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APG 2 - Doença de Chagas

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender o ciclo da doença de Chagas
OBJETIVO 2: Entender os sintomas, diagnóstico, exames sorológicos e formas de prevenção 
da doença de Chagas 
OBJETIVO 3: Compreender como se dá o atendimento do SUS às populações indígenas 
OBJETIVO 4: Relacionar o modo com que as condições socioeconômicas influenciam na prevalência da doença 
A DOENÇA DE CHAGAS 
Características Gerais: 
→ Agente Etiológico: Trypanosoma Cruzi 
→ Problema médico-social grave 
→ Mais incidente na região Norte e Nordeste do país 
 
FISIOPATOLOGIA 
Ciclo Biológico 
O trypanosoma cruzi possui variações morfológicas e 
funcionais, alternando-se entre as formas não replicativas e 
infectantes. 
Como formas estruturais do trypanosoma cruzi, tem-se: 
→ Epimastigotas: presentes no tubo digestivo do inseto 
vetor infectado 
→ Amastigotas: observado no interior das células dos e 
nos tecidos dos mamíferos infectados 
→ Tripomastigotas: encontrado no sangue dos 
vertebrados infectados 
 
 
 icda 
 
 
 
 
 
Ciclo no Vetor (Inseto Barbeiro): 
• Durante a alimentação do inseto, as formas 
tripomastigotas que se encontram no sangue do 
hospedeiro vertebrado infectado são ingeridas pelo inseto 
• Alguns dias após a alimentação do inseto os parasitas 
começam a agir, infectando o estomago do inseto vetor. 
• As formas epimastigotas do parasita se dividem através 
de divisão binaria e podem aderir as membranas 
perimicrovilares das células intestinais. 
• Em grande número, os epimastigotas se ligam à cutícula 
retal do inseto e são eliminadas pelas fezes ou urina. 
 
Ciclo no Vertebrado (Humanos e Animais) 
• O inseto vetor elimina a forma tripomastigota, a qual 
entra em contato com a mucosa ou em alguma 
região lesada da pele do hospedeiro. 
• A forma tripomastigota é altamente infectante 
podendo invadir os primeiros tipos celulares que 
encontram, podendo ser eles macrófagos, 
fibroblastos ou células epiteliais. 
• Uma vez a célula infectada ocorre a proliferação 
intracelular e liberação de formas tripomastigotas e 
amastigotas no espaço intracelular. 
• Essas formas podem invadir novas células localizadas 
no sítio de infecção e atingir todos os tecidos do 
hospedeiro, invadindo diferentes tipos celulares. 
• A interação entre o parasita e a célula ocorre em 3 
fases: 
 
 
Fase 1 - Adesão celular: 
Primeiro contato do parasita com a célula, ou seja, 
contato membrana-membrana 
 
Fase 2 - Interiorização: 
Quando o parasita adentra a célula; formação de 
pseudópodes e formação do vacúolo fagocitano 
 
Doença de Chagas 
Tripomastigotas Epimastigotas 
Amastigotas Amastig. no Músc. Cardíaco 
 
Fase 3 - Fenômenos intracelulares: 
Forma epimastigota é destruída dentro do vacúolo 
fagocitário, restando apenas tripomastigotas que por 
meio do citoplasma da célula se transformam em 
amastigotas (3h após a interiorização) 
 
Vias de Transmissão: 
Via vetorial: penetração através da eliminação de 
fezes e urina do inseto contaminadas 
Via Oral: amamentação, ingestão de alimentos 
contaminados pelas fezes e urina do barbeiro 
contaminado 
Transfusão sanguínea: sangue contaminado 
Via congênita: ninho de amastigotas na placenta 
 
Patogenia: 
O período de incubação da doença varia de 1 a 3 
semanas, sendo que a doença de Chagas pode se 
apresentar em duas fases: 
 
Fase aguda: 
• Intensa multiplicação e invasão das células; no sítio 
de infecção há uma intensa reação inflamatória antes 
da disseminação do protozoário. Ao mesmo tempo 
em que a infecção abrange mais tecidos e a 
parasitemia aumenta, a resposta imune começa a ser 
montada com a produção de anticorpos. 
• À medida que o tempo passa, o parasita tende a se 
deslocar para células musculares lisas e cardíacas e 
para o sistema nervoso. 
• Caso essa resposta se torne mais intensa, o número 
de parasitas circulantes cai, até que sejam 
completamente eliminados, definindo o fim da fase 
aguda 
• 5 a 14 dias após transmissão 
• Febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação 
dos gânglios, aumento do fígado e baço 
Fase Crônica: 
• Os protozoários que não foram eliminados pela 
resposta imune, podem permanecer no interior das 
células. A doença pode evoluir para as manifestações 
da doença de Chagas (forma sintomática) 
• A forma assintomática da doença pode resultar na 
forma cardíaca, digestiva (formação de megacólon e 
megaesôfago, assim como na forma nervosa. 
• Pode ser sintomática ou assintomática. 
 
As diferentes manifestações clínicas variam em 
decorrência de fatores como: 
 
 
Sintomatologia: 
Fase aguda: 
• 5 a 14 dias após transmissão 
• Febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação 
dos gânglios, aumento do fígado e baço 
• Inflamação de algumas áreas do corpo denominada 
chagoma 
• Sinal de Romaña – infecção na mucosa ocular 
 
Fase crônica: 
• Pode ser sintomática ou assintomática 
• Assintomática: pode durar de 10 a 30 anos após 
a contaminação; caracterizada pelos parâmetros 
como: 
→ positividade para exames sorológicos 
→ ECG convencional 
→ coração, esôfago, cólon radiologicamente normais. 
• Sintomática: problemas relacionados aos sistemas 
cardiovascular, digestivo ou ambos.: 
→ Cardíaca: 20 a 40% dos pacientes; insuficiência 
cardíaca congestiva. 
→ Digestiva: 7 a 11% dos casos 
 
→ Incoordenação motora (aperistalse) e megacólon 
 
Diagnóstico e exames sorológicos: 
O diagnóstico é levantado através de suspeitas clínicas, 
mas demanda confirmação laboratorial. 
Em ambas as fases, aguda e crônica, é possível 
diagnosticar por meio dos testes sorológicos, sendo os 
mais utilizados: 
→ Imunofluorescência indireta (IFI) 
→ Hemaglutinação indireta (HAI) 
→ Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) 
São realizados também: 
→ ECG 
→ Radiografia torácica 
→ Ecocardiografia 
 
Prevenção: 
• Evitar que o inseto forme colônias dentro das 
residências, utilizando telas metálicas ou mosquiteiros. 
• Consumir alimentos de origem vegetal 
preferencialmente pasteurizados 
 
Epidemiologia: 
A OMS estima em aproximadamente 6 a 7 milhões o 
número de pessoas infectadas em todo o mundo, sendo 
a maioria na América Latina. Estimativas recentes para 21 
países latino-americanos, com base em dados de 2010 
indicavam 5742167 pessoas infectadas por T. cruzi das 
quais 3.581,423 (62,4%) eram residentes em ações da 
iniciativa dos países do cone sul destacando-se a 
Argentina, Brasil e México 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
Atendimento Indígena: 
Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena 
Sua principal missão está relacionada ao exercício da gestão 
da saúde indígena, no sentido de proteger, promover e 
recuperar a saúde dos povos indígenas, bem como orientar 
o desenvolvimento das ações de atenção integral à saúde 
indígena e de educação em saúde segundo as 
peculiaridades, o perfil epidemiológico e a condição sanitária 
de cada Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). 
A estrutura de atendimento nos DSEI conta com postos 
de saúde, com os Polos-base e as Casas de 
Saúde Indígena (Casais). A rede de serviços tem 
como base de organização serviços de saúde nas aldeias 
que contam com a atuação do Agente Indígena de 
Saúde (AIS) com atividades vinculadas a um posto de 
saúde. Esses postos de saúde tem uma estrutura física 
simplificada de cerca de 30m2. Os médicos presentes nos 
DSEIS fazem trabalho itinerante em várias aldeias, e a maioria 
deles é vinculado ao Programa Mais Médicos. O trabalho da 
atenção básica fica sob responsabilidade na maior parte do 
tempo do AIS que tem como competências: 
→ Acompanhamento de crescimento e desenvolvimento; 
→ Acompanhamento de gestantes; 
→ Atendimento aos casos de doenças mais frequentes 
(infecção respiratória, diarreia, malária); 
→ Acompanhamento de pacientes crônicos; 
→ Primeiros socorros; 
→ Promoção à saúde e prevenção de doenças de maior 
prevalência; 
→ Acompanhamento da vacinação; 
→ Acompanhar e supervisionar tratamentos de longa 
duração. 
 
 
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOSPrevalência: 
O perfil atual dos pacientes com doença de Chagas ainda 
predomina a baixa renda e escolaridade, proveniência de áreas 
rurais e endêmicas, residindo em melhores condições de 
habitação e ainda com elevado índice de animais no 
peridomicílio e apresentam hábitos de risco para novas 
doenças cardiovasculares. 
 
Referências: 
• Atual Perfil Socioeconômico e Epidemiológico de 
Pacientes com Doença de Chagas procedentes da 
Zona Rural do Estado do Ceará, Brasil - Carlos E. 
M. Viana; Erlane C. Freitas; José D. da Silva Filho; 
Alanna C. Costa; 
• Sociedade Brasileira de Medicina da Família e 
Comunidade – Como funciona a organização dos 
serviços de saúde indígena no Brasil 
• Neves, DP, Melo, A.L., Linardi, P.M., Vitor, R.W.A. 
Parasitologia humana. 13a. Edição, Atheneu, 
2016.

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