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Controle de Constitucionalidade

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Conceito
1. Atividade de fiscalização da validade e conformidade das leis e atos do Poder Público à vista de uma Constituição rígida, desenvolvida por um ou vários órgãos constitucionalmente designados. É, em síntese, um conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da Constituição (sobre supremacia formal leia o documento referente a supremacia e estrutura da constituição).
2. Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e, em virtude desta, controla-se a constitucionalidade das demais leis e atos normativos.
Inconstitucionalidade por ação e por omissão
Inconstitucionalidade por ação
1. aferição de compatibilidade entre normas jurídicas gerais e abstratas elaboradas pelo Estado, notadamente pelo Poder Legislativo, e o seu parâmetro de controle – a Constituição Federal. Pressupõe um fazer inconstitucional do Poder Público.
2. Seria a inconstitucionalidade por vício de decoro parlamentar uma espécie de inconstitucionalidade por ação? Segundo Pedro Lenza, comprovada a existência de compra de votos, haveria mácula do processo legislativo.
Inconstitucionalidade por omissão
1. Decorre de uma inação do Estado ofensiva à Constituição Federal. Nem toda omissão estatal é passível de controle de constitucionalidade. Para que uma omissão possa gerar uma inconstitucionalidade, é necessário que o texto constitucional exija a elaboração de uma norma. 
2. CF/88 estabelece duas ações específicas para a repressão da inércia estatal quanto ao dever de legislar: o mandado de injunção (controle difuso) e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (controle concentrado).
3. A inconstitucionalidade por omissão pode ser total ou parcial. Parcial se a obrigação de regulamentar determinada norma da CF for realizada de forma deficiente. 
Inconstitucionalidade material e formal
1. Inconstitucionalidade material: conflito de conteúdo em relação à Constituição, como, por exemplo, uma lei que estabelecesse a pena de morte no Brasil em tempo de paz. 
2. Inconstitucionalidade formal: ocorre quando o devido processo legislativo constitucional for desrespeitado. O conteúdo da norma pode até ser compatível com a Constituição Federal, mas alguma formalidade exigida pelo Texto Maior, no tocante ao trâmite legislativo, foi desobedecida.
Inconstitucionalidade formal subjetiva, objetiva e orgânica
1. Inconstitucionalidade formal subjetiva: o vício se situa no campo da propositura do projeto de lei. Ex.: Deputado Federal apresentar um projeto de lei sobre um dos temas referenciados no citado art. 61, § 1º, cuja propositura é exclusiva do Presidente da Rerpública.
2. Inconstitucionalidade formal objetiva: o vício ocorrerá nas demais fases do processo legislativo (emenda, quórum de votação, sanção, veto etc.).
3. Inconstitucionalidade formal orgânica: o vício é fruto de descumprimento de norma constitucional que ordena as competências legislativas. Ex.: Estado legisla sobre tema que é de competência exclusiva ou privativa da união. 
	
Inconstitucionalidade total ou parcial
1. Inconstitucionalidade total: quando a lei é expulsa integralmente do ordenamento jurídico a inconstitucionalidade é total. 
2. Inconstitucionalidade parcial: A declaração de inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fração de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses dispositivos da lei ou ato normativo. No entanto, o Poder Judiciário não poderá subverter o intuito da lei, mudando o sentido e o alcance da norma, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.
Sistemas de controle de constitucionalidade
1. Os sistemas de controle de constitucionalidade são o jurisdicional (ou judicial), o político e o misto. No Brasil, o controle é predominantemente judicial. O controle político é exercido pelas comissões de constituição e justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; é exercido também através do veto jurídico do Presidente da República a projetos e leis considerados inconstitucionais; e também pelo Tribunal de Contas, que pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do poder público (súmula 347 do STF). 
Momento do controle de constitucionalidade
1. Controle de constitucionalidade preventivo: fiscaliza-se o projeto de lei com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídico uma norma incompatível com a constituição. Pode ser exercido pelo: 
· Legislativo: Pode ser feito através das comissões de constituições e justiça do Câmara ou Senado; 
· Executivo: através do veto jurídico do Presidente da República; 
· Judiciário: através de mandado de segurança impetrado por parlamentar da própria Casa Legislativa, pautado na inobservância do devido processo legislativo constitucional.
2. Controle de constitucionalidade repressivo: fiscaliza-se a validade de uma norma já inserida no ordenamento jurídico. Pode ser exercido pelo:
· Legislativo: O congresso pode sustar atos normativos do poder executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 84, IV – expedição de decretos) ou dos limites de delegação legislativa (art. 68 – não pode solicitar delegação de sobre matéria cuja competência é exclusiva da Câmara ou do Senado, por exemplo). Além disso o Senado Federal pode suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso de constitucionalidade. Cada uma das casas do Congresso Nacional pode, ainda, verificar a constitucionalidade de medidas provisórias. 
· Executivo: Parte da doutrina entende que o presidente poderia negar cumprimento de uma lei que entenda inconstitucional.
· Judiciário: por meio difuso ou concentrado.
Modelos de controle de constitucionalidade
1. Concentrado: somente exercido pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário (STF).
2. Difuso: todos os órgãos do Poder Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos.
Formas de controle de constitucionalidade
1. Via abstrata: quando a sua inconstitucionalidade é requerida “em tese”, sem vinculação a ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto; 
2. Via concreta: a impugnação da validade de uma lei ou ato normativo pressupõe a comprovação de lesão a direito daquele que a impugna.
Controle difuso
Legitimação ativa
1. No controle difuso a legitimação ativa a é ampla: qualquer das partes (autor e réu) poderá levantar a questão constitucional. Membro do Ministério Público também pode, e magistrado, de ofício, também.
Competência
1. Qualquer juiz ou tribunal do país dispõe de competência para declarar inconstitucional uma lei ou ato normativo. 
2. No entanto, quando o processo chega as instâncias superiores, um órgão fracionário do tribunal não possui esta competência (princípio da reserva do plenário), cabendo somente ao plenário ou órgão especial fazer isso (art. 97, CF).
Sumula vinculante 10: se órgão fracionário afastar incidência de norma, mesmo não declarando expressamente sua inconstitucionalidade, viola o princípio da reserva do plenário. 
3. Entretanto, se a inconstitucionalidade da norma já tiver sido debatida em outro processo, órgão fracionário do tribunal poderá aplicar esse mesmo entendimento. 
Efeitos da decisão
1. O efeito é Inter partes (alcançando apenas autor e réu) e ex tunc (retroativos). Contudo, quando se tratar especificamente de recurso extraordinário (RE) é preciso verificar qual o regime a ser observado: se anterior ou posterior ao requisito da repercussão geral. 
2. o que é repercussão geral? É um instrumento processual inserido na Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional 45 (também conhecida como reforma do judiciário). Durante muito tempo, qualquer processo judicial que tramitasse no Brasil, muitos com temas idênticos ou relevância limitada ao caso concreto, poderia chegar ao Supremo Tribunal Federal. Mas a partir do instituto da repercussão geral (RG), delimitou-se ao STF o julgamento de temas em recursos extraordinários com questões relevantes sob o aspecto econômico, político, socialou jurídico e que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. Isso gerou uma diminuição gradual do acervo recursal e permitiu que a corte se dedicasse cada vez mais a atuar na vocação constitucional.
3. Se o RE é anterior a exigência da repercussão geral, o efeito é inter partes e ex tunc. Com possibilidade de extensão a terceiros, caso a Senado Federal suspenda a execução da lei (estudado a seguir). Se a RE obedece a sistemática do regime de repercussão geral, passa a produzir eficácia erga omnes (alcançando todos que se encontram na mesma situação jurídica). A Constituição exige do recorrente a demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas (art. 102, §3°). Percebe-se então, que as razões de decidir do STF transcendem as partes envolvidas, é o que se chama de transcendência dos motivos determinantes (que será estudado mais adiante). 
4. Suspensão pelo Senado Federal de lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso. A suspensão é realizada por Resolução do Senado Federal, é irretratável e não pode modificar os estreitos limites da decisão do STF. A suspensão possui efeito ex nunc como regra e ex tunc quando se tratar de normas federais. Possui competência para suspender a execução de normas federais, estaduais, distritais e municipais. 
Sumula vinculante 
1. As decisões proferidas pelo STF no controle difuso de constitucionalidade não são dotadas de força vinculante em relação ao Poder Judiciário, tampouco frente à Administração Pública. No intuito de conferir autoridade às decisões relevantes do Pretório Excelso, a emenda constitucional 45/2004 criou a figura da súmula vinculante. São 3 os requisitos para aprovação de uma súmula vinculante: 
1) quórum de 2/3 dos membros do STF; 
2) Reiteradas decisões sobre matéria constitucional; 
3) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
2. Efeitos: os efeitos da súmula vinculante se dirigem ao Poder Judiciário e as três esferas do poder executivo. O poder legislativo pode ser atingido apenas em sua função atípica de administrador (exemplo: nomeação de servidor público). Quanto às medidas provisórias, apesar de criadas pelo poder executivo, são verdadeiros atos normativos primários, portanto não se sujeitam ao efeito vinculante da súmula.
Controle concentrado
1. Um dos legitimados do art. 103, I a IX, toma conhecimento que determinada lei ou ato normativo primário desrespeita uma norma constitucional. Nesse sentido, poderão ajuizar uma ação direta perante o STF, pleiteando a sua retirada do ordenamento jurídico, em defesa da supremacia da Constituição. Caso o STF declare a inconstitucionalidade, o ato normativo guerreado será expurgado do ordenamento jurídico. Essa decisão estender-se-á a todos (eficácia erga omnes) e nenhum outro órgão do Poder Judiciário ou da Administração Pública direta ou indireta poderá considerá-la doravante constitucional (efeito vinculante). O controle concentrado é exercido por meio de uma das seguintes ações constitucionais: 
· Ação direta de inconstitucionalidade genérica; 
· Ação direta de inconstitucionalidade por omissão; 
· Ação declaratória de constitucionalidade; 
· Arguição de descumprimento de preceito fundamental; 
· Ação direta de inconstitucionalidade interventiva.
Ação direta de inconstitucionalidade (ADI)
Legitimação
1. Os legitimados do art. 103, I a IX, são: 
· 3 autoridades (Presidente da República, Governadores, Procurador-Geral da República); 
· 3 mesas (Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa das Assembleias Legislativas); 
· 3 institutos (Conselho Federal da OAB; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional). Nem todos podem impugnar qualquer matéria. Quanto aos partidos políticos basta ter um representante em qualquer das Casas do parlamento federal. 
Objeto
1. Somente leis e atos normativos federais e estaduais podem ser objeto de ADI. No caso do distrito federal a lei ou ato normativo deve ser derivado de sua competência estadual. 
2. Atos administrativos – decretos, portarias, resoluções de tribunais, etc. – também poderão ser impugnados em ADI, desde que possuam caráter normativo (ato normativo primário). Os demais atos normativos de caráter meramente regulamentar escapam dos parâmetros materiais e formais da Constituição Federal. 
3. Só poderão ser impugnadas em ação direta as leis e atos normativos federais e estaduais que:
· Sejam pós-constitucionais;
· Possuam conteúdo normativo geral e abstrato
· Não sejam tipicamente regulamentares;
· Estejam em vigor;
· Não sejam questões interna corporis
· Não sejam normais constitucionais originárias: não se admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder constituinte originário.
4. As súmulas são decisões sobre normas, não normas, portanto não podem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade. 
Atuação do Procurador-Geral da República
1. Deverá ele ser previamente ouvido em todas as ações de controle concentrado e em todos os demais processos de competência do STF.
Atuação do Advogado-Geral da União
1. Quando o STF aprecia uma ADI, o AGU é citado para defender o ato normativo impugnado (art. 103, §3°). A atuação do AGU é vinculada, pois age como curador do ato normativo debatido. Cabe a ele defender a norma guerreada, não podendo, como regra, opinar pela inconstitucionalidade, ainda quando a ação direta tenha sido proposta pelo Presidente da República.
Medida cautelar
1. Ao propor a ADI, o autor poderá requerer a concessão de medida cautelar para afastar, desde logo, até o exame do mérito da ação, a eficácia da norma impugnada. 
2. A concessão da medida cautelar produz eficácia erga omnes e efeito vinculante. 
3. Medida cautelar torna automática e provisoriamente aplicável a legislação anterior. 
Amicus curiae (amio da corte)
1. O amicus curiae é o terceiro interessado, mais não legitimado, que atua no controle concentrado de constitucionalidade como colaborador. O relator, por despacho irrecorrível, pode admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades (amicus curiae).
Impossibilidade de desistência
1. Uma vez proposta a ADI, não poderá o autor dela desistir. 
Impossibilidade de ação rescisória
Ação rescisória é o meio processual idôneo para se buscar em juízo o desfazimento de uma coisa julgada. 
Efeitos da decisão.
· Eficácia erga omnes: atingem todos na mesma situação jurídica.
· Efeito vinculante: atinge todo o poder judiciário e executivo.
· Efeitos retroativos: ex tunc. Porém a lei permite que o STF em situações excepcionais, modifique os efeitos de sua decisão (modulação temporal de efeitos)
· Efeito repristinatório tácito. Restaura o direito anterior que havia sido revogado pela norma declarada inconstitucional. 
Não vinculação da causa de pedir
Em sede de controle concentrado, o STF, ao decidir: 
a) fica condicionado ao pedido do autor, dele não podendo fugir (como decorrência do princípio da adstrição ou da congruência); 
b) não se condiciona à causa de pedir, podendo declarar a inconstitucionalidade da lei por fundamentação diversa daquela apresentada pelo autor (causa de pedir aberta).
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
1. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) é medida que tem por fim tornar efetivas certas normas constitucionais, por meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da omissão do legislador infraconstitucional quanto ao seu dever de regulamentar dispositivos constitucionais (art. 103, § 2º). A ausência de ato administrativo regulamentador exigido pela constituição também possibilita a ADO.
Legitimação ativa.
1. Os mesmos legitimados do art. 103, I a IX.
Medida cautelar
1. A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação de lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial.
Atuação do PGR e do AGU
1. Como naADI, a atuação da PGR é obrigatória. A manifestação do AGU pode ser solicitada pelo relator, porém não é obrigatória.
Efeitos da decisão
1. Será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo STF.
Ação declaratória de constitucionalidade
Conceito, Legitimação ativa e objeto
1. Os legitimados do art. 103, I a IX (legitimação ativa) podem pedir para o STF reconhecer a constitucionalidade de norma federal (objeto), para encerrar, definitivamente, relevante controvérsia judicial (conceito). Pra isso ele deve juntar à petição inicial cópia de decisões diferentes de juízos inferiores em relação à validade da lei objeto da ação declaratória, em número suficiente para provar a relevância da controvérsia. 
Medida cautelar
1. Consistirá na determinação de que os juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação declaratória até seu julgamento definitivo (art. 21 da Lei 9.868/1999). Assim como na ADI, a medica cautelar na ADC produz eficácia erga omnes e efeito vinculante. 
2. Produz os mesmos efeitos da ADI.
Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)
Objeto
1. De acordo com o art. 1º da Lei 9.882/1999, será cabível a ADPF em três hipóteses distintas, a saber: 
· para evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (ADPF autônoma preventiva); 
· para reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (ADPF autônoma repressiva); 
· diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição Federal de 1988 (ADPF incidental).
Conceito de preceito fundamental
1. Compete ao STF identificar as normas constitucionais que devam ser consideradas preceitos fundamentais. Não há delineamento objetivo, a doutrina identifica como preceitos fundamentais na constituição: 
a) os princípios fundamentais do Título I (arts. 1º a 4º); 
b) os direitos e garantias fundamentais (espalhados por todo o texto constitucional); 
c) os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII); 
d) as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º); 
e) as limitações materiais implícitas. 
Caráter subsidiário da ADPF
1. É incabível a ADPF se houver outro meio eficaz a sanar a situação de lesividade (art. 4°, §1°, da Lei 9882/1999).
Leitimação ativa
1. Os mesmos do art. 103, I a IX.
Impossibilidade de ação rescisória
1. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ADPF é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
Efeitos
1. Os mesmos da ADI.
Atuação da PGR e AGU. Quadro esquemático
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva
Conceito
1. Representação interventiva, também denominado ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 36, III) é ação destinada a aferir legitimidade ao processo de intervenção de um ente federativo em outro. 
Hipóteses 
a) ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII); 
b) recusa à execução de lei federal (art. 34, VI). Nestas duas situações, a intervenção federal dependerá de provimento pelo STF de representação interventiva proposta pelo Procurador-Geral da República. 
Atuação do Presidente da República
1. Caso seja dado provimento à representação interventiva proposta pelo PGR, o STF dará ciência ao Presidente da República para que tome as providências cabíveis. 
Paralelo entre controle difuso e concentrado
*Senado Federal pode suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF, tornando a eficácia “erga omnes”; 
**Possibilidade de modulação temporal dos efeitos; 
***Admite-se “amicus curiae”, que não se confunde com intervenção de terceiros.
Observações finais
1. Inconstitucionalidade superveniente versos revogação. Inconstitucionalidade originária é aquela que macula o ato no momento de sua produção, em razão de desrespeito aos princípios constitucionais vigentes. Inconstitucionalidade superveniente quando a invalidade da norma resulta de sua incompatibilidade com o texto constitucional futuro. No Brasil não se admite a tese da inconstitucionalidade superveniente. Para o STF a superveniência de texto constitucional simplesmente revoga o direito anterior que seja com ele materialmente incompatível. 
2. Normas constitucionais inconstitucionais. O ordenamento jurídico brasileiro não admite que normas constitucionais originárias possam ser inconstitucionais. Mas é possível admitir normas constitucionais derivadas inconstitucionais. 
3. Transcendência dos motivos determinantes. Segundo a teoria da transcendência dos motivos determinantes, não só a parte dispositiva (conclusão) da decisão, mas também a sua fundamentação (ratio decidendi), pode fazer coisa julgada. 
4. Inconstitucionalidade por arrastamento, por arrasto consequencial (ou ainda reverberação normativa). Ocorre em caso de dependência recíproca entre normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.
5. Declaração de nulidade sem redução de texto. Quando o STF afasta, por inconstitucionalidade, um sentido que uma norma possui. 
6. Controle de constitucionalidade nos Estados e no distrito Federal. Os tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal podem desempenhar o controle abstrato e concentrado de leis estaduais e municipais em face de suas Constituições Estaduais/Lei Orgânica do Distrito Federal. Os tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal podem desempenhar o controle abstrato e concentrado de leis estaduais e municipais em face de suas Constituições Estaduais/Lei Orgânica do Distrito Federal.
7. Controle de constitucionalidade pelos Tribunais de Contas. 
Súmula 347 do STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
DUTRA, Luciano. Direito constitucional essencial. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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