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2.000 De acordo com o edital da PM-SP/2021. Organizado por disciplinas. Questões atualizadas da VUNESP. Gabarito oficial ao final de cada disciplina. ?caderno deQUESTÕES- Língua Portuguesa - Matemática - Conhecimentos Gerais (História e Geografia) - Noções de Informática - Noções de Administração Pública PM-SP QUESTÕES PARA QUESTÕES PARA PM-SP 2.000 PM-SP ?caderno deQUESTÕESQUESTÕES NV-LV005-21-2000-QUESTOES-PM-SP Cód.: 7908428800031 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. Portanto, no caso de atualizações voluntárias e erratas, estas serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br por meio do código de acesso disponível neste material. Organização Ana Claudia Prado de Deus Carolina Gomes Guilherme Silva Camilo Larissa Pegoraro Maciel Ferreira Rigoni Diagramação Willian Lopes Capa Joel Ferreira dos Santos Projeto Gráfico Daniela Jardim & Rene Bueno Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra Caderno de Questões da Polícia Militar de São Paulo Soldado PM de 2ª Classe Disciplinas LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA CONHECIMENTOS GERAIS – HISTÓRIA E GEOGRAFIA NOÇÕES DE INFORMÁTICA NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Data da Publicação Janeiro/2021 APRESENTAÇÃO O treino de questões, além de testar seus conhecimentos, é fundamental para compreender melhor o perfil da banca organizadora. Ao mesmo tempo que você revisa a teoria estudada, você pratica a metodologia da banca e cria uma rotina de estudos essencial para a sua preparação. Pensando nisso, a série Caderno de Questões da Editora Nova Concursos apresenta 2000 Questões para PM-SP da banca VUNESP, organizadas em disciplinas de acordo com os assuntos abordados no edital da PM-SP/2021. Neste material, você encontra ainda o gabarito oficial, ao final de cada disciplina, para conferir e acompanhar o seu desempenho. A meta é estudar até passar! SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................................... 07 MATEMÁTICA ............................................................................................................. 139 CONHECIMENTOS GERAIS – HISTÓRIA E GEOGRAFIA ........................ 194 NOÇÕES DE INFORMÁTICA ................................................................................. 267 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................... 311 PO RT U G U ÊS 7 PORTUGUÊS 1. (VUNESP – 2020) Leia o texto para responder à questão. O galã Um belo dia, naquela pacata e honesta capital da provín- cia de segunda ordem, apareceram, pregados nas esquinas, enormes cartazes anunciando a próxima estreia de uma excelente companhia dramática, vinda do Rio de Janeiro. Há muito tempo o velho teatro não abria as portas ao público, e este, enfarado1 de peloticas2 e cavalinhos, andava sequioso de drama e comédia. Havia, portanto, na cidade uma animação e rebuliço desusados. Falara-se na vinda da companhia, mas ninguém tinha absoluta certeza de que ela viesse, porque o empresário receava não fazer para as despesas. Agora, os cartazes, impressos em letras garrafais, confirmavam a auspiciosa notícia, provocando um entusiasmo indizível. Muita gente saía de casa só para os ver, certificando-se, pelos próprios olhos, de tão grata novidade. A companhia anunciada era, efetivamente, a melhor, tal- vez, de quantas até então se tinham aventurado às incerte- zas de uma temporada naquela cidade tranquila. Quando a companhia chegou, foi uma verdadeira festa. Grande mas- sa de povo aguardava-a no cais de desembarque; houve música, foguetes e aclamações. (Arthur Azevedo, “O galã”. Seleção de Contos, 2014. Adaptado) 1entediado 2artes de iludir com truques Considere as passagens: y Havia, portanto, na cidade uma animação e rebuliço desu- sados. (3º parágrafo) y Agora, os cartazes, impressos em letras garrafais, confir- mavam a auspiciosa notícia... (4º parágrafo) y houve música, foguetes e aclamações. (6º parágrafo) No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, correta e respectivamente: a) agitação; promissora; saudações. b) desordem; derradeira; gritarias. c) confusão; conturbada; aprovações. d) felicidade; inusitada; histerias. e) encantamento; grave; agressões. 2. (VUNESP – 2020) Leia o texto para responder às questões de número 2, 3, 4 e 5. Os livros para ser ouvidos, sobejamente conhecidos pelo nome em inglês – audiobooks –, nasceram em 1932, nos Esta- dos Unidos, como ferramenta de inclusão social, começaram a ser feitos no estúdio de gravação de uma fundação para cegos, registrados em discos de vinil, com capacidade de no máximo quinze minutos para cada lado do LP. No ano seguinte, depu- tados e senadores aprovaram uma emenda que autorizava a Biblioteca do Congresso a entrar no negócio, que não parou de crescer. Inicialmente eram as peças de Shakespeare, a Consti- tuição etc., e o céu virou o limite. A partir dos nichos dedicados à deficiência visual, os volu- mes de viva voz extrapolaram as fronteiras, de mãos dadas com os avanços da tecnologia. Hoje, por meio de um smartphone com acesso a lojas de aplicativos, é possível baixar qualquer um dos 44 000 títulos lançados anualmente nos Estados Unidos – é um naco que responde, por enquanto, por 6,5% do merca- do livreiro, mas que se expande rapidamente. Os lançamentos surgem em ritmo mais veloz que o de volumes em capa dura. É uma febre que começa a desembarcar com força no Brasil. (Giulia Vidale, Prazer para os ouvidos. Veja, 30.10.2019) A expressão “sobejamente”, em destaque no início do texto, tem como sinônimo e antônimo, respectivamente, a) excessivamente e infelizmente. b) paulatinamente e aparentemente. c) popularmente e reservadamente. d) vagamente e especificamente. e) amplamente e restritamente. 3. (VUNESP – 2020) É correto afirmar que o texto é caracterizado como predominantemente a) doutrinário, com passagens marcadas pelo emprego de expressões em sentido figurado, como exemplificado em – No ano seguinte, deputados e senadores aprovaram uma emenda que autorizava a Biblioteca do Congresso a entrar no negócio... b) didático, com passagens marcadas pelo emprego de expressões em sentido próprio, como exemplificado em – É uma febre que começa a desembarcar com força no Brasil. c) informativo, com passagens marcadas pelo emprego de expressões em sentido figurado, como exemplificado em – A partir dos nichos dedicados à deficiência visual, os volu- mes de viva voz extrapolaram as fronteiras, de mãos dadas com os avanços da tecnologia. d) jornalístico, com passagens marcadas pelo emprego de expressões em sentido próprio, como exemplificado em – Inicialmente eram as peças de Shakespeare, a Constituição etc., e o céu virou o limite. e) panfletário, com passagens marcadas pelo emprego de expressões em sentido figurado, como exemplificado em – Hoje, por meio de um smartphone com acesso a lojas de aplicativos, é possível baixar qualquer um dos 44000 títulos lançados anualmente nos Estados Unidos. 4. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa em que a concordân- cia, verbal e nominal, está de acordo com a norma-padrão. a) Hoje, 6,5% do mercado livreiro dos Estados Unidos estão ocupados pelos audiobooks. b) Nascido fora do Brasil como ferramenta de inclusão social, está desembarcando no Brasil a febre do livro para ser ouvida. c) Foi constatado que os Estados Unidos responde, atualmen- te, pela grande produção de audiobooks. d) Fazem anos que tem sido gravado em discos de vinil livros para serem escutados. e) Há várias décadas a inclusão dos deficientes visuais no mundo dos livros vêm sendo feitos. 8 5. (VUNESP – 2020) As expressões destacadas na passagem – ...nasceram em 1932, nos Estados Unidos, como ferramenta de inclusão social, começaram a ser feitos no estúdio de gravação de uma fundação para cegos – podem ser substituídas, com coerência de sentido e correção no emprego do sinal de crase, respectivamente, por: a) maneira de ação ... com a finalidade de b) semelhantes à instrumento ... em favor de c) servindo à promoção ... destinada a d) destinados à servir ... com relação à e) adaptados para atos ... equiparada à 6. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões de número 3 e 4. É preciso preocupar-se menos É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas fiquem preocupadas demais com coisas que não podem ser mudadas e dependem de fatores externos e variáveis que não podem ser controlados – como o clima, o estado de saúde de algum parente ou o trânsito. Pior ainda: algumas pessoas ficam remoendo coisas do passado que trazem dor, pensando em situações e pessoas, o que só traz sofrimento. Quem tem esse tipo de atitude geralmente fica pensan- do e reclamando das situações, mesmo sabendo que não pode fazer nada em relação a esses “problemas”. Isso faz com que uma quantidade enorme de energia seja gasta, sendo que poderia ser melhor aplicada em situações que realmente dependem de decisão ou ação pessoal. (<htttp://www.sbi.com.br> Acesso em 20.11.2018. Adaptado) Na frase – É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas fiquem preocupadas... – a palavra destacada tem sentido con- trário de a) normal. b) corriqueiro. c) banal. d) correto. e) raro. 7. (VUNESP – 2019) Há funcionários que costumam se dedi- car____trabalho muito mais do que podem suportar. ____ pre- cisam saber que essa atitude pode ____ fazer mal. As lacunas do enunciado devem ser preenchidas, conforme a norma-padrão da língua e na ordem em que se apresentam, por: a) no ... Porque ... os b) do ... Enquanto ... lhes c) com o ... Quando ... os d) ao ... Entretanto ... lhes e) pelo ... Portanto ... os 8. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 8 e 9. Por que temos filhos? A pergunta do título comporta vários níveis de respos- ta. No plano biológico, a reprodução é um imperativo(A, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biolo- gia é só parte da história. A paternidade também encerra dimensões culturais(B, econômicas e emocionais. Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arris- co algumas reflexões sobre a matéria. Até o começo do século 19, filhos eram um ativo eco- nômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de aposentadoria para os pais. Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público. Embora a paternidade possa trazer recompensas emo- cionais, do ponto de vista estritamente econômico(C, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior par- te dos custos recai sobre os genitores. E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon, riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtivi- dade a que assistimos nos últimos 200 anos. E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sustentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais insti- tuições como previdência e até democracia representativa podem entrar em colapso. (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado) Considere as frases: y No plano biológico, a reprodução é um imperativo... y A paternidade também encerra dimensões culturais... y ... do ponto de vista estritamente econômico... As expressões destacadas nas frases têm como sinônimos ade- quados ao contexto a) uma imposição; contém; precisamente. b) um propósito; estende; plenamente. c) um estímulo; propicia; manifestamente. d) uma obsessão; sobrepõe; devidamente. e) uma afirmação; atenua; incontestavelmente. 9. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que a reescrita da frase do texto atende à norma-padrão de pontuação. a) Dimensões culturais, econômicas e emocionais, também se encerram, na paternidade. b) Colaboravam desde cedo, para o bem-estar, da família, aju- dando nos trabalhos domésticos. c) Crianças, por demorarem muito a contribuir economica- mente com os pais, ficaram caras. d) A criação de filhos, perdeu a condição de bem privado, pas- sando a ser um bem público. e) Embora traga recompensas emocionais, o custo da paterni- dade, é alto para os genitores. 10. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 10 e 11. Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes- ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo. O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluin- do a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância. PO RT U G U ÊS 9 De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço tecnológico e a proli- feração de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite. O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pedia- tria no país. “Tem que haver progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.” Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia, mas com foco no paciente.” Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas. Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e a tecnolo- gia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta. Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descen- traliza a realização de consultas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes e seria pos- sível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido. Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla o robô ainda é o ser humano. (Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado) Considere os trechos do texto. y Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. y ... e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial. y Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e a tecnologia... Os termos destacados podem ser substituídos, respectivamen- te e sem alteração do sentido do texto, por: a) banal; afamada; interação. b) inusitado; arrojada; colaboração. c) corriqueiro; temida; contradição. d) evidente; exaltada; incompatibilidade. e) irrelevante; depreciada; subordinação. 11. (VUNESP – 2019) No trecho do último parágrafo – quem con- trola o robô ainda é o ser humano –, o termo destacado apre- senta circunstância adverbial de a) afirmação, como em: “tende a recuperar cada vez mais sua importância”. b) tempo, como em: “pode discutir, remotamente, diversos casos”. c) tempo, como em: “Hoje médicos pedem muitos exames”. d) afirmação, com em: “progressão tecnológica, claro, mas mais importante”. e) intensidade, como em: “tornando-a mais esperta”. 12. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 12, 13 e 14. O Marajá A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela esta- va sempre esperando a visita de alguém ilustre. Dona Morga- dinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cris- tais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios. Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os dedos e livro jun- tava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a ore- lha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibi- do para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá- -la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta. (Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado) Considere as frases: y ... estava sempre esperando a visita de alguém ilustre. y Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão... y Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e erra- va deliberadamente o alvo. Os termos em destaque nas frases têm como sinônimos ade- quados ao contexto, correta e respectivamente: a) notável; determinada; propositalmente. b) imponente; hábil; impensadamente. c) sentencioso; indolente; manifestamente. d) observador; servil; insistentemente. e) crítico; obstinada; indiscriminadamente. 13. (VUNESP – 2019) A concordância das palavras está em con- formidade com a norma-padrão da língua portuguesa em: a) A dona de casa não suportava ver sujo ou desorganizado seus móveis, vidros e cristais. b) Costumava ser constante a insatisfação da dona de casa com os maus hábitos do marido. c) As almofadas do sofá da sala fora de seu lugar de origem tirava a senhora do sério. d) A dona de casa não gostava de jornais por achar que suas folhas continha fungos e outras sujeiras. e) Para desespero da mulher, os pés do marido estavam fre- quentemente colocado em cima dos móveis. 14. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o acento indi- cativo da crase está empregado em conformidade com a nor- ma-padrão da língua portuguesa. a) À visita de alguém ilustre parecia ser sempre aguardada por Dona Morgadinha. b) À qualquer sinal de mancha nos vidros e cristais, punha-se a reclamar baixinho. c) À vista do menor sinal de poeira, a mulher percorria a casa com uma flanela na mão. 10 d) À busca constante por limpeza e organização era o objetivo diário de dona de casa. e) À devoção de Dona Morgadinha pelo marido esbarrava nos maus hábitos do homem. 15. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 15, 16 e 17. Vizinhos Fabrício via na infância moradores pedindo um pou- co de açúcar, de sal, de arroz e de café emprestado para os vizinhos. Era natural a convivência harmoniosa na urgência. Chegava uma visita inesperada e não se tinha tempo para sair e dar um pulo no mercado. Então batia-se na porta ao lado e dificilmente alguém recebia um não. Com a insegurança atual, o máximo que Fabrício tes- temunha na vida adulta é vizinho gritando para baixar a música, chamando a polícia ou denunciando os outros nas reuniões de condomínio. Fabrício e a mulher, Beatriz, estavam jantando, num sábado, quando a campainha do apartamento deles tocou. Fabrício já se encontrava receoso, tanto que tratou de criti- car e expelir o veneno pela boca: – Quem veio nos incomodar e estragar a paz do final de semana? Beatriz, ao contrário do marido, abriu a porta com generosidade: – Como posso ajudar, querida? Uma senhora do apartamento do andar de cima, Dona Lúcia, vinha solicitar um abajur emprestado. Beatriz não estranhou o pedido nem hostilizou a necessidade da vizi- nha. Foi ao quarto e, imediatamente, trouxe o objeto. – Não tenha pressa de devolver. Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não teria fim a ciranda de favores. Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o aba- jur e mais um vaso com flores muito perfumadas para retri- buir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto. Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é perfumada. (Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado) No trecho “Era natural a convivência harmoniosa na urgência.”, a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sen- tido, por a) agradável. b) diária. c) suportável. d) insistente. e) estranha. 16. (VUNESP – 2019) Conforme o texto, a maneira como Fabrício reagiu ao toque da campainha revela que ele a) estava disposto a colaborar. b) já sabia do que se tratava. c) sentiu-se incomodado e raivoso. d) não se importava em ajudar os vizinhos. e) simpatizava com os vizinhos do apartamento. 17. (VUNESP – 2019) A concordância das palavras está de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa em: a) Já fazem quase 10 anos que ele se mudou de cidade. b) As mulheres geralmente retribuía a gentileza dos vizinhos. c) Vieram três novos vizinhos morar no andar de baixo. d) Elas mesmo ajudaram na mudança dos vizinhos. e) Os gestos de gentilezas sempre deve ser retribuído. 18. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 18, 19, 20 e 21. Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua. Termômetros digitais mostram uma tem- peratura que o corpo da gente não registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando, tentando res- pirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil. Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o no colo e corresse com ele para casa. O risco de internação é grande, sobretudo para raças de focinho achatado. Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. “Eu sei, ele fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não con- sigo acordar cedo para sair com ele”, confessou-me ela. (Amelia Gonzalez. “Nossos pets e o aquecimento global”. https://g1.globo. com, 25.01.2019. Adaptado) O vocábulo inútil, em destaque no texto, possui como antônimo apropriado para o contexto em que se encontra: a) superficial. b) substituível. c) dispensável. d) proveitoso. e) infeliz. 19. (VUNESP – 2019) A fala da dona do animal no último parágra- fo demonstra que ela a) entendia ser melhor não sair de casa com o animal no calor, mas saiu mesmo assim porque não queria deixar o cachor- ro sozinho em casa. b) saía de casa com seu animal, de uma forma ou outra, ain- da que isso se desse em horários não adequados para o cachorro. c) tinha consciência dos riscos a que estava exposta, mas pre- feria aquele horário por entender que era o melhor para o cachorro. d) preferia não levar o animal para passear em dias quentes, já que, para ela, era mais importante preservar a saúde do cachorro. e) não conseguia acordar mais cedo e, por essa razão, estava sempre atrasada para seus compromissos, o que fazia com que ela dedicasse pouco tempo ao cachorro. 20. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o vocábulo muito foi empregado corretamente. a) Os proprietários de animais não precisam ser muitos expe- rientes, mas precisam ter bom senso. b) A intermação pode deixar um animal muito mal e até mes- mo matá-lo devido à exposição excessiva ao calor. PO RT U G U ÊS 11 c) Os donos de cães precisam ficar muitos alertas quanto ao melhor horário para sair com seus animais. d) Muito são os que maltratam os próprios animais de estima- ção sem nem mesmo perceber esse fato. e) São muitas poucas as pessoas, hoje em dia, que não pos- suem um animal de estimação. 21. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que as regras de pontuação foram respeitadas. a) Em dias quentes, a sensação térmica é maior, os riscos cres- cem e os cuidados redobram. b) A jovem me confessou que, o cão, não tem saído de casa por causa das altas temperaturas. c) O buldogue francês apresenta, além de porte pequeno foci- nho achatado. d) Os moradores da cidade do Rio de Janeiro, enfrentam difi- culdades quando precisam sair de casa. e) Segundo o entendimento de uma desconhecida, o animal não podia estar exposto, ao calor. 22. (VUNESP – 2019) Informação é um elemento essencial para nossa sobre- vivência e tomada de decisões. É por isso que ninguém se joga, para ganhar tempo, de um edifício de dez andares em vez de descer as escadas; o mesmo acontece com tomadas de decisão. Se uma pessoa deseja viajar de avião para Nova York, ela se informa da hora da partida antes de ir ao aero- porto. Caso contrário, corre o risco de perder o voo. O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21. A probabilidade de que a principal causa desse aque- cimento seja a emissão dos gases resultantes da queima dos combustíveis fósseis, do desmatamento e de ativida- des agrícolas é muito grande, e essa avaliação decorre de inúmeros estudos científicos. As consequências do aque- cimento da Terra são muito sérias e já se manifestam, por exemplo, nos desastres climáticos que estão se tornando cada vez mais frequentes. Para enfrentar o problema, a cooperação internacio- nal é essencial, porque as emissões que causam o aqueci- mento não respeitam fronteiras. A temperatura na China (o maior país emissor mundial) está subindo por causa de suas próprias emissões, mas também das emissões dos Estados Unidos (o segundo emissor mundial) e vice-versa, bem como das emissões de todos os outros países. O Brasil é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais. Existem outras causas para o aquecimento (e até o resfriamento) da Terra – além das emissões de carbono –, como já aconteceu no passado, como a variação da ativida- de solar, a inclinação do eixo da Terra, erupções vulcânicas, etc. Mas elas foram todas analisadas pelos cientistas: a ação do homem soma-se a esses eventos naturais e está ocor- rendo numa velocidade sem precedentes na história geo- lógica da Terra. Questionar a realidade do problema é uma posição obscurantista, como foi a da Igreja Católica no fim da Idade Média ao negar que a Terra gira em torno do Sol. (José Goldemberg. “Aquecimento global e desinformação”. https://opiniao. estadao.com.br, 21.01.2019. Adaptado) A expressão destacada em “… essa avaliação decorre de inúme- ros estudos científicos…” pode ser corretamente substituída, preservando-se o sentido do trecho, por a) incorre em. b) tem origem em. c) leva a. d) remete a. e) distingue-se de. 23. (VUNESP – 2019) No primeiro quadrinho, o sentido da fala da personagem altera- -se caso, no lugar de “severa”, seja empregado o termo a) implacável. b) rigorosa. c) inflexível. d) austera. e) indulgente. 24. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 24, 25, 26 e 27. Mais um desastre Ainda demorará um tanto até que o impacto humano e ambiental do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) possa ser propriamente avaliado. Algumas lições pre- liminares, entretanto, já podem ser extraídas desse lamen- tável desastre. A primeira deriva do fato acabrunhante de que não se trata de tragédia inédita no gênero. Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação desencadeadas pelo colapso de uma barragem da Samarco, que varreu do mapa a localidade de Bento Rodrigues (MG). Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas usuais: instalaram-se comis- sões para tratar do assunto. Resultado? Nenhum. Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulneráveis no país. Rachaduras, infiltrações e ausência de documentos que comprovem a segurança são algumas das irregularidades identificadas. Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. Autoridades estaduais e federais não atuaram como deve- riam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência – a mineradora foi corresponsável pela tragédia da Samarco. Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama mul- tou a Vale – a conferir se a penalidade será paga –, enquan- to a Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para garantir reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia Federal e Ministério Público mostram-se empenhados em investigar as causas e identificar os culpados. Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. Elas precisam ser efetivas e exempla- res, pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre. (Editorial. Folha de S.Paulo, 28.01.2019. Adaptado) 12 Considere as passagens do texto: y Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação... (2º parágrafo) y Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale... (6º parágrafo) y Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. (7º parágrafo) No contexto em que estão empregados, os termos destacados significam, correta e respectivamente: a) abateu-se; planejada; emoção. b) chocou-se; prevista; objetivo. c) paralisou-se; completada; brandura. d) escandalizou-se; aproximada; segurança. e) entristeceu-se; concluída; força. 25. (VUNESP – 2019) O termo destacado na frase “Mais gra- ve, entretanto, é a incúria de empresas e órgãos de controle...” apresenta um sinônimo e um antônimo adequados ao contex- to, nessa ordem, em: a) postura; sujeição. b) relutância; inação. c) negligência; atenção. d) insatisfação; disposição. e) perspicácia; perseverança. 26. (VUNESP – 2019) No editorial, são apresentados argumentos para defender o ponto de vista de que a) é infundada a ideia de que possam haver acidentes decor- rentes da atividade mineradora em Barão dos Cocais como os ocorridos em Mariana, também em Minas Gerais. b) devido à falta de políticas de prevenção, um eventual rompi- mento de barragem em Barão dos Cocais pode causar uma tragédia humana proporcional à ocorrida em Brumadinho. c) os eventos em Mariana e em Brumadinho têm sido mani- pulados de modo irresponsável a fim de atemorizar a popu- lação em outras cidades mineiras, causando prejuízos à economia. d) dada a possibilidade permanente de ruptura, a existência de barragens de rejeitos localizadas próximo a contingentes humanos mostra-se um descaso, se não um crime. e) constitui um crime, pelo medo injustificadamente causado à população, relacionar a situação do complexo minerário do município Barão de Cocais aos eventos de Brumadinho. 27. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que, na frase escrita a partir do texto, as vírgulas estão empregadas em con- formidade com a norma-padrão de pontuação. a) Quando, a barragem ameaçada atingiu o nível 2 sob o risco de serem atingidos, os moradores das comunidades mais próximas foram retirados da área. b) Quando a barragem ameaçada, atingiu o nível 2 sob o risco de serem atingidos, os moradores das comunidades mais próximas foram retirados da área. c) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2, sob o risco de serem atingidos os moradores das comunidades mais próximas, foram retirados da área. d) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2, sob o risco de serem atingidos, os moradores das comunidades mais próximas foram retirados da área. e) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2 sob o risco de serem atingidos, os moradores das comunidades mais próximas, foram retirados da área. 28. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder à questão. Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet no PC ou celular e só assim a pági- na mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin: “2017. 2 minutos de leitura. Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois man- ter uma conexão constante com a internet é manter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas. As interrupções externas são uma legião e bem docu- mentadas: você tem uma nova mensagem no Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção. Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria men- te de descarrilar sua atenção? Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho dividido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500 milisse- gundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses capri- chos, permitindo que você se mova sem embaraços. Esta página em si é um experimento nesta veia: e se cer- to conteúdo nos obrigasse a desconectar? E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa- relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se apenas pudésse- mos aproveitar nossa própria atenção. O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pen- sar de forma diferente. Olhe para esta página: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar. Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo. Crie tempo. Apos- to que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline. Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente ocasional de desconexão.” (https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado) Considere as passagens do texto: y As interrupções externas são uma legião... y Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. y “Apenas lembre-se de se dar um presente ocasional de desconexão.” Conforme o contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, correta e respectivamente: a) uma porção significativa; tendenciosas; fortuito. b) um número restrito; perturbadoras; raro. c) uma quantia razoável; benéficas; eventual. d) um quinhão expressivo; provocadoras; progressivo. e) uma grande quantidade; nocivas; incomum. PO RT U G U ÊS 13 29. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 29, 30 e 31. A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerrada a votação, a edu- cação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infeliz- mente, o saldo da agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da excelência – a real prioridade. A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmente, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamen- to, atitudes retrógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro, não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo. Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esfor- ço adicional para separar o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de esquerda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para o debate livre das ideias, e não para o proselitismo. Todo conhecimento é socialmente construído e, portan- to, a aventura humana, por definição, nunca é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser apresentado ao aluno, e não vigiar e punir. Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista, mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante. O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversidade seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo. (Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado) As palavras “acirradas” (1º parágrafo) e “retrógradas” (2º pará- grafo) têm antônimos, respectivamente, em: a) aguçadas e renovadoras. b) retiradas e retrospectivas. c) censuradas e incrementadas. d) flexibilizadas e tolerantes. e) abrandadas e progressistas. 30. (VUNESP – 2019) Há, no texto, ocorrência do verbo “pôr” e dois de seus derivados – “propor” e “expor”. Tomando-os por referência, assinale a alternativa em que derivados daquele verbo estão empregados de acordo com a norma-padrão. a) Eles se disporão a colaborar com a campanha, caso a gente se compõe com eles. b) Se eu lhes propunha um acordo, por certo se predispuse- ram a analisá-lo. c) Eu me predisporei a negociar com ele, mesmo se ele se indispuser comigo. d) Insisto para que componham uma nova música, mesmo que ele se indisporem a isso. e) Se ele a compor, será um sucesso, que o público certamente se disporá a cantar. 31. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que reescreve livre- mente passagem do texto, de acordo com a norma-padrão de concordância e de pontuação. a) Não parece existir possibilidades de definir, se é questão de variedade de pensamento ou de proselitismo, segundo Claudio de Moura Castro – especialista em educação. b) No entanto, o clima de paixões exaltadas acabam por exigir, esforços adicionais, para separar o joio do trigo. c) Sabemos que cabe a todo bom professor várias tarefas, entre as quais: estimular o confronto de ideias e o livre pensar. d) Houve, desta vez, algumas diferenças: tão logo se encerra- ram as eleições, a pauta de discussões acirradas acerca da educação se manteve. e) Como todo conhecimento se constrói socialmente, por definição não se isentam de valores a aventura humana, que é neutra. 32. (VUNESP – 2019) Leia o texto de Rubem Alves A arte de educar Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O edu- cador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interior- mente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos. Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociolo- gia da Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na educa- ção, em qualquer um deles. A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente. A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades. Sem a Educa- ção das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver. Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encan- tados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem. Na escola eu aprendi complicadas classificações botâ- nicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo- cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mun- do aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio. (Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 18.11.2018) 14 A expressões destacadas nas passagens – a capacidade de se assombrar diante do banal. / Ou para o curioso das simetrias das folhas. – têm seu sentido preservado se substituídas, res- pectivamente, por: a) comum e contraposições. b) singelo e comparações. c) insuspeito e dimensões. d) inédito e essências. e) trivial e harmonias. 33. (VUNESP – 2019) Carros precisam de renovação para oferecer mais segu- rança aos ocupantes Há temas que são tabu no conjunto de regulamenta- ções de trânsito no Brasil. Falar em renovação da frota é como cercear o direito de ir e vir de quem não pode adquirir um automóvel atual. A gritaria também é geral quando se fala em restringir a circulação de veículos de carga em perío- dos de grande movimento nas rodovias, como os feriados. O problema ocorre quando os mundos se cruzam: car- ros e caminhões mal conservados dividindo espaço no trá- fego congestionado. O resultado aparece em estatísticas: 103 mortos em acidentes nas estradas no período do último Carnaval. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal. Houve queda de 31% no número de óbitos em relação a 2017, fato que, apesar do alívio, não dá motivos para comemorações. Caso as evoluções propostas há mais de 20 anos, épo- ca em que o atual Código de Trânsito Brasileiro entrou em vigor, tivessem se tornado realidade, a quantidade de víti- mas seria certamente menor. A idade média da frota de caminhões é superior a 10 anos, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e o Sindipeças. São veículos com milhões de qui- lômetros rodados e manutenção nem sempre em dia. Carros incapazes de proteger ocupantes em colisões cir- culam na contramão da modernidade. Muitos donos teriam interesse em se livrar desses veículos se lhes fossem ofere- cidos benefícios para adquirir um modelo mais novo, mes- mo que seja um usado em melhores condições. Mas as propostas de renovação não seguem adiante, sempre preteridas nos incentivos governamentais ou nos pedidos de socorro feitos pelas montadoras em crise. Com as novas exigências de segurança e redução de emissões de poluentes que devem surgir com o programa Rota 2030, é o momento de retornar ao tema, sem medo de chamar carro velho de sucata. A legislação que virá e a retomada nas vendas precisam gerar também um ciclo de renovação mais amplo que a simples troca de um carro seminovo por um zero-quilômetro. (Eduardo Sodré. Folha de S.Paulo. 18.02.2018. Adaptado) Considere as frases do texto: y Falar em renovação da frota é como cercear o direito de ir e vir... y A gritaria também é geral quando se fala em restringir a circulação de veículos... Os termos destacados nas frases significam, correta e respectivamente: a) diminuir; obstruir. b) depreciar; determinar. c) desfazer; identificar. d) impedir; limitar. e) desprezar; projetar. 34. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 34 e 35. Problemas de comportamento na escola podem ser indícios de TOD Crianças são naturalmente agitadas. Cabe à família esta- belecer limites e regras, e à escola reforçá-las e fazer com que sejam respeitadas. Mas, quando pais e educadores não conseguem controlar excessos no comportamento de algumas crianças, é preciso auxílio profissional; o problema pode ser o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), que tem se tornado cada vez mais comum no ambiente escolar. De acordo com o neuropediatra Clay Brites, um dos fun- dadores do Instituto NeuroSaber, o TOD é o excesso de um traço de comportamento inadequado e resulta da união de fatores genéticos com fatores ambientais desajustados. “É uma condição que leva a comportamentos altamente res- tritivos por gerar na criança e no adolescente acessos de raiva exagerados, sentimentos de vingança e dificuldade em seguir regras e conselhos de outras pessoas, especialmente pais e autoridades”, explica. Ele ressalta que o transtorno costuma aparecer nos primeiros sete anos de vida e a inci- dência é maior em meninos. O tratamento para o TOD é feito por uma rede multidis- ciplinar composta por pais, escola e profissionais. A terapia é fundamental tanto para a criança com TOD, quanto para a família, que precisa aprender o manejo comportamen- tal ideal para seus filhos e também necessita de equilíbrio para lidar com a situação. Embora não seja um problema simples, pois o tratamento é longo e requer persistência da família e da escola, os números são animadores: caracte- rísticas do TOD desaparecem em 65% das crianças e ado- lescentes que recebem o tratamento adequado. Porém, quando o problema não tem a devida atenção, pode evoluir para outros quadros, como baixo rendimento escolar e pro- blemas de aprendizagem. (Lilian Martins. Gazeta do Povo. 02.03.2018. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado) Considere os sentidos expressos pelas palavras destacadas nos trechos que seguem: y ... dificuldade em seguir regras e conselhos de outras pes- soas, especialmente pais e autoridades... (2º parágrafo) y ... o transtorno costuma aparecer nos primeiros sete anos de vida e a incidência é maior em meninos. (2º parágrafo) y ... quando o problema não tem a devida atenção... (3º parágrafo) No contexto, as palavras destacadas estão empregadas com sentidos equivalentes, respectivamente, a a) em particular ... cura ... recomendada b) sobretudo ... ocorrência ... merecida c) evidentemente ... gravidade ... rara d) óbvio ... mortalidade ... essencial e) esporadicamente ... persistência ... necessária 35. (VUNESP – 2019) Conforme o texto, o TOD a) precisa ser diagnosticado nos primeiros sete anos de vida para que seja corretamente medicado; sem isso, o trata- mento torna-se inviável. b) é curado na totalidade dos casos em que a criança e os fami- liares são corretamente medicados. c) deve ser tratado com a ajuda mútua de profissionais, fami- liares e educadores; caso contrário, a criança pode desen- volver outros problemas de comportamento. d) é facilmente reconhecido em crianças travessas, que pre- ferem atividades movimentadas a atividades monótonas e que exigem demasiada concentração. e) caracteriza-se como uma doença transmitida de modo hereditário; para evitar a continuidade de sua transmissão, toda a família deve receber tratamento especializado. PO RT U G U ÊS 15 36. (VUNESP – 2019) Leia o texto, para responder às questões 36 e 37. Piscina Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela pis- cina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem. Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata d’água na cabeça. De vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres que se detinham e fica- vam olhando. Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando perceberam que alguém os obser- vava pelo portão entreaberto. Era um ser encardido, cujos molambos em forma de saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olha- ram, separadas pela piscina. De súbito pareceu à dona da casa que a estranha cria- tura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já transpusera o gramado, atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em pouco sumia-se pelo portão. Lá no terraço o marido, fascinado, viu toda a cena. Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinis- tra como os instantes tensos de silêncio e de paz que ante- cedem um combate. Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa. (Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado) Os adjetivos esplêndida (1º parágrafo) e cautelosa (5º parágra- fo) têm antônimos, respectivamente, em: a) simples e inadequada. b) humilde e desatenta. c) luxuosa e desprevenida. d) brilhante e impensada. e) surpreendente e desinteressada. 37. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que substitui o trecho destacado em conformidade com a norma-padrão de regência e crase. a) o marido, fascinado, viu toda a cena – assistiu à cena toda. b) já transpusera o gramado, atingia a piscina – chegava perto à piscina. c) a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim – espreitando à todo o jardim. d) Pena que a favela […] comprometesse tanto a paisagem – afetasse tanto à qualquer paisagem. e) e agora colhia água com a lata – enchia à lata com água. 38. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 38, 39 e 40. O poder do “não” Pedrinho tinha um sorriso com dentinhos brancos e ali- nhados e o cabelinho repartido na lateral, inclinado da esquer- da para a direita. Vestia uma camisa xadrezinha de vermelho e preto, uma calça jeans com elástico na cintura e não apa- rentava mais de 4 ou 5 anos. Não fosse pelo comportamento, poderia dizer que era uma graça de criança. Numa tarde de domingo, num shopping center, Pedri- nho se jogou no chão, fez birra e gritou na porta de uma loja. Queria que a mãe lhe comprasse uma dessas sanda- linhas crocs com estampas de uma famosa porquinha dos desenhos animados de tevê. A mãe ficou completamente quieta diante da situação. Depois, constrangida, ficou entre ignorar o filho ou pedir a ele, sem nenhuma firmeza, que ficasse quieto. Cara de tacho definiria bem a expressão dela. Aquela era uma crian- ça que cresceria sem limites, alienada de tudo aquilo que signifique cordialidade, adequação, limite e respeito. O “não” tem uma força impressionante. Não pela nega- tiva em si, mas pelos limites que impõe. Dizer “sim” é muito mais fácil, o “sim” não machuca, não contraria, não requer explicações. É o “não” que ensina respeito, delimita espaço, dimensiona o mundo. Afinal, não vivemos sozinhos, e viver em sociedade é algo que vai sendo moldado pelo “não”. Dei- xar de dizer “não” é perder o compromisso com o legado para o futuro, com o respeito e a civilidade. (Jamil Alves. O anjo Miguel – crônicas da vida que insiste em dar certo. São Paulo: Scortecci, 2018. Adaptado) Conforme o comportamento descrito no 2º parágrafo, é correto afirmar que as atitudes de Pedrinho a) faziam com que a mãe lhe desse umas palmadas. b) não costumavam incomodar as pessoas. c) demonstravam falta de limites impostos pela mãe. d) fizeram com que a mãe desse um castigo a Pedrinho. e) garantiram que ele conseguiria o que desejava. 39. (VUNESP – 2010) O acento indicador da crase está correta- mente empregado em: a) O camelô oferecia o produto à quem passava na rua. b) Eles não esperavam que a fiscalização ocorresse naquele dia. c) O fiscal foi à barraca do ambulante para multá-lo. d) Muitas pessoas passaram à comprar produtos piratas. e) A moça foi procurar o ambulante à fim de trocar um DVD. 40. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o verbo des- tacado está no tempo presente. a) Vestia uma camisa xadrezinha… b) Pedrinho se jogou no chão… c) Cara de tacho definiria bem a expressão dela. d) Aquela era uma criança que cresceria sem limites… e) Afinal, não vivemos sozinhos… 41. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 41 a 45. Víamos os nossos pés Não sou uma pessoa tropical. Minha terra preferida é o outono em qualquer lugar. No outono as coisas se abrandam e absorvem a luz em vez de refleti-la. É como se a Natureza etc., etc. (O verão não é uma boa estação para literatura descritiva. Me peça o resto da frase no outono.) Sempre digo que a praia seria um lugar ótimo se não fossem a areia, o sol e a água fria. É só uma frase. Gosto do mar. O diabo é que a gente sempre tem na cabeça um banho de mar perfeito que nunca se repete. O meu aconte- ceu em Torres, Rio Grande do Sul, em algum ano da déca- da de 50. Sim, crianças, em 50 já existiam Torres, o oceano Atlântico e este cronista, todos bem mais jovens. O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. Via-se o fundo? Via-se o fundo. 16 Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço, e como eram jovens os nossos pés. Havia algas no mar? Iodo, mães-d’água, siris, dejetos, náufragos, sereias? Não, a água estava límpida como nunca mais este- ve. Os únicos objetos estranhos no mar eram os nossos pés, e como isso faz tempo. Até que horas ficamos na água? Alguns anoiteceram dentro d’água e estariam lá até agora se não tivessem que voltar para a cidade, se formar, fazer carreira, casar, envelhecer, essas coisas. Como o cronista explica sua aversão ao verão depois de tais lembranças? É que eu não gostava do verão. Gostava de ser mais moço. (Luis Fernado Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado) Sinônimos para as palavras destacadas em – No outono as coi- sas se abrandam... e como o cronista explica sua aversão ao verão… – são, respectivamente: a) aceleram; desvenda. b) aniquilam; ensina. c) atenuam; esclarece. d) fortalecem; elucida. e) suavizam; critica. 42. (VUNESP – 2019) O comentário entre parênteses no primeiro parágrafo permite concluir que a) o outono é a estação mais fácil de se descrever. b) o autor só escreve durante o outono. c) a estação do verão é indescritível. d) o texto foi escrito durante um verão. e) a literatura descritiva não trata do verão. 43. (VUNESP – 2019) O cronista estabelece algumas compara- ções ao longo do texto, como se constata em: a) Não sou uma pessoa tropical. b) O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. c) Via-se o fundo. d) Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço... e) ... eu não gostava do verão. 44. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que as expres- sões substituem, respectivamente e em conformidade com a norma-padrão da língua, as expressões destacadas nas frases a seguir. y Via-se o fundo. y Havia algas no mar? a) Podia-se ver ... Existia b) Podiam-se ver ... Existiam c) Era possível se ver ... Existia d) Era possível ver ... Existiam e) Era possível que se vissem ... Existiam 45. (VUNESP – 2019) A expressão destacada está empregada em conformidade com a regência da norma-padrão da língua na seguinte frase: a) O autor disse ter preferência pelo outono. b) A areia é um dos defeitos atribuídos sobre a praia. c) O cronista faz menção sob um banho de mar. d) A água chegava contra ao pescoço dos banhistas. e) Alguns permaneceram para a água até anoitecer. 46. (VUNESP – 2019) Leia a tirinha a seguir. (Maurício de Sousa. As melhores tiras do Chico Bento. Editora Panini Books: São Paulo, 2008. Adaptado) Assinale a alternativa que completa a lacuna do último quadri- nho com a palavra que apresenta o sentido contrário da palavra “verde”. a) especial b) conhecido c) estranho d) maduro 47. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 47 a 50: O time de futebol paraense Paysandu anunciou a cria- ção do projeto Alegria do Povo, o qual, em parceria com o curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Una- ma), selecionou torcedores para um programa de conces- são de entradas gratuitas em jogos do clube. Do outro lado, o também paraense Remo não ficou atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina refor- mulou seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais como o Bolsa-Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido a todos os jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. “Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância.” Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians, tercei- ra bilheteria mais cara do país, cobra em média 50 reais na Arena, Remo e Paysandu se mantêm estáveis na casa dos 20 reais. “Quando jogamos contra times de outros estados, nos- so trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes. “Vamos provar que aproximá-lo do clube, não importa de onde venha, vale a pena.” (Breiller Pires. A receita dos times do Pará para se reconectar ao povo e encher os estádios. https://brasil.elpais.com, 05.05.2019. Adaptado) PO RT U G U ÊS 17 Os vocábulos distinção e fundamental, em destaque no 2º parágrafo, apresentam, respectivamente, como sinônimo e antônimo no contexto em que se encontram: a) diferença e supérfluo. b) semelhança e imprescindível. c) separação e necessário. d) honraria e básico. e) recomendação e secundário. 48. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que se aponta corretamente, nos parênteses, a noção que o vocábulo destaca- do expressa no contexto em que se encontra. a) … selecionou torcedores para um programa de concessão de entradas gratuitas… (propósito). b) Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou seu plano de sócio-torcedor… (local). c) … destinada a beneficiários de programas sociais como o Bolsa-Família (modo). d) “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na carteirinha de sócio”… (procedência). e) “Quando jogamos contra times de outros estados, nosso trunfo é o apoio maciço…” … (comparação). 49. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que apresenta con- cordância nominal e verbal correta. a) Foi colocada à disposição dos torcedores 600 vagas da cate- goria Ouro Social. b) A redução dos preços tiveram impacto significativo na pre- sença dos torcedores em campo. c) Segundo Bentes, são fundamentais a valorização e a pre- sença do torcedor de seu clube. d) O Paysandu e a Unama anunciaram conjuntamente o proje- to, que beneficiaram torcedores. e) Os 50 reais cobrados pelo Corinthians o coloca na terceira posição de bilheteria mais cara. 50. (VUNESP – 2019) A colocação pronominal está de acordo com a norma-padrão em: Não importa de onde o torcedor vem, é preciso que aproximemo-lo do seu clube do coração. a) O torcedor, ao não aproximar-se do clube, é alijado do seu pleno direito de torcida. b) Os preços impeditivos assustam os torcedores e geralmen- te mantêm-nos longe dos estádios. c) Iniciativas de redução de preço das entradas são bem-vis- tas, e mais clubes estão copiando-as. d) A entrada com preço reduzido parece ser uma tendência e quem usa-as mais é o torcedor mais carente. 51. (VUNESP – 2019) Do primeiro celular ao smarthone* Do primeiro celular a gente nunca se esquece: falo do tijolão preto, quando chegou ao Brasil! Lembro como se fos- se o primeiro dinossauro. Causou uma revolução em nos- sos costumes. Mas era apenas um telefone – falar e ouvir. Foi um susto ao ver as pessoas falando nas calçadas. Na época, eu pensei que aquele estardalhaço pelas ruas, com o aparelho no ouvido, seria coisa passageira, logo as pessoas entrariam em equilíbrio. Mas não, piorou. Sem cerimônia entramos na vida dos outros, nas conversas de família, nas doenças, nas brigas. E não se respeitam mais hospitais, clí- nicas, elevadores, lojas... O tranco é o mesmo. Um berreiro. E assim seguiremos, já acostumamos a compartilhar toda a nossa vulnerabilidade em lugar público. Compartilhamos o que somos e o que gostaríamos de ser. Uma mistura surreal contemporânea, massificada. Atualmente estamos com o que há de mais moderno. Frequentemente, enormes filas se formam à espera de mais um “trocinho” moderno. Estou sentindo que não levará muito para acabarem com teclados, mouses e a sensação gostosa de sentar à mesa e escrever em silêncio. Contar nossas vivências, nos- sas histórias, nossa poesia. Não é difícil de entender esse vínculo que criamos de interação em torno da escrita. Mas já ouvi falar em escrita por “comando de voz”. Um desencanto! O mundo virtual está engolindo o mundo real nas lojas e Bancos. Há uma ânsia em se comunicar, alegrias e tristezas a compartilhar. Os filhos não querem saber de papo fami- liar, vão direto às redes sociais e lá tiram suas dúvidas com centenas de amigos. Só o futuro dirá algo sobre isso. (Taís Luso. Disponível em: https://taisluso.blogspot.com/. 22.11.18. Adaptado) * Smarthone – celular com tecnologias avançadas. Na frase – … eu pensei que aquele estardalhaço pelas ruas, com o aparelho no ouvido, seria coisa passageira… –, a palavra des- tacada tem sentido contrário de a) transitória. b) duradoura. c) ocasional. d) imprevista. e) inesperada.. 52. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 52 e 53. Mais ócio, por favor Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o conceito de “ócio criativo”, em seu livro homônimo de 2000, foi alçado à condição de pensador revolucionário e à lista dos mais vendidos. O sucesso se deveu à explicação do espírito daquele tempo, ao apontar que tão essencial ao crescimento pro- fissional quanto o estudo e o trabalho eram os momentos de desconexão com a labuta que abririam as portas para a criatividade e para “pensar fora da caixinha”. A intenção era alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e lazer para apri- morar o conhecimento, vivenciar diferentes experiências e instigar a criatividade. Com o lançamento de “Uma Simples Revolução”, um best-seller, o sociólogo prega uma nova guinada no pensa- mento empresarial. Ao analisar as taxas de desemprego e de desocupação, para De Masi, a única saída é reduzir a carga de trabalho individual e abrir novas vagas. “Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou oculto – está destina- do a crescer em dimensão patológica”, escreve. O Brasil é um dos países que vivem essa realidade, com um desemprego de mais de 13 milhões de pessoas, segun- do dados mais recentes do IBGE Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística. Mais de 5 milhões de pessoas procuram trabalho no país há um ano ou mais, o que representa qua- se 40% desse total. A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses núme- ros. As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, mesmo que isso signifique mais horas extras. Só que, de acordo com o sociólogo, quanto mais horas um indivíduo trabalha, mais ele contribui para a taxa de desocupação. “Na Alemanha, onde todos trabalham, em média, 1 400 horas, o desemprego está em 3,8% e o empre- go está em 79%. Já na Itália, onde um italiano trabalha em média 1 800 horas, o desemprego está em 11% e o emprego está em 58%”, detalha. “Para eliminar o desemprego, o único remédio válido é reduzir as horas de trabalho, mantendo o salário e aumen- tando o número de vagas”, diz, em entrevista ao UOL. (Lúcia Valentim Rodrigues, “Mais ócio, por favor”. https://noticias.uol.com. br. Adaptado) 18 Considere as passagens: Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o con- ceito de “ócio criativo” [...], foi alçado à condição de pensador revolucionário... (1º parágrafo) A intenção era alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e lazer para aprimorar o conhecimento, vivenciar diferentes experiências e instigar a criatividade. (2º parágrafo) “Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou oculto – está destinado a crescer em dimensão patológica”, escreve. (4º parágrafo) No contexto em que estão empregados, os termos significam, correta e respectivamente: a) elevado; estimular; doentia. b) conduzido; coibir; mórbida. c) rebaixado; promover; promissora. d) promovido; restringir; limitada. e) assemelhado; induzir; esperançosa. 53. (VUNESP – 2019) Coube ____ Domenico De Mais ____ cria- ção do conceito de ócio criativo, referindo-se ____ desconexão necessária com a labuta como caminho para se chegar ____ experiências criativas do ser humano. Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enun- ciado devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com: a) a ... à ... a ... a b) à ... a ... à ... às c) a ... a ... à ... às d) à ... a ... a ... à e) à ... à ... à ... as 54. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 54, 55 e 56. Ao longo de todo o ano passado, assistentes sociais municipais abordaram cerca de 105,3 mil pessoas nas cal- çadas da cidade de São Paulo. Esse número é 66% maior do que a quantidade de pessoas abordadas na mesma situa- ção em 2016, quando foram contabilizados 63,2 mil indiví- duos, e 88% acima da de 2015. O número de indivíduos abordados não representa a quantidade de pessoas que vive de fato nas ruas. Entre os abordados há, por exemplo, moradores da periferia que passam dias e noites vivendo nas calçadas da região cen- tral em busca de doações, mas em parte do mês retornam a suas casas, pessoas que estão de passagem pela cidade, entre outras situações. O cálculo oficial de moradores de rua na capital paulista está defasado, uma vez que é feito a cada quatro anos pela prefeitura por meio da contratação de um censo específico. O levantamento mais recente é de 2015, quando foram con- tabilizados cerca de 15 mil moradores de rua. Naquele ano, foram abordados 56,1 mil indivíduos. Com a crise econômica que já dura cinco anos, mudou também a motivação principal que leva as pessoas à rua. Os conflitos familiares, que, em 2018, apareciam em pri- meiro lugar como motivo mais frequente para permane- cer nas ruas, foram ultrapassados pelo desemprego, que figura como a explicação mais comum dada pelas pessoas abordadas. A consolidação de São Paulo como destino de imigran- tes em busca de melhores condições representa outra camada no cenário social devastador da cidade. Ao longo do ano passado, mais de 260 estrangeiros foram aborda- dos como moradores de rua. Migrantes também engordam as estatísticas. Entre os abordados pelos assistentes sociais que informaram origem, metade veio de fora da capital, apesar de o estado ser citado pela maioria como local de origem. Os outros estados mais citados são Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná. (Mariana Zylberkan. “Em dois anos, SP vê salto de 66% de pessoas abordadas vivendo nas ruas”. www1.folha.uol.com.br, 22.06.2019. Adaptado) Os vocábulos crise e motivação, em destaque no 4º parágrafo, apresentam como antônimo e sinônimo, respectivamente, no contexto em que se encontram: a) acaso e efeito. b) desventura e motivo. c) depressão e consequência. d) prosperidade e causa. e) êxito e necessidade. 55. (VUNESP – 2019) Considere a passagem do texto: “Entre os abordados há, por exemplo, moradores da periferia que passam dias e noites vivendo nas calçadas da região central em busca de doações, mas em parte do mês retornam a suas casas, pessoas que estão de passagem pela cidade, entre outras situações.” (2º parágrafo) Nessa passagem, o seguinte vocábulo expressa sentido de direção: a) nas b) em c) a d) de e) pela 56. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o acréscimo de uma vírgula antes do vocábulo que mantém a correção gra- matical da frase. a) Esse número é 66% maior do que a quantidade de pessoas abordadas na mesma situação em 2016… b) O número de indivíduos abordados que vive de fato nas ruas não representa o contingente real dessa população. c) O cálculo oficial de moradores de rua na cidade está defasa- do, uma vez que é feito a cada quatro anos pela prefeitura… d) Com a crise econômica que já dura cinco anos, mudou tam- bém a motivação principal… e) Entre aqueles abordados pelos assistentes sociais, sabe-se que metade veio de fora da cidade… 57. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 57 a 60. Rahmatullah tem 24 anos e deixou a Indonésia acreditando que estava partindo para as águas do Peru para ganhar um bom salário, mas em lugar disso viveu um inferno. A agência de recrutamento que lhe ofereceu emprego em um barco de pes- ca, onde ele ganharia US$ 400 (R$ 1 540) ao mês, não estava habilitada para enviar pessoas ao exterior e falsificou os docu- mentos necessários. Rahmatullah foi parar na Somália, onde passou nove meses terríveis trabalhando 18 horas por dia a bordo de um barco chinês. A indústria pesqueira mundial recorre ao trabalho for- çado de maneira generalizada, afirmam especialistas na luta contra o tráfico de pessoas. Os consumidores, eles dizem, não se dão conta do custo verdadeiro do pescado e do marisco que compram nas lojas e consomem nos restaurantes. Intermediários inescrupulosos fazem contato com pessoas pobres e sem capacitação profissional e frequen- temente lhes prometem bons salários, sobretudo na Indo- nésia e no sudeste da Ásia. Rahmatullah e outros 39 indonésios estão processando a agência indonésia de recrutamento PT Maritim Samudera Indonesia, acusando-a de enganá-los e solicitando indeniza- ções e ressarcimento. A agência de recrutamento PT Maritim Samudera Indo- nesia se recusou a responder a perguntas e se limitou a afir- mar que está cooperando com a investigação policial. (Harry Pearl. Pescadores indonésios são submetidos a inferno de surras, fome e sede no mar. www1.folha.uol.com.br, 21.06.2019. Adaptado) PO RT U G U ÊS 19 O vocábulo inescrupulosos, em destaque no 3º parágrafo, apre- senta como antônimo no contexto em que se encontra: a) impassíveis. b) retraídos. c) mercenários. d) zelosos. e) envolventes. 58. (VUNESP – 2019) Segundo a notícia, a indústria pesqueira mundial a) tem levado mão de obra especializada aos mares de todo o mundo, permitindo que essas pessoas tenham um trabalho mesmo ganhando pouco. b) está em diversos países, por meio de agências de recru- tamento, sem necessariamente atuar nesses países, mas deles angariando mão de obra barata. c) vale-se de embarcações ilegais para tirar pessoas de seus países, por meio de intermediários locais que também estão sendo enganados. d) engana os consumidores de seus produtos, ao comerciali- zar produtos superfaturados e de origem duvidosa, como pescado e marisco. e) está sujeita a ser processada e a ter de indenizar seus traba- lhadores como qualquer empresa de caráter privado. 59. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que apresenta vocá- bulo que corretamente poderia estar entre vírgulas, de acordo com a norma-padrão, no trecho – Intermediários inescrupulo- sos fazem contato com pessoas pobres e sem capacitação pro- fissional e frequentemente lhes prometem bons salários…: a) inescrupulosos b) pobres c) capacitação d) prometem e) frequentemente 60. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o termo entre parênteses substitui corretamente a expressão. a) para ganhar um bom salário (para ganhar-lo). b) viveu um inferno (viveu-o). c) falsificou os documentos (falsificou-lhes). d) estão processando a agência (estão processando-na). e) está cooperando com a investigação (está cooperando- a). 61. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder a questão. O mundo não é maternal É bom ter mãe quando se é criança, mas também é bom quando se é adulto. Na adolescência se pensa que seria pos- sível viver melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco. O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua. O mundo quer defender o seu, não o nosso. O mundo quer que fiquemos horas ao telefone, torrando dinheiro. Quer que nos casemos logo para comprar um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que andemos na moda, troquemos de carro, tenhamos boa aparência, nem que para isso tenhamos que estourar o car- tão de crédito. Mãe também quer que os filhos tenham boa aparência, mas está mais preocupada com nosso banho, com os nos- sos dentes e os nossos ouvidos, com a nossa limpeza inter- na: não quer que os filhos se droguem nem bebam. O mundo nos olha superficialmente. Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento. O mundo nos quer lindos e vito- riosos. O mundo não se preocupa se estamos com febre, não penteia nosso cabelo, não nos oferece um pedaço de bolo. Quando não concorda conosco, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não quer nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodo- mésticos temos em casa, mas não quer saber dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Mãe é de outro mundo. Sofre no lugar dos filhos, preo- cupa- se com detalhes e tenta adivinhar as vontades deles. Enquanto o mundo exige eficiência máxima e cobra caro pelo seu tempo, mãe é de graça. (Martha Medeiros. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2012. Adaptado) Considere os trechos do texto: “Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento.” “Sofre no lugar dos filhos, preocupa-se com d etalhes e tenta adivinhar...” As palavras destacadas podem ser substituídas, respectiva- mente e sem alteração de sentido, por: a) desânimo; minúcias. b) entusiasmo; segredos. c) sofrimento; banalidades. d) propósito; generalidades. e) interesse; pormenores. 62. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 62 e 63. Dilemas do teletrabalho Uma questão clássica das ciências humanas, debatida ainda hoje, consiste em saber se o progresso tecnológico ajuda a satisfazer as necessidades sociais ou apenas apro- funda a alienação humana. Em poucas palavras, a tecno- logia serve para nos emancipar ou nos explorar? Muitos analistas veem a flexibilidade do trabalho como aspecto positivo do atual desenvolvimento das tecnologias de infor- mação e comunicação. Há, porém, aqueles que enfatizam como aspecto negativo o desemprego estrutural produzido pelos avanços da atual revolução da internet das coisas e da manufatura complexa do setor de serviços e na indústria. Diante desse dissenso, como interpretar o inegável cres- cimento do número de profissionais em home office, isto é, de pessoas trabalhando fora da sede das empresas que as contratam? Se no Brasil a tendência é recente, concentran- do-se, sobretudo, em empresas prestadoras de serviços tecnológicos ligadas ao mundo virtual, nos Estados Unidos estimativas indicam que, independentemente do setor eco- nômico, 40% de todo o trabalho de escritório já é realizado em home office. Em primeiro lugar, é importante sublinhar que a tecno- logia não é em si mesma exploradora ou emancipadora. Aqui, as questões-chave são o modo como o progresso tec- nológico é apropriado pelas empresas e como ele é regula- do pela sociedade. Da perspectiva do processo de trabalho, o home office apresenta, de fato, uma face muito sedutora. Afinal, vivendo em uma cidade como São Paulo, por exemplo, quem não gostaria de trabalhar em casa, evitando o trânsito e os peri- gos ligados à circulação nos espaços públicos? Além disso, o trabalho em home office satisfaz com mais frequência a parcela feminina da força de trabalho, que percebe na flexi- bilização da jornada uma maneira de equilibrar demandas profissionais e exigências domésticas. No entanto, cabe observar que muitos efeitos deletérios para os profissionais em home office têm sido registrados por sociólogos do trabalho. 20 Na medida em que esse trabalho é regulado econo- micamente pelo sistema de administração por metas, e considerando que as empresas tendem a endurecer perma- nentemente seus objetivos, verifica-se certa implosão das barreiras entre tempo livre e tempo de trabalho. Ou seja, todo o tempo da vida de quem está em home office trans- forma- se em trabalho. Aqui, não se trata mais de falar em flexibilização da jor- nada de trabalho, mas em ampliação de uma jornada que devora os finais de semana e não diferencia o dia da noite.
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