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1 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Janaina Pinto da Costa - 04405858217 2 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Curso Português para Concurso Público Professor Edson Botelho Ano 2020 Aulas 8 de 10 Qualquer dúvida entre em contato conosco: Sou Concurseiro e Vou Passar souconcurseiro (92) 98116-3075 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Este conteúdo pertence ao Sou Concurseiro e Vou Passar. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Vamos começar? Janaina Pinto da Costa - 04405858217 3 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Sumário Estilística ........................................................................................................... 5 Campos da Estilística ..................................................................................................5 Estilística Fônica ...........................................................................................................5 Estilística Morfológica ..................................................................................................6 Estilística Sintática .......................................................................................................6 Denotação e Conotação ................................................................................... 7 Denotação ......................................................................................................................8 Conotação ......................................................................................................................8 Figuras de Linguagem .................................................................................... 10 Figuras sonoras ..........................................................................................................11 Figuras de Palavras ...................................................................................................12 Figuras de Pensamento............................................................................................12 Figuras de Construção ..............................................................................................13 Vícios de linguagem ........................................................................................ 14 Exercícios ....................................................................................................... 15 Vícios de Linguagem ....................................................................................... 28 Barbarismo ...................................................................................................................28 Solecismo .....................................................................................................................30 Pleonasmo vicioso ou redundância.......................................................................30 Pleonasmo ....................................................................................................................31 Ambiguidade ou anfibologia ....................................................................................32 Cacofonia ou cacófato ..............................................................................................32 Eco ..................................................................................................................................33 Hiato ...............................................................................................................................33 Colisão ...........................................................................................................................33 Vulgarismo ....................................................................................................................33 Vulgarismo fonético ............................................................................................33 Vulgarismo morfológico e sintático ................................................................33 Plebeísmo .....................................................................................................................34 Estrangeirismo ............................................................................................................34 Estrangeirismo .....................................................................................................35 As categorias do estrangeirismo ....................................................................35 Janaina Pinto da Costa - 04405858217 4 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Neologismo ...........................................................................................................36 Arcaísmo ...............................................................................................................36 Preciosismo e prolixidade .................................................................................36 Exercícios ....................................................................................................... 37 Funções e uso da palavra “que”.............................................................................38 Funções do “se” ..........................................................................................................43 Pronome ................................................................................................................43 Conjunção .............................................................................................................44 Orientação.............................................................................................................45 Concordância De Verbos + Se ...............................................................................46 Janaina Pinto da Costa - 04405858217 5 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Estilística A Estilística estuda a linguagem e a sua capacidade de tornar as mensagens mais ou menos emotivas e bonitas. Por esse motivo, é uma área muito importante nos meios literários. Se por um lado a Gramática preocupa-se com a norma culta da língua, a Estilística vem complementar os estudos da linguagem, na medida em que enfoca a função expressiva dos discursos através de recursos estilísticos. Campos da Estilística De acordo com os estudiosos, a Estilística pode ser dividida nos seguintes campos: Estilística Fônica Nesse campo, as figuras de som contribuem para atribuir harmonia aos textos mediante a sonoridade, como podemos verificar nas figuras de som ou harmonia abaixo: Aliteração: a repetição de consoantes marca o ritmo do texto. Exemplo: O peito do pé do Pedro é preto. Onomatopeia: a reprodução de fonemas e palavras que imitam sons aumentam a expressividade do discurso. Exemplo: "Chuac" é a onomatopeia que representa o som do beijo Janaina Pinto da Costa - 04405858217 6 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Estilística Morfológica Esse campo da Estilística se preocupa principalmente com a forma. Para tanto, o recurso mais utilizado para exprimir mais emoção ao texto são os sufixos aumentativos e diminutivos. Exemplo: No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida. Nada nos desperta sentimentos tão carinhosos quanto uma boa comidinha. - Mais um feijãozinho? O feijãozinho passou dois dias borbulhando num daqueles caldeirões de antropófagos com capacidade para três missionários. Leva porcos inteiros, todos os miúdose temperos conhecidos e, parece, um missionário. Mas a dona de casa o trata como um mingau de todos os dias. - Mais um feijãozinho? - Um pouquinho. - E uma farofinha? - Ao lado do arrozinho? - Isso. - E quem sabe mais uma cervejinha? - Obrigadinho. (Trecho de Diminutivo - Luís Fernando Veríssimo) Estilística Sintática A Estilística Sintática recorre a uma série de recursos para proporcionar efeitos estéticos nos textos. Veja abaixo como as figuras de sintaxe ou de construção contribuem nesse sentido: Silepse: a construção frasal baseia-se na concordância das ideias expressas no discurso. Exemplo: Janaina Pinto da Costa - 04405858217 7 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos" Anáfora: a repetição de palavras de forma regular marca o ritmo do texto. Exemplo: Uso da anáfora pela repetição de "se for" Denotação e Conotação As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras. Exemplos de variação no significado das palavras: • Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido denotativo) • Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido conotativo) • Aquela aluna é fera na matemática. (sentido conotativo) Janaina Pinto da Costa - 04405858217 8 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ➢ O sentido conotativo é também conhecido como sentido figurado. ➢ O sentido denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal. Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros. Exemplos com sentido denotativo ▪ O elefante é um mamífero. ▪ Já li esta página do livro. ▪ A empregada limpou a casa. Conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros. Exemplos com sentido conotativo ▪ Você é o meu sol! ▪ Minha vida é um mar de tristezas. ▪ Você tem um coração de pedra! Janaina Pinto da Costa - 04405858217 9 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Exercícios 1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado: a) Lendo o futuro no passado dos políticos (...) b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos. c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica. d) Antes do meio-dia, a coluna estava pronta. e) (...) capaz de cortar com a elegância de um golpe de florete. Comentário: Há apenas palavras em sentido denotativo na assertiva (D). Nesta opção, houve referência ao tempo "meio-dia", bem como à conclusão da coluna. Nas demais opções: a) A expressão "lendo o futuro" revela o tom figurado da sentença; b) Ao dizer que "as fontes é que iam beber", temos a figura de linguagem denominada personificação ou prosopopeia, caracterizando a linguagem figurada; c) há o recurso da hipérbole (linguagem figurada) em "linhas que jorravam"; e) a expressão "cortar com a elegância de um golpe de florete" também caracteriza um recurso estilístico do autor, imprimindo tom figurado ao contexto. 2. Assinale a alternativa cujo termo grifado NÃO é linguagem conotativa: a) “... mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço ” b) “Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste” c) “A natureza parece estar chorando a perda irreparável ...” d) “... no discurso que proferiu à beira da minha cova.” 3. O item em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é: a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.” b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.” c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...” d) “...a indústria disparou gordos investimentos.” e) “Colheu uma revelação surpreendente:...” Janaina Pinto da Costa - 04405858217 10 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 4. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido figurado: a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes. b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.” c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.” d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...” e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.” 5. Assinale a alternativa em que NÃO há palavra empregada em sentido figurado: a) “O estrangeiro ainda tropeça com muita frequência na incompreensão das sociedades por onde passa.” b) “Quando a luz estender a roupa nos telhados, seremos, na manhã, duas máscaras calmas.”(Mário Quintana) c) “Vejo que o amor que te dedico aumenta seguindo a trilha de meu próprio espanto.” d) Não, eu te peço, não te ausentes / Porque a dor que agora sentes / Só se esquece no perdão.” e) “Sinto que o tempo sobre mim abate sua mão pesada.” (Carlos Drummond de Andrade) Gabarito 1. D 2. D 3. B 4. A 5. D Figuras de Linguagem O que são Figuras de Linguagem: As figuras de linguagem são recursos usados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida. É muito importante saber Janaina Pinto da Costa - 04405858217 11 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho identificar as diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor diferentes textos. Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas. As figuras de linguagem podem ser subdivididas em: ▪ Figuras de som; ▪ Figuras de palavras; ▪ Figuras de pensamento e ▪ Figuras de construção. Dica de estudo!!! As figuras de linguagem mais comuns em provas são: metáfora, comparação, metonímia, antítese, paradoxo, personificação (ou prosopopeia), hipérbole, eufemismo, ironia, elipse, zeugma, pleonasmo, polissíndeto, assíndeto, onomatopeia, anáfora, sinestesia, gradação e aliteração. Figuras sonoras ▪ Aliteração - Repetição de sons consonantais (consoantes). Exemplo: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) - Cruz e Souza é o melhor exemplo desterecurso. Uma das características marcantes do Simbolismo., assim como a sinestesia. ▪ Assonância - Repetição dos mesmos sons vocálicos. Exemplo: 1. (A, O) – "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) 2. (E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa) • Paronomásia - É o emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Exemplo: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antônio Vieira) • Onomatopeia - Criação de uma palavra para imitar um som. Exemplo: A língua do nhem "Havia uma velhinha Que andava aborrecida Janaina Pinto da Costa - 04405858217 12 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Pois dava a sua vida Para falar com alguém. E estava sempre em casa A boa velhinha, Resmungando sozinha: Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles) Figuras de Palavras ▪ Catacrese: emprego de uma palavra no sentido figurado por não haver um termo próprio. Exemplo: a perna da mesa, dente de alho. ▪ Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual, uma comparação abreviada. Exemplo: A mulher é uma flor. ▪ Comparação: parecida com a metáfora, a comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar 1 característica parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim). Exemplo: "O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente.” ▪ Metonímia: substituição lógica de uma palavra por outra semelhante, de mesmo sentido Exemplo: Beber um copo de vinho. ▪ Perífrase: uso de uma palavra ou expressão para designar algo ou alguém. Exemplo: Cidade Luz (Paris) ▪ Sinestesia: mistura de diferentes impressões sensoriais. Exemplo: o doce som da flauta Figuras de Pensamento ▪ Antítese: palavras de sentidos opostos. Exemplo: bom/mau ▪ Paradoxo: referente a duas ideias contraditórias em uma só frase ou pensamento. Exemplo: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor." ▪ Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou atitude. Exemplo: Foi para o céu (morreu) ▪ Hipérbole: exagero Exemplo: morto de sono ▪ Ironia: afirmação contrária daquilo que se pensa. Exemplo: É um santo! (para alguém com mau comportamento) ▪ Prosopopeia ou Personificação: atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Exemplo: O sol está tímido. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 13 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ Gradação: Apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) - Exemplo: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente." Figuras de Construção A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e gerais observados na língua culta, aponta princípios que presidem às relações de dependência ou interdependência e de ordem das palavras na frase. Ensina-nos, entretanto, que aqueles aspectos lógicos e gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros fatores podem influir e, em função deles, a concordância, a regência ou a colocação (planos em que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-se, às vezes, alteradas. ▪ Anacoluto: alteração da construção normal da frase, quebra na ordem sintática. Exemplo: O homem, não sei o que pretendia. ▪ Anáfora: repetição intencional de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido. Ex.: “Noite-montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade) ▪ Elipse: omissão de um termo que pode ser identificado facilmente. Exemplo: no trânsito, carros e mais carros. (há) - Casos mais comuns: a) Pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa? b) Substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã; c) Preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas. d) Conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda. e) Verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: ▪ Zeugma: omissão de um termo já expresso anteriormente. Exemplo: Ele gosta de Inglês; eu, (gosto) de Alemão. ▪ Pleonasmo: repetição de um termo, redundância. Ex.: subir para cima ▪ Polissíndeto: repetição da conjunção entre os termos da oração. Exemplo: “nem o céu, nem o mar, nem o brilho das estrelas” ▪ Assíndeto: ausência de conjunções entre os termos da oração. Exemplo: “bebeu, cantou, dançou”. ▪ Anástrofe - Anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente. Exemplo: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a Janaina Pinto da Costa - 04405858217 14 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos. Obs.: alguns autores consideram um tipo de hipérbato ▪ Hipérbato - Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos. Exemplo: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante" (Hino Nacional Brasileiro) (ordem direta: As margens do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.) ▪ Obs.: Também denominada de antecipação. ▪ Obs.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, alguns autores denominam-na sínquise ▪ Obs.: Alguns autores consideram anástrofe um tipo de hipérbato Vícios de linguagem A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. ▪ barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. Exemplo: pesquiza (em vez de pesquisa) / prototipo (em vez de protótipo). ▪ solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz; desvio na sintaxe de concordância). ▪ ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. Exemplo: O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?). ▪ cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. Paguei cinco mil reais por cada. ▪ pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma ideia. O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente. ▪ Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso. ▪ eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. O menino repetente mente alegremente. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 15 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Resumo Exercícios 1. (FGV) A figura que ocorre no trecho de Monteiro Lobato: “O povo estourava de rir”, é: a) antítese; b) eufemismo; c) hipérbole; d) ironia; Janaina Pinto da Costa - 04405858217 16 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho e) prosopopeia.2. (MACK) Aponte a figura: “Na terrível luta, muitos adormeceram para sempre”. a) antítese; b) eufemismo: c) anacoluto; d) prosopopeia; e) pleonasmos. 3. (NEC) Na frase: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura de estilo, denominada: a) sinestesia; b) eufemismo; c) onomatopeia; d) antonomásia; e) assíndeto. 4. Assinale o vício de linguagem que se observa em; “Eu vi ele não faz muito tempo” a) solecismo; b) cacófato; c) arcaísmo; d) barbarismo; e) colisão. 5. Analise a charge considerando que o personagem de terno seja o dono da empresa aérea. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 17 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Nessa charge, identifica-se a figura de linguagem a) antítese, já que os comissários de bordo apresentam reação idêntica ao saberem da demissão. b) personificação, visto que o objetivo principal da charge é criar uma cena divertida e plena de humor. c) hipérbole, pois há um exagero na solução drástica encontrada pelo dono da empresa para demitir os comissários. d) metonímia, porque se percebe a indiferença do dono da empresa perante a sensação de terror da tripulação. e) eufemismo, pois o dono da empresa resolve, sem sutileza, como cortar parte dos funcionários da empresa aérea. 6. (Fuvest 2014) Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de um produto alimentício: EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ TRABALHAMOS COM O MELHOR DA NATUREZA Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para levar até a sua casa. Porque faz parte da natureza dos nossos consumidores querer produtos saborosos, nutritivos e, acima de tudo, confiáveis. Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor a) serve-se do procedimento textual da sinonímia. b) recorre à reiteração de vocábulos homônimos. c) explora o caráter polissêmico das palavras. d) mescla as linguagens científica e jornalística. e) emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos contrários. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 18 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho A linguagem pode ser empregada no sentido literal, real, chamado de denotativo ou no sentido figurativo, não estritamente real, chamado de conotativo. Dentre as figuras de linguagem conotativas, tem-se a hipérbole, que consiste no exagero, na exacerbação de um pensamento a ponto de tornar a imagem criada impossível, improvável de ser factual, portanto, uma figuração conotativa. 7. Dentre as sentenças abaixo, não corresponde a uma hipérbole: a) A mãe de Pedrinho anunciou o almoço, o garoto veio voando do quintal. b) Vai fazer mil anos que estou neste ponto e não passa nenhum ônibus. c) Estou com tanta sede, que poderia beber toda a água do Rio Amazonas. d) Neste ano, o campeonato cearense atingiu recorde de público, milhares de pessoas lotaram o estádio Castelão. e) Não sei mais o que fazer, já lhe disse um bilhão de vezes que não o amo mais. 8. Assinale a alternativa que contém o trecho em que Machado de Assis utiliza, como recurso literário de comunicação, a prosopopeia. a) – (...) Olhe a pamonha da Beatriz; não foi agora para a roça só porque o marido implicou com um inglês que costumava passar a cavalo de tarde? (Capítulo dos Chapéus). b) Duas ou três amigas, nutridas de aritmética, continuavam a dizer que ela perdera a conta dos anos. (Uma Senhora). c) Tinha toda a vida nos olhos; a boca meio aberta, parecia beber as palavras da sobrinha, ansiosamente, como um cordial*. (D. Paula). * medicamento que fortalece. d) Mariana aceitou; um certo demônio soprava nela as fúrias da vingança. (Capítulo dos Chapéus). e) Nunca encontro esta senhora que me não lembre a profecia de uma lagartixa ao poeta Heine subindo os Apeninos: “Dia virá em que as pedras serão plantas, as plantas animais, os animais homens e os homens deuses.” (Uma Senhora). 9. (Espcex (Aman) 2014) Assinale a única alternativa que contém a figura de linguagem presente no trecho sublinha do: Janaina Pinto da Costa - 04405858217 19 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, a) metonímia b) eufemismo c) ironia d) anacoluto e) polissíndeto TEXTO Para as Estrelas de cristais gelados As ânsias e os desejos vão subindo, Galgando azuis e siderais noivados De nuvens brancas a amplidão vestindo... (Cruz e Sousa) 10. Assinale a opção em que expresse incorre¬tamente a análise do poema: a) As “nuvens brancas” mencionadas suge¬rem as vestes tradicionais de noiva. b) A aliteração do /s/ em “As ânsias e os dese¬jos vão subindo” produz cacofonia. c) Os “cristais gelados” estão de acordo com a frialdade do espaço sideral. d) As “Estrelas”, com maiúscula alegorizan¬te, podem significar uma dimensão huma¬na superior. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 20 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho e) Galgar “azuis e siderais noivados” é ima¬gem que remete ao anseio de atingir um mundo espiritual. 11.(Uemg 2014) ESCRAVIDÃO POÉTICA Escravidão. Escrevidão. Poesia: – alforria? Ou consentida servidão? (Sísifo desce a montanha) O poema explora os seguintes recursos literários: a) metalinguagem, polissíndeto, metáfora e paradoxo. b) metalinguagem, trocadilho, metáfora e paradoxo. c) ironia, trocadilho, comparação e metonímia. d) ironia, polissíndeto, comparação e metonímia. e) Referencial. Polissíndeto, metáfora, metáfora. TEXTO: Fotojornalismo 12Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre e da derradeira desgraça. Nós, os rabiscadores de artigos e notícias, já sentimos que nos falta o solo debaixo dos pés… Um exército rival vem solapando os alicerces em que até agora assentava a nossa supremacia: é o exército dos desenhistas, dos caricaturistas e dos ilustradores. O lápis destronará a pena: 1ceci tuera cela. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 21 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 13O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras demoradas, nem reflexões profundas. A onda humana galopa, numa espumarada bravia, sem descanso. Quem não se apressar com ela será arrebatado, esmagado, exterminado. 8O século não tem tempo a perder. A eletricidade já suprimiu as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar, ouvirá 2incontinenti o “Deus te ajude” de um americano. 17E ainda a ciência humana há de achar o meio de simplificar e apressar a vida por forma tal que os homens já nascerão com dezoito anos, aptos e armados para todas as batalhas da existência. 9Já ninguém mais lê artigos. Todos os jornais abrem espaço às ilustrações copiosas, que entram pelos olhos da gente com uma insistência assombrosa. As legendas são curtas e incisivas: 18toda a explicação vem da gravura, que conta conflitos e mortes, casos alegres e casos tristes. É provável que o jornal-modelo do século 20 seja um imenso 3animatógrafo, por cuja tela vasta passem reproduzidos, instantaneamente, todos os incidentes da vida cotidiana. Direis que as ilustrações, sem palavras que as expliquem, não poderão doutrinar as massas nem fazer uma propaganda eficaz desta ou daquela ideia política. Puro engano. Haverá ilustradores para a sátira, ilustradores para a piedade. (...) Demais, 19nada impede que sejaanexado ao animatógrafo um gramofone de voz 4tonitruosa, encarregado de berrar ao céu e à terra o comentário, grave ou picante, das fotografias. E convenhamos que, no dia em que nós, cronistas e noticiaristas, houvermos desaparecido da cena – nem por isso se subverterá a ordem social. 14As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel. A pena nem sempre é ajudada pela inteligência; ao passo que 20a máquina fotográfica funciona sempre sob a 5égide da soberana Verdade, a coberto das inumeráveis ciladas da Mentira, do Equívoco e da Miopia intelectual. 21Vereis que não hão de ser tão frequentes as controvérsias… (...) Não insistamos sobre os benefícios da grande revolução que a fotogravura vem fazer no jornalismo. Frisemos apenas este ponto: o jornal- animatógrafo terá a utilidade de evitar que nossas opiniões fiquem, como atualmente ficam, fixadas e conservadas eternamente, para 6gáudio dos inimigos… Qual de vós, irmãos, não escreve todos os dias quatro ou cinco tolices que desejariam ver apagadas ou extintas? Mas, ai! de todos nós! 15Não há morte para as nossas tolices! 16Nas bibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam (...) catalogadas. (...) No jornalismo do Rio de Janeiro, já se iniciou a revolução, que vai ser a nossa morte e a 7opulência dos que sabem desenhar. Preparemo-nos para morrer, irmãos, sem lamentações ridículas, 10aceitando resignadamente a fatalidade das coisas, e consolando-nos uns aos outros com a cortesia de que, ao menos, 11não mais seremos obrigados a escrever barbaridades… Saudemos a nova era da imprensa! A revolução tira-nos o pão da boca, mas deixa-nos aliviada a consciência. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 22 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Olavo Bilac Gazeta de Notícias, 13/01/1901. 1 ceci tuera cela − isto vai matar aquilo 2 incontinenti − sem demora 3 animatógrafo − aparelho que passa imagens sequenciais 4 tonitruosa − com o volume alto 5 égide − proteção 6 gáudio − alegria extremada 7 opulência − riqueza, grandeza TEXTO Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre e da derradeira desgraça. (ref. 12) A profecia para os escritores, anunciada na primeira frase do texto de forma extremamente negativa, se opõe ao tom e à conclusão do texto. 12. Considerando esse contraste, o texto de Bilac pode ser qualificado basicamente como: a) irônico b) incoerente c) contraditório d) ultrapassado e) analógico. TEXTO A namorada Havia um muro alto entre nossas casas. ¹Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. ²O pai era uma onça. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 23 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira E então era agonia. No tempo do onça era assim. Manoel de Barros Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. 13. O pai era uma onça. (ref. 2) Nesse verso, a palavra onça está empregada em um sentido que se define como a) enfático b) antitético c) metafórico d) metonímico e) contraditório. TEXTO (Mackenzie) Antes de concluir este capítulo, fui à janela indagar da noite por que razão os sonhos hão de ser assim tão tênues que se esgarçam ao menor abrir de olhos ou voltar de corpo, e não continuam mais. A noite não me respondeu logo. Estava deliciosamente bela, os morros palejavam de luar e o espaço morria de silêncio. ¨Como eu insistisse, declarou-me que os sonhos já não pertencem à sua jurisdição. Quando eles moravam na ilha que Luciano lhes deu, onde ela tinha o seu palácio, e donde os fazia sair com as suas caras de vária feição, dar- me-ia explicações possíveis. Mas os tempos mudaram tudo. Os sonhos antigos foram aposentados, e os modernos moram no cérebro da pessoa. Estes, ainda que quisessem imitar os outros, não poderiam fazê-lo; a ilha dos Sonhos, como Janaina Pinto da Costa - 04405858217 24 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho a dos Amores, como todas as ilhas de todos os mares, são agora objeto da ambição e da rivalidade da Europa e dos Estados Unidos. Machado de Assis - "D.Casmurro" ▪ palejavam: tornavam pálidos 14. No texto, o elemento "noite" é exemplo de: a) metáfora, devido à comparação explícita entre "noite" e "Deus". b) metonímia, devido à analogia entre "noite" e "sonhos". c) prosopopeia, já que "noite" é elemento inanimado que responde ao narrador. d) hipérbole, pois seu sentido está ampliado. e) catacrese, por ser uma metáfora cristalizada pelo uso popular. TEXTO Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol as Inconstâncias dos bens do Mundo. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, Janaina Pinto da Costa - 04405858217 25 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. (GUERRA, Gregório de Matos. ANTOLOGIA POÉTICA) 15. O texto de Gregório de Matos possui muitas antíteses, que são usadas nos textos barrocos para a) traduzir o conflito humano. b) rejeitar o vocabulário popular. c) personificar seres inanimados. d) marcar a presença do onírico. e) detalhar a arte poética. TEXTO Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas palavras, especialmente nas que eram ditas com fé. No entanto, todas as palavras que ele dissera, nos púlpitos, nas salas de aula, nas reuniões, nas catequeses, nos corredores, nos ouvidos dos reis, clérigos, inquisidores, duques, marqueses, ouvidores, governadores, ministros, presidentes, rainhas, príncipes, indígenas, desses milhões de palavras ditas com esforço de pensamento, poucas - ou nenhuma delas - haviam surtido efeito. O mundo continuava exatamente o de sempre. O homem, igual a si mesmo. Ana Miranda, BOCA DO INFERNO No entanto, todas as palavras que ele dissera (...) desses milhões de palavras ditas (...) poucas (...) haviam surtido efeito. 16. Nesse período, há uma figura de estilo caracterizada pela interrupção da sequência lógica e da sintaxe do período; tal figura é também conhecida como "frase quebrada". Trata-se de: a) metáfora. b) hipérbole. c) eufemismo. d) zeugma. e) anacoluto. TEXTO Janaina Pinto da Costa - 04405858217 26 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho "Em tristes sombras morre a formosura, em contínuas tristezas a alegria" 17. Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como "tristezas" e "alegria". O nome desta figura de linguagem é: a) metáfora b) aliteração c) eufemismo d) antítese e) sinédoque Janaina Pinto da Costa - 04405858217 27 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Gabarito 1. C 2. B 3. A 4. A 5. C - A figura de linguagem que representa adequadamente a intenção do autor está assinalada em [C], pois é a hipérbole que exagera a significação linguística ao apresentar o dono da empresa em atituderadical para demitir os funcionários. 6. C - O autor usa o recurso da polissemia da palavra “natureza”, repetida quatro vezes no anúncio com dois significados distintos (na segunda e terceira aparições como “conjunto de elementos do mundo natural” e, na primeira e quarta, como “o que compõe a substância do ser; essência”), conforme sua aplicação no contexto. 7. D - [A] A expressão veio voando é uma hipérbole para dizer que o garoto veio muito rápido. [B] A expressão mil anos indica que espera há muito tempo. Há um exagero, portanto uma hipérbole.[C] Há uma hipérbole quando diz que poderia beber toda água do Amazonas. [D] Correta. Em um estádio pode caber milhares de pessoas. [E] Há uma hipérbole no exagero um bilhão de vezes. 8. E - A prosopopeia, também denominada personificação ou animismo, consiste na atribuição do dom da palavra, sentimento ou ação a seres inanimados ou irracionais. Assim, é correta a alternativa [E], trecho em que uma lagartixa adquire a qualidade de profeta. 9. A - Metonímia é uma figura de linguagem que consiste em designar um objeto por palavra designativa de outro objeto, no caso, estabelecendo uma relação de parte pelo todo. No poema, “praia” lusitana se refere a todo o território português banhado pelo Oceano Atlântico, de onde saíam as caravelas portuguesas. 10. B - O ideário Simbolista busca a sugestão inclusive por meio da sonoridade; para tanto, é constante o uso de assonâncias e aliterações, o que não é considerado um demérito do texto. 11. B 12. A - A frase que inicia o texto contrasta com a conclusão, principalmente nos dois últimos parágrafos: “Preparemo-nos para morrer, irmãos, sem lamentações ridículas”, “A revolução tira-nos o pão da boca, mas deixa-nos aliviada a consciência”. Com ironia, Olavo Bilac descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. Assim, é correta a alternativa [A]. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 28 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 13. C - É correta a alternativa [C], pois a analogia do comportamento de um animal feroz com a reação do pai quando alguém cortejava a filha revela que a palavra “onça” está empregada em sentido metafórico. 14. C 15. A 16. E 17. D Vícios de Linguagem Muitas vezes, o falante apresenta vícios na fala e transfere-os para a escrita. Por isso, é importante ficarmos atentos a essas inadequações, já que, muitas vezes, não as percebemos. Recebem o nome de vícios de linguagem os desvios da norma-padrão da língua, ocorridos nos campos morfossintático, semântico ou fonético. Embora frequentes no dia a dia dos falantes, os vícios de linguagem são desvios gramaticais, ou seja, palavras, expressões e construções que fogem às regras da norma padrão ou norma culta. Os vícios de linguagem ocorrem, normalmente, por falta de atenção e pouco conhecimento dos significados das palavras pelos falantes. Confira alguns vícios de linguagem: Barbarismo Caracteriza-se pelo desvio à norma culta, manifestado nos seguintes níveis: 1. Pronúncia ▪ Silabada – refere-se ao deslocamento do acento tônico de uma determinada palavra, como por exemplo: No documento constata apenas a rúbrica (em vez de rubrica) do comprador. ▪ Cacoépia – configura-se como um erro na pronúncia dos fonemas, tal como no exemplo: Esse é um probrema (em vez de problema) que temos de resolver. ▪ Cacografia – manifesta-se pelo desvio no que se refere à grafia ou flexão de uma dada palavra, veja: Janaina Pinto da Costa - 04405858217 29 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Se o delegado detesse (detivesse) todos os marginais, haveria mais segurança. Nós advinhamos (adivinhamos) que você viria. 2. Morfologia: ▪ Se ele ir (fosse) conosco, gostaríamos bastante. 3. Semântica ▪ Os comprimentos (cumprimentos) foram destinados ao vencedor do concurso. 4. Estrangeirismos – refere-se ao emprego de palavras pertencentes a outros idiomas quando já existe um termo equivalente na língua portuguesa: Erros de pronúncia, acentuação, ortografia, flexão e significação são considerados barbarismo. Erros de pronúncia: ▪ pograma (correto = programa) ▪ reintero (correto = reitero) ▪ beneficiente (correto = beneficente) ▪ Adevogado por advogado. ▪ Obteram por obtiveram. ▪ Rúbrica em vez de rubrica. ▪ Pousar em vez de posar. Erros de acentuação: ▪ rúbrica (correto = rubrica) ▪ gratuíto (correto = gratuito) ▪ púdico (correto = pudico) Erros de ortografia: ▪ mecher (correto = mexer) ▪ quizeram (correto = quiseram) ▪ geito (correto = jeito) Erros de flexão: ▪ deteu (correto = deteve) ▪ proporam (correto = propuseram) Janaina Pinto da Costa - 04405858217 30 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ cidadões (correto = cidadãos) Erros de significação: ▪ meus comprimentos (correto = meus cumprimentos) ▪ o conserto da Rita Lee (correto = o concerto da Rita Lee) ▪ o acento da bicicleta (correto = o assento da bicicleta) Solecismo Erros de sintaxe (concordância, regência e colocação pronominal) são considerados solecismo. Erros de concordância: ▪ a gente vamos (correto = a gente vai) ▪ fazem dois dias (correto = faz dois dias) ▪ haviam muitas vagas (correto = havia muitas vagas) Erros de regência: ▪ chegamos no colégio (correto = chegamos ao colégio) ▪ sempre obedeci meu pai (correto = sempre obedeci ao meu pai) ▪ vamos na praia (correto = vamos à praia) Erro de colocação pronominal: ▪ não enganei-me (correto = não me enganei) ▪ foi ela que chamou-me (correto = foi ela que me chamou) ▪ compraremos-te um carro (correto = comprar-te-emos um carro) Pleonasmo vicioso ou redundância Ocorre pleonasmo vicioso ou redundância quando há uma repetição de ideias desnecessária para a transmissão do conteúdo da frase. Exemplos: • Vamos entrar para dentro. • Vamos adiar para depois. • Vamos encarar de frente. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 31 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Pleonasmo Com a repetição geralmente desnecessária de uma mesma ideia, surge o pleonasmo, que pode ser classificado em vício de linguagem ou figura de linguagem. Para dosar, fez-se uso de asteriscos para indicar os graus de aceitação. Confira: ▪ com * = evite; ▪ com ** = uso sempre inadequado. 1. Ele tinha uma bela caligrafia.** 2. O carrasco tinha ordem para decapitar a cabeça do rei. ** 3. Ele já havia descido lá embaixo três vezes. ** 4. Cresce o monopólio exclusivo de certas licitações. ** 5. A realidade é dura, mas deveriam encará-la de frente.* 6. Ele trouxe as provas, as quais prometera revelá-las.** 7. Ele não veio, mas, no entanto, avisou a todos. ** 8. Sorriu muito, sorriu com todos os dentes da boca. * 9. Após a piada, ficou com um grande sorriso nos lábios. * 10. Vejam lá no céu as maravilhosas estrelas. * 11. Aquilo era oco por dentro. * 12. O comércio bilateral entre os dois países é importante. ** 13. Ele disse que só virão ambos os dois. ** 14. Há cerca de um mês atrás, houve a acusação. ** 15. Adiaram o espetáculo para depois. * 16. A doação pode ser de arroz, batata, cebola e etc...** 17. A solução ainda deve demorar mais uns dez dias. * 18. O almirante da Marinha concordou com a explicação. * 19. Não nos ofereceram uma outra alternativa. * 20. Um caso qualquer, como, por exemplo, o citado pelo réu.* 21. Conviviam juntos há vinte anos. * 22. O elo de ligação desses países será a cultura ibérica. * 23. Não quis matar e nem tinha a intenção de ferir. ** Janaina Pinto da Costa - 04405858217 32 www.souconcurseiroevoupassar.com.br PortuguêsPara Concurso Público Prof. Edson Botelho 24. Novamente não enfrentou de frente os problemas. ** 25. A exportação para o exterior precisa de regras. ** 26. Houve rapidez para conter a hemorragia de sangue. ** 27. Na compra do caderno, você ganha grátis dois lápis. ** 28. A casa possuía várias goteiras no teto. ** 29. Ele fala seis línguas diferentes. ** 30. As lojas conseguem manter os mesmos preços de abril.** 31. A monocultura exclusiva do trigo gerou a supersafra. ** 32. Quando deu a ré para trás, aconteceu o acidente. ** 33. Ele não conseguiu repetir outra vez as mesmas ideias. ** 34. Se caso houvesse falha, deveriam devolver o produto. ** 35. Ele conhecia os seus próprios defeitos. * Ambiguidade ou anfibologia Nas frases sem clareza ou com duplo sentido ocorre ambiguidade ou anfibologia. Exemplos: • A professora levou o aluno para sua sala. (de quem é a sala?) • Paula conversou com Helena sobre seu trabalho. (de quem é o trabalho?) • A cachorra da sua prima é mal-humorada. (a prima é uma cachorra ou tem uma cachorra?) Cacofonia ou cacófato Ocorre cacofonia ou cacófato quando a pronúncia de palavras seguidas produz um som desagradável ou sugere outra palavra menos apropriada. Exemplos: ▪ Eu beijei a boca dela. ▪ Eu não vi ela. ▪ Me dá uma mão. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 33 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Eco Dissonâncias causadas por terminações iguais nas palavras são consideradas eco. Exemplos: ▪ Tem gente que, por mais que tente, não consegue ser diferente. ▪ Nesta cidade não há honestidade, apenas vaidade. Hiato Dissonâncias causadas por sequências de vogais idênticas ou semelhantes são consideradas hiato. Exemplos: ▪ Ana a ama muito. ▪ Ou eu ou ele estaremos lá. Colisão Dissonâncias causadas por sequências de consoantes idênticas ou semelhantes são consideradas colisão. Exemplo: ▪ Essa saia suja é da Sara. ▪ Fazendo fiado fico freguês. Vulgarismo O uso de expressões que não se enquadram no padrão culto é considerado vulgarismo. Vulgarismo fonético ▪ Vamo brincá? (correto = Vamos brincar?) ▪ Brincadera boba! (correto = Brincadeira boba!) ▪ Põe mais sau, por favor. (correto = Põe mais sal, por favor.) Vulgarismo morfológico e sintático ▪ Custa cinco real! (correto = Custa cinco reais!) ▪ Os menino vem aí. (correto = Os meninos vêm aí.) Janaina Pinto da Costa - 04405858217 34 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ Eu vi ele na rua. (correto = Eu vi-o na rua.) Plebeísmo Refere-se a gírias, calão e expressões populares que indicam falta de instrução e erudição. Exemplos: ▪ Fala mané! ▪ Fiquei bolado com essa parada. Nota: Também a utilização de chavões é considerada por muitos autores como vício de linguagem, por empobrecer o discurso e limitar a autonomia do pensamento humano. Exemplos: • A união faz a força. • Cada macaco no seu galho. Estrangeirismo Espécie de barbarismo que consiste em dar preferência ao uso de palavras ou expressões de língua estrangeira, mesmo quando há vocábulo equivalente em português. Exemplos • Upgrade (anglicismo) em vez de “atualização”. • Mise-en-scène (galicismo) no lugar de “encenação”. A globalização facilitou a importação de vocábulos, o que não é necessariamente ruim para a língua portuguesa. Devem-se evitar, porém, as construções sintáticas estranhas ao idioma, como: “darei meu melhor” (my best) no lugar de “darei o melhor de mim”. É necessário, também, usar com parcimônia termos próprios do campo da informática ou de outros campos técnicos. O emprego de certos vocábulos fora de seu contexto não é recomendável. São exemplos desses vocábulos: inicializar (iniciar), deletar (apagar), design (desenho), designer (desenhista), implantar (instalar, adotar, instituir) e outros. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 35 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Estrangeirismo O termo estrangeirismo denomina o uso das palavras de um idioma estrangeiro para expressar ideias. É o caso, por exemplo, do uso do termo delete: apesar de haver um correspondente em Português, o uso da palavra delete é amplamente difundido. Através do processo de estrangeirismo palavras de outros idiomas são introduzidas no Português e essas palavras recebem denominações diferentes de acordo com a sua origem: anglicismo nomeia as palavras que vêm do Inglês; galicismo nomeia as palavras vindas do Francês e assim por diante. As categorias do estrangeirismo Esse fenômeno da Língua Portuguesa pode ser dividido em duas categorias: com ou sem aportuguesamento. O estrangeirismo com aportuguesamento acontece quando tanto a escrita quanto a pronúncia das palavras recebem adaptação do Português. Um exemplo disso é a palavra “abajur” que no Francês, sua língua de origem, é “abat-jour”. A palavra delete é um estrangeirismo. Já o estrangeirismo sem aportuguesamento acontece quando a forma original da palavra é conservada. Como exemplo de estrangeirismo sem aportuguesamento é possível citar a palavra mouse, originária do Inglês, que é usada no Brasil em sua forma original. Muitas palavras presentes na Língua Portuguesa vêm de outros idiomas. Grande parte das palavras da Língua Portuguesa têm como origem as raízes árabes, greco-latinas, francesas, inglesas, italianas e também espanholas e o processo de aportuguesamento ocorre através de mudanças gráficas e fonológicas. Por que as palavras estrangeiras são introduzidas na língua? Há muitos fatores que colaboram para que as palavras de outras línguas sejam incluídas no Português, criando os estrangeirismos. Alguns dos aspectos que concorrem para a ocorrência de estrangeirismos são os fatores históricos, sociais e até mesmo políticos, além dos modismos e dos avanços tecnológicos. O crescimento da tecnologia familiariza os falantes com palavras específicas desse meio, que são incorporadas. Os estrangeirismos mais encontrados Janaina Pinto da Costa - 04405858217 36 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho A lista de estrangeirismos encontrados no Português é bastante extensa, sendo possível apontar como os mais comuns: shampoo, teen, hero, link, pizza, game, layout, spaguetti, réveillon, stop, hangout, mainstream, stalkear, jeans, ok, cappuccino, croissant, shopping, delivery, fashion, drive-thru, dentre outros. Essas são palavras facilmente encontradas no cotidiano. Estrangeirismo como vício de linguagem Apesar de as palavras originárias de outros idiomas fazerem parte da construção do vocabulário da língua nem sempre eles são bem-vindos. De acordo com a Gramática Normativa, que rege as gregas da norma culta de linguagem, o uso de palavras estrangeiras quando se tem um equivalente em Português constituí um vício de linguagem, que também é chamado de barbarismo. Neologismo Consiste na criação exagerada de novas palavras, muitas vezes desnecessárias, por já haver palavras análogas no português. Exemplos: • Já chega de tuitar. • Deleta essa informação, por favor. • Manjo bem esse assunto. Arcaísmo Refere-se à utilização de palavras ou expressões em desuso. Exemplos: • Venha, menina, asinha! • Vosmecê precisa de ajuda? Preciosismo e prolixidade Referem-se a uma linguagem exacerbada para referir ideias normais, bem como ao excesso de palavras para transmitir ideias simples, prejudicando a clareza e naturalidade do discurso. Exemplos: • Minha progenitora, transtornada com meu insubmisso agir, procrastinou nossa viagem intercontinental. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 37 www.souconcurseiroevoupassar.com.br PortuguêsPara Concurso Público Prof. Edson Botelho • Estivesse eu rejubilante e álacre em vez de apreensiva e inconformada com as vicissitudes de meu viver. Exercícios Os exercícios 1 e 2 foram retirados da Novíssima gramática da língua portuguesa (CEGALLA, 2007). 1. Indique os vícios de linguagem que apresentam as frases abaixo. (Adaptado) a. É verdade, poeta, só nos sonhos a gente agarra a fada pelos cabelos. b. Muitos cidadões ou não votam ou votam mau. c. Ah fatalidade! As rugas da idade se instalam em minha face sem piedade e apagam o frescor da mocidade. d. Fábio quis conhecer o sítio de um tio de que o pai falava muito. e. Embora doente, Tito teima em tomar café a todo instante. f. O Rio está incluído na tournée organizada pela nova empresa de turismo. g. Eu ia eufórico pela rua, ouvindo vozes que não me eram estranhas. 2. Relacione as frases aos vícios de linguagem que nelas ocorrem: (a) estrangeirismo (b) pleonasmo (c) solecismo (d) preciosismo ___ Desde então ele passou a nutrir uma inexplicável xenofobia aos estrangeiros. ___ Evolou-se (exalar-se) aos paramos (céu) etéreos a alma imácula da donzela. ___ Foi impecável a performance do piloto durante a dura competição. ___ Amanhã começa as aulas nas escolas e há muitas salas onde falta carteiras. Gabarito 1. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 38 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho a) plebeísmo b) barbarismo c) eco d) solecismo e) colisão f) estrangeirismo g) preciosismo 2. pleonasmo; preciosismo; estrangeirismo; solecismo Funções e uso da palavra “que” Uma dúvida comum sobre a gramática portuguesa é o emprego da palavra “que” e os seus mais diversos significados, como ela pode ser empregada e que sentido pode dar à frase de acordo com o contexto em que se encontra. O “que” pode fazer a vez de substantivo, pronome adjetivo, pronome interrogativo, pronome relativo, preposição, advérbio de modo e de intensidade, partícula expletiva e interativa, interjeição, conjunção coordenativa e subordinada. Veja abaixo exemplos de cada uma de suas funções. Funções e uso da palavra “que” Substantivo - Para que seja empregado como substantivo a palavra “que” necessita do acompanhamento de um artigo indefinido (um) ou de uma preposição (de) além de receber a acentuação. Ela terá o sentido de “qualquer coisa” ou “alguma coisa”. ▪ Os protestos no Brasil tiveram um quê de violência. Pronome Adjetivo - Neste caso o “que” poderá ser empregado como indefinido, interrogativo ou exclamativo. ▪ Que show maravilhoso! – exclamativo Janaina Pinto da Costa - 04405858217 39 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ Que horas, por favor? – interrogativo ▪ Que coisa horrível este incidente. – indefinido Pronome Relativo - Quando a palavra “que” puder ser substituída por “o qual”, “a qual”, “os quais” ou “as quais” ela terá a função de pronome relativo. ▪ Peguei o livro que – o qual – estava na última prateleira da biblioteca. ▪ É lindo o vestido que – o qual – eu usei ontem no jantar. Preposição - Sempre que o “que” for equivalente ao “de” terá a função de preposição, em locuções adverbiais como auxiliar de “ter” ou “haver”. ▪ Ela teve que levar todos os livros. ▪ Todo o material terá que ser reutilizado. Advérbio de modo e intensidade - Como advérbio de modo o “que” pode ser substituído por “como”. Exemplo: ▪ Que prato mal feito era aquele! (Como aquele prato era mal feito!) Como advérbio de intensidade a palavra pode ser substituída por “quão” ou “muito”. Exemplo: ▪ Que feias eram aquelas ruas! (Quão feias eram aquelas ruas!) ▪ Que estranha a roupa dela. (Muito estranha a roupa dela.) Partícula expletiva e interativa - Como partícula expletiva não possui função na oração, serve apenas para enfatizar algo citado. Nesse caso, a retirada da palavra “que” não altera o sentido da frase. Exemplo: ▪ Há dias que não o vejo. Como partícula interativa o “que” sofre a repetição para dar ênfase à frase. Exemplo: ▪ Que coisa que ele fez! ▪ Que roupas lindas que ela comprou! Conjunção Coordenativa Janaina Pinto da Costa - 04405858217 40 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho – Aditiva Anda que anda e não chega a lugar algum. – Alternativa Que fossem ou que não fossem, eu estaria lá. – Adversativa Pode andar o quanto quiser que não vai a lugar algum. – Explicativa Eles não podem ir até lá, que é muito perigoso. Conjunção Subordinativa – Integrante Havia dito que estaria lá, mas não estava. – Comparativa Não há nada melhor que comer chocolate com os amigos! – Causal É melhor prestar atenção, que este trecho é muito perigoso. – Concessiva Leia, moço, um pouco que seja! – Consecutiva É tão grande que mal passa na porta. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 41 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Exercícios Agora identifique a classe gramatical da palavra QUE: 1. "Meu bem querer tem um quê de pecado..." (Djavan) 2. E ao lerem os meus versos pensem que eu sou qualquer coisa natural."(Alberto Caeiro) 3. Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso escritório. (= para) 4. Parecia-me que as paredes tinham vulto. 5. Que houve com o carro? 6. Tenho que realizar muitos sonhos. 7. Que bela mulher ela era! 8. Vamos embora, que (pois) preciso terminar o material. 9. Parecia-me que as paredes tinham vulto. 10. Aprendi / que tem o seu tempo. 11. Então qual que é a verdade? 12. Mas é que lá passava bonde. 13. Certamente (que) serás aprovado. 14. Quê! Nunca você fará isso! 15. Não pegue, que os outros pegam. 16. Só lhes peço que sejam mais atenciosos. 17. Quase que caio. 18. Ele é que é um gênio. 19. Os jogadores que foram convocados já se apresentaram ao técnico. 20. Esse é o caminho por que (pelo qual) passamos. 21. Visitei a cidade em que (=na qual) nasceste. Gabarito 1. "Meu bem querer tem um quê de pecado..." (Djavan) SUBSTANTIVO 2. E ao lerem os meus versos pensem que eu sou qualquer coisa natural."(Alberto Caeiro) CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE 3. Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso escritório. (= para) PREPOSIÇÃO Janaina Pinto da Costa - 04405858217 42 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 4. Parecia-me que as paredes tinham vulto. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE 5. (Que houve com o carro? PRONOME INTERROGATIVO 6. Tenho que (de) realizar muitos sonhos. · PREPOSIÇÃO 7. Que bela mulher ela era! Advérbio de intensidade (equivalente a quão) ADVÉRBIO 8. Vamos embora, que (pois) preciso terminar o material. · CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA 9. Parecia-me que as paredes tinham vulto. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE (= pois, porque) 10. Aprendi / que tem o seu tempo. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE (inicia oração substantiva) 11. Então qual que é a verdade? PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE Obs.: Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que. 12. Mas é que lá passava bonde. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE 13. Certamente (que) serás aprovado. PALAVRA DE REALCE (não altera o sentido da frase) 14. Quê! Nunca você fará isso! INTERJEIÇÃO 15. Não pegue, que os outros pegam. CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA 16. Só lhes peço que sejam mais atenciosos. (A segunda oração, que é substantiva, pode ser substituída pelo demonstrativo isso. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE. 17. Quase que caio. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE 18. Ele é que é um gênio. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE 19. Osjogadores que (= os quais) foram convocados já se apresentaram ao técnico. (PRONOME RELATIVO) 20. Esse é o caminho por que (pelo qual) passamos. (PRONOME RELATIVO) 21. Visitei a cidade em que (=na qual) nasceste. (PRONOME RELATIVO) Resumo Janaina Pinto da Costa - 04405858217 43 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Funções do “se” Relacionada à morfologia ou à sintaxe, a partícula “se” assume várias funções na língua portuguesa: pode ser um pronome, uma partícula de realce ou uma conjunção subordinativa. É muito comum encontrarmos orações com a presença da palavra “se”, no entanto, o emprego da partícula gera muitas dúvidas justamente pela possibilidade de ser empregado em várias funções morfossintáticas. Pronome ▪ Pronome reflexivo: neste caso, a partícula “se” serve para indicar que o sujeito pratica e sofre a ação. Exemplo: O menino cortou-se. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 44 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ Partícula apassivadora: indica que a frase está na voz passiva, ou seja, o sujeito sofre a ação praticada por outro agente. Relaciona-se a verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos. Exemplo: Vende-se carro usado. (Na voz passiva analítica: Carro usado é vendido) ▪ Índice de indeterminação do sujeito: relaciona-se a verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação, conjugados na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Precisa-se de vendedores. ▪ Partícula integrante do verbo: integra verbos essencialmente pronominais, que são os que trazem junto de si o pronome oblíquo. Exemplos: queixar-se, arrepender-se, alegrar-se, zangar-se, indignar-se e outros. ▪ Pronome reflexivo recíproco: A ação envolve dois sujeitos, em que ambos praticam e sofrem a ação um sobre o outro. Exemplo: Laís e Priscila deram-se as mãos. ▪ Partícula de realce ou expletiva: Não desempenha nenhuma função sintática, como o próprio nome já indica. Trata-se de uma partícula de realce apenas, podendo ser retirada da oração sem que haja alteração de sentido. Exemplo: Foi-se o tempo em que não tínhamos preocupações. Conjunção Conjunção subordinativa integrante: introduz orações subordinadas substantivas. Exemplo: Quero saber se ele virá ao cinema. Conjunção subordinativa condicional: introduz orações subordinadas adverbiais condicionais. Exemplo: Se tivéssemos saído mais cedo, não pegaríamos fila para comprar os ingressos. Conjunção subordinativa causal: é utilizada na oração subordinada para indicar a causa da oração principal. Relaciona-se a “já que”, “uma vez que”, “visto que”. Exemplo: Se não tinha as qualificações necessárias, não poderia ter aceitado o emprego. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 45 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho Orientação Teste seus conhecimentos com as questões abaixo: 1) (Fuvest) Indique a alternativa correta: a) Tratavam-se de questões fundamentais. b) Comprou-se terrenos no subúrbio. c) Precisam-se de datilógrafas. d) Reformam-se ternos. e) Obedeceram-se aos severos regulamentos 2) (FCC) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em: a) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas. b) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão. c) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação de desigualdade. d) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido. e) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 46 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 3) INSTRUÇÃO: A questão seguinte está relacionada ao seguinte anúncio de jornal: LOJA DE CALÇADOS Vende-se 3 lojas bem montadas tradicionais, nos melhores Pontos da Cidade. Ótima Oportunidade! F: (__) xxx-xxxxxx (O Estado de S.Paulo, 15.08.2002) No corpo do anúncio, a expressão "Vende-se 3 lojas bem montadas" a) apresenta problema de concordância verbal. Deveria ocorrer na forma "Vendem-se" porque "se" é índice de indeterminação do sujeito, e "lojas" é o sujeito paciente. b) não apresenta problema de concordância verbal porque "se" é índice de indeterminação do sujeito, e "lojas" é o objeto direto. c) apresenta problema de concordância verbal. Deveria ocorrer na forma "Vendem-se" porque "se" é partícula apassivadora, e "lojas" é o sujeito paciente. d) não apresenta problema de concordância verbal, porque "se" é partícula apassivadora, e "lojas" é o sujeito paciente. e) apresenta problema de concordância verbal. Deveria ocorrer na forma "Vendem-se" porque "se" é pronome reflexivo com função sintática de objeto indireto, e "lojas" é o objeto direto. Respostas: 1) d 2) c 3) c Concordância De Verbos + Se Exercícios ▪ [Assistiu-se / Assistiram-se] a belos filmes. ▪ [Cobrem-se / Cobre-se] botões. Janaina Pinto da Costa - 04405858217 47 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho ▪ [Assistiu-se / Assistiram-se] à demonstração de força. ▪ [Bebeu-se / Beberam-se] vários copos de cerveja. ▪ [Plantam-se / Planta-se] mudas novas. ▪ [Faz-se / Fazem-se] empreitada. ▪ [Recebia-se / Recebiam-se] taxas de luz a toda hora. ▪ [Aluga-se / Alugam-se] casas. ▪ [Tratava-se / Tratavam-se] de problemas sérios. ▪ Em nossos dias [necessitam-se / necessita-se] de projetos arrojados. ▪ [Vende-se / Vendem-se] a casa e [compra-se / compram-se] dois apartamentos. ▪ [Gastaram-se / Gastou-se] milhões. ▪ Agora já não [se fazem / se faz] destes carros. ▪ Não [se obedeceu / se obedeceram] aos costumes de sempre. ▪ [Dá-se / Dão-se] terras a quem quiser. ▪ Os planos [se desenvolve / se desenvolvem] satisfatoriamente. ▪ [Fala-se / Falam-se] de festas na paróquia. ▪ [Compra-se / Compram-se] carros usados. ▪ [Confia-se / Confiam-se] em teses absurdas. ▪ [Construiu-se / Construíram-se] novos postos de saúde. ▪ Não [se deve / se devem] poupar esforços para despoluir o rio. ▪ Ele prefere não opinar quando [se fala / se falam] em eleições. ▪ [Apelou-se / Apelaram-se] para os médicos de plantão. GABARITO 01 – Assistiu-se a belos filmes (preposição "a"). 02 - Cobrem-se botões (botões são cobertos). 03 – Assistiu-se à demonstração de força. (prep. a) (verbo Ti) 04 - Beberam-se vários copos de cerveja. (vários copos foram...) 05 – Plantam-se mudas novas. (mudas novas são...) 06 – Faz-se empreitada (empreitada é feita). 07 – Recebiam-se taxas de luz a toda hora (taxas são recebidas). 08 – Alugam-se casas. (Casas são alugadas) 09 – Tratava-se de problemas sérios. 10 – Em nossos dias necessita-se de projetos arrojados. 11 – Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos. 12 – Gastaram-se milhões. (milhões foram gastos) Janaina Pinto da Costa - 04405858217 48 www.souconcurseiroevoupassar.com.br Português Para Concurso Público Prof. Edson Botelho 13 – Agora já não se faz destes carros. (verbo de ligação) 14 – Não se obedeceu aos costumes de sempre. (preposição a) (Verbo Ti) 15 – Dão-se terras a quem quiser. 16 – Os planos se desenvolvem satisfatoriamente. 17 – Fala-se de festas na paróquia. 18 – Compram-se carros usados. 19 – Confia-se em teses absurdas. 20 – Construíram-se novos postos de saúde. 21 – Não se devem poupar esforços para despoluir o rio. 22 – Eleprefere não opinar quando se fala em eleições. 23 – Apelou-se para os médicos de plantão. Ricardo Sérgio Janaina Pinto da Costa - 04405858217