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ZOOLOGIA-MARINHA

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3 
2 INTRODUÇÃO A ZOOLOGIA ....................................................................... 4 
2.1 Sistemática e Taxonomia ....................................................................... 5 
2.2 Sistema hierárquico de classificação ...................................................... 6 
2.3 Regras de nomenclatura ........................................................................ 7 
2.4 Os reinos da natureza .......................................................................... 10 
3 PLANOS DE SIMETRIA ............................................................................. 13 
4 ANIMAIS MARINHOS ................................................................................. 14 
4.1 Invertebrados ....................................................................................... 14 
4.1.1 Poríferos ............................................................................................. 15 
4.1.2 Cnidários ............................................................................................ 17 
4.1.3 Platelmintos ........................................................................................ 20 
4.1.4 Nematelmintos ................................................................................... 21 
4.1.5 Moluscos ............................................................................................ 23 
4.1.6 Anelídeos ........................................................................................... 26 
4.1.7 Crustáceos ......................................................................................... 29 
4.1.8 Equinodermos .................................................................................... 31 
4.2 Vertebrados .......................................................................................... 34 
4.2.1 Mamíferos marinhos ........................................................................... 35 
4.2.2 Tartarugas .......................................................................................... 38 
4.2.3 Peixes ................................................................................................ 40 
5 A BIODIVERSIDADE NA ZONA COSTEIRA E MARINHA DO BRASIL ..... 42 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................... 45 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 INTRODUÇÃO A ZOOLOGIA 
As primeiras tentativas bem documentadas de classificar os seres vivos 
foram feitas pelo filósofo grego Aristóteles (384-322ac). No entanto, o sistema de 
Aristóteles era bastante simples e os animais eram arbitrariamente agrupados de 
acordo com similaridades superficiais compartilhadas. Por exemplo, inicialmente os 
animais eram agrupados de acordo com o meio em que viviam (terra, água e ar), 
ou de acordo com a forma que reproduziam. Com isso, eram criadas classificações, 
muitas vezes, artificiais, onde organismos não aparentados evolutivamente eram 
colocados em um mesmo “grupo taxonômico” devido à convergência de caracteres. 
As ideias de como as diferentes formas se originavam não incorporavam nenhuma 
ideia de mutabilidade e evolução, já que Aristóteles acreditava em um universo 
imutável, que sempre existiu em toda sua complexidade. Mas já nessa época, 
Aristóteles aplicava o princípio de classificação dicotômica desenvolvido 
anteriormente por Platão (427-347ac) e utilizado até hoje, nas chaves de 
identificação. Vários foram os filósofos e naturalistas que se preocuparam com o 
método biológico após Aristóteles, mas a classificação era regional, os nomes 
variavam de país para país e entre regiões em um mesmo país. Não existia um 
sistema central de referência que pudesse ser aplicado em todo o mundo. Foi Carl 
Linnaeus (1707-1778) que, em 1735, em sua obra Systema Natura e, formalizou o 
método binomial de classificação de espécies que usamos até hoje. (Apud 
CORGOSINHO et al., 2010) 
A história da classificação biológica e o papel da evolução na formação das 
espécies e suas variedades são repletos de simplismos e injustiças. A primeira 
tentativa de classificação levando em conta uma teoria evolutiva foi Ernst Haeckel 
(1834-1919) em 1866. Ele divide os seres vivos em três reinos: Plantae, 
representados pelas plantas (incluindo algas pluricelulares, fungos e briófitas), 
Protista (micro-organismos) e Animalia (animais). (Apud CORGOSINHO et al., 
2010) 
 
 
5 
 
Esse autor baseou grande parte de seu trabalho na revolucionária teoria de 
Wallace e Darwin, primeiramente divulgada em 1858 com o nome “Sobre a 
tendência das espécies para formar variedades; e sobre a perpetuação das 
variedades e espécies por meio de seleção” (On the Tendency of Species to form 
Varieties; and on the Perpetuation of Varieties and Species by Natural Means of 
Selection). Um ano após, em 1859, Darwin publica seu livro “Sobre a origem das 
espécies por meio de seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na 
luta pela vida” (On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the 
Preservation of Favoured Racesin the Struggle for Life). No entanto, o pensamento 
evolutivo e a ideia de que os organismos se modificam, adaptando-se ao ambiente 
em que vivem já tinha aparecido, embora de forma distinta, nos trabalhos e 
anotações de Erasmus Darwin (1731-1802), Jean-Baptiste Lamarck (1744–1829), 
Étienne Geoffroy Saint-Hilaire (1772-1844), Robert Knox (1791-1862), Robert 
Edmond Grant (1793-1874), Robert Jameson (1774-1854), Robert Chambers 
(1802–1871), dentre outros. (Apud CORGOSINHO et al., 2010) 
2.1 Sistemática e Taxonomia 
Atualmente, existem cerca de 1.5 milhões de espécies de animais descritas, 
o que representa apenas cerca de 20% das espécies existentes. Então, como 
podemos entender toda essa diversidade e como agrupá-la para compreender as 
relações entre os organismos? Para isso foi criada a Sistemática e um sistema de 
classificação. A Sistemática é definida como o estudo científico dos organismos em 
sua diversidade, sua evolução no tempo e no espaço e sua classificação, traduzindo 
as relações de ancestralidade e parentesco, também é chamada de ciência da 
Biodiversidade. (CORGOSINHO et al., 2010) 
Em 1627 o naturalista John Ray introduziu um sistema de classificação mais 
abrangente que resultou posteriormente no trabalho do botânico Carolus Linnaeus 
que elaborou o sistema de classificação, o “Systema Naturae”. A ideia de Linnaeus 
era organizar os organismos e as regras de classificação para padronizar e evitar 
erros, como dar um mesmo nome para espécies distintas ou nomes diferentes para 
 
6 
 
uma mesma espécie. Para isso, são necessárias regras que são organizadas pela 
Taxonomia, parte da Sistemática responsável por organizar os princípios a serem 
usados para comunicaros resultados da análise sistemática. Ou seja, a Taxonomia 
é responsável pelas regras de nomenclatura, tais como: dar nomes às espécies, 
gêneros e famílias. Além disso, a Taxonomia é responsável pelas regras para 
formar coleções taxonômicas, rotulagem e publicações taxonômicas. (Apud 
CORGOSINHO et al., 2010) 
2.2 Sistema hierárquico de classificação 
O sistema de Linnaeus na organização de organismos em séries 
ascendentes de categorias menores. Ele dividiu o Reino Animal em espécies e deu 
a cada uma delas um nome particular. Uma espécie era considerada um 
agrupamento de indivíduos que revelam profundas semelhanças entre si, tanto na 
estrutura arquitetônica quanto funcional, mostrando grandes similaridades 
biológicas e capazes de se reproduzirem naturalmente, dando origem a 
descendentes férteis. (CORGOSINHO et al., 2010) 
Entretanto, na Natureza ocorrem espécies que, embora diferentes entre si, 
guardam grandes aproximações. Assim são reunidas dentro de uma categoria 
taxonômica comum que é o gênero. Seguindo o mesmo raciocínio, diversos 
gêneros, muito próximos, são reunidos num grupamento taxonômico comum, 
conhecido como família. A reunião de famílias semelhantes forma uma ordem. Por 
sua vez, a reunião de ordens forma uma classe, que reunidas dão origem a um filo. 
A reunião de todos os filos forma a maior das categorias taxonômicas, o reino. Após 
a publicação da teoria da evolução, a classificação de Linnaeus foi drasticamente 
modificada, mas o princípio básico do seu sistema é ainda seguido. A hierarquia 
das categorias taxonômicas expandiu-se, consideravelmente, desde os dias de 
Linnaeus. Ela inclui atualmente sete categorias principais para o reino Metazoa, em 
ordem decrescente: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Todos os 
organismos classificados devem pertencer a pelo menos sete táxons, um para cada 
categoria principal. Os taxonomistas têm a opção de subdividir ainda mais estas 
 
7 
 
sete categorias e atualmente são conhecidas mais de 30 categorias taxonômicas 
em grupos mais diversos e complexos como peixes e insetos. (CORGOSINHO et 
al., 2010) 
2.3 Regras de nomenclatura 
Considerando-se o imenso número de idiomas e dialetos espalhados pelo 
mundo, torna-se absurdo o número de nomes diferentes pelos quais são chamados 
os animais e as plantas. Assim, Linnaeus, propôs uma forma de nomenclatura mais 
simples, em que cada organismo seria conhecido por dois nomes apenas seguidos 
e inseparáveis. Assim, surgiu a nomenclatura binomial que é ainda hoje adotada. 
Dessa forma, cada espécie animal ou vegetal teria dois nomes: o primeiro, o gênero, 
deveria refletir as características mais genéricas ou coletivas; o segundo, a espécie, 
que reflete as características mais específicas, aquelas mais peculiares. (Apud 
CORGOSINHO et al., 2010) 
A Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica foi criada em 1895 
com o intuito de criar um sistema estável, lógico e universal que pudesse ser 
aplicado à nomenclatura zoológica, além de assegurar que cada nome seja único e 
distinto. A primeira versão do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica foi 
publicada em 1961, embora algumas tentativas de normatização da taxonomia 
zoológica datem da metade do século XIX, antes mesmo da fundação da Comissão 
Internacional de Nomenclatura Zoológica. Atualmente o código está em sua quarta 
edição, datado em 1999.Exemplos de regras retiradas do Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica (1999, CORGOSINHO et al., 2010): 
 
• O nome dos animais deve ser escrito em latim ou idioma latinizado e 
deve estar em destaque no texto. Exemplo: Canis lupus (lobo); 
 
• Todo animal deve ter um nome específico binomial composto pelo 
nome genérico, escrito com primeira letra em maiúscula, seguido pelo 
 
8 
 
epíteto específico todo em minúsculo. Exemplo: Musca domestica 
(mosca)-Musca (gênero), Musca domestica (espécie); 
 
• Disponibilidade e Validade- Um nome, para ser disponível deve ser 
publicado em meios que permitam acesso público e registro 
permanente e deve ser impresso por meios que garantam reprodução 
múltipla e fidedigna. Após 1930, um nome, para ser disponível a um 
dado táxon, deve satisfazer as provisões citadas acima, além de: 
 
• Deve ser acompanhado por uma descrição que defina os caráteres 
diagnósticos para o táxon ao qual é dado o nome, ou ser 
acompanhado de uma referência bibliográfica que contenha os 
caráteres diagnósticos propostos para o novo táxon; 
 
• Deve ser expressamente designado como um novo táxon (taxnov.; 
nom. nov; spec. nov, etc); 
 
• Uma espécie tipo deve ser explicitamente designada. Cada espécie 
tipo deve ter um fixador do nome específico. Normalmente, esse 
fixador é um espécime tipo, ou holótipo designado pelo autor, no 
momento da descrição da espécie e que servirá como padrão para a 
espécie; 
 
• Princípio da prioridade - Se vários nomes forem propostos para um 
mesmo táxon, é o mais antigo que deverá vigorar. Dois ou mais nomes 
estão em sinonímia se são aplicados em um mesmo nível taxonômico, 
para o mesmo táxon. Por exemplo, o gênero Paraforficatocaris 
(Crustacea da ordem Copepoda) foi proposto por Jakobi em 1972 para 
incluir a espécie Paraforficatocaris paraensis jakobi, 1972. Antes da 
publicação desse gênero, também em 1972, o mesmo autor, em um 
trabalho diferente, propôs o gênero Brasilibathynellocaris para incluir 
 
9 
 
3 outras espécies relacionadas. Estudos recentes indicaram que 
Paraforficatocaris é um Brasilibathynellocaris. Portanto, apesar de que 
ambos os nomes sejam válidos, os dois são sinônimos, sendo 
Paraforficatocaris um sinônimo júnior. Pelo princípio da prioridade, o 
nome genérico Brasilibathynellocaris, proposto anteriormente, deve 
ser adotado. 
 
• Princípio da homonímia- Quando dois táxons totalmente distintos 
recebem o mesmo nome, o táxon descrito primeiramente deverá 
permanecer com o seu nome original, enquanto o táxon descrito 
posteriormente, com o mesmo nome, deverá receber um nome 
diferente. Assim temos homônimos (táxons diferentes com o mesmo 
nome), onde o mais recente é considerado um homônimo júnior, 
devendo seu uso ser descontinuado em função do homônimo mais 
velho. Exemplo: Selys, em 1817, descreveu o gênero de uma libélula 
como Podopteryx. Em 1971, Sharov utilizou o mesmo nome 
(Podopteryx) para um fóssil de pterossauro. Assim, seguindo o código 
de nomenclatura o nome Podopteryx deve ser aplicado somente para 
o gênero proposto por Selys. Em 1981, Cowen propôs um novo nome, 
Sharovipteryx, em substituição ao homônimo Podopteryx dado ao 
pterossauro. 
 
• Em trabalhos científicos, depois do nome da espécie, coloca-se o 
nome do autor que o descreveu seguido de vírgula e data (ex: nome 
de uma espécie de besouro rola-bosta muito comum no norte de Minas 
Gerais: Deltochilum verruciferum Felsche, 1911). Se o nome entra em 
sinonímia, autor e ano da descrição original aparecem entre 
parênteses (ex: Paraforficatocaris paraensis Jakobi, 1972 é sinonímia 
júnior de Brasilibathynellocaris paraensis (Jakobi, 1972). No caso de 
homonímia, o novo nome recebe o nome do autor que identificou o 
 
10 
 
problema e propôs o novo nome (Podopteryx Sharov, 1971 é sinônimo 
sênior de Sharovipteryx Cowen, 1981). 
2.4 Os reinos da natureza 
Como tudo em biologia, ainda hoje existe uma grande controvérsia quanto 
ao número de reinos da natureza, mas a maioria dos autores concorda que existem 
5 reinos: Monera, Fungi, Plantae, Protista e Metazoa. (CORGOSINHO et al., 2010) 
Esses cinco reinos permaneceram com a classificação mais aceita, até o 
desenvolvimento da sistemática molecular, ao final do século XX, quando ficou 
aparente que nem os Protistas e nem os Moneras são monofiléticos. Atualmente, 
muitos autores dividem o reino Monera em dois: Eubacteria e Archaea. Os antigos 
Protistas são divididos em um número ainda maior de grupos monofiléticos mais 
próximosde fungos, animais, plantas e alguns “Moneras’’. Vírus não são incluídos 
dentro dos cinco reinos, havendo uma ampla discussão a respeito da condição de 
seres vivos proposta para esses “organismos’’. (CORGOSINHO et al., 2010) 
O reino Monera engloba os organismos procariotos, isto é, organismos que 
não possuem células com núcleo ou organelas envoltas por membranas. Dentro 
deste reino estão as bactérias e cianofíceas (algas azuis ou cianobactérias). Todos 
os outros reinos são de organismos eucariotos, cujas células que possuem 
membranas circulando o núcleo e as outras organelas. O estudo destes organismos 
se encontra inserido na microbiologia, mais especificamente na bacteriologia. 
(CORGOSINHO et al., 2010) 
 
 
Fonte: brainly.com.br 
 
11 
 
O reino Fungi é representado por organismos heterotróficos (não produzem 
seu próprio alimento), saprofágicos (se alimentam de matériaorgânica em 
decomposição), que possuem parede celular quitinosa. Aqui se encontram os 
fungos e cogumelos. O estudo dos organismos deste reino é chamado de micologia. 
(CORGOSINHO et al., 2010) 
 
 
Fonte: gestaoeducacional.com.br 
As plantas multicelulares formam o reino Plantae; são organismos 
autotróficos (produzem seu próprio alimento) e fotossintetizantes. Aqui estão as 
briófitas e as plantas vasculares. São foco de estudo da Botânica. (CORGOSINHO 
et al., 2010) 
 
 
Fonte: biologiaparaavida.com 
 
12 
 
Em zoologia, por questões históricas e didáticas, estudaremos os dois reinos 
restantes: Protista e Metazoa. Esta divisão é puramente didática, uma vez que são 
organismos muito diferentes. (CORGOSINHO et al., 2010) 
O reino Protista é formado por organismos unicelulares ou multicelulares, 
porém sem apresentar tecidos verdadeiros ou desenvolvimento embrionário. 
Abrigam os chamados “protozoários” e as algas. (CORGOSINHO et al., 2010) 
 
 
Fonte: sobiologia.com.br 
O reino Metazoa, também conhecido como Animallia, é formado por 
organismos heterotróficos, multicelulares e que, na sua maioria, apresentam tecidos 
verdadeiros (exceto Porifera, Rhombozoa e Orthonectida), além de células 
reprodutivas, reprodução sexual e divisão celular por meiose. Estima-se que estes 
animais teriam surgido há 600-900 m.a., nos períodos pré-cambrianos, 
provavelmente nos fundos dos oceanos e mares, são divididos comumente em 
Protostomia (invertebrados nos quais o blasóporo origina aboca) e Deuterostômia 
(composto por alguns invertebrados sem notocorda e Chordata, onde o blastóporo 
origina o ânus). (CORGOSINHO et al., 2010) 
 
 
 
13 
 
 
Fonte: colegioweb.com.br 
3 PLANOS DE SIMETRIA 
Os animais têm três planos de simetria básicos: seres de simetria radial, 
seres de simetria bilateral (como nós) e seres sem simetria (assimétricos). 
(GUERRA et al., 2011) 
As esponjas e outros organismos mais simples não têm simetria, ou seja, não 
têm um formato definido, crescendo de acordo com o ambiente em que ele vive. 
 As águas-vivas, os corais, as estrelas-do-mar e os ouriços, por exemplo, têm 
simetria radial, ou seja, têm partes iguais do corpo, quando se divide em vários 
planos imaginários passando pelo centro. Assim, possuem geralmente um formato 
circular, com a boca no meio dos eixos de simetria. (GUERRA et al., 2011) 
Os animais bilaterais só têm um eixo de simetria longitudinal, formando lados 
iguais, esquerdo e direito, e um lado anterior, ou da frente, diferente do posterior, 
ou de trás. Um eixo que passa o animal do lado esquerdo ao direito e vice-versa é 
transversal. Os lados de cima e de baixo são chamados, respectivamente, de lado 
dorsal e ventral. Esta é a forma de simetria mais comum entre os animais. (GUERRA 
et al., 2011) 
 
 
14 
 
 
 
Fonte: brainly.com.br 
 
Provavelmente os animais começaram sua evolução sem simetria, os 
Eumetazoa passando por uma fase de milhões de anos de simetria radial e o 
ancestral dos Bilateria (a grande maioria dos filos) adquiriram a simetria bilateral. 
(GUERRA et al., 2011) 
A simetria bilateral permitiu aos animais uma maior locomoção, já que, com 
o eixo anteroposterior, eles têm um movimento unidirecional para frente, 
desenvolvendo uma cabeça com órgãos sensoriais especiais, um sistema nervoso 
central, uma musculatura complexa e todo um metabolismo adaptado para esse 
grande gasto energético. (GUERRA et al., 2011) 
4 ANIMAIS MARINHOS 
4.1 Invertebrados 
Os invertebrados marinhos constituem um grupo muito grande e inclui 
organismos que apresentam formas e comportamentos bastante diferentes. Os 
principais Filos de invertebrados marinhos são: espongiários (esponjas marinhas), 
 
15 
 
cnidários (caravela-portuguesa, anémonas, alforrecas), platelmintos (vermes 
achatados), nematelmintos (vermes cilíndricos), anelídeos (poliquetas), moluscos 
(vinagreiras, lapas, mexilhões, polvos, lulas, amêijoas, búzios), crustáceos 
(caranguejos, perceves, camarões) e equinodermos (pepinos-do-mar, estrelas-do-
mar, ouriços-do-mar). 
 
 
4.1.1 Poríferos 
 
As esponjas são animais de plano básico corporal muito simples que vivem 
em ambientes aquáticos, muito comuns em todos os mares, mas presentes também 
em corpos de água doce, principalmente lagoas. São animais sésseis (fixos, ou 
seja, que não se locomovem) e que não possuem tubo digestivo nem boca. São 
caracterizados por possuírem um esqueleto formado por milhares de pequenas 
espículas minerais (de calcário ou sílica). Muitas vezes, o esqueleto de animais 
mortos forma uma estrutura parecida com uma esponja de banho (por isso o nome 
dos animais deste filo). (GUERRA et al., 2011) 
Como elas não têm tubo digestivo, se alimentam de seres vivos 
microscópicos e pequenas partículas orgânicas que são capturados e digeridos 
internamente por células especiais, os coanócitos. Pelo seu corpo todo perfurado, 
formado por canais e espaços internos, passa um fluxo contínuo de água, que 
garante sua respiração, alimentação e limpeza. Por isso, o nome do filo é Porifera, 
que significa “portador de poros”. (GUERRA et al., 2011) 
Elas são consideradas como o táxon irmão de todos os outros animais, assim 
como outros filos de animais marinhos mais raros, como Placozoa e Rhombozoa. 
Todos os outros animais, exceto estes filos, têm tecidos verdadeiros e boca 
(Eumetazoa), aquisições evolutivas que permitiram toda a diversificação zoológica 
que conhecemos hoje. Portanto, o ancestral do Reino Metazoa, provavelmente 
tinha a estrutura corporal tão ou mais simples do que os animais dos três filos 
tratados nesta unidade (Porifera, Placozoa e Rhombozoa). (GUERRA et al., 2011) 
 
 
16 
 
 
Fonte: microbiologia.ufrj.br 
As esponjas ocorrem em todos os mares onde haja substrato para sua 
fixação, mesmo mole, como areia. Em muitos locais, como alguns costões rochosos 
na zona entremarés ou em recifes de corais, elas podem ser muito abundantes, 
cobrindo toda uma rocha, por exemplo, e bem diversas. Elas podem ser 
incrustantes, ou seja, ter uma estrutura menos rígida e cobrir um substrato duro, 
mantendo a forma dele, ou ter um esqueleto forte, desenvolvendo formas eretas e 
grandes, chegando a até dois metros de altura! Podem ter estrutura esquelética 
calcárea ou de sílica, ou os dois no mesmo indivíduo, podendo ter formas 
ramificadas, arredondadas, tubulares ou até mesmo sem forma definida. Também 
pode-se encontrar esponjas de todas as cores possíveis. Na água doce, o filo é bem 
menos diversificado, sendo inclusive incomum encontrá-las em rios e lagos. 
(GUERRA et al., 2011) 
Existem três tipos estruturais básicos nas esponjas, dependendo da espécie: 
asconóide, siconóide e leuconóide, sendo a última mais complexa. Elas se 
diferenciam pela quantidade de córtex, ou seja, de massa compacta de mesogléia 
e esqueleto entre os espaços internos, e a quantidade de superfície interna onde 
ficam os coanócitos. Assim, as esponjas asconóides têm um átrio simples, com os 
óstios dando acesso diretamente a ele, eum único ósculo. As siconóides têm seus 
óstios se abrindo em câmaras internas onde está a camada de coanócitos. Estas 
 
17 
 
câmaras, então, se abrem no átrio principal. Assim, as câmaras coanocitárias dão 
maior superfície para a presença de grande quantidade de coanócitos, permitindo 
uma maior alimentação, respiração e outras funções vitais em um menor volume 
total do animal. A leuconóide possui uma rede complexa de câmaras e canais 
imersos em um espesso córtex de mesogléia. Assim, os óstios estão bem 
separados do átrio e este se reduz a pequenos canais exalantes que se abrem em 
vários ósculos. (GUERRA et al., 2011) 
 
 
Fonte: planetabiologia.com 
 
4.1.2 Cnidários 
 
O filo Cnidaria (Gr. knide, irritante + L. aria [sufixo plural], como ou conectado 
com) é um grupo interessante, com mais de 9.000 espécies. O grupo inclui algumas 
das criaturas mais estranhas e encantadoras da natureza: hidroides ramificados 
parecidos com plantas; anêmonas-do-mar parecidas com flores; águas-vivas; e os 
arquitetos do assoalho oceânico, os coraiscórneos (gorgônias e outros) e os corais-
pétreos, cujos milhares de anos de construção de edifícios calcários produziram os 
grandes recifes e ilhas de coral (adiante). (HICKMAN JR et al., 2016) 
O nome do filo vem das células chamadas cnidócitos, as quais podem conter 
organelas (cnidas) características do filo. O tipo mais comum de cnida é o 
nematocisto, descrito no ensaio de abertura. Apenas os cnidários produzem os 
 
18 
 
cnidócitos, mas alguns ctenóforos, moluscos e platelmintos ingerem os hidroides e 
passam a portar os nematocistos, estocando e usando essas células urticantes para 
a sua própria defesa. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os cnidários são um grupo antigo, com a história fóssil mais antiga que 
qualquer outro animal, alcançando mais de 700 milhões de anos atrás. Eles estão 
distribuídos por todos os habitats marinhos, e alguns poucos habitam a água doce. 
Os cnidários são encontrados abundantemente em habitats marinhos de águas 
rasas, especialmente em temperaturas mais quentes e regiões tropicais. Não há 
nenhuma espécie terrestre. Os hidroides coloniais são normalmente encontrados 
presos às conchas de moluscos, rochas, pilastras e outros animais de águas 
costeiras rasas, mas algumas espécies vivem em grandes profundidades. As 
medusas flutuantes e livre-nadantes são encontradas no mar aberto e em lagos, 
frequentemente longe da costa. Os animais como a caravela-do-mar e Velella (L. 
velum, véu + ellus, sufixo diminutivo) têm flutuadores ou velas por meio dos quais 
são levadas pelo vento. Embora eles sejam principalmente sésseis ou, na melhor 
das possibilidades, de locomoção lenta ou de natação lenta, os cnidários são 
predadores bastante eficientes, inclusive de organismos que são muito mais rápidos 
e mais complexos. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Quatro classes de Cnidaria eram tradicionalmente reconhecidas (Figura 
13.2): os Hydrozoa (a classe com maior variação, incluindo hidroides, corais-de-
fogo, caravelas-do-mar e outros), os Scyphozoa águas-vivas “verdadeiras”), os 
Cubozoa (águas-vivas cúbicas) e os Anthozoa (maior classe, incluindo as 
anêmonas-do-mar, corais-pétreos, corais-moles e outros). Uma quinta classe, os 
Staurozoa, foi proposta porque as filogenias recentes mostram que as 
estauromedusas não pertencem aos Scyphozoa. Esses animais estranhos não 
formam uma medusa livre-nadante, mas o corpo do pólipo tem uma região na forma 
de medusa em seu ápice. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
 
19 
 
 
Fonte: escolakids.uol.com.br 
Embora muitos cnidários tenham pouca importância econômica, os corais 
construtores de recifes constituem uma exceção importante. Os peixes e outros 
animais associados aos recifes proveem quantidades significativas de alimento para 
os seres humanos, e os recifes têm valor econômico como atrações turísticas. O 
coral precioso é utilizado em joias e ornamentos, e as rochas coralíneas servem 
para construções. (HICKMAN JR et al., 2016) 
A principal forma de alimentação dos cnidários é por predação. Podem comer 
desde peixes até protistas microscópicos. Para isso, usam os tentáculos cheios de 
cnidas, que têm toxinas, para paralisar e matar a presa. Em geral, os tentáculos se 
enrolam na presa e, em seguida, ela é levada à boca e ingerida para a cavidade 
digestiva. (GUERRA et al., 2011) 
As cnidas são estruturas celulares complexas formadas por um túbulo de 
colágeno enrolado. Elas são grandes, ocupando grande parte do volume da célula 
que a contém, o cnidócito. Os cnidócitos estão espalhados principalmente nos 
tentáculos, mas podem ser encontrados em todas as partes do corpo dos cnidários, 
inclusive na cavidade digestiva. Ao ser estimulado com um toque, as cnidas 
disparam, evertendo de forma violenta o seu túbulo longo. Elas são armadas com 
Água viva 
Caravela 
Anêmona do mar 
Corais 
 
20 
 
diversos espinhos e ganchos, que perfuram o tegumento de presas ou predadores, 
e contêm toxinas que são inoculadas no “adversário” pelo túbulo. (GUERRA et al., 
2011) 
 
4.1.3 Platelmintos 
 
 
 
Fonte: pt.stuklopechat.com 
Os platelmintos são animais vermiformes comuns que vivem no mar, água 
doce e em ambientes terrestres úmidos. O filo tem importantes representantes 
parasitas de outros animais, como as solitárias (Taenia) e o Schistosoma, que 
causam doenças comuns no Brasil. Os de vida livre são chamados normalmente de 
planárias, podendo ser aquáticas ou animais que vivem nas florestas, de todos os 
tamanhos e algumas extremamente coloridas. (GUERRA et al., 2011) 
Esses animais são pertencentes ao grande clado Bilateria, que incluem os 
vermes, os insetos, os moluscos e os vertebrados (nós também!), por exemplo. A 
condição bilateral permitiu a imensa diversificação dos animais, com 
aproximadamente um milhão de espécies viventes. Com a simetria bilateral, os 
animais começaram a se locomover para frente o que ocasionou, evolutivamente, 
a aquisição da cabeça, tão importante em animais mais complexos. (GUERRA et 
al., 2011) 
 
21 
 
Eles possuem um tubo digestivo complexo, mas possuem apenas boca, sem 
ânus. Possuem estruturas especializadas para excreção e reprodução, assim como 
um sistema nervoso central e cefalização (estruturas sensoriais e gânglio na frente) 
e tecidos musculares formando feixes. (GUERRA et al., 2011) 
Todos animais bilaterais (do clado Bilateria) também são triblásticos, ou seja, 
têm ectoderme e endoderme (como os Cnidaria), mas também uma mesoderme, 
ou seja, um tecido entre a ectoderme e a endoderme. Os platelmintos têm um plano 
básico bem parecido com o do ancestral de todos os Bilateria, apesar de muito deles 
terem se modificado bastante evolutivamente, principalmente os parasitas. 
(GUERRA et al., 2011) 
 
4.1.4 Nematelmintos 
 
Os nematódeos são vermes cilíndricos, de simetria bilateral e que 
apresentam cefalização, pela presença de gânglio e órgãos sensoriais. Eles têm 
boca e ânus, portanto, um tubo digestivo completo. (GUERRA et al., 2011) 
O tegumento é coberto completamente por uma cutícula com várias camadas 
acima da primeira camada de células da epiderme. Essas camadas apresentam 
fibras de colágeno e proteínas que ficam dispostas em diferentes direções, o que 
dá a elas uma grande resistência. Isso permite que o animal consiga sobreviver em 
ambientes hostis como a terra seca e o intestino de um hospedeiro. Durante o seu 
crescimento, o animal troca de cutícula quatro vezes, um processo que se chama 
muda. A cutícula é muito diversificada nas espécies de Nematoda, desde lisa, como 
a da lombriga, até com ornamentos variados, de setas compridas a sulcos e dobras. 
(GUERRA et al., 2011) 
A epiderme é formada pela ectoderme. Logo abaixo está a musculatura, 
formada pela mesoderme (lembre-se que ele é triblástico), que forma as paredes 
externas do blastoceloma. A parede de dentro é o tubo digestivo que foi formado 
pela endoderme.Quando o embrião sofre a gastrulação, que forma a endoderme e 
o tubo digestivo, ele é oco, apenas com uma camada externa de células. Esta é a 
fase de blástula e a cavidade chama-se blastocele. Após o embrião se desenvolver, 
 
22 
 
esta cavidade persiste como o blastoceloma. Ela é preenchida por um fluido com 
muitas substâncias diluídas em água, como proteínas, sais, amônia e açúcares, por 
exemplo, onde estão submersos órgãos como os sistemas reprodutor e o excretor. 
(GUERRA et al., 2011) 
Os Nematoda não têm estruturas respiratórias ou circulatórias, apesar do 
blastoceloma cumprir em parte estas funções. As trocas gasosas ocorrem por 
difusão pelas células do tegumento. (GUERRA et al., 2011) 
Existem as mais variadas formas de alimentação entre os Nematoda: 
comedores de depósitos marinhos, detritívoros, predadores, entre outros, sendo o 
parasitismo de animais e plantas muito comum. (GUERRA et al., 2011)A boca tem 
estruturas variadas relacionadas a forma de alimentação, como estiletes para 
predar, papilas, cerdas, ganchos, mandíbulas, etc., dispostas radialmente em volta 
dela. A faringe tem uma mobilidade razoável, podendo servir para protrair estruturas 
e sugar líquidos. (GUERRA et al., 2011) 
Possuem um sistema excretor simples formado por duas a três células muito 
grandes imersas no blastoceloma, as células renete. Elas absorvem amônia e 
principalmente excesso de água (função osmorregulatória) do blastoceloma e 
excreta para o meio externo por um poro próprio. Muita amônia também sai por 
difusão do organismo. (GUERRA et al., 2011) 
O sistema nervoso é formado principalmente por um cordão nervoso 
longitudinal ventral e outro menor dorsal, interligados por uma série de nervos 
laterais e transversais que variam nos táxons. Na parte anterior do corpo, existe um 
anel nervoso em volta do tubo digestivo e um gânglio cefálico principal, além de 
vários outros gânglios menores. Aí também ocorrem quimiorreceptores 
especializados e cerdas e papilas variadas com função tátil. (GUERRA et al., 2011) 
Os Nematoda apresentam apenas musculatura longitudinal com células 
dispostas homogeneamente na parede do blastoceloma. Por isso, eles apenas 
fazem movimentos ondulatórios, como os de um chicote. Com a ajuda de cerdas, 
espinhos e estrias e a força do esqueleto hidrostático do fluido do blastoceloma 
(pense em um balão cheio de água), eles se locomovem sobre substrato sólido e 
nadam. (GUERRA et al., 2011) 
 
23 
 
 
4.1.5 Moluscos 
 
 
 
Fonte: todoestudo.com.br 
Mollusca (L. molluscus, mole) é um dos maiores filos do reino animal depois 
dos Arthropoda. Existem mais de 90.000 espécies atuais e cerca de 70.000 fósseis. 
Os moluscos são protostômios lofotrocozoários celomados, e, como tais, 
desenvolvem-se via clivagem espiral em mosaico, formando um celoma por 
esquizocelia. O estágio larval ancestral é uma trocófora, mas o desenvolvimento é 
amplamente modificado dentre as classes. (HICKMAN JR et al., 2016) 
O nome Mollusca indica uma de suas características distintas, o corpo mole. 
Esse grupo muito diversificado inclui os quítons, escafópodes ou dentes-de-
elefante, caracóis, lesmas, nudibrânquios, pterópodes ou borboletas-do-mar, 
amêijoas, mexilhões, ostras, lulas, polvos e náutilos. O grupo varia desde 
organismos razoavelmente simples a alguns dos invertebrados mais complexos; em 
tamanho, variam do quase microscópico até a lula gigante do gênero Architeuthis. 
Esses gigantescos moluscos podem atingir cerca de 20 m de comprimento, 
incluindo seus tentáculos, e pesar até 900 kg. As conchas de alguns bivalves 
gigantes (p. ex., Tridacna gigas) que habitam os recifes de corais do Indo-Pacífico 
atingem 1,5 m de comprimento e pesam mais de 250 kg. Entretanto, esses são 
casos extremos, pois provavelmente 80% de todos os moluscos têm menos que 10 
cm como dimensão máxima da concha. O filo inclui alguns dos invertebrados mais 
 
24 
 
vagarosos e alguns dos mais velozes e ativos. Ele inclui, ainda, herbívoros 
pastadores, carnívoros predadores, filtradores, detritívoros e parasitas. (HICKMAN 
JR et al., 2016) 
Os moluscos ocupam uma grande variedade de habitats, desde os trópicos 
até os mares polares. Eles ocorrem a altitudes que excedem 7.000 m, em pequenos 
e grandes lagos, cursos d’água, em planícies lodosas litorâneas, em regiões sujeitas 
ao impacto de fortes ondas e em mar aberto, desde a superfície até profundidades 
abissais. Eles apresentam uma diversidade de hábitos de vida, incluindo 
alimentadores do fundo, cavadores, perfuradores e formas pelágicas. De acordo 
com a evidência fóssil, os moluscos originaram-se no mar e a maioria deles ali 
permaneceu. Boa parte de sua evolução ocorreu ao longo das áreas costeiras, onde 
o alimento era abundante e os habitats variados. Somente os bivalves e os 
gastrópodes invadiram habitats de águas salobra e doce. Como se alimentam por 
filtração, os bivalves foram incapazes de deixar o ambiente aquático. As lesmas e 
os caracóis (gastrópodes) são os únicos que realmente invadiram o ambiente 
terrestre. Os caracóis terrestres têm distribuição limitada por suas necessidades de 
umidade, abrigo e presença de cálcio no solo. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os moluscos são explorados de diversas maneiras pelos humanos. Como 
mostra o texto inicial, muitas espécies são fontes de alimento. Os botões de 
madrepérola são obtidos de conchas de bivalves. As bacias dos rios Mississippi e 
Missouri, cujo estoque de bivalves tem sido mantido empregando-se a propagação 
artificial, fornecem material para essa indústria nos EUA. As pérolas, tanto as 
naturais quanto as cultivadas, são produzidas nas conchas de amêijoas e ostras, a 
maioria delas na ostra perlífera marinha, Meleagrina, encontrada no entorno da Ásia 
oriental. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Alguns moluscos são considerados pragas. Os teredos (ou cupins-do-mar, 
turus), que são bivalves de várias espécies, causam grande dano a navios e 
ancoradouros de madeira. Para prevenir a devastação causada pelos teredos, os 
ancoradouros devem ser tratados com creosoto ou construídos em concreto 
(infelizmente, alguns teredos ignoram o creosoto, e outros bivalves perfuram 
concreto). Os caracóis e as lesmas frequentemente danificam jardins e outras 
 
25 
 
vegetações. Além disso, os caramujos servem como hospedeiros intermediários 
para perigosos parasitas de humanos e animais domésticos. Os caramujos 
perfuradores do gênero Urosalpinx rivalizam com as estrelas-do-mar na destruição 
de ostra. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As divisões básicas do corpo são cabeça, pé e massa visceral, esta última 
comumente coberta por uma concha. 
As classes Caudofoveata e Solenogastres constituem um pequeno grupo de 
moluscos vermiformes desprovidos de concha, mas que possuem escliretes ou 
espículas em faixas ao longo do corpo larval. Essas faixas podem ser homólogas 
às regiões do corpo que produzem as placas de conchas em quítons. (HICKMAN 
JR et al., 2016) 
A classe Monoplacophora é um pequeno grupo marinho univalve, que exibe 
pseudometameria. Os Polyplacophora são organismos marinhos mais comuns, com 
concha constituída de uma série de sete ou oito placas. São animais um tanto 
sedentários, com uma fileira de brânquias ao longo de cada lado do pé. (HICKMAN 
JR et al., 2016) 
Gastropoda é a maior classe de moluscos e a mais bem-sucedida. Sua 
intrigante história evolutiva inclui um estágio de torção, por meio da qual o ânus e a 
cabeça situam-se na mesma extremidade do corpo, bem como o enrolamento, uma 
elongação da massa visceral, seguida de seu enrolamento em espiral. A torção 
levou ao problema da autopoluição, isto é, a liberação e precipitação de excretas 
sobre a cabeça e diante das brânquias, problema esse evitado de modos variados 
entre diferentes gastrópodes. Entre as soluções para evitar a autopoluição estão a 
captação de água para dentro da cavidade do manto por um dos lados do corpo eescoamento pelo outro (muitos gastrópodes), certo grau de destorção 
(opistobrânquios) e conversão da cavidade do manto em um pulmão (pulmonados). 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
A classe Bivalvia é marinha e de água doce, e tem a concha dividida em duas 
valvas unidas por um ligamento dorsal e mantidas juntas por um músculo adutor. A 
maioria dos bivalves é filtradora, drenando e filtrando água através das brânquias 
por ação ciliar. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
26 
 
Scaphopoda é uma pequena classe cujos membros apresentam uma concha 
tubular, aberta em ambas as extremidades, e o manto envolvendo o corpo. 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
Os membros da classe Cephalopoda são todos predadores e muitos podem 
nadar rapidamente. Seus braços e tentáculos capturam presas por secreções 
adesivas ou por meio de ventosas. Eles nadam expelindo água vigorosamente da 
cavidade do manto, fazendo-a passar através de um funil, que derivou do pé. 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
Há evidências embriológicas e moleculares de que os moluscos 
compartilham um ancestral comum com os anelídeos mais recentemente do que 
um e outro desses filos compartilham com os artrópodes ou os deuterostômios. 
Entretanto, há considerável debate sobre a posição filogenética dos moluscos 
dentro de Lophotrochozoa, bem como sobre suas relações com outros filos de 
protostômios. Possivelmente, os moluscos com repetição de partes do corpo são 
derivados de ancestrais moluscos não segmentados. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
4.1.6 Anelídeos 
 
 
Fonte: brasilescola.uol.com.br 
O filo Annelida é um grande grupo cosmopolita que contém os poliquetas 
marinhos, oligoquetos terrestres e de água doce, e as sanguessugas. Certamente, 
a mais importante estrutura inovadora que baseia a diversificação do grupo é o 
 
27 
 
metamerismo (segmentação), uma divisão do corpo em uma série de segmentos 
semelhantes, cada um contendo um arranjo repetido de muitos órgãos e sistemas. 
O celoma também é altamente desenvolvido nos anelídeos, e isso, junto com um 
arranjo septado de compartimentos preenchidos com fluido e uma musculatura da 
parede do corpo bem desenvolvida, é um esqueleto hidrostático efetivo para 
movimentos precisos de escavação e natação. (HICKMAN JR et al., 2016) 
A maioria dos anelídeos está em um grande grupo chamado Pleistoannelida. 
Esse grupo inclui os animais com vários planos corporais diferentes. Os anelídeos 
com um plano corporal poliqueta têm segmentos com muitas cerdas, que se 
originam de parapódios pareados. Os parapódios apresentam uma grande 
variedade de adaptações entre os poliquetas, incluindo a especialização para 
natação, respiração, rastejamento, manutenção da posição dentro de uma galeria, 
bombeamento de água através de uma galeria e alimentação acessória. Alguns 
poliquetas são principalmente predadores com uma faringe eversível com 
mandíbulas. Outros raramente deixam as galerias ou tubos nos quais vivem. Vários 
tipos de alimentação em depósito ou por filtração são conhecidos entre os membros 
desse grupo. Os poliquetas são dioicos, têm um sistema reprodutivo sem clitelo, 
fecundação externa e uma larva trocófora. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Pleistoannelida está dividido em dois clados, ambos os quais incluem os 
animais com um plano corporal dos poliquetas. Errantia contém poliquetas de 
movimentação livre. Sedentaria contém animais com planos corporais dos 
poliquetas que foram modificados para viver em tubos ou tocas, como os 
siboglinídeos e equiúros. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os siboglinídeos vivem em tubos no solo dos oceanos profundos e são 
metaméricos. Não têm boca nem trato digestivo, mas, aparentemente, absorvem 
algum nutriente com a coroa de tentáculos localizada em sua extremidade anterior. 
Grande parte de sua energia vem de bactérias quimioautotróficas em seu 
trofossomo. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os equiúros são vermes marinhos escavadores, e a maioria alimenta-se em 
depósitos, com uma probóscide anterior a sua boca. Algumas espécies têm cerdas 
epidérmicas, mas não segmentação. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
28 
 
Sedentaria também contém anelídeos com planos corporais dos oligoquetos 
e sanguessugas; esses dois grupos são incluídos nos Clitellata. As minhocas e 
muitos anelídeos de água doce são oligoquetos; têm um pequeno número de cerdas 
por segmento (em comparação com Polychaeta), mas não parapódios. Apresentam 
um sistema circulatório fechado, e o vaso sanguíneo dorsal é o principal órgão 
bombeador. Nefrídios pareados ocorrem na maioria dos segmentos. As minhocas 
contêm um sistema nervoso anelidiano típico: gânglios cerebrais dorsais 
conectados a um cordão nervoso ventral duplo, com gânglios segmentares, ao 
longo do comprimento do verme. Os oligoquetos são hermafroditas e praticam a 
fecundação cruzada. O clitelo tem um papel importante na reprodução, incluindo a 
secreção de muco que envolve os animais durante o acasalamento e a secreção de 
um casulo que irá receber os óvulos e os espermatozoides e dentro do qual ocorrerá 
o desenvolvimento embrionário. Um verme jovem, pequeno, emerge do casulo. 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
As sanguessugas (classe Hirudinida) ocorrem principalmente na água doce, 
embora algumas sejam marinhas e outras terrestres. Alimentam-se principalmente 
de fluidos; muitas são predadoras, algumas parasitas temporárias e poucas 
parasitas permanentes. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As sanguessugas hermafroditas se reproduzem de uma maneira semelhante 
à dos oligoquetos, com fecundação cruzada e a formação de um casulo por meio 
do clitelo. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os sipúnculos são vermes marinhos escavadores pequenos, com um 
introverte eversível na extremidade anterior do corpo. O introverte apresenta 
tentáculos usados na alimentação em depósitos. Os sipúnculos não são 
segmentados. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As evidências embriológicas posicionam os anelídeos com os moluscos e os 
artrópodes em Protostomia. A evidência molecular sugere que os anelídeos e os 
moluscos são parentes mais próximos um do outro (em Lophotrochozoa) do que 
qualquer um dos filos é dos artrópodes (em Ecdysozoa). Os sipúnculos também são 
parentes dos anelídeos, mas compartilham algumas características com os 
moluscos. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
29 
 
 
4.1.7 Crustáceos 
 
 
Fonte: brasilescola.uol.com.br 
Os crustáceos (L. crusta, concha) são assim denominados porque a maioria 
porta um revestimento endurecido. Mais de 67.000 espécies foram descritas e, 
provavelmente, as existentes correspondam a várias vezes esse número. As 
espécies comestíveis são as mais familiares às pessoas, como, por exemplo, 
lagostas, lagostins, camarões e caranguejos. Além desses Os crustáceos com 
exoesqueleto bastante calcificado, há uma fantástica quantidade de formas pouco 
familiares, como copépodes, ostrácodes, pulgas-d’água, anfípodes ectoparasitos de 
baleias, notóstracos e o krill. Eles preenchem uma ampla variedade de papéis 
ecológicos e mostram enorme variação em suas características morfológicas, 
tornando singularmente difícil uma descrição satisfatória desse grupo como um 
todo. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Além de um par de mandíbulas, esses animais têm dois pares de antenas e 
dois pares de maxilas. Seus tagmas são uma cabeça e tronco ou cabeça, tórax e 
abdome. Muitos têm uma carapaça. A condição birreme dos apêndices dos 
crustáceos é uma característica ancestral. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Todos os artrópodes precisam livrar-se periodicamente de sua cutícula antiga 
(ecdise) e crescer aumentando suas dimensões antes que a cutícula recentemente 
secretada enrijeça. Os períodos pré-muda e pós-muda são controlados por 
 
30 
 
hormônios, do mesmo modo que outros processos, como as mudanças na cor do 
corpo e a expressão das características sexuais. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os hábitos alimentares variam muito em Crustacea, e há muitos predadores, 
detritívoros, comedoresde partículas em suspensão e parasitos. A respiração 
ocorre através da superfície do corpo ou por brânquias, e os órgãos excretores 
ocorrem como glândulas antenais ou maxilares. A circulação, como em outros 
artrópodes, ocorre através de um sistema aberto formado por seios (hemocele), e 
um coração tubular dorsal é o principal órgão bombeador. Os crustáceos, na sua 
maioria, têm olhos compostos constituídos por unidades denominadas omatídios. 
Os sexos são, em geral, separados. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Branchiopoda é caracterizada por apresentar filopódios e abrange, entre 
outras, a ordem Diplostraca, ecologicamente importante como zooplâncton. Os 
copépodes não têm carapaça nem apêndices abdominais. São abundantes e estão 
entre os mais importantes consumidores primários em muitos ecossistemas de água 
doce e marinhos. Muitos são parasitos. Na sua maioria, os membros do Thecostraca 
são sésseis quando adultos, secretam uma concha calcária e filtram alimento por 
meio de seus apêndices torácicos. Os Branchiura são constituídos de parasitos de 
peixes, e estreitamente relacionados com eles estão os pentastomídeos (membros 
antigos do filo Pentastomida), parasitos dos pulmões e fossas nasais de 
vertebrados. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os Malacostraca são um grupo familiar e diverso, cujas ordens mais 
importantes são Isopoda, Amphipoda, Euphausiacea e Decapoda. Todas com 
apêndices abdominais e torácicos. Os isópodes não têm carapaça e são, em geral, 
achatados dorsoventralmente. Os anfípodes também não têm carapaça, mas são 
em geral achatados lateralmente. Os eufausiáceos são parte importante do plâncton 
oceânico, denominados krill. Os decápodes abrangem siris e caranguejos, 
camarões, lagostas, lagostins e outros; têm cinco pares de patas ambulacrais 
(incluindo os quelípodes) no tórax. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
 
 
31 
 
4.1.8 Equinodermos 
 
 
Fonte: biologianaweb.wordpress.com 
Os equinodermos são formas marinhas e incluem as estrelas-do-mar, 
ofiuroides, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar e os líriosdo-mar. Eles representam um 
grupo bizarro bastante distinto dos demais animais. O nome Echinodermata (L. 
echinatus, espinhoso, + Gr. derma, pele, + ata, caracterizado por) é derivado da 
presença de espinhos ou protuberâncias externas. Todos os membros do filo têm 
um endoesqueleto calcário na forma de placas ou representado por diminutos 
ossículos. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As características mais evidentes dos equinodermos são (1) endoesqueleto 
espinhoso em placas, (2) sistema hidrovascular, (3) pedicelárias, (4) brânquias 
dérmicas e (5) simetria pentarradial básica nos adultos. Nenhum outro grupo, com 
tal sistema de órgãos complexo, tem simetria radial. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os equinodermos são um grupo antigo de animais conhecidos desde o 
período Cambriano. A descoberta recente dos equinodermos adultos bilateralmente 
simétricos a partir da metade do início do Cambriano (Europa) indica que a simetria 
pentarradial é derivada. Os biólogos há muito assumiram um ancestral bilateral 
devido às larvas dos equinodermos serem bilateralmente simétricas, apesar da 
ausência de evidências. As formas bilaterais antigas recentemente descobertas 
eram saprófitos bentônicos. A maioria dos fósseis dos equinodermos era de formas 
 
32 
 
fixas (sésseis) com simetria radial. Assim, o plano corporal dos equinodermos atuais 
parece ter sido derivado daquele que era fixo ao fundo do mar, tinha simetria radial 
e sulcos radiais (ambulacros) para a coleta de alimento e uma superfície oral voltada 
para cima. Os equinodermos fixos provavelmente foram uma vez dominantes, mas 
somente cerca de 80 espécies, todas da classe Crinoidea, ainda vivem. 
Estranhamente, as condições têm favorecido a sobrevivência de seus 
descendentes de vida livre, embora ainda sejam bem radiais e dentre eles estejam 
alguns dos mais abundantes animais marinhos. Contudo, na exceção que confirma 
a regra (que a bilateralidade é adaptativa para animais de vida livre), ao menos três 
grupos de equinodermos (pepinos-do-mar e dois grupos de ouriços-do-mar) 
evoluíram secundariamente uma organização bilateral superficial (embora 
permaneça neles a organização pentarradial do esqueleto e da maior parte dos 
sistemas de órgãos). (HICKMAN JR et al., 2016) 
A maior parte dos equinodermos não osmorregula, e, assim, raramente se 
aventuram para dentro de águas salobras. Eles ocorrem em todos os oceanos do 
mundo e em todas as profundidades, desde a região entremarés até a região 
abissal. Frequentemente, os animais mais comuns no mar profundo são 
equinodermos. A espécie mais abundante encontrada na fossa das Filipinas 
(10.540 m) era um pepino-do-mar. Os equinodermos são praticamente todos 
habitantes do fundo, embora haja poucas espécies pelágicas. (HICKMAN JR et al., 
2016) 
Nenhum equinodermo é parasito, mas alguns são comensais. Por outro lado, 
uma ampla variedade de outros animais vive dentro ou sobre equinodermos, 
incluindo algas, protozoários, ctenóforos, turbelários, cirripédios, copépodes, 
decápodes, gastrópodes, bivalves, poliquetas e peixes comensais ou parasitos e 
outros equinodermos. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os asteroides, ou estrelas-do-mar, são geralmente encontrados sobre 
superfícies duras, rochosas, mas numerosas espécies vivem na areia ou em 
substratos moles. Algumas espécies comem partículas, mas muitas são 
predadoras, alimentando-se particularmente de presas sésseis ou sedentárias, visto 
 
33 
 
que o deslocamento das estrelas-do-mar é relativamente lento. (HICKMAN JR et 
al., 2016) 
Os ofiuroides – estrelas quebradiças ou estrelas-serpentes – são de longe os 
mais ativos dentre os equinodermos; movem-se contorcendo seus braços 
musculares articulados, em vez de caminhar com pés tubulares. Umas poucas 
espécies foram relatadas como sendo capazes de nadar e outras de cavar. Podem 
pastar, comer carniça e/ou depósitos, filtrar a água ou ainda ser predadoras. 
Algumas são comensais de grandes esponjas, em cujos canais aquíferos podem 
viver em grandes números. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os holoturoides ou pepinos-do-mar são amplamente prevalentes em todos 
os mares. Muitos habitam fundos arenosos ou ricos em matéria orgânica, onde se 
escondem. Comparados com outros equinodermos, os holoturoides são bastante 
alongados no eixo oral-aboral. Eles ficam com esse eixo orientado mais ou menos 
paralelamente ao substrato, deitados sobre um dos lados. A maior parte deles é 
comedora de suspensões ou de depósito. Os equinoides, ou ouriços-do-mar, estão 
adaptados a viver sobre o fundo do mar e sempre têm sua superfície oral em contato 
com o substrato. Os ouriços regulares, que são radialmente simétricos, alimentam-
se principalmente de algas ou detritos, enquanto os irregulares, que são 
secundariamente bilaterais, comem partículas pequenas. Os ouriços “regulares” 
preferem substratos duros; já as bolachas-da-praia e os ouriços Spatangoida 
(ouriços “irregulares”) são geralmente encontrados na areia. Os crinoides (Figura 
22.29) distendem seus braços para fora e para cima como pétalas de uma flor, e 
alimentam-se de plâncton e partículas em suspensão. A maioria das espécies vivas 
passa a maior parte do tempo no substrato, presas por apêndices aborais chamados 
de cirros. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Devido ao aspecto espinhoso de sua estrutura, os equinodermos não são 
frequentemente comidos por outros animais – exceto outros equinodermos 
(estrelas-do-mar). Alguns peixes têm dentes fortes e outras adaptações que os 
capacitam a predar equinodermos. Uns poucos mamíferos, como as lontras 
marinhas, alimentam-se de ouriços. Ao redor do mundo, os humanos apreciam 
gônadas de ouriços-do-mar, cruas ou assadas sobre metades da carapaça. A 
 
34 
 
trepang, a parede do corpo cozida e rica em proteínas de certas espécies grandes 
de pepinos-do-mar, é uma especialidade em muitos países do leste asiático.Infelizmente, a pesca intensiva dos pepinos, frequentemente ilegal, tem diminuído 
suas populações em muitas áreas tropicais. No entanto, métodos de aquacultura 
estão sendo desenvolvidos e a criação de pepinos-do-mar tem se tornando cada 
vez mais comum pelo mundo. Há criações no Alasca, na Austrália, na China, no 
Japão, nas Filipinas, na Nova Caledônia, na Nova Zelândia e no México, bem como 
em outros lugares. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As estrelas-do-mar comem uma variedade de moluscos, crustáceos e outros 
invertebrados. Em algumas áreas, elas podem desempenhar um importante papel 
ecológico como um carnívoro de topo em uma comunidade. Seu principal impacto 
econômico é sobre ostras e outros bivalves. Uma única estrela pode comer até uma 
dúzia deles em um dia. Para limpar os bancos de mariscos dessas pragas, cal 
virgem é às vezes espalhada sobre áreas onde elas abundam. A cal danifica a 
epiderme delicada, destruindo as brânquias dérmicas e, finalmente, o próprio 
animal. Infelizmente, outros invertebrados de corpo mole são também afetados. 
Contudo, as ostras permanecem com suas conchas hermeticamente fechadas até 
que a cal seja degradada. (HICKMAN JR et al., 2016) 
4.2 Vertebrados 
Os vertebrados marinhos presentes nos Oceanos são essencialmente, 
mamíferos marinhos (baleias, golfinhos, orcas, focas, lontras), répteis (tartarugas 
marinhas), peixes ósseos (moreias, cavalos-marinhos, sardinhas, bacalhaus, atuns) 
e peixes cartilagíneos (raias, tubarões). 
 
 
35 
 
4.2.1 Mamíferos marinhos 
 
 
Fonte: mamiferosmarinhosb.wixsite.com 
Os mamíferos, com seu sistema nervoso altamente desenvolvido e suas 
numerosas adaptações, ocupam praticamente todos os ambientes da Terra 
capazes de sustentar a vida. Embora não constituam um grupo grande (cerca de 
5.700 espécies, em comparação às mais de 10.000 espécies de aves, 28.000 
espécies de peixes e 1.100.000 espécies de insetos), a classe Mammalia (L. 
mamma, seio) está entre os grupos biologicamente mais diferenciados no reino 
animal. Os mamíferos são extraordinariamente diversos quanto ao tamanho, forma 
e função. Seu tamanho pode variar de apenas 2 g, peso do pequeno morcego 
Craseonycteris thonglongyai da Tailândia, a mais de 170 toneladas, nas baleias-
azuis. (HICKMAN JR et al., 2016) 
São considerados mamíferos aquáticos todos aqueles que habitam o 
ambiente aquático, seja apenas por um período de suas vidas ou por toda ela 
(Reeves et al., 2002). No Brasil, esta denominação abrange os cetáceos (baleias, 
botos e golfinhos), sirênios (peixes-boi) e os carnívoros pinípedes (focas, lobos, 
leões e elefantes marinhos) e mustelídeos (lontras) (Rocha-Campos et al., 2011). A 
relação atual de mamíferos aquáticos que ocorrem no Brasil totaliza cerca de 45 
espécies de cetáceos, sete de pinípedes, duas de sirênios e duas de mustelídeos 
 
36 
 
(Pinedo et al., 2002; Rocha-Campos et al., 2011; Lodi e Borobia, 2013). (Apud 
PARENTE et al., 2017) 
A mais clássica organização dos táxons agrupa as espécies de baleias, botos 
e golfinhos na ordem Cetacea, a qual possui as subordens: Mysticeti e Odontoceti 
(Rice, 1998), além da Archaeoceti, de exemplares já extintos. Outra sistematização 
mais recente agrupou estes animais na ordem Cetartio-dactyla, infraordem 
Cetacea, esta compreendendo as parvordens: Mysticeti e Odontoceti (Rice, 2009). 
Tal classificação, associando as baleias e golfinhos ao grupo dos Artiodactyla, já 
sinalizada pela morfologia, ganhou ainda mais força com o advento das análises de 
sequências de DNA (Geisler e Uhen, 2003; Geisler et al., 2007). Contudo, o 
presente volume utilizará a proposta de organização cladística adotada pelo comitê 
de taxonomia da Society for Marine Mammalogy e pelo World Register of Marine 
Species (WoRMS), que considera esses organismos como pertencentes à ordem 
Cetartiodactyla, infraordem Cetacea, e superfamílias: Mysticeti e Odontoceti. (Apud 
PARENTE et al., 2017) 
As superfamílias Mysticeti e Odontoceti distinguem-se em alguns aspectos. 
Nos misticetos, os dentes foram substituídos por uma série de lâminas córneas de 
origem dérmica denominadas bar-batanas ou cerdas bucais, que ficam enraizadas 
na porção superior da boca e têm a forma de um triângulo reto comprido. O lado 
externo é reto e o interno é curvo, com uma franja na extremidade, tendo a 
importante função de reter os alimentos durante a filtração da água. A forma, a 
coloração, o tamanho, o número e a flexibilidade das barbatanas variam de espécie 
para espécie (Bannister, 2009). Os odontocetos, por sua vez, não possuem cerdas 
bucais. Geralmente os dentes são todos iguais (homodontia) e existe apenas uma 
dentição, aparecendo no final da fase de amamentação e permanecendo durante 
toda a vida. A exceção ocorre com o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), que 
apresenta heterodontia (Silva, 1992). (Apud PARENTE et al., 2017) 
As diferentes espécies de cetáceos variam consideravelmente em relação ao 
tamanho, havendo ainda alguma variação intraespecífica quanto ao dimorfismo 
sexual. Todas possuem corpo hidrodinâmico, fator selecionado ao longo da 
evolução por favorecer um melhor deslocamento no meio aquático (Lodi e Borobia, 
 
37 
 
2013). Durante a fase fetal, todos os cetáceos possuem pelos ou vibrissas na região 
do rostro ou boca, que em alguns casos podem permanecer durante toda a vida 
(Yochem e Stewart, 2009). Essas vibrissas têm função sensorial, estando mais 
desenvolvidas nos misticetos. Os membros anteriores dos cetáceos são 
geralmente largos e em forma de remo (nadadeiras peitorais) e os posteriores, 
ausentes ou vestigiais. A cauda é grande, modificada em nadadeira horizontal e 
constitui o principal órgão propulsor de deslocamento dos cetáceos. A maioria das 
espécies desenvolveu uma nadadeira dorsal que, além de auxiliar na manutenção 
do equilíbrio, também pode contribuir no controle da temperatura corporal, 
permitindo trocas de calor com o meio. A nadadeira dorsal, assim como a caudal, é 
formada de tecido conectivo e não possui estrutura óssea (Felts, 1966; Rommel et 
al., 2009). (Apud PARENTE et al., 2017) 
Para manter a temperatura corporal, os cetáceos têm mecanismos de 
regulação. Esses mecanismos incluem, por exemplo, uma camada de gordura 
recobrindo todo o corpo que, além de manter o calor, ajuda na flutuação e funciona 
como meio para armazenar energia. O controle sobre a troca de calor com o 
ambiente depende da superfície corporal que fica em contato com o meio externo e 
do fluxo sanguíneo nas diferentes partes do corpo (Castellini, 2009; Iverson, 2009). 
(Apud PARENTE et al., 2017) 
A respiração é pulmonar, o que os faz subirem à superfície em intervalos 
regulares para realizar as trocas gasosas. Uma das características mais 
conhecidas, principalmente dos misticetos, é o borrifo que produzem quando, na 
respiração, o ar quente e úmido dos pulmões é expelido e se condensa em contato 
com a atmosfera, formando uma coluna de gotículas de água. Os cetáceos 
possuem um tipo de tampão nasal que fecha o orifício respiratório durante quase 
todo o tempo e é forçado a se abrir por contrações musculares durante a respiração 
(Reidenberg, 2007). (Apud PARENTE et al., 2017) 
Os sons prevalecem na comunicação e percepção do ambiente pelos 
cetáceos. Sabe-se que produzem, ao menos, dois tipos de sons: os que intervêm 
em seu sistema de eco localização e as vocalizações (Southall et al., 2007). O 
sistema de eco localização, presente nos odontocetos, consiste em um processo no 
 
38 
 
qual os animais percebem o ambiente em sua volta a partir dos ecos produzidos por 
emissões de sinais sonoros em altas frequências (acima dos 100 kHz). Este sistema 
permite que os animais identifiquem presas, percebam as formas a sua volta e 
evitem predadores, além de auxiliar na navegação (Southall et al., 2007). Os 
odontocetos também vocalizam, produzindo sons de poucas centenas de Hertz (Hz) 
a várias dezenasde kHz, geralmente associados a socializações (Southall et al., 
2007). O sistema de eco localização não foi observado nos misticetos, que apenas 
vocalizam sons de baixa frequência, nas faixas de dezenas de Hz aos vários kHz, 
com poucos sinais se estendendo acima dos 10 kHz (Southall et al., 2007). 
Aparentemente, estes sons possuem funções sociais, incluindo reprodução e 
manutenção de contato, porém podem apresentar também algum tipo de orientação 
espacial (Richardson et al., 1995). O conhecimento sobre a capacidade auditiva dos 
cetáceos e os aspectos relacionados às faixas de frequência e intensidade dos sons 
captados por seus aparatos auditivos têm importância no estudo da ecologia das 
espécies, principalmente no que concerne ao entendimento das relações intra e 
interespecíficas, à forma como percebem o ambiente a sua volta, além de 
possibilitar a compreensão sobre quais ruídos externos são mais bem percebidos e 
mais interagem e/ou impactam as espécies. (PARENTE et al., 2017) 
 
4.2.2 Tartarugas 
 
 
Fonte: infoescola.com 
https://www.infoescola.com/repteis/tartaruga-de-pente/
 
39 
 
As tartarugas aparecem no registro fóssil no período Triássico Superior, há 
cerca de 220 milhões de anos. As primeiras tartarugas eram dotadas de dentes, e 
sua carapaça era reduzida, mas, no restante de sua morfologia, eram animais muito 
semelhantes às formas atuais. Sem dentes, as mandíbulas das tartarugas 
modernas têm placas queratinizadas rígidas formando um bico córneo para 
apreender o alimento. As tartarugas são envolvidas por uma armadura (casco) que 
consiste em uma carapaça (Fr. carapace, a partir do espanhol carapacho, 
cobertura) dorsal e um plastrão (Fr. plastron, escudo peitoral) ventral. Esses 
elementos são compostos por duas camadas: uma externa, de queratina, e uma 
interna, óssea. A camada óssea da carapaça forma-se a partir de uma fusão entre 
as costelas, as vértebras e ossos dérmicos. Uma característica única das tartarugas 
entre os tetrápodes consiste no fato de que seus membros e cinturas situam-se em 
uma posição interna às costelas. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Embora o cérebro das tartarugas seja pequeno, nunca ultrapassando 1% do 
peso do corpo, o telencéfalo desses animais é maior do que o dos anfíbios; uma 
tartaruga é capaz de aprender a sair de um labirinto quase tão rapidamente quanto 
um camundongo. As tartarugas têm uma orelha média e uma orelha interna, mas a 
sensibilidade aos sons é incipiente. Não surpreende, portanto, que as tartarugas 
sejam mudas, embora muitos jabutis emitam grunhidos ou sons guturais durante o 
acasalamento. Um bom olfato e a visão aguçada com percepção de cores são 
sentidos que compensam a audição deficiente. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As tartarugas são ovíparas e a fecundação é interna, empregando um pênis 
como órgão de cópula. Todas as tartarugas, inclusive as marinhas, enterram seus 
ovos no solo. Elas frequentemente demonstram um cuidado considerável na 
construção de seus ninhos, mas, uma vez depositados e recobertos com substrato, 
a fêmea abandona os ovos. Uma característica interessante da reprodução das 
tartarugas é que, como nos crocodilianos e alguns lagartos, a temperatura do ninho 
determina o sexo dos filhotes. Nas tartarugas, baixas temperaturas durante a 
incubação produzem machos, enquanto temperaturas altas geram fêmeas. Os 
répteis em que o sexo é determinado pela temperatura são desprovidos de 
cromossomos sexuais. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
40 
 
As tartarugas marinhas, cuja sustentação da massa corporal se faz pelo 
próprio meio aquático, podem atingir tamanhos enormes. As tartarugas-de-couro 
são as maiores tartarugas atuais, chegando a comprimentos de 2 m e pesando até 
725 kg. As tartarugas-verdes, assim chamadas devido à coloração esverdeada da 
gordura de seu corpo, podem ultrapassar 360 kg; embora a maioria dos indivíduos 
dessa espécie economicamente valiosa e fortemente explorada raramente viva o 
bastante para chegar perto desse tamanho. (HICKMAN JR et al., 2016) 
 
4.2.3 Peixes 
 
 
Fonte: exame.com 
Os peixes são vertebrados aquáticos de respiração branquial que têm 
nadadeiras como membros. Eles incluem os vertebrados mais antigos, que se 
originaram de um ancestral no período Cambriano ou, possivelmente, antes. Cinco 
classes de peixes atuais são reconhecidas. (HICKMAN JR et al., 2016) 
As feiticeiras (classe Myxini) e lampreias (classe Petromyzontida), sem 
mandíbulas, têm corpo anguiliforme, sem nadadeiras duplicadas, um esqueleto 
cartilaginoso, uma notocorda, que persiste durante toda a vida, e uma boca circular 
adaptada para sugar ou morder. Todos os outros vertebrados têm mandíbulas, um 
desenvolvimento de importância considerável na evolução dos vertebrados. 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
 
41 
 
Os representantes da classe Chondrichthyes (tubarões, raias e quimeras) 
têm um esqueleto cartilaginoso, nadadeiras pares, órgãos sensoriais bem 
desenvolvidos, um hábito ativo e caracteristicamente predador. (HICKMAN JR et 
al., 2016) 
Os peixes ósseos são divididos em duas classes. Os peixes de nadadeiras 
lobadas da classe Sarcopterygii, representados atualmente por peixes pulmonados 
e celacantos, formam um grupo parafilético se os tetrápodes forem excluídos, como 
é feito em classificações tradicionais. Os vertebrados terrestres surgiram de uma 
linhagem desse grupo. O segundo é composto pelos peixes de nadadeiras raiadas 
(classe Actinopterygii), um agrupamento moderno, imenso e diversificado, que 
contém quase todos os familiares peixes de água doce e marinhos. O sucesso 
desse grupo pode estar relacionado com as adaptações dos sistemas esquelético 
e muscular e de flutuação, que aumentaram a eficiência locomotora e de 
alimentação. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os peixes ósseos modernos (teleósteos) diversificaram-se em 
aproximadamente 27.000 espécies que revelam uma enorme diversidade de 
adaptações, formato de corpo, comportamento e preferência de habitat. A maioria 
dos peixes nada através de contrações ondulatórias dos músculos do corpo, que 
geram impulso (força propulsiva) e força lateral. Os peixes anguiliformes oscilam o 
corpo todo, mas, em nadadores mais rápidos, as ondulações limitam-se à região 
caudal ou só à nadadeira caudal. (HICKMAN JR et al., 2016) 
A maioria dos peixes pelágicos consegue atingir a flutuabilidade neutra em 
água utilizando uma bexiga natatória preenchida por gás, o dispositivo secretor de 
gás mais eficiente conhecido no reino animal. A sensibilidade a sons é incrementada 
pelos ossículos de Weber, que transmitem sons da bexiga natatória para a orelha 
interna. As brânquias dos peixes, que apresentam um fluxo de contracorrente 
eficiente entre a água e o sangue, facilitam as altas taxas de troca de oxigênio. 
Todos os peixes têm regulação osmótica e iônica bem desenvolvidas, conseguida 
principalmente pelos rins e brânquias. Com exceção dos agnatos, todos os peixes 
têm mandíbulas e dentes que são modificados de forma variada para hábitos 
 
42 
 
alimentares carnívoros, herbívoros, planctívoros e outros. (HICKMAN JR et al., 
2016) 
Muitos peixes são migradores, e alguns, como as enguias de água doce 
catádromas e os salmões anádromos, realizam migrações notáveis e de grande 
distância e precisão. (HICKMAN JR et al., 2016) 
Os peixes exibem uma amplitude de estratégias sexuais reprodutivas 
extraordinária. A maioria dos peixes é ovípara, mas peixes ovovivíparos e vivíparos 
não são incomuns. O investimento reprodutivo pode ser em grandes números de 
ovos com baixa sobrevivência (muitos peixes marinhos) ou em menos ovos com 
cuidado parental maior para melhor sobrevivência (muitos peixes de água doce). 
(HICKMAN JR et al., 2016) 
5 A BIODIVERSIDADE NA ZONA COSTEIRA E MARINHA DO BRASIL 
 Zona Costeira e Marinha brasileira é uma das principais áreas de tráfego de 
riquezas do País. Apresenta intensa atividade de comércio e transportes, alémde 
sofrer alto impacto ambiental causado pela exploração de petróleo. A região 
abrange 17 estados, e sua faixa continental abriga 13 das 27 capitais 
brasileiras, incluindo algumas das principais regiões metropolitanas, onde vivem 
milhões de pessoas. (CORRÊA, 2010) 
 A concentração populacional indica alto grau de intervenção humana (ou 
antrópica) nos recursos naturais do bioma. Segundo dados da Comissão 
Interministerial para Recursos do Mar (CIRM), aproximadamente um quarto da 
população brasileira vive na zona costeira, somando 50 milhões de habitantes. 
(CORRÊA, 2010) 
 A parcela marinha da zona abrange uma área de aproximadamente 3,5 
milhões de km2, integrada pelo mar territorial brasileiro, ilhas náuticas e 
oceânicas, pela plataforma continental e pela Zona Econômica Exclusiva, cujo 
aumento de 712 mil km2 em seus limites - além das 200 milhas náuticas originais - 
está sendo pleiteado pelo País junto à ONU. (CORRÊA, 2010) 
 
43 
 
 Embora o Brasil tenha sido a nação do mundo que mais criou áreas de 
conservação nos últimos 10 anos, sua região marinha é a menos protegida. Apenas 
1,57% dos 3,5 milhões de km2 de mar sob jurisdição brasileira está sob proteção 
em unidades de conservação. (CORRÊA, 2010) 
A biodiversidade marinha presente na zona costeira do País é relativamente 
pouco conhecida. Muitas regiões, ecossistemas e ambientes ainda precisam ser 
inventariados adequadamente. Ainda assim, o número de espécies de peixes 
catalogadas no bioma varia entre 705 e 1.209, considerando-se aquelas de áreas 
de estuário. (CORRÊA, 2010) 
Os mamíferos marinhos somam 57 espécies, e os cetáceos (baleias e 
golfinhos) chegam a 53. Deste grupo, quatro animais estão em estado de risco: a 
baleia-franca, a jubarte, a franciscana ou toninha e o boto-cinza. Das quatro 
espécies da ordem Sirenia existentes no mundo, duas ocorrem no Brasil, uma delas 
o peixe-boi-marinho, mamífero aquático mais ameaçado de extinção. (CORRÊA, 
2010) 
Mais de 100 espécies de aves estão associadas ao bioma costeiro e 
marinho. Algumas são residentes e outras, migrantes. Além do guará, espécies 
ameaçadas de extinção vivem e se reproduzem na Região Norte. As ilhas costeiras 
das regiões Sul e Sudeste são sítios onde ocorre a presença do trinta-réis, da 
pardela-de-asa larga, do tesourão, do atobá e do gaivotão. (CORRÊA, 2010) 
Das sete espécies de tartarugas marinhas conhecidas no mundo, cinco 
vivem em águas brasileiras: a cabeçuda ou amarela; a verde; a gigante ou de couro; 
a tartaruga-de-pente e a tartaruga-pequena. O Brasil possui, ainda, os únicos 
recifes de coral do Atlântico Sul. Das mais de 350 espécies de corais recifais do 
planeta, pelo menos 20 foram registradas no País, sendo que oito são encontradas 
apenas em nosso território. Nos manguezais brasileiros também podem ser 
encontradas, no mínimo, 776 espécies de peixes, aves, moluscos, plantas e 
artrópodes. (CORRÊA, 2010) 
As principais ameaças à biodiversidade marinha nacional são a aquicultura, 
a pesca insustentável, a expansão de áreas urbanas e o turismo, além 
 
44 
 
da poluição, redução dos recursos hídricos, corte de madeira de manguezais e 
mudanças climáticas. (CORRÊA, 2010) 
 A movimentação de navios de todo o mundo também contribui para o 
declínio da diversidade biológica marinha, pois favorece a entrada de espécies 
exóticas invasoras - a segunda maior causa da perda de biodiversidade em todo o 
mundo - por meio da água de lastro das embarcações, que, uma vez ancoradas, 
despejam na área brasileira as águas armazenadas recolhidas em outros países, 
repletas de espécies estrangeiras que disputam hábitats e nutrientes com 
as espécies silvestres locais. (CORRÊA, 2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
CORRÊA, Carine. A biodiversidade na Zona Costeira e Marinha do 
Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Brasília/DF, 2010. 
 
CORGOSINHO, Paulo Henrique Costa et al. Zoologia de Invertebrados: Ciências 
Biológicas. Montes Claros - MG: UNIMONTES, 2010. 103 p. 
 
GUERRA, Rafael Angel Torquemada et al. Ciências Biológicas: Livro 2. João 
Pessoa: Universitária, 2011. 610 p. v. II. ISBN 978‐85‐7745‐902‐5. 
 
HICKMAN JR, Cleveland P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. 16. ed. rev. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 952 p. ISBN 978-85-277-2960-4. 
 
PARENTE, Cristiano Leite. et al. Mamíferos marinhos no Brasil: aspectos gerais, 
ameaças, pesquisa e conservação. Mamíferos, Quelônios e Aves, Vol 7. 1ed.: 
Elsevier, 2017, v. 7, p. 15-33. 
 
POUGH, J. H.; C. M. Janis; J. B. Heiser. A vida dos Vertebrados. 4ª ed. São Paulo, 
Atheneu. 2008. 750 p. ISBN 978-85-7454-095-5 
 
UCB, Universidade Castelo Branco (ed.). Zoologia dos Vertebrados - Rio de 
Janeiro: UCB, 2008. 103 p. ISBN 978-85-86912-92-4.

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