Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE FUTURA CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE VOTUPORANGA – SP 1 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO MEU COTIDIANO – FRUIÇÃO Sabe-se que, ao fazer e conhecer Arte como instrumento da prática pedagógica, o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com o mundo. Além disso, desenvolvem potencialidade (como percepção, observação, imaginação e sensibilidade) que podem contribuir para a consciência do seu lugar no mundo para a compreensão de conteúdo das outras áreas do currículo, segundo Ana Mae Barbosa (2010, p. 2) “A arte na educação afeta a invenção, inovação e difusão de novas ideias e tecnologias, encorajando um meio ambiente institucional inovado e inovador”. Com as mudanças que têm ocorrido no contexto social e escolar, o perfil das escolas e do alunado tem sofrido mudanças significativas e se a escola não acompanhar essas mudanças não será capaz de oferecer um ensino de qualidade aos seus alunos. A sala de aula é o espaço privilegiado para troca de experiências e de conhecimentos entre os indivíduos que ali se encontram. Este espaço é a expressão de um sistema social, manifestado através de suas rotinas, relações interpessoais, pensamentos, relações de poder, imaginários e representações sociais, o que deve nortear a prática pedagógica. Para lidar com essa nova realidade os professores devem estar preparados e engajados em encontrar alternativas em busca da melhoria de sua prática docente e assim contribuir de forma mais significativa com o desenvolvimento de seus alunos. Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua construção. Construir conhecimento implica numa ação partilhada, já que é através dos outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas. Quando vivemos a prática ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve estar de mãos dadas com a decência e a seriedade. Segundo Paulo Freire (2003 apud GADOTTI, 1991, p.29): Conhecer é construir categorias de pensamento, ler o mundo, transformar o mundo e só é possível conhecer quando se deseja, quando se quer, quando nos envolvemos profundamente no que aprendemos. Para inovar é preciso conhecer, aprender exige esforço, daí a necessidade da motivação, do encantamento. Assim o estágio supervisionado uma exigência da LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n 9394/96 nos cursos de formação de professores, é uma experiência necessária para a educação profissional, pois oferece a oportunidade de integrar os discentes com a área onde atuarão e integrar teoria e prática, baseando-se no uso do conhecimento adquirido na vida profissional e acadêmica. De acordo com Oliveira e Cunha (2006, p.6) “podemos conceituar o Estágio Supervisionado, portanto, como qualquer atividade que propicie ao aluno adquirir experiência profissional específica e que contribua de forma eficaz, para uma absorção pelo mercado de trabalho”. A função instrumentalizante da Educação nunca foi tão ratificada quanto nos tempos atuais. Nunca estivermos tão diante da necessidade de criar, construir, mudar e redimensionar quanto nos encontramos na era atual. A aprendizagem significativa está associada aos significados dos conhecimentos e sua importância no meio em que o sujeito se desenvolve. Segundo Vygotsky são os desejos, necessidades, emoções, interesses, impulsos e inclinações que dão origem ao pensamento. Na sua perspectiva, cognição e afeto não se encontram dissociados no ser humano, pelo contrário, se inter-relacionam e exercem influência recíproca. A criatividade é o processo de desenvolvimento de produtos originais de alta qualidade e genuinamente significativos. A educação das crianças pequenas deve enfatizar o desenvolvimento e a geração de ideias originais, que são a base do potencial criativo. Ana Mae Barbosa leva-nos a pensar na necessidade da arte em duas etapas fundamentais do ser humano em sociedade: o momento de sua alfabetização e a adolescência. Esses dois momentos evocam no senso comum instantaneamente necessidades de naturezas diferentes: a alfabetização como necessidade de conquista de uma técnica e a adolescência como necessidade de conquista de equilíbrio emocional. Porém, se pensarmos que uma tem como objetivo apenas o domínio cognitivo ou intelectual (a alfabetização) e a outra (a adolescência) é uma crise de domínio afetivo, estaremos cometendo o velho erro de dicotomizar razão e emoção. Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfabetização cultural sem a qual a letra pouco significa. A leitura social, cultural e estética do meio ambiente vai dar sentido ao mundo da leitura verbal. Por outro lado, a arte facilita o desenvolvimento psicomotor sem abafar o processo criador. É assim que, por meio do desenho, do faz- de conta que o aluno cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos. A arte é vista como instrumento capaz de trazer estímulo ao potencial criativo e crítico do ser humano, como requalificadora de valores, como criadora de novas formas de vida e da realidade. 2 O ENSINO DA ARTE Fonte: www.artenormal.com.br Segundo a Secretaria de Educação Fundamental (1997), na proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais, Arte tem uma função tão importante quanto à dos outros conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. A área de Arte está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades. A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. (PCN, 1997, p. 15) O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. (Ibidem, p. 19) Fonte: www.colmagno.com.br Ao abordar a caracterização da área de Arte, o PCN (1997) destaca que o ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. Quando trata da Arte como objeto de conhecimento, os Parâmetros Curriculares Nacionais (Ibidem, p. 26) afirmam que, “O universo da arte caracteriza um tipo particular de conhecimento que o ser humano produz a partir das perguntas fundamentais que desde sempre se fez com relação ao seu lugar no mundo”. Dessa forma, de acordo com a visão do mesmo, entende-se que a manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. O produto da ação criadora, a inovação, é resultante do acréscimo de novos elementos estruturais ou damodificação de outros. Regido pela necessidade básica de ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de existir por meio de manifestações diversas. Fonte: www.hugosarmento.com.br Para a SEF (1997), apenas um ensino criador, que favoreça a integração entre a aprendizagem racional e estética dos alunos, poderá contribuir para o exercício conjunto complementar da razão e do sonho, no qual conhecer é também maravilhar- se, divertir-se, brincar com o desconhecido, arriscar hipóteses ousadas, trabalhar duro, esforçar-se e alegrar-se com descobertas. A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, ideias e sentimentos que se realizam como imagens internas, a partir da manipulação da linguagem. É essa capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas que podem vir a existir, abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata. “A emoção é movimento, a imaginação dá forma e densidade à experiência de perceber, sentir e pensar, criando imagens internas que se combinam para representar essa experiência” (PCN, 1997, p. 30). Assim, entende-se que a faculdade imaginativa está na raiz de qualquer processo de conhecimento, seja científico, artístico ou técnico. A flexibilidade é o atributo característico da atividade imaginativa, pois é o que permite exercitar inúmeras composições entre imagens, para investigar possibilidades e não apenas reproduzir relações conhecidas. Fonte: www.curiosaidade.com.br Segundo o PCN, no caso do conhecimento artístico, o domínio do imaginário é o lugar privilegiado de sua atuação: é no terreno das imagens que a arte realiza sua força comunicativa. Portanto, a partir dessas referências, situa-se a área de Arte dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais como um tipo de conhecimento que envolve tanto a experiência de apropriação de produtos artísticos (que incluem as obras originais e as produções relativas à arte, tais como textos, reproduções, vídeos, gravações, entre outros) quanto o desenvolvimento da competência de configurar significações por meio da realização de formas artísticas. Ou seja, considera-se que, (...) aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico, visto como objeto de cultura através da história e como conjunto organizado de relações formais. (Ibidem, p. 32) Fonte: artenaescola.org.br A aprendizagem artística envolve, dessa forma, um conjunto de diferentes tipos de conhecimentos, que visam à criação de significações, exercitando fundamentalmente a constante possibilidade de transformação do ser humano. “Além disso, encarar a arte como produção de significações que se transformam no tempo e no espaço permite contextualizar a época em que se vive na sua relação com as demais” (Ibidem, p. 33). 3 CONTEÚDO DA ARTE REFERENTE O ENSINO FUNDAMENTAL Cabe destacar aqui os objetivos gerais de Arte para o Ensino Fundamental de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 39), que dizem que, No transcorrer do ensino fundamental, o aluno poderá desenvolver sua competência estética e artística nas diversas modalidades da área de Arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), tanto para produzir trabalhos pessoais e grupais quanto para que possa, progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e julgar os bens artísticos de distintos povos e culturas produzidos ao longo da história e na contemporaneidade. Fonte: www.g1.globo.com.br Nesse sentido, segundo o PCN, o ensino de Arte deverá organizar-se de modo que, ao final do Ensino Fundamental, os alunos sejam capazes de: • Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas; • Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (artes visuais, dança, música, teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; • Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções; • Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos; • Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível; • Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista; • Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias. (pcn, 1997, p. 39) 4 ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil tem como finalidade, de acordo com o artigo 29 da LDB (BRASIL, 2008), “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. É necessário refletirmos um pouco sobre vários descompassos que as Artes Visuais vêm enfrentando ao longo dos tempos: A presença das Artes Visuais na Educação Infantil, ao longo da história, tem demonstrado um descompasso entre os caminhos apontados pela produção teórica e a prática pedagógica existente. Em muitas propostas as práticas de Artes Visuais são entendidas apenas como meros passatempos em que atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou massinha são destituídos de significados (BRASIL, 1998, p.87.). A Arte é vista como linguagem e tem seu discurso específico. O “ olhar” da criança se constrói, paulatinamente, na sala de aula, que parece um espaço limitado. Mas ele se abre para outros espaços e se percebe a si mesma. É só quando se passa do limiar do olhar para o universo do ver que se realiza um ato de leitura e de reflexão. Neste sentido Sílvio Zamboni (1998 apud Ana Mae Barbosa, 2003, p.72) ressalta que: O ver não diz respeito somente à questão física de um objeto ser focalizado pelo olho, o ver em sentido mais amplo requer um grau de profundidade muito maior, porque o indivíduo tem, antes de tudo, de perceber o objeto em suas relações com o sistema simbólico que lhe dá significado. Segundo Vygotsky (1989, apud Oliveira, 1993, p.62): O processo de ensino-aprendizagem na escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial, isto é, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes. À medida que passam a dominar técnicas que lhes possibilitem manejar esses elementos para conceituar e expressar ideias, as crianças ficam mais confiantes, porque se tornam mais habilidosas e competentes. A confiançaem si mesmo é elemento importante na construção da autoestima, e esta pode ser mais uma das justificativas para trabalhar com artes na Educação Infantil. É, portanto, necessário repensar o Ensino de Arte, visto que na atualidade, esta propõe uma ação educativa criadora, ativa e centrada no aluno para que este encontre um espaço para o seu desenvolvimento pessoal e social por meio de vivência e posse do conhecimento artístico e estético. 5 ENSINO FUNDAMENTAL I E II O Ensino Fundamental, de acordo com o artigo 32 da mesma lei (BRASIL, 2008), objetiva a formação básica do cidadão, garantindo “o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”; “[...] a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”. Uma conquista importante ocorreu com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no seu Art. 26, & 2 estabelece que “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Posteriormente, essa obrigatoriedade foi mais bem definida, a partir da Resolução CNE\CEB n 1 de 5 jul.2000, estabelece no Art. 18: “Respeitando o Art. 5 desta resolução, os cursos de Educação de Jovens e Adultos que se destinam ao Ensino Fundamental deverão obedecer em seus componentes curriculares aos Art. 26, 27, 28, 35 e 36 da LDB e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio”. Muitas ações se tornam, portanto, indispensáveis para que o ensino e a aprendizagem de Arte realmente se concretizem na educação de jovens e adultos. Assim, a reflexão levantada por Ana Mae Barbosa (2010) é quando as regras impostas pela sociedade aos adolescentes sem nenhum significado, ocasionando crises de confronto com a vida, a arte então cumpriria um importante papel nesse sentido, possibilitando ao indivíduo, através de sua expressão, confrontar-se com suas crises. Assim, vemos a necessidade da viabilidade de se interpretar a obra de Arte não só ao realizar/produzir a obra, mas ao realizar sua leitura e estabelecer interconexões com outras obras sendo significativo o resgate da função e da integração das instâncias: fazer, apreciar e contextualizar, perpassando e promovendo um processo de “formação” no âmbito educacional. As capacidades de expressão: relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção são inatos no ser humano, mas necessitam ser estimuladas e desenvolvidas, através de atividades dramáticas, plásticas e musicais. A aprendizagem enquanto processo, depende de um grande conjunto de capacidades e de contextos para que possa ocorrer: memória, motivação, capacidades sensoriais e perceptivas, inteligências e criatividade, além de ambientes ricos, estimulantes e reforçadores são condições elementares para a aprendizagem. 6 EM BUSCA DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA De acordo com a teoria desenvolvida por David Ausubel, a aprendizagem será muito mais significativa na medida em que novo material for incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e este adquira significado para ele a partir da relação com o seu conhecimento prévio. Ao contrário disso, a aprendizagem será mais mecânica ou repetitiva, na medida em que produz menos essa incorporação e atribuição do significado, neste caso, o novo material será armazenado isoladamente ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva. A aprendizagem significativa tem vantagens notáveis no desenvolvimento do aluno, tanto do ponto de vista da lembrança posterior e a utilização do enriquecimento da estrutura cognitiva do aluno como ponto de vista da lembrança posterior e a utilização para experimentar novas aprendizagens, fatores que a delimitam como a aprendizagem mais adequada para ser promovida entre os alunos, podendo deste modo, conseguir a aprendizagem significativa tanto por meio da descoberta como por meio da recepção. Na teoria da aprendizagem significativa há três vantagens essências em relação à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o conhecimento que se adquire é retido e lembrado por mais tempo. Em segundo lugar, aumenta a capacidade de aprender outros materiais ou conteúdos relacionados de uma maneira mais fácil, mesmo se a informação original for esquecida. Em terceiro lugar, e uma vez esquecida a informação, facilita quando a aprendizagem seguinte, à “reaprendizagem”, para dizê-lo de outra maneira. A explicação dessas vantagens está nos processos específicos por meio dos quais se produz a aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa implica, como um processo central, a interação entre a estrutura cognitiva prévia do aluno e o material ou conteúdo de aprendizagem. Cool (1996) afirma que a significativa da aprendizagem está muito ligada à funcionalidade, isto é, a possibilidade de utilizar efetivamente os conhecimentos aprendidos quando necessário, portanto, quanto maior for o grau de significatividade da aprendizagem, maior será também a sua funcionalidade. Ausubel aponta três condições básicas necessárias para que possa haver um processo de aprendizagem significativo: 1. A significatividade lógica do novo material que é preciso aprender, remete a estrutura interna deste, que não deve ser nem arbitrária, nem confusa para facilitar o estabelecimento de relações substanciais com os conhecimentos prévios do aluno; 2. A significatividade psicológica: para que a aprendizagem seja possível, o aluno deve dispor de uma estrutura cognitiva de conhecimentos prévios pertinentes e ativados que possa relacionar com o material que deve aprender; 3. Finalmente, e como uma terceira condição, o aluno deve ter uma determinada atitude ou disposição favorável para aprender de maneira significativa, isto é, para relacionar o que aprende com o que já sabe. Dessa forma, os Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 06, apontam para a necessidade do uso de critérios de seleção dos conteúdos de Arte. É necessário que o professor saiba o que é mais inerente à realidade do seu aluno. Como afirma Cool (1996, p. 235), a última das condições comentadas para a aprendizagem significativa “é um toque de atenção sobre o papel decisivo dos aspectos motivacionais”. Embora o material de aprendizagem seja potencialmente significativo, lógico e psicológico, o aluno terá uma predisposição para memorizá-lo repetitivamente, pois demanda menos esforços e é mais simples fazê-lo dessa maneira. A aprendizagem significativa tão discutida nos círculos pedagógicos tem uma forte relação com a Arte, visto que, os PCN apresentam a Arte como propiciadora do desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de dar sentido à experiência humana, levando o aluno a ampliar sua sensibilidade, percepção e imaginação, bem como favorece o relacionar-se criadoramente com as outras áreas do conhecimento. Um aluno que teve a sua competência artística bem trabalhada e/ou explorada, será capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, podendo criar condições para conquistar uma finalidade de vida melhor, ou seja, dará funcionalidade ao que aprende.
Compartilhar