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QUESTOES GABARITADAS

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2.000
De acordo com o edital da PM-SP/2021.
Organizado por disciplinas.
Questões atualizadas da VUNESP.
Gabarito oficial ao final de cada disciplina.
?caderno deQUESTÕES- Língua Portuguesa
- Matemática
- Conhecimentos Gerais (História e Geografia)
- Noções de Informática
- Noções de Administração Pública
PM-SP
QUESTÕES PARA 
QUESTÕES PARA 
PM-SP
2.000
PM-SP
?caderno deQUESTÕESQUESTÕES
NV-LV005-21-2000-QUESTOES-PM-SP
Cód.: 7908428800031
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Organização
Ana Claudia Prado de Deus
Carolina Gomes
Guilherme Silva Camilo
Larissa Pegoraro
Maciel Ferreira Rigoni
Diagramação
Willian Lopes
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Projeto Gráfico
Daniela Jardim & Rene Bueno
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
Caderno de Questões da 
Polícia Militar de São Paulo
Soldado PM de 2ª Classe
Disciplinas
LÍNGUA PORTUGUESA 
MATEMÁTICA
CONHECIMENTOS GERAIS – HISTÓRIA E GEOGRAFIA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Data da Publicação
Janeiro/2021
APRESENTAÇÃO
O treino de questões, além de testar seus conhecimentos, é fundamental para compreender melhor 
o perfil da banca organizadora. Ao mesmo tempo que você revisa a teoria estudada, você pratica a 
metodologia da banca e cria uma rotina de estudos essencial para a sua preparação.
Pensando nisso, a série Caderno de Questões da Editora Nova Concursos apresenta 2000 Questões 
para PM-SP da banca VUNESP, organizadas em disciplinas de acordo com os assuntos abordados 
no edital da PM-SP/2021. Neste material, você encontra ainda o gabarito oficial, ao final de cada 
disciplina, para conferir e acompanhar o seu desempenho. 
A meta é estudar até passar!
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................................... 07
MATEMÁTICA ............................................................................................................. 139
CONHECIMENTOS GERAIS – HISTÓRIA E GEOGRAFIA ........................ 194
NOÇÕES DE INFORMÁTICA ................................................................................. 267
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................... 311
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PORTUGUÊS
1. (VUNESP – 2020) Leia o texto para responder à questão.
O galã
Um belo dia, naquela pacata e honesta capital da provín-
cia de segunda ordem, apareceram, pregados nas esquinas, 
enormes cartazes anunciando a próxima estreia de uma 
excelente companhia dramática, vinda do Rio de Janeiro.
Há muito tempo o velho teatro não abria as portas ao 
público, e este, enfarado1 de peloticas2 e cavalinhos, andava 
sequioso de drama e comédia. Havia, portanto, na cidade 
uma animação e rebuliço desusados.
Falara-se na vinda da companhia, mas ninguém tinha 
absoluta certeza de que ela viesse, porque o empresário 
receava não fazer para as despesas. Agora, os cartazes, 
impressos em letras garrafais, confirmavam a auspiciosa 
notícia, provocando um entusiasmo indizível. Muita gente 
saía de casa só para os ver, certificando-se, pelos próprios 
olhos, de tão grata novidade.
A companhia anunciada era, efetivamente, a melhor, tal-
vez, de quantas até então se tinham aventurado às incerte-
zas de uma temporada naquela cidade tranquila. Quando a 
companhia chegou, foi uma verdadeira festa. Grande mas-
sa de povo aguardava-a no cais de desembarque; houve 
música, foguetes e aclamações.
(Arthur Azevedo, “O galã”. Seleção de Contos, 2014. Adaptado)
1entediado
2artes de iludir com truques
Considere as passagens:
 y Havia, portanto, na cidade uma animação e rebuliço desu-
sados. (3º parágrafo)
 y Agora, os cartazes, impressos em letras garrafais, confir-
mavam a auspiciosa notícia... (4º parágrafo)
 y houve música, foguetes e aclamações. (6º parágrafo)
No contexto em que estão empregados, os termos destacados 
significam, correta e respectivamente:
a) agitação; promissora; saudações.
b) desordem; derradeira; gritarias.
c) confusão; conturbada; aprovações.
d) felicidade; inusitada; histerias.
e) encantamento; grave; agressões.
2. (VUNESP – 2020) Leia o texto para responder às questões de 
número 2, 3, 4 e 5.
Os livros para ser ouvidos, sobejamente conhecidos pelo 
nome em inglês – audiobooks –, nasceram em 1932, nos Esta-
dos Unidos, como ferramenta de inclusão social, começaram a 
ser feitos no estúdio de gravação de uma fundação para cegos, 
registrados em discos de vinil, com capacidade de no máximo 
quinze minutos para cada lado do LP. No ano seguinte, depu-
tados e senadores aprovaram uma emenda que autorizava a 
Biblioteca do Congresso a entrar no negócio, que não parou de 
crescer. Inicialmente eram as peças de Shakespeare, a Consti-
tuição etc., e o céu virou o limite. 
A partir dos nichos dedicados à deficiência visual, os volu-
mes de viva voz extrapolaram as fronteiras, de mãos dadas com 
os avanços da tecnologia. Hoje, por meio de um smartphone 
com acesso a lojas de aplicativos, é possível baixar qualquer um 
dos 44 000 títulos lançados anualmente nos Estados Unidos – 
é um naco que responde, por enquanto, por 6,5% do merca-
do livreiro, mas que se expande rapidamente. Os lançamentos 
surgem em ritmo mais veloz que o de volumes em capa dura. É 
uma febre que começa a desembarcar com força no Brasil.
(Giulia Vidale, Prazer para os ouvidos. Veja, 30.10.2019)
A expressão “sobejamente”, em destaque no início do texto, tem 
como sinônimo e antônimo, respectivamente,
a) excessivamente e infelizmente.
b) paulatinamente e aparentemente.
c) popularmente e reservadamente.
d) vagamente e especificamente.
e) amplamente e restritamente.
3. (VUNESP – 2020) É correto afirmar que o texto é caracterizado 
como predominantemente
a) doutrinário, com passagens marcadas pelo emprego de 
expressões em sentido figurado, como exemplificado em 
– No ano seguinte, deputados e senadores aprovaram uma 
emenda que autorizava a Biblioteca do Congresso a entrar 
no negócio...
b) didático, com passagens marcadas pelo emprego de 
expressões em sentido próprio, como exemplificado em – É 
uma febre que começa a desembarcar com força no Brasil.
c) informativo, com passagens marcadas pelo emprego de 
expressões em sentido figurado, como exemplificado em – 
A partir dos nichos dedicados à deficiência visual, os volu-
mes de viva voz extrapolaram as fronteiras, de mãos dadas 
com os avanços da tecnologia.
d) jornalístico, com passagens marcadas pelo emprego de 
expressões em sentido próprio, como exemplificado em – 
Inicialmente eram as peças de Shakespeare, a Constituição 
etc., e o céu virou o limite.
e) panfletário, com passagens marcadas pelo emprego de 
expressões em sentido figurado, como exemplificado em 
– Hoje, por meio de um smartphone com acesso a lojas de 
aplicativos, é possível baixar qualquer um dos 44000 títulos 
lançados anualmente nos Estados Unidos.
4. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa em que a concordân-
cia, verbal e nominal, está de acordo com a norma-padrão.
a) Hoje, 6,5% do mercado livreiro dos Estados Unidos estão 
ocupados pelos audiobooks.
b) Nascido fora do Brasil como ferramenta de inclusão social, 
está desembarcando no Brasil a febre do livro para ser ouvida.
c) Foi constatado que os Estados Unidos responde, atualmen-
te, pela grande produção de audiobooks.
d) Fazem anos que tem sido gravado em discos de vinil livros 
para serem escutados.
e) Há várias décadas a inclusão dos deficientes visuais no 
mundo dos livros vêm sendo feitos.
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5. (VUNESP – 2020) As expressões destacadas na passagem –
...nasceram em 1932, nos Estados Unidos, como ferramenta de 
inclusão social, começaram a ser feitos no estúdio de gravação 
de uma fundação para cegos – podem ser substituídas, com 
coerência de sentido e correção no emprego do sinal de crase, 
respectivamente, por:
a) maneira de ação ... com a finalidade de
b) semelhantes à instrumento ... em favor de
c) servindo à promoção ... destinada a
d) destinados à servir ... com relação à
e) adaptados para atos ... equiparada à
6. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões de 
número 3 e 4.
É preciso preocupar-se menos
É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas fiquem 
preocupadas demais com coisas que não podem ser mudadas 
e dependem de fatores externos e variáveis que não podem 
ser controlados – como o clima, o estado de saúde de algum 
parente ou o trânsito. Pior ainda: algumas pessoas ficam 
remoendo coisas do passado que trazem dor, pensando em 
situações e pessoas, o que só traz sofrimento.
Quem tem esse tipo de atitude geralmente fica pensan-
do e reclamando das situações, mesmo sabendo que não 
pode fazer nada em relação a esses “problemas”. Isso faz 
com que uma quantidade enorme de energia seja gasta, 
sendo que poderia ser melhor aplicada em situações que 
realmente dependem de decisão ou ação pessoal.
(<htttp://www.sbi.com.br> Acesso em 20.11.2018. Adaptado)
Na frase – É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas 
fiquem preocupadas... – a palavra destacada tem sentido con-
trário de
a) normal.
b) corriqueiro.
c) banal.
d) correto.
e) raro.
7. (VUNESP – 2019) Há funcionários que costumam se dedi-
car____trabalho muito mais do que podem suportar. ____ pre-
cisam saber que essa atitude pode ____ fazer mal.
As lacunas do enunciado devem ser preenchidas, conforme a 
norma-padrão da língua e na ordem em que se apresentam, 
por:
a) no ... Porque ... os
b) do ... Enquanto ... lhes
c) com o ... Quando ... os
d) ao ... Entretanto ... lhes
e) pelo ... Portanto ... os
8. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 8 e 9.
Por que temos filhos?
A pergunta do título comporta vários níveis de respos-
ta. No plano biológico, a reprodução é um imperativo(A, 
fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biolo-
gia é só parte da história. A paternidade também encerra 
dimensões culturais(B, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arris-
co algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo eco-
nômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho doméstico, 
colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as 
vezes de plano de aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, 
elas demoram muito até começar a trazer contribuições 
econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois 
séculos, a criação de filhos deixou de ser um bem privado 
para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emo-
cionais, do ponto de vista estritamente econômico(C, ela 
favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior par-
te dos custos recai sobre os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na 
análise de economistas como Julian Simon, riqueza são 
pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos 
que têm ideias (além de consumir produtos) e são as novas 
ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtivi-
dade a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos 
tempos modernos. Para assegurar a sustentabilidade da 
exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos 
estabilizar ou até reduzir a população. Só que fazê-lo é uma 
espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito difícil 
manter taxas positivas de crescimento, sem as quais insti-
tuições como previdência e até democracia representativa 
podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)
Considere as frases:
 y No plano biológico, a reprodução é um imperativo...
 y A paternidade também encerra dimensões culturais...
 y ... do ponto de vista estritamente econômico...
As expressões destacadas nas frases têm como sinônimos ade-
quados ao contexto
a) uma imposição; contém; precisamente.
b) um propósito; estende; plenamente.
c) um estímulo; propicia; manifestamente.
d) uma obsessão; sobrepõe; devidamente.
e) uma afirmação; atenua; incontestavelmente.
9. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que a reescrita da 
frase do texto atende à norma-padrão de pontuação.
a) Dimensões culturais, econômicas e emocionais, também se 
encerram, na paternidade.
b) Colaboravam desde cedo, para o bem-estar, da família, aju-
dando nos trabalhos domésticos.
c) Crianças, por demorarem muito a contribuir economica-
mente com os pais, ficaram caras.
d) A criação de filhos, perdeu a condição de bem privado, pas-
sando a ser um bem público.
e) Embora traga recompensas emocionais, o custo da paterni-
dade, é alto para os genitores.
10. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 10 
e 11.
Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar 
empatia
Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na 
sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida 
– não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes-
ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve 
ser cada vez menos o controle sobre o destino do paciente e 
mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluin-
do a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, 
que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a 
recuperar cada vez mais sua importância.
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De meados do século 20 até agora, concomitantemente 
às novas especialidades, houve avanço tecnológico e a proli-
feração de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos 
laboratórios e também a dependência do médico em relação 
a exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o 
cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pedia-
tria no país. “Tem que haver progressão tecnológica, claro, mas 
mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. 
Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão 
está sofrendo uma nova reviravolta, quase que voltando às 
origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que 
sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda 
a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia, mas com 
foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina 
mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando 
na interface entre o conhecimento biomédico e a tecnolo-
gia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou 
ainda atuariam alimentando com dados uma plataforma de 
inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descen-
traliza a realização de consultas e exames. Clínicas e médicos 
generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com 
laudos de especialistas situados em diferentes localidades; 
uma junta médica pode discutir casos de pacientes e seria pos-
sível até a realização, a distância, de consultas propriamente 
ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento 
da robótica. O tema continua fascinando médicos e pacientes, 
mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – 
quem controla o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)
Considere os trechos do texto.
 y Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é 
algo trivial.
 y ... e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, 
incluindo a famigerada inteligência artificial.
 y Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na 
interface
entre o conhecimento biomédico e a tecnologia...
Os termos destacados podem ser substituídos, respectivamen-
te e sem alteração do sentido do texto, por:
a) banal; afamada; interação.
b) inusitado; arrojada; colaboração.
c) corriqueiro; temida; contradição.
d) evidente; exaltada; incompatibilidade.
e) irrelevante; depreciada; subordinação.
11. (VUNESP – 2019) No trecho do último parágrafo – quem con-
trola o robô ainda é o ser humano –, o termo destacado apre-
senta circunstância adverbial de
a) afirmação, como em: “tende a recuperar cada vez mais sua 
importância”.
b) tempo, como em: “pode discutir, remotamente, diversos 
casos”.
c) tempo, como em: “Hoje médicos pedem muitos exames”.
d) afirmação, com em: “progressão tecnológica, claro, mas 
mais importante”.
e) intensidade, como em: “tornando-a mais esperta”.
12. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 12, 
13 e 14.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela esta-
va sempre esperando a visita de alguém ilustre. Dona Morga-
dinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de 
poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cris-
tais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no 
corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada 
fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com 
uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do 
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, 
não lia nada. Achava que jornal sujava os dedos e livro jun-
tava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela 
amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a ore-
lha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite 
para sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em 
sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro 
só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em 
que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibi-
do para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-
-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos 
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da 
lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do 
charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente 
o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz 
de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio 
de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)
Considere as frases:
 y ... estava sempre esperando a visita de alguém ilustre.
 y Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na 
mão...
 y Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e erra-
va deliberadamente o alvo.
Os termos em destaque nas frases têm como sinônimos ade-
quados ao contexto, correta e respectivamente:
a) notável; determinada; propositalmente.
b) imponente; hábil; impensadamente.
c) sentencioso; indolente; manifestamente.
d) observador; servil; insistentemente.
e) crítico; obstinada; indiscriminadamente.
13. (VUNESP – 2019) A concordância das palavras está em con-
formidade com a norma-padrão da língua portuguesa em:
a) A dona de casa não suportava ver sujo ou desorganizado 
seus móveis, vidros e cristais.
b) Costumava ser constante a insatisfação da dona de casa 
com os maus hábitos do marido.
c) As almofadas do sofá da sala fora de seu lugar de origem 
tirava a senhora do sério.
d) A dona de casa não gostava de jornais por achar que suas 
folhas continha fungos e outras sujeiras.
e) Para desespero da mulher, os pés do marido estavam fre-
quentemente colocado em cima dos móveis.
14. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o acento indi-
cativo da crase está empregado em conformidade com a nor-
ma-padrão da língua portuguesa.
a) À visita de alguém ilustre parecia ser sempre aguardada 
por Dona Morgadinha.
b) À qualquer sinal de mancha nos vidros e cristais, punha-se 
a reclamar baixinho.
c) À vista do menor sinal de poeira, a mulher percorria a casa 
com uma flanela na mão.
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d) À busca constante por limpeza e organização era o objetivo 
diário de dona de casa.
e) À devoção de Dona Morgadinha pelo marido esbarrava nos 
maus hábitos do homem.
15. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 15, 
16 e 17.
Vizinhos
Fabrício via na infância moradores pedindo um pou-
co de açúcar, de sal, de arroz e de café emprestado para 
os vizinhos. Era natural a convivência harmoniosa na 
urgência. Chegava uma visita inesperada e não se tinha 
tempo para sair e dar um pulo no mercado. Então batia-se 
na porta ao lado e dificilmente alguém recebia um não.
Com a insegurança atual, o máximo que Fabrício tes-
temunha na vida adulta é vizinho gritando para baixar a 
música, chamando a polícia ou denunciando os outros nas 
reuniões de condomínio.
Fabrício e a mulher, Beatriz, estavam jantando, num 
sábado, quando a campainha do apartamento deles tocou. 
Fabrício já se encontrava receoso, tanto que tratou de criti-
car e expelir o veneno pela boca:
– Quem veio nos incomodar e estragar a paz do final de 
semana? Beatriz, ao contrário do marido, abriu a porta com 
generosidade:
– Como posso ajudar, querida?
Uma senhora do apartamento do andar de cima, Dona 
Lúcia, vinha solicitar um abajur emprestado. Beatriz não 
estranhou o pedido nem hostilizou a necessidade da vizi-
nha. Foi ao quarto e, imediatamente, trouxe o objeto.
– Não tenha pressa de devolver.
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da 
vizinha e ficou desconfiado com o destino do empréstimo. 
Não quis se meter no assunto, embora considerasse que 
Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais 
estariam pedindo o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as 
cadeiras, o fogão, a geladeira... Não teria fim a ciranda de 
favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o aba-
jur e mais um vaso com flores muito perfumadas para retri-
buir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício olhou para as 
flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto. 
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no 
quanto a confiança é perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2017. Adaptado)
No trecho “Era natural a convivência harmoniosa na urgência.”, 
a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sen-
tido, por
a) agradável.
b) diária.
c) suportável.
d) insistente.
e) estranha.
16. (VUNESP – 2019) Conforme o texto, a maneira como Fabrício 
reagiu ao toque da campainha revela que ele
a) estava disposto a colaborar.
b) já sabia do que se tratava.
c) sentiu-se incomodado e raivoso.
d) não se importava em ajudar os vizinhos.
e) simpatizava com os vizinhos do apartamento.
17. (VUNESP – 2019) A concordância das palavras está de acordo 
com a norma- padrão da língua portuguesa em:
a) Já fazem quase 10 anos que ele se mudou de cidade.
b) As mulheres geralmente retribuía a gentileza dos vizinhos.
c) Vieram três novos vizinhos morar no andar de baixo.
d) Elas mesmo ajudaram na mudança dos vizinhos.
e) Os gestos de gentilezas sempre deve ser retribuído.
18. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 18, 
19, 20 e 21.
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e 
precisa andar na rua. Termômetros digitais mostram uma tem-
peratura que o corpo da gente não registra: a sensação térmica 
é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando, tentando res-
pirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para 
chegar ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa 
sombra de árvore, tentando estimular seu buldogue francês, 
esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei o relógio, o 
qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com 
meio palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de 
água, que a moça tentava oferecer ao animal e que, naquele 
momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a 
cabeça do cão, pegasse-o no colo
e corresse com ele para 
casa. O risco de internação é grande, sobretudo para raças 
de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o 
perigo que o cão correra e fiz ela me prometer que nunca 
mais sairia com ele àquela hora no verão. “Eu sei, ele fica 
plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não con-
sigo acordar cedo para sair com ele”, confessou-me ela.
(Amelia Gonzalez. “Nossos pets e o aquecimento global”. https://g1.globo.
com, 25.01.2019. Adaptado)
O vocábulo inútil, em destaque no texto, possui como antônimo 
apropriado para o contexto em que se encontra:
a) superficial.
b) substituível.
c) dispensável.
d) proveitoso.
e) infeliz.
19. (VUNESP – 2019) A fala da dona do animal no último parágra-
fo demonstra que ela
a) entendia ser melhor não sair de casa com o animal no calor, 
mas saiu mesmo assim porque não queria deixar o cachor-
ro sozinho em casa.
b) saía de casa com seu animal, de uma forma ou outra, ain-
da que isso se desse em horários não adequados para o 
cachorro.
c) tinha consciência dos riscos a que estava exposta, mas pre-
feria aquele horário por entender que era o melhor para o 
cachorro.
d) preferia não levar o animal para passear em dias quentes, 
já que, para ela, era mais importante preservar a saúde do 
cachorro.
e) não conseguia acordar mais cedo e, por essa razão, estava 
sempre atrasada para seus compromissos, o que fazia com 
que ela dedicasse pouco tempo ao cachorro.
20. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o vocábulo 
muito foi empregado corretamente.
a) Os proprietários de animais não precisam ser muitos expe-
rientes, mas precisam ter bom senso.
b) A intermação pode deixar um animal muito mal e até mes-
mo matá-lo devido à exposição excessiva ao calor.
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c) Os donos de cães precisam ficar muitos alertas quanto ao 
melhor horário para sair com seus animais.
d) Muito são os que maltratam os próprios animais de estima-
ção sem nem mesmo perceber esse fato.
e) São muitas poucas as pessoas, hoje em dia, que não pos-
suem um animal de estimação.
21. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que as regras de 
pontuação foram respeitadas.
a) Em dias quentes, a sensação térmica é maior, os riscos cres-
cem e os cuidados redobram.
b) A jovem me confessou que, o cão, não tem saído de casa por 
causa das altas temperaturas.
c) O buldogue francês apresenta, além de porte pequeno foci-
nho achatado.
d) Os moradores da cidade do Rio de Janeiro, enfrentam difi-
culdades quando precisam sair de casa.
e) Segundo o entendimento de uma desconhecida, o animal 
não podia estar exposto, ao calor.
22. (VUNESP – 2019)
Informação é um elemento essencial para nossa sobre-
vivência e tomada de decisões. É por isso que ninguém se 
joga, para ganhar tempo, de um edifício de dez andares em 
vez de descer as escadas; o mesmo acontece com tomadas 
de decisão. Se uma pessoa deseja viajar de avião para Nova 
York, ela se informa da hora da partida antes de ir ao aero-
porto. Caso contrário, corre o risco de perder o voo.
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por 
todos, não existe, contudo, no tocante a outro problema de 
grande importância, que é o aquecimento do nosso planeta, 
que está em curso. A temperatura média já subiu mais de 
um grau Celsius desde 1 800 e provavelmente vai subir mais 
dois graus até o fim do século 21.
A probabilidade de que a principal causa desse aque-
cimento seja a emissão dos gases resultantes da queima 
dos combustíveis fósseis, do desmatamento e de ativida-
des agrícolas é muito grande, e essa avaliação decorre de 
inúmeros estudos científicos. As consequências do aque-
cimento da Terra são muito sérias e já se manifestam, por 
exemplo, nos desastres climáticos que estão se tornando 
cada vez mais frequentes.
Para enfrentar o problema, a cooperação internacio-
nal é essencial, porque as emissões que causam o aqueci-
mento não respeitam fronteiras. A temperatura na China 
(o maior país emissor mundial) está subindo por causa de 
suas próprias emissões, mas também das emissões dos 
Estados Unidos (o segundo emissor mundial) e vice-versa, 
bem como das emissões de todos os outros países. O Brasil 
é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais.
Existem outras causas para o aquecimento (e até o 
resfriamento) da Terra – além das emissões de carbono –, 
como já aconteceu no passado, como a variação da ativida-
de solar, a inclinação do eixo da Terra, erupções vulcânicas, 
etc. Mas elas foram todas analisadas pelos cientistas: a ação 
do homem soma-se a esses eventos naturais e está ocor-
rendo numa velocidade sem precedentes na história geo-
lógica da Terra. Questionar a realidade do problema é uma 
posição obscurantista, como foi a da Igreja Católica no fim 
da Idade Média ao negar que a Terra gira em torno do Sol.
(José Goldemberg. “Aquecimento global e desinformação”. https://opiniao.
estadao.com.br, 21.01.2019. Adaptado)
A expressão destacada em “… essa avaliação decorre de inúme-
ros estudos científicos…” pode ser corretamente substituída, 
preservando-se o sentido do trecho, por
a) incorre em.
b) tem origem em.
c) leva a.
d) remete a.
e) distingue-se de.
23. (VUNESP – 2019)
No primeiro quadrinho, o sentido da fala da personagem altera-
-se caso, no lugar de “severa”, seja empregado o termo
a) implacável.
b) rigorosa.
c) inflexível.
d) austera.
e) indulgente.
24. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 24, 
25, 26 e 27.
Mais um desastre
Ainda demorará um tanto até que o impacto humano 
e ambiental do rompimento da barragem em Brumadinho 
(MG) possa ser propriamente avaliado. Algumas lições pre-
liminares, entretanto, já podem ser extraídas desse lamen-
tável desastre.
A primeira deriva do fato acabrunhante de que não se 
trata de tragédia inédita no gênero. Há apenas três anos 
o país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível 
devastação desencadeadas pelo colapso de uma barragem 
da Samarco, que varreu do mapa a localidade de Bento 
Rodrigues (MG).
Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por 
óbvio, as suspeitas medidas usuais: instalaram-se comis-
sões para tratar do assunto. Resultado? Nenhum.
Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao 
menos 45 barragens estão vulneráveis no país. Rachaduras, 
infiltrações e ausência de documentos que comprovem a 
segurança são algumas das irregularidades identificadas.
Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. 
Autoridades estaduais e federais não atuaram como deve-
riam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência 
– a mineradora foi corresponsável pela tragédia da Samarco.
Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama mul-
tou a Vale – a conferir se a penalidade será paga –, enquan-
to a Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para 
garantir reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia 
Federal e Ministério Público mostram-se empenhados em 
investigar as causas e identificar os culpados.
Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem 
ímpeto com o tempo. Elas precisam ser efetivas e exempla-
res, pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 28.01.2019. Adaptado)
12
Considere as passagens do texto:
 y Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 
mortes e da incrível devastação... (2º parágrafo)
 y Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a 
Vale... (6º parágrafo)
 y Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto 
com o tempo. (7º parágrafo)
No contexto em que estão empregados, os termos destacados 
significam, correta e respectivamente:
a) abateu-se; planejada; emoção.
b) chocou-se; prevista; objetivo.
c) paralisou-se; completada; brandura.
d) escandalizou-se; aproximada; segurança.
e) entristeceu-se; concluída; força.
25. (VUNESP – 2019) O termo destacado na frase “Mais gra-
ve, entretanto, é a incúria de empresas e órgãos de controle...” 
apresenta um sinônimo e um antônimo adequados ao contex-
to,
nessa ordem, em:
a) postura; sujeição.
b) relutância; inação.
c) negligência; atenção.
d) insatisfação; disposição.
e) perspicácia; perseverança.
26. (VUNESP – 2019) No editorial, são apresentados argumentos 
para defender o ponto de vista de que
a) é infundada a ideia de que possam haver acidentes decor-
rentes da atividade mineradora em Barão dos Cocais como 
os ocorridos em Mariana, também em Minas Gerais.
b) devido à falta de políticas de prevenção, um eventual rompi-
mento de barragem em Barão dos Cocais pode causar uma 
tragédia humana proporcional à ocorrida em Brumadinho.
c) os eventos em Mariana e em Brumadinho têm sido mani-
pulados de modo irresponsável a fim de atemorizar a popu-
lação em outras cidades mineiras, causando prejuízos à 
economia.
d) dada a possibilidade permanente de ruptura, a existência 
de barragens de rejeitos localizadas próximo a contingentes 
humanos mostra-se um descaso, se não um crime.
e) constitui um crime, pelo medo injustificadamente causado 
à população, relacionar a situação do complexo minerário 
do município Barão de Cocais aos eventos de Brumadinho.
27. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que, na frase 
escrita a partir do texto, as vírgulas estão empregadas em con-
formidade com a norma-padrão de pontuação.
a) Quando, a barragem ameaçada atingiu o nível 2 sob o risco 
de serem atingidos, os moradores das comunidades mais 
próximas foram retirados da área.
b) Quando a barragem ameaçada, atingiu o nível 2 sob o risco 
de serem atingidos, os moradores das comunidades mais 
próximas foram retirados da área.
c) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2, sob o risco 
de serem atingidos os moradores das comunidades mais 
próximas, foram retirados da área.
d) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2, sob o risco 
de serem atingidos, os moradores das comunidades mais 
próximas foram retirados da área.
e) Quando a barragem ameaçada atingiu o nível 2 sob o risco 
de serem atingidos, os moradores das comunidades mais 
próximas, foram retirados da área.
28. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder à questão.
Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, 
empresa de Seattle (EUA), criou uma página de internet cujo 
conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que 
desconectar sua internet no PC ou celular e só assim a pági-
na mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para 
desligar sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: 
Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:
“2017. 2 minutos de leitura.
Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois man-
ter uma conexão constante com a internet é manter uma 
conexão constante com interrupções, tanto externas como 
internas.
As interrupções externas são uma legião e bem docu-
mentadas: você tem uma nova mensagem no Gmail, Slack, 
Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, 
familiares, colegas de trabalho e spammers: cada um tem 
acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente 
perniciosas. Você pode silenciar as notificações do Twitter 
e sair do Slack, mas como você impede sua própria men-
te de descarrilar sua atenção? Passei horas capturadas em 
teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o 
capricho dividido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto 
qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500 milisse-
gundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas 
uma pesquisa no Google, apenas um artigo da Wikipédia. A 
desconexão da internet faz um curto-circuito desses capri-
chos, permitindo que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se cer-
to conteúdo nos obrigasse a desconectar? E se os leitores 
tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um 
romance por horas de uma forma tão gratificante? E se os 
criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis 
plataformas para novos conteúdos – se apenas pudésse-
mos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pen-
sar de forma diferente. Olhe para esta página: não há um 
único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair 
os leitores. Quantos bons artigos você deixou a metade da 
leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? 
Quando você está offline, aqui é o único lugar em que você 
pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar 
online para o meu trabalho.’ Eu não ligo. Crie tempo. Apos-
to que o que o torna valioso não é a sua capacidade para 
o Google, mas a sua capacidade de sintetizar informações. 
Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. 
Apenas lembre-se de se dar um presente ocasional de 
desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)
Considere as passagens do texto:
 y As interrupções externas são uma legião...
 y Mas são as distrações internas verdadeiramente 
perniciosas.
 y “Apenas lembre-se de se dar um presente ocasional de 
desconexão.”
Conforme o contexto em que estão empregados, os termos em 
destaque significam, correta e respectivamente:
a) uma porção significativa; tendenciosas; fortuito.
b) um número restrito; perturbadoras; raro.
c) uma quantia razoável; benéficas; eventual.
d) um quinhão expressivo; provocadoras; progressivo.
e) uma grande quantidade; nocivas; incomum.
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29. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 29, 
30 e 31.
A cada governo que entra, o assunto educação deixa os 
holofotes provisórios da campanha eleitoral, onde costuma 
desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e 
volta à triste prateleira dos problemas que se arrastam sem 
solução. Desta vez foi diferente: encerrada a votação, a edu-
cação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infeliz-
mente, o saldo da agitação não gira em torno de nenhuma 
providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da 
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar 
sobre o que o professor pode ou, principalmente, não 
pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a 
doutrinação, por professores, em classe, o projeto ameaça 
alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamen-
to, atitudes retrógradas e pensamento estreito. Segundo o 
especialista em educação Claudio de Moura Castro, não há 
como definir o que é variedade de pensamento e o que é 
proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, 
a discussão entrou pela porta da frente das escolas. Nesse 
clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esfor-
ço adicional para separar o joio do trigo. A doutrinação em 
sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de 
esquerda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer 
outra natureza. A escola é um lugar para o debate livre das 
ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portan-
to, a aventura humana, por definição, nunca é neutra ou 
isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso 
sobre o que precisa ser apresentado ao aluno, e não vigiar 
e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de 
convencer o outro. A todo bom professor cabe estimular o 
confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando 
seu ponto de vista, mas não catequizar – uma linha fina que 
exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é 
o lugar adequado para que essa diversidade seja discutida 
livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem 
proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, 
volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)
As palavras “acirradas” (1º parágrafo) e “retrógradas” (2º pará-
grafo) têm antônimos, respectivamente, em:
a) aguçadas e renovadoras.
b) retiradas e retrospectivas.
c) censuradas e incrementadas.
d) flexibilizadas e tolerantes.
e) abrandadas e progressistas.
30.
(VUNESP – 2019) Há, no texto, ocorrência do verbo “pôr” e 
dois de seus derivados – “propor” e “expor”. Tomando-os por 
referência, assinale a alternativa em que derivados daquele 
verbo estão empregados de acordo com a norma-padrão.
a) Eles se disporão a colaborar com a campanha, caso a gente 
se compõe com eles.
b) Se eu lhes propunha um acordo, por certo se predispuse-
ram a analisá-lo.
c) Eu me predisporei a negociar com ele, mesmo se ele se 
indispuser comigo.
d) Insisto para que componham uma nova música, mesmo 
que ele se indisporem a isso.
e) Se ele a compor, será um sucesso, que o público certamente 
se disporá a cantar.
31. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que reescreve livre-
mente passagem do texto, de acordo com a norma-padrão de 
concordância e de pontuação.
a) Não parece existir possibilidades de definir, se é questão 
de variedade de pensamento ou de proselitismo, segundo 
Claudio de Moura Castro – especialista em educação.
b) No entanto, o clima de paixões exaltadas acabam por exigir, 
esforços adicionais, para separar o joio do trigo.
c) Sabemos que cabe a todo bom professor várias tarefas, 
entre as quais: estimular o confronto de ideias e o livre 
pensar.
d) Houve, desta vez, algumas diferenças: tão logo se encerra-
ram as eleições, a pauta de discussões acirradas acerca da 
educação se manteve.
e) Como todo conhecimento se constrói socialmente, por 
definição não se isentam de valores a aventura humana, 
que é neutra.
32. (VUNESP – 2019) Leia o texto de Rubem Alves
A arte de educar
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O edu-
cador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção 
apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele 
fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interior-
mente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual 
vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociolo-
gia da Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que 
me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência 
à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na educa-
ção, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através 
dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e 
o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para 
que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das 
Habilidades e Educação das Sensibilidades. Sem a Educa-
ção das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem 
sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A 
sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encan-
tados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para 
os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se 
assombrar diante do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma 
minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, 
os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na 
terra. Coisas que os eruditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botâ-
nicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum 
professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de 
uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas. 
Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo-
cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras 
que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo 
melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há 
muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de 
ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a 
gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mun-
do aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, 
sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm 
saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da 
vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e 
não se torna como criança, jamais será sábio.
(Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 
18.11.2018)
14
A expressões destacadas nas passagens – a capacidade de se 
assombrar diante do banal. / Ou para o curioso das simetrias 
das folhas. – têm seu sentido preservado se substituídas, res-
pectivamente, por:
a) comum e contraposições.
b) singelo e comparações.
c) insuspeito e dimensões.
d) inédito e essências.
e) trivial e harmonias.
33. (VUNESP – 2019)
Carros precisam de renovação para oferecer mais segu-
rança aos ocupantes
Há temas que são tabu no conjunto de regulamenta-
ções de trânsito no Brasil. Falar em renovação da frota é 
como cercear o direito de ir e vir de quem não pode adquirir 
um automóvel atual. A gritaria também é geral quando se 
fala em restringir a circulação de veículos de carga em perío-
dos de grande movimento nas rodovias, como os feriados.
O problema ocorre quando os mundos se cruzam: car-
ros e caminhões mal conservados dividindo espaço no trá-
fego congestionado. O resultado aparece em estatísticas: 
103 mortos em acidentes nas estradas no período do último 
Carnaval. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal. Houve 
queda de 31% no número de óbitos em relação a 2017, fato 
que, apesar do alívio, não dá motivos para comemorações.
Caso as evoluções propostas há mais de 20 anos, épo-
ca em que o atual Código de Trânsito Brasileiro entrou em 
vigor, tivessem se tornado realidade, a quantidade de víti-
mas seria certamente menor.
A idade média da frota de caminhões é superior a 10 
anos, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes 
Terrestres) e o Sindipeças. São veículos com milhões de qui-
lômetros rodados e manutenção nem sempre em dia.
Carros incapazes de proteger ocupantes em colisões cir-
culam na contramão da modernidade. Muitos donos teriam 
interesse em se livrar desses veículos se lhes fossem ofere-
cidos benefícios para adquirir um modelo mais novo, mes-
mo que seja um usado em melhores condições.
Mas as propostas de renovação não seguem adiante, 
sempre preteridas nos incentivos governamentais ou nos 
pedidos de socorro feitos pelas montadoras em crise.
Com as novas exigências de segurança e redução de 
emissões de poluentes que devem surgir com o programa 
Rota 2030, é o momento de retornar ao tema, sem medo 
de chamar carro velho de sucata. A legislação que virá e 
a retomada nas vendas precisam gerar também um ciclo 
de renovação mais amplo que a simples troca de um carro 
seminovo por um zero-quilômetro.
(Eduardo Sodré. Folha de S.Paulo. 18.02.2018. Adaptado)
Considere as frases do texto:
 y Falar em renovação da frota é como cercear o direito de ir 
e vir...
 y A gritaria também é geral quando se fala em restringir a 
circulação de veículos...
Os termos destacados nas frases significam, correta e 
respectivamente:
a) diminuir; obstruir.
b) depreciar; determinar.
c) desfazer; identificar.
d) impedir; limitar.
e) desprezar; projetar.
34. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 34 
e 35.
Problemas de comportamento na escola podem ser 
indícios de TOD
Crianças são naturalmente agitadas. Cabe à família esta-
belecer limites e regras, e à escola reforçá-las e fazer com 
que sejam respeitadas. Mas, quando pais e educadores 
não conseguem controlar excessos no comportamento de 
algumas crianças, é preciso auxílio profissional; o problema 
pode ser o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), que tem 
se tornado cada vez mais comum no ambiente escolar.
De acordo com o neuropediatra Clay Brites, um dos fun-
dadores do Instituto NeuroSaber, o TOD é o excesso de um 
traço de comportamento inadequado e resulta da união de 
fatores genéticos com fatores ambientais desajustados. “É 
uma condição que leva a comportamentos altamente res-
tritivos por gerar na criança e no adolescente acessos de 
raiva exagerados, sentimentos de vingança e dificuldade em 
seguir regras e conselhos de outras pessoas, especialmente 
pais e autoridades”, explica. Ele ressalta que o transtorno 
costuma aparecer nos primeiros sete anos de vida e a inci-
dência é maior em meninos.
O tratamento para
o TOD é feito por uma rede multidis-
ciplinar composta por pais, escola e profissionais. A terapia 
é fundamental tanto para a criança com TOD, quanto para 
a família, que precisa aprender o manejo comportamen-
tal ideal para seus filhos e também necessita de equilíbrio 
para lidar com a situação. Embora não seja um problema 
simples, pois o tratamento é longo e requer persistência da 
família e da escola, os números são animadores: caracte-
rísticas do TOD desaparecem em 65% das crianças e ado-
lescentes que recebem o tratamento adequado. Porém, 
quando o problema não tem a devida atenção, pode evoluir 
para outros quadros, como baixo rendimento escolar e pro-
blemas de aprendizagem.
(Lilian Martins. Gazeta do Povo. 02.03.2018. www.gazetadopovo.com.br. 
Adaptado)
Considere os sentidos expressos pelas palavras destacadas nos 
trechos que seguem:
 y ... dificuldade em seguir regras e conselhos de outras pes-
soas, especialmente pais e autoridades... (2º parágrafo)
 y ... o transtorno costuma aparecer nos primeiros sete anos 
de vida e a incidência é maior em meninos. (2º parágrafo)
 y ... quando o problema não tem a devida atenção... (3º 
parágrafo)
No contexto, as palavras destacadas estão empregadas com 
sentidos equivalentes, respectivamente, a
a) em particular ... cura ... recomendada
b) sobretudo ... ocorrência ... merecida
c) evidentemente ... gravidade ... rara
d) óbvio ... mortalidade ... essencial
e) esporadicamente ... persistência ... necessária
35. (VUNESP – 2019) Conforme o texto, o TOD
a) precisa ser diagnosticado nos primeiros sete anos de vida 
para que seja corretamente medicado; sem isso, o trata-
mento torna-se inviável.
b) é curado na totalidade dos casos em que a criança e os fami-
liares são corretamente medicados.
c) deve ser tratado com a ajuda mútua de profissionais, fami-
liares e educadores; caso contrário, a criança pode desen-
volver outros problemas de comportamento.
d) é facilmente reconhecido em crianças travessas, que pre-
ferem atividades movimentadas a atividades monótonas e 
que exigem demasiada concentração.
e) caracteriza-se como uma doença transmitida de modo 
hereditário; para evitar a continuidade de sua transmissão, 
toda a família deve receber tratamento especializado.
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36. (VUNESP – 2019) Leia o texto, para responder às questões 36 
e 37.
Piscina
Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de 
Freitas, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela pis-
cina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se 
alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a 
paisagem.
Diariamente desfilavam diante do portão aquelas 
mulheres silenciosas e magras, lata d’água na cabeça. De 
vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma 
criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras 
vezes eram as próprias mulheres que se detinham e fica-
vam olhando.
Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônica 
no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à 
beira da piscina, quando perceberam que alguém os obser-
vava pelo portão entreaberto.
Era um ser encardido, cujos molambos em forma de 
saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava 
uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa 
como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olha-
ram, separadas pela piscina.
De súbito pareceu à dona da casa que a estranha cria-
tura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. 
Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com 
terror que ela se aproximava lentamente: já transpusera o 
gramado, atingia a piscina, agachava-se junto à borda de 
azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia água 
com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa 
retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em 
pouco sumia-se pelo portão.
Lá no terraço o marido, fascinado, viu toda a cena. Não 
durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinis-
tra como os instantes tensos de silêncio e de paz que ante-
cedem um combate.
Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)
Os adjetivos esplêndida (1º parágrafo) e cautelosa (5º parágra-
fo) têm antônimos, respectivamente, em:
a) simples e inadequada.
b) humilde e desatenta.
c) luxuosa e desprevenida.
d) brilhante e impensada.
e) surpreendente e desinteressada.
37. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que substitui o trecho 
destacado em conformidade com a norma-padrão de regência 
e crase.
a) o marido, fascinado, viu toda a cena – assistiu à cena toda.
b) já transpusera o gramado, atingia a piscina – chegava perto 
à piscina.
c) a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando 
o jardim – espreitando à todo o jardim.
d) Pena que a favela […] comprometesse tanto a paisagem – 
afetasse tanto à qualquer paisagem.
e) e agora colhia água com a lata – enchia à lata com água.
38. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 38, 
39 e 40.
O poder do “não”
Pedrinho tinha um sorriso com dentinhos brancos e ali-
nhados e o cabelinho repartido na lateral, inclinado da esquer-
da para a direita. Vestia uma camisa xadrezinha de vermelho 
e preto, uma calça jeans com elástico na cintura e não apa-
rentava mais de 4 ou 5 anos. Não fosse pelo comportamento, 
poderia dizer que era uma graça de criança.
Numa tarde de domingo, num shopping center, Pedri-
nho se jogou no chão, fez birra e gritou na porta de uma 
loja. Queria que a mãe lhe comprasse uma dessas sanda-
linhas crocs com estampas de uma famosa porquinha dos 
desenhos animados de tevê.
A mãe ficou completamente quieta diante da situação. 
Depois, constrangida, ficou entre ignorar o filho ou pedir 
a ele, sem nenhuma firmeza, que ficasse quieto. Cara de 
tacho definiria bem a expressão dela. Aquela era uma crian-
ça que cresceria sem limites, alienada de tudo aquilo que 
signifique cordialidade, adequação, limite e respeito.
O “não” tem uma força impressionante. Não pela nega-
tiva em si, mas pelos limites que impõe. Dizer “sim” é muito 
mais fácil, o “sim” não machuca, não contraria, não requer 
explicações. É o “não” que ensina respeito, delimita espaço, 
dimensiona o mundo. Afinal, não vivemos sozinhos, e viver 
em sociedade é algo que vai sendo moldado pelo “não”. Dei-
xar de dizer “não” é perder o compromisso com o legado 
para o futuro, com o respeito e a civilidade.
(Jamil Alves. O anjo Miguel – crônicas da vida que insiste em dar certo. 
São Paulo: Scortecci, 2018. Adaptado)
Conforme o comportamento descrito no 2º parágrafo, é correto 
afirmar que as atitudes de Pedrinho
a) faziam com que a mãe lhe desse umas palmadas.
b) não costumavam incomodar as pessoas.
c) demonstravam falta de limites impostos pela mãe.
d) fizeram com que a mãe desse um castigo a Pedrinho.
e) garantiram que ele conseguiria o que desejava.
39. (VUNESP – 2010) O acento indicador da crase está correta-
mente empregado em:
a) O camelô oferecia o produto à quem passava na rua.
b) Eles não esperavam que a fiscalização ocorresse naquele 
dia.
c) O fiscal foi à barraca do ambulante para multá-lo.
d) Muitas pessoas passaram à comprar produtos piratas.
e) A moça foi procurar o ambulante à fim de trocar um DVD.
40. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o verbo des-
tacado está no tempo presente.
a) Vestia uma camisa xadrezinha…
b) Pedrinho se jogou no chão…
c) Cara de tacho definiria bem a expressão dela.
d) Aquela era uma criança que cresceria sem limites…
e) Afinal, não vivemos sozinhos…
41. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 41 
a 45.
Víamos os nossos pés
Não sou uma pessoa tropical. Minha terra preferida 
é o outono em qualquer lugar. No outono as coisas se 
abrandam e absorvem a luz em vez de refleti-la. É como se 
a Natureza etc., etc. (O verão não é uma boa estação para 
literatura descritiva. Me peça o resto da frase no outono.)
Sempre digo que a praia seria um lugar ótimo se não 
fossem a areia, o sol e a água fria.
É só uma frase. Gosto 
do mar. O diabo é que a gente sempre tem na cabeça um 
banho de mar perfeito que nunca se repete. O meu aconte-
ceu em Torres, Rio Grande do Sul, em algum ano da déca-
da de 50. Sim, crianças, em 50 já existiam Torres, o oceano 
Atlântico e este cronista, todos bem mais jovens. O mar 
de Torres estava verde como nunca mais esteve. Via-se o 
fundo?
Via-se o fundo.
16
Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo 
nosso pescoço, e como eram jovens os nossos pés. Havia 
algas no mar? Iodo, mães-d’água, siris, dejetos, náufragos, 
sereias? Não, a água estava límpida como nunca mais este-
ve. Os únicos objetos estranhos no mar eram os nossos 
pés, e como isso faz tempo. Até que horas ficamos na água? 
Alguns anoiteceram dentro d’água e estariam lá até agora 
se não tivessem que voltar para a cidade, se formar, fazer 
carreira, casar, envelhecer, essas coisas.
Como o cronista explica sua aversão ao verão depois de 
tais lembranças? É que eu não gostava do verão. Gostava de 
ser mais moço.
(Luis Fernado Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro, Objetiva, 
2011. Adaptado)
Sinônimos para as palavras destacadas em – No outono as coi-
sas se abrandam... e como o cronista explica sua aversão ao 
verão… – são, respectivamente:
a) aceleram; desvenda.
b) aniquilam; ensina.
c) atenuam; esclarece.
d) fortalecem; elucida.
e) suavizam; critica.
42. (VUNESP – 2019) O comentário entre parênteses no primeiro 
parágrafo permite concluir que
a) o outono é a estação mais fácil de se descrever.
b) o autor só escreve durante o outono.
c) a estação do verão é indescritível.
d) o texto foi escrito durante um verão.
e) a literatura descritiva não trata do verão.
43. (VUNESP – 2019) O cronista estabelece algumas compara-
ções ao longo do texto, como se constata em:
a) Não sou uma pessoa tropical.
b) O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve.
c) Via-se o fundo.
d) Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso 
pescoço...
e) ... eu não gostava do verão.
44. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que as expres-
sões substituem, respectivamente e em conformidade com a 
norma-padrão da língua, as expressões destacadas nas frases 
a seguir.
 y Via-se o fundo.
 y Havia algas no mar?
a) Podia-se ver ... Existia
b) Podiam-se ver ... Existiam
c) Era possível se ver ... Existia
d) Era possível ver ... Existiam
e) Era possível que se vissem ... Existiam
45. (VUNESP – 2019) A expressão destacada está empregada em 
conformidade com a regência da norma-padrão da língua na 
seguinte frase:
a) O autor disse ter preferência pelo outono.
b) A areia é um dos defeitos atribuídos sobre a praia.
c) O cronista faz menção sob um banho de mar.
d) A água chegava contra ao pescoço dos banhistas.
e) Alguns permaneceram para a água até anoitecer.
46. (VUNESP – 2019) Leia a tirinha a seguir.
(Maurício de Sousa. As melhores tiras do Chico Bento. Editora Panini Books: 
São Paulo, 2008. Adaptado)
Assinale a alternativa que completa a lacuna do último quadri-
nho com a palavra que apresenta o sentido contrário da palavra 
“verde”.
a) especial
b) conhecido
c) estranho
d) maduro
47. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 47 
a 50:
O time de futebol paraense Paysandu anunciou a cria-
ção do projeto Alegria do Povo, o qual, em parceria com o 
curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Una-
ma), selecionou torcedores para um programa de conces-
são de entradas gratuitas em jogos do clube.
Do outro lado, o também paraense Remo não ficou 
atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina refor-
mulou seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria 
Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais 
como o Bolsa-Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da 
modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam 
mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido a todos os 
jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção 
na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. 
“Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar 
que todo torcedor tem importância.”
Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço 
do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido 
o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa 
parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians, tercei-
ra bilheteria mais cara do país, cobra em média 50 reais na 
Arena, Remo e Paysandu se mantêm estáveis na casa dos 
20 reais.
“Quando jogamos contra times de outros estados, nos-
so trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes. 
“Vamos provar que aproximá-lo do clube, não importa de 
onde venha, vale a pena.”
(Breiller Pires. A receita dos times do Pará para se reconectar ao povo e 
encher os estádios. https://brasil.elpais.com, 05.05.2019. Adaptado)
PO
RT
U
G
U
ÊS
17
Os vocábulos distinção e fundamental, em destaque no 2º 
parágrafo, apresentam, respectivamente, como sinônimo e 
antônimo no contexto em que se encontram:
a) diferença e supérfluo.
b) semelhança e imprescindível.
c) separação e necessário.
d) honraria e básico.
e) recomendação e secundário.
48. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que se aponta 
corretamente, nos parênteses, a noção que o vocábulo destaca-
do expressa no contexto em que se encontra.
a) … selecionou torcedores para um programa de concessão 
de entradas gratuitas… (propósito).
b) Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou 
seu plano de sócio-torcedor… (local).
c) … destinada a beneficiários de programas sociais como o 
Bolsa-Família (modo).
d) “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na 
carteirinha de sócio”… (procedência).
e) “Quando jogamos contra times de outros estados, nosso 
trunfo é o apoio maciço…” … (comparação).
49. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que apresenta con-
cordância nominal e verbal correta.
a) Foi colocada à disposição dos torcedores 600 vagas da cate-
goria Ouro Social.
b) A redução dos preços tiveram impacto significativo na pre-
sença dos torcedores em campo.
c) Segundo Bentes, são fundamentais a valorização e a pre-
sença do torcedor de seu clube.
d) O Paysandu e a Unama anunciaram conjuntamente o proje-
to, que beneficiaram torcedores.
e) Os 50 reais cobrados pelo Corinthians o coloca na terceira 
posição de bilheteria mais cara.
50. (VUNESP – 2019) A colocação pronominal está de acordo 
com a norma-padrão em: Não importa de onde o torcedor vem, 
é preciso que aproximemo-lo do seu clube do coração.
a) O torcedor, ao não aproximar-se do clube, é alijado do seu 
pleno direito de torcida.
b) Os preços impeditivos assustam os torcedores e geralmen-
te mantêm-nos longe dos estádios.
c) Iniciativas de redução de preço das entradas são bem-vis-
tas, e mais clubes estão copiando-as.
d) A entrada com preço reduzido parece ser uma tendência e 
quem usa-as mais é o torcedor mais carente.
51. (VUNESP – 2019)
Do primeiro celular ao smarthone*
Do primeiro celular a gente nunca se esquece: falo do 
tijolão preto, quando chegou ao Brasil! Lembro como se fos-
se o primeiro dinossauro. Causou uma revolução em nos-
sos costumes. Mas era apenas um telefone – falar e ouvir.
Foi um susto ao ver as pessoas falando nas calçadas. Na 
época, eu pensei que aquele estardalhaço pelas ruas, com o 
aparelho no ouvido, seria coisa passageira, logo as pessoas 
entrariam em equilíbrio. Mas não, piorou. Sem cerimônia 
entramos na vida dos outros, nas conversas de família, nas 
doenças, nas brigas. E não se respeitam mais hospitais, clí-
nicas, elevadores, lojas... O tranco é o mesmo. Um berreiro. 
E assim seguiremos, já acostumamos a compartilhar toda a 
nossa vulnerabilidade em lugar público. Compartilhamos o 
que somos e o que gostaríamos de ser. Uma mistura surreal 
contemporânea, massificada.
Atualmente estamos com o que há de mais moderno. 
Frequentemente, enormes filas se formam à espera de 
mais um “trocinho” moderno.
Estou sentindo que não levará muito para acabarem 
com teclados,
mouses e a sensação gostosa de sentar à 
mesa e escrever em silêncio. Contar nossas vivências, nos-
sas histórias, nossa poesia. Não é difícil de entender esse 
vínculo que criamos de interação em torno da escrita. Mas já 
ouvi falar em escrita por “comando de voz”. Um desencanto!
O mundo virtual está engolindo o mundo real nas lojas e 
Bancos. Há uma ânsia em se comunicar, alegrias e tristezas 
a compartilhar. Os filhos não querem saber de papo fami-
liar, vão direto às redes sociais e lá tiram suas dúvidas com 
centenas de amigos. Só o futuro dirá algo sobre isso.
(Taís Luso. Disponível em: https://taisluso.blogspot.com/. 22.11.18. Adaptado)
* Smarthone – celular com tecnologias avançadas.
Na frase – … eu pensei que aquele estardalhaço pelas ruas, com 
o aparelho no ouvido, seria coisa passageira… –, a palavra des-
tacada tem sentido contrário de
a) transitória.
b) duradoura.
c) ocasional.
d) imprevista.
e) inesperada..
52. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 52 
e 53.
Mais ócio, por favor
Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o 
conceito de “ócio criativo”, em seu livro homônimo de 2000, 
foi alçado à condição de pensador revolucionário e à lista 
dos mais vendidos.
O sucesso se deveu à explicação do espírito daquele 
tempo, ao apontar que tão essencial ao crescimento pro-
fissional quanto o estudo e o trabalho eram os momentos 
de desconexão com a labuta que abririam as portas para a 
criatividade e para “pensar fora da caixinha”. A intenção era 
alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e lazer para apri-
morar o conhecimento, vivenciar diferentes experiências e 
instigar a criatividade.
Com o lançamento de “Uma Simples Revolução”, um 
best-seller, o sociólogo prega uma nova guinada no pensa-
mento empresarial.
Ao analisar as taxas de desemprego e de desocupação, 
para De Masi, a única saída é reduzir a carga de trabalho 
individual e abrir novas vagas. “Se as regras do jogo não 
mudarem, o desemprego – aberto ou oculto – está destina-
do a crescer em dimensão patológica”, escreve.
O Brasil é um dos países que vivem essa realidade, com 
um desemprego de mais de 13 milhões de pessoas, segun-
do dados mais recentes do IBGE Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística. Mais de 5 milhões de pessoas procuram 
trabalho no país há um ano ou mais, o que representa qua-
se 40% desse total.
A lógica do mercado não ajuda a melhorar esses núme-
ros. As empresas tentam reduzir suas folhas de pagamento, 
mesmo que isso signifique mais horas extras.
Só que, de acordo com o sociólogo, quanto mais horas 
um indivíduo trabalha, mais ele contribui para a taxa de 
desocupação. “Na Alemanha, onde todos trabalham, em 
média, 1 400 horas, o desemprego está em 3,8% e o empre-
go está em 79%. Já na Itália, onde um italiano trabalha em 
média 1 800 horas, o desemprego está em 11% e o emprego 
está em 58%”, detalha.
“Para eliminar o desemprego, o único remédio válido é 
reduzir as horas de trabalho, mantendo o salário e aumen-
tando o número de vagas”, diz, em entrevista ao UOL.
(Lúcia Valentim Rodrigues, “Mais ócio, por favor”. https://noticias.uol.com.
br. Adaptado)
18
Considere as passagens:
Quando o sociólogo italiano Domenico De Masi lançou o con-
ceito de “ócio criativo” [...], foi alçado à condição de pensador 
revolucionário... (1º parágrafo)
A intenção era alcançar uma fusão entre estudo, trabalho e 
lazer para aprimorar o conhecimento, vivenciar diferentes 
experiências e instigar a criatividade. (2º parágrafo)
“Se as regras do jogo não mudarem, o desemprego – aberto ou 
oculto – está destinado a crescer em dimensão patológica”, 
escreve. (4º parágrafo) No contexto em que estão empregados, 
os termos significam, correta e respectivamente:
a) elevado; estimular; doentia.
b) conduzido; coibir; mórbida.
c) rebaixado; promover; promissora.
d) promovido; restringir; limitada.
e) assemelhado; induzir; esperançosa.
53. (VUNESP – 2019) Coube ____ Domenico De Mais ____ cria-
ção do conceito de ócio criativo, referindo-se ____ desconexão 
necessária com a labuta como caminho para se chegar ____ 
experiências criativas do ser humano.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enun-
ciado devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com: 
a) a ... à ... a ... a
b) à ... a ... à ... às
c) a ... a ... à ... às
d) à ... a ... a ... à
e) à ... à ... à ... as
54. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 54, 
55 e 56.
Ao longo de todo o ano passado, assistentes sociais 
municipais abordaram cerca de 105,3 mil pessoas nas cal-
çadas da cidade de São Paulo. Esse número é 66% maior do 
que a quantidade de pessoas abordadas na mesma situa-
ção em 2016, quando foram contabilizados 63,2 mil indiví-
duos, e 88% acima da de 2015.
O número de indivíduos abordados não representa a 
quantidade de pessoas que vive de fato nas ruas. Entre os 
abordados há, por exemplo, moradores da periferia que 
passam dias e noites vivendo nas calçadas da região cen-
tral em busca de doações, mas em parte do mês retornam 
a suas casas, pessoas que estão de passagem pela cidade, 
entre outras situações.
O cálculo oficial de moradores de rua na capital paulista 
está defasado, uma vez que é feito a cada quatro anos pela 
prefeitura por meio da contratação de um censo específico. 
O levantamento mais recente é de 2015, quando foram con-
tabilizados cerca de 15 mil moradores de rua. Naquele ano, 
foram abordados 56,1 mil indivíduos.
Com a crise econômica que já dura cinco anos, mudou 
também a motivação principal que leva as pessoas à rua. 
Os conflitos familiares, que, em 2018, apareciam em pri-
meiro lugar como motivo mais frequente para permane-
cer nas ruas, foram ultrapassados pelo desemprego, que 
figura como a explicação mais comum dada pelas pessoas 
abordadas.
A consolidação de São Paulo como destino de imigran-
tes em busca de melhores condições representa outra 
camada no cenário social devastador da cidade. Ao longo 
do ano passado, mais de 260 estrangeiros foram aborda-
dos como moradores de rua. Migrantes também engordam 
as estatísticas. Entre os abordados pelos assistentes sociais 
que informaram origem, metade veio de fora da capital, 
apesar de o estado ser citado pela maioria como local de 
origem. Os outros estados mais citados são Bahia, Minas 
Gerais, Pernambuco e Paraná.
(Mariana Zylberkan. “Em dois anos, SP vê salto de 66% de pessoas 
abordadas vivendo nas ruas”. www1.folha.uol.com.br, 22.06.2019. Adaptado)
Os vocábulos crise e motivação, em destaque no 4º parágrafo, 
apresentam como antônimo e sinônimo, respectivamente, no 
contexto em que se encontram:
a) acaso e efeito.
b) desventura e motivo.
c) depressão e consequência.
d) prosperidade e causa.
e) êxito e necessidade.
55. (VUNESP – 2019) Considere a passagem do texto:
“Entre os abordados há, por exemplo, moradores da 
periferia que passam dias e noites vivendo nas calçadas da 
região central em busca de doações, mas em parte do mês 
retornam a suas casas, pessoas que estão de passagem 
pela cidade, entre outras situações.” (2º parágrafo)
Nessa passagem, o seguinte vocábulo expressa sentido de 
direção:
a) nas
b) em
c) a
d) de
e) pela
56. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o acréscimo 
de uma vírgula antes do vocábulo que mantém a correção gra-
matical da frase.
a) Esse número é 66% maior do que a quantidade de pessoas 
abordadas na mesma situação em 2016…
b) O número de indivíduos abordados que vive de fato nas 
ruas não representa o contingente real dessa população.
c) O cálculo oficial de moradores de rua na cidade está defasa-
do, uma vez que é feito a cada quatro anos pela prefeitura…
d) Com a crise econômica que já dura cinco anos, mudou tam-
bém a motivação principal…
e) Entre aqueles abordados pelos assistentes sociais, sabe-se 
que metade veio de fora da cidade…
57. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 57 
a 60.
Rahmatullah tem 24 anos e deixou a Indonésia acreditando 
que estava partindo
para as águas do Peru para ganhar um 
bom salário, mas em lugar disso viveu um inferno. A agência de 
recrutamento que lhe ofereceu emprego em um barco de pes-
ca, onde ele ganharia US$ 400 (R$ 1 540) ao mês, não estava 
habilitada para enviar pessoas ao exterior e falsificou os docu-
mentos necessários. Rahmatullah foi parar na Somália, onde 
passou nove meses terríveis trabalhando 18 horas por dia a 
bordo de um barco chinês.
A indústria pesqueira mundial recorre ao trabalho for-
çado de maneira generalizada, afirmam especialistas na 
luta contra o tráfico de pessoas. Os consumidores, eles 
dizem, não se dão conta do custo verdadeiro do pescado 
e do marisco que compram nas lojas e consomem nos 
restaurantes.
Intermediários inescrupulosos fazem contato com 
pessoas pobres e sem capacitação profissional e frequen-
temente lhes prometem bons salários, sobretudo na Indo-
nésia e no sudeste da Ásia.
Rahmatullah e outros 39 indonésios estão processando 
a agência indonésia de recrutamento PT Maritim Samudera 
Indonesia, acusando-a de enganá-los e solicitando indeniza-
ções e ressarcimento.
A agência de recrutamento PT Maritim Samudera Indo-
nesia se recusou a responder a perguntas e se limitou a afir-
mar que está cooperando com a investigação policial.
(Harry Pearl. Pescadores indonésios são submetidos a inferno de surras, 
fome e sede no mar. www1.folha.uol.com.br, 21.06.2019. Adaptado)
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RT
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G
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19
O vocábulo inescrupulosos, em destaque no 3º parágrafo, apre-
senta como antônimo no contexto em que se encontra:
a) impassíveis.
b) retraídos.
c) mercenários.
d) zelosos.
e) envolventes.
58. (VUNESP – 2019) Segundo a notícia, a indústria pesqueira 
mundial
a) tem levado mão de obra especializada aos mares de todo o 
mundo, permitindo que essas pessoas tenham um trabalho 
mesmo ganhando pouco.
b) está em diversos países, por meio de agências de recru-
tamento, sem necessariamente atuar nesses países, mas 
deles angariando mão de obra barata.
c) vale-se de embarcações ilegais para tirar pessoas de seus 
países, por meio de intermediários locais que também 
estão sendo enganados.
d) engana os consumidores de seus produtos, ao comerciali-
zar produtos superfaturados e de origem duvidosa, como 
pescado e marisco.
e) está sujeita a ser processada e a ter de indenizar seus traba-
lhadores como qualquer empresa de caráter privado.
59. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que apresenta vocá-
bulo que corretamente poderia estar entre vírgulas, de acordo 
com a norma-padrão, no trecho – Intermediários inescrupulo-
sos fazem contato com pessoas pobres e sem capacitação pro-
fissional e frequentemente lhes prometem bons salários…:
a) inescrupulosos
b) pobres
c) capacitação
d) prometem
e) frequentemente
60. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que o termo entre 
parênteses substitui corretamente a expressão.
a) para ganhar um bom salário (para ganhar-lo).
b) viveu um inferno (viveu-o).
c) falsificou os documentos (falsificou-lhes).
d) estão processando a agência (estão processando-na).
e) está cooperando com a investigação (está cooperando- a).
61. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder a questão.
O mundo não é maternal
É bom ter mãe quando se é criança, mas também é bom 
quando se é adulto. Na adolescência se pensa que seria pos-
sível viver melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom 
em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o 
mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados 
e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua. O 
mundo quer defender o seu, não o nosso. O mundo quer 
que fiquemos horas ao telefone, torrando dinheiro. Quer 
que nos casemos logo para comprar um apartamento que 
vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer 
que andemos na moda, troquemos de carro, tenhamos boa 
aparência, nem que para isso tenhamos que estourar o car-
tão de crédito.
Mãe também quer que os filhos tenham boa aparência, 
mas está mais preocupada com nosso banho, com os nos-
sos dentes e os nossos ouvidos, com a nossa limpeza inter-
na: não quer que os filhos se droguem nem bebam.
O mundo nos olha superficialmente. Não detecta nossa 
tristeza, nosso abatimento. O mundo nos quer lindos e vito-
riosos. O mundo não se preocupa se estamos com febre, 
não penteia nosso cabelo, não nos oferece um pedaço de 
bolo. Quando não concorda conosco, nos pune, nos rotula, 
nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, 
não quer nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodo-
mésticos temos em casa, mas não quer saber dos nossos 
medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi 
duro arranjar o primeiro emprego.
Mãe é de outro mundo. Sofre no lugar dos filhos, preo-
cupa- se com detalhes e tenta adivinhar as vontades deles. 
Enquanto o mundo exige eficiência máxima e cobra caro 
pelo seu tempo, mãe é de graça.
(Martha Medeiros. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2012. Adaptado)
Considere os trechos do texto:
“Não detecta nossa tristeza, nosso abatimento.”
“Sofre no lugar dos filhos, preocupa-se com d etalhes e tenta 
adivinhar...”
As palavras destacadas podem ser substituídas, respectiva-
mente e sem alteração de sentido, por:
a) desânimo; minúcias.
b) entusiasmo; segredos.
c) sofrimento; banalidades.
d) propósito; generalidades.
e) interesse; pormenores.
62. (VUNESP – 2019) Leia o texto para responder às questões 62 
e 63.
Dilemas do teletrabalho
Uma questão clássica das ciências humanas, debatida 
ainda hoje, consiste em saber se o progresso tecnológico 
ajuda a satisfazer as necessidades sociais ou apenas apro-
funda a alienação humana. Em poucas palavras, a tecno-
logia serve para nos emancipar ou nos explorar? Muitos 
analistas veem a flexibilidade do trabalho como aspecto 
positivo do atual desenvolvimento das tecnologias de infor-
mação e comunicação. Há, porém, aqueles que enfatizam 
como aspecto negativo o desemprego estrutural produzido 
pelos avanços da atual revolução da internet das coisas e da 
manufatura complexa do setor de serviços e na indústria.
Diante desse dissenso, como interpretar o inegável cres-
cimento do número de profissionais em home office, isto é, 
de pessoas trabalhando fora da sede das empresas que as 
contratam? Se no Brasil a tendência é recente, concentran-
do-se, sobretudo, em empresas prestadoras de serviços 
tecnológicos ligadas ao mundo virtual, nos Estados Unidos 
estimativas indicam que, independentemente do setor eco-
nômico, 40% de todo o trabalho de escritório já é realizado 
em home office.
Em primeiro lugar, é importante sublinhar que a tecno-
logia não é em si mesma exploradora ou emancipadora. 
Aqui, as questões-chave são o modo como o progresso tec-
nológico é apropriado pelas empresas e como ele é regula-
do pela sociedade.
Da perspectiva do processo de trabalho, o home office 
apresenta, de fato, uma face muito sedutora. Afinal, vivendo 
em uma cidade como São Paulo, por exemplo, quem não 
gostaria de trabalhar em casa, evitando o trânsito e os peri-
gos ligados à circulação nos espaços públicos? Além disso, 
o trabalho em home office satisfaz com mais frequência a 
parcela feminina da força de trabalho, que percebe na flexi-
bilização da jornada uma maneira de equilibrar demandas 
profissionais e exigências domésticas.
No entanto, cabe observar que muitos efeitos deletérios 
para os profissionais em home office têm sido registrados 
por sociólogos do trabalho. 
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Na medida em que esse trabalho é regulado econo-
micamente pelo sistema de administração por metas, e 
considerando que as empresas tendem a endurecer perma-
nentemente seus objetivos, verifica-se certa implosão das 
barreiras entre tempo livre e tempo de trabalho. Ou seja, 
todo o tempo da vida de quem está em home office trans-
forma- se em trabalho.
Aqui, não se trata mais de falar em flexibilização da jor-
nada de trabalho, mas em ampliação de uma jornada que 
devora os finais de semana e não diferencia o dia da noite.

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