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Aula 04 - Do dever de prevenir a ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente

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Estatuto da Criança e do Adolescente - E.C.A
Aula 4: Do dever de prevenir a ameaça ou violação dos
direitos da criança e do adolescente
Apresentação
Estudaremos as diretrizes gerais de observância dirigidas às diversas atividades, determinando o respeito às crianças e
aos adolescentes no que concerne à sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento.
Trataremos das regras dirigidas a atividades especí�cas, como o acesso a diversões e espetáculos públicos, às
obrigações das emissoras de rádio e de televisão e às obrigações relativas à venda de revistas e publicações. Por �m,
examinaremos a Lei nº 12.921/2013 e a nova normativa sobre a autorização para viajar deferida a crianças e a
adolescentes.
Objetivos
Descrever as diretrizes gerais de observância sobre as diversas atividades;
Identi�car as regras dirigidas a atividades especí�cas;
Apontar a importância da Lei nº 12.921/2013 e da nova normativa sobre a autorização para viajar.
Prevenção à ameaça ou à violação dos direitos da criança e
do adolescente
Como já estudado anteriormente, as crianças e os adolescentes são titulares de direitos humanos como qualquer
pessoa, porém, em face de sua condição de pessoas em desenvolvimento, ou seja, de se con�gurarem como seres
que estão em processo de formação física e psicológica, devem receber um tratamento diferenciado.
Dessa forma, as condutas política, social e econômica do Estado e da sociedade devem estar voltadas a resguardar
integralmente a criança e o adolescente, independentemente da origem, raça, sexo, cor e classe social, uma vez que
são percebidos como sujeitos de direito.
 Fonte: Por New Africa / Shutterstock.
 Fonte: Por ambrozinio / Shutterstock.
1. Da prevenção
Os dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que tratam da prevenção à ameaça ou à violação dos
direitos da criança e do adolescente (artigos 70 a 85) estão intimamente ligados à doutrina da proteção integral e à condição
peculiar de pessoas em desenvolvimento apresentada por esses indivíduos, pois o objetivo primordial é evitar colocá-los em
situação de risco.
Conforme prevê o ECA e, seguindo a doutrina da proteção integral, “é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
violação dos direitos da criança e do adolescente”. Da mesma forma, coíbe o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante contra crianças e adolescentes (art. 70-A, ECA) sendo necessária uma articulação entre os diversos entes do
governo para se evitar formas violentas de educação.
Complementando o dispositivo, foi editada a Lei nº 13.046/2014, que introduziu ao Estatuto da Criança e do Adolescente o
artigo 70-B, cuja redação determina que as entidades públicas e privadas que atuem na realização dos direitos da criança e
do adolescente, como a informação, a cultura, o lazer e o esporte, assim como aquelas que recepcionem crianças e
adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem possuir, em seus quadros, pessoas capacitadas a reconhecer e, de
imediato, comunicar ao Conselho Tutelar as suspeitas ou casos de maus-tratos, o que demonstra a necessidade de
constante pro�ssionalização da rede de atendimento socioeducativo.
Atenção
Cabe lembrar que se está tratando de pessoas em formação, de crianças e adolescentes que estão em desenvolvimento e
que, portanto, necessitam do apoio e do amparo de pro�ssionais efetivamente capacitados a ajudá-los, a protegê-los e, cuja
omissão deve ser responsabilizada.
O ECA estabelece, no artigo 71, que “A criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”. Dessa forma, e
considerando a prevenção especial disciplinada na lei, divide-se entre aquelas medidas relativas ao direito à informação, à
cultura, ao lazer e aos esportes; medidas destinadas à proteção, no que se refere a diversões e espetáculos (artigos 74 a 80);
medidas voltadas a produtos e serviços (artigos 81 e 82); e, à autorização para viajar (artigos 83 a 85), considerando e
respeitando sempre o fato de a criança e o adolescente serem pessoas em desenvolvimento.
Considerando a necessidade de resguardar e prevenir violações dos direitos da criança e do adolescente, o ECA prevê, ainda,
no artigo 73, que a inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica.
Nesse caso, no âmbito civil, violações ao ECA podem ser reparadas por meio de ações individuais ou coletivas, com a ação
civil pública, intentada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública (art. 5º da Lei nº 7.347/1985). Por sua vez, na seara
penal, as responsabilidades são apuradas e punidas por meio das ações promovidas pelo Ministério Público.
Comentário
A prevenção é o principal meio de se impedir que as crianças e os adolescentes sejam submetidos a situações que possam
violar-lhes os direitos. Ela pode ser aplicada mesmo a jovens que já tenham sido emancipados, pois, embora emancipados,
não deixam de ser crianças ou adolescentes.
2. Da informação, cultura, lazer, esportes, diversões e
espetáculos
Visando a manutenção de uma vida saudável, o crescimento intelectual e social, as crianças e os adolescentes necessitam
ter acesso a diversões e espetáculos públicos, porém adequados ao seu desenvolvimento, ou seja, à sua faixa etária. Para
tanto, o Ministério da Justiça intervém com ações de natureza informativa e pedagógica, devendo ser exercidas em
coparticipação com a própria sociedade.
Aliados ao ECA nessa missão se tem, também:
Lei nº
10.359/2001 e o
Decretonº
6.061/2007
Relativos ao processo de classificação indicativa de obras audiovisuais destinadas à televisão, ambos do Ministério da
Justiça/SNJ.
Portaria nº
1.100/2006
Que dispõe sobre a classificação indicativa de diversões públicas, especialmente obras audiovisuais destinadas a
cinema, vídeo, DVD, jogos eletrônicos, jogos de interpretação (RPG) e congêneres.
Portaria nº
1.549/2002
Do Ministério da Justiça, que institui o “Comitê Interinstitucional para Classificação Indicativa de Filmes, Programas
Televisivos, Espetáculos Públicos e Jogos Eletrônicos e de RPG”, o qual desenvolve função consultiva e opinativa
acerca da classificação para a faixa etária.
 Classi�cação indicativa
 Clique no botão acima.
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO DE LIMINAR. SENTENÇA
DENEGATÓRIA. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO SUSPENSIVO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 405/STF.
PORTARIA. PROIBIÇÃO DE ENTRADA DE MENORES NO CINEMA. LEGALIDADE. ARTS. 74, 80 E 179, I, DO
ECA. CONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 227 E 229 DA CF. 1. O recurso em mandado de segurança, de regra,
deve ser recebido no efeito meramente devolutivo. 2. ‘Denegado o mandado de segurança pela sentença,
ou no julgamento do agravo dela interposto, �ca sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da
decisão contrária’ (Súmula nº 405/STF). 3. Portaria expedida pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude
que proíbe a entrada e permanência nas salas de cinema de menores, acompanhados ou não de seus
pais, com idade incompatível com a faixa etária recomendada, não se incompatibiliza com os preceitos
inscritos no art. 149, I, do ECA e nos arts. 227 e 229 da CF. 4. Recurso ordinário não provido. 
 
(STJ. 2ª T. RMS nº 20446/MS. Rel. Min. João Otávio de Noronha. J. em 02/02/2006).
É importante ressaltar que, de acordo com a Portaria nº 1.100, do Ministério da Justiça, publicada em 14 de julho de
2006, a classi�cação indicativa para cinemas, espetáculos e a�ns integra o sistema de garantias dos direitos da
criança e do adolescente, competindo a órgãos públicos e organizações da sociedade civil a defesa e o controle de
tais direitos em prol do desenvolvimento de crianças e de adolescentes, a exemplo do que o próprio ECA defende.
A portaria menciona, ainda, que a faixa etária é prevista como meramente indicativa aos pais e responsáveis, os
quais, no regular exercício de sua responsabilidade, podem decidirsobre o acesso dos �lhos, tutelados ou
curatelados, a obras ou espetáculos públicos cuja classi�cação indicativa seja superior à sua faixa etária.
Dessa forma, o artigo 74 do ECA determina que o Poder Público, por intermédio de órgão competente, seja
responsável pela regulação das diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza, as faixas etárias a
que não se recomendem, locais e horários em que as apresentações se mostrem inadequadas. Exige ainda que os
responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos a�xem informações destacadas sobre a natureza do
espetáculo, bem como a faixa etária especi�cada no certi�cado de classi�cação, atendendo à Portaria mencionada.
No entanto, cabe ressaltar que é um direito de toda criança e de todo adolescente ter acesso a diversão e
espetáculos públicos, como bem já foi dito inicialmente, porém, desde que adequados à faixa etária a que pertencem.
Também não se permite a permanência de menores de 10 (dez) anos de idade, em locais para esses �ns,
desacompanhados dos pais ou dos responsáveis, assim como, ainda que acompanhados destes, se a diversão ou o
espetáculo não estiver adequado à faixa etária do menor.
Na mesma esteira de deveres do Poder Público, encontra-se o particular responsável por programas de rádio e
televisão, que deverá exibir programas com �nalidades educativas, artísticas, culturais e informativas nos horários
recomendados ao público infanto-juvenil, devendo indicar também a faixa etária adequada do programa antes do
início da apresentação deste. Igualmente devem proceder os particulares que trabalham com locação e venda de
programas de vídeo e aqueles que comercializam revistas e publicações destinadas aos infantes.
Lopes nos explica que as
(...) crianças e adolescentes ainda estão formando suas crenças e convicções, contam com pouca
bagagem a lhes servir de subsídio para comparação com informações recebidas pela mídia, contrastar
com seus próprios valores e, a partir dessa relação dialética, construir um entendimento do que foi
apreendido, após uma análise à luz dos seus próprios valores. 
 
(LOPES, 2010, p. 08)
Dessa forma, e implementando a necessidade de resguardar a criança e o adolescente, possibilitando um
desenvolvimento saudável, é que as revistas e as publicações que contenham material impróprio, como nudez e
pornogra�a, deverão ser vendidas em embalagens lacradas contendo a advertência acerca do conteúdo, pois se
trata de material não adequado para conhecimento e visualização por sujeitos em desenvolvimento, a exemplo das
crianças e dos adolescentes, incidindo o não cumprimento da determinação legal em infração administrativa.
Por �m, o ECA, em seu artigo 80, estabelece a proibição taxativa de entrada e permanência de crianças e
adolescentes em casas de bilhar e de jogos com apostas, competindo aos proprietários dos estabelecimentos o
controle de acesso e colocação de faixa indicativa. A ausência da faixa indicativa e/ou a falta de controle de acesso
implicará em infração administrativa (art. 258, ECA), podendo ser aplicada multa ao estabelecimento, ainda que as
crianças ou os adolescentes não estejam jogando ou consumindo. Nesse sentido, já se manifestou o Tribunal de
Justiça do estado de Minas Gerais:
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA - ENTRADA E
PERMANÊNCIA DE MENOR EM ESTABELECIMENTO QUE EXPLORA COMERCIALMENTE SINUCA –
VEDAÇÃO LEGAL - ARTS. 80 e 258 DO ECA - APLICAÇÃO DE MULTA – RECURSO DESPROVIDO. A
permissão para ingresso e permanência de menores em estabelecimentos que exploram comercialmente
jogos de bilhar caracteriza a infração ao artigo 80 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Presentes os
requisitos con�guradores da infração administrativa, devida é a aplicação da multa, que deve ser �xada em
patamar capaz de cumprir sua �nalidade precípua de preservação dos interesses tutelados pelo ECA e
evitar novas infrações do tipo no estabelecimento infrator. 
 
(TJMG. 6ª C. Cív. Ap. Cív. n° 1.0024.07.511327-4/001. Rel. Des. Edilson Fernandes. J. em 30/11/2011)
Como se percebe, há uma preocupação do Poder Público com a formação intelectual e social da criança e do
adolescente, e para estes estão voltados todos os esforços, de modo a promover-lhes o desenvolvimento saudável.
3. Dos produtos e serviços
Os artigos 81 e 82 do ECA apresentam um rol de itens, produtos e serviços, cuja venda é terminantemente proibida a crianças
e adolescentes. A violação do dispositivo é tão grave que importa em crime, e nem poderia ser diferente, se o que se está
buscando é a proteção integral da criança e do adolescente, considerados como sujeitos em desenvolvimento, ou seja,
pessoas que estão em processo de formação física e psicológica, devendo, portanto, receber um tratamento especial,
diferenciado.
De acordo com a lei, é proibida a venda de:
1
Armas, munições e explosivos
2
Bebidas alcoólicas
3
Produtos cujos componentes possam causar dependência
física ou psíquica, ainda que por utilização indevida
4
Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que, pelo
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
dano físico em caso de utilização indevida
5
Bilhetes lotéricos e equivalentes
6
Revistas e publicações às quais alude o art. 78
Veja mais sobre outros produtos ou serviços:
Clique nos botões para ver as informações.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. Parágrafo único. As editoras cuidarão para
que as capas que contenham mensagens pornográ�cas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. 
(BRASIL, 1990)
Como podemos veri�car, esses produtos podem afetar o desenvolvimento da criança e do adolescente, levando-os a
distorções morais, dependência química e psicológica e, inclusive, colocando a vida dos menores em risco. Essas
consequências, em consonância com o princípio da proteção integral, justi�cam a proibição da venda.
Revistas e publicações 
Com o mesmo objetivo, ou seja, a proteção integral da criança e do adolescente, são considerados serviços proibidos a
hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimentos congêneres. Essa proibição tem o
�m de coibir o abuso e a exploração sexual de criança e adolescentes.
A hospedagem somente poderá ocorrer quando autorizada ou se o menor estiver acompanhado pelos pais ou pelo
responsável legal. A inobservância dessas regras pode tipi�car conduta criminosa, contravenção penal ou, ainda,
infração administrativa.
Conforme prevê o ECA, em seu artigo 250, diante da reincidência na prática do ato, além da multa o estabelecimento
poderá ser fechado pelo período de até 15 (quinze) dias. Na hipótese de a reincidência ter ocorrido em período inferior a
30 (trinta) dias, o estabelecimento será de�nitivamente fechado e será cassada a licença de funcionamento.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável ou sem autorização escrita destes,
ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: Pena - multa. 
 
§ 1º. Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do
estabelecimento por até 15 (quinze) dias. 
 
§ 2º. Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será de�nitivamente fechado e
terá sua licença cassada. 
(BRASIL, 1990)
Hospedagem 
A Lei nº 12.921, sancionada no dia 26 de dezembro de 2013, proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a
distribuição e a propaganda, em todo o território nacional, de produtos de qualquer natureza, bem como embalagens,
destinados ao público infanto-juvenil, reproduzindo a forma de cigarros ou similares.
Esse dispositivo normativo é muito importante, pois procura evitar a associação do cigarro ao lúdico ou à brincadeira,
promovendo a consciência sobre os efeitos nocivos do produto,evitando assim seu futuro consumo e dependência. A
violação do dispositivo implicará apreensão do produto e multa por embalagem apreendida.
Produtos em formato de cigarros 
 Fonte: Por MNStudio / Shutterstock.
4. Da autorização para viajar
O objetivo de uma regulamentação própria para a viagem de crianças e de adolescentes é combater o trá�co desses
indivíduos e também o afastamento do �lho menor da convivência com um dos pais ou responsável.
Saiba mais
Anteriormente a lei fazia referência apenas à criança deixando de fora da proteção os adolescentes. Isso possibilitava o
trá�co interno ou mesmo a fuga destes para outras residências que não a dos pais. Porém, em 16 de março de 2019, foi
publicada a Lei nº 13.812, a qual concedeu a mesma proteção ao adolescente, bem como instituiu a Política Nacional de
Pessoas Desaparecidas. Foi criado um cadastro de pessoas desaparecidas, de forma a facilitar a comunicação entre as
diversas entidades e a localização dos desaparecidos, dever não apenas dos estados, mas do Distrito Federal e dos
territórios.
A busca pelos desaparecidos é considerada prioridade, com caráter de urgência, e são considerados desaparecidos, segundo
a nova legislação mencionada:
“(...) pessoa desaparecida: todo ser humano cujo paradeiro é
desconhecido, não importando a causa de seu
desaparecimento, até que sua recuperação e identi�cação
tenham sido con�rmadas por vias físicas ou cientí�cas;
criança ou adolescente desaparecido: toda pessoa
desaparecida menor de 18 (dezoito) anos.”
(BRASIL, 2019)
Dessa forma, resguardando o adolescente, a lei veda que os menores de 16 (dezesseis) anos possam viajar para fora da
comarca em que residem desacompanhados dos pais ou dos responsáveis sem a expressa autorização judicial. A
autorização não é necessária quando se tratar de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de
16 (dezesseis) anos se, na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana ou quando a criança
ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco, ou de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
Cabe ressaltar que, quando a lei faz referência ao responsável, ela está se referindo ao responsável legal, de forma que,
somente aquele que estiver exercendo o poder familiar, ou o tutor, ou o guardião ou mesmo o dirigente da entidade de
acolhimento em que se encontra a criança ou o adolescente é que podem se deslocar com estes.
 Viagem para o exterior
 Clique no botão acima.
A viagem para o exterior também está regulada pelo ECA, alcançando crianças e adolescentes indistintamente.
Quando a criança estiver viajando com ambos os pais ou responsável, ou com um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro em documento com �rma reconhecida, dispensa a autorização judicial.
Já se manifestou o Tribunal de Justiça de Rio Grande do Sul no sentido de penalizar a agência que permite a
realização de transporte de crianças sem autorização, pois era de sua competência a �scalização dos documentos
necessários para a comprovação de parentesco:
ECA. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. ADOLESCENTE QUE VIAJA SOZINHO PARA O EXTERIOR SEM A
DEVIDA AUTORIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 84 E 251 DA LEI N° 8.069/90. APLICAÇÃO DE MULTA.
Comprovada a transgressão às normas previstas nos artigos 84 e 251 do Estatuto da Criança e do
Adolescente está autorizada aplicação ao infrator da pena pecuniária prevista em lei, pois o transporte de
criança ou adolescente, por qualquer meio, para o exterior será feito sem a devida autorização quando o
menor viajar na companhia de ambos os pais ou responsável, ou viajar na companhia de um dos pais,
autorizado expressamente pelo outro. A multa no valor de quinze salários de referência está adequada ao
caso em tela, principalmente porque a agência de viagem agiu de má-fé ao apresentar um contrato social
antigo, da época em que a empresa não realizava viagens ao exterior. Apelo improvido. 
(TJRS. 7ª C. Cív. Ap. Cív. nº 70009690041. Rel. José Carlos Teixeira Giorgis. J. em 03/11/2004)
Transporte de crianças. Ausência de documentação. Infração Administrativa. Transportar crianças sem
autorização dos pais ou responsáveis, dizendo estar em companhia de seus genitores, deixando o
responsável pelo transporte de exigir comprovação do parentesco, não descaracteriza a infração
administrativa prevista no art. 251 do ECA 
(TJRO. CM. Ap. Cív. nº 103/99. Classe G-119. Rel. Des. Eliseu Fernandes de Souza. J. em 30/08/99).
O ECA prevê, ainda, que “sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior” (BRASIL,
1990). Dessa forma, a violação de tais regras importará em crime conforme o artigo 239 do ECA.
Um novo relatório da ONU revelou que o trá�co de pessoas está avançando no mundo, com a exploração sexual das
vítimas sendo a principal causa por trás do fenômeno. Segundo o levantamento, que analisou dados de 142 países,
as crianças representam 30% de todos os indivíduos tra�cados, com o número de meninas afetadas sendo bem
maior que o de meninos. Em 2016, em torno de 25 mil pessoas foram tra�cadas no planeta. 
Fonte: (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2019, on-line)
O art. 85 do ECA determina que, sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do país em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
O dispositivo visa impedir o trá�co de crianças e o descumprimento de eventuais decisões judiciais acerca de guarda
afastando a criança ou adolescente do convívio familiar.
Quase um terço do total das vítimas de trá�co de pessoas no mundo são meninos e meninas, de acordo com o
Relatório Global sobre o Trá�co de Pessoas 2016, lançado em dezembro do ano passado pelo Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (United Nations O�ce on Drougs and Crime - UNODC). O Relatório indica que mulheres
e meninas correspondem a 71% das vítimas do trá�co. 
Fonte: (UNODC, 2017, on-line)
Atividade
1. Com relação à autorização para viajar, pode-se a�rmar, tomando por base as disposições do ECA, que:
a) Constitui instrumento judicial no exercício da prevenção especial, previsto pelo Estatuto.
b) Constitui instrumento judicial de prevenção geral, previsto pelo Estatuto.
c) Será dispensada quando se tratar de viagem ao exterior de adolescente acompanhado de um dos pais e autorizado pelo outro, em
declaração simples, sem maiores formalidades.
d) Será exigida somente quando a criança ou o adolescente menor de 16 anos estiver desacompanhado dos pais ou responsável e tratar-se
de deslocamento à comarca contígua à de sua residência, mesmo que acompanhado de pessoa por eles autorizada.
e) Será exigida quando a criança ou o adolescente menor de 16 anos estiverem desacompanhados dos pais ou responsável e tratar-se de
deslocamento à comarca contígua à de sua residência, mesmo que acompanhada de pessoa por eles autorizada.
2. Julgue a assertiva a seguir e responda se ela está CORRETA ou INCORRETA.
“As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando
acompanhadas dos pais ou responsável.”
3. Complete as lacunas e assinale a alternativa CORRETA:
_______________ criança ou adolescente menor de _______________ poderá viajar para fora da comarca onde reside
desacompanhado dos _______________ sem expressa autorização judicial.
a) Toda - 12 (doze) anos - pais ou dos responsáveis.
b) Toda - 14 (quatorze) anos - pais ou dos responsáveis.
c) Toda - 14 (quatorze) anos - responsáveis legais.
d) Nenhuma - 16 (dezesseis) anos - pais ou dos responsáveis.
e) Nenhuma - 16 (dezesseis) anos - responsáveis legais.
4. De acordo com o ECA, assinale as alternativas que apresentam produtos e/ou serviços cuja venda é proibidapara crianças
e adolescentes (art. 81):
a) Armas, munições e explosivos.
b) Bebidas alcoólicas.
c) Hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado
pelos pais ou responsável.
d) Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida.
e) Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em
caso de utilização indevida.
f ) Revistas e publicações às quais alude o art. 78.
g) Bilhetes lotéricos e equivalentes.
5. Considerando a imagem a seguir, discorra sobre a importância da prevenção à ameaça ou à violação dos direitos da
criança e do adolescente no sentido de evitar que estes possam vir a ter problemas ou possam ser colocados em situação de
risco.
 Fonte: Por Zoriana Zaitseva / Shutterstock.
6. Segundo o ECA, pode-se a�rmar que:
a) Todas as crianças podem ficar hospedadas em hotéis e pensões independentemente da idade.
b) As crianças terão idade controlada para se hospedarem em hotéis e pensões em 12 (doze) anos, independentemente de estarem
acompanhadas pelos pais ou responsáveis.
c) A lei estabelece a proibição para hospedagem de crianças e adolescentes somente para crianças, não tratando da hipótese de adolescentes.
d) De acordo com a legislação, crianças e adolescentes somente poderão ficar hospedados em hotéis e pensões se estiverem acompanhados
dos pais ou dos responsáveis ou de adultos autorizados.
e) Em consonância com a legislação, a proibição de hospedagem de crianças e adolescentes em hotéis e pousadas se refere apenas a crianças
e adolescentes estrangeiros.
Notas
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). São Paulo: Saraiva, 2008.
BRASIL. Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2007/decreto-6061-15-marco-2007-552133-normaatualizada-pe.html. Acesso
em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/L13812.htm. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.046, de 1º de dezembro de 2014. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2014/Lei/L13046.htm. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 12.921, de 26 de dezembro de 2013. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2013/Lei/L12921.htm. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Portaria do Ministério da Justiça nº 1.100, de 14 de julho de 2006. Disponível em:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=198529. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Portaria do Ministério da Justiça nº 1.549, de 21 de novembro de 2002. Disponível em:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=183023. Acesso em: 19 jun. 2019.
BRASIL. Lei nº 10.359, de 27 de dezembro de 2001. Disponível em:
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Próxima aula
Políticas de atendimento e suas linhas de ação;
Entidades de atendimento socioeducativo e seus regimes;
Medidas protetivas de caráter assistencial à criança ou ao adolescente em situação de risco ou ato infracional.
Explore mais
Leia os textos:
ALVES, R. B. Direito da infância e juventude: coleção curso e concurso. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
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FEBRABAN. Direitos da criança e do adolescente: conceito e práticas. In: 5º Café com Sustentabilidade. 2007. Disponível
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PIOVESAN, F. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
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