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Psicodiagnóstico V, cap 25 - TAT

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TAT- Teste de Apercepção Temática (Murray)
Psicodiagnóstico V, cap.25
Considerações gerais
- Murray, em sua teoria, a Personologia, explica a dinâmica da personalidade alicerçada na dualidade das necessidades e pressões, seus principais conceitos podem ser encontrados em manuais de teorias da personalidade
- Para ele, é tão importante o passado/história do indivíduo, como o presente e seu meio. Como a psicanálise, considera que as vivências infantis são determinantes decisivos para a conduta do adulto
- Considera importante a motivação inconsciente, a verbalização subjetiva ou livre do indivíduo, inclusive pelas produções da sua imaginação
- Seu esquema de conceitos motivacionais tem sido amplamente usado
- A descrição pormenorizada é uma preliminar necessária à formulação diagnóstica
- Tinha interesse pela taxonomia e as classificações exaustivas que estabeleceu para muitos aspectos da conduta
- Criou meios de representar a diversidade da conduta humana e, ao mesmo tempo, dedicou-se à tarefa de organizar operações para avaliar as variáveis que ocupam uma função central no seu esquema teórico maior aproximação entre a prática clínica e a pesquisa psicológica.
- Murray partiu do princípio de que pessoas diferentes reagem de formas distintas perante a mesma situação o TAT revela a singularidade de cada um
- Expondo-se o sujeito a uma série de situações sociais específicas, possibilitando a expressão de sentimentos, imagens, ideias e lembranças vividas em cada uma dessas confrontações, pode-se ter acesso à personalidade subjacente
- Nos estudos, os aspectos qualitativos têm recebido maior ênfase, mas houve esforços para o desenvolvimento de sistemas de escores, ou de normas formais, a partir do material produzido
- O TAT é fundamentalmente uma técnica projetiva
- O TAT tem sido empregado no psicodiagnóstico prévio à psicoterapia breve, onde uma compreensão dinâmica do paciente é imprescindível ao bom andamento do processo terapêutico
- O TAT é um instrumento clínico por natureza. Revela a ocorrência de insight na psicoterapia
Administração do TAT
- O TAT compreende 30 lâminas com gravuras e uma em branco. Dessas, onze são considera das universais, no sentido de que são aplicáveis a todos os sujeitos: 1, 2, 4, 5, 10, 11, 14, 15, 16, 19 e 20
- Para homens adultos, acrescentam- se as seguintes: 3RH, 6RH, 7RH, 8RH, 9RH, 12H, 13H, 17RH e 18RH
- Para mulheres adultas, além das universais, são indicadas as lâminas 3MF, 6MF, 7MF, 8MF, 9MF, 12F, 13HF, 17MF e 18MF
- Para jovens do sexo masculino, são recomendadas as lâminas: 3RH, 6RH, 7RH, 8RH, 9RH, 12RM, 13R, 17RH e 18RH
- Para jovens do sexo feminino, são relacionadas as seguintes: 3MF, 6MF, 7MF, 8MF, 9MF, 12RM, 13M, 17MF e 18MF
- A administração abrange 20 lâminas para cada sujeito, o que inclui as 11 chamadas universais e mais uma série de nove
- Pode-se recorrer a formas abreviadas do TAT, para testar determinadas hipóteses diagnósticas
- Cada uma das lâminas tem um significado e explora questões específicas, podendo escolhê-las pelo significado ou pela seleção abreviada (excluir as que geram dados equivalentes), mas recomenda-se o uso de formas abreviadas somente após um período de treinamento com a forma completa
- Quanto às instruções: deve ser dada ênfase à criatividade do sujeito, que é solicitado a inventar uma história. Devem ter certo caráter de flexibilidade (levar em conta a idade, o nível intelectual e outras características do sujeito)
- As instruções básicas são as seguintes: “Este é um teste que consiste em contar histórias. Aqui tenho algumas lâminas que vou lhe mostrar. Quero que me conte uma história sobre cada uma. Você me dirá o que aconteceu antes, e o que está acontecendo agora. Explique o que sentem e pensam os personagens, e como terminará. Pode inventar a história que quiser”
- Expor o sujeito a uma ampla variedade de representações de situações sociais, leva-o a comunicar imagens, sentimentos, ideias e lembranças vividas diante de cada um desses enfrentamentos.
- O sujeito se identifica com o herói:
· Os atributos do herói, ou do personagem principal, na história, representam tendências da própria personalidade de quem responde
· As características do ambiente do herói representam aspectos significantes do próprio ambiente do respondente
- A pessoa comunica sua experiência, que inclui aspectos perceptivos, mnêmicos, imaginativos e emocionais. Tudo provém da memória, da experiência passada, tanto os personagens descritos, como as atitudes
- Os personagens, reais ou fantasiados, já tiveram algum papel importante na vida do sujeito
Manejo do TAT
- O manejo clínico do TAT, ou a sua elaboração, é um processo que consta de análise, interpretação, síntese dinâmica e diagnóstico
Análise:
- A forma como os relatos são construídos e comunicados ao clínico possibilita o acesso aos mecanismos de defesa do ego. Através da sua análise, pode-se obter informações acerca da normalidade, ou da patologia, nas diferentes organizações da personalidade e da problemática 
- O psicólogo deve examinar a conduta do sujeito durante a testagem e as histórias dele conteúdo manifesto e subentende um conteúdo latente, que reflete os dinamismos subjacentes da personalidade do sujeito
“Pela análise de conteúdo, o psicólogo desmembra cada história nos conteúdos expressos no tema central, chegando à identificação do herói, ao reconhecimento de seus motivos, tendências e necessidades, à exploração de seus estados interiores, ao exame das pressões ambientais e do desfecho”
- O primeiro passo, na análise de uma história, é a identificação do herói, pois ele é quem se parece mais com o sujeito (sexo, faixa etária, sentimentos, motivos, emoções e dificuldades)
Obs.: pode ocorrer que o sujeito se identifique com mais de um personagem A identificação do sujeito pode modificar-se no decorrer da história; pode haver heróis competidores (expressão de uma situação conflitiva interna, configurando um conflito entre duas instâncias da personalidade); o sujeito pode narrar uma história que contenha outra; o sujeito se identifica com um personagem do sexo oposto, expressando deste modo essa parte de sua personalidade
- As características demográficas (sexo, idade etc.) e físicas (aparência etc.) do herói sugerem aspectos da imagem real ou ideal que o sujeito tem de si mesmo
- As relações que se estabelecem entre o herói e os demais personagens podem refletir atitudes conscientes ou inconscientes do sujeito frente aos mesmos, bem como podem revelar os papéis que estes desempenham
- Quando não são introduzidas relações interpessoais, pode-se levantar a hipótese de pobreza quanto à sociabilidade e às relações objetais
- Em relação ao herói, é importante identificar traços e tendências:
· Superioridade (capacidade, prestígio, poder)
· Inferioridade (incapacidade, desprestígio, debilidade);
· Extroversão
· Introversão
...bem como atitudes frente à autoridade:
· Domínio, submissão
· Dependência, independência
· Medo, agressão
· Gratidão, ingratidão
· Orgulho, humildade etc.
- As necessidades podem ser expressas como impulsos, desejos ou intenções ou, ainda, como traços de conduta manifestos nas histórias. É um constructo que representa uma força, de modo a transformar uma situação insatisfatória existente
- Gera um estado de tensão que conduzirá à ação, reduzindo a tensão inicial e restabelecendo o equilíbrio. Pode ser produzida por forças internas ou externas, sendo sempre acompanhada por um sentimento ou emoção
- Murray, relacionou 28 necessidades (ou tendências), classificadas segundo a direção ou objetivo (motivos): realização, aquisição, aventura, curiosidade, construção, oposição, excitação, nutrição, passividade, gozo lúdico, retenção, sensualidade, conhecimento, afiliação, agressão, domínio, exposição, proteção, reconhecimento, rejeição, sexo, socorro, humilhação, autonomia, evitação da culpa, deferência, evitação de dano e exibicionismo
- Estados interiores do herói: procura examinar que tipos de afetos se manifestam, em que direção e de que forma, como surgem e comose resolvem e quais parecem importantes
- Os conflitos transparecem através da ação de forças e/ou tendências opostas da personalidade que buscam objetivos incompatíveis
- A ação do superego pode ser identificada nas expressões de culpa, também pode surgir na forma de autojustificativa, em termos de aprovação e desaprovação, crítica e na exigência de reparação
- A intensidade do conflito também precisa ser avaliada. A vulnerabilidade a um conflito costuma transparecer através de forte mobilização afetiva, com a emergência de sinais de ansiedade e/ou com o surgimento de defesas
- É essencial identificar as pressões que o herói percebe como advindas do ambiente e os efeitos delas, pois elas podem facilitar ou impedir a satisfação da necessidade
Murray (1938), a personalidade é o agente organizador e administrador do indivíduo, cuja função é a de integrar conflitos e pressões, visando à satisfação das necessidades
- As principais pressões, reais ou fantasiadas, que o sujeito recebe e que representariam as necessidades das pessoas com as quais ele se relaciona aquisição, afiliação, agressão, conhecimento, deferência, conformismo, respeito, domínio, exemplo, exposição, proteção, rejeição, retenção, sexo, socorro, carência, perigo físico, ataque físico
- Há vários desfechos possíveis, que vão indicar como o herói resolve as suas dificuldades, os seus conflitos, como trabalha com suas necessidades internas e como enfrenta as pressões que provêm do ambiente
- O examinador pode identificar o êxito ou o fracasso na resolução das dificuldades, verificando qual a proporção existente entre os finais otimistas e pessimistas, claros e indecisos
O desfecho, além de permitir a avaliação da adequação ou não à realidade, fornece alguns dados para a formulação das indicações terapêuticas
- O tema, ou seja, a interação entre uma necessidade do herói e uma força do ambiente, unida ao desfecho, pode adequar-se ou não aos significados padronizados pela lâmina
- Rapaport (1965) propôs três regras para a avaliação do significado do tema nas histórias:
· Quanto mais uma história se desvia do material padronizado, tanto mais significativo e importante será o seu conteúdo ideacional
· Quanto maior for o número de histórias que se desviam dos significados padronizados, menor é a probabilidade de que uma, em particular, expresse a história interna do sujeito
· Muitas histórias que se desviam dos significados padronizados podem indicar a presença de patologia
Interpretação:
- Segundo Murray, a interpretação é traduzir os motivos (problemas, necessidades, pressões), encontrados no repertório das histórias, em termos dos fatores internos e externos da personalidade do sujeito (sentimentos, tendências e atitudes íntimas subjacentes; ambiente, pessoas, objetos que operam sobre ele)
- O objetivo é obter conhecimento da dinâmica da personalidade do sujeito
- Para interpretar o TAT, é indispensável o conhecimento da história pessoal do caso
- Para chegar à compreensão da personalidade, é necessário o exame do repertório completo de histórias, para avaliar a consistência entre os conteúdos
- É importante obter a gestalt do conjunto das respostas, relacionando as coincidências e os desvios das normas aperceptivas e temáticas
- Quando o psicólogo encontra um motivo, uma sequência dinâmica em uma história, deve examinar a possibilidade de sua repetição nas demais
- Um dado é significativo quando fica corroborado por duas ou mais histórias. No mesmo sentido, devem ser avaliadas as distorções, omissões e/ou as adições de personagens e/ou de outros elementos
Elaboração da síntese:
- Deve-se elaborar uma síntese, que traduza a dinâmica da personalidade do indivíduo testado
- Pode-se recorrer a um esquema de interpretação como, por exemplo temas abordados, características e necessidades dos heróis, que são reveladoras da autoestima do sujeito
- Pode-se identificar as possibilidades de ação na busca de resolução das tramas do herói
- É importante analisar o ambiente externo, os relacionamentos específicos, os conflitos do herói e enfocar como ocorre a elaboração dos conflitos, o que indica a disponibilidade do indivíduo entrar em contato com seus conteúdos internos; suas possibilidades de mudança e de crescimento pessoal
Diagnóstico
- Quando se pretende o entendimento dinâmico, é preciso compreender o sujeito em função de suas principais áreas vitais, em suas relações familiares, em suas relações hetero ou homossexuais (com referência à sua vida afetiva, sexual e/ou matrimonial), em suas relações sociais (e antissociais) e com o trabalho
- Em relação a informações básicas para chegar a um diagnóstico nosológico, é preciso se atentar aos escritos de diversos autores, tendo em mente que as informações se reunidas são bastante vagas
- O TAT pode oferecer uma contribuição importante em termos de diagnóstico, se considerarmos que refinamentos no entendimento dinâmico podem servir de subsídios básicos para um diagnóstico diferencial

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