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INSS TÉCNICO E ANALISTA INSS TÉCNICO E ANALISTA E X P E D I E N T E Diretora editorial Juliana Pivotto Coordenação editorial Mari de Barros Revisão Equipe de Revisão Nova Concursos Projeto gráfico Equipe Nova Concursos Diagramação Joyce Matos Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 INSS / Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco...[et al]. -- São Paulo : Nova Concursos, 2019. 296 p. (Livro de Questões) ISBN 978-65-80143-01-6 1. Serviço público - Brasil – Concursos 2. Instituto Nacional do Seguro Social (Brasil) – Concursos . Concursos - Problemas, questões, exercícios I. Branco, Zenaide Auxiliadora Pachegas CDU 35.08(079.1) 18-0221 Índices para catálogo sistemático: 1. Serviço público - Brasil - Concursos © 2019 - Todos os direitos reservados à Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, especialmen- te gráfico, fotográfico, fonográfico, videográfico, internet. Essas proibições aplicam-se também às características de editoração da obra. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (artigos 102, 103, parágrafo único, 104, 105, 106 e 107, incisos I, II e III, da Lei nº 9.610, de 19/02/1998, Lei dos Direitos Autorais). QT002-A-19-INSS Este livro da Coleção Questões Comentadas é mais uma ferramenta elabora- da pela Editora Nova, que vai ajudar você a conquistar seus principais objetivos no âmbito dos concursos públicos. Está organizado por matérias, e cada maté- ria dividida em tópicos, exigidos no edital do cargo do concurso em questão. Também propusemos o comentário de todas as alternativas das questões de múltipla escolha. Os autores de nossas obras têm larga experiência na área do concurso públi- co, sendo muitos deles também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online. A teoria ensinada em nossos Cursos junto com o livro de questões comentadas, tornam-se uma importante ferramenta de aprendizagem e estudo. O gabarito oficial das questões está de acordo com a lei vigente à época do concurso. Em alguns comentários, o autor, em respeito à atualização ocorrida na lei, propôs um comentário atualizado e diferente do gabarito oficial. Isto per- mite ao leitor entender a mudança por meio da resposta contextualizada sem a alteração do gabarito oficial em respeito à organizadora da prova do concurso. Caro aluno, antes da prova, revise o comentário das questões deste livro. A meta é estudar até passar! Muito obrigado. Editores da Nova Concursos APRESENTAÇÃO DA OBRA Língua Portuguesa .............................................................................................................................9 Matemática e Raciocínio Lógico-Matemático ......................................................................47 Informática .........................................................................................................................................57 Direito Constitucional.....................................................................................................................85 Direito Administrativo .................................................................................................................105 Direito Previdenciário ..................................................................................................................133 Legislação da Assistência Social ..............................................................................................183 Ética no Serviço Público .............................................................................................................211 Regime dos Servidores Públicos .............................................................................................235 Legislação Previdenciária ...........................................................................................................259 SUMÁRIO Sobre a Autora Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista – Unesp. LÍNGUA PORTUGUESA LÍ N G UA P O RT U G U ES A 11 PONTUAÇÃO 1. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21 minutos aos senadores e deputados, o presidente alertou também para a piora do cenário econômico inter- nacional e afirmou que o aperto fiscal de seu governo durará o “tempo necessário”. Segundo Lula, “teremos tempos difíceis pela frente. O mundo entrou em um perío- do de maiores incertezas”. Folha de S. Paulo, 18/2/2003, capa (Com adaptações.) No texto, o uso de aspas serve para alertar o leitor de que as expressões destacadas têm duplo sentido. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) Há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), os gaúchos Cláudio e Lourdes aposentaram-se pelo sistema de previdência norte-americano e recebem do gover- no o chamado seguro social. Cláudio recebe US$ 900 por mês e Lourdes, US$ 450, benefícios que garantem as necessidades básicas. Assim como o casal de brasileiros, 44 milhões de aposentados recebem um se- guro social nos EUA. Para se aposentar, trabalhadores dos setores público e privado seguem basicamente as mesmas regras. O benefício é calculado de acordo com a contribuição do trabalhador ao longo da vida ativa. É preciso contribuir durante 35 anos, com 6,2% do salário. A maioria dos trabalhadores se aposenta aos 62 anos. O valor médio do benefício mensal é de US$ 750. Mas o que garante uma aposentadoria tranquila não é apenas o seguro social, ex- plica um especialista em previdência. O norte-americano tem que ter suas próprias economias ou um fundo de pensão complementar. Já na Inglaterra, se fosse uma trabalhadora qualquer, a rainha Elizabeth II, de 76 anos de idade, poderia estar aposentada há 16 anos. Em um país onde os chefes de Estado costumam permanecer no trono até a morte, as súditas têm o direito de se aposentar com 60 anos de vida. Os súditos, com 65 anos. Funcionários públicos e trabalhadores comuns recebem 350 libras de pensão por mês, metade do salário mínimo na Inglaterra. Para ter direito a esse benefício, os britânicos descontam em média 10% do que recebem. Além disso, todos são obrigados a pagar um plano de aposentadoria particular, para complementar a pensão que o Estado garante. O desconto médio é de 8% sobre os vencimentos. Assim fica assegurado um rendimento de metade do salário da ativa. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 12 As vantagens da modernização do sistema todos os aposentados britânicos per- cebem. Quem não tem onde morar ganha casa do governo. Quando as pernas fra- quejam, a condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer lugar. E, se já não der mais para sair de casa, um assistente social entrega comida na porta. Internet: <http://jornalnacional.globo.com/semana>. Acesso em 22 fev. 2003. (Com adaptações.) O sétimo parágrafo do texto pode ser reescrito da seguinte forma, mantendo-se cor- reta a pontuação: As vantagens da modernização do sistema, todos os aposentados britânicos percebem: quem não tem onde morar, ganha casa do governo; quando as pernas fraquejam, a condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer lugar; e, se já não der mais para sair de casa, um assistente social entrega comida na porta. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como fe- bre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciarque não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves insti- tuiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da Repú- blica. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casa- rões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e vio- lento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insa- tisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-re- construída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.) LÍ N G UA P O RT U G U ES A 13 Mantém-se o sentido do texto e a correção gramatical caso se retire a vírgula que vem logo depois de “Este”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Instrução: Cada um dos itens a seguir apresenta uma proposta de reescritura do período “A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o ‘bota-abaixo’ e insuflado pela imprensa, se revoltasse.”. Julgue-os quanto à correção gramatical e à coerência com as ideias do texto. 4. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) O fato de haver vacinação compulsória, foi apenas mais um dos elementos para que a população do Rio, insatisfeita com o “bota-abaixo” e insuflada pela imprensa, se revoltasse. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) O povo por estar in- satisfeito com o “bota-abaixo” e influenciado pela imprensa se revoltou contra a vacina. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) A vacinação obrigató- ria foi o elemento essencial para que ocorresse a Revolta da Vacina, embora a população já estivesse muito insatisfeita com o “bota-abaixo” e sendo insuflada pela imprensa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) O fato de a vaci- nação contra a varíola ser obrigatória levou o povo a se revoltar, embora houvesse outros motivos, tais como o “bota-abaixo”, além da motivação da imprensa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Bibliotecas: Sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais deixa- ram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes de prince- sas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados diplomáti- cos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida para o Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa. Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. (Com adaptações.) O sinal de dois-pontos empregado imediatamente após “biblioteca” introduz um termo de natureza explicativa. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 14 COESÃO E COERÊNCIA 9. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21 minutos aos senadores e deputados, o presidente alertou também para a piora do cenário econômico inter- nacional e afirmou que o aperto fiscal de seu governo durará o “tempo necessário”. Segundo Lula, “teremos tempos difíceis pela frente. O mundo entrou em um perío- do de maiores incertezas”. Folha de S. Paulo, 18 fev. 2003, capa. (Com adaptações.) O emprego da expressão “alertou também” reforça a informação negativa contida nas palavras do presidente anteriormente citadas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) A relação entre as ideias das duas últimas orações do texto poderia ser representada por qualquer uma das conjunções a seguir: uma vez que, já que, pois, porque. ( ) CERTO ( ) ERRADO 11. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) Há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), os gaúchos Cláudio e Lourdes aposentaram-se pelo sistema de previdência norte-americano e recebem do gover- no o chamado seguro social. Cláudio recebe US$ 900 por mês e Lourdes, US$ 450, benefícios que garantem as necessidades básicas. Assim como o casal de brasileiros, 44 milhões de aposentados recebem um se- guro social nos EUA. Para se aposentar, trabalhadores dos setores público e privado seguem basicamente as mesmas regras. O benefício é calculado de acordo com a contribuição do trabalhador ao longo da vida ativa. É preciso contribuir durante 35 anos, com 6,2% do salário. A maioria dos trabalhadores se aposenta aos 62 anos. O valor médio do benefício mensal é de US$ 750. Mas o que garante uma aposentadoria tranquila não é apenas o seguro social, ex- plica um especialista em previdência. O norte-americano tem que ter suas próprias economias ou um fundo de pensão complementar. Já na Inglaterra, se fosse uma trabalhadora qualquer, a rainha Elizabeth II, de 76 anos de idade, poderia estar aposentada há 16 anos. Em um país onde os chefes de Estado costumam permanecer no trono até a morte, as súditas têm o direito de se aposentar com 60 anos de vida. Os súditos, com 65 anos. Funcionários públicos e trabalhadores comuns recebem 350 libras de pensão por mês, metade do salário mínimo na Inglaterra. Para ter direito a esse benefício, os britânicos descontam em média 10% do que recebem. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 15 Além disso, todos são obrigados a pagar um plano de aposentadoria particular, para complementar a pensão que o Estado garante. O desconto médio é de 8% sobre os vencimentos. Assim fica assegurado um rendimento de metade do salário da ativa. As vantagens da modernização do sistema todos os aposentados britânicos per- cebem. Quem não tem onde morar ganha casa do governo. Quando as pernas fra- quejam, a condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer lugar. E, se já não der mais para sair de casa, um assistente social entrega comida na porta. Internet: <http://jornalnacional.globo.com/semana>. Acesso em: 22 fev. 2003 (com adaptações). A forma verbal “percebem” está sendo utilizada com o sentido de recebem proventos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) No ano passado, as forças armadas brasileiras gastaram R$ 8 bilhões para pagar o soldo dos militares e R$ 12 bilhões para depositar pensões e aposentadorias. Par- te desses benefícios financia os chamados regimes especiais. O benefício a que as filhasde militares têm direito foi criado na época da Guerra do Paraguai. O governo previa baixas no conflito e estabeleceu uma garantia para as famílias dos comba- tentes. A pensão vale até hoje — 132 anos depois da guerra. Só os militares que ingressaram a partir de 2000 não deixam a pensão vitalícia para as filhas. Internet: <http://www.globo.jornalnacional>. (Com adaptações.) Depreende-se das informações do texto que os termos “soldo”, “pensões” e “apo- sentadorias” estão sendo retomados de forma sintética pela expressão “benefícios”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Tempo livre A questão do tempo livre — o que as pessoas fazem com ele, que chances even- tualmente oferece o seu desenvolvimento — não pode ser formulada em generali- dade abstrata. A expressão, de origem recente — aliás, antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma vida folgada e, portanto, algo qualitativamente distinto e muito mais grato -, opõe-se a outra: à de tempo não-livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos acrescentar, na verdade, determinado de fora. O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais fundamen- talmente, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém as pessoas sob um fascínio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simples entre as pessoas em si e seus papéis sociais. Em uma época de integração social sem precedentes, fica difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 16 A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta: “Com o aumento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condições de não-liber- dade, isto é, sob relações de produção em que as pessoas nascem inseridas e que, hoje como antes, lhes prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com o tempo livre?” Se se cuidasse de responder à questão sem asserções ideológicas, tor- nar-se-ia imperiosa a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não-liberdade, tão desconhecida da maioria das pessoas não-livres como a sua não-liberdade em si mesma. T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Maria Helena Ruschel (Trad.). Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82. (Com adaptações.) No texto anterior (grifo meu), o termo “encantamento” faz referência ao poder exer- cido pela sociedade sobre as pessoas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Em busca do tempo (livre) perdido Tempo é sinônimo de dinheiro desde que a Revolução Industrial mudou para sempre os meios de produção. O resultado acabou sendo, de certa forma, nefasto para o trabalhador. Hoje se passam horas demais no ambiente de trabalho e horas de menos com a família. Até as férias foram minguando. “O excesso de trabalho é um fenômeno global. O mercado global e a tecnologia de comunicação instantânea fizeram do trabalhador um escravo do relógio. E nós nos tornamos escravos dessa tecnologia. É importante colocar limites, caso contrário, o trabalho dominará nossas vidas”, diz Joe Robinson, autor do livro Traba- lhar para Viver. Em todo o mundo, uma série de organizações tem buscado colocar a redução e a flexibilização do horário de trabalho e o aumento do período de férias na pauta política de seus países. “Nos Estados Unidos, temos as menores férias do mundo industrializado: 8,1 dias depois de um ano de trabalho e 10 dias depois de três anos”, acrescenta Robinson. Galileu, out. 2005. (Com adaptações.) Na oração “O resultado acabou sendo, de certa forma, nefasto para o trabalhador”, a retirada da expressão “para o trabalhador”, que complementa o vocábulo “nefasto”, não alteraria as relações semânticas do texto, visto que o emprego desse vocábulo é suficiente para que se compreendam. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 17 15. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Como nasce uma história (fragmento) Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta. — Sétimo — pedi. A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção se fixou num aviso que dizia: É expressamente proibido os funcionários, no ato da subida, utilizarem os elevado- res para descerem. Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de problema complicado, este do infinito pessoal. Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser rigoro- samente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito, sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da outra infelizmente já não me lembrava. Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor que se preza. Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma simples e correta de formular a proibição: É proibido subir para depois descer. É proibido subir no elevador com intenção de descer. É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quando ele estiver subindo. Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo. Mais simples ainda: Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo. De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a enunciação de algo que não quer dizer absolutamente nada: Se quiser descer, não suba. Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1995, p. 137-140. (Com adaptações.) O sentido do período seria mantido, mas a correção gramatical seria prejudicada, caso se substituísse “atingi a síntese perfeita” por cheguei à síntese perfeita. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 18 16. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Um dos indicadores de saúde comumente utilizados no Brasil é a esperança de vida ao nascer, que corresponde ao número de anos que um indivíduo vai viver, considerando-se a duração média da vida dos membros da população. O valor des- se índice tem sofrido modificações substanciais no decorrer do tempo, à medida que as condições sociais melhoram e as conquistas da ciência e da tecnologia são colocadas a serviço do homem. A julgar por estudos procedidos em achados fósseis e em sítios arqueológicos, a esperança de vida do homem pré-histórico ao nascer seria extremamente baixa, em torno de 18 anos; na Grécia e na Roma antigas, estaria entre 20 e 30 anos, pou- co tendo se modificado na Idade Média e na Renascença. Mais recentemente, têm sido registrados valores progressivamente mais elevados para a esperança de vida ao nascer. Essa situação está ilustrada no gráfico abaixo, que mostra a evolução da esperança de vida do brasileiro ao nascer, de 1940 a 2000. 80,0 70,5 60,0 42,0 40,0 20,0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 0 M. Z. Rouquayrol e N. de Almeida Filho. In: Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003, p. 68. (Com adaptações.) O termo “Essa situação”, empregado no último período do texto, refere-se exclusi- vamente à Informação Prestada No Penúltimo Período. ( ) CERTO ( ) ERRADO 17. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) Da tomada para a estrada Dois modelos de veículo de uma montadora italiana, movidos a energiaelétrica, já estão prontos para rodar. Os protótipos foram desenvolvidos no Brasil pela empresa Itaipu Binacional, com o objetivo de nacionalizar a tecnologia de produção de carros elétricos. Basta colocá-los na tomada por um período de oito horas para que eles es- tejam aptos a rodar aproximadamente 120 km. Os deslocamentos podem ser velozes, já que os veículos conseguem atingir uma velocidade de até 130 km por hora. O deta- lhe mais animador é que, para isso, se gasta de quatro a cinco vezes menos do que se forem utilizados combustíveis convencionais, como o álcool ou a gasolina. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 19 O motorista que experimentar dirigir os protótipos não deverá estranhá-los. “É muito simples guiá-los, pois as diferenças em relação aos carros tradicionais são mí- nimas”, explica o engenheiro eletricista Celso Novais, coordenador geral brasileiro do projeto Veículo Elétrico. “A principal distinção é que não existe partida. O veículo liga como se fosse acionado por um interruptor.” Segundo Novais, quando está parado - em um congestionamento, por exemplo -, o veículo não consome energia. “A bateria que o alimenta é totalmente reciclável e pode ser recarregada cerca de 1.500 vezes.” O coordenador do projeto destaca o aspecto econômico como uma das gran- des vantagens do carro elétrico, ao compará-lo com um veículo movido a gasolina. “Com um litro do combustível, é possível percorrer 15 km em média. No entanto, se o mesmo valor gasto com essa quantidade de gasolina for empregado na compra de energia elétrica, é possível rodar cerca de 40 km.” Além de enfatizar as vanta- gens econômicas, Novais salienta os incontestáveis benefícios ambientais. “O carro elétrico não faz barulho nem polui a atmosfera, já que não emite gás carbônico ou qualquer outra substância química.” Jaqueline Bartzen. Ciência hoje. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>. (Com adaptações.) Sem prejuízo para a correção gramatical, o título da reportagem poderia ser Da tomada à estrada. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) A forma pronominal ‘los’, em ‘guiá-los’, faz referência a carros movidos a energia elétrica em geral. ( ) CERTO ( ) ERRADO 19. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 20 Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) Do texto não é possível concluir se “o pobre namorado” é Antônio Carlos de Oliveira ou o Sr. Dr. Estêvão Soares. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Texto I Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na pa- rede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, per- guntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, obser- vara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas. Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. (Com adaptações.) O verbo dever, “deve ser 227” foi empregado no sentido de ser provável. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 21 INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 21. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21 minutos aos senadores e deputados, o presidente alertou também para a piora do cenário econômico inter- nacional e afirmou que o aperto fiscal de seu governo durará o “tempo necessário”. Segundo Lula, “teremos tempos difíceis pela frente. O mundo entrou em um perío- do de maiores incertezas”. Folha de S. Paulo, 18 fev. /2003, capa. (Com adaptações.) Infere-se do texto que o atual governo brasileiro não acredita que uma guerra con- tra o Iraque de Saddam Hussein possa acarretar dificuldades econômicas mais acen- tuadas para países como o Brasil, quase autossuficiente em petróleo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 22. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Tempo livre A questão do tempo livre — o que as pessoas fazem com ele, que chances even- tualmente oferece o seu desenvolvimento — não pode ser formulada em generali- dade abstrata. A expressão, de origem recente — aliás, antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma vida folgada e, portanto, algo qualitativamente distinto e muito mais grato -, opõe-se a outra: à de tempo não-livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos acrescentar, na verdade, determinado de fora. O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais fundamentalmen- te, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade. Mas esta, agora como an- tes, mantém as pessoas sob um fascínio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simples entre as pessoas em si e seus papéis sociais. Em uma época de integração so- cial sem precedentes, fica difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho. A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta: “Com o au- mento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condições de não-liberdade,isto é, sob relações de produção em que as pessoas nascem inseridas e que, hoje como antes, lhes prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com o tempo livre?” Se se cuidasse de responder à questão sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não-liberdade, tão desco- nhecida da maioria das pessoas não-livres como a sua não-liberdade em si mesma. T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Maria Helena Ruschel (Trad.). Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82. (Com adaptações.) LÍ N G UA P O RT U G U ES A 22 Como, de acordo com o texto, as características essenciais ao “tempo livre” se ba- seiam na oposição entre este e o “tempo não-livre”, é correto concluir que as formas de uso do “tempo livre” serão as mesmas em qualquer época. ( ) CERTO ( ) ERRADO 23. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Conclui-se da leitura do texto que tanto o “tempo não-livre” quanto o “tempo livre” são condicionados pela sociedade. ( ) CERTO ( ) ERRADO 24. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Do primeiro pará- grafo do texto, depreende-se que a ideia de tempo livre, isto é, a de tempo não ocupado pelo trabalho, não é nova. ( ) CERTO ( ) ERRADO 25. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Um dos indicadores de saúde comumente utilizados no Brasil é a esperança de vida ao nascer, que corresponde ao número de anos que um indivíduo vai viver, considerando-se a duração média da vida dos membros da população. O valor des- se índice tem sofrido modificações substanciais no decorrer do tempo, à medida que as condições sociais melhoram e as conquistas da ciência e da tecnologia são colocadas a serviço do homem. A julgar por estudos procedidos em achados fósseis e em sítios arqueológicos, a esperança de vida do homem pré-histórico ao nascer seria extremamente baixa, em torno de 18 anos; na Grécia e na Roma antigas, estaria entre 20 e 30 anos, pou- co tendo se modificado na Idade Média e na Renascença. Mais recentemente, têm sido registrados valores progressivamente mais elevados para a esperança de vida ao nascer. Essa situação está ilustrada no gráfico abaixo, que mostra a evolução da esperança de vida do brasileiro ao nascer, de 1940 a 2000. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 23 80,0 70,5 60,0 42,0 40,0 20,0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 0 M. Z. Rouquayrol e N. de Almeida Filho. In: Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003, p. 68. (Com adaptações.) No Brasil, o fenômeno do aumento da esperança de vida ao nascer atinge de ma- neira uniforme todas as classes sociais, pois esse indicador não é influenciado pela renda familiar. ( ) CERTO ( ) ERRADO 26. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Texto I Envelhecimento, pobreza e proteção social na América Latina O processo de envelhecimento populacional, no seu primeiro estágio, resulta em um aumento, pelo menos relativo, da oferta da força de trabalho. Nas etapas pos- teriores, a proporção desse grupo no total da população diminui e, eventualmente, diminuirá em termos absolutos, como é a situação atual do Japão e de vários países europeus. Por outro lado, o segmento com idade avançada passa a ser o que mais cresce. Esse crescimento acentuado do segmento que demanda maiores recursos monetários e cuidados humanos, afetivos e psicológicos, em face da redução do contingente populacional em idade ativa, fez com que o envelhecimento populacio- nal entrasse na agenda das políticas públicas pelo lado negativo, ou seja, ele é visto como “um problema”. A. A. Camarano e M.T. Pasinato. Texto para discussão. Brasília: IPEA, 2007. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 24 Texto II Os impactos sociais da velhice Idade Ativa — No caso da previdência, os idosos são o grande problema? Ana Amélia Camarano — Eu acho que esse é outro engano. Claro que você tem mais gente idosa e gente vivendo mais. Agora, o que acontece é que o nosso mo- delo de previdência é o mesmo da Europa Ocidental, dos EUA, modelos desenhados no pós-guerra, quando havia emprego, as pessoas se aposentavam e ficavam pouco tempo aposentadas porque morriam logo. Então, esse modelo está falido. Esse ce- nário mudou. Nós não estamos mais no mundo do trabalho estável, não temos mais o pleno emprego e as relações de trabalho hoje passam pela flexibilização. E a tão falada flexibilização significa informalização. A nossa política social é toda ligada ao trabalho. A Constituição de 1988 mudou um pouco, mas até então só tinha direito ao benefício da previdência quem trabalhava. Era uma cidadania ligada ao trabalho e, não, ao benefício do trabalhador. E isso não é mais possível. Nós estamos cami- nhando para um mundo sem trabalho. Internet: <www.techway.com.br>. (Com adaptações.) De acordo com o texto I, é correto afirmar que há países europeus em que a força de trabalho, em relação ao total da população, já se reduziu. ( ) CERTO ( ) ERRADO 27. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) De acordo com o de- senvolvimento e a organização das ideias do texto I, depreende-se que “segmento que demanda maiores recursos monetários e cuidados humanos, afetivos e psicoló- gicos” e “segmento com idade avançada” referem-se ao mesmo conjunto de indiví- duos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 28. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como fe- bre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves insti- tuiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da Repú- blica. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 25 O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casa- rões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e vio- lento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insa- tisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-re- construída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.) O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. ( ) CERTO ( ) ERRADO 29. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) Da tomada para aestrada Dois modelos de veículo de uma montadora italiana, movidos a energia elétrica, já estão prontos para rodar. Os protótipos foram desenvolvidos no Brasil pela em- presa Itaipu Binacional, com o objetivo de nacionalizar a tecnologia de produção de carros elétricos. Basta colocá-los na tomada por um período de oito horas para que eles estejam aptos a rodar aproximadamente 120 km. Os deslocamentos podem ser velozes, já que os veículos conseguem atingir uma velocidade de até 130 km por hora. O detalhe mais animador é que, para isso, se gasta de quatro a cinco vezes menos do que se forem utilizados combustíveis convencionais, como o álcool ou a gasolina. O motorista que experimentar dirigir os protótipos não deverá estranhá-los. “É muito simples guiá-los, pois as diferenças em relação aos carros tradicionais são mínimas”, explica o engenheiro eletricista Celso Novais, coordenador geral brasileiro do projeto Veículo Elétrico. “A principal distinção é que não existe partida. O veículo liga como se fosse acionado por um interruptor.” Segundo Novais, quando está parado - em um congestionamento, por exemplo -, o veículo não consome energia. “A bateria que o alimenta é totalmente reciclável e pode ser recarregada cerca de 1.500 vezes.” LÍ N G UA P O RT U G U ES A 26 O coordenador do projeto destaca o aspecto econômico como uma das gran- des vantagens do carro elétrico, ao compará-lo com um veículo movido a gasolina. “Com um litro do combustível, é possível percorrer 15 km em média. No entanto, se o mesmo valor gasto com essa quantidade de gasolina for empregado na compra de energia elétrica, é possível rodar cerca de 40 km.” Além de enfatizar as vanta- gens econômicas, Novais salienta os incontestáveis benefícios ambientais. “O carro elétrico não faz barulho nem polui a atmosfera, já que não emite gás carbônico ou qualquer outra substância química.” Jaqueline Bartzen. Ciência hoje. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>. (Com adaptações.) O texto é uma reportagem sobre os veículos movidos a energia elétrica que estão sendo usados no Brasil. ( ) CERTO ( ) ERRADO 30. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) De acordo com o texto, é correto inferir que a bateria dos veículos elétricos só será reciclada se apresentar defeito. ( ) CERTO ( ) ERRADO 31. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) A principal vantagem dos veículos movidos a energia elétrica é o fato de serem muito semelhantes aos carros tradicionais, sendo que a principal distinção entre os dois tipos é o mecanismo usado para ligar o carro. ( ) CERTO ( ) ERRADO 32. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) Entre os principais benefícios que o carro elétrico trará aos consumidores, está o financeiro, uma vez que o novo veículo será mais econômico e com valor de mercado menor que o dos automóveis convencionais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 33. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 27 Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) Depreende-se do texto que Antônio Carlos de Oliveira vai iniciar uma atividade pro- fissional ligada à propaganda, para a qual tem muito talento. ( ) CERTO ( ) ERRADO 34. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Designado para fazer a crítica dos espetáculos líricos de setembro de 1846 a outubro do ano seguinte no Jornal do Comércio, Martins Pena se revelou um pro- fundo conhecedor da arte cênica, tanto no que se refere à prática teatral (cenário, representação, maquinarias) quanto a sua história, sendo não raro seus incisivos ar- gumentos a causa de grandes polêmicas no teatro representado na corte brasileira. Pena ganhou evidência como comediógrafo a partir de 1838, ano em que foi encenada sua peça O Juiz de Paz na Roça. Embora tenha produzido alguns dramas (que lhe renderam duras críticas), destacou-se de fato pelas suas comédias e farsas, nas quais retratou a cultura e os costumes da sociedade do seu tempo. Nas suas obras, Pena buscou uma tomada de consciência de um momento da história de nosso país, que recém adquiria uma limitada independência, e tentou pensar criticamente nossa cultura, com as restrições que o contexto impunha ao trabalho intelectual, desvencilhando-se da tradição clássica, das comédias francesas, do teatro lírico e do melodrama, para criar uma nova comédia com traços muito pessoais, o que lhe garantiu sucesso imediato em seu tempo e um significado ímpar na história do teatro brasileiro. Internet: <www.questaodecritica.com.br>. (Com adaptações.) Depreende-se do texto que Martins Pena começou a fazer sucesso imediatamente após começar a escrever para o Jornal do Comércio. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 28 35. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Texto I Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na pa- rede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, per- guntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, obser- vara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas. Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. (Com adaptações.) O trecho “dá muito trabalho” constitui uma referência de seu Joaquim à confecção da estante, tarefa que, segundo ele, seria trabalhosa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 36. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016)De acordo com as infor- mações do texto, é correto inferir que seu Joaquim era analfabeto, uma vez que ele “desenhou o endereço na nota”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 37. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Texto I Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na pa- rede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 29 O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, per- guntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, obser- vara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas. Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. (Com adaptações.) De acordo com as informações do texto, Vinicius de Moraes passou a morar no apartamento onde antes residia Mário Pedrosa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 38. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) O “momento de hesitação” vivido pelo narrador deveu-se ao medo de informar o endereço a um desconhecido. ( ) CERTO ( ) ERRADO 39. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais deixa- ram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes de prince- sas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados diplomáti- cos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida para o Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa. Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. (Com adaptações.) A Real Livraria foi erguida com os destroços resultantes do terremoto que atingiu Lisboa, como símbolo da força de Portugal na superação da tragédia que acabava de assolar o país. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 30 SIGNIFICADO DAS PALAVRAS 40. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) Há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), os gaúchos Cláudio e Lourdes aposentaram-se pelo sistema de previdência norte-americano e recebem do gover- no o chamado seguro social. Cláudio recebe US$ 900 por mês e Lourdes, US$ 450, benefícios que garantem as necessidades básicas. Assim como o casal de brasileiros, 44 milhões de aposentados recebem um se- guro social nos EUA. Para se aposentar, trabalhadores dos setores público e privado seguem basicamente as mesmas regras. O benefício é calculado de acordo com a contribuição do trabalhador ao longo da vida ativa. É preciso contribuir durante 35 anos, com 6,2% do salário. A maioria dos trabalhadores se aposenta aos 62 anos. O valor médio do benefício mensal é de US$ 750. Mas o que garante uma aposentadoria tranquila não é apenas o seguro social, ex- plica um especialista em previdência. O norte-americano tem que ter suas próprias economias ou um fundo de pensão complementar. Já na Inglaterra, se fosse uma trabalhadora qualquer, a rainha Elizabeth II, de 76 anos de idade, poderia estar aposentada há 16 anos. Em um país onde os chefes de Estado costumam permanecer no trono até a morte, as súditas têm o direito de se aposentar com 60 anos de vida. Os súditos, com 65 anos. Funcionários públicos e trabalhadores comuns recebem 350 libras de pensão por mês, metade do salário mínimo na Inglaterra. Para ter direito a esse benefício, os britânicos descontam em média 10% do que recebem. Além disso, todos são obrigados a pagar um plano de aposentadoria particular, para complementar a pensão que o Estado garante. O desconto médio é de 8% sobre os vencimentos. Assim fica assegurado um rendimento de metade do salário da ativa. As vantagens da modernização do sistema todos os aposentados britânicos per- cebem. Quem não tem onde morar ganha casa do governo. Quando as pernas fra- quejam, a condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer lugar. E, se já não der mais para sair de casa, um assistente social entrega comida na porta. Internet: <http://jornalnacional.globo.com/semana>. Acesso em 22 fev. 2003. (Com adaptações.) A expressão “vitalícia” tem o sentido de assegurada depois da morte do genitor. ( ) CERTO ( ) ERRADO 41. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 31 Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oli- veira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) No texto, a palavra “fortuna” pode ser interpretada tanto como sucesso quanto como riqueza. ( ) CERTO ( ) ERRADO 42. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Texto I Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na pa- rede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, per- guntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Penseirápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, obser- vara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 32 ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas. Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. (Com adaptações.) A expressão “armar ali a minha tenda” foi empregada no texto em sentido figurado. ( ) CERTO ( ) ERRADO CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 43. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) Como nasce uma história (fragmento) Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta. — Sétimo — pedi. A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção se fixou num aviso que dizia: É expressamente proibido os funcionários, no ato da subida, utilizarem os elevado- res para descerem. Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de problema complicado, este do infinito pessoal. Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser rigoro- samente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito, sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da outra infelizmente já não me lembrava. Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor que se preza. Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma simples e correta de formular a proibição: É proibido subir para depois descer. É proibido subir no elevador com intenção de descer. É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quando ele estiver subindo. Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo. Mais simples ainda: Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 33 De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a enunciação de algo que não quer dizer absolutamente nada: Se quiser descer, não suba. Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1995, p. 137-140. (Com adaptações.) O trecho das linhas 5 e 6 pode ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte maneira: É expressamente proibido a utilização dos elevadores que tiverem subindo pelos funcionários que desejarem descer. ( ) CERTO ( ) ERRADO 44. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como fe- bre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves insti- tuiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da Repú- blica. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casa- rões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e vio- lento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insa- tisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-re- construída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.) LÍ N G UA P O RT U G U ES A 34 A população do Rio fez uma revolta por causa da vacinação obrigatória, uma vez que já estava insatisfeita com o “bota-abaixo” e insufladas pela imprensa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 45. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) A oração introduzida pela preposição “por” remete a uma ação anterior ao estado descrito na oração “Estamos ansiosos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO GÊNEROS TEXTUAIS Leia o texto a seguir e responda às questões. Como nasce uma história (fragmento) Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o que dizia a tabuleta no alto da porta. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 35 — Sétimo — pedi. A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção se fixou num aviso que dizia: É expressamente proibido os funcionários, no ato da subida, utilizarem os elevado- res para descerem. Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de problema complicado, este do infinito pessoal. Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser rigoro- samente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito, sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da outra infelizmente já não me lembrava. Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estarele concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor que se preza. Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma simples e correta de formular a proibição: É proibido subir para depois descer. É proibido subir no elevador com intenção de descer. É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quando ele estiver subindo. Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo. Mais simples ainda: Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo. De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a enunciação de algo que não quer dizer absolutamente nada: Se quiser descer, não suba. Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1995, p. 137-140. (Com adaptações.) 46. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2008) O gênero textual apre- sentado permite o emprego da linguagem coloquial, como ocorre, por exemplo, em “Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro” e “um tijolo de burrice”. ( ) CERTO ( ) ERRADO TERMOS DA ORAÇÃO 47. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como fe- bre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 36 Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves insti- tuiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da Repú- blica. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casa- rões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e vio- lento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insa- tisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-re- construída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.) A expressão “confrontos generalizados” desempenha a função sintática de comple- mento de “ocorreram”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Instrução: Cada um dos itens a seguir apresenta uma proposta de reescritura do período “A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o ‘bota-abaixo’ e insuflado pela imprensa, se revoltasse.”. Julgue-os quanto à correção gramatical e à coerência com as ideias do texto. 48. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE – ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) Da tomada para a estrada Dois modelos de veículo de uma montadora italiana, movidos a energia elétrica, já estão prontos para rodar. Os protótipos foram desenvolvidos no Brasil pela empresa Itaipu Binacional, com o objetivo de nacionalizar a tecnologia de produção de carros elétricos. Basta colocá-los na tomada por um período de oito horas para que eles es- tejam aptos a rodar aproximadamente 120 km. Os deslocamentos podem ser velozes, já que os veículos conseguem atingir uma velocidade de até 130 km por hora. O deta- lhe mais animador é que, para isso, se gasta de quatro a cinco vezes menos do que se forem utilizados combustíveis convencionais, como o álcool ou a gasolina. LÍ N G UA P O RT U G U ES A 37 O motorista que experimentar dirigir os protótipos não deverá estranhá-los. “É muito simples guiá-los, pois as diferenças em relação aos carros tradicionais são mí- nimas”, explica o engenheiro eletricista Celso Novais, coordenador geral brasileiro do projeto Veículo Elétrico. “A principal distinção é que não existe partida. O veículo liga como se fosse acionado por um interruptor.” Segundo Novais, quando está parado - em um congestionamento, por exemplo -, o veículo não consome energia. “A bateria que o alimenta é totalmente reciclável e pode ser recarregada cerca de 1.500 vezes.” O coordenador do projeto destaca o aspecto econômico como uma das gran- des vantagens do carro elétrico, ao compará-lo com um veículo movido a gasolina. “Com um litro do combustível, é possível percorrer 15 km em média. No entanto, se o mesmo valor gasto com essa quantidade de gasolina for empregado na compra de energia elétrica, é possível rodar cerca de 40 km.” Além de enfatizar as vanta- gens econômicas, Novais salienta os incontestáveis benefícios ambientais. “O carro elétrico não faz barulho nem polui a atmosfera, já que não emite gás carbônico ou qualquer outra substância química.” Jaqueline Bartzen. Ciência hoje. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>. (Com adaptações.) A palavra ‘partida’ complementa o sentido da forma verbal ‘existe’. ( ) CERTO ( ) ERRADO 49. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) LÍ N G UA P O RT U G U ES A 38 O termo introduzido pela preposição “para” em “levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez” exerce a função de complemento do verbo “pedir”. ( ) CERTO () ERRADO PERÍODO COMPOSTO: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO 50. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a co- média em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplau- diu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.) O vocábulo “que” classifica-se como conjunção e introduz o sujeito da oração “Consta-nos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 39 GABARITO COMENTADO 1. No texto, o uso de aspas serve para transcrever a fala do presidente, relatando o que realmente foi dito por ele O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real”. GABARITO OFICIAL: ERRADO 2. As pontuações estão corretas. GABARITO OFICIAL: CERTO 3. Ao trecho: (...) nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho. “Este” se refere a Francisco Passos, o qual nomeou outros. O termo “por sua vez” serve para explicar o que será descrito posteriormente, portanto deve estar entre vírgulas. GABARITO OFICIAL: ERRADO 4. Não deve haver vírgula após a palavra “compulsória”, um erro gramatical. GABARITO OFICIAL: ERRADO 5. A maneira correta quanto à pontuação é: “O povo, por estar insatisfeito com o ‘bota-abaixo’ e influenciado pela imprensa, se revoltou contra a vacina, e a vacina – por ser obrigatória – foi o estopim para a revolta”. GABARITO OFICIAL: ERRADO 6. Reescrita adequada tanto quanto ao sentido como gramaticalmente. GABARITO OFICIAL: CERTO 7. Reescrita adequada, gramatical e coerentemente. GABARITO OFICIAL: CERTO 8. Terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria, os dois pontos antecedem um termo explicativo. GABARITO OFICIAL: CERTO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 40 9. Voltemos ao texto: (...) o “vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21 minutos aos senadores e deputados, o presidente alertou também para a piora do cenário econômico internacional (...). O termo reforça as informações negativas citadas pelo presidente. GABARITO OFICIAL: CERTO 10. Ao trecho: Segundo Lula, “teremos tempos difíceis pela frente. O mundo entrou em um período de maiores incertezas”. Poderíamos unir os dois períodos com quaisquer das conjunções causais, que dariam coesão à ideia apresentada (o segundo período corresponde à causa da ideia apresentada no primeiro). GABARITO OFICIAL: CERTO 11. Ao texto: (...) As vantagens da modernização do sistema todos os aposentados britânicos percebem, percebem as vantagens da modernização do sistema. GABARITO OFICIAL: ERRADO 12. “Soldo” é a parcela relativa ao posto e à graduação do militar; pensão e aposenta- doria são benefícios (mesmo que você não saiba o que é “soldo”, conseguirá res- ponder à questão por conhecer os outros dois termos). Portanto, o termo retoma “pensão” e “aposentadoria”, apenas. GABARITO OFICIAL: ERRADO 13. Ao trecho: (...) fica difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos sub- jetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho. GABARITO OFICIAL: CERTO 14. O termo “nefasto”, no contexto; precisa de complemento (nominal), pois o re- sultado acabou sendo nefasto (ruim) para algo ou alguém (no caso, alguém: o trabalhador). GABARITO OFICIAL: ERRADO 15. O período estaria correto tanto quanto ao sentido como gramaticalmente. GABARITO OFICIAL: ERRADO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 41 16. Ao texto: (...) Mais recentemente, têm sido registrados valores progressivamente mais elevados para a esperança de vida ao nascer. Essa situação está ilustrada no gráfico abaixo, relação com o assunto abordado no período anterior (têm sido registrados valores...). GABARITO OFICIAL: CERTO 17. O título estaria coerente e gramaticalmente correto. GABARITO OFICIAL: CERTO 18. Ao trecho: (...) O motorista que experimentar dirigir os protótipos não deverá estra- nhá-los. “É muito simples guiá-los...”. = o pronome faz referência aos protótipos. GABARITO OFICIAL: ERRADO 19. Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nas- cendo o Sol Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Co- mércio. Através da leitura do parágrafo não se sabe, realmente, quem é o sujeito. GABARITO OFICIAL: CERTO 20. “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”, levan- do em conta a numeração do prédio que fica em frente ao dele, o narrador deduz a numeração do seu, achando-a provável. GABARITO OFICIAL: CERTO 21. O texto não aborda este tema. GABARITO OFICIAL: ERRADO 22. Segundo o texto, (...) o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade (...), e como esta sofre mudanças com o passar do tempo, não podemos afirmar que as formas de “tempo livre” serão as mesmas em qualquer época. GABARITO OFICIAL: ERRADO 23. Busquemos no texto: (...) Além do mais, muito mais fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade (...) Em uma época de integração social sem precedentes, fica difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. GABARITO OFICIAL: CERTO LÍ N G UA P O RT U G U ES A 42 24. Ao texto! (...) A expressão, de origem recente, aliás; antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma vida folgada. GABARITO OFICIAL: CERTO 25. Voltemos ao texto: (...) O valor desse índice tem sofrido modificações substanciais no decorrer do tempo, à medida que as condições sociais melhoram, influência da renda familiar. GABARITO OFICIAL: ERRADO 26. Ao texto: O processo de envelhecimento populacional, no seu primeiro estágio, resulta em um aumento, pelo menos relativo, da oferta da força de trabalho. Nas etapas posteriores, a proporção desse grupo no total da população diminui e, eventualmente, diminuirá em termos absolutos, como é a situação atual do Japão e de vários países europeus. Os termos destacados se relacionam. GABARITO OFICIAL: CERTO 27. Texto: (...) o segmento com idade avançada passa a ser o que mais cresce. Esse crescimento acentuado do segmento que demanda maiores recursos monetários e cuidados humanos, afetivos e psicológicos. = maneiras de se referir à velhice. GABARITO OFICIAL: CERTO 28. O texto não apresenta o ponto de vista do autor,
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