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As máquinas humanas O Futuro do Trabalho, Domenico – cap. 4 Servos e libertos - A maioria dos gregos livres desprezava o trabalho dependente e qualquer atividade que comportasse fadiga física ou, de algum modo, a execução de uma tarefa - Aristóteles e Platão: qualquer produção de objetos materiais representava para eles uma atividade de segunda ordem comparada à produção de ideias - Entre os trabalhos independentes também existia uma rígida hierarquia de prestígio social, Platão apresenta uma classificação ético prática das profissões: o filósofo, o bom rei, o político, o desportista, o adivinho, o poeta, o agricultor e o artesão, o demagogo e o tirano - Por toda a Antiguidade, a pesquisa tecnológica, sofre um bloqueio, comparada à científica, artística, filosófica, política e jurídica - Para os filósofos da época, era certo que nenhum homem livre aceitaria fazer trabalhos desagradáveis, tediosos e degradantes, que são por isso impostos aos escravos e às mulheres Um mundo de coisas ricas de significado - A verdadeira riqueza dos gregos não deriva da posse de objetos úteis ou vistosos, mas da capacidade, levada ao inverossímil, de captar e saborear profundamente as sensações e os significados positivos inseridos nas coisas, nos acontecimentos e ideias de todos os dias - Qualquer que tenha sido a causa do “bloqueio mental” que impediu os gregos de aderir às vantagens da tecnologia moderna, o fato é que eles viveram e pensaram de modo diferente de nós, tendo maior foco na estética e na filosofia Metecos e escravos - Os metecos eram estrangeiros livres, residentes na cidade, com poucas limitações políticas - A indústria têxtil, a preparação do couro e das peles, a fabricação da cerâmica, a metalurgia, os bancos e o comércio, muitas artes liberais, eram quase monopólio dos metecos - Fora da cidade, os escravos eram empregados no trabalho do campo, na exploração das minas, nas manufaturas e nas atividades portuárias. Na cidade, os escravos garantiam grande parte do serviço doméstico e muitos serviços públicos - Na Grécia dos séculos de ouro apenas uma exígua minoria era composta de cidadãos com plenos direitos, que se dedicavam à política, à filosofia, à ginástica e à poesia, vivendo materialmente nas costas da maioria – escravos, mulheres e metecos – a quem cabiam todas as atividades de ordem material e de serviço Roma: guerra, política e direito - Tanto o mundo grego do período helenístico quanto o romano da república e do império limitaram-se a aperfeiçoar as descobertas preexistentes - A contribuição do Império Romano para o desenvolvimento das ciências e da técnica, assim como à literatura e à arte, ficou bem longe da sua força militar e política - A força de Roma estava em na poderosa estrutura do império e na capacidade de unir os povos e culturas mais disparatados Homens livres e escravos em Roma e na Itália - Marc Bloch: “No mundo romano dos primeiros séculos encontravam-se escravos em qualquer lugar: nos campos, nas lojas, nas oficinas, nos escritórios. Os ricos mantinham nos às centenas ou milhares; era preciso ser bem pobre para não ter ao menos um.” - A taxa de mortalidade era muito alta, em todos os nichos populacionais
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