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Clostridium tetani

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ- UFOPA
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA-ISCO
BACHARELADO EM FARMÁCIA
DISCIPLINA: BACTERIOLOGIA
Clostridium tetani
Docente: Profª.Dra. Katrine Rabelo
Discentes: Larissa Ádna Neves Silva
 Lígia de Sousa Mota
CASO CLÍNICO
Paciente L.O.P, 76 anos, pesando 68kg, medindo 1,70 m, agricultor, apresentou-se no hospital da sua cidade após ter travado o dedo indicador esquerdo em um portão. Foi solicitado radiografia da região, a qual demonstrou fratura cominutiva da falange distal do dedo afetado. O paciente negava histórico de vacinação prévia contra o tétano. Desse modo, a ferida foi limpa e suturada e o mesmo recebeu toxóide tetânico IM, logo após recebeu alta para casa. Onze dias depois, o paciente voltou ao hospital apresentando queixa de incapacidade de abrir a mandíbula que este notou inicialmente quando estava com dificuldade para comer. Além disso, sua ferida havia se deteriorado com aumento da dor e secreção fétida. Seus sintomas progrediram e ele desenvolveu espasmos musculares, sudorese e irritabilidade. 
CASO CLÍNICO
 Notou-se que ele tinha um sorriso sardônico (risus sardonicus) e ruídos altos angustiavam muito o paciente e muitas vezes precipitavam espasmos musculares graves. Ele não havia recebido nenhum medicamento novo e negado qualquer ingestão de veneno. Ele não tinha dor dentária ou evidência de infecção dentária no exame. O diagnóstico clínico de tétano foi feito e o paciente foi tratado com imunoglobulina antitetânica 3000 UI IM e metronidazol 500mg IV de 8/8h durante 10 dias. O paciente foi atendido na unidade de terapia intensiva em uma sala ao lado, onde recebeu Diazepam 10mg/kg/dia com doses de 0,5 mg/kg/dia IV de 6/6h para aliviar espasmos musculares e sulfato de magnésio IV com dose inicial de 40mg/kg ao longo de 30 minutos, seguido de infusão contínua de 2g/h como bloqueador neuromuscular pré-sináptico. Ele melhorou clinicamente ao longo de 3 semanas e não necessitou de manejo invasivo das vias aéreas. 
Aspectos inerentes ao paciente
Sexo masculino
76 anos
68 kg
1,70m
Seu IMC: 23,5
Sinais e sintomas
Incapacidade de abrir a mandíbula 
Aumento da dor e secreção fétida
Espasmos musculares
Sudorese e irritabilidade
Sorriso sardônico
Caracterização
Reino : Monera
Familia : Clostridiaceae 
Ordem : Clostridiales
Classe : Clostridia
Filo : Firmicutes
Gênero : Clostridium
Espécie : C.tetani
Caracterização
Bacilos gram-positivos, esporulados e produtores de exotoxinas e anaeróbios.
Possui de 4 µm a 10 µm de comprimento.
Encontrados no solo, poeira e fezes de humanos e animais
Patogenicidade: exotoxina plasmidial- tetanospasmina e tetanolisina (hemolisina) 
O período de incubação é em média de 5 a 15 dias, podendo variar de 3 a 21 dias.
Caracterização
Tipos de C.tetani
Tetáno localizado – se caracteriza por contrações musculares que afetam apenas lugares específicos do corpo,sendo mais comum nas extremidades das mãos, braços e pés. Normalmente ele acontece por falta de imunização fraca.
Tetáno cefálico- é o mais raro, ocorrendo como feridas ou otites. Por está próximo ao SNC e geralmente evoluir para tétano generalizado o seu período de incubação é de dois dia
Tetáno generalizado- é a forma mais comum da doença, sendo que afeta todo o corpo. A pessoa infectada sente dores intensas e contrações muito forte nos músculos. Quando não tratado, o tétano pode causar a paralisia total dos músculos respiratórios levando a morte por asfixia.
Tetáno neonatal- é também a forma mais rara e ficou conhecida como mal-de-sete-dias. Ele acontece quando a bactéria tetânica infecta o coto do cordão umbilical do recém-nascido 
Modo de Transmissão
O tétano não é doença contagiosa, portanto não é transmitida diretamente de pessoa a pessoa
A infecção ocorre pela introdução de esporos da bactéria em solução de continuidade da pele e de mucosas( ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza), contaminados com terra, poeira, fezes de animais ou humanas
O bacilo se encontra no intestino dos animais, especificamente do cavalo e do homem.
Os esporos podem estar presentes tanto em solos contaminados por fezes ou com esterco, como na pele ou na poeira.
Em condições favoráveis de anaerobiose os esporos se transformam em formas vegetativas, responsáveis pela produção de Tetanosolina e Tetanopasmina.
Ação da toxina tetânica 
A tetanospasmina é uma toxina produzida durante a fase estacionária de crescimento e é liberada na lise celular, sendo responsável pelas manifestações clinicas do tétano. A toxina é liberada no ferimento, acessando os terminais dos neurônios motores periféricos, caminhando pelo axônio, sendo levada até o sistema nervoso central ,tronco encefálico e medula espinhal. As toxinas passam dos terminais sinápticos à membrana pré- sináptica, na qual bloqueia a liberação de glicina e de ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissores inibitórios. Há incremento da taxa de disparo, em repouso, dos neurônios motores, surgindo hiperreflexia e espasmos musculares. 
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, o que significa que ele reduz a atividade dos neurônios de várias regiões do cérebro, produzindo sensação de calma e relaxamento, modulando contrações musculares e induzindo o sono.
A glicina, ao ser liberada por interneurônios inibitórios presentes na medula espinhal, a glicina atua limitando a ativação de neurônios motores, proporcionando o relaxamento muscular.
Manifestações clínicas 
Dificuldade de abrir a boca (trismo e riso sardônico) e de deambular, devido à hipertonia muscular correspondente. Com a progressão da doença, outros grupos musculares são acometidos.
Dificuldade de deglutição (disfagia), rigidez de nuca, rigidez paravertebral (pode causar opistótono), hipertonia da musculatura torácica, de músculos abdominais e de membros inferiores.
Espasmos, acontecem sob a forma de abalos tonicoclônicos, que variam em intensidade e intervalos, de acordo com a gravidade do quadro.
Formas mais graves: taquicardia, sudorese profusa, hipertensão arterial, bexiga neurogênica e febre.
Diagnóstico 
É essencialmente clínico e não depende de confirmação laboratorial (histórico de lesão, ferimento contaminado; espasmos) ;
Os exames laboratoriais auxiliam no tratamento do paciente e no controle das complicações – geralmente quando há infecções secundárias associadas; 
Diagnóstico diferencial: meningites, raiva, doença do soro, histeria, intoxicação pela metoclopramida e por neurolépticos, processos inflamóritos da boca e faringe acompanhados de trismo, entre outros.
Diagnóstico 
A bactéria pode por vezes crescer (cultura) de uma amostra obtida da ferida. Todavia, os resultados da cultura às vezes indicam tétano quando ele não está presente (um resultado falso-positivo) e o tétano pode estar presente mesmo se nenhuma bactéria for detectada (um resultado falso-negativo). Portanto, os médicos não confiam na cultura para diagnosticar tétano;
Difícil de cultivo, Os resultados de cultura bacteriana são
positivos em apenas 30% dos pacientes com tétano 
Tratamento 
Considerar: UTI (para monitoramento próximo e manejo das vias aéreas); 
Se não tiver UTI: a internação deve ocorrer em unidade assistencial, em quarto individual, com mínimo de ruído, de luminosidade, e temperatura estável e agradável;
Os princípios básicos do tratamento do tétano são:
1) Sedação do paciente.
2) Neutralização da toxina tetânica.
3) Desbridamento do foco infeccioso para eliminação do C. tetani.
4) Antibioticoterapia.
5) Medidas gerais de suporte 
Sedação/Relaxamento Do Paciente 
Visa permitir a ventilação, reduzir o estímulo doloroso e evitar hipertonia e espasmos;
Administração de benzodiazepínicos e miorrelaxantes;
Os benzodiazepínicos atuam potencializando a ação inibitória do neurotransmissor Ácido Gama Aminobutírico (GABA);
Clorpormazina: Bloqueia os impulsos gerados pela dopamina nas sinapses, parecendo ser esse este o mecanismo antipsicótico.
Neutralização Da Toxina TetânicaO soro antitetânico (SAT) é preconizado para a prevenção e o tratamento do tétano. A indicação depende do tipo e das condições do ferimento, bem como das informações relativas à vacinação antitetânica pregressa e ao uso anterior do próprio SAT.
Sua meia-vida é inferior a 14 dias em indivíduos normais.
Administração só deve ser feita em serviços de saúde preparados para o tratamento de complicações.
Neutralização Da Toxina Tetânica
Se a pessoa, anteriormente, apresentou quadros de hipersensibilidade.
Se a pessoa, em outra oportunidade, já fez uso de soros de origem equina.
Se a pessoa mantém contato frequente com animais, principalmente com equinos, seja por necessidade profissional (a exemplo de veterinários) ou por lazer.
No caso da confirmação de qualquer uma dessas informações, o profissional deve adotar o procedimento indicado para a prevenção da ocorrência de reações anafiláticas – Manual de normas e procedimentos para vacinação. 
Neutralização Da Toxina Tetânica
Nos casos de reação à aplicação de soros de origem equina, caso seja necessário repetir imunização passiva, devem ser utilizadas as imunoglobulinas humanas, quando possível; 
É constituída por imunoglobulinas da classe IgG que neutralizam a toxina produzida por Clostridium tetani, sendo obtida do plasma de doadores selecionados (pessoas submetidas à imunização ativa
contra o tétano) com altos títulos no soro de anticorpos específicos (antitoxina). 
IGHAT indicada para: 
Indivíduos que apresentaram algum tipo de hipersensibilidade quando da utilização de qualquer soro heterólogo (antitetânico, antirrábico, antidiftérico, antiofídico, entre outros).
Indivíduos imunodeprimidos, nas indicações de imunoprofilaxia contra o tétano, mesmo que vacinados. Os imunodeprimidos deverão receber sempre a IGHAT no lugar do SAT, devido à meia-vida maior dos anticorpos.
Recém-nascidos em situações de risco para tétano cujas mães sejam desconhecidas ou não tenham sido adequadamente vacinadas.
Recém-nascidos prematuros com lesões potencialmente tetanogênicas, independentemente da história vacinal da mãe. 
Neutralização Da Toxina Tetânica
Eliminação Do C.tetani 
atuam por inibição da síntese da parede celular bacteriana através do bloqueio da síntese da camada de peptidoglicano da parede celular
O produto da redução do metronidazol tem propriedades citotóxicas (de vida curta), interage com o DNA, inibindo a síntese do ácido nucléico, causando a morte da célula
Desbridamento Do Foco 
Limpar o ferimento suspeito com soro fisiológico ou água e sabão.
Realizar o desbridamento, retirando todo o tecido desvitalizado e corpos estranhos. 
Após a remoção das condições suspeitas, fazer limpeza com água oxigenada ou solução antisséptica (álcool a 70%, clorexidina, permanganato de potássio a 1:5.000).
Suscetibilidade e Imunidade 
A principal medida de prevenção contra o tétano é a vacinação dos suscetíveis na rotina das Unidades Básicas de Saúde (UBS) 
Indicam-se a vacina penta (oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B), para crianças de 2 meses a menores de 1 ano de idade, e dois reforços com vacina DTP, aos 15 meses e 4 anos de idade. 
A vacina dupla adulto (dT) está disponível para toda a população a partir dos 7 anos de idade; recomendam-se três doses e um reforço a cada dez anos. 
Para as gestantes, deve-se aplicar uma dose de dTpa a cada gestação. 
Suscetibilidade e Imunidade 
Em indivíduos a partir de 7 anos de idade não vacinados ou sem comprovação vacinal
para difteria e tétano, devem-se administrar três doses da dupla adulto (dT) com intervalo de 60 dias entre as doses, em um mínimo de 30 dias.
 Em indivíduos a partir de 7 anos de idade, com esquema incompleto para difteria e tétano,é preciso completar o esquema de três doses com dT, considerando as doses anteriores, com intervalo de 60 dias entre as doses, em um mínimo de 30 dias.
A vacina dT pode ser administrada a partir da comprovação da gravidez, em qualquer período gestacional, combinada com uma dose de dTpa a partir da 20ª semana da gestação. 
Para pacientes que tiveram tétano, após a alta hospitalar, deve-se referenciá-los à UBS para se iniciar o esquema de vacinação ou completá-lo até a terceira dose. 
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasilia,2021.
http://microbiologia.comunidades.net/clostridium-tetani

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