intacta é visto como um sinal de periodonto saudável. Lâmina dura, juntamente com o ligamento periodontal, desempenha um papel importante na remodelação óssea e, portanto, no movimento dentário ortodôntico. Aparece como uma imagem radiográfica radiopaca contínua, delgada e lisa cobrindo sem solução de continuidade o osso esponjoso contido nas cristas ósseas interdentais e interradiculares. 7. Osso Alveolar de Suporte: Chamado também de osso trabecular ou esponjoso. Apresenta-se como uma estrutura radiopaca, limitada por espaços medulares radiolúcidos. Na mandíbula estas trabéculas tem uma disposição mais horizontal e os espaços medulares são mais amplos, enquanto que na maxila, as trabéculas são mais irregulares e os espaços medulares são menores. O seu grau de densidade depende da idade do paciente, das forças mastigatórias locais e das condições sistêmicas. 8 ANATOMIA RADIOGRÁFICA DA MAXILA REGIÃO ANTERIOR Fossas Nasais : Apresentam-se na região de incisivos superiores, por serem cavidades no osso,cheias de ar , aparecem como áreas radiolúcidas, simetricamente dispostas, acima dos ápices radiculares e separadas por uma espessa faixa radiopaca ( septo nasal). Septo Nasal : Tem o aspecto de uma faixa radiopaca, de largura e radiopacidade não muito uniformes, e se localizam entre as fossas nasais. Assoalho e paredes das fossas nasais : Apresentam-se como linhas radiopacas contornando as áreas radiolúcidas correspondentes às fossas nasais. Conchas Nasais Inferiores : Se estende horizontalmente ao longo da parede lateral da cavidade nasal e consiste em uma lâmina de osso esponjoso, curvada em si mesmo. Suas imagens são projetadas sobre as imagens das fossas nasais e apresentam-se como áreas ligeiramente radiopacas. Sombra das Narinas : Geralmente observada como uma área radiopaca sobreposta às raízes dos incisivos superiores ou ao osso alveolar, aumentando seu grau de radiopacidade. A região do ápice nasal aparece coo uma sombra mais radiopaca, onde essa radiopacidade é resultante de sua constituição cartilaginosa. As aberturas das narinas também podem ser observadas , aparecendo como áreas radiolúcidas bilaterais. Sutura Intermaxilar : Aparece radiograficamente como uma linha radiolúcida na linha médica, estendendo-se desde a crista alveolar entre os incisivos centrais superiores até a espinha nasal anterior . Identificada, 9 especialmente nas pessoas mais jovens,já que no adulto, nem sempre é bem definida. Forame Incisivo : O forame incisivo óssea localizada na porção anterior da sutura palatina mediana, no palato duro, posteriormente representa uma abertura aos incisivos centrais superiores. O forame incisivo apresenta-se como uma área radiolúcida ovóide ou arredondada localizada entre as raízes dos incisivos centrais superiores ou entre seus ápices. Espinha Nasal Anterior : A espinha nasal anterior é uma saliência óssea pontiaguda da maxila localizada na porção antero- inferior da cavidade nasal. Apresenta-se como uma área radiopaca em forma de “V”, localizada acima dos ápices dos incisivos centrais superiores. Fosseta Mirtiforme : Corresponde a uma área do processo alveolar entre as raízes dos dentes incisivos laterais e caninos superiores, onde há predomínio de espaços medulares e poucas trabéculas ósseas. Esta característica esta presente em poucos pacientes, sendo observados apenas através de radiografias. Apresenta-se como uma área de maior radiolucidez, triangular, na região entre as raízes dos dentes incisivos laterais e caninos superiores. “Y” Invertido de Ennis : É a junção do soalho da cavidade nasal com a parede anterior do seio maxilar, na região de incisivo lateral e caninos superiores. Radiograficamente o limite do soalho da cavidade nasal juntamente com a parede anterior do seio maxilar é caracterizado por linhas radiopacas que apresentam radiograficamente um típico “y” invertido, normalmente sobre o ápice do canino. É observado em radiografias periapicais da região de incisivos laterais e caninos superiores. 10 REGIÃO POSTERIOR Seio Maxilar : Os seios maxilares são cavidades ósseas pares, revestidos por mucosa e preenchidos por ar, localizadas no corpo das maxilas. São os maiores seios paranasais, apresentam-se como áreas radiolúcidas amplas, de contornos arredondados e bem definidos por uma linha radiopaca, correspondendo a cortical óssea que o delimita. Localizam-se acima dos ápices de pré-molares e dos molares. Pode-se observar no interior do seio, alguns vasos e nervos que suprem a maxila, estes são chamados de canais nutrientes e eles apresentam-se radiograficamente como linhas ou faixas radiolúcidas sobrepostas à imagem do seio maxilar. Extensões dos Seios Maxilares : Extensão Anterior do Seio Maxilar: Corresponde a um aumento de volume do seio maxilar em direção anterior, estando a parede anterior mais próxima dos dentes incisivos ou até mesmo próximo a linha média.Apresenta-se como uma área radiolúcida que estende-se anteriormente, na região anterior da maxila, podendo ser confundida com lesões ósseas. Extensão Alveolar do Seio Maxilar: Corresponde a um aumento de volume do seio maxilar em direção a superfície inferior do processo alveolar. Nos pacientes edêntulos a extensão pode chegar a alcançar o rebordo alveolar. Apresentam-se como áreas radiolúcidas, com contornos bem definidos por uma linha radiopaca (soalho), estendendo- se em direção ao rebordo alveolar. Extensão do Seio Maxilar para o Túber : Corresponde a um aumento de volume do seio maxilar em direção ao túber da maxila. É a mais frequente das extensões, chegando a ocupar toda o túber. Apresentam- 11 se como áreas radiolúcidas, com contornos bem definidos por uma linha radiopaca na região do túber da maxila. Extensão Palatina do Seio Maxilar: Corresponde a um aumento de volume do seio maxilar em direção aos processos palatinos da maxila. Apresentam-se como áreas radiolúcidas, com contornos bem definidos por uma linha radiopaca, estendendo-se próximo à linha média. Quando presente, é visível em radiografias oclusais da maxila. Extensão Zigomática do Seio Maxilar : Corresponde a um aumento de volume do seio maxilar em direção ao osso zigomático. Quando presente é visível em radiografias oclusais da maxila de pacientes edêntulos. Apresentam-se como áreas radiolúcidas, na região do osso zigomático com contornos bem definidos por uma linha radiopaca. Hámulo Pterigóideo : É uma extensão inferior da lâmina medial do processo pterigóideo do osso esfenóide e se relaciona com o músculo tensor do véu palatino e o ligamento pterigomandibular. Aspecto radiográfico: O hámulo pterigóideo apresenta-se como uma a projeção radiopaca em forma de gancho, posterior ao túber da maxila. Osso Zigomático e Processo Zigomático da Maxila: O osso zigomático forma a proeminência mais saliente da face e se articula com a maxila, temporal e frontal. Apresenta-se como uma estrutura radiopaca, de formato triangular, que se estende posteriormente a partir do processo zigomático da maxila. Já o processo zigomático é uma projeção óssea da maxila que se une ao osso zigomático por meio da sutura zigomaticomaxilar. Apresenta- se como uma radiopacidade espessa, em forma de “U” ou “V”, localizada acima da região dos molares superiores. 12 Túber da Maxila : O túber é a região mais posterior do processo alveolar, sendo uma projeção óssea, com predomínio de espaços medulares e poucas trabéculas ósseas. Aparece como um osso normal menos denso, com menor radiopacidade. Processo Coronóide da Mandíbula: O processo coronóideé uma proeminência óssea acentuada, localizada na porção ântero-superior do ramo da mandíbula. Apresenta-se com imagem radiopaca de contornos nítidos, forma triangular, localizada posterior ou sobreposta à região do túber da maxila. É observada em radiografias periapicais da região de molares superiores . 13 IMAGENS RADIOGRÁFICAS DA MAXILA (REGIÃO ANTERIOR) FOSSAS NASAIS : SEPTO NASAL : 14 CONCHAS NASAIS INFERIORES : SOMBRA DAS NARINAS : 15 SUTURA INTERMAXILAR : FORAME INCISIVO : ESPINHA NASAL ANTERIOR : 16 FOSSETA MIRTIFORME : “Y” INVERTIDO DE ENNIS : (REGIÃO POSTERIOR) SEIO MAXILAR - CANAIS NUTRIENTES : 17 SEIO MAXILAR - EXTENSÃO ANTERIOR : SEIO MAXILAR - EXTENSÃO ALVEOLAR : 18 SEIO MAXILAR - EXTENSÃO PARA TÚBER : SEIO MAXILAR - EXTENSÃO PALATINA : 19 SEIO MAXILAR: EXTENSÃO ZIGOMÁTICA : HÂMULO PTERIGÓIDEO : 20 OSSO ZIGOMÁTICO : PROCESSO ZIGOMÁTICO : 21 TÚBER DA MAXILA : 22 PROCESSO CORONÓIDE DA MANDÍBULA : 23 ANATOMIA RADIOGRÁFICA DA MANDÍBULA REGIÃO ANTERIOR Espinhas Genianas : As espinhas genianas são pequenas saliências ósseas localizadas na cortical lingual da mandíbula, próximo à linha média, local de inserção dos músculos genio-hióideo e genioglosso. Apresentam-se como uma radiopacidade circular, localizadas abaixo dos ápices dos incisivos inferiores. É possível ser observadas nas radiografias: periapicais da região de incisivo inferiores e panorâmicas da face. Em radiografias oclusais da mandíbula, apresentam-se como saliências ósseas na cortical lingual da sínfise mandibular. Foraminia Lingual: É uma pequena abertura óssea localizada na superfície interna da mandíbula, próximo à linha média, na região das espinhas genianas superiores e inferiores. A foramina lingual apresenta-se como um pequeno ponto radiolúcido abaixo dos ápices dos incisivos inferiores, a qual está delimitada por uma orla radiopaca correspondente às espinhas genianas É observada em radiografias periapicais da região de incisivos inferiores. Protuberância Mentual: Em radiografias periapicais da região anterior,ela apresenta-se em forma de triângulo radiopaco, cuja base corresponde à borda inferior do mento, desde a sínfise até a região de pré-molares de ambos os lados. Seu ápice encontra-se abaixo dos incisivos centrais. O tamanho da protuberância varia muito de um indivíduo para o outro. Fosseta Mentual : É uma depressão óssea localizada na face vestibular da porção anterior da mandíbula, acima da protuberância mentual, na região de incisos inferiores. Apresenta-se como uma área radiolúcida acima da protuberância mentual, na região do periápice dos incisivos. É observada 24 em radiografias periapicais da região de incisivos inferiores. Canais Nutrientes : São encontrados em todo o corpo da mandíbula, sendo mais numerosos e mais visíveis em radiografias da região anterior da mandíbula, apresentando-se como linhas radiolúcidas que percorrem os septos interdentais, ou dirigem-se aos ápices dos dentes da região. Forame mentual : É a abertura óssea do canal da mandíbula, localizado na cortical vestibular, na região dos pré-molares. Apresenta-se como uma pequena área radiolúcida ovóide ou arredondada localizada na região periapical dos pré-molares inferiores. É observada em radiografias periapicais da região de pré-molares inferiores. REGIÃO POSTERIOR Canal Mandibular : É o maior canal nutriente da mandíbula, possui forma tubular e percorre a região posterior estendendo-se do forame da mandíbula até o forame mentual. Apresenta-se como uma faixa radiolúcida delimitada por duas linhas radiopacas que representam as paredes superior e inferior do canal. Seu trajeto pode ser visualizado entre o forame da mandíbula e o forame mentual e localizado abaixo dos ápices das raízes dos pre-molares e molares. Linha Milohióidea : É uma crista óssea irregular, localizada na superfície lingual da mandíbula, que se estende da região de molares para anterior e é local de inserção do músculo milo-hióideo. A linha milo-hióidea apresenta-se como uma linha radiopaca em direção anterior e inferior a partir da região dos molares inferiores, especialmente no segundo e terceiro molar. Só é visualizada nos casos em que esta saliência é volumosa, apresentando-se nesses casos abaixo da imagem da linha oblíqua externa. 25 Linha Oblíqua Externa : É uma saliência óssea dirigida para baixo, na face externa do corpo da mandíbula, cruzando a região de molares, próximo aos colos destes dentes ou terço médio de suas raízes. Apresenta-se como linha ou faixa radiopaca. É observada em radiografias periapicais da região de molares inferiores e panorâmicas da face. Fóvea Submandibular : É uma depressão óssea localizada na face lingual da mandíbula, abaixo da linha milo-hióidea, limitada inferiormente pela base da mandíbula. Esta concavidade aloja parte da glândula submandibular. A fóvea submandibular apresenta-se como uma área radiolúcida ampla na região de molares inferiores, geralmente bilateral. É observada em radiografias periapicais das regiões de molares e pré- molares inferiores. Base da Mandíbula : A base da mandíbula é constituída de osso cortical e define o limite inferior da mandíbula. Apresenta-se como uma faixa radiopaca densa, de espessura variável, que representa o contorno inferior da mandíbula. 26 IMAGENS RADIOGRÁFICAS DA MANDÍBULA (REGIÃO ANTERIOR) ESPINHAS GENIANAS : FORAMINA LINGUAL : 27 PROTUBERÂNCIA MENTUAL : FOSSETA MENTUAL : CANAIS NUTRIENTES: 28 FORAME MENTUAL : (REGIÃO POSTERIOR) CANAL MANDIBULAR : 29 LINHA MILO-HIÓIDEA : LINHA OBLÍQUA EXTERNA : 30 FÓVEA SUBMANDIBULAR : 31 BASE DA MANDÍBULA : 32 ERROS RADIOGRAFICOS MAIS COMUNS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES Imagens Claras Erro/Causa: Este tipo de defeito pode ser causado por erros no tempo de exposição, escolha incorreta do filme, aumento da distância foco/filme sem compensação de exposição, processamento incorreto, soluções deterioradas ou vencidas. Prevenção/Solução: - Podemos prevenir esta imagem radiográfica inadequada usando um equipamento de raios X com controle de disparo eletrônico, que ajusta automaticamente o tipo de filme, a distância foco/película, e a técnica utilizada. O processamento radiográfico deve ser padronizado, de preferência automático, usar soluções novas, trocar as soluções nos períodos recomendados pelo fabricante e usar tabelas de processamento temperatura/tempo, termômetro e cronômetro. Radiografias Escuras Erro/Causa: As imagens radiográficas escurastem pequena nitidez nas estruturas finas e pouca definição, as imagens ficam muito densas e com contraste inadequado para o diagnóstico. Apresentam ainda dificuldade de interpretação radiográfica de estruturas com densidade e contraste muito próximos, como esmalte e dentina por exemplo. Prevenção/Solução: - Este tipo de defeito pode ser eliminado pelo uso de aparelho de raios X com ajustes eletrônicos de exposição, que selecionam o tipo de filme e técnica automaticamente. O processamento radiográfico deve ser executado em local apropriado, vedado à luz, revelado pelo método 33 temperatura/tempo, utilizar soluções novas e com trocas regulares das mesmas. Radiografias manchadas e com imperfeições diversas Erro/Causa: - As radiografias com este defeito podem se apresentar amareladas, com manchas escuras (de revelador) e claras (de fixador), laceração da emulsão, imagem parcial e dupla exposição no mesmo filme. O velamento de parte das radiografias pode ser causado por entrada de luz branca no local do processamento. Prevenção/Solução: O processamento radiográfico correto, deve ser executado de acordo com as tabelas de temperatura/tempo; manter o local e os acessórios de processamento limpos; gerenciar as trocas das soluções e o arquivo, são atitudes e procedimentos que diminuem estes erros na prática diária. Erro no posicionamento do paciente, filme ou do aparelho de raios x. Erro/Causa: Imagens com dimensões incorretas (encurtadas ou alongadas), superposição das superfícies proximais e imagens pouco nítidas ou parciais, são os principais defeitos produzidos nas imagens radiográficas por erro no posicionamento ou do direcionamento do feixe de raios X. Prevenção/Solução: Utilizar aparelhos de raios X calibrados, com ajuste automático de exposição, bem como o uso de posicionador e porta filme, com dispositivo de alinhamento do feixe de raios X, minimizam estes erros. 34 PROCEDIMENTOS PARA UM BOM PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO As soluções devem ser preparadas e trocadas de acordo com o tempo de uso e as recomendações de seu fabricante; O processamento dos filmes deve ser feito em local apropriado usando termômetro de imersão, cronômetro e tabela de revelação temperatura/tempo; mantendo a limpeza adequada dos recipientes e acessórios utilizados; Não deve ser realizada qualquer inspeção visual durante o processamento; A proteção e a preservação do meio ambiente é responsabilidade do Cirurgião Dentista, portanto deve-se ter um protocolo de descarte e tratamento dos resíduos e efluentes produzidos pelo processamento do filme radiográfico. 35 IMAGENS RADIOGRÁFICAS PERIAPICAIS EXTRAS 36 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FREITAS, A. et al. Radiologia Odontológica. 6º Edição. São Paulo, Artes Médicas, 2004. 2. CAPELOZZA, A. L. et al. Anatomia radiográfica em odontologia. CD-ROM. Bauru, s.n., 1999. 3. MADEIRA, M.C. Anatomia da Face: Bases Anatomo Funcionais para a Prática Odontológica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1998. 176p. 4. WATANABE, Plauto ; ARITA, Emiko. Imaginologia e Radiologia Odontológica, 2013. 1° Edição. 5. KURITA, L. M.; HAITER NETO, F. Anatomia Radiográfica. CD-ROM. Piracicaba, s.n., 2002
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