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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO-UNIFAMETRO CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA VIRGÍNIA QUEIROZ DE OLIVEIRA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA. FORTALEZA 2020 VIRGÍNIA QUEIROZ DE OLIVEIRA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA. Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza - FAMETRO - sob orientação do Professor Me. Ronisson Luis Carvalho Barbosa como parte dos requisitos para a conclusão do curso. FORTALEZA 2020 VIRGÍNIA QUEIROZ DE OLIVEIRA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA. Este artigo foi apresentado no dia 3 de dezembro de 2020 como requisito para obtenção do grau de Bacharelado do Centro Universitário Fametro - UNIFAMETRO, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores BANCA EXAMINADORA ___________________________________ Prof.Me. Ronnisson Luis Carvalho Barbosa Orientador- FAMETRO ___________________________________ Prof.Me. Bruno Feitosa Policarpo Membro- FAMETRO ___________________________________ Prof.Me. José Ribamar Ferreira Júnior Membro- FAMETRO ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA. Virgínia Queiroz de Oliveira1 Ronnisson Luis Carvalho Barbosa2 RESUMO Desde 2019 em escala global as pessoas precisaram aprender a conviver com mais um vírus mortal, dentre tantos que já surgiram e continuarão a surgir. Dentro desse contexto os diferentes profissionais dos mais variados setores econômicos necessitaram adaptar- se, dentre tantos esse trabalho traz um pouco da realidade do Profissional de Educação Física, mais especificamente os professores universitários. O estudo aconteceu no estado do Ceará. O estudo tem como objetivo avaliar a atuação do profissional e educação física em tempos de pandemia. A metodologia utilizada foi um estudo do tipo descritivo, método transversal com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa professores de Educação Física atuantes no ensino superior. Devido ao isolamento social, os dados foram coletados através de um questionário criado no Google formulário. Os resultados apontam que os Profissionais de Educação física procuraram superar as dificuldades fazendo o melhor dentro dos atuais acontecimentos, motivando seus alunos através de métodos variados de ensino. Conclui-se que a jornada do ensino e aprendizagem na educação física que exige variados saberes técnicos, teóricos e práticos pode ser complexa contudo possível mesmo em situações adversas. Palavras-chave: Pandemia, Ensino- aprendizagem, Educação Física, Dificuldades, Estratégias. ABSTRACT Since 2019 on a global scale, people have had to learn to live with yet another deadly virus, among so many that have appeared and will continue to appear. Within this context, the different professionals from the most varied economic sectors needed to adapt, among many, this work brings a little of the reality of the Physical Education Professional, more specifically the university professors. The study took place in the state of Ceará. The study aims to evaluate the performance of the professional and physical education in times of pandemic. The methodology used was a descriptive study, a transversal method with a quantitative approach. Physical Education teachers working in higher education participated in the research. Due to social isolation, data were collected through a questionnaire created on the Google form. The results show that Physical Education Professionals sought to overcome difficulties by doing their best within the current events, motivating their students through varied teaching methods. It is concluded that the journey of teaching and learning in physical education that requires various technical, theoretical and practical knowledge can be complex yet possible even in adverse situations. Keywords: Pandemic, Teaching-learning, Physical Education, Difficulties, Strategies. 1Graduando No Curso De Educação Física Do Centro Universitário Fametro - UNIFAMETRO 2Mestre em Ciências Morfofuncionais. Professor Adjunto Do Centro Universitário Fametro- UNIFAMETRO 1 INTRODUÇÃO Desde 2019 o mundo enfrenta uma grande pandemia. (MAZZA, 2015) diz que para Joffre Marcondes (1998) “o conceito moderno de pandemia é o de uma epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países e a mais de um continente. ” Todo o mundo enfrenta o mesmo problema, um grande desafio para a ciência, governantes e sociedade em geral. O Profissional de Educação Física nesse contexto de pandemia precisou incorporar a sua identidade técnica um novo proceder com novas metodologias e novas maneiras de atingir seus alunos. Com aulas online, capacitação online, para que seus alunos fossem aproximados e bem assistidos mesmo nesse contexto tão adverso. Diante do exposto pretende-se investigar: de que forma se deu a atuação do profissional de Educação Física em tempos de pandemia. Portanto para a realização dessa pesquisa a seguinte pergunta foi formulada: Como se deu a atuação do profissional de Educação Física frente a epidemia do Coronavírus? Supõe-se empiricamente que os profissionais de Educação Física necessitaram se reinventar, contatando seus alunos, utilizando a tecnologia mais do que em qualquer momento da história, por meio de redes sociais, aplicativos para encontros virtuais, principalmente antes das atividades presenciais ser liberadas. O objetivo geral desta pesquisa é avaliar a atuação do profissional de Educação Física em tempo de pandemia. De forma específica este irá apontar as estratégias de ensino utilizadas, identificar as dificuldades para as aulas; e ainda verificar o perfil do professor. Pelo teor epistemológico que possui este artigo mostra-se relevante para profissionais de Educação Física, praticantes de atividade física e para a sociedade em geral. Pessoalmente esse estudo se justifica pelo fato da pesquisadora sentir-se inquieta diante da situação do Profissional de Educação Física em tempos de pandemia. A partir de uma busca na plataforma Scielo quando colocado os termos EDUCAÇÃO FÍSICA, PANDEMIA e PROFESSOR encontrou-se 0 estudos. Portanto quando direcionados à Fortaleza, ou até mesmo a todo o estado do Ceará não viu-se nenhum resultado. Tal fato justifica cientificamente essa pesquisa. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo transversal de abordagem quantitativa. 1 REFERÊNCIAL TEÓRICO 1.1 Epidemia, Saúde e Enfrentamento ao Coronavírus. Os grandes flagelos sanitários da humanidade sempre estiveram presentes desde que se criaram condições para a existência de aglomerados populacionais (Carvalheiro, 2008). (MOURA; ROCHA, 2013) dize que Epidemias e endemias têm como fatores determinantes e condicionantes diversas situações econômicas, culturais, ecológicas, psicossociais e biológicos. A compreensão desses determinantes e condicionantes é importante para o planejamento de ações de prevenção e controle dos agravos com potencial endêmico e epidêmico. (CRODA; GARCIA, 2020) diz que No Brasil, o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020. Em 3 de março, havia 488 casos suspeitos notificados, 2 confirmados e 240 descartados no país, sem evidência de transmissão local. Os dois primeiros casos confirmados eram de indivíduos dosexo masculino, residentes na cidade de São Paulo, SP, que haviam regressado de viagem à Itália. A resposta da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) à epidemia da COVID-19 foi imediata. No mesmo dia 3 de janeiro, a partir da detecção de rumores, foram acionados os Pontos Focais Nacionais do Regulamento Sanitário Internacional da OMS (PFN-RSI/OMS). Após avaliação de risco, o evento foi incluído pelo Comitê de Monitoramento de Eventos em 10 de janeiro. Em 22 de janeiro, foi acionado o Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde, coordenado pela SVS/MS, para harmonização, planejamento e organização das atividades com os atores envolvidos e o monitoramento internacional. Em 27 de janeiro, foi ativado o plano de contingência e, em 3 de fevereiro a epidemia foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Ainda segundo (CRODA; GARCIA, 2020) Diante das lacunas de conhecimento inerentes a uma doença nova e considerando-se a similaridade entre os padrões de comportamento do SARS-CoV-2 e dos vírus causadores da influenza pandêmica, as estratégias adotadas nos planos de contingência para influenza pandêmica também estão sendo consideradas para a pandemia da COVID-19. A experiência da China sugere que as INF, que incluíram medidas rigorosas de bloqueio da circulação de pessoas, como aquelas adotadas na cidade de Wuhan a partir de 23 de janeiro de 2020, contribuíram para a supressão da epidemia da COVID-19 naquele país. Cont (2020) diz que A pandemia do vírus SARS-CoV-2 tem abalado o mundo e suscitado questões sobre as medidas mais eficazes no seu enfrentamento. No centro do problema, a implementação de medidas de distanciamento social eficazes para salvar vidas e eficientes em seus custos. Para entendermos o contexto e o impacto destas políticas, explico o que chamo de Crise Tripla do Covid-19: comportamental, sanitária e econômica. O enfrentamento da pandemia do Covid-19 será o mais próximo que o Brasil já passou de um esforço nacional prolongado de guerra. No Brasil, há também uma epidemia de informações falsas circulando por grupos de WhatsApp, redes sociais e até mesmo agentes do governo. Líderes políticos podem e devem esclarecer a verdade para impedir boatos de circularem. Temos uma população grande e desigual, espaços demográficos com elevada densidade como favelas, domicílios com forte convivência de idosos e jovens como na Itália, precariedade geral no acesso a serviços de saúde. (CRODA; GARCIA, 2020) diz que no Brasil, em 6 de fevereiro de 2020, foi sancionada a Lei no 13.979, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da epidemia da COVID- 19 e elenca as INF comunitárias que podem ser adotadas. Para Lana et al A frequente emergência de novos agravos exige uma reestruturação na forma como doenças são notificadas no país. É preciso investir em um novo SINAN, baseado em tecnologias mais modernas tanto para facilitar a notificação como para permitir a disseminação e análise de dados de uma maneira mais célere, aderente aos princípios da epidemiologia de precisão. É fundamental que o Ministério da Saúde desenvolva uma infraestrutura integrada de dados à altura da velocidade de espalhamento das doenças nesta era de alta mobilidade global. Há de se considerar um sistema flexível o suficiente para permitir a entrada de novos agravos, mas sem perder a estrutura existente. Quanto à comunicação desse tipo de informação e disponibilização dos dados, o acesso por APIs ao sistema de notificação é fundamental, uma vez que possibilita a construção de dashboards e relatórios automatizados para o acompanhamento temporal e espacial dos casos notificados e confirmados com o mínimo de atraso. O exemplo positivo dos canais rápidos de notificação e visualização implementados para o surto atual, reconhecidamente fundamental para as ações oportunas, deveria ser incorporado como o padrão da vigilância epidemiológica nacional. 1.2 A Atuação do Profissional do Exercício Físico e Pandemia. Reginaldo Ghilardi diz em seu artigo FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA: A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA que a Universidade tem como uma de suas principais funções a formação de recursos humanos que vão possibilitar o atendimento às necessidades da sociedade em alguma área específica. Isto quer dizer que a sociedade demanda diferentes tipos de serviços, cada qual com o seu grau de especificidade, e o profissional deve, fundamentado num conhecimento específico a respeito deste serviço, oferecer programas e projetos que possam solucionar problemas existentes. Verificamos então que uma profissão só existe porque existe uma necessidade de se prestar um serviço específico à sociedade. Quando transportamos isso para a Educação Física, admitimos que a sociedade em geral necessita de programas de atividade física ou motora, seja para alcançar um melhor nível de qualidade de vida, seja para atingir uma maior performance ou para ampliar o seu repertório motor. Portanto, necessita de profissionais especializados em motricidade humana e que ofereçam tais programas. Souza Filho e et. al. diz que É importante levar em consideração que períodos de isolamento social, normalmente, não são experienciados a longo prazo, entretanto, seus impactos podem ser vivenciados por toda uma vida. Portanto, requerem ações coordenadas e pautadas em uma concepção de saúde ampliada, atenta às diferenças entre grupos e iniquidades em saúde. Nesse sentido, torna-se emergencial a recomendação de estratégias que auxiliem as pessoas a manterem-se ou tornarem-se fisicamente ativas em domicílio, fomentando a autonomia destas no gerenciamento e tomada de decisões sobre suas vidas. No dia 17/03 de 2020 o CONFEF orientou: Considerando a atuação do Profissional de Educação Física como Profissional de Saúde, o CONFEF recomenda as seguintes medidas em relação à intervenção profissional: 1. Estimular e orientar o beneficiário a permanecer fisicamente ativo, por meio de atividades de intensidade moderada, inclusive na residência, respeitando eventuais contraindicações específicas e evitando, por prudência, atividades de alta intensidade/extenuantes. 2. Orientar segmentos populacionais de maior risco (idosos e pessoas com doenças crônicas) a não virem para locais de prática coletiva de atividade física, realizando tal atividade em casa. 3. Disponibilizar, nos locais de prática de atividade equipamentos e materiais de higiene, notadamente água, sabão e álcool gel 70 e estimular os usuários a fazer uso dos mesmos com frequência. 4. Higienizar equipamentos utilizados para a prática com frequência, inclusive quando houver troca de usuário para utilização do equipamento. 5. Impedir aglomeração disponibilizando no mínimo 2m2 por usuário e que nenhum usuário fique a menos de 1m de distância de qualquer outro. É recomendável em pequenos grupos. 6. Manter o local de prática arejado e considerar a possibilidade de realização da atividade ao ar livre. 7. Cumprir e estimular o cumprimento das recomendações/determinações dos órgãos públicos competentes, particularmente os dos Sistemas de Saúde. 8. Cancelar ou não programar eventos que possibilitem aglomerações de pessoas. 9. Nas atividades de lutas, esportes de combate ou similares, orientar atividades sem contato físico. 10. Manter informes de grande visibilidade sobre os procedimentos da Instituição relação à COVID-19. 11. No caso de notar ou tomar conhecimento de casos suspeitos, orientar as pessoas a interromperem a atividade e encaminhá-los para atendimento em unidades de saúde. 12. Evitar contato físico, mas se imprescindível utilizar luvas. 13. Ao tomar conhecimento de usuário com COVID-19, alertar pessoas que com ele/ela tiveram contato. Miguel, Henrique (2020) diz Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) os resultados da Covid- 19 sobre o cenário econômico podem ser vistos no seu pior cenário, ainda no segundo semestre de 2020, fazendo com que o crescimento econômico mundial caia pela metade. Isso impacta diretamente em todos os setores da economia, principalmente no poder de compra e no preço de venda. Também tem impacto direto em profissionais autônomos que trabalham diretamente para clientes específicos. Esse é o caso dos profissionais de educação física que trabalham com o treinamento personalizado (personal trainers) que tem sentido de forma brusca a queda de seus atendimentos com o distanciamento social e o fechamento das academias e dos centros de realização de exercícios físicos. O significado da palavra personal trainer é oriundo do inglês e quer dizer: “personal”= “pessoal” e “trainer = treinador” o que consiste em: treinador pessoal. O “personal trainer” é um profissional formado em educação física, capacitado para executar e supervisionar treinamentos dirigidos para a melhoria das capacidades físicas, promovendo a saúde, qualidade de vida e bem-estar. A prática de atividade física durante o distanciamento social provocado pela pandemia de Covid-19 é tratada como importante entre diferentes instituições. Knuth (2020) Segundo Chen et al. medidas oficiais que restringem a circulação das pessoas não significam necessariamente que a atividade física deva ser limitada ou que todas as suas formas devam ser eliminadas. Contudo, é de se destacar que na fase inicial, em março, as possibilidades de utilização de academias e locais semelhantes ainda perdurou mesmo com o aumento exponencial de casos e óbitos. Em alguns estados, nos quais houve posicionamento, os Conselhos profissionais possivelmente priorizaram questões corporativistas e menos o cuidado e precaução com as populações. Por exemplo, quando recomendavam uma determinada distância entre os praticantes e uma frequência de higienização de aparelhos e implementos pouco usuais nos ambientes de academia. Cabe ressaltar que não se trata de afirmar se a população deve ou não fazer atividade física, tampouco para manifestar-se contra ou a favor dos documentos analisados; para além do ‘bem e do mal’, propõe-se compreender os discursos como uma construção social que põe em funcionamento estratégias de condução da conduta que se utilizam de um status de verdade para atingirem seus objetivos. Argumenta-se que as reincidências discursivas sobre a atividade física se encontram inscritas em uma grade de inteligibilidade de nosso tempo que, articulada a princípios de mercado, necessita de sujeitos capazes de autogoverno que, por meio de disseminação das informações, se conduziriam adequadamente e contribuiriam para alcançar determinados objetivos. As práticas discursivas parecem se direcionar à população como um todo nos comunicados do Ministério da Saúde. Medina, Maria Guadalupe, et al diz que A crise sanitária atual amplificou as debilidades existentes e tem requerido recursos extraordinários da União para os estados e municípios, ainda insuficientes para apoiar as ações de vigilância e cuidado da população. Com todos esses obstáculos, a presença de mais de 40 mil equipes de ESF em todo país, ainda que por vezes incompletas, 260 mil ACS, 26 mil equipes de saúde bucal, cerca de 5 mil NASF, representam as bases do SUS e devem ser fortalecidas se almejamos obter êxito no enfrentamento desta pandemia. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Tipo de Estudo A pesquisa se classifica como descritiva, método de pesquisa transversal, abordagem quantitativa. Segundo (CARRAPATO,2017) a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características e fenômenos, além de estabelecer relações de determinada população. É destacado que este tipo de pesquisa pretende descrever, registar, analisar, classificar e interpretar factos, mas o investigador não interfere neles. 2.2 Período e local da pesquisa O cenário da pesquisa foi em ambiente virtual, especificamente em rede social por meio de um formulário do Google. A pesquisa foi realizada de maio a setembro com coleta de dados de setembro à novembro de 2020. 2.3 Amostra O universo da pesquisa foram professores universitários de Educação Física que durante o período de coleta tiveram acesso ao formulário de maneira virtual. A amostra englobou 10 professores universitários de Educação Física do Estado do Ceará. 2.4 Sujeito da Pesquisa As pessoas participantes da amostra foram convidadas a participar da pesquisa em seu ambiente virtual, rede social (Whatsapp) a responder o formulário. Estes tiveram sua identidade preservada e puderam desistir da pesquisa a qualquer momento, esses termos foram explicados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A data do encerramento da pesquisa foi dia 13 de novembro. 2.4.1 Critérios de Inclusão / Exclusão Foram incluídos na amostra: Professores Universitários de Educação Física. Foram excluídos da amostra todos aqueles participantes que não responderam a todas as perguntas do formulário ou pessoas que não se encaixaram nos critérios de inclusão. 2.5 Coleta de dado e Instrumento de Coleta Os dados foram coletados através de formulário do Google. Nogueira(1968) define formulário como sendo “uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes, quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações, ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado sob sua orientação. Houve uma breve explicação de como seria aplicado o questionário. Os participantes tiveram o tempo que consideraram necessário para responder as perguntas, e fizeram de forma individual. Ao término da aplicação do questionário, todos os resultados ficaram guardados em pasta do computador e impressos em envelopes que impossibilitaram a identificação dos sujeitos, estes achados sendo manipulados apenas pelo pesquisador. 2.6 Aspecto Ético A pesquisa esteve de acordo com o parecer Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 que trata da forma de realizar pesquisas com seres humanos. 2.7 Análise dos dados Por se tratar de dados objetivos a análise dos dados se deu por estatística descritiva simples, apresentados em forma de gráficos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo apresenta-se os resultados coletados e respectivas discussões. 3.1 Perfil A grupo entrevistado foi bem heterogêneo com nove homens e uma mulher. As idades dos participantes variadas divididas de maneira que 50% dos entrevistados estão com idade entre 30 e 40 anos; 40% com idade entre 50 e 60 anos; 1% com idade acima de 60 anos. Os tempos de atuação foram variados entre 1 e mais de 30 anos de atuação. A plataforma mais utilizada nas aulas foi o Google Meet, seguido por Google Classroom, Moodle, Zoom e demais plataformas. 4 Estratégias de ensino Com relação aos métodos de ensino os mais utilizados nas aulas práticas pelos professores entrevistados como mostra o gráfico foram os métodos global e resolução de problemas. Para Greco (2001) método global, onde o jogador aprende a jogar “jogando”, e baseia-se na importância do jogo de forma indissociável e organizada enquanto conjunto, e não apenas como a soma de habilidades e capacidades. Com relação ao método resolução de problemas Benedito Pereira cita Kuhn e diz que são centrais, na epistemologia moderna, os conceitos de paradigma e pesquisa normal e revolucionária, sendo a linha divisória entre os discursos característicosde uma ciência madura de outra imatura, aquela que separa o discurso normal do anormal (Hoyningen-Huene, 1993; Kuhn, 1991). Ou seja, no discurso normal encontramos um “pano de fundo” sustentando as suas considerações, críticas, afirmações e o conteúdo de verdade dessas afirmações. Ciência normal, portanto, é a prática da resolução de problemas contra o fundo de um consenso determinante do que é uma boa explicação ou que contém os elementos necessários à sua solução, sendo esse pano de fundo genericamente definido por Kuhn (1991) como paradigma. Foi perguntado se as aulas se deram e maneira síncrona ou assíncrona 10% ou seja uma pessoa, respondeu que sua aula se dá de maneira assíncrona. O método assíncrono de ministrar aula permite a utilização desta de maneira atemporal e é uma estratégia bastante eficaz para transmitir conhecimento de maneira virtual. Para DOTTA, 2012 O uso da webconferência em cursos a distância justifica- se pela necessidade de se fazer uma transição de cursos centrados em conteúdos para cursos centrados no diálogo como estratégia para melhorar a comunicação no processo de ensino aprendizagem. A presença síncrona de professores e alunos favorece a sensação de pertencimento ao grupo, promovendo o engajamento do aluno. Metodologias que organizam conteúdos e atividades de aprendizagem centrados no estudante [SANDHOLTZ, et al., 1997] A evolução dos sistemas de webconferência tem trazido um conjunto de funcionalidades que favorecem seu uso em ambientes acadêmicos, devido à considerável economia de tempo e recursos para reunir professores e estudantes e desenvolver atividades em equipes. Todavia, muitos dos potenciais e limites educativos da webconferência multimodal e multimídia ainda precisam ser explorados, o que deixa entrever que a condução de uma aula virtual síncrona não é uma tarefa trivial, pois envolve o domínio das inúmeras funcionalidades da webconferência, fluência no uso simultâneo de algumas ferramentas e alta capacidade para a gestão da comunicação entre os participantes. 60% dos entrevistados disseram que houve interação nas aulas “às vezes”, 40% que sim e não foi marcada a resposta não. Ana Carolina Simões cita alguns autores ela fala que de acordo com Moore & Kearsly (2007), a interação aluno- aluno é geralmente considerada por alunos de educação a distância (EaD) como estimulante e motivadora. Para Anderson (2002), a interação aluno-aluno é um indicador de qualidade de um curso on-line, visto que pode trazer diversos benefícios pedagógicos. Interagindo com colegas, os alunos têm a possibilidade de compartilhar ideias e conhecimento, resultando no que Anderson (2004) chama de "ensino recíproco" (p.46). A troca de ideias e o feedback entre os alunos permite, também, a construção de ideias mais complexas. Esse ensino recíproco, facilitado no ambiente on-line, relaciona-se com o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Vygotsky (1984). A ZPD é a distância entre o nível de desenvolvimento real do indivíduo e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, aquilo que ele consegue realizar com a orientação ou em colaboração com pares mais competentes. Assim, a interação online entre os alunos permite que, constantemente, o indivíduo, com https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132018000100383&script=sci_arttext#B13 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132018000100383&script=sci_arttext#B2 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132018000100383&script=sci_arttext#B4 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132018000100383&script=sci_arttext#B18 o auxílio de seus colegas, consiga realizar algo que ele não conseguiria sozinho, contribuindo, então, para a construção de conhecimento. Além disso, segundo Anderson (2002), a interação é importante para a criação de comunidades de aprendizagem, o que leva o aluno a desenvolver habilidades interpessoais, ou seja, habilidades de se comunicar e relacionar com outros. Todos os professores responderam que utilizam metodologias ativas nas aulas. Para MORÁN, José as metodologias ativas são pontos de partida para avançar para processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas práticas. Ele diz ainda em seu artigo que há também um bom número de docentes e gestores que não querem mudar, que se sentem desvalorizados com a perda do papel central como transmissores de informação e que pensam que as metodologias ativas deixam o professor em um plano secundário e que as tecnologias podem tomar o seu lugar. Para ele é possível manter a “sala de aula” se o projeto educativo é inovador, - currículo, gestão competente, metodologias ativas, ambientes físicos e digitais atraentes - se a escola tem professores muito bem preparados para saber orientar alunos e onde estes se sentem protagonistas de uma aprendizagem rica e estimulante. MORÁN ainda diz: Sabemos que, no Brasil, temos inúmeras deficiências históricas, estruturais, mas os desafios são muito maiores porque insistimos em atualizar-nos dentro de modelos previsíveis, industriais, em caixinhas. Poderemos ter melhores resultados, sem dúvida, e mesmo assim não estarmos preparados para este mundo que está exigindo pessoas e profissionais capazes de enfrentar escolhas complexas, situações diferentes, capazes de empreender, criar e conviver em cenários em rápida transformação. 80% dos professores fazem memória da aula no momento final e os demais não. Sobre a avaliação mais da metade da aula com os alunos no final da mesma mais da metade também o fazem 60%. 80% dos alunos não ligam a câmera. Muitos são os fatores que podem envolver essa ação por parte dos alunos mas uma boa parte provavelmente não liga por timidez. 3.3 Desafios e dificuldades https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-18132018000100383&script=sci_arttext#B2 Destaco destes quatro gráficos a assiduidade dos alunos em que vinte por cento encontraram muita dificuldade mostrando que também houve evasão escolar nessa realidade. Com relação a participação dos alunos houve alguma dificuldade o que é normal frente a uma nova realidade, afinal grande parte estava acostumado ao ensino presencial Nenhum professor apresentou muita dificuldade com a tecnologia, o que é muito positivo. Com relação a avaliação nota-se dificuldade por parte dos professores. José Moran diz que Como avaliador do MEC de cursos superiores a distância, tenho ouvido, repetidas vezes, testemunhos de professores e coordenadores sobre o impacto inesperado dos bons cursos de educação a distância nos cursos regulares presenciais. Na implantação da EAD costuma haver, nas universidades, uma certa desconfiança inicial e até um distanciamento generalizado. Alguns professores, chamados para escrever textos, percebem que não basta serem especialistas em sua área; precisam aprender a escrever de forma coloquial para os alunos, a comunicarem-se afetivamente com eles, a preparar atividades detalhadas. Mais tarde, convidados a gerenciar alguns módulos a distância ou a supervisionar as atividades de professores-assistentes ou tutores, constatam que a organização de atividades a distância exige planejamento, dedicação, comunicação e avaliação bem executados; caso contrário, os alunos se desmotivam e desaparecem. Na pergunta 7 foi perguntado sobre o retorno das atividades onde apenas um por cento não teve nenhuma dificuldade. Gurka (2020) As relações interpessoais são fatores indispensáveis para o aperfeiçoamento do processo de aprendizagem e da formação do aluno como profissional e ser humano, contribuindo para a construção da sociedade como um todo. Nenhum professor respondeu nenhuma dificuldade nas relações interpessoais. A gamificação aspecto mencionado por um professor mostra-se uma ótima estratégia de atrairos alunos. Segundo Katielen Bissolotti et al Se na educação presencial os atos de ensinar e aprender estão automaticamente ligados ao contexto social, parece pertinente explorar essa característica na EaD, proporcionando o aprendizado através das trocas sociais, que também ajudam no fortalecimento do grupo. Outras teorias podem ser consideradas derivadas de ideias construtivistas, como a cognição situada, que, assim como o sócio construtivismo, também serve como base para o embasamento da EaD, bem como o uso das mídias sociais e da gamificação na educação. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos deste trabalho que inicialmente foram verificar o perfil dos professores, apontar as estratégias de ensino utilizadas e as dificuldades para as aulas foram elucidados. Nota-se que os professores de educação física durante a epidemia do Corona vírus acabaram por aprimorar seu saber técnico e profissional. As hipóteses foram legitimadas ou seja foi corroborada a ideia de que o profissional em tempos de pandemia precisou se reinventar, ainda acrescento que esses professores exerceram sua profissão com excelência, se adaptando a nova realidade, trazendo para a Educação Física novos valores. Nos próximos anos possivelmente o ensino híbrido será uma ótima alternativa frente a nossa nova realidade. Esta que está sendo delineada a cada dia mesmo diante de dificuldades. Todos os professores portanto devem ser familiarizados as mais atuais tecnologias disponíveis para seus alunos e eles próprios. Como sugestão partindo da ideia de que: “não são todos que conseguem acessar o EAD por diversos motivos, como também muitos estudantes de graduação que pagavam seus cursos precisaram trancar e fora os demais problemas pessoais que atingem a todos. ” Por tratarem-se de questões que fogem a nosso controle em uma sociedade desigual, para que os alunos continuem a acessar as aulas e assim os professores continuar a ministrar aula a esses alunos. Que optem sempre por plataformas que permitem encontro online passíveis a funcionarem bem em celulares medianos e criar estratégias que incentivem a leitura e escrita mesmo diante de outros avançados meios que possuímos. Esse trabalho não se encerra aqui, estando aberto a novas pesquisas a partir da ideia inicial, melhorando-o e o incorporando a outras realidades. REFERÊNCIAS BISSOLOTTI, Katielen; NOGUEIRA, Hamilton Garcia; PEREIRA, Alice Theresinha Cybis. Potencialidades das mídias sociais e da gamificação na educação a distância. RENOTE-Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 12, n. 2, CARDOSO, Ana Carolina Simões. O feedback aluno-aluno em um ambiente virtual de aprendizagem. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 57, n. 1, p. 383-409, 2018. CARRAPATO, Pedro; CORREIA, Pedro; GARCIA, Bruno. Determinante da saúde no Brasil: a procura da equidade na saúde. Saúde e Sociedade, v. 26, p. 676-689, 2017. CARVALHEIRO, José da Rocha. Epidemias em escala mundial e no Brasil. Estudos avançados. 2008. 22 v. Estudos Avançados, São Paulo, 2008. COMISSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE - CONFEF. RECOMENDAÇÕES DO CONFEF AOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO DA COVID-19. 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