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1 1 Estabilidade de taludes TALUDE Definição Introdução 2 TALUDE Definição Introdução NATURAL ARTIFICIAL Definição Introdução 3 Corte: Talude artificial Definição Introdução Barragem de terra: Talude artificial Definição Introdução 4 Talude Pé Crista ou Topo i Superfície de Ruptura Definição Introdução Declividade 8 � Os taludes estão potencialmente sujeitos à instabilidade � Modos de ruptura: � escorregamentos � rastejos � desmoronamentos � escorregamentos de blocos de rocha Instabilidade de Taludes 5 06 A B C D ESCORREGAMENTO Tipos de movimentos ESCORREGAMENTO Tipos de movimentos 6 ESCORREGAMENTO Tipos de movimentos ESCORREGAMENTO Tipos de movimentos 121995 2005 7 ESCORREGAMENTO Tipos de movimentos CICATRIZ RASTEJO V = 1 a 10 mm/ano Tipos de movimentos 8 RASTEJO Tipos de movimentos QUEDA DE BLOCOS Tipos de movimentos 9 QUEDA DE BLOCOS Tipos de movimentos 18 � As causas dos escorregamentos podem ser colocadas em três categorias: � Causas externas � Causas internas � Causas intermediárias Causas dos Movimentos de Terra 10 19 � Causas externas: � São devidas a ações externas que alteram os estados de tensão no maciço. � Há um acréscimo de tensões cisalhantes que igualando à resistência ao cisalhamento do solo leva o maciço à condição de ruptura. � Aumento da inclinação do talude � Deposição de material ao longo da crista do talude � Efeitos sísmicos Causas dos Movimentos de Terra Ações externas que alteram os estados de tensão no maciço Aumento das tensões cisalhantes (mobilizadas) τd = τf RUPTURA INCLINAÇÃO SOBRECARGA Causas dos Movimentos de Terra τf = resistência ao cisalhamento disponível τd = tensão de cisalhamento mobilizada CAUSAS EXTERNAS 11 21 � Causas internas: � Atuam reduzindo a resistência ao cisalhamento do solo constituinte do talude, sem alterar o seu aspecto geométrico visível. � Aumento da pressão intersticial � Decréscimo da coesão Causas dos Movimentos de Terra 22 � Causas intermediárias: � Não podem ser explicitamente classificadas em uma das classes anteriores. � Erosão interna � Rebaixamento do nível d’água � Liquefação espontânea Causas dos Movimentos de Terra 12 23 Análise de estabilidade de taludes � A análise de estabilidade de taludes faz parte do projeto de taludes artificiais, de modo que se tenha uma garantia de que os mesmos sejam estáveis durante toda a sua vida útil. 24 Análise de estabilidade de taludes � A análise de estabilidade de taludes também tem a função de prever a estabilidade de taludes naturais, impedindo que aconteçam catástrofes. 13 25 Análise de estabilidade de taludes � Os escorregamentos podem ser analisados quantitativamente. � Entretanto as análises de rupturas causadas por desmoronamentos são realizadas de forma qualitativa ou semi-quantitativa, quase sempre por geólogos. � Engenheiros geotécnicos desenvolveram métodos para avaliar uma potencial ruptura, expressando-a em termos de coeficientes de segurança. � Os primeiros métodos de análise surgiram na Suécia, no início do século XX. 26 � A maioria das análises quantitativas de potenciais escorregamentos estão baseadas no equilíbrio limite. � Essas análises assumem que o talude está prestes a romper e determinam as tensões cisalhantes ao longo de uma superfície de ruptura. Análise de estabilidade de taludes 14 27 Equilíbrio Limite e Fator de Segurança � As tensões cisalhantes atuantes no plano de ruptura são comparadas com a resistência ao cisalhamento do solo. Assim, é determinado um coeficiente de segurança: τf = resistência ao cisalhamento disponível (resistência) τd = tensão de cisalhamento mobilizada (solicitação) d f sF τ τ = 28 Equilíbrio Limite e Fator de Segurança � Nas análises de estabilidade de taludes, usualmente se adota o critério de ruptura de Mohr-Coulomb, representado por: c′ = coesão efetiva φ′ = ângulo de atrito efetivo σ ′ = tensão normal na superfície de ruptura � Similarmente, para a tensão mobilizada tem-se: 'tan'' φστ += cf cd = coesão mobilizada φd = ângulo de atrito mobilizado ddd c φστ tan'+= 15 Equilíbrio Limite e Fator de Segurança � Resulta então: � Fazendo, � Resulta: ddd f s c c F φσ φσ τ τ tan' 'tan'' + + == dc d c cFcc c F =⇒= ' ' d d FF φφ φ φ φφ tan'tan tan 'tan =⇒= ddcdsds dd ddc s FcFFcFc FcF F φσφσ φσ φσ φ φ tan'tan' tan' tan' +=+⇒ + + = φFFF cs == 30 Equilíbrio Limite e Fator de Segurança � As tensões variam ao longo da superfície de ruptura: � em alguns de seus trechos podem “romper” (ou seja a tensão de cisalhamento se iguala à resistência) � em outros trechos pode ainda haver uma reserva de resistência. � Entretanto, as análises de equilíbrio limite não procuram definir essa distribuição. � Fornecem somente um valor global, definido como: d f sF τ τ = τf = resistência ao cisalhamento τd = tensão de cisalhamento mobilizada 16 31 Fator de Segurança � A resistência ao cisalhamento, disponível, que se desenvolve ao longo da superfície de ruptura pode ser explicitada através de forças resultantes de coesão e de atrito: Rc e Rφ. � Resistência disponível: � Resistência mobilizada: φφστ RRAAcA T cf +=+== 'tan'' ( ) [ ] ssss ddd F T Ac FF A F Ac AcT =+=+=+= 'tan'' 1'tan'' tan' φσ φσ φσ dcd ss c s d RRF R F R F T T φ φ +=+== 32 Fator de Segurança � Portanto, o coeficiente de segurança pode ser colocado na forma: � Os métodos de análise tomam como fator de segurança a razão entre a soma das forças resistentes e soma das forças atuantes, � ou a razão entre a soma dos momentos resistentes e a soma dos momentos atuantes. � Um valor de Fs maior que 1 implica na estabilidade do maciço. ∑ ∑= atuantesesforços sresistenteesforços sF 17 33 � A maioria dos métodos de análise de estabilidade de taludes se baseia no conceito do equilíbrio limite: � Uma porção instável do maciço de solo se movimenta sob a ação da gravidade ao longo de uma superfície de escorregamento � A superfície de escorregamento apresenta uma forma conhecida Métodos de análise de estabilidade 34 Métodos de análise de estabilidade � É considerado um critério de resistência ao longo da superfície de ruptura. � Usualmente adota-se o critério de Mohr-Coulomb. 18 35 Talude Infinito � Talude infinito: relação entre a extensão e espessura é muito grande. � A superfície potencial de ruptura é paralela à superfície do terreno. � Movimento de corpo rígido. 36 Talude Infinito Foto: Abreu (2009) 19 Método do Talude Infinito � Equilíbrio de forças: � A resultante das forças que atuam nas faces ab e cd são iguais e opostas, podendo ser desprezadas. � O peso do elemento de solo abcd é dado por: W = γ LH Método do Talude Infinito � A força peso pode ser decomposta em: � Componente normal ao plano AB: Na = W cos β = γ LH cos β � Componente paralela ao plano AB: Ta = W sin β = γ LH sin β (força que tende a causar o deslizamento) 20 39 Método do Talude Infinito � A tensão normal na base do elemento é dada por: βγ β βγ σ 2cos cos cos H L LH basedaÁrea Na = == 40 Método do Talude Infinito � A tensão de cisalhamento na base do elemento é dada por: ββγ β βγ τ sincos cos sin H L LH basedaÁrea Ta = == 21 41 Método do Talude Infinito � A reação R ao peso é uma força de mesmo módulo e sentido oposto a W. � As componentes normal e tangencial de R, em relação ao plano AB são: 42 Método do Talude Infinito � No equilíbrio limite, a tensão de cisalhamento resistente (τr) é igual à tensão de cisalhamento mobilizada (τd) na base do elemento, e é igual a: � Esta mesma tensão também pode ser colocada na forma (Critério Mohr- Coulomb): ββγτ cossinH basedaÁrea Tr d == ddddd Hcc φβγφστ tancostan 2+=+= 22 43 Método do Talude Infinito � Resulta: ou ddd HcH φβγββγτ tancoscossin 2+== )tan(tancostancoscossin dd d H c φββφβββ γ −=−= 22 � Igualando as expressõesanteriores: ββγτ cossinH basedaÁrea Tr d == ddddd Hcc φβγφστ tancostan 2+=+= 44 Método do Talude Infinito � Igualando as expressões anteriores: ou � Pela definição do fator de segurança, tem-se: e � Resulta: ddd HcH φβγββγτ tancoscossin 2+== )tan(tancostancoscossin dd d H c φββφβββ γ −=−= 22 FSd φ φ tan tan = FS c cd = −= FSHFS c φ ββ γ tan tancos 21 β φ ββγ tan tan tancos += 2H c FS 23 45 Método do Talude Infinito - Exemplo � Exemplo: Para o talude mostrado na figura, os parâmetros na interface entre o solo e a rocha são: c = 18 kN/m2 e φ = 25°. a) a) Se H = 8 m e β = 20°, determinar o fator de segurança contra o escorregamento na superfície da rocha; b) b) Se β = 30°, determinar a altura H para a qual FS = 1 46 � Solução: a) H = 8 m, β = 20°, c = 18 kN/m² e φ = 25º 33 191900 mkNmkg // =⇒= γρ =+= β φ ββγ tan tan tancos 2H c FS = ° ° + °×°×× = 20 25 2020819 18 2 tan tan tancos 649128113680 ... =+= Método do Talude Infinito - Exemplo 24 47 � Solução: b) H = ?, β = 20°, c = 18 kN/m², φ = 25º e FS = 1 33 191900 mkNmkg // =⇒= γρ )tan(tancostan tan tancos φββγβ φ ββγ − ×==⇒=+= 22 1 1 c HH H c FS cr mHcr 411 253030 1 19 18 2 . )tan(tancos = °−°° ×= Método do Talude Infinito - Exemplo 48 Método do Talude Infinito com Percolação � A direção do fluxo é paralela à superfície do terreno � O nível d’água coincide com a superfície do terreno � A resistência ao cisalhamento do solo é dada por: tensão efetiva 25 49 Método do Talude Infinito com Percolação � As forças que atuam nas faces ab e cd são iguais e opostas, podendo ser desprezadas. � O peso do elemento de solo abcd é dado por: W = γsat LH Método do Talude Infinito com Percolação � O peso do elemento pode ser desmembrado em: � Componente normal ao plano AB: Na = W cos β = γsat LH cos β � Componente paralela ao plano AB: Ta = W sin β = γsat LH sin β (força que tende a causar o deslizamento) 26 51 Método do Talude Infinito com Percolação � A reação R ao peso é uma força de mesmo módulo e sentido oposto a W. � As componentes normal e tangencial de R, em relação ao plano AB são: βγββ βγββ sinsinsin coscoscos LHWRT LHWRN satr satr === === 52 Método do Talude Infinito com Percolação � A tensão normal total na base do elemento é dada por: βγ β σ 2cos cos H L N sat r = = 27 53 Método do Talude Infinito com Percolação � A tensão de cisalhamento na base do elemento é dada por: ββγ β τ sincos cos H L T sat r = = 54 Método do Talude Infinito com Percolação � A tensão de cisalhamento mobilizada na base do elemento é dada por: u = pressão neutra ddddd ucc φσφστ tan)(tan' −+=+= 28 55 � Determinação da pressão neutra: u = (altura de água no piezômetro colocado no ponto f ) × γw = h γw Método do Talude Infinito com Percolação 56 Método do Talude Infinito � Substituindo e em resulta: Peso Específico Submerso 29 57 Método do Talude Infinito � Comparando com resulta: ou 58 Método do Talude Infinito � O fator de segurança em relação à resistência é determinado substituindo e em resultando: Peso Específico Submerso Peso Específico Saturado 30 59 Método do Talude Infinito - Exercício � Exemplo: Se para o talude mostrado na figura houvesse percolação, e o NA coincidisse com a superfície do terreno, qual seria o valor de FS? Adotar H = 8 m, ρsat = 1900 kg/m3 e β = 20 °. 60 Método do Talude Infinito - Exercício � Solução: Como Fs < 1, então o talude está instável!!! 3 33 /91019' /19/1900 mkN mkNmkg wsat satsat =−=−= =⇒= γγγ γρ 98.0 20tan19 25tan9 20tan20cos819 18 2 = ° ° + °×°×× = S F 31 61 Resistência de interface Foto: Abreu (2011) 62 Resistência de interface Influência do tipo de geomembrana na resistência de interface Fonte: Boscov (2008) 32 Resistência de interface – Talude Infinito Fonte: http://www.lehighvalleylive.com/easton/index.ssf/2013/03/ chrin_landfil_cap_slipped_send.html Chrin Landfill, Kentucky 2013 64 Fonte: Richardson et al. (2008) https://secure.ifai.com/geo/articles/0608_f1_lfg.html Resistência de interface – Talude Infinito 33 65 Método de Culmann � O método de Culmann está baseado na hipótese de que a ruptura ocorre ao longo de um plano que passa pelo pé do talude, quando a tensão de cisalhamento média neste plano é maior que a resistência ao cisalhamento do solo. 66 Método de Culmann � Peso da cunha ABC (W) 34 67 � Componentes normal e tangencial de W, em relação ao plano AC: � componente normal N a = W cos θ � componente tangencial T a = W sin θ Método de Culmann 68 Método de Culmann � As tensões normal (σ) e tangencial (τ) médias no plano AC são: 35 69 Método de Culmann � A tensão de cisalhamento mobilizada média no plano AC é: ou 70 Método de Culmann � A superfície crítica é determinada derivando-se cd em relação a θ e igualando a zero: 36 71 Método de Culmann � A expressão anterior pode ser colocada na forma: onde m = número de estabilidade 72 Método de Culmann � Com base na equação pode-se tabelar valores de 1/m para vários valores de β e φd 37 73 Método de Culmann � A máxima altura de um talude, para o qual a condição de equilíbrio crítico ocorre é determinada fazendo-se cd = c e φd = φ, resultando: