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POLUIÇÃO MARINHA E TOXOLOGIA AMBIENTAL

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 
2 POLUIÇÃO .......................................................................................................... 4 
2.1 Tipos de Poluição ................................................................................... 5 
3 POLUIÇÃO MARINHA ...................................................................................... 15 
3.1 Esgotos Domésticos ............................................................................. 16 
3.2 Petróleo e derivados ............................................................................. 18 
3.3 Metais ................................................................................................... 19 
3.4 Materiais radioativos ............................................................................. 20 
3.5 Poluentes Orgânicos Persistentes ........................................................ 22 
3.6 Lixo marinho ......................................................................................... 23 
4 LEGISLAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO MARINHA NO BRASIL ............................. 25 
5 HISTÓRIA DA TOXICOLOGIA .......................................................................... 29 
6 CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................... 33 
7 RELAÇÃO DA TOXICOLOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS .............................. 35 
8 ÁREAS DE ATUAÇÃO ...................................................................................... 36 
9 TOXICOLOGIA AMBIENTAL ............................................................................ 36 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 39 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 POLUIÇÃO 
A discussão do tema Poluição Ambiental, leva ao encontro da necessidade 
de entender o conceito de poluição. Como a área ambiental é uma interface 
multidisciplinar, este que pode ser apresentado de diversas maneiras, de acordo 
com o olhar jurídico ou ambiental, ou ainda por definições de outros setores. 
(VIANNA, 2015) 
Considera-se poluição “toda e qualquer alteração das propriedades naturais 
do meio ambiente que seja prejudicial à saúde, à segurança ou ao bem-estar da 
população sujeita aos seus efeitos, causada por agente de qualquer espécie” 
(MANO et al., 2005, Apud VIANNA, 2015). Esta é uma definição didática, de origem 
acadêmica. Porém em outros campos onde se faz necessária um maior 
pragmatismo semântico, como no empresarial, se faz necessária sua própria 
definição sobre poluição ambiental: 
 
“Poluição ambiental pode ser definida como toda ação ou 
omissão do homem que, pela descarga de material ou energia 
atuando sobre as águas, o solo, o ar, causa um desequilíbrio nocivo, 
seja ele de curto, seja de longo prazo, sobre o meio ambiente. A 
definição do agente causador de poluição é dada como ser uma 
pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável 
direta ou indiretamente pela atividade causadora da degradação 
ambiental.” (VALLE, 2004, Apud VIANNA, 2015). 
 
Quanto à classificação de Poluição Ambiental, esta pode ser: hídrica, do 
solo, da atmosfera, entre outras. Quanto à natureza dos agentes poluidores, esses 
ambientes podem ser contaminados por compostos químicos, esgotos, resíduos 
eletrônicos e orgânicos. (VIANNA, 2015) 
Estes resíduos eletrônicos e/ou orgânicos, lixo, são continuamente 
dispersados no meio ambiente. O descaso com esse fato, seja por serem material 
de pequeno porte, por não receberem uma campanha de conscientização mais 
Notebook
Imagem Posicionada
 
5 
 
intensa ou até mesmo punições mais rigorosas, constitui um grave problema 
ambiental (RIBEIRO e BESEN, 2008, Apud VIANNA, 2015). 
O crescimento urbano é acompanhado pelo aumento da poluição ambiental. 
O desenvolvimento das cidades gera cada vez mais lixo, principalmente resíduos 
que levam muito tempo para ser degradado pelo meio ambiente. 
Consequentemente esse lixo se deposita em lugares indevidos, como rios, solos 
desprotegidos, afetando tanto a fauna quanto a flora. As cidades também por 
crescerem de forma muito acelerada e desorganizada possuem grandes 
congestionamentos de veículos, com isso gerando também poluição do ar, o que 
nos leva ainda a repensar as questões energéticas ligadas a utilização de 
combustíveis (SILVA et al., 2014, Apud VIANNA, 2015) 
2.1 Tipos de Poluição 
De acordo com VIANNA (2015) para compreender melhor os efeitos da 
poluição sob o ambiente, os seus tipos foram divididos considerando o meio no qual 
impactam, conforme você verá a seguir. 
 
- Poluição eletrônica 
 
 
Fonte: domtotal.com 
 
6 
 
Poluição eletrônica ocorre pelo acúmulo de materiais eletrônicos, oriundos 
do descarte constante e mau armazenamento em um local sem nenhum tratamento 
prévio. Este tipo de poluição vem crescendo em virtude do alto consumo deste tipo 
de produto, muitas vezes aliado a facilidades econômicas de aquisição. O descarte 
excessivo é resultado de inovações tecnológicas cada vez mais aceleradas de 
modo a atender as mais diversas atividades do cotidiano (FERREIRA e FERREIRA, 
2008, Apud VIANNA, 2015). 
Há um tempo, não existia a preocupação com esses resíduos eletrônicos, 
sendo assim estes eram tratados como o nosso lixo comum, pois não se tinha ideia 
do prejuízo que estes poderiam trazer. A destinação inadequada destes resíduos 
começa pelo fato dos consumidores não estarem bem instruídos pelos 
fabricantes sobre o perigo do descarte de baterias no meio ambiente, bem como 
pela escassez de investimentos em campanhas de coleta seletiva e na 
disponibilização de mais lixeiras próprias para o descarte de pilhas e baterias, bem 
como de áreas adequadas para seu destino final (RIBEIRO e BESEN, 2008, Apud 
VIANNA, 2015). 
“Destinação ambientalmente adequada: destinação que minimiza os riscos 
ao meio ambiente e adota procedimentos técnicos de coleta, recebimento, 
reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final de acordo com a legislação 
ambiental vigente.” (CONAMA, Resolução n° 401/2008, cap. I, art. 2º, inciso IX, 
Apud VIANNA, 2015). 
As pilhas e baterias não representam todos os resíduos eletrônicos, sendo 
estes apenas uma pequena parte deste problema. Os computadores também 
contribuem para este tipo de poluição devido ao mesmo fato de constante avanço 
tecnológico e a necessidade que o ser humano tem possuí-las. Com isso, gera a 
troca de peças por novas, consequentemente há aumento da quantidade de lixo 
eletrônico. Muitas pessoas imaginam que esses rejeitos eletrônicos são apenas 
metal e plástico. Os metais utilizados em sua confecção são fatores tóxicos e 
frequentemente contaminantes do solo. Estas ligas metálicas possuem na sua 
composiçãocádmio, mercúrio e arsênio que podem causar problemas nos ossos, 
 
7 
 
danos no cérebro e câncer no pulmão respectivamente (KASPER et al., 2009, Apud 
VIANNA, 2015). 
De acordo com Ferreira e Ferreira (2008) uma placa eletrônica no período de 
degradação gera 22mg/litro de cádmio (Cd) e 133 mg/litro de chumbo (Pb), 
enquanto que o homem suporta respectivamente, 0,5 mg/litro e 5 mg/litro desses 
elementos. Nos dias de hoje, 90% desses materiais pode ser recicláveis, deles 
podem ser tiradas peças que serão de utilidade até mesmo para se montar um novo 
aparelho, sendo que algumas empresas já oferecem esses serviços (FERREIRA e 
FERREIRA, 2008, Apud VIANNA, 2015). 
Além das sucatas serem tão prejudiciais para meio ambiente, pois 
contaminam o solo também ser podem ser tóxicas ao o ser humano, partindo do 
princípio em que tudo pode ser degradado pelo meio ambiente principalmente pela 
ação do tempo, um ponto desfavorável é que estes materiais levam muito tempo, 
as pilhas, por exemplo, podem levar de 100 a 500 anos para se degradar por 
completas e com isso essas pilhas ficam por todo esse tempo poluído e 
contaminando solos e seres humanos que vivem do lixão para sobreviver. (VIANNA, 
2015). 
 
- Poluição de Solos 
 
 
Fonte: pensamentoverde.com.br 
 
8 
 
O solo além de ser um recurso ambiental renovável também participa 
essencialmente da Humanidade através da agricultura e pecuária através dos 
tempos. Embora o solo seja tão importante sua preservação nem sempre é 
observada, gerando os fenômenos de erosão e voçoroca que consomem e 
destroem o solo, impossibilitando as diversas atividades, bem como a própria 
manutenção humana. Diversos resíduos por suas características químicas podem 
contaminar o solo e o lençol freático, dispersando assim a poluição a grandes 
distâncias. (VIANNA, 2015). 
A presença de materiais poluentes em lixões (que embora proibidos, ainda 
existem em nossas cidades) permite a exposição de “catadores de lixo” que 
nestas áreas retiram o seu sustento e podem adquirir diversas enfermidades de 
cunho infecto parasitário, mas também ambiental por contaminação pelos diversos 
materiais químicos aos quais se expõem durante sua atividade. Esse fato é 
agravado quando encontramos lixo orgânico misturado com materiais hospitalares 
que além de veicular doença, podem causar acidentes por perfurocortantes 
(CAVALCANTE e FRANCO, 200, Apud VIANNA, 2015). 
Lixões clandestinos também geram problemas para o meio ambiente e 
principalmente para o solo devido à produção do chorume, onde este é definido 
como resíduo líquido de elevada carga orgânica e forte coloração, produzido pela 
decomposição química e microbiológica dos resíduos sólidos depositados em um 
aterro. A atividade contaminante do chorume pode alcançar e contaminar aquíferos 
(NOBREGA et al., 2009, Apud VIANNA, 2015). 
O tratamento correto do chorume é a impermeabilização do solo com uma 
manta de polietileno de alta densidade (PEAD), criar valas por onde este poderia 
escorrer e mantendo-o armazenado em lagoas de tratamento. O tratamento pode 
ser biológico como lagoas anaeróbias e de estabilização, tratamento por oxidação 
que seria a queima e evaporação ou ainda poderia ser realizado um tratamento 
químico com adição de substâncias ao chorume. Estes procedimentos são típicos 
de um aterro sanitário. A principal providência a ser tomada seria a melhor 
fiscalização aliada a multas mais rígidas contra os fundadores dos lixões 
clandestinos ou empresários que contratam esses serviços para não ter que custear 
 
9 
 
uma empresa especializada no tratamento e no descarte do seu lixo. A 
inobservância destes métodos acaba por descartar os resíduos em qualquer 
ambiente colocando em risco a saúde das pessoas que moram próximos a estes 
lixões ou em locais de proteção ambiental causando danos diretos ao meio 
ambiente (CESTESB, 2015; NOBREGA et al.; 2009; DANTAS e FERREIRA 
JUNIOR, 2012, Apud VIANNA, 2015). 
Outra prática importante para a sociedade é a agricultura, mas esta também 
gera resíduos que poluem o solo podendo inutilizá-lo, ou seja, torna-lo impróprio 
para o plantio (BARREIRA e PHILIPPI JUNIOR, 2002, Apud VIANNA, 2015). 
Os agrotóxicos são utilizados para proteger o plantio contra pragas, mas são 
muito inespecíficos e acabam por prejudicá-lo indiretamente, pois prejudicam o solo 
diretamente, e ainda possuem substâncias que podem alterar o pH do solo ou 
alterara solubilidade de algumas substâncias no mesmo (ALVES e OLIVEIRA-
SILVA, 2003, Apud VIANNA, 2015). 
Segundo a atual legislação, compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento realizar a variação de eficácia agronômica, ao Ministério da Saúde 
de executar a avaliação e classificação Toxicológica e ao Ministério do Meio 
Ambiente avaliar e classificar o potencial de periculosidade ambiental. Já que os 
impactos gerados pelo uso destas substâncias variam de acordo com as 
propriedades físico-químicas dos produtos, bem como seu modo de aplicação. O 
tipo de ambiente com o qual o agrotóxico interage também é determinante para a 
mensuração da magnitude e gravidade de seu impacto na saúde humana e 
ambiental (RIBEIRO e CAMELLO, 2014, Apud VIANNA, 2015). 
Existem várias maneiras de contaminação do solo por agrotóxicos. A 
contaminação direta é quando existe um vazamento, derramamento ou lançamento 
direto no solo. Indiretamente ocorre pelo vento, lavagem das plantas por irrigação, 
pela água da chuva ou pela incorporação dos restos de biomassa dessas plantas 
no solo e ainda pela transferência da mesma para o solo, absorvendo e transferindo 
essas substâncias (BARREIRA e PHILIPPI JUNIOR, 2002, Apud VIANNA, 2015). 
Segundo Correia et al., 2007, a adsorção, responsável pela ligação dos 
agrotóxicos ao solo, influencia os processos de transporte por lixiviação, 
 
10 
 
escorrimento superficial e volatilização. Mostrando- se um grande problema, pois 
estes podem poluir tanto o ar quanto o solo e corpos d’água. 
 
- Poluição do Ar 
 
 
Fonte: nacoesunidas.org 
São considerados poluentes qualquer substancia que possa ser nociva ou 
impropria a saúde, devido a sua concentração, ou até mesmo ser inconveniente ao 
público ou a fauna e a flora ou ainda mesmo afetar diretamente a segurança 
(CETESB, 2015, Apud VIANNA, 2015). 
O ser humano inspira 10 mil litros de ar por dia consumindo 400 litros de 
oxigênio em média e este ar não possui qualquer tipo de tratamento diferente 
da água que recebe um tratamento prévio até chegar às casas, logo há a 
necessidade do monitoramento da qualidade do ar (SOARES, 2004; CETESB, 
2015, Apud VIANNA, 2015). 
Comparando os modos de vida da cidade com a zona rural, notamos que as 
cidades possuem uma maior concentração de poluentes do ar devido à 
contribuição de poluentes produzidos por indústrias, grande fluxo de automóveis 
se locomovendo pela cidade constantemente e pelas construções de novos 
empreendimentos que também contribuem demasiadamente para a poluição do 
ar (CARVALHO et al., 2013, Apud VIANNA, 2015). 
 
11 
 
Embora hoje em dia existam todos esses fatores mencionados anteriormente 
na zona rural, ainda assim estão em menor proporção em comparação com a 
cidade, um fator positivo para essas áreas são a presença de grandes áreas 
verdes que contribuem para diminuir da poluição do ar, mas atualmente muitas 
indústrias são levadas para lugares afastados dos grandes centros para evitar 
conflitos socioambientais, porque pessoas que vivem próximas a essas 
indústrias ficam mais suscetíveis a problemas respiratórios, com isso gerando 
problemas judiciais contra essas indústrias (GOUVEIA et al., 2003, Apud VIANNA, 
2015). 
Atualmente devido à suscetibilidade de algumas pessoas a doenças 
respiratórias, passou-se a ter uma maiorpreocupação com a qualidade do ar. Sabe-
se que o Brasil sediou a copa do mundo de 2014 e a FIFA exigiu o monitoramento 
do ar nas cidades cede da copa do mundo, onde Rio de janeiro, São Paulo e Rio 
Grande do Sul (este possui relatórios diários) dando destaque para esta última, que 
já possuía na época um maior número de estações de monitoramento (FIFA, 2011; 
VORMITTAG et al., 2014, Apud VIANNA, 2015). 
 
 
- Poluição de Corpos Hídricos 
 
Poluição hídrica é qualquer alteração que indireta ou diretamente devido a 
adição de substância ou energia que altere as propriedades químicas e físicas da 
água inviabilizando a exploração dos seus benefícios (PRODANOFF, 2005, Apud 
VIANNA, 2015). 
A água é considerada um dos bens naturais mais valiosos que existem, 
porque grande parte da água que temos disponíveis no mundo é salgada, mas para 
nosso consumo direto necessitamos de água doce, onde está representa uma 
pequena parte do total de água existente no planeta, logo se deve cuidar dessa 
pequena parte tão essencial para a existência dos seres vivos, mas isso não 
acontece, devido à ambição do ser humano, este não se preocupa com as 
 
12 
 
consequências, esquecendo-se da importância desse bem (RODRIGUES e 
MOLINA, 2012, Apud VIANNA, 2015). 
Além disso, a água potável do planeta está em grande escassez e esta é 
essencial para a existência da vida humana entre outros animais, uma vez que os 
seres humanos que não conseguem sobreviver mais de três dias sem água. Devem-
se então preservar todos os corpos hídricos, uma vez que os mares são uma grande 
fonte de alimentos e também detentor de um ecossistema colossal, caso não ocorra 
esta preservação pode-se ocorrer a extinção de milhares de espécies e assim 
causar danos irreparáveis a este ecossistema. Os corpos hídricos são diariamente 
contaminados por indústrias, descartes de produtos e entre outros (NASCIMENTO 
e HELLER, 2005, Apud VIANNA, 2015). 
Um dos maiores problemas é o esgoto que em alguns lugares são 
despejados nos rios e mares sem nenhum tratamento prévio, com isso 
contaminando os corpos hídricos potáveis e os esgotando. Os esgotos domésticos 
contribuem para o aumento da matéria orgânica e consequentemente ocorre uma 
proliferação de algas e a diminuição de oxigênio na água causando a mortandade 
de peixes (NASCIMENTO e HELLER, 2005; BRUNO, 2006, Apud VIANNA, 2015). 
Esgotos e o lixo jogado nos rios trazem doenças e podem favorecer 
enchentes. Se os próprios moradores estiverem conscientes dos malefícios que isso 
pode trazer principalmente para eles próprios, estarão preparados para contribuir 
com a limpeza urbana e assim diminuir os riscos da poluição (VIANNA, 2015). 
Outro fator que contribui para a poluição de corpos hídricos é o uso 
demasiado de pesticidas, onde estes em sua maioria são tóxicos, podendo ter 
atividade mutagênica, carcinogênica, teratogênica e mimetizadoras de hormônios. 
Além desses pesticidas serem utilizados em grandes regiões, o que 
consequentemente aumenta a área de poluição, o problema está na forma de 
dispersão desse pesticida que é feito por irrigação ou são borrifados 
manualmente e depois este escoa pelo solo podendo chegar até corpos hídricos 
superficiais ou mesmo subterrâneos, como lençóis freáticos (BARREIRA e 
PHILIPPI JUNIOR, 2002, Apud VIANNA, 2015). 
 
 
13 
 
 
Efluentes e fertilizantes 
 
Os defensivos agrícolas ou fertilizantes afetam muito os corpos hídricos 
contaminando lençóis freáticos rios, lagos e solos, essa contaminação pode ser por 
despejo do resto da solução, limpeza dos recipientes ou dos acessórios utilizados 
em sua aplicação. O grande problema enfrentado com os fertilizantes é a 
destinação de suas embalagens que é considerada como resíduo perigoso pois 
esses possuem substancias químicas que podem comprometer as formar de vidas 
no ambiente além de ser prejudicial à saúde da população principalmente pelo 
desperdício nas aplicações levando a contaminação dos alimentos (BARREIRA e 
PHILIPPI JUNIOR, 2002, Apud VIANNA, 2015). 
Na mesma vertente estão os efluentes que são definidos pela Resolução 
CONAMA nº 430/2011 (CONAMA, 2011) como “qualquer despejo líquido 
proveniente de diversas atividades ou processos”. Estes efluentes são 
principalmente gerados por indústrias. Mas para que sejam considerados efluentes 
contaminantes precisam conter compostos químicos ou espécies biológicas com a 
capacidade inviabilizar o consumo do corpo hídrico receptor, seja pela 
decomposição de matérias orgânicas que geram o consumo de oxigênio afetando 
a vida aquática e gerando condições desagradáveis (Apud VIANNA, 2015). 
 
Chuva Ácida 
 
Em áreas com a presença de industrias existem muitos gases tóxicos como 
monóxido de carbono e dióxido de enxofre e muito material particulado contribuído 
para poluição do ar, mas esses poluentes também são responsáveis pala formação 
da chuva ácida que se dá pela queima de combustíveis fósseis libera compostos 
que interagem com as moléculas de H2O presentes no ar, podendo formar os 
ácidos nítrico e sulfúrico com isso deixando a água da chuva mais ácida e gerando 
impactos ao meio ambiente como por exemplo corroendo arvores poluindo lagos e 
atingindo também fauna e até mesmo a produção energética pois a acidez da água 
 
14 
 
pode corroer o concreto dos reservatórios, bombas e turbinas. A chuva ácida 
também impacta os solos lixiviando os nutrientes e eliminando organismos que 
contribuem para o equilíbrio do mesmo (BRAGA et al., 2005 e SILVA et al., 2014, 
Apud VIANNA, 2015). 
 
Indústria Petrolífera 
 
As indústrias petrolíferas possuem também um alto potencial poluidor desde 
a perfuração dos poços até o transporte. O transporte é de fato a etapa mais 
perigosa, pois podem ocasionar grandes derramamentos de óleo dos navios 
petroleiros ocasionando impactos ao ecossistema como diminuição do pH, do 
oxigênio dissolvido e alimentos disponíveis, este irá diminuir devido a diminuição 
da taxa fotossintética pois óleo ira cobrir toda superfície da água impedindo a 
entrado de oxigênio e a luz do sol (BRUNO, 2006, Apud VIANNA, 2015). 
 
Poluição Térmica 
 
A alteração da temperatura também pode alterar as propriedades físicas 
biológicas e químicas da água sendo assim também sendo caracterizada como 
poluição podendo a solubilidade de gases, tensão superficial, metabolismo de 
organismos aquáticos e até mesmo causar migrações de peixes para regiões com 
maior concentração de oxigênio. O aquecimento dos efluentes é decorrente 
principalmente das atividades das usinas termoelétricas independente do 
combustível fóssil (BRAGA et al.,2005, Apud VIANNA, 2015). 
 
Fontes difusas 
 
A poluição hídrica pode acontecer de forma pontual ou difusa, onde a pontual 
é uma alteração local, como exemplo podemos citar um duto coletor de esgoto não 
tratado desembocando em um corpo hídrico. Já poluição difusa acontece devido a 
lavagem da chuva sobre o solo rural ou urbano carreando diversos tipos de poluição 
 
15 
 
para rios lagos e baias. A poluição difusa pode ter diversas origens como, resíduos 
orgânicos de animais resíduos de construção civil, combustíveis, graxas e óleos 
originados pelos veículos estes também desgastam o asfalto gerando mais 
resíduos, não podendo deixar de mencionar os resíduos orgânicos, (restos de 
alimentos) metais como zinco, cobre, chumbo e os poluentes do ar que se 
depositam sobre o solo (ELLIS, 1986; PRODANOFF, 2005, Apud VIANNA, 2015). 
 
3 POLUIÇÃO MARINHA 
Os oceanos ocupam praticamente 71% da superfície terrestre e sempre foi 
utilizado pelo homem desde os primórdios como fonte de alimentos e 
posteriormente como meio de transporte e fonte de matérias primas. A mobilização 
de matérias primas e energia gera uma enorme quantidade de resíduos, a qual deve 
ser reciclada oudespejada como lixo. Devido à crescente ocupação territorial e ao 
maior rigor na legislação ambiental quanto aos critérios para disposição dos 
resíduos em depósitos específicos em terra ou nos cursos de água, os oceanos 
passaram a ser uma opção econômica natural e por vezes necessária para os 
dejetos da nossa civilização industrial. O próprio fato dos grandes polos industriais 
e de concentração humana terem se estabelecido próximos da zona costeira ou 
estuarina levou ao uso indiscriminado dos oceanos como depósito final. Grande 
parte da população mundial está localizada nas cidades costeiras ou em regiões 
próximas as mesmas. Desta maneira, os oceanos também acabam sendo o 
depósito final dos descartes da nossa civilização e podem causar a poluição 
marinha (MONTONE, 2013). 
O que é poluição marinha? O GESAMP, grupo de peritos sobre os aspectos 
científicos da poluição marinha da UNESCO, define poluição marinha como: “a 
introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no 
ambiente marinho que resultem em efeitos deletérios tais como, danos para os 
recursos vivos, perigo para a saúde humana, obstáculo para as atividades marinhas 
 
16 
 
incluindo a pesca, diminuição da qualidade da água do mar ou das amenidades” 
(MONTONE, 2013). 
O problema da poluição está associado às características de toxicidade, 
persistência e bioacumulação das substâncias e as questões de custos sociais e 
econômicos. Toxicidade é a propriedade da substância ser tóxica, isto é, ser danosa 
aos seres vivos. Persistência é a propriedade ligada ao tempo que a substância leva 
para se transformar, desaparecer no meio em que se encontra. Ela é avaliada pela 
meia-vida, ou seja, o tempo necessário para que 50 % da quantidade inicial 
desapareça. Bioacumulação é a capacidade da substância ser acumulada num 
organismo (MONTONE, 2013). 
Os grupos de substâncias potencialmente danosas para o ambiente marinho 
e cujos problemas críticos já foram identificados são os seguintes: a) esgotos 
domésticos, b) petróleo e derivados, c) metais, d) materiais radioativos, e) poluentes 
orgânicos persistentes, f) lixo marinho. 
3.1 Esgotos Domésticos 
 
Fonte: jornal.usp.br 
Constituem o maior problema a nível global, seja em volume de material 
poluente despejado como devido aos problemas concretos de saúde pública que 
causam. O esgoto doméstico consiste de uma mistura complexa de dejetos 
 
17 
 
humanos, água e compostos químicos derivados de produtos de uso doméstico 
e/ou industrial. Além das fezes humanas, restos de alimentos, sabões e detergentes 
também são constituintes comuns do esgoto (MONTONE, 2013). 
As possíveis fontes de esgoto para o ambiente marinho podem ser pontuais 
ou não pontuais, incluindo efluentes municipais e industriais, drenagens urbanas e 
agrícolas, materiais dragados e lodo de esgoto doméstico. A grande parte das 
descargas de esgoto é feita por córregos e canais com destino final nas praias 
(MONTONE, 2013). 
O nitrogênio e o fósforo orgânicos contidos no material fecal humano e nos 
restos de matéria orgânica lançados ao mar, são normalmente reciclados pelas 
bactérias para as suas formas inorgânicas. Esta introdução pontual de nitrogênio e 
fósforo em baías, lagunas ou ambientes costeiros de baixa circulação, pode levar a 
um crescimento exponencial das algas planctônicas (eutrofização), o qual por sua 
vez reduz drasticamente o conteúdo do oxigênio dissolvido. A eutrofização 
acentuada, pode levar ainda a uma redução da diversidade de espécies, a tal ponto 
que apenas algumas espécies de algas passarão a existir no ecossistema. Além 
disto, os organismos patogênicos contidos no material fecal podem transmitir várias 
doenças como hepatite e cólera (MONTONE, 2013). 
Os coliformes totais e fecais são o grupo de organismos tradicionalmente 
utilizado para o monitoramento da qualidade sanitária da água (CONAMA, 2000). 
Entretanto, a correlação com microrganismos patogênicos de ambientes marinhos 
costeiros ainda é questionada. Assim, há necessidade da análise de outros 
indicadores como Enterococcus sp, a qual foi recomendada na revisão da 
Resolução 20 do CONAMA em 2000 para verificar a balneabilidade das praias. 
Numa análise bacteriológica, a água é considerada de boa qualidade se apresentar 
menos de 10 bactérias do tipo coliforme por litro de água e menos de 1000 bactérias 
de outros tipos, não patogênicas (Apud MONTONE, 2013). 
 
18 
 
3.2 Petróleo e derivados 
 
Fonte: tecnologiae.com.br 
A poluição por petróleo e derivados é uma consequência inevitável do 
enorme volume que é transportado e produzido anualmente deste recurso 
energético básico para nossa civilização. Além da introdução devido à acidentes 
graves, envolvendo grandes derrames, que normalmente são bem divulgados na 
imprensa, existem sistematicamente pequenos derrames devido a falhas de 
operação ou de equipamento durante as operações de transferência. Existe ainda 
uma contribuição crônica de hidrocarbonetos de petróleo e derivados devido aos 
efluentes urbanos e industriais e da própria operação de portos e embarcações. 
Uma vez introduzido no mar, uma série de processos físicos, químicos e biológicos 
começam a agir sobre o óleo, acarretando a sua dispersão no meio, bem como 
alterações nas suas características físicas e químicas, conhecidas como 
intemperismo (MONTONE, 2013). 
A complexidade da composição química do petróleo dificulta a avaliação dos 
efeitos biológicos nos organismos. Dentro de uma série homóloga, quanto maior for 
o peso molecular do composto maior será a toxicidade. Entretanto, na água, os 
compostos com menor peso molecular causam mais efeitos devido a maior 
 
19 
 
solubilidade e, portanto, maior disponibilidade. As características físicas e químicas, 
e o grau de intemperização resultam em diferenças entre as toxicidades de 
diferentes tipos de óleo. Entre os componentes mais tóxicos estão o benzeno, 
tolueno e xileno. Estas substâncias apresentam considerável solubilidade em água 
(especialmente o benzeno), o que torna os organismos marinhos mais vulneráveis 
uma vez que absorvem estes contaminantes pelos tecidos, brânquias, por ingestão 
direta da água ou de alimento contaminado. Os hidrocarbonetos de baixo peso 
molecular apresentam intenso efeito tóxico agudo, principalmente devido a sua 
elevada solubilidade e consequente biodisponibilidade (MONTONE, 2013). 
No geral os efeitos provocados pelo petróleo no mar podem ser sub-letais ou 
causar a mortalidade direta de algumas espécies devido ao recobrimento e asfixia, 
ou mortalidade indireta causada pela destruição das fontes alimentares 
(MONTONE, 2013). 
3.3 Metais 
 
Fonte pensamentoverde.com.br 
Os metais são constituintes naturais da crosta terrestre, porém as atividades 
humanas alteraram drasticamente os ciclos biogeoquímicos naturais destes 
 
20 
 
elementos. Eles são estáveis e persistentes não podendo ser degradados ou 
destruídos por nenhum processamento biológico ou químico (MONTONE, 2013). 
Sua introdução nos oceanos deve-se principalmente aos efluentes industriais 
nas zonas costeiras. O transporte atmosférico também ocorre e representa uma 
importante via de entrada de metais para o mar. Eventos naturais como ventos e 
atividades vulcânicas são responsáveis pela contribuição natural de metais para o 
ambiente marinho. No entanto, para alguns metais, a atividade antrópica possui 
uma contribuição muitas vezes maior que a natural, como o caso do chumbo 
(MONTONE, 2013). 
Os trágicos exemplos de contaminação por mercúrio e em menor grau por 
cádmio e chumbo levaram a uma série de ações efetivas visando a redução drástica 
dos teores de metais dissolvido nos efluentes industriais e a sua reciclagem 
(MONTONE, 2013). 
Os efeitos tóxicos dos metais como mercúrio, chumbo, cádmio, cobre, zinco, 
níquel, selênio são devastadores para a biota marinha. Em menor grau, o crômio, 
manganês, ferro,estanho, molibdênio e vanádio também podem causar problemas 
sérios (MONTONE, 2013). 
3.4 Materiais radioativos 
 
Fonte: radioprotecaonapratica.com.br 
A detonação de bombas atômicas no ambiente marinho provocou a 
preocupação com este tipo de poluição. Sem dúvida a correta disposição dos 
resíduos de materiais radioativos constitui-se num dos maiores desafios atuais. 
 
21 
 
Durante décadas os dejetos radioativos foram simplesmente dispostos ou 
estocados de forma inadequada a médio e longo prazo ou simplesmente lançados 
nos rios e oceanos de forma indiscriminada. A maioria dos materiais produzidos 
pela indústria bélica nuclear, além de uma altíssima toxidez tem uma enorme meia 
vida no meio ambiente (MONTONE, 2013). 
Do ponto de vista de impacto ambiental, dentre os inúmeros radionuclídeos 
produzidos artificialmente e liberados para o meio ambiente, em particular o 
ambiente marinho, destacam-se os produtos de fissão 137Cs e 90Sr por suas 
características nucleares (alto rendimento de fissão e meia-vida longa de 
aproximadamente 30 anos). Devido às semelhanças químicas entre o césio e o 
potássio e estrôncio e o cálcio, tais elementos radioativos tendem a acompanhá-los 
nos processos biológicos, depositando-se parcialmente nos músculos e ossos, 
respectivamente. O plutônio é outro elemento altamente tóxico e perigoso. O 239Pu, 
cuja meia-vida é de 24.000 anos, é produzido primariamente por meio da captura 
de nêutrons pelo 238U, o qual está presente no combustível nuclear do reator ou 
em uma bomba termonuclear, juntamente com 235U. No decaimento radioativo, 
239Pu libera radiação alfa e embora esta não seja uma fonte de irradiação externa 
para os seres vivos, internamente é potencialmente perigosa (MONTONE, 2013). 
Os radionuclídeos lançados no meio marinho podem ser dispersos, diluídos, 
distribuídos e finalmente acumulados em compartimentos específicos do 
ecossistema marinho (MONTONE, 2013). 
 
22 
 
3.5 Poluentes Orgânicos Persistentes 
 
Fonte: ecowatch.com 
Ao contrário dos grupos anteriores, estes compostos não ocorrem 
naturalmente no ambiente, ou seja, são sintetizados pelo homem. São compostos 
orgânicos muito estáveis, pouco solúveis em água, porém muito solúveis em 
gorduras e, portanto, são facilmente bioacumulados nos organismos e magnificados 
ao longo da cadeia trófica. Os poluentes orgânicos persistentes (POPs) mais 
conhecidos são os bifenilos policlorados (PCBs), de grande aplicação industrial 
principalmente, como fluídos isolantes em capacitores e transformadores, e os 
pesticidas organoclorados como o DDT e BHC, muito usados no combate às pragas 
e na saúde pública. Estes compostos são muito persistentes e estão amplamente 
disseminados nos ecossistemas e os seus efeitos tóxicos são mais crônicos do que 
agudos. Podem causar distúrbios hepáticos e afetar o sistema imunológico e 
reprodutivo dos organismos (MONTONE, 2013). 
Os POPs podem atingir os oceanos via drenagem urbana e/ou transporte 
atmosférico. Uma vez no oceano, os POPs são distribuídos e transferidos através 
da coluna d’água, biota e sedimento. Existe uma evaporação significativa da 
superfície do oceano para a atmosfera. Também podem sofrer processos de 
dispersão, degradação e concentração similar aos demais poluentes como o 
petróleo, metais e materiais radioativos (MONTONE, 2013). 
 
23 
 
3.6 Lixo marinho 
 
Fonte: portal.fgv.br 
O lixo marinho é o material sólido introduzido no ambiente marinho. É 
constituído principalmente de plásticos que representam uma grande fonte de 
poluição marinha (MONTONE, 2013). 
Plásticos são polímeros orgânicos sintéticos derivados do petróleo que 
podem ser moldados por ação de calor e/ou pressão. São materiais versáteis, leves, 
fortes, duráveis e baratos possibilitando que sejam amplamente utilizados como 
matéria-prima para a manufatura de diversos produtos (MONTONE, 2013). 
A predominância dos plásticos no ambiente pode ser explicada pelo seu 
elevado tempo de residência, sua abundância e crescente utilização pela 
sociedade, capacidade de transporte por longas distâncias e programas de 
gerenciamento pouco eficientes. No oceano, os plásticos já foram observados 
desde a década de 40 pelo pesquisador norueguês Dr. Thor Heyerdahl nas suas 
expedições científicas à Polinésia e Noroeste da América (MONTONE, 2013). 
As embarcações são a maior fonte de rejeitos de plástico no mar, seja pelo 
lançamento irregular ou material descartado involuntariamente como exemplo os 
artefatos de pesca. Materiais plásticos também chegam ao ambiente marinho, 
 
24 
 
carregado por rios e sistemas de drenagem de municípios costeiros. Neste último 
caso, as maiores introduções de lixo plástico são provenientes de áreas 
industrializadas ou densamente povoadas, principalmente na forma de embalagens. 
Grande parte dos plásticos chega aos oceanos através de drenagem de rios que 
banham cidades costeiras que possuem sistemas de coletas insuficientes e baixa 
taxa de reaproveitamento e reciclagem. Frequentadores de praias contribuem ao 
deixar seu resíduo na areia, sendo que 80% do lixo nas praias é composto por 
plásticos (MONTONE, 2013). 
Outras fontes são as esférulas de plásticos usadas como matéria-prima para 
a produção de utensílios (“pellets”) encontrados em grande quantidade, inclusive 
em regiões remotas dos oceanos (MONTONE, 2013). 
Por serem pouco densos, os materiais plásticos podem ser facilmente 
transportados pelas correntes marítimas a longas distâncias, podendo chegar até 
áreas remotas e distantes de ocupação humana como ilhas oceânicas e Antártica. 
Restos de plásticos flutuantes são rapidamente habitados por comunidades 
epibênticas incrustantes com resultados negativos a longo prazo. Os plásticos 
também podem afundar até o assoalho oceânico onde permanecem por vários 
séculos (MONTONE, 2013). 
O lixo causa diversos transtornos para a fauna marinha. Garrafas e outros 
recipientes podem aprisionar pequenos animais, e plástico e isopor são confundidos 
com alimento e quando ingeridos podem causar a obstrução do aparelho digestivo 
(MONTONE, 2013). 
Leis internacionais proíbem o descarte de plástico nos oceanos, mas a 
aplicação desta proibição é praticamente impossível e violações são comuns. 
Dentre os vários protocolos internacionais criados para a proteção dos oceanos o 
mais importante foi o Protocolo da Convenção Internacional para Prevenção da 
Poluição por Navios (MARPOL) criado em 1978. Esse protocolo reconhecia que 
navios representavam uma significativa, porém controlável fonte de poluição do 
ambiente marinho (MONTONE, 2013). 
Como resolver o problema da poluição marinha uma vez que não tem 
fronteiras geográficas para a sua disseminação? Através de órgãos internacionais, 
 
25 
 
como a ONU por exemplo. Um dos capítulos da agenda da Conferência das Nações 
Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento (UNCED 92) tratou especificamente da 
proteção dos mares e zonas costeiras. Em outubro e novembro de 1995, foi 
discutido pelos países membros da ONU, o programa da UNEP para “Proteção do 
ambiente marinho da poluição marinha oriunda das atividades terrestres”. Em 1996 
foi criada a Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos onde foram 
discutidas 30 convenções relativas à proteção dos oceanos. Em 1998 foi decretado 
o Ano Internacional dos Oceanos. Em 2009, durante a Conferência Mundial dos 
Oceanos, um total de 64 países, aprovou a Declaração dos Oceanos de Manado, 
para a ONU incluir a proteção dos mares dentro de sua estratégia global contra a 
mudança climática (MONTONE, 2013). 
Esses documentos e sobretudo a ação simultânea de todos os seguimentos 
da sociedade, universidades, instituições de pesquisa, organizações 
governamentais e não governamentais representam um compromisso 
importantíssimo para minimizar o problema da poluição marinha (MONTONE, 
2013). 
4 LEGISLAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO MARINHA NO BRASIL 
 
Fonte: e-auditoria.com.brEmbora o artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil 
(CRFB), de 1988 não tenha referência sobre proteção ao meio ambiente marinho, 
as suas determinações também se aplicam à preservação do mar. Quando o inciso 
 
26 
 
VII do § 1° trata da proteção à fauna, também se inclui a fauna marinha. Além do 
art. 225, cumpre lembrar que são bens da União os recursos naturais da plataforma 
continental e da zona econômica exclusiva, o mar territorial e os terrenos de marinha 
(art. 20, incisos V, VI e VII) e que compete a ela, exclusivamente, legislar sobre 
direito marítimo e defesa marítima, conforme art. 22, incisos I e XXVIII e, em 
concorrência com os Estados, sobre proteção do meio ambiente e controle da 
poluição, na forma do art. 24, inciso VI (FREITAS, 2009, Apud ASLAN et al., 2017) 
A primeira legislação brasileira que versou sobre a questão da poluição 
marinha foi a Lei nº 5.357, de 17 de novembro de 1967, a qual estabelecia 
penalidades para embarcações e terminais marítimos ou fluviais que lançarem 
detritos ou óleos em águas brasileiras. Foi revogada pela Lei nº 9.966 de 28 de abril 
de 2000 e que “dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição 
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em 
águas sobre jurisdição nacional”. O art. 3° desta lei, classifica as águas como 
interiores e marítimas, tendo, portanto, atuação, em todas as águas sob jurisdição 
nacional. (Apud ASLAN et al., 2017) 
O Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002, dispõe sobre a especificação 
das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização 
da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou 
perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei nº 9.966. (Apud ASLAN 
et al., 2017) 
O Decreto classifica mais claramente o que são águas marítimas em termos 
de mar territorial (até 12 milhas marítimas), zona econômica exclusiva (de 12 a 200 
milhas marítimas) e águas sobrejacentes à plataforma continental que seriam 
aquelas que ultrapassam os limites da zona econômica exclusiva. O Brasil pleiteia 
junto à Organização das Nações Unidas a extensão dos limites de sua plataforma 
continental, o que significaria ampliar o limite da zona econômica exclusiva de 200 
para 350 milhas marítimas. (Apud ASLAN et al., 2017) 
Como parte integrante da Política Nacional do Meio Ambiente e da Política 
Nacional para os Recursos do Mar, foi instituído o Plano Nacional de Gerenciamento 
Costeiro pela Lei n° 7.661, de 16 de maio de 1988 e regulamentado pelo Decreto 
 
27 
 
n° 5.300 de 07 de dezembro de 2004, no qual “dispõe sobre regras de uso e 
ocupação da zona costeira e estabelece critérios de gestão da orla marítima”. Este 
decreto, que define normas gerais visando a gestão ambiental da zona costeira do 
País, estabelece no art. 6° e inciso IV, como um dos seus objetivos, “o controle 
sobre agentes causadores de poluição ou degradação ambiental que ameacem a 
qualidade de vida na zona costeira. (Apud ASLAN et al., 2017) 
A Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997 que “dispõe sobre a segurança 
do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional”, também aborda aspectos 
quanto à prevenção da poluição marinha no que diz respeito a inspeções e vistorias 
no art. 2°, incisos VII e XXI. (Apud ASLAN et al., 2017) 
Quanto às sanções penais e administrativas de atos que danificam o maio 
ambiente, a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida como a Lei de 
Crimes Ambientais, deu maior suporte na prevenção de todo tipo de poluição. O 
que anteriormente eram classificados somente como contravenções penais, 
passaram a se tornar crimes a partir da nova lei. Um outro avanço desta lei foi prever 
penalidades também para pessoas jurídicas, além da possibilidade de reparação ao 
dano causado. (Apud ASLAN et al., 2017) 
Segundo ASLAN et al., (2017) devido a legislação ser por muitas vezes 
dispersa e pouco detalhada, se faz necessário que órgãos competentes criem 
normas, que podem ser resoluções, portarias ou instruções normativas, a fim de 
inserir particularidades necessárias para disciplina da matéria envolvida. Nas 
questões ambientais e particularmente do âmbito da poluição marinha, o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão de maior relevância na edição 
destas normas, que são chamadas de Resoluções. As principais Resoluções do 
CONAMA relativo ao Direito Marinho são as seguintes: 
 
- Resolução CONAMA n° 393/2007, dispõe sobre o descarte contínuo de água de 
processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural e dá 
outras providências. Esta Resolução estabelece um padrão para descarte de óleos 
e graxas e define parâmetros de monitoramento da água a ser descartada e é 
produzida junto com o petróleo, devendo ter média aritmética simples mensal de 
 
28 
 
óleos e graxas de até 29 mg/L, com valor máximo diário de 42 mg/L. (Apud ASLAN 
et al., 2017) 
 
- Resolução CONAMA n° 398/2008, dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de 
Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição 
nacional, originados em portos organizados, instalações portuárias, terminais, 
dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, 
estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares e orienta sua 
elaboração. Esta Resolução anula e substitui a Resolução n° 293/2001. Exige a 
apresentação do Plano de Emergência Individual na apresentação da licença 
ambiental e sua aprovação está condicionada a concessão da Licença de 
Operação, de Licença Prévia de Perfuração e da Licença Prévia de Produção para 
Pesquisa. (Apud ASLAN et al., 2017) 
 
- Resolução CONAMA n° 430/2011, dispõe sobre condições e padrões de 
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março 
de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Os padrões 
estabelecidos nesta Resolução não distinguem o corpo receptor dos efluentes, no 
entanto, quando a disposição de efluentes por emissário submarino estiver em 
desacordo com esta Resolução, poderá ser autorizada pelo órgão ambiental desde 
que haja um estudo ambiental contendo o estudo de dispersão na zona de mistura 
em dois cenários (com os valores preconizados na Resolução e com os valores 
propostos pelo empreendedor), além do programa de monitoramento ambiental. 
(Apud ASLAN et al., 2017) 
 
- Resolução CONAMA n° 472/2015, dispõe sobre o uso de dispersantes químicos 
em incidentes de poluição por óleo no mar. Esta Resolução anula e substitui a 
Resolução n° 269/2000. Esta Resolução se caracterizava por ser mais descritiva, 
estabelecendo toda a metodologia de execução na aplicação dos dispersantes no 
meio ambiente marinho. Já a Resolução n° 472/2015 está mais estruturada na 
 
29 
 
determinação de critérios e diretrizes do uso dos dispersantes no tratamento do óleo 
derramado no mar. (Apud ASLAN et al., 2017) 
 
Outro importante órgão que determina normas infralegais no auxílio a 
prevenção da poluição marinha é a Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Marinha 
do Brasil. Neste aspecto, pode-se destacar a Normam 20/DPC, que é a Norma da 
Autoridade Marítima para o Gerenciamento da Água de Lastro de Navios. Esta 
norma visa a implementação de métodos e procedimentos para o gerenciamento 
da água de lastro com objetivo de reduzir ao mínimo a introdução de organismos 
aquáticos exóticos e agentes patogênicos nas águas jurisdicionais brasileiras. 
(Apud ASLAN et al., 2017) 
 
5 HISTÓRIA DA TOXICOLOGIA 
 
Fonte: biomedicinabrasil.com.br 
A história da Toxicologia acompanha a própria história da civilização, pois, 
desde a época mais remota, o homem possuía conhecimento sobre os efeitos 
tóxicos de venenos animais e de uma variedade de plantas tóxicas. Assim, apesar 
da falta de registros nos primórdios da humanidade, a Toxicologia é uma das 
ciênciaspráticas mais antigas. O poder aniquilador de venenos era frequentemente 
http://biomedicinabrasil.com.br/
 
30 
 
utilizado como instrumento de caça ou como arma contra os inimigos. (HUBER, 
2011) 
Os primeiros manuscritos encontrados relacionados com a Toxicologia são 
os papiros de Smith e de Ebers. Descoberto pelo egiptólogo e novelista alemão 
George Maurice Ebers, em 1873, o papiro de Ebers se encontra na Universitats 
Bibliothek de Leipzig, Alemanha. Ele é um pergaminho que compila os textos 
médicos mais antigos que se conhece, datado de cerca de 1550 a.C. Foi descoberto 
próximo à câmara mortuária de Ramsés e contém 800 fórmulas mágicas, remédios 
feitos à base de plantas e algumas outras substâncias com propriedades de veneno. 
As propriedades medicinais da romã, por exemplo, conhecidas desde a 
Antiguidade, são descritas nesse documento, além do efeito de várias outras 
substâncias vegetais e minerais como a cicuta, ópio, chumbo, antimônio, etc. 
(HUBER, 2011) 
Hippocrates (460-364 a. C.), Theophrastus (370-287 a. C.), Dioscorides (40-
90 d. C.), entre outros, contribuíram muito para a identificação de novos agentes 
tóxicos terapêuticos. (HUBER, 2011) 
Na antiguidade, o veneno foi muito utilizado com fins políticos. 
Provavelmente, o caso mais conhecido do uso de veneno em execuções do estado 
foi o de Sócrates (470-399 a. C.), condenado à morte pela ingestão de extrato de 
cicuta. (HUBER, 2011) 
A primeira classificação de venenos, em animais, vegetais e minerais, se 
deve a Dioscorides, médico grego que trabalhava na corte do imperador romano 
Nero. O ópio, a cicuta, o acônito e os digitalis estavam entre os agentes tóxicos 
obtidos do reino vegetal, enquanto os venenos de víboras, sapos e salamandras 
representavam os agentes do reino animal. Entre as substâncias de origem mineral 
citavam-se o arsênio, o chumbo, o cobre e o antimônio. Dioscorides recomendava 
o uso de eméticos em caso de envenenamento e as ventosas nas picadas de 
cobras. (HUBER, 2011) 
Em Roma, o uso indiscriminado de venenos ganhou proporções epidêmicas 
durante o século IV a.C. e este uso em larga escala prosseguiu até que Sulla 
 
31 
 
elaborou a Lex Cornelia (cerca de 82 a.C.), que parece ter sido a primeira lei para 
punir os envenenadores. (HUBER, 2011) 
A Toxicologia evoluiu lentamente e mesmo nos séculos XVII e XVIII os 
métodos de estudo eram muito empíricos. (HUBER, 2011) 
As pedras preciosas eram tidas como excelentes antídotos. Às pedras de 
maior valor era atribuído maior efeito curativo. Assim, a ametista era indicada para 
intoxicações por bebidas alcoólicas e o topázio na prevenção da morte súbita. 
(HUBER, 2011) 
Durante o obscurantismo científico da Idade Média e até os primórdios do 
Renascimento, os envenenamentos eram aceitos pela sociedade europeia como 
risco “normal” da vida cotidiana. Entretanto, alguns conhecimentos científicos em 
toxicologia foram gerados pelos árabes. Assim, a medicina árabe desenvolveu 
métodos químicos – destilação, sublimação e cristalização – para preparação de 
extratos medicamentosos, aplicados também aos venenos. (HUBER, 2011) 
César e Lucrécia Bórgia 1475-1507 e 1480-1519, respectivamente), filhos 
ilegítimos do Papa Alexandre VI que morreu ao engolir, por engano, um veneno que 
ele e o filho César prepararam para outras pessoas, foram acusados de simonia 
(tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos, dignidades, 
benefícios eclesiásticos etc.), luxúria, incesto e outras perversões, além de 
envenenamentos, fratricídios e uma insaciável sede de poder. Os Bórgia 
alimentaram as piores histórias sobre o papado da Renascença. Seu veneno 
chamado “La Cantarella” tem sua composição desconhecida até hoje, 
provavelmente, continha cobre, arsênico e fósforo bruto. Lucrécia Bórgia teria sido 
envenenada por um de seus filhos. (HUBER, 2011) 
Foi Paracelsus quem representou um grande marco da Toxicologia, 
separando esta ciência em antiga e moderna. Philippus Aureolus Theophrastus 
Bombast von Hohenheim, o Paracelsus (1493 - 1541), foi médico, filósofo, 
alquimista iatroquímico, astrólogo e segundo alguns, charlatão, nascido em 
Eisnsiedeln, cantão suíço, que revolucionou a medicina de seu tempo ao antecipar 
a homeopatia e o uso da química no tratamento médico. Formou-se em Medicina 
em Viena, doutorou-se em Ferrara e adotou o nome de Paracelso, que significa 
 
32 
 
“superior a Celso” (Aulo Cornélio Celso, famoso médico romano do século I). Viajou 
pela Europa personificando uma transição viva entre a antiga Arte, no sentido 
alquímico, astrológico e cabalístico obediente tão só aos princípios hipocráticos e 
galênicos, e a nova Medicina, que trazia novos métodos e novos ensinamentos 
decorrentes de notáveis descobertas que se processavam em todos os setores da 
patologia, da terapêutica, da cirurgia, da farmácia e das ciências físico-químicas. 
Entre outras realizações, introduziu do conceito de doença na Medicina, empregou 
o método experimental, introduziu o ópio, o mercúrio, o óxido de zinco e outros 
preparados químicos na terapêutica. (HUBER, 2011) 
O século XX caracterizou-se pelo grande avanço tecnológico no campo da 
síntese química. Milhares de novos compostos foram sintetizados para diversos 
fins, tais como farmacêuticos, alimentares e agrícolas. (HUBER, 2011) 
O contato do homem com esses agentes tem provocado inúmeros casos de 
intoxicação. Em 1937 houve a morte de centenas de pacientes tratados com 
sulfanilamida. No final da década de 1950, várias crianças foram vítimas de grave 
acidente ocorrido pela utilização de talidomida pelas mulheres no período de 
gestação. (HUBER, 2011) 
Após a segunda guerra mundial, a Toxicologia experimentou notável 
desenvolvimento, principalmente a partir da década de 1960, deixando de ser a 
ciência envolvida apenas com o aspecto forense. Hoje a ênfase é voltada à 
avaliação da segurança e risco na utilização de substâncias químicas, além da 
aplicação de dados gerados em estudos toxicológicos como base para o controle 
regulatório de substâncias químicas no alimento, no ambiente, nos locais de 
trabalho, entre outros. Os estudos da carcinogenicidade, mutagenicidade, 
teratogenicidade, assim como os aspectos preventivos, preditivos e 
comportamentais de substâncias químicas são alguns exemplos de tópicos da 
toxicologia contemporânea. (HUBER, 2011) 
As autoridades governamentais de vários países decidiram tornar 
obrigatórios os testes de toxicidade de todos os medicamentos, previamente ao seu 
registro junto aos Órgãos competentes. No Brasil, a Resolução 1/88 do Conselho 
Nacional de Saúde estabeleceu normas a serem seguidas para os ensaios 
 
33 
 
préclínicos e clínicos. A obrigatoriedade de ensaios toxicológicos é hoje válida 
também para as substâncias pertencentes a outras categorias, como praguicidas, 
domissanitários e aditivos alimentares, com as quais o homem entre em contato 
como usuário ou durante o processo de fabricação; sua regulamentação é feita 
principalmente pelo Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e Ibama. 
(HUBER, 2011) 
 
6 CONCEITOS BÁSICOS 
A Toxicologia estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de 
substâncias químicas com o organismo, sob condições específicas de exposição. 
Assim, a Toxicologia é a ciência que investiga experimentalmente a ocorrência, a 
natureza, a incidência, os mecanismos e os fatores de risco dos efeitos deletérios 
de agentes químicos. (HUBER, 2011) 
Entende-se por agente tóxico ou toxicante a entidade química capaz de 
causar dano a um sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando-
o à morte, sob certas condições de exposições. Veneno é hoje um termo de uso 
popular, utilizado para designar a substância química, ou mistura de substâncias 
químicas, que provoca a intoxicação ou a morte com baixas doses, como também 
reservado, segundo alguns autores, especificamente para designar substânciasprovenientes de animais, os quais teriam importantes funções de autodefesa ou de 
predação, como é o caso do veneno de cobra, de abelha etc. (HUBER, 2011) 
O conceito de toxicante envolve um aspecto quantitativo e outro qualitativo. 
O toxicante no aspecto quantitativo significa que praticamente toda substância, 
perigosa em certas doses, pode ser desprovida de perigo em doses muito baixas. 
Como, por exemplo, o cloreto de vinila, que é um potente hepatóxico em doses 
elevadas, é um carcinógeno em exposição prolongada a baixas doses e, 
aparentemente, desprovido de efeito nocivo em doses muito baixas. No aspecto 
qualitativo, pode-se considerar que uma substância nociva para uma espécie ou 
linhagem, pode ser desprovida de perigo para outra espécie, como por exemplo, o 
 
34 
 
tetracloreto de carbono, altamente hepatóxico para várias espécies, incluindo o 
homem, é relativamente seguro para frangos. Outras condições da exposição ao 
xenobiótico também interferem no aparecimento ou não do efeito nocivo, como via 
de introdução, a duração e a frequência de exposição, entre outras. (HUBER, 2011) 
Droga é toda substância capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico 
ou estado patológico, utilizada com ou sem intenção de benefício do organismo 
receptor. Difere do fármaco, pois este é definido como sendo toda substância de 
estrutura química definida, capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou 
estado patológico, em benefício do organismo receptor. Assim, a Cannabis sativa 
(maconha) seria uma droga e seu principal constituinte psicoativo, o 
tetraidrocanabinol, um fármaco. Entretanto, a palavra droga tem aceitação popular 
para designar fármacos, medicamentos, matéria-prima de medicamentos e 
toxicantes. (HUBER, 2011) 
Antídoto é um agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias. 
A propriedade de agentes tóxicos de promoverem injúrias às estruturas 
biológicas, por meio de interações físico-químicas, é chamada toxicidade. Portanto, 
a toxicidade é a capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar 
efeitos nocivos em organismos vivos. (HUBER, 2011) 
Ação tóxica é a maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade 
sobre as estruturas teciduais. Toxicidade deve ser diferenciada de risco, termo que 
traduz a probabilidade estatística de uma substância química provocar efeitos 
nocivos em condições definidas de exposição. Assim, uma substância pode 
apresentar elevada toxicidade (avaliada pelo teste da DL50) e baixo risco, isto é, 
baixa probabilidade de causar intoxicações nas condições em que é utilizada. 
(HUBER, 2011) 
A intoxicação é a manifestação dos efeitos tóxicos. É um processo patológico 
causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas e caracterizado por 
desequilíbrio fisiológico, em consequência das alterações bioquímicas no 
organismo. Esse processo é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante exames 
laboratoriais. (HUBER, 2011) 
 
35 
 
Xenobiótico é o termo usado para designar substâncias químicas estranhas 
ao organismo. Agentes poluentes da atmosfera e metais do tipo chumbo e mercúrio 
são xenobióticos, desde que não possuam papel fisiológico conhecido. Também é 
considerado xenobiótica a substância química estranha quantitativamente ao 
organismo que, em condições de exposição elevada, pode provocar intoxicação 
grave, às vezes irreversível, em trabalhadores. (HUBER, 2011) 
Segundo HUBER (2011) os complexos envolvidos na intoxicação, desde a 
exposição do organismo ao toxicante até o aparecimento de sinais e sintomas, 
podem ser desdobrados, para fins didáticos, em quatro fases, ditas fases de 
intoxicação. 
 
a) fase de exposição 
b) fase toxicocinética 
c) fase toxicodinâmica 
d) fase clínica 
 
7 RELAÇÃO DA TOXICOLOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS 
A Toxicologia necessita de conhecimentos, métodos e conceitos filosóficos 
de algumas ciências para sua atuação, como da química, bioquímica, patologia, 
fisiologia, epidemiologia, imunologia, ecologia, biofísica e, mais recentemente, da 
biologia molecular. (HUBER, 2011) 
Métodos toxicológicos, tanto de análise dos agentes quanto de avaliação das 
lesões causadas em seres vivos, servem de importantes subsídios para a 
Farmacologia, que estuda especificamente os agentes terapêuticos e diagnósticos. 
Reciprocamente, os métodos farmacológicos são de utilidade na elucidação dos 
mecanismos de ação de agentes tóxicos. Portanto, há uma estreita relação entre a 
Toxicologia e a Farmacologia e muitas das áreas de atuação são comuns às duas 
especialidades. (HUBER, 2011) 
 
 
36 
 
8 ÁREAS DE ATUAÇÃO 
De acordo com HUBER (2011) existem várias áreas de atuação de acordo 
com a natureza do agente ou a maneira como este atinge o sistema biológico. 
 
o Toxicologia Ambiental: é a área da Toxicologia em que se estudam os efeitos 
nocivos causados pela interação de agentes químicos contaminantes do 
ambiente – água, solo, ar – com os organismos humanos. 
o Toxicologia Ocupacional: dedica-se ao estudo dos efeitos nocivos 
produzidos pela interação dos agentes químicos presentes no ambiente de 
trabalho com os indivíduos a eles expostos. 
o Toxicologia de Alimentos: estuda os efeitos nocivos provocados por 
substâncias químicas presentes em alimentos, para definir as condições em 
que os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos ao organismo. 
o Toxicologia de medicamentos e Cosméticos: estuda os efeitos nocivos 
decorrentes do uso não médico de drogas ou fármacos, causando prejuízo 
ao próprio indivíduo e à sociedade. 
 
9 TOXICOLOGIA AMBIENTAL 
A Toxicologia Ambiental estuda os efeitos das substancias químicas 
presentes no ambiente, este estudo é direcionado a organismos vivos, ou seja, a 
vida humana e as demais espécies. Para garantir um bom estudo toxicológico, é 
necessário também de um profissional capacitado na área, pois é preciso 
conhecimento dos agentes nocivos e de todos os seus aspectos. (PRADO et al., 
2018) 
A toxicologia Ambiental estuda os agentes lançados na atmosfera. Dessa 
forma é imprescindível conhecer métodos, para saber os níveis de elevação destes 
poluentes. Com o crescimento de industrias no Brasil, consequentemente há um 
 
37 
 
aumento na poluição atmosférica, causando a preocupação em vários países em 
relação ao meio ambiente, causando leis firmes em relação à emissões de 
poluentes. Pois então, o objetivo da toxicologia ambiental é estudar os efeitos 
destes agentes poluentes à saúde humana e nas demais espécies. (PRADO et al., 
2018) 
 
Avaliação de risco ecotoxicológico 
 
A Avaliação de Risco Ecotoxicológico é uma ferramenta utilizada para se 
estimar o perigo ao meio ambiente e (de forma indireta) à saúde humana, que um 
determinado contaminante e/ou resíduo perigoso possa causar em certas 
situações, como também tomar decisões de gerenciamento ambiental, elaborar 
ações corretivas e/ou emergenciais e, ainda, quantificar metas de remediação 
específicas para a área de interesse. A caracterização ecotoxicológica deve ser 
realizada para complementar a caracterização física e química, com a finalidade de 
avaliar os impactos potenciais à vida aquática. (HUBER, 2011) 
A Avaliação de Risco Ecotoxicológico investiga as evidências existentes no 
que se refere ao potencial de um elemento, composto químico, agente físico ou 
biológico, de causar efeitos adversos a organismos e ecossistemas expostos à 
toxicidade ou degradação, e prover, quando possível, uma estimativa da relação 
entre a extensão da exposição ou degradação e o aumento da probabilidade ou 
severidade de efeitos adversos. (HUBER, 2011) 
O Risco Ecotoxicológico pode ser expresso de várias maneiras. Enquanto 
algumas avaliações provêm uma estimativa probabilística de efeitos adversos e 
exposição a certos elementos, outras podem ser deterministas ou nivelar 
qualitativamente através de coletas. Nesses casos, a probabilidade de efeitos 
adversos éexpressa através de comparações semiquantitativas ou qualitativas de 
efeitos à exposição. (HUBER, 2011) 
A Avaliação de Risco Ecotoxicológico, assim como Avaliação de Risco 
Humano, é baseada em dados científicos que são frequentemente difíceis e 
complexos, conflitantes ou incompletos. A análise de tais dados para a avaliação de 
 
38 
 
risco depende de julgamento profissional baseado em perícia científica. O 
julgamento profissional é necessário para: delinear e conceitualizar a avaliação de 
risco; avaliar e selecionar métodos e modelos; determinar a relevância dos dados 
disponíveis para a avaliação de risco; desenvolver suposições baseadas na lógica 
e princípios científicos para preencher as lacunas de informação; e interpretar a 
importância ecológica de efeitos previstos ou observados. (HUBER, 2011) 
O processo estratégico de avaliação deve considerar as variáveis físicas e 
químicas que atuam na distribuição das substâncias antrópicas no ambiente e 
buscar metodologias de alerta para avaliar consequências biológicas de suas 
interações nos diferentes compartimentos ambientais, incluindo saúde humana. 
(HUBER, 2011) 
 
- Biomarcadores 
 
O uso de bioindicadores e biomarcadores na avaliação da toxicidade de 
compostos químicos de origem antrópica em áreas impactadas vem sendo 
amplamente utilizado nas últimas décadas. Bioindicadores são definidos como uma 
espécie capaz de indicar os primeiros sinais de estresse ambiental, causado por 
contaminantes em diferentes níveis de organização biológica. Biomarcadores são 
alterações biológicas que expressam a exposição e/ou o efeito tóxico de poluentes 
presentes no ambiente. Um biomarcador eficiente deve apresentar grande 
susceptibilidade, boa sensibilidade, relativa especificidade e baixo custo de análise. 
(HUBER, 2011) 
Para medir a qualidade da água igualmente podemos utilizar 
bioindicadores que também se mostram muito eficientes para essa medição, são 
os macroinvertebrados aquáticos, pois estes são abundantes, possuem um baixo 
custo e uma grande longevidade e possuem uma relação com o enriquecimento 
orgânico dos corpos hídricos e uma baixa motilidade, a ausência ou mortandade 
de algumas espécies típicas desse ambiente pode caracterizar algum problema na 
qualidade da água (SILVA, et al., 2009, Apud PRADO et al., 2018) 
 
 
39 
 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ASLAN, Jan Fernandes et al. Poluição do meio ambiente marinho: um breve 
panorama dos princípios, instrumentos jurídicos e legislação 
brasileira. Planeta Amazônia: Revista Internacional de Direito Ambiental e Políticas 
Públicas, Macapá, n. 9, p. 175-186, 2017. 
 
HUBER, Charles Soares. Apostila de Toxicologia Ambiental. Pelotas-RS: 
Instituto Federal Sul-rio-grandense, 2011. 
 
MONTONE, Rosalinda Carmela. Poluição Marinha. São Paulo: IOUSP, 2013. 
 
PORTO, Gisele Elias de Lima. Responsabilidade pela poluição marinha. Revista: 
CEJ, Brasília, v. 4, n. 12, p. 51-57, 2000. 
 
PRADO, Amanda Pinheiro et al. Toxicologia Ocupacional e Toxicologia 
Ambiental. Orientador: Luciana Valadão Kebian. 2018. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Técnico Integrado De Meio Ambiente) - Instituto de Educação, Ciência e 
Tecnologia Fluminense, Macaé – RJ, 2018. 
 
RUPPENTHAL, Janis Elisa. Toxicologia. Santa Maria: Universidade Federal de 
Santa Maria, 2013. 128 p. ISBN 978-85-63573-40-7 
 
 
 
 
 
40 
 
 
SPRADA, Edilmere. Toxicologia. Curitiba-PR: Instituto Federal do Paraná, 2011. 
 
VIANNA, Anderson Martins. Poluição Ambiental: Um Problema de Urbanização 
e Crescimento Desordenado Das Cidades. Revista SUSTINERE, Rio de Janeiro, 
v. 3, n. 1, p. 22-42, 2015.

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