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Princípios Constitucionais do Tribunal do Júri e sua Importância

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Sumário
INTRODUÇÃO
TRIBUNAL DO JÚRI 
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO 
2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO TRIBUNAL DO JÚRI
2.2.1 DA PLENITUDE DE DEFESA
2.2.2 DO SIGILO DAS VOTAÇÕES
2.2.3 DA SOBERANIA DOS VEREDITOS
2.2.4 COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
2.2.5 DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
2.2.6 DA IMPARCIALIDADE DOS JURADOS 
2.2.7. DA LIBERDADE DE IMPRENSA
2.3 DA ORGANIZAÇÃO DO JÚRI E DOS JURADOS
MÍDIA E SISTEMA PENAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA
3.1 A MÍDIA NA SOCIEDADE 
3.2 DA INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO TRIBUNAL DO JÚRI 
3.2.1 RELAÇÃO ENTRE A PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA E LIBERDADE DE IMPRENSA
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
REFERÊNCIAS 
2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DO JÚRI
Historicamente, durante o século XVI ao século XVIII o absolutismo foi um sistema político que predominou na Europa, esse regime defendia a ideia de concentrar o poder absoluto nas mãos da monarquia, se sobressaindo sobre o Estado, durante a predominância do absolutismo, a monarquia concentrava todo o poder do Estado, ou seja, todo o controle nacional ficava sob o comando do rei. Ainda na prevalência do absolutismo, nasceram as primeiras Constituições, em contraposição ao absolutismo, neste momento, foi instituído o Parlamento, onde, o poder do monarca passou a ser limitado, assim, a monarquia passou a ser condicionada por leis aprovadas pelo Parlamento. A Constituição da França, elaborada em 1791, foi a mais ampla declaração de direitos individuais, limitando ainda mais o poder da monarquia.
Segundo o jurista e filósofo Hans Kelsen, em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, a Constituição é como um corpo de normas jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa, assim, Kelsen coloca a Constituição no ápice do sistema jurídico. 
Assim, as constituições, foram estabelecidas com a finalidade de organizar os Estados, para garantir e estabelecer limites ao arbítrio e à força, limitar os poderes, distribuição de competências e garantir os deveres e direitos dos cidadãos. 
Nesse sentido, nasceram os princípios, com o objetivo de estabelecer uma estabilidade entre o sistema e as normas. 
	O doutrinador Guilherme de Souza Nutti, afirma:
“(...) Princípios, em visão etimológica, tem variados significados. Para o nosso propósito, vale destacar o de ser um momento em que algo tem origem; é a causa primária ou o elemento predominante na constituição de um todo orgânico”.
	Nesse sentido, entende-se que o ordenamento jurídico é constituído por princípios, princípios esses que possuem a finalidade de assegurar uma coerência entre na aplicação das normas em diferentes áreas de direito. O termo Princípio possui vastos significados, porém, não se pode deixar de considerar que o termo Princípio nos arremete a uma ideia de origem, de uma causa primária. 
Segundo Miguel Reale: 
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários”. 
Nos dizeres de Luís Roberto Barroso: 
"São o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui."
Nesse sentido, quando mencionamos um princípio constitucional, referimo-nos a base de todo o sistema legislativo, pelo menos no que diz respeito às normas infraconstitucionais, uma vez que, dentro do Ordenamento Jurídico Brasileiro, existem três tipos de princípios, sendo eles, os princípios gerais do Direito, os princípios constitucionais e os princípios infraconstitucionais. 
	Segundo o doutrinador Luiz Antônio Rizzato Nunes, os princípios constitucionais são o ponto mais importante de todo o sistema normativo, já que estes são os alicerces sobre os quais se constrói o Ordenamento Jurídico. São os princípios constitucionais que dão estrutura e coesão ao edifício jurídico. Vale ressaltar que os princípios constitucionais podem ser divididos entre princípios constitucionais explícitos e princípios implícitos.
	Dessa forma, afirma-se que os princípios, são o fundamento primeiro de toda a estrutura estatal, pois, são eles que coordenam todo o sistema jurídico e estabelece as relações jurídicas, com a finalidade de favorecer à sociedade. Ainda mais, os princípios são de suma importância na interpretação de todas as normas jurídicas em geral, porém, no Brasil, comumente os operadores do Direito, agem como se a lei ordinária fosse mais importante do que a norma constitucional, e também do princípio constitucional. 
	Assim sendo, é importante estabelecer uma relação entre o texto da lei ordinária ao descrito na Constituição Federal, somente assim, o Estado Democrático de Direito se fará possível.
	Robert Alexy, afirma que princípios são, “normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Princípios são, por conseguinte, mandamentos de otimização, que são caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados e pelo fato de que a medida devida de sua satisfação não depende somente das possibilidades fáticas, mas também das possibilidades jurídicas”.
Portanto, pode-se afirmar que princípios são, normas, normas essas que oferecem um grau de interpretação mais abrangente, que servem de instrumento para a interpretação e otimização na aplicação do direito. 
2.2.1 DA PLENITUDE DE DEFESA
A plenitude de defesa, é um princípio basilar do Tribunal do Júri, a Constituição Federal no Art. 5º, XXXVIII, alínea a, dispõe sobre o princípio da Plenitude de Defesa. 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
	Para entender ou discorrer sobre o princípio da plenitude da defesa, é necessário falar sobre o contraditório e ampla defesa, pois, inexiste devido processo legal, se não forem assegurados aos réus e acusados, o contraditório e ampla defesa. O contraditório oferece aos acusados em geral a chance de estes defenderem-se de uma acusação a eles impostas, quanto a ampla defesa esta refere-se aos meios que o acusado pode se utilizar em sua defesa, vale ressaltar, que tais meios poderão ser utilizados no processo, desde que, sejam meios legais. O direito de liberdade, é um dos bens jurídicos mais valiosos, dentro do ordenamento constitucional, assim como o direito à vida, à saúde e outros, dessa maneira, exige-se o fiel cumprimento de tais garantias oferecidas a aquele que responde a um processo crimina, garantias essas que são o contraditório e a ampla defesa. 
	O doutrinador Guilherme de Souza Nutti (2020, p. 2), afirma em sua obra “Tribunal do Júri”, que:
[...] no contexto do Tribunal do Júri, entretanto, a Constituição Federal demanda maior cautela: assegura-se ao acusado a plenitude de defesa (art. 5º, XXXVIII, a, CF). temos sustentado há, praticamente uma década [...], existir diferença substancial entre amola defesa, garantia aos acusados de um modo geral, e plenitude de defesa, elemento essencial no cenário do júri. 
	Ainda conforme Guilherme de Souza Nutti (2020, p. 3), o doutrinador destaca 
[...] outro elemento a ressaltar é a previsão realizada no mesmo artigo 5º da CF, de duas garantias fundamentais (ampla defesa e plenitude de defesa). Para alguns, tais expressões possuem o mesmo significado. Portanto, neste último, prisma, aos acusados em geral garante-se a defesa ampla e aos réus dos processos em trâmite no Tribunal do Júri, identicamente, garante-se a defesa ampla, embora, nesse caso, teria optadoo legislador pela utilização de outro termo (plenitude). 
	A Plenitude de Defesa, possui uma expressão garantista, portanto, não há o que se comparar entre as duas expressões, uma vez que, a ampla defesa possui a finalidade de trazer direitos e garantias aos acusados em geral, enquanto, em contrapartida, a plenitude de defesa, visa assegurar garantias somente ao acusado, em processos criminais no Tribunal do Júri.
	Valendo-se do fato da plenitude, equivaler a algo completo e absoluto, vale assegurar, que a plenitude de defesa busca aos acusados em geral, as mais vastas linhas de defesa. Nesse tocante, há diversas linhas de entendimento, quanto aos limites da defesa, quando falamos que de defesa plena, referimo-nos quanto a utilização de todos os meios e recursos previstos em lei, para garantir ao réu dentro do Tribunal do Júri a defesa perfeita, claro, dentro dos limites legais.
			Quanto a aplicação do Princípio da Plenitude de Defesa, de certo modo, observa-se um desequilíbrio entre as partes, ou seja, entre a acusação e à defesa, beneficiando a atuação da defesa. O ordenamento garante a defesa acesso amplo às provas e sua produção, ou seja, durante todo o decorrer do processo, desde as cautelares, até as provas produzidas em juízo. Ainda é assegurado ao defensor, desde que haja justificativa legal, uma extensão no tempo para sua manifestação, o Código de Processo Penal prevê um determinado tempo tanto para o defensor quanto para o membro acusatório, Ministério Público, assim, caso o defensor queira ele pode estender seu prazo de fala, a fim, de oferecer a defesa perfeita. 
			Dentro do tema do Tribunal do Júri, há decisões conflitantes quando a possibilidade de a defesa inovar na tese durante a tréplica. Baseando-se no princípio da plenitude de defesa, tal ação seria algo totalmente legível, porém, inexiste processo legal, quando desrespeitado o princípio do contraditório, o princípio do contraditório está diretamente relacionado com o direito que as partes, defesa e Ministério Público, de tomar ciência e manifestar-se sobre as alegações da parte contrária, assim, podendo contrapor, sobre as manifestações e teses da parte contrária. 
			Nesse interim, tem-se admitida a inovação da tréplica, ou seja, é totalmente possível que a defesa sustente a alegação de uma tese que não fora apresentada aos juízes naturais na exposição inicial de defesa. Nesse caso específico, de acordo com o entendimento doutrinário, não há o que se falar em surpresa pela parte contrária, nem em quebra do equilíbrio processual, quanto a inovação de tese na tréplica pela defesa. Nesse sentido, é livre a manifestação do defensor durante a sustentação da tréplica, pois, aplica-se o Princípio da Plenitude de Defesa, assim, desde que, a tese inovada na tréplica seja moralmente e legalmente respeitada, esteja dentro dos parâmetros do ordenamento jurídico e não seja antijurídica, ou seja, que não seja uma tese absurda, é totalmente aceita a inovação de tese durante a tréplica, durante a defesa. A grande divergência está relacionada com o fato da acusação não se manifestar, sobre a inovação da tese, porém, uma das partes deve falar por último, pois, não pode haver contraditório infinito. 
APELAÇÃO CRIMINAL - JÚRI - IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - NULIDADE - TESE NOVA APRESENTADA NA TRÉPLICA - OFENSA AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO - NÃO-OCORRÊNCIA - QUESITAÇÃO OBRIGATÓRIA - PRINCÍPIO DA PLENITUDE DA DEFESA - AUSÊNCIA DAS RESPOSTAS NO TERMO DE VOTAÇÃO DOS QUESITOS - OMISSÃO SUPRIDA PELA SENTENÇA - PRELIMINARES REJEITADAS - MÉRITO - CASSAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CONSELHO DE SENTENÇA QUE OPTA POR UMA DAS VERSÕES EXISTENTES - INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 28 DO GRUPO DE CÂMARAS CRIMINAIS - AUSÊNCIA DE 'ANIMUS NECANDI' - PENA - CORREÇÃO - FIXAÇÃO DA PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL - POSSIBILIDADE - CIRCUNSTÂNCIAS DESFAVORÁVEIS AO AGENTE - ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA - RECUO DA SANÇÃO ABAIXO DO MÍNIMO COMINADO - IMPOSSIBILIDADE - AGRAVANTE - REINCIDÊNCIA - DECOTAÇÃO - POSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO, DECOTADA DA CONDENAÇÃO, DE OFÍCIO, A AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA.
(TJ-MG 100260200362450011 MG 1.0026.02.003624-5/001(1), Relator: MÁRCIA MILANEZ, Data de Julgamento: 02/09/2008, Data de Publicação: 12/09/2008).
2.2.2 DO SIGILO DAS VOTAÇÕES
			O sigilo das votações é um dos princípios constitucionais precípuos do Tribunal do Júri. O Código de Processo Penal estabelece que, não havendo nenhum questionamento ou dúvidas por parte dos jurados, sobre os quesitos em plenário, “o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação”, assim, dispõe o art. 485, caput, do Código de Processo Penal. Ainda nesse sentido, o art. 485, § 1º do CPP, dispõe: 
§ 1o  Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.   
			Dessa maneira, em regra, o julgamento realizado pelos jurados, ou seja, a votação, deverá ser realizado em uma sala especial. Na ausência da sala especial, a votação poderá ser realizada em plenário do Júri, com o salão esvaziado. 
			Dentro do Tribunal do Júri, a principal finalidade do Princípio do Sigilo das votações, é resguardar a privacidade e a segurança dos juízes naturais, ou seja, a não divulgação do quórum total das votações, no momento de proferir o veredicto. Nesse sentido, afirma-se que há uma publicidade restrita, quanto aos membros do conselho de sentença. 
			Segundo Guilherme Souza Nucci, “o resguardo da votação permite maior desenvoltura do jurado para solicitar esclarecimentos ao magistrado togado, consultar os autos e acompanhar o desenvolvimento das decisões, na solução de cada quesito, com tranquilidade, sem a pressão do público presente, nem tampouco do réu”.
			Ademais, o art. 5º, XXXVIII, b, da Constituição Federa, assegura o sigilo das votações, não fala diretamente sobre o sigilo da votação durante a sessão do júri, mas, assegura o sigilo da votação. Assim, resguarda o momento em que o jurado expressa seu voto por meio das placas de SIM ou NÃO, na sala especial.
			Vale ressaltar que, há uma discussão quanto ao princípio do sigilo das votações e o princípio da publicidade, pois, a Constituição Federal em seu art. 37 retrata sobre os princípios explícitos, onde menciona o princípio da publicidade, que faz menção à transparência dentro dos atos processuais. Assim essa discussão faz referência à legalidade da sala especial para votação, ou seja, a sala especial para votação dos jurados, fere o princípio da publicidade? A resposta é, não, pois, ocorre que a própria Constituição em seus artigos 5º, LX e art. 93, IX, dispõe sobre a possibilidade de limitação da publicidade dos atos processuais, assim, nos casos em que a defesa da intimidade ou o interesse social ou público exige ser resguardada. Portanto, nesse caso especifico, a intimidade pessoal do jurado, se sobressai sobre o interesse social ou público. 
			Ainda nesse sentido, a Lei nº 11.689/2008 estabeleceu mais sigilos nas votações feitas pelos jurados, uma vez que, tal lei estabeleceu consagrar a apuração dos votos por meio da maioria, ou seja, sem revelar o numero total, sem revelar quantos votos houve para SIM ou para NÃO. 
			Nesse sentido, dispõe o Superior Tribunal de Justiça:
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. AFRONTA AO ART. 155 DO CPP. INOCORRÊNCIA. TRIBUNAL DO JÚRI. CONDENAÇÃO QUE SE ORIGINA NA ÍNTIMA CONVICÇÃO DOS MEMBROS DO CONSELHO DE SENTENÇA. CONTINUIDADE DELITIVA. CRITÉRIO DE MAJORAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS DESFAVORÁVEIS. NÚMERO DE INFRAÇÕES. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. Firmou-se neste Superior Tribunal de Justiça entendimento no sentido de que nas decisões proferidas pelo Tribunal do Júri são assegurados o sigilo das votações e a soberania dos veredictos. Desse modo, não se exige motivação das decisões do Conselho de Sentença que são embasadas naíntima convicção ou certeza moral dos jurados. 2. Segundo reiterado entendimento desta Corte, à mingua de circunstâncias desfavoráveis, o aumento pela continuidade delitiva deve se pautar unicamente pelo número de infrações. Assim, aplica-se o aumento de 1/6 pela prática de 2 infrações; 1/5, para 3 infrações; 1/4, para 4 infrações; 1/3, para 5 infrações; 1/2, para 6 infrações; e 2/3, para 7 ou mais infrações. Na espécie, correspondendo ao número de dois crimes, impõe realizar a majoração em 1/6 da pena fixada para o delito mais grave. 3. Ordem parcialmente concedida para fixar a pena em 14 anos de reclusão, mantidos os demais termos da condenação.
(STJ - HC: 427443 SP 2017/0314618-7, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 15/03/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/04/2018)
2.2.3 DA SOBERANIA DOS VEREDITOS
			O Princípio da Soberania dos Vereditos, está diretamente relacionado com o que é soberano, a palavra soberano vem do latim soberanus, que significa” chefe, comandante”, derivado de super “acima”. Dessa forma, soberano é aquele que profere a primeira e a última decisão, acima do qual não há outro. Quando se fala em soberano, vale mencionar a forma de Estado imposta na Constituição Federal, no qual afirma que nosso Estado, é um Estado soberano, ou seja, ao Estado pertence o poder de decisão sobre os interesses nacionais. 
			Guilherme Souza Nutti, menciona que, ser soberano significa atingir a supremacia, o mais alto grau de uma escala, o poder absoluto, acima do qual inexiste outro. Traduzindo-se esse valor para o contexto do veredicto popular, quer-se assegurar seja esta a última voz a decidir o caso, quando apresentado a julgamento no Tribunal do Júri (Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais, 4º edição, p. 435)
			A Soberania dos Vereditos, atribui aos jurados, a decisão ou veredictos, o mérito do Conselho de Sentença. Ressalta-se que o veredicto proferido por tais jurados, não pode ser modificado por Tribunal diferente daquele formado no momento do Conselho de Sentença, mas, uma observação a ser feita é que os juízes naturais da causa, como qualquer outro juiz, podem equivocar-se no momento da decisão, por este motivo existe a possibilidade de apelação quanto a decisão proferida no Conselho de Sentença, porém, o Código de Processo Penal estabelece que, será cabível a apelação quando: 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:  
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:   
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.   
			Contudo, somente o Tribunal Togado, compete o ônus de determinar novo julgamento pela mesma instituição popular, nesse caso, o Tribunal do Júri, importante ressaltar que o Tribunal togado não pode substituir à vontade do povo, não pode alterar o mérito do Conselho de Sentença, pois, a vontade do povo é soberana:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:  
§ 3o  Se a apelação se fundar no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.    
			A Constituição Federal, dispõe de maneira expressa que, é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a soberania dos veredictos (art. 5º, XXXVIII, c). Dessa maneira, a garantia à soberania dos vereditos, é um princípio regra do Tribunal do Júri.
			Há uma divergência na doutrina quanto a reavaliação do mérito da decisão popular, se houver erro judiciário, os tribunais togados não possuem competência para invadir o mérito do veredicto, ou seja, substituir uma decisão proferida no Conselho de Sentença. Há muitos tribunais que discordam da decisão proferida no momento do Conselho de Sentença, pois, entendem que os jurados são leigos e não conhecem as normais impostas dentro do ordenamento, por este motivo, alguns juízes procuram aplicar a jurisprudência da Corte. Nesse sentido, vale mencionar que os jurados decidem de acordo com sua consciência e não segundo a lei, este é juramento proferido pelos jurados no momento que é formado o Conselho de Sentença, assim, dispõe o Código de Processo Penal: 
Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: 
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
			Portanto, a Soberania dos Veredictos é vital para o Tribunal do Júri, deve-lhe ser assegurado efetivo pode jurisdicional e não somente uma articulação, onde qualquer magistrado togado poderá rejeitar ou mudar o que foi decidido. 
			Nesse sentido o autor Antônio José M. Feu Rosa, relata que “a justiça, e, por conseguinte, os meios mais próprios de obtê-la, são direito da sociedade. Quem poderia contestar-lhes o direito de julgar e de agir em consequência disso? Que ela se engane, é possível. Mas uma questão de prerrogativa soberana não é uma questão de infalibilidade. Se para ser legítima uma atribuição qualquer da soberania devesse ser exercida duma maneira infalível, não haveria soberania possível. Mas, em caso de erro do povo, como os indivíduos, suporta muito melhor o que vem daqueles que estão investigados, em seu nome, de seus interesses, do que daqueles que lhe são estranhos” (Júri – Comentário e Jurisprudência, p. 17).
2.2.4 COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
			A Constituição Federal de forma expressa no art. 5º, XXXVIII, d, assegura que será competência julgar os crimes dolosos contra a vida. Como pode-se notar a competência do Tribunal do Júri é uma norma efetivada na Constituição, não em lei ordinária, com isso, fica garantido a preservação da instituição. 
			O doutrinador Guilherme Souza Nutti, afirma que a meta da reserva de competência adquire o contorno de enaltecimento da instituição popular, conferindo-lhe importância no cenário do Judiciário, visto tratar de julgamentos de delitos, cuja tutela concentra-se na vida humana, o mais relevante dos bens jurídicos (Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais, 4º edição, p. 437).
			Note-se que a Constituição aborda de forma clara e expressa ser “delitos dolosos contra a vida” e não somente para eles. Ademais, demonstrando ser possível o Tribunal do Júri poderá julgar outros delitos, que são somente os dolosos contra a vida, nesse contexto encaixa os crimes conexos, basta que o ato infracional seja conexo ao crime doloso contra a vida, vale ressaltar que os crimes conexos estão dispostos dentro da lei ordinária. 
			Nesse sentido o Supremo Tribunal Federal se pronunciou afirmando que:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. JULGAMENTO DE CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. COMPETÊNCIA MÍNIMA DO TRIBUNAL DO JÚRI. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º, XXXVIII, D, DA CF. POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DE JURISDIÇÃO POR LEI ORDINÁRIA. REGRAS DE CONEXÃO E CONTINÊNCIA LEGITIMAMENTE ESTABELECIDAS PELO ART. 78, I, DO CPP. CONSELHO DE SENTENÇA QUE SE PRONUCIA TAMBÉM SOBRE OS DELITOS DE SEQUESTRO E ROUBO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. ORDEM DENEGADA I - A competência do Tribunal do Júri, fixada no art. 5º, XXXVIII, d, da CF, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida é passível de ampliação pelo legislador ordinário. II - A regra estabelecida no art. 78, I, do CPP de observância obrigatória, faz com que a competência constitucional do tribunal do júri exerça uma vis atractiva sobre delitos que apresentem relação de continência ou conexão com os crimes dolosos contra a vida. Precedentes. III - A manifestação dos jurados sobre os delitos de sequestro e roubo também imputados ao réu não maculam o julgamento com o vício da nulidade. IV - O habeas corpus, ademais, em que pese configurar remédio constitucional de largo espectro, não pode ser utilizadocomo sucedâneo da revisão criminal, salvo em situações nas quais se verifique flagrante nulidade processual seja na sentença condenatória, seja no acórdão que a tenha confirmado. V - Ordem denegada.
(STF - HC: 101542 SP, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 04/05/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-096 DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-04 PP-01149)
2.2.5 DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
			O princípio da Presunção da Inocência está diretamente ligado ao estado natural do ser humano, ou seja, a base do Estado Democrático de Direito, a inocência. Nesse sentido, entende-se que até o indivíduo cometer ato infracional, este será considerado inocente. O estado natural do ser humano, é a inocência, ou seja, o indivíduo nasce inocente, permanecendo nesse estado, até cometer um ato infracional, e, até que haja a ocorrência de uma condenação criminal definitiva.
			O doutrinador Guilherme Souza Nutti, afirma que, o estado de inocência é indisponível e irrenunciável, constituindo parte integrante da natureza humana, merecedor de absoluto respeito, em homenagem ao princípio constitucional regente da dignidade da pessoa humana (Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais, 4º edição, p. 295). 
			Assim, presume-se inocente, a princípio, qualquer indivíduo, até que se prove sua culpa. Nesse sentido, pode-se afirmar, que a inocência é a regra, a culpa será a exceção. 
			Vale ressaltar, que o ônus de provar a culpa é do órgão acusatório, Ministério Público, pois, se o indivíduo é naturalmente inocente, não faz sentido que este indivíduo auto acusar-se. 
			Quanto a previsão legal, antes mesmo do da Constituição Federal, o princípio da presunção da inocência foi consagrado na Declaração de Direitos do Homem e do cidadão de 1789, no qual dispõe que todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado [...]. 
			Sobre o tema a Constituição Federal de 1988, estabelece que:
[...]
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
			Perfaz-se importante destacar que a Constituição Federal ampliou seu entendimento a respeito do Princípio da Presunção da Inocência, se comparada com a Declaração de Direitos do Homem e do cidadão e outros documentos internacionais. 
			A Declaração de Direitos do Homem e do cidadão difere da Constituição Federal no sentido de que, a presunção da inocência perdura somente até que seja declarado culpado o autor de determinado delito. O ordenamento jurídico brasileiro ampliou o princípio da presunção da inocência, no sentido de presumir a inocência até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o que ocorre somente após esgotados todos os meios recursais, ou seja, quando a decisão não pode mais ser recorrível, nesse caso todos os recursos serão esgotados. 
			Há uma discussão quanto ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal a respeito da possibilidade da execução provisória da pena, antes mesmo do trânsito em julgado, ou seja, após condenação em segunda instância:
 - Habeas corpus. - O Plenário desta Corte, ao julgar, em 28.6.91, o HC 68.726, de que foi relator o Sr. Ministro Néri da Silveira, decidiu, por unanimidade de votos, que não ofende o princípio do artigo 5., inciso LVII, da Constituição Federal a prisão do réu condenado, embora ainda sem ter transitado em julgado a decisão condenatória, razão por que, aliás, e perfeitamente compatível com o citado dispositivo constitucional a norma do par-2. do artigo 27 da Lei 8038/90 que determina que os recursos extraordinário e especial serão recebidos no "efeito devolutivo". Habeas corpus indeferido.
(STF - HC: 68841 SP, Relator: MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 24/09/1991, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 11-10-1991 PP-14250 EMENT VOL-01637-02 PP-00300 RTJ VOL-00138-01 PP-00216)
			Atualmente, após diversos posicionamentos e mudanças de jurisprudências, o Supremo Tribunal Federal, entende não ser possível a execução provisória da pena em Segunda Instância, ainda que estejam pendentes recursos especiais ou extraordinários, pelo fato do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ainda não ter sido realizada, não sendo possível a realização da execução da pena. Portanto, até que haja uma sentença penal condenatória definitiva e ainda transitada em julgado, o réu deverá aguardar o julgamento dos seus recursos em liberdade. 
			Por fim, o acusado ou imputado deve ser tratado como inocente, pois, o réu é presumidamente inocente, in dubio pro reo, reduzindo ao máximo, os atos restritivos de direitos, devido ao cumprimento do Princípio da Presunção de Inocência.
2.2.6 DA IMPARCIALIDADE DOS JURADOS 
			O Processo Penal Brasileiro é composto por determinadas solenidades, formalidades, tais solenidades, possuem a finalidade de garantir o cumprimento do devido processo legal. 
			E uma dessas solenidades diz respeito ao Tribunal do Júri, sendo uma das mais complexas dentro do Processo Penal, devido as diversas peculiaridades, pois, todo o trâmite do Tribunal do Júri, deve ocorrer de maneira não errônea, pois, é um muito provável de gerar nulidade. 
			 
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REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p 60.
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147. A doutrina de Ruy Samuel Espíndol. 
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STF - HC: 68841 SP, Relator: MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 24/09/1991, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 11-10-1991 PP-14250 EMENT VOL-01637-02 PP-00300 RTJ VOL-00138-01 PP-00216
STF - HC: 101542 SP, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 04/05/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-096 DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-04 PP-01149
STJ - HC: 427443 SP 2017/0314618-7, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 15/03/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/04/2018
TJ-MG 100260200362450011 MG 1.0026.02.003624-5/001(1), Relator: MÁRCIA MILANEZ, Data de Julgamento: 02/09/2008, Data de Publicação: 12/09/2008
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p 60
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147

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