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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS DISCIPLINA DE COMÉRCIO EXTERIOR Ellysa Raquelyne Magalhaes 11811RIT054 Redija um texto dissertativo sobre os motivos que levam a empresa a exportar. A exportação, sem dúvidas, é um movimento que envolve muitos desafios à empresa, além de preparação e pesquisa. Isso porque ingressar em mercados diversos demanda conhecimento sobre a cultura do país de destino, adaptação e, por vezes, dispêndio de recursos. Na contramão dessas dificuldades, todavia, destinar parte de sua produção ao mercado externo pode trazer benefícios ao empresário. Portanto, a decisão por exportar deve levar em conta tais questões. Neste sentido, ao exportar, consequentemente, o empresário aumenta sua base de clientes, diversificando o mercado para o qual oferece seu produto. Assim, destinando uma parte da sua produção a outros mercados, acaba por diminuir os riscos envolvidos com a produção. Para além disso, há a possibilidade de se eliminar a sazonalidade inerente a determinados tipos de produto, como, por exemplo, roupas. O mercado da moda acompanha as estações do ano e o fato de se vender para diferentes hemisférios faz com que o produto seja adquirido em diferentes épocas do ano independentemente da estação na qual se encontra o país em que a empresa tem sua sede. Ainda há que se mencionar o aumento da produtividade envolvido em tal processo. É comum que empresas operem com certa margem de capacidade ociosa, especialmente no Brasil, onde as indústrias enfrentam o pior nível de ociosidade dos últimos 20 anos1. Por isso, a exportação pode ser uma saída para que se utilize parte dessa margem ociosa. Com o aumento da produção, pode ser observado um aumento na capacidade de negociação da empresa para compra de matéria prima, que se torna mais barata a grandes quantidades, acrescentando, então, ao lucro obtido no processo. 1 Ver INDÚSTRIA registra pior nível de ociosidade dos últimos 20 anos, aponta FGV. G1, [s.l], 04 mai. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/04/industria-registra-pior-nivel-de- ociosidade-dos-ultimos-20-anos-aponta-fgv.ghtml. Acesso em 24 jul. 2021. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/04/industria-registra-pior-nivel-de-ociosidade-dos-ultimos-20-anos-aponta-fgv.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/04/industria-registra-pior-nivel-de-ociosidade-dos-ultimos-20-anos-aponta-fgv.ghtml É importante notar, também, que esse aumento não se mostra apenas quantitativo. A qualidade dos produtos da empresa exportadora também experimenta melhora devido ao contato com mercados externos, que faz com que haja revisão dos processos produtivos. Ao entrar em contato com maior concorrência, surge a necessidade de se adaptar às exigências e padrões dos mercados que busca atingir, sendo necessário que se aperfeiçoe. Esse contato também expõe a empresa a novos critérios que países desenvolvidos exigem de seus fornecedores, fazendo com que haja internalização de tais procedimentos de modo a promover maior qualidade e dinamização tecnológica nos negócios. Portanto, a empresa obtém melhoras a nível interno e externo, dinamizando o seu processo produtivo e também a sua imagem frente a clientes, fornecedores e concorrentes. Com o aumento da produtividade mencionado anteriormente, há necessidade de se empregar mais fatores de produção, gerando novos empregos e, assim, melhorando a imagem da empresa também para seus funcionários, que se orgulham em participar do crescimento da empresa que passa a ser exportadora. Outro ponto positivo da decisão por exportar é que o governo brasileiro oferece incentivos fiscais a empresas exportadoras, já que essas precisam atingir certo nível de preço para ingressar em mercados mais competitivos. Dessa forma, produtos exportados não sofrem a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, por exemplo, além do fato de que o ICMS não incide sobre operações de exportação. Tais fatores fazem com que haja diminuição nos tributos relativos a operações no mercado interno. Ademais, um aspecto não apontado inicialmente e que, no entanto, também pode fazer parte do processo decisório sobre exportar ou não exportar se trata dos vínculos afetivos existentes entre o empresário e determinada cultura ou país. Acredito que tais vínculos podem influenciar na tomada de decisão, talvez pela vontade de estabelecer uma ligação entre a marca e o país específico, de modo que sua imagem passe a ser vinculada a tal país e/ou cultura. Isso, contudo, pode partir (ou não) de uma tomada de decisão na qual o empresário procure equilibrar a racionalidade e o pensamento voltado à lucratividade máxima com os laços afetivos e sonhos que são parte de sua realidade. Portanto, como introduzido neste texto, o processo de exportação apresenta ônus e bônus à empresa, os quais influem na decisão de exportar, como as barreiras culturais, por exemplo. Porém, alguns pontos podem ainda ser analisados tanto por meio dos ônus quanto dos bônus. A título de exemplo, as barreiras culturais podem ser um empecilho na medida em que tornam mais difícil a exportação e demandam mais conhecimento sobre a cultura e o mercado de onde se objetiva atingir, mas também podem ser um ponto positivo na resolução de problemas internos à empresa, como a existência de sazonalidade em seus produtos e, até mesmo, de grande capacidade ociosa. É importante, então, que a decisão seja baseada em tais aspectos, considerando, além disso, a possível influência da relação entre o produto e a cultura do local onde se busca como mercado. Por fim, a identificação entre produtor e país pode ser um ponto de influência na decisão pela exportação.
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